AULA 10 – AS CONQUISTAS MARÍTIMAS PROF. MARLON FONSECA
IDADE MODERNA GRANDES NAVEGAÇÕES PORTUGAL ESPANHA INGLATERRA FRANÇA HOLANDA MERCANTILISMO AULA 10 – AS CONQUISTAS MARÍTIMAS
GRANDES NAVEGAÇÕES CONTEXTO Nos séculos XII e XIII, o comércio com as especiarias do Oriente era muito lucrativo e era monopolizado pelas cidades italianas . O mar mediterrâneo era a rota desse comércio e Constantinopla era exercia a função de entreposto comercial. Nos fins da idade média, com a crise do século XIV , ocorreu uma grave queda na produção agrícola somado a falta de metais preciosos para a cunhagem de moedas RESULTADO: CRISE COMERCIAL – “CRISE PRÉ CAPITALISTA.” 3
Era necessário a busca por metais preciosos para a cunhagem de moedas . E com isso explorar o comércio em outras regiões e expandir a fé católica que via na expansão marítima a possibilidade de amentar o número de fiéis . E nesse contexto, para quebrar o monopólio das cidades italianas , para se livrar dos impostos cobrados pelos turcos otomanos, para ampliar o comércio com novas rotas , para buscar metais preciosos e para expandir a fé católica. Portugal , que já havia passado por um processo de centralização se lança ao mar, dando início ao processo de EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPÉIA. 4 SITUAÇÃO
p PORTUGAL foi o primeiro país da Europa a desenvolver condições necessária para esse empreendimento. Possuía um governo centralizado, dominava técnicas de navegação, uma localização geográfica privilegiada, o apoio do clero e uma burguesia financiadora. Outros países se atrasaram nas navegações por problemas internos. ESPANHA : Vai iniciar o processo de navegação após expulsar os mouros de Granada em 1492. INGLATERRA e FRANÇA estavam envolvidas na GUERRA DOS 100 ANOS, o que atrasou a centralização política e o desenvolvimento econômico necessários às navegações. 5 INÍCIO
O PIONEIRISMO PORTUGUÊS Portugal promoveu uma aliança entre sua nascente burguesia mercantil e o novo Estado Nacional ali consolidado. Desde o reino de Dom João I, Portugal sofreu uma uniformização tributária e monetária capaz de ampliar os negócios da burguesia e fortalecer economicamente a Coroa. Nessa época, as especiarias orientais eram de grande valia e procura no mercado Europeu. Desde o século XII, a entrada dos produtos orientais se dava pelo monopólio exercido pelos comerciantes italianos e árabes.
A ESCOLA DE SAGRES Visando superar a dependência para com esse dois atravessadores , Portugal busca uma nova rota que ligue diretamente os comerciantes portugueses aos povos do Oriente. Dom Henrique (1394-1460), príncipe português, reuniu, na cidade de Sagres , vários navegantes, cartógrafos, marinheiros e cosmógrafos. Objetivando contornar o continente Africano, o século XV assistiu ao desenvolvimento da expansão marítima de Portugal.
1415 - Tomada de Ceuta - Início das expedições. 1420 - João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo descobrem a Ilha da Madeira. 1434 - Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador, ao sul das Ilhas Canárias, abrindo caminho para a colonização de parte da África e a busca de ouro e escravos. 1456 - Descoberta de Cabo Verde por Diogo Alves. 1488 - Bartolomeu Dias quebra o tabu e dobra o Cabo da Boa Esperança, caminho temido pelos viajantes, porém, essencial para a chegada às Índias. 1498 - Vasco da Gama chega a Calicute, litoral sudoeste da Índia. 1500 - Pedro Álvares Cabral, acreditando ter chegado às Índias, descobre o Brasil. PIONEIRISMO PORTUGUÊS
NAVEGAÇÕES ESPANHOLAS Enquanto Portugal buscava um caminho para o Oriente, a Espanha conquistava Granada, o último reduto mouro na Península Ibérica, em 1492 consolidando, assim, o estado moderno Espanhol. A Espanha estava pronta para entrar no expansionismo marítimo em busca de riquezas. CRISTÓVÃO COLOMBO , navegador genovês, apresenta aos reis espanhóis Fernando de Aragão e Isabel de Castela, um projeto de navegação para atingir a Índia. Baseando-se na ideia de que a terra é redonda, Colombo pretendia atingir o oriente navegando pelo ocidente.
E assim, com três caravelas (SANTA MARIA, PINTA E NIÑA), Colombo e sua tripulação partem do porto de Palos , na Espanha em 3 de agosto de 1492. Em 12 de outubro de 1492 Colombo desembarcou na ilha de GUANAANI , na atual América Central, mas como pensou ter chegado a Índia, chamou de índios os diferentes povos que habitavam essas terras há milhares de anos. O engano de Colombo foi desfeito anos depois, quando o navegador AMÉRICO VESPÚCIO comprovou que o continente encontrado era novo para os europeus o chamado NOVO MUNDO. NAVEGAÇÕES ESPANHOLAS
Após a chegada de Colombo à América, os reis da Espanha apressaram-se para garantir seus direitos de posse sobre a nova terra e para isso, contam com a ajuda do papa espanhol ALEXANDRE VI. Em 4 de maio de 1943 é assinada a BULA INTER COETERA estabelecendo que as terras da américa seriam divididas entre PORTUGAL E ESPANHA . Um meridiano situado a 100 léguas a oeste das ilhas do Cabo Verde seria a linha divisória dessas terras. As terras a leste dessa linha ficaram para a Espanha e o oeste para Portugal. Portugal não aceitou esse tratado e em 1494 é assinado um novo tratado o de TORDESILHAS . Por meio desse tratado se traçaria uma nova linha imaginária a 370 léguas a oeste das ilhas do cabo Verde. As terras a oeste dessa linha ficaram com a Espanha e as terras a leste para Portugal. O mundo descoberto foi assim dividido entre portugueses e espanhóis. DISPUTA
TRATADOS PORTUGAL X ESPANHA
CRONOLOGIA DAS NAVEGAÇÕES ESPANHOLAS 1499 , a expedição comandada pelo navegador espanhol Alonso de Ojeda alcança a foz do rio Orinoco e chega a Ilha de Margueritta (atual Venezuela). 1500 , Vicente Iañes Pinzón chega a região do rio Amazonas (Brasil) que é chamado por ele de “Mar Doce”. 1500 , o conquistador espanhol Diogo Velasquez conquista a ilha de Cuba. 1512 o conquistador espanhol Juan Ponce de León conquista a região da Flórida (região sul dos Estados Unidos). 1513 , o navegador espanhol Vasco Nunez de Balboa fez o périplo de 30 dias que culminou na descoberta do “Mar do Sul”, que foi chamado de Oceano Pacífico. 1516 , o navegador espanhol Juan Diaz de Solís atinge o rio da Prata. 1519 começa a primeira viagem de circum-navegação (viagem de volta ao mundo), comandada pelo navegador português (a serviço da Espanha) Fernão de Magalhães. A viagem terminou somente em 18 de setembro de 1522, sob o comando de Juan Sebastián Elcano , pois Magalhães tinha sido morto após um ataque de indígenas no ano anterior.
NAVEGAÇÕES FRANCESAS, INGLESAS E HOLANDESAS No entanto outros reis de outras nações como INGLATERRA E FRANÇA não aceitam essa divisão. O rei francês FRANCISCO I dizia desconhecer o TESTAMENTO DE DEUS que dividia o mundo entre ESPANHA e PORTUGAL , passando a defender a teoria do UTI POSSIDETIS , ou seja, o direito é de quem exerce a posse da terra. Inglaterra e França de atrasaram no processo de expansão marítima devido, principalmente a guerra dos 100 anos , que atrasou a centralização política e causou grandes gastos econômicos.
Em 1497, navegando a serviço da INGLATERRA GIOVANNI CABOTO tentou em vão descobrir uma passagem para o oriente pelo extremo norte. Em 1534 o navegador francês JACQUES CARTIER explorou a região do atual Canadá , navegando pelo rio São Lourenço. Na época, tanto ingleses quanto franceses praticavam a pirataria, erguendo várias feitorias na África e Ásia. A HOLANDA lançou-se ás navegações só no final do século XVI, mas , em poucas décadas, conquistou áreas ricas em especiarias em diversos continentes: região do Cabo ( África );Java, Ceilão e Ilhas Molucas ( Ásia );Nova Amsterdã (América do norte); Antilhas e nordeste do Atual Brasil ( américa central e do sul ). NAVEGAÇÕES FRANCESAS, INGLESAS E HOLANDESAS
MERCANTILISMO “ORIGEM” Após a expansão marítima europeia verificou-se um aumento das relações comerciais não só com o oriente , mas também com a recém descoberta da América e com a costa da África . Esse processo ficou conhecido como Revolução Comercial e só possível devido à centralização do poder político através do absolutismo monárquico. Retomando a formação do absolutismo que se constrói a partir da união entre realeza e burguesia ,o mercantilismo, de forma sintética, pode ser definido como a política econômicas dos Estados Nacionais Absolutistas .
CONCEITO Conjunto de práticas econômicas que vão caracterizar o moderno estado europeu entre do século XV ao XVIII. Prática econômica típica dos estados modernos absolutistas. Sistema econômico desenvolvido na Europa durante a idade moderna, na qual o estado intervém totalmente na economia, com a finalidade de fortalecer o estado nacional e o poder dos reis.
Forte INTERFERÊNCIA ESTATAL devido às características centralizadoras do Estado Moderno. Enquanto prática econômica que visa à sustentação e a riqueza do governo, o ACÚMULO DE METAIS PRECIOSOS é sinônimo de riqueza nacional. Para atingir a acumulação de metais preciosos é adotada a política da BALANÇA COMERCIAL FAVORÁVEL , isto é, manter os índices de exportação maiores que os de importação. Para que isso acontecesse, políticas pautadas no PROTECIONISMO da economia nacional visavam dificultar o acesso a produto importado. Os novos territórios e mercados sofrerão também a interferência estatal através do SISTEMA COLONIAL que garante a exclusividade da exploração de mercados e matérias primas por parte do estado absolutista. CARACTERÍSTICAS
O SISTEMA COLONIAL O conjunto de práticas protecionistas e intervencionistas nos novos territórios coloniais é denominado de sistema colonial. A colônia era tida como fornecedora de matérias primas visando complementar a economia da metrópole através do pacto colonial. A formação dos impérios coloniais era costurada com pesada carga tributária e o impedimento do desenvolvimento autônomo da colônia .
COLONIAS DE POVOAMENTO Economia autônoma e auto-suficiente; Agricultura policultura e organizada em minifúndios; Produção manufatureira e comercial voltada também ao mercado interno; Mão de obra livre baseada no trabalho familiar; Política independente da metrópole.
A América Latina foi colonizada em sua grande maioria territorial pela Espanha e Portugal pelo modelo da exploração . Economia dependente e complementar à metrópole; Agricultura monocultora e latifundiária (“plantation”); Domínio político pela metrópole . COLONIAS DE EXPLORAÇÃO
TIPOS DE MERCANTILISMO As características de cada nação absolutista e suas especificidades vão influir na maneira de como as políticas mercantilistas serão aplicadas. Portanto, é correto afirmar que, o mercantilismo não foi um modelo único aplicado nas várias regiões da Europa .