Aula Especial 1 - 2Sem - 18-08 - Repertórios-Distopias e Tema Extra ISA E RAFA.pdf

Ll

1. REDAÇÃO
2025
Vamos falar de sociedades ótimas de se
viver?

2. DISTOPIAS LITERÁRIAS

3. “1984” – GEORGE ORWELL
O protagonista é Winston Smith. Funcionário do
Departamento de Documentação do Ministério
da Verdade, um dos quatro ministérios que
governam Oceânia, sua função é falsificar
registros históricos, a fim de moldar o passado à
luz dos interesses do presente tirânico (prática,
aliás, comum na União Soviética). A opressão era
física e mental. A Polícia das Ideias atuava como
uma ferrenha patrulha do pensamento. Relações
amorosas estavam entre as muitas proibições.
Nesse cenário de submissão onde não há mais
leis, mas sim inúmeras regras determinadas pelo
Partido, ninguém nunca viu o Grande Irmão em
pessoa.

4. “1984” – GEORGE ORWELL
Uma sacada genial do autor: o tirano mais
amedrontador é também aquele mais
abstrato. Winston detesta o sistema, porém
evita desafiá-lo além das páginas de seu
diário. Isso muda quando se apaixona por
Júlia, funcionária do Departamento de Ficção.
O sentimento transgressor o faz acreditar
que uma rebelião é possível. Mas combater o
regime não é nada fácil. Enredada numa
trama política, a “reeducação” dos amantes
será brutal.

5. “1984”
VIGILÂNCIA EXTREMA
O Estado controla a vida dos
cidadãos por meio das
teletelas, que funcionam
tanto como televisão quanto
como câmeras, monitorando
cada gesto e expressão para
identificar possíveis
“ameaças” à nação.

6. “1984”
MANIPULAÇÃO
DA VERDADE
O “Ministério da Verdade”
reescreve registros
históricos
constantemente,
apagando e alterando
fatos para adequá-los à
versão oficial do Partido.

7. “1984”
MANIPULAÇÃO DA VERDADE
Por mais que vivam de modo miserável, o
“Ministério da Pujança”, responsável pelo
gerenciamento econômico, faz com que todos
acreditem viver de modo farto;
Pessoas com medo são mais manipuláveis, então, o
“Ministério da Verdade” fabrica as supostas guerras
do país, enquanto o “Ministério da Paz” fabrica
novas armas e mantém o suposto conflito aceso.

8. “1984”
CULTO AO PODER ABSOLUTO
O Grande Irmão é a figura máxima de autoridade,
simbolizando a onipresença do Estado e o
esmagamento da individualidade. Caso alguém
demonstre pensamentos rebeldes, é submentido a
torturas e lavagem cerebral pelo “Ministério do
Amor” até se “corrigir.”

9. “1984”
LÍNGUA COMO FORMA DE
MANIPULAÇÃO
A criação da Novilíngua reduz o vocabulário,
limitando a capacidade de formular pensamentos
críticos ou rebeldes.
Palavras como “liberdade” ou “felicidade” existem
apenas de forma limitada e desvalorizada;
Conceitos que poderiam gerar questionamento
ou rebelião são suprimidos ou tornam-se
ambíguos;
Assim, o indivíduo não consegue nem formular
plenamente a ideia de se opor ao Partido, porque
não há palavras precisas para expressá-la.

10. “1984”, DE GEORGE ORWELL (1949)
Romance que retrata um Estado totalitário que controla
todos os aspectos da vida dos cidadãos por meio da
vigilância constante, manipulação da linguagem e
supressão da individualidade.
Pontos de destaque: vigilância extrema; manipulação da
verdade; culto ao poder absolute; linguagem como
ferramenta de dominação.
Temáticas relacionadas: manipulação da informação e fake
news; vigilância digital; limites da liberdade em regimes
autoritários; manipulação social; importância da educação
plena; opressão policial; o que mais?

