Aula 2 História da Ética_34f0ffd96584a2aaeda4d0a90db29e49.pptx
KarenFlores191955
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Aulas sobre ética, slide pronto
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História da Ética Psicologia Prof.a Ms. Tatiana Volpato
O que é ética? O que vem à sua mente quando ouve “ética” em Psicologia?
Importância da ética para a Psicologia a) Fundamento do exercício profissional A ética garante que o fazer psicológico seja orientado pelo respeito à dignidade humana, autonomia, sigilo, responsabilidade e compromisso social. O Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP, CFP, 2005) estabelece que : “O psicólogo baseará seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano.” Esses princípios são essenciais para: proteger os sujeitos atendidos; orientar condutas em situações de conflito; preservar a credibilidade da profissão. “bússola” para a prática
Importância da ética para a Psicologia Contexto histórico e político O código de ética reflete compromisso da Psicologia brasileira com os Direitos Humanos , especialmente após a ditadura militar (1964–1985). Nesse período, psicólogos foram chamados a repensar a função social da profissão, que muitas vezes tinha sido usada para fins de controle social. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) , criado em 1971 , só nos anos 1980 consolidou um código ético com forte base nos princípios democráticos e nos direitos fundamentais. Assim, os valores de liberdade, dignidade, igualdade e integridade surgem não como ideias abstratas, mas como respostas a uma história de exclusões, violências e desigualdades sociais .
Importância da ética para a Psicologia Contexto histórico: O primeiro Código de Ética do Psicólogo surgiu em 1975, logo após a regulamentação da profissão (1962 ). E sse código refletia muito mais uma lógica corporativa e normativa , com foco em regras técnicas e disciplinares, do que um compromisso explícito com direitos humanos . Ditadura militar ( 1964–1985 ) , o que limitava qualquer avanço democrático O Conselho Federal de Psicologia começou a se posicionar publicamente contra a tortura, a favor dos direitos humanos e do compromisso social da Psicologia . Fim da ditadura, trouxe à tona debates sobre liberdade, cidadania, democracia e justiça social A Constituição de 1988 incorporou fortemente os direitos fundamentais. Déc . De 80 - Movimentos de psicologia social comunitária , psicologia escolar crítica e o debate sobre a Reforma Psiquiátrica pressionaram a profissão a assumir um compromisso ético com a transformação social . O Conselho Federal de Psicologia começou a se posicionar publicamente contra a tortura, a favor dos direitos humanos e do compromisso social da Psicologia . O novo Código de Ética Profissional do Psicólogo (aprovado em 1987, depois revisado em 2005)
1. Liberdade Não é apenas “ausência de restrição”, mas a possibilidade do sujeito ser e se expressar de forma autêntica . Para o psicólogo, significa: promover autonomia nas escolhas do cliente/paciente; não manipular decisões; respeitar crenças, culturas e identidades, ainda que diferentes das suas. 2. Dignidade Deriva da filosofia kantiana: o ser humano é fim em si mesmo, nunca meio . Implica reconhecer o valor intrínseco de cada pessoa, independentemente de condição social, raça, gênero, orientação sexual, deficiência etc. Para o psicólogo: não reduzir o outro a um diagnóstico; não explorar vulnerabilidades emocionais; combater práticas discriminatórias. 3. Igualdade Está ligada ao princípio da justiça social . No Brasil, ganha relevância diante das desigualdades históricas (raciais, econômicas, de gênero). Para a prática psicológica: atender todos com o mesmo respeito e compromisso, seja em consultório particular, CAPS ou CRAS; reconhecer desigualdades estruturais e não culpabilizar o indivíduo por elas; lutar contra práticas de exclusão (racismo, machismo, LGBTfobia ). 4. Integridade Remete à coerência entre pensamento, discurso e prática . Para o psicólogo, significa atuar com honestidade, transparência e responsabilidade técnica : não prometer o que não pode cumprir; respeitar os limites da ciência e da prática psicológica; manter sigilo profissional, salvo em situações previstas em lei (risco de vida, violência). Pilares da Psicologia ética
Importância da ética para a Psicologia Implicações na prática Implicações práticas no dia a dia do psicólogo Na clínica: manter sigilo, respeitar o ritmo do paciente, não impor valores pessoais. Na escola: não patologizar comportamentos sem considerar contexto social e cultural. No CAPS: equilibrar cuidado e liberdade em situações de crise, evitando práticas coercitivas desnecessárias. Na empresa: não usar testes psicológicos como instrumentos de exclusão sem responsabilidade social. Nas redes sociais: evitar exposição sensacionalista ou comercialização da Psicologia como “produto milagroso”.
Importância da ética para a Psicologia Implicações na prática A prática psicológica envolve vínculos, escuta, confiança e exposição da subjetividade. Isso exige posturas éticas firmes para: não manipular a vulnerabilidade do outro; evitar relações abusivas de poder; acolher a singularidade sem julgamento moral. Responsabilidade social A Psicologia tem um compromisso com a transformação social . Isso implica uma ética que não se limita à relação individual, mas que também se posiciona frente a injustiças, desigualdades, racismo, machismo, LGBTfobia e outras formas de violência.
Importância da ética para a Psicologia D ia a dia do psicólogo a ) Tomada de decisões em dilemas reais A ética não é só um conjunto de normas; ela se expressa em decisões práticas diante de dilemas como: romper o sigilo em casos de risco? como lidar com pacientes que se apaixonam pelo terapeuta? atender alguém que conheço pessoalmente? denunciar situações de violência mesmo sem autorização do paciente? Essas situações exigem reflexão ética, sensibilidade e, muitas vezes, supervisão profissional. b) Postura ética como atitude cotidiana Além de respeitar regras formais, a ética também se manifesta na atitude do psicólogo: escuta empática, não julgamento, respeito aos limites do outro, cuidado com a linguagem, clareza de papéis, etc. c) Ética digital e novas tecnologias A atuação online exige novas formas de cuidado ético: privacidade nas plataformas digitais; consentimento informado; limites na exposição em redes sociais.
A ética pelo senso comum a) Imagem idealizada do psicólogo No imaginário popular, o psicólogo muitas vezes é visto como: neutro , imparcial, sábio; alguém que "nunca pode errar"; detentor de um "código moral superior" . Isso pode gerar idealizações e até receios: “ O psicólogo vai me julgar?”, “ Ele está me analisando o tempo todo ?”, “Não posso ser amigo de um psicólogo, porque ele vai me decifrar.” b) Confusões comuns Há também distorções ou confusões éticas no senso comum: achar que o psicólogo pode dar conselhos diretos ou dizer o que a pessoa deve fazer ; desconsiderar a importância do sigilo profissional ; não entender por que o psicólogo não pode atender parentes, amigos ou colegas . Essas percepções exigem educação ética e esclarecimento público , papel que também cabe ao psicólogo. Desconstruir falsas idealizações
História da Ética Origem da Ética Origem O estudo da ética, em linhas gerais, compreende um ramo da filosofia que estuda a ação humana a partir dos diferentes princípios e valores que a orientam. Estes valores estão associados ao que consideramos bom, justo ou correto, e variam de sociedade para sociedade. Etimologia da palavra A palavra ética tem origem do grego “ ethos ”, que significa “costume”, “caráter” ou “modo de ser ”. Sob alguns aspectos, a palavra ética é considerada sinônimo de “moral”, que vem do latim “ mos ” ou “mor”, e possui, na origem da palavra, o mesmo significado. Mas afinal, moral e ética são a mesma coisa?
História da Ética Ética X Moral A ética é um ramo da filosofia que estuda os princípios que regem a ação dos homens. Em outras palavras, ela analisa os valores por trás das ações humanas. A moral , por sua vez, consiste justamente nesses valores : pode ser definida como o conjunto de regras que determinam os comportamentos. Apesar dos dois termos serem vistos como sinônimos de “agir bem” ou “agir corretamente”, ética e moral não são necessariamente a mesma coisa. De certa forma, a ética é uma reflexão sobre a moral. Sobre a relação entre elas, é importante destacar : Enquanto a ética oferece uma reflexão crítica acerca da moral, é a moral que dá base para a existência da própria ética . Qualquer mudança na moral (ou seja, nos valores de um determinado grupo social), interfere diretamente na ética (ou seja, nas reflexões acerca dos comportamentos deste grupo). Justiça, Respeito, Responsabilidade, Liberdade...
Sociedade História da Ética Ética X Moral Para entender a relação: Moral → diz o que se deve ou não fazer, de acordo com costumes. Ética → reflete criticamente sobre esses costumes e busca justificá-los ou transformá-los. Exemplo : Moral: “Homem não chora.” Ética: “Reprimir o choro masculino é justo? Quais consequências isso traz para a saúde emocional?” Ética Pessoa Personalidade moral Moral = conjunto de valores e regras internalizadas (que moldam a personalidade). Ética = filtro crítico e social (que analisa, avalia e transforma esses valores).
História da Ética Na Antiguidade Ligado à filosofia, o conceito de ética surge na Grécia Antiga durante o século V a.C. Em um contexto de intensa reflexão a respeito das regras de convívio social , os pensadores gregos buscavam entender o funcionamento do regime de comportamento humano. Na Antiguidade, ética compreendia o estudo das formas de se alcançar a felicidade, plenitude e o “bem viver ”. Séc. V, VI a.C O primeiro filósofo a tratar da ética foi Aristóteles . Aristóteles, em sua obra "Ética a Nicômaco ", sistematizou e desenvolveu um pensamento ético abrangente, ligando a ética à virtude , à felicidade e à busca pelo bem Sócrates , embora não tenha sistematizado a ética como Aristóteles, é reconhecido por sua ênfase na importância da ética para a vida humana e pela sua investigação sobre o que é justo e bom . Ele defendia que o conhecimento do bem leva à prática do bem, e que a ignorância é a causa do mal.
História da Ética Ética aristotélica Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) foi o primeiro filósofo a tratar da ética como uma área própria do conhecimento, sendo considerado o fundador da ética como uma disciplina da filosofia . Para o filósofo, tudo tende para o bem e a felicidade é a finalidade da vida humana. Entretanto, a felicidade não deve ser compreendida como prazer, posse de bens ou reconhecimento. A felicidade é a prática de uma vida virtuosa. O ser humano, dotado de razão e capacidade de realizar escolhas, é capaz de perceber a relação de causa e efeito de suas ações e orientá-las para o bem. Percepção de CAUSA E EFEITO A ética opera no campo do possível, tudo aquilo que não é uma determinação da natureza, mas depende das deliberações, escolhas e da ação humana. Ele propõe a ideia da ação guiada pela razão como um princípio fundamental da existência ética. Desse modo, a virtude é o "bem agir" baseado na capacidade humana de deliberar, escolher e agir . A prudência como condição de todas as virtudes Aristóteles afirma que entre todas as virtudes, a prudência é uma delas e a base de todas as outras. A prudência encontra-se na capacidade humana de deliberar sobre as ações e escolher, baseado na razão, a prática mais adequada à finalidade ética, ao que é bom para si e para os outros. Só a ação prudente está de acordo com bem comum e pode conduzir o ser humano a seu objetivo final e essência, a felicidade.
História da Ética Na Idade Média Na Idade Média a filosofia foi dominada pelo cristianismo e pelo islamismo, fazendo com que a ética estudasse uma moral baseada na interpretação dos mandamentos e preceitos religiosos. A queda do Império Romano e a ascensão da Igreja deram à religião cristã enorme influência cultural, política e moral. A ética se tornou profundamente ligada à teologia e ao conceito de vida após a morte. O centro da reflexão era: como viver bem para salvar a alma? "Idade das Trevas“ do século V ao XV . 1. Centralidade da religião A ética era entendida como um caminho para a salvação . O bem e o mal eram definidos pela relação com a vontade divina. O pecado, a confissão, a virtude e a caridade tornaram-se categorias fundamentais. 2. Ética das virtudes cristãs Inspirada em Platão e Aristóteles, mas reinterpretada no cristianismo. 3. São Tomas de Aquino e Santo Agostinho, tentaram resgatar os conceitos, sob o olhar do cristianismo. 4. Dimensão comunitária A ética medieval tinha forte dimensão social: obedecer à ordem estabelecida, respeitar hierarquias (rei, Igreja, família). A desobediência não era só um problema político, mas também moral e religioso.
História da Ética Ética Kantiana Immanuel Kant (1724–1804) viveu no auge do Iluminismo , período em que a razão, a ciência e a liberdade eram valorizadas como bases para o progresso humano. Ética é uma resposta à busca por princípios universais e racionais , que não dependam de religião, cultura ou inclinações pessoais. A ética kantiana, é centrada no conceito de dever e na autonomia da razão. Para Kant, a moralidade de uma ação não reside em suas consequências, mas na intenção por trás dela, baseada no cumprimento do dever e na aplicação de um imperativo categórico: "Age apenas segundo uma máxima tal que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal“. Kant. Ele queria responder à pergunta: “O que torna uma ação moralmente correta?” Situação: Um amigo pede para você mentir ao professor, dizendo que ele estava doente, quando na verdade faltou à aula por preguiça. Pela ética kantiana → mesmo que pareça “ajudar”, a mentira nunca pode ser universalizada sem destruir a confiança entre as pessoas. Logo, deve-se dizer a verdade.
História da Ética Ética Kantiana 1. Boa Vontade: a única coisa que é boa em si mesma é a boa vontade — a disposição de agir pelo dever, não pelos resultados ou interesses . 2. Dever: A moralidade não se baseia em sentimentos, desejos ou consequências, mas no respeito à lei moral . Fazer o certo porque é certo, não por conveniência. 3. Imperativo Categórico: antes de agir, pergunte-se : “Se todo mundo agisse assim, seria bom ou justo?” Exemplo: mentir para se livrar de um problema se todos mentissem, a confiança acabaria → logo, não é moral . 4. Autonomia e dignidade: Cada pessoa tem dignidade por ser racional e livre. Portanto , ninguém deve ser instrumentalizado.
História da Ética F im da Idade Média Entre os séculos XIV e XVIII, com o fim da Idade Média, os temas éticos da Antiguidade foram retomados. Agora , a ética teria base no pensamento humano e não em tradições religiosas. Mais uma vez, a ética voltaria a ser entendida como um meio de se alcançar a felicidade e o bom convívio social . A ética passa a trilhar novos rumos — deixando de estar ligada quase exclusivamente à religião ou à natureza humana fixa, e se diversificando conforme os contextos históricos.
História da Ética A partir do século XIX, a ética deixa de buscar apenas fundamentos universais e começa a dialogar mais com: a ciência moderna (biologia, sociologia, psicologia); a crítica social (revoluções, industrialização, desigualdade); o sentido da vida individual em meio a rápidas mudanças culturais. O eu e o outro: A ética nasce no encontro com o outro A ética e a moralidade pressupõe que o comportamento humano deve buscar o bem estar de todos os indivíduos que integram o grupo. Para a formação desse código moral é crucial que haja: Consciência de si – O indivíduo deve ter consciência de seu “eu”, aquilo que forma sua identidade. Além da consciência de suas limitações, possibilidades e, principalmente, das consequências de suas ações. Consciência de outro – Saber os limites de sua identidade, até onde vai aquilo que o compõe como indivíduo, implica conhecer o outro, reconhecer o outro como indivíduo também e conhecer a fronteira que os separa. Modernidade
História da Ética Ética e ciência Desde o Renascimento que o ser humano é o princípio que norteia a organização social e a produção de conhecimento . Com o advento da Revolução Científica e com o Iluminismo , a razão impulsiona a humanidade rumo ao desenvolvimento tecnológico. Esse fenômeno faz surgir uma subárea da ética, chamada bioética . Esse campo de discussão é uma interseção entre filosofia e ciências da saúde. Sua principal questão é: quais os limites devemos impor ao avanço tecnológico e a ciência, principalmente na possibilidade produzir transformações naquilo que concebemos como ser humano. Vários temas importantes estão sob a ação desse ramo da ética, tais como: Eutanásia; Aborto; Clonagem; transplantes de órgãos; alimentos geneticamente modificados; experimentos em humanos e animais; suicídio; fertilização in vitro etc.
História da Ética Tendências contemporâneas (século XXI) Bioética: dilemas da medicina, biotecnologia, fim da vida, inteligência artificial. Ética ambiental e intergeracional : cuidado com o planeta, sustentabilidade, responsabilidade intergeracional . Ética decolonial : crítica às éticas eurocêntricas, valorização de saberes indígenas, africanos e latino-americanos. Ética do cuidado: valorização da empatia, da interdependência e das relações humanas, contrapondo-se à ética centrada apenas em regras abstratas . Ética digital: A chegada das redes sociais, big data e IA exige reflexão sobre privacidade, identidade, manipulação e exposição de dados.
“A ética não é só uma teoria que estudamos no passado. Ela é a arte de decidir quem queremos ser e que mundo queremos construir no presente. Como futuros psicólogos, cada encontro com um paciente, uma criança, uma comunidade ou mesmo uma postagem em rede social é uma decisão ética. Por isso, conhecer essa história é também conhecer nossas próprias escolhas.”
Atividade “Jogo dos Dilemas Éticos ” Cada grupo discute: Qual o dilema ético envolvido? Que princípios ou valores estão em conflito? O que fariam e por quê?