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O sociólogo Raymond Aron escreveu em The Opium Of The Intellectuals (Transaction
Publishers, 2009) o seguinte, a propósito da Revolução Francesa, comparando-a com a
Revolução Inglesa:
A passagem do Ancien Régime para a sociedade moderna é consumada na França com uma
ruptura e uma brutalidade únicas. Do outro lado do Canal da Mancha, na Inglaterra, o regime
constitucional foi instaurado progressivamente, as instituições representativas advêm do
parlamento, cujas origens remontam aos costumes medievais. No Século XVIII e XIX, a
legitimidade democrática se substitui à legitimidade monárquica sem a eliminar totalmente, a
igualdade dos cidadãos apagou pouco a pouco a distinção dos "Estados" (Nobreza, clero e
povo). As idéias que a revolução francesa lança em tempestade através da Europa: soberania
do povo, exercício da autoridade conforme a regras, assembléias eleitas e soberanas, supressão
de diferenças de estatutos pessoais, foram realizadas em Inglaterra, por vezes mais cedo do que
em França, sem que o povo, em sobressalto de Prometeu, sacudisse as suas correntes. A
"democratização" foi ali (em Inglaterra) a obra de partidos rivais.
(...) O Ancien Régime desmoronou-se (na França) a um só golpe, quase sem defesa. E a França
precisou de um século para encontrar outro regime que fosse aceito pela grande maioria da
nação.
As Guerras Napoleônicas se inclui entre as grandes guerras ocorridas na história. As
Guerras Napoleônicas estão, entre as mais importantes, pois influenciaram o destino de
muitos países, inclusive o Brasil com a fuga da Família Real portuguesa ao Brasil em
1808 e e a transferência da Administração para o Rio de Janeiro. Em 1815, o Brasil foi
elevado à condição de "Reino Unido a Portugal e Algarves". A conturbada relação entre
os revolucionários franceses e as monarquias europeias fez com que os reinos da
Áustria e da Prússia, em 1792, criassem uma aliança para reaver o trono da França,
conhecida como primeira coalizão ou coligação. A resposta do Diretório, órgão máximo
da república francesa veio, com a organização de suas tropas para o combate, dentre
elas uma enviada para a Itália comandada pelo jovem Napoleão Bonaparte. A primeira
coalizão foi derrotada. Sobrava apenas a Inglaterra, que insistia sozinha em lutar contra
a França (Ver o artigo As principais guerras da história e suas consequências de Felipe
Alexandre de Lima Farah et alli postado no website <http://gguerras.wordpress.com/.>).
Com a intenção de arruinar o poder inglês no Oriente Médio, Napoleão planejou a
conquista do Egito. O retorno das forças francesas foi o trunfo que levou a mais uma
vitória sobre a aliança das monarquias europeias. Esta deu a Napoleão Bonaparte,
recém-nomeado cônsul pelo golpe 18 Brumário, uma grande fama entre as massas,
levando em 1804 o Senado, em conjunto com um plebiscito, declará-lo imperador da
França. Os ideais da Revolução Francesa se expandiam por todo o continente europeu, o
que causava um desequilíbrio nas demais nações europeias. A paz perdurou na Europa
por mais alguns anos, até que se formaram novas coalizões. A França derrotou russos e
austríacos em Austerlitz e a Prússia em Iena. No entanto, Napoleão foi derrotado pelo
“general inverno” após a ocupação de Moscou, na Rússia, em Leipzig na “Batalha das
Nações” e na Bélgica em Waterloo. Após esta batalha, preso sob custódia inglesa, o
general Napoleão Bonaparte foi enviado à ilha de Santa Helena onde morreu, em 1821,
dando fim à Era Napoleônica.