11. ALGUMA
DÚVIDA?

12. “ADMIRÁVEL MUNDO
NOVO” – ALDOUS HUXLEY
OprotagonistaéBernardMarx,umindivíduoque,
emborapertençaàelitecientíficadasociedade,se
sentedeslocadoeincomodadocomasnormas
rígidasdomundoemquevive.Anarrativasepassa
emumasociedadeaparentementeperfeita,naquala
estabilidadesocialégarantidapelocondicionamento
desdeonascimento,pelaengenhariagenéticaepelo
usodadrogasoma,quemantémtodosfelizese
conformados.Relaçõesfamiliareseafetivassãoquase
inexistentes,eosdesejosindividuaissãomoldados
paraserviraobemcoletivo.Bernard,noentanto,
questionaessesistemaartificialdefelicidadeepassaa
observarcomatençãoascontradiçõesdomundoao
seuredor.

13. “ADMIRÁVEL MUNDO
NOVO” – ALDOUS HUXLEY
SuavidamudaaoconhecerLeninaCrownee,
principalmente,John,o“Selvagem”,cujaeducação
evaloresdestoamradicalmentedaordemda
Capital.ApresençadeJohnexpõeaartificialidade
docontrolesocialecolocaBernarddiantede
dilemaséticoseemocionais,evidenciandoa
tensãoentreliberdadeindividualeestabilidade
imposta.Huxleyconstrói,assim,umareflexão
sobreprazer,poder,tecnologiaealienação,
mostrandoqueaperfeiçãoaparenteda
sociedadetemumpreço:aperdadahumanidade
edopensamentocrítico.

14. “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO”
SOCIEDADE MOLDADA PELO PRAZER,
CONSUMO E ENTRETENIMENTO
O condicionamento desde o nascimento e
a constante oferta de entretenimento e
bens fazem com que os indivíduos
aceitem sua posição sem questionar a
sociedade em que vivem.

15. “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO”
CONTROLE SOCIAL POR MEIO DA
MEDICALIZAÇÃO
O uso da droga soma garante felicidade
artificial e impede reflexões sobre
sofrimento, injustiça ou liberdade.
Sentimentos como a tristeza são inexistentes
à maioria da sociedade.

16. “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO”
ENGENHARIA GENÉTICA E
MOBILIDADE SOCIAL
Os bebês são todos gerados em
laboratório, no “Centro de Incubação e
Condicionamento”, que também os
condicona às suas futuras castas.
Curiosidade: a primeira fertilização in
vitro na história ocorreu mais de 40
anos depois do lançamento do livro, no
fim da década de 70, tornando esse o
aspecto mais visionário do autor.

17. “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO”
ENGENHARIA GENÉTICA E MOBILIDADE SOCIAL
A sociedade da obra é rigidamente hierarquizada em castas, que
determinam o papel e o destino de cada indivíduo desde o
nascimento. A engenharia genética e o condicionamento social
garantem que cada casta aceite naturalmente sua posição. As
principais castas são:
Alfas: os mais inteligentes e criativos, ocupam cargos de liderança
e tomada de decisão;
Betas: bem capacitados, trabalham em funções técnicas e
administrativas;
Gammas, Deltas e Épsilons: desempenham tarefas manuais ou
repetitivas, com menor capacidade intelectual, moldados para
aceitar subordinação e rotina sem questionar.

18. “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO”
VISÃO PEJORATIVA SOBRE OS “SELVAGENS”
Alguns poucos humanos não entraram no sistema e moram
nas chamadas “Reservas de Selvagens”. Nessas
comunidades, as pessoas vivem como nós -com menos
tecnologia, reproduzindo-se com sexo, sentindo as dores do
envelhecimento e tendo que conviver com a ocasional
tristeza sem a ajuda de remédios. Lá, os laços amorosos e
de amizade são mais estreitos.

19. “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO”, DE
ALDOUS HUXLEY (1932)
Mostra uma sociedade aparentemente estável e feliz, baseada no
consumo, no condicionamento social e no uso de drogas que
garantem conformidade e evitam sofrimento.
Pontos de destaque: sociedade moldada pelo prazer e consumo;
alienação pelo entretenimento e pela ciência; perda da liberdade;
falta de mobilidade social.
Temáticas relacionadas: consumismo; alienação social;
condicionamento social; estratificação social; medicalização da
vida; o que mais?

20. ALGUMA
DÚVIDA?

21. “FAHRENHEIT 451” – RAY
BRADBURY
OprotagonistaéGuyMontag,umbombeiroque,
emvezdeapagarincêndios,temcomofunção
queimarlivros,proibidosporqueestimulamo
pensamentocríticoeareflexãosobrea
sociedade.Montagviveemumasociedade
marcadapelasuperficialidade,pelaalienaçãoe
pelamanipulaçãodainformação,ondeatelevisão
eentretenimentosrápidossubstituemqualquer
debateoureflexãomaisprofunda.Casadocom
Mildred,queseentregacompletamenteao
consumoeàprogramaçãotelevisiva,Montag
começaaquestionarseutrabalhoeaprópriavida
quandopresenciaarepressãoeadestruiçãode
ideiasquepoderiamlibertaropensamento
humano.

22. “FAHRENHEIT 451” – RAY
BRADBURY
InspiradoporClarisse,umajovemcuriosae
sensível,elepassaaperceberainjustiçaea
opressãodosistema.Embuscadesentidoe
liberdade,Montagseenvolveemumaperigosa
jornadaderesistência,descobertae
preservaçãodoconhecimento.Bradbury
constrói,dessaforma,umacríticacontundente
àcensura,àalienaçãoeàbanalizaçãodo
pensamentocrítico,mostrandoquea
verdadeiraopressãonãoestáapenasnasleis,
mastambémnaindiferençaenapassividade
dasociedade.

23. “FAHRENHEIT 451”
ACEITAÇÃO DA OPRESSÃO
Diferentemente da maioria das distopias literárias, em
“Fahrenheit 451” o governo não precisou de muito
esforço para impor a censura. Os próprios cidadãos
decidiram abrir mão da liberdade em troca de uma
sociedade sem conflitos, focada nos prazeres do
entretenimento e do consumo. A vontade utópica de
viver sem tristeza (mesmo que à base de
antidepressivos) foi a ruína da sociedade.

24. “FAHRENHEIT 451”
CENSURA E DESTRUIÇÃO DO CONHECIMENTO
Os bombeiros, ao invés de apagarem incêndios,
queimam livros para eliminar ideias que possam gerar
reflexão crítica. Cidadãos inconformados com esse
controle tentam montar “bibliotecas ilegais”, mas que
são costumeiramente delatadas pelos próprios vizinhos.
Livros são vistos como perigosos porque trazem
complexidade, contradição e despertam
questionamentos sobre a vida.

25. “FAHRENHEIT 451”
ALIENAÇÃO SOCIAL
PELO
ENTRETENIMENTO
A população é absorvida
por programas televisivos
interativos, sem espaço
para discussões profundas
ou contato humano
verdadeiro.
O sonho de muitos é
conseguir colocar
televisões em todas as
paredes.

26. “FAHRENHEIT 451”
ALIENAÇÃO SOCIAL E IGNORÂNCIA
Com televisões extremamente tecnológicas e
interativas, as pessoas são facilmente condicionadas
a se entreterem e se informarem apenas com o
auxílio da tecnologia, que facilmente manipula
informações de acordo com os interesses do
governo, mantendo o povo ignorante.
- Nós costumávamos apagar incêndios?
- Essa é uma mentira clássica.

27. “FAHRENHEIT 451”
RESISTÊNCIA CULTURAL E SOCIAL
Os “homens-livros”, que decoram obras para transmiti-
las oralmente, simbolizam a resistência cultural diante
da censura. Eles têm a função de decorar um livro
inteiro, a fim de preservar o conhecimento caso todas
as cópias da obra sejam queimadas.
É uma tarefa que demanda dedicação: opor-se a um
sistema opressor não é tarefa simples.

28. “FAHRENHEIT 451 ”, DE RAY
BRADBURY (1953)
Ambientado em um futuro em que os livros são proibidos e
queimados para impedir o pensamento crítico, destacando o
papel da censura e da alienação na manutenção do controle
social.
Pontos de destaque: crítica à censura e ao anti-intelectualismo;
medo do pensamento crítico; importância da preservação do
conhecimento e da memória coletiva.
Temáticas relacionadas: censura e liberdade de expressão;
riscos da desvalorização da leitura; banalização do pensamento
crítico na era digital; o que mais?

29. ALGUMA
DÚVIDA?

30. “JOGOS VORAZES” - DE
SUZANNE COLLINS
O protagonista é Katniss Everdeen, uma jovem
que vive no Distrito 12, uma das regiões mais
pobres de Panem, uma nação totalitária dividida
entre a Capital e seus distritos. Todos os anos, a
Capital organiza os Jogos Vorazes: um evento
televisionado em que dois jovens de cada distrito
são escolhidos para lutar até a morte, como
forma de punição e lembrança da derrota dos
distritos em uma rebelião passada. Katniss se
voluntaria para salvar sua irmã mais nova, Prim, e
entra em uma competição brutal, marcada por
manipulação midiática, violência e intrigas.

31. “JOGOS VORAZES” - DE
SUZANNE COLLINS
No decorrer do torneio, ela precisa lutar pela
sobrevivência, ao mesmo tempo em que mantém
sua humanidade e desenvolve alianças estratégicas,
como com PeetaMellark, seu colega de distrito.
Por meio de Katniss, Collins critica o poder
opressor, a desigualdade social e a
espetacularização da violência como ferramenta
de controle. A narrativa também aborda a
resistência individual e coletiva, mostrando que a
coragem e a solidariedade podem ser
instrumentos de mudança, mesmo diante de um
sistema extremamente cruel.

32. “JOGOS VORAZES”
CONTROLE POLÍTICO PELO MEDO
Os Jogos são usados como punição e
lembrança constante da derrota dos distritos
em relação à Capital, mantendo a obediência
pela intimidação e pela força, exercida pelos
Pacificadores (os policiais dessa sociedade).

33. “JOGOS VORAZES”
ESPETACULARIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA
O sofrimento dos tributos vira
entretenimento nacional, exibido
como reality show, o que banaliza a
morte e desumaniza os participantes.

34. “JOGOS VORAZES”
DESIGUALDADE SOCIAL
EXTREMA
Enquanto a Capital vive em luxo
e excesso, vomitando para poder
comer mais e usando roupas
extremamente chamativas, os
distritos enfrentam miséria e
fome, reforçando o contraste e a
injustiça social.

35. “JOGOS VORAZES”
DIVERSOS TÓPICOS PODEM SER
MENCIONADOS
O uso da “esperança” como mecanismo de controle
social, a manipulação por meio da mídia e do discurso, a
existência de oportunistas políticos que podem se
aproveitar das “revoluções” para se colocarem no poder,
as relações disfuncionais familiares, dentre outros
tópicos, são possíveis a partir do momento em que
VOCÊ CONHEÇA A OBRA. Esse é o ponto, ok?

36. “JOGOS VORAZES”, DE SUZANNE
COLLINS (2008)
Narrativa distópica em que Panem, uma nação dividida em distritos
e controlada pela Capital, organiza anualmente os Jogos Vorazes:
uma competição televisionada na qual jovens são obrigados a lutar
até a morte como forma de opressão e entretenimento das massas.
Pontos de destaque: controle político pelo medo; espetacularização
da violência; desigualdade social extrema.
Temáticas relacionadas: controle social através do medo;
desigualdade social extrema; a espetacularização da violência na
mídia; resistência individual e coletiva frente a sistemas opressores; o
que mais?

37. ALGUMA
DÚVIDA?

38. EM RESUMO…
Assim como livros clássicos,
obras mais contemporâneas e
da cultura “pop” podem ser
utilizadas como repertório,
desde que seja coerente com
as temáticas trabalhadas, de
fato, em sua narrativa.

39. E COMO USAR?
Não é necessário que você
aborde toda a história da
obra em questão quando
for utilizá-la como
repertório – basta apenas
uma breve sinopse que
direcione ao conteúdo que
é relevante à discussão do
texto.

40. EXEMPLO DE USO
“MEDICALIZAÇÃO DA VIDA: A QUEM INTERESSA?”
“Naobradistópica“AdmirávelMundoNovo”,édescritaumasociedadenaqualas
instabilidadesemocionaisindesejadas,istoé,quaisquersensaçõesnegativas,mesmoque
naturais,sãocamufladaspelaingestãoda“soma”,espéciedemedicamentocapazde
atenuaracapacidadereflexiva,e,portanto,sensitivadosujeito.Hodiernamente,destaca-se
aprevalênciadesemelhantecenárioàquelepropostopelaficção,noqualamedicalização
constantedavida,ingestãonaturalizadaetantasvezesdesnecessáriaedescomedidadas
drogas,émotivadapelaincompatibilidadeentreasoscilaçõesmentaisdossujeitos,capazes
detorná-losmomentaneamenteindisponíveisparaaprodução,eadinâmicalaboralcuja
necessidadelucrativaéconstante.Assim,destaca-seointeressedosgruposdominantesda
esferacapitalistaedaindústriafarmacêuticaquesustentaadinâmicamedicamentosa,de
modoqueaprivaçãoemocionaldosindivíduoslhesacarretadanos,comooagravamento
dedoençaspsíquicas.”

41. EXEMPLO DE USO
“PROIBIÇÃO DE LIVROS NA ESCOLA: CENSURA OU PROTEÇÃO
DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE?” FAMERP 2025
“Nesseviés,érelevanteapontarqueaproibiçãodelivrosqueabordemtemas
críticosedensos,porém,quenãosejaminapropriadosdefatoacadafaixaetária,
estimulaaalienaçãosocial.Talafirmaçãopodeserjustificadapelofatodeque,
quandopessoasnãopossuemcontatocomquestõessérias,comoracismo,violência
socialouopressãopolítica,porexemplo,elastendemanãocompreender
efetivamentetaismazelas,nãoasquestionare,assim,favorecersuamanutenção.A
títulodeexemplificação,naobra“Fahrenheit451”,deRayBradbury,todososlivros
sãoproibidosequeimadospelos“bombeiros”,oquetornouapopulação,demodo
geral,alienadaepassivaemrelaçãoaosdiversosproblemasdaquelasociedade–
comoofatodeogovernoserumaditaduraopressora.Logo,casoasescolas
proíbamlivrosapenasporabordaremassuntosmaisdensos,partedosestudantes
tenderáacrescer,assimcomoospersonagensdaobradeBradbury,incapazesde
questionaraspectossociaisnegativos,oquefavoreceráaperpetuaçãodesses.”

42. ALGUMA
DÚVIDA?

43. TEMA
Apartirdaleituradostextosmotivadoresseguintesecom
basenosconhecimentosconstruídosaolongodesuaformação,
redijaumtextodissertativo-argumentativoemnormapadrão
dalínguaportuguesa,sobreotema:
Desafios para a valorização da arte e da cultura no
Brasil (ENEM)
Desvalorização da cultura brasileira: “viralatismo” ou
dificuldade de acesso? (VUNESP)
Cultura brasileira em crise e a fragmentação da
identidade nacional (FUVEST)

44. COLETÂNEA
Texto I
Asociedadeeaartesempreforamintimamenteconectadas.Daarte,surgiramlocuçõesde
diversasculturas,sensações,sentimentos,costumesdeumacivilização,comunicadosepessoas.
Comaausênciadela,ossereshumanosnãoseriamcapazesdeconstruirumaidentidadeprópria
ededesenvolverahabilidadedecriação.Aarte,sendoumafortefiguradeexpressão,estáem
todasascoisas.Elatranspõearealidadedaspessoasemdiferentesformas,sendoelasamúsica,
cinema,poesia,pintura,escultura,fotografia,teatro,desenho,entreoutros.Aomenos,essaeraa
ideiaoriginaldoqueéarte,diferentedarealidadeatualemqueelafoiestereotipadacomo
hobby.[...]AescritoraKarineRamaldesdizqueaEducaçãoArtísticaéindispensávelnoensino
médio,naadolescência,queéumafasedemodificaçõeseadaptações,naqualjovensportodoo
paísestãoemdescobrimentodediversascoisasnovas.Porisso,procuramsuaprópria
identidadeetentamseencaixaremalgumgruposocial.Issoexplicaoporquêdoensinodearte
sertãoimportante,poisofereceaidentificação.KarineRamaldesaindareforçaeafirmaquea
arte-educaçãohumanizaoserhumano.Diantedisso,entendemosqueessadisciplina,alémde
trazerreflexõesparaoladosensíveldosjovens,tambémdesenvolveseuladosocial.
designgrafico_2022_2_ericadosreis_adesvalorizaçaoartisticanobrasil.pdf

45. COLETÂNEA
Texto II
JornaldaUSPnoArconversoucomHelenaKatz,professoradaPontifíciaUniversidadeCatólicadeSão
Paulo(PUC-SP),críticadedançaecoordenadoradoCentrodeEstudosemDança(CED),quefundouem1986;
eAcauamOliveira,doutoremLiteraturaBrasileiraeprofessordaUniversidadedePernambuco(UPE).
DeacordocomaprofessoraHelena,émuitoimportantequeaacademiatenhaabertoespaçoparaocampo
dadança,porqueessaformadeexpressãoestápassandoporumamudançasensívelemquemostraimpactoda
questãodonegro,degêneroedocorpotrans.“Anteshaviaumsilenciamentoenormecomrelaçãoaessetipode
produção,eagoraelapassouaficarumpouquinhomaisvendida,entãotrazerissoparadiscussãoémuito
importantenomomento.”
“Aculturaperiféricaéumadascoisasmaisrelevantesquetêmsidoproduzidaspelomenosnosúltimos20
anos”,tantonamúsicaquantonadançaouliteratura,afirmaOliveira.Paraele,aacademiademorouparaseabrir
aessaprodução,mas“aquantidadedequestões,tantoestéticasquantopolíticas,queaperiferiatentaapresentar
aouniversoacadêmicoéfundamental”.
Helenaenfatizaqueéimportantesaberouvir.Aquestãoésaberreconheceressaproduçãotãovital,
grandiosaepotente:saberlê-la,ouvi-la,vê-la.“Ograndeproblemaéque,porquestõesestruturaiscomoclassee
injustiçasocial,ainformaçãonãocirculahorizontalmente”,explica.Umaformadetentarcontornarasituaçãoé
“nosalfabetizarnessetipodeinformaçãocomaqualnossoencontroémaisdiscente,paraqueessaprodução
possaserreconhecidanasuaautenticidade,vitalidadeeespecificidades,semqualquerameaça.”
Cultura periférica é uma das mais relevantes nos últimos 20 anos –Jornal da USP

46. COLETÂNEA
Texto III
“Porcomplexodevira-lataeuentendoa
inferioridadequeobrasileirosecoloca,
voluntariamente,emfacedorestodomundo”
(NelsonRodrigues)

47. COLETÂNEA
Texto IV
Écomplexoentendercomoapopulaçãobrasileiraenxergaaartequandouma
grandeparcelanãoconseguealcançarasproduçõesartísticaseculturais.Segundo
umapesquisade2013doextintoMinistériodaCultura,75%dosbrasileirosounão
frequentamoununcaforamaummuseu.E,apesardagrandeconcentraçãode
produçõesemdeterminadasregiões,comoSãoPauloeRiodeJaneiro,cidadesde
outrosestadosmuitasvezesnãotêmnenhumacervodisponível.Dadosde2010,que
constamemumapesquisadoIPHAN,afirmamque72,3%dosmunicípiosbrasileiros
nãoapresentamnenhumacervo,enquanto70%dascidadesdoRioconfirmamtê-los.
ARedeNossaSãoPauloconstatouque41%dosentrevistadosparasuapesquisa
afirmaramqueomotivopeloqualnãofrequentamatividadesculturaiséopreço.
Apesardisso,acidadeofereceatraçõesculturaisgratuitas,comoopróprioMuseu
deArtedeSãoPaulo,quepossuientradafrancaàsterçasfeiras,alémdeatrações
comoaViradaCultural,queacontecenoValedoAnhangabaú,próximaaocentroda
cidade,eutilizaasruascomopalco.
Brasil: onde a arte não tem lugar -Jornalismo Júnior -Jornalismo Júnior

48. COLETÂNEA
TEXTO V
Texto IV
Assimcomoasociedadebrasileiraestáemconstante
evolução,aidentidadenacionaltambéméumconceitoem
mudança.Aarterefleteessadinâmica,capturandoas
transformaçõesculturais,sociaisepolíticasquemoldamo
Brasildehoje.Aoexploraraartebrasileiraemtodasassuas
formas,podemosentendermelhorquemsomoscomonaçãoe
paraondeestamosindo.
Opapeldaartenaconstruçãodaidentidadenacional
brasileiraécomplexoemultifacetado.Desdeacelebraçãoda
diversidadeculturalatéareflexãosobreahistóriaeofuturo
dopaís,aartedesempenhaumpapelvitalnaexpressãoda
identidadecoletivadopovobrasileiro.
Cores da Nação -O papel da arte na construção da identidade
nacional brasileira -Blog Expedição Galeria | Arte Popular Brasileira

49. O QUE A COLETÂNEA DIZ?
✓Arteesociedadesãodiretamenteconectadas;
✓Aarterepresentaaconstruçãodeumaidentidade;
✓Aideiaoriginaldaarteeