AULA-03-PRÁTICAS-EDUCATIVAS-PARA-PESSOAS-COM-DEFICIÊNCIA-AUDITIVA.pdf

MarcosMatos85 10 views 12 slides Oct 19, 2025
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aula muito prática


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PRÁTICAS EDUCATIVAS PARA PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

AULA 3 – OS
PRINCIPAIS TIPOS DE
DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL

Olá!

A deficiência intelectual acomete milhares de brasileiros. Apesar de haver
um alto número de atingidos, de acordo com estudos realizados dentro do território
ela é a deficiência que menos tem incidência em solo nacional. Podendo
apresentar graves dificuldades cognitivas, locomotoras, sociais e
emocionais, a pessoa com deficiência intelectual não possui uma característica
única. Inúmeros são os graus (do leve ao profundo) que revelam, assim, a
heteregeneidade desse público.
No entanto, é de suma importância o convívio para este público, e, como
foi falado em aula anterior, motivo pelo qual a sua inclusão é uma
grande oportunidade para que possam desenvolver habilidades motoras
envolvendo manipulação, equilíbrio e locomoção.
Além disso, permite que o indivíduo vivencie o conhecimento
conceitualmente e seja desafiado resolvendo problemas, além de estimular
a integração, a afetividade, os valores e a socialização.

Bons estudos!

3 OS PRINCIPAIS TIPOS DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Para Silva (2018), a deficiência intelectual é um comprometimento cognitivo
que pode trazer inúmeros prejuízos a quem é acometido por ela. Esses problemas
podem estar relacionados a inúmeras atividades cotidianas, como a comunicação, a
socialização e, até mesmo, hábitos diários de higiene ou de lazer.
O ambiente escolar por exemplo é um espaço que traz inúmeros benefícios
cognitivos, afetivos e sociais para os alunos. Para os indivíduos com deficiência
intelectual, elas podem representar um grande desafio na sua integração e na
exploração de suas capacidades. Nesta aula vamos tentar compreender os conceitos
de deficiência intelectual, bem como reconhecer seus diferentes graus.
Os principais tipos de Deficiência Intelectual (DI) causada por fatores
genéticos são as síndromes de Down, do X frágil, de Prader-Willi, de Angelman e de
Williams. As causas dessas limitações na inteligência são variadas e, em muitas
situações, desconhecidas.
Quanto ao conceito de deficiência intelectual, o autor supracitado traz: “A
deficiência intelectual é a que apresenta menor incidência entre a população
brasileira, embora apareça representada em todas as faixas etárias” (SILVA, 2018).
Na história do Brasil, as pessoas com esse tipo de deficiência sofreram
preconceito e segregação. No Período Imperial, por exemplo, poucas ou quase nulas
foram as ações relacionadas às pessoas com deficiência intelectual. A
responsabilidade de cuidar dessas pessoas era da Igreja e realizada em hospitais,
asilos e escolas (LOBO, 2008). Ainda nesse período, Giordano (2000) confirma essa
questão destacando a construção de hospitais psiquiátricos.
Nos anos 1950, a responsabilidade de cuidar dessas pessoas passa a ser das
instituições filantrópicas. Destacam-se a Sociedades Pestalozzi e as Associações de
Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), criadas, respectivamente, em 1935, em
Belo Horizonte/MG, e em 1954, na cidade do Rio de Janeiro, tornando-se as
pioneiras nos trabalhos pedagógicos e de habilitação e reabilitação de pessoas com
deficiência intelectual.
Durantes as décadas subsequentes, essas sociedades e associações foram
sendo estabelecidas em todo o Brasil (GIORDANO, 2000).

A partir de agora, vamos apresentar alguns conceitos e características
referentes à deficiência intelectual. Segundo o Decreto nº. 5296/2004, são
consideradas pessoas com deficiência intelectual aquelas que apresentam:
Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação
antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades
adaptativas, tais como: comunicação; cuidado pessoal; habilidades sociais; utilização
dos recursos da comunidade; saúde e segurança; habilidades acadêmicas; lazer; e
trabalho (BRASIL, 2004,).
A pessoa com deficiência intelectual apresenta alterações significativas tanto
no desenvolvimento intelectual quanto nas habilidades práticas, sociais e
conceituais. Ampudia (2011) caracteriza os indivíduos com deficiência intelectual da
seguinte forma: Pessoas com deficiência intelectual ou cognitiva costumam
apresentar dificuldades para resolver problemas, compreender ideias abstratas
(como as metáforas, a noção de tempo e os valores monetários), estabelecer
relações sociais, compreender e obedecer a regras e realizar atividades cotidianas,
por exemplo, as ações de autocuidado.
A deficiência intelectual pode ser classificada a partir de seus diferentes graus.
Winnick (2004) aponta que esse tipo de deficiência pode ser classificado conforme a
dependência, a gravidade ou a capacidade funcional e adaptativa. A seguir, veremos
as características e as classificações relacionadas a esses indivíduos.
Dependência: A deficiência intelectual, de acordo com a dependência, seria o grau
de apoio que o indivíduo necessita em um ambiente particular. Winnick (2004) aponta
que esse comprometimento pode ser classificado como:

 Intermitente: apoios de curto prazo se fazem necessários durante as
transições da vida, como, por exemplo, na perda do emprego ou fase aguda
de uma doença, esse apoio pode ser de alta ou de baixa intensidade.
 Limitado: apoio regular durante um período curto. Nesse caso, incluem-se
pessoas com deficiência que necessitam de um apoio mais intensivo e
limitado, como, por exemplo, o treinamento da pessoa com deficiência para o
trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a
escola, a instituição e a vida adulta.

 Extensivo: apoio constante, com comprometimento regular, sem limite de
tempo. Nesse caso, não existe uma limitação temporal para o apoio, que,
normalmente, ocorre em longo prazo.
 Generalizado: apoio constante e de alta intensidade; possível necessidade de
apoio para a manutenção da vida. Esses apoios generalizados exigem mais
pessoal e maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado.

Deficiência intelectual Capacidade funcional e adaptativa: essa classificação se
refere aos ambientes em que os indivíduos se adaptam e também às funções que
conseguem desempenhar. Freitas, Soares e Pereira (2010) a dividem em:

 Educáveis: crianças que conseguem educar-se em classes comuns (ainda
que com muitas dificuldades, visto o sistema de ensino atual), embora
necessitem de acompanhamento psicopedagógico especial. Têm uma
inteligência conhecida como “lenta ou limítrofe”, sendo seu QI entre 76 e 89.
 Treináveis: crianças que, se colocadas em classes especiais, poderão treinar
várias funções, como disciplina, hábitos higiênicos, etc. Poderão aprender a
ler e escrever em ambiente sem hostilidade, recebendo muita compreensão,
afeto e com metodologia de ensino adequada. Possuem QI entre 25 e 75.
 Dependentes: são os casos mais graves, sendo necessário o atendimento por
instituições. Há poucas, pequenas, mas contínuas melhoras quando a criança
e a família estão bem assistidas. Geralmente, apresentam QI abaixo de 25.
Gravidade da dependência

Essa classificação é proposta pela Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) e é determinada conforme a
gravidade e avaliada por testes psicométricos, sendo dividida em quatro níveis.
3.1 Leve
Esses indivíduos possuem QI entre 55 e 69 e apresentam uma aprendizagem
lenta; porém, têm plena capacidade para realizar tarefas escolares e da vida cotidiana
(GIMENEZ, 2008). Nascimento e Szmanski (2013) apontam que esse grupo

representa o maior segmento em torno de 85% das pessoas com deficiência
intelectual e desenvolve habilidades sociais e de comunicação.
3.2 Moderada
Gimenez (2008) sublinha que as pessoas com deficiência intelectual moderada
têm considerável atraso, o que acarreta, na maioria dos casos, problemas como
Deficiência intelectual motores visíveis. O mesmo autor destaca que, por outro lado,
esses indivíduos têm facilidade na inserção social na família, em hábitos higiênicos,
na escola e na comunidade. Esse grupo consiste em 10% da população das pessoas
com deficiência intelectual, que, quando orientadas na infância, encontram menos
dificuldades (NASCIMENTO; SZMANSKI, 2013), podendo, assim, ter atitudes mais
elaboradas. O QI dessas pessoas varia entre 40 e 54.
3.3 Grave ou severa
As pessoas com deficiência intelectual grave ou severa, geralmente,
apresentam distúrbios ortopédicos e sensoriais. Também possuem grandes
dificuldades na comunicação e na mobilidade. Podem alcançar resultados ao exercer
atividades condicionadas e repetitivas, desde que supervisionadas (GIMENEZ, 2008).
O QI desse grupo varia entre 25 e 39, e esses indivíduos constituem em torno de 3%
a 4% das pessoas com deficiência intelectual.
Nascimento e Szmanski afirmam que esses indivíduos apresentam: [...]
nenhuma fala comunicativa durante os primeiros anos da infância. Porém, na idade
escolar, aprendem a falar e, se treinados, adquirem habilidades de higiene. Quanto à
aprendizagem, familiarizam-se com o alfabeto, contagem simples e podem, também,
reconhecer algumas palavras fundamentais à sobrevivência; sentadas, sem cair
(NASCIMENTO; SZMANSKI, 2013, p. 5).
3.4 Profunda
Essas pessoas apresentam QI abaixo de 24 e, frequentemente, apresentam
problemas físicos aliados à deficiência intelectual, além de graves problema

sensoriais, como fala e audição, e ortopédicos (deformação da estrutura corporal).
Indivíduos com deficiência intelectual profunda apresentam dependência completa e
grandes limitações referentes à aprendizagem, segundo Gimenez (2008).
Nascimento e Szmanski (2013) destacam a necessidade de que outra pessoa
assuma os cuidados e supervisione essas pessoas para a execução de tarefas
simples, como higiene e comunicação. Esse grupo consiste em torno de 1% a 2% dos
indivíduos com deficiência intelectual.
3.5 Síndrome de Down
Síndrome de Down é caracterizada pela existência de 47 cromossomos no
lugar de 46 em cada uma das milhões de células existentes no organismo. Tal
mutação e o material genético contido nos cromossomos desempenham um
importante papel na determinação de características como deficiência intelectual
variável, que pode causar hipotonia muscular e frouxidão articular, frequentemente
associada a uma alteração morfológica facial característica, além de problemas
cardíacos, gastrointestinais, neurossensoriais ou endócrinos (KOZMA, 2007).
3.6 Síndrome do X frágil
A síndrome do X frágil é causada por um problema genético no cromossomo X
que provoca alterações comportamentais e de aprendizado. Pode acontecer em
homens e mulheres, mas nos homens a manifestação da doença é mais grave.
Síndrome do X frágil: é o principal distúrbio genético que causa deficiência
intelectual de forma hereditária e a segunda maior causa genética, de
desenvolvimento, incluindo dificuldades de aprendizagem e deficiência cognitiva.
Geralmente, os indivíduos com essa condição apresentam atraso no desenvolvimento
da fala e da linguagem e também podem apresentar ansiedade e comportamento
hiperativo, como inquietação ou ações impulsivas. Além disso, podem ter transtorno
de déficit de atenção (TDAH) e apresentar características do transtorno do espectro
do autismo, que afetam a comunicação e a interação social. O cromossomo frágil
apresenta uma distorção entre os demais cromossomos (Figura 1) (ARAÚJO, 2015).

Figura 1 – Cromossomo FMR1

Fonte: https://www.eudigox.com.br/

3.7 Síndrome de Angelman
A síndrome de Angelman, também conhecida como “síndrome da boneca feliz”,
é causada por uma anomalia em um gene transmitido pela mãe. A maioria dos casos
dessa síndrome ocorre quando uma parte do cromossomo 15 materno é apagada.
Trata-se de uma perturbação neurológica que proporciona atraso mental, alterações
do comportamento e algumas características físicas distintivas.
Afeta o desenvolvimento físico e mental, que é gravemente atrasado, e a fala é
ausente. Normalmente, as pessoas que apresentam síndrome de Angelman têm
como problema mais grave acometimentos epilépticos, perturbação do sono, do
movimento e problemas na marcha, com pernas rígidas, braços levantados e joelhos
e cotovelos fletidos, hipotonia do tronco e ataxia, podendo perder a sua capacidade
de andar, e motricidade grossa e fina atrasada (MATOS, 2013).

3.8 Síndrome de Williams
A síndrome de Willimans é considerada uma doença rara que traz como
características as constrições e alterações vasculares, especialmente próximas ao
coração, bem como características faciais peculiares, como fronte alargada,
depressão temporal, hipoplasia malar — desenvolvimento defeituoso dessa região
—, edema supraorbitário, nariz curto e arrebitado, com a ponte nasal deprimida e
filtro longo, lábios espessos e queixo pequeno, bem como estrabismo, baixa estatura,
atraso no desenvolvimento motor e na fala (SUGAYAMA, 2001).
3.9 Síndrome de Prader-Willi
Síndrome de Prader-Willi: doença hereditária rara que influencia no
desenvolvimento do cérebro. No período neonatal e na primeira infância, as
alterações mais prevalentes são: hipotonia, que melhora habitualmente entre os 8 e
os 11 meses, dificuldade de sucção, dismorfia craniofacial, mãos e pés pequenos,
hipogenitalismo, atraso de desenvolvimento psicomotor, que se apresenta muitas
vezes depois dos dois anos, assim como alterações psicológicas (BEXIGA et al.,
2010).

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2004.

DIEHL, R. M. Jogando com as Diferenças: jogos para crianças e jovens com
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