Condicionamento Osmótico de Sementes Florestais (Osmopriming) Revisão bibliográfica com dados objetivos (Eucalyptus, Pinus, Prosopis, Teca, Acacia)
Roteiro (15 minutos) 1) Introdução (1 min) 2) Objetivos (0,5 min) 3) Materiais & Métodos da revisão (1 min) 4–8) Resultados por espécie (8 min) 9) Síntese comparativa (2 min) 10) Limitações e recomendações (1,5 min) 11) Conclusões (1 min)
Introdução Osmopriming: hidratação controlada em solução (PEG/KNO₃/manitol) até ativar metabolismo pré-germinação sem emergir radícula. Em espécies florestais, busca-se: reduzir tempo para germinar, elevar % final, melhorar vigor e tolerância a estresses (salinidade/deficit hídrico).
Objetivos Reunir protocolos e efeitos quantificados de osmopriming em espécies florestais. Comparar agentes, potenciais/percentuais, tempos e resultados (germinação, T50, vigor). Derivar recomendações práticas de parâmetros iniciais por grupo de espécies.
Eucalyptus urophylla & E. urophylla × grandis – PEG Priming com PEG 6000 (−1,0 e −1,5 MPa; 1–3 dias) seguido de salinidade (NaCl 0; −0,5; −0,75; −1,0 MPa, 25°C). Resultado-chave: priming ↑ velocidade e % final de germinação sob sal estressante; mitigou perdas. Dado do estresse: no híbrido, germinação cai de 77% (−0,5 MPa) para 35% (−0,75 MPa) sem suporte; priming atenua a queda.
Pinus radiata – Osmopriming (PEG) Tratamentos osmóticos reduziram tempos de germinação/emergência em até ~40% vs. controle (não secos de volta). Interpretação via modelo hidrotermal: avanço de estágios pré-emergência em potenciais abaixo do limiar de protrusão radicular. Aplicação: encurta permanência em viveiro e sincroniza emergência.
Prosopis juliflora – PEG e tolerância hídrica Sementes tratadas com PEG mantiveram germinabilidade mesmo após exposição subsequente a Ψs = −1,0 MPa. Implicação: condicionamento prévio prepara fisiologia da semente para déficit hídrico inicial.
Tectona grandis (Teca) – Priming com KNO₃ Pré-tratamentos + imersão em KNO₃ 4,5%: germinação 52% em câmara de névoa. Ganho: +39% sobre o controle (≈37% estimados). Indicação: halopriming com KNO₃ melhora quebra de dormência e vigor inicial em teca.
Vachellia tortilis – Osmopriming com PEG 6000 Estudo recente: três concentrações de PEG-6000 melhoraram germinação, vigor e resposta a seca. Tendência: faixas intermediárias superam controle; concentrações altas podem induzir estresse osmótico.
Síntese – Parâmetros práticos por espécie Espécie Agente Intensidade/Concentração Tempo/Temperatura Efeito observado Eucalyptus urophylla / híbrido PEG 6000 −1,0 a −1,5 MPa 1–3 dias @ 25°C ↑ velocidade e % sob NaCl; atenua perdas Pinus radiata PEG 6000 ≈ −0,5 a −1,5 MPa (estudos) horas–dias (sem secagem de volta) −40% no tempo de germinação/emergência Prosopis juliflora PEG 6000 pré-tratamento; teste a −1,0 MPa — Mantém germinabilidade após Ψs −1,0 MPa Tectona grandis KNO₃ 4,5% (halopriming) imersão c/ secagem 52% germ.; +39% vs. controle Vachellia tortilis PEG 6000 três concentrações (estudo 2025) — ↑ germinação, vigor e tolerância a seca
Boas práticas e riscos Definir Ψ/conc. moderados em pré-testes (p.ex., PEG 6000 entre −0,6 e −1,0 MPa). Evitar over-priming: tempos longos/Ψ muito negativos podem reduzir germinação. Padronizar lavagem e secagem; registrar umidade final da semente; controlar T (20–25°C).
Recomendações para viveiros Eucalyptus/Pinus: começar com PEG −0,8 MPa por 24 h @ 20–25°C; testar 12–36 h. Teca: avaliar KNO₃ 3–5% (12–48 h) + secagem; comparar com escarificação/água quente. Espécies de ambientes secos (Prosopis/Acacia): PEG moderado e tempos curtos (6–24 h).
Conclusões Osmopriming acelera e estabiliza a germinação de várias florestais; ganhos práticos: tempo (até −40%) e % final. Halopriming (KNO₃) é alternativa eficaz para teca; PEG é padrão em Eucalyptus/Pinus/Prosopis. Protocolos devem ser ajustados por espécie/lote; custo-benefício depende de escala do viveiro.
Referências (essenciais) Eucalyptus – PEG sob sal: Journal of Seed Science / SciELO (2016). Pinus radiata – redução de 40% no tempo: Kusmintardjo, M.AgrSc (Massey, tese/relatório). Prosopis juliflora – manutenção de germinabilidade em −1,0 MPa após PEG. Tectona grandis – KNO₃ 4,5%: germinação 52% (+39% vs. controle). Revisões recentes: Ma et al., 2024 (PMC); modelos hidrotermais (Seed Sci. Research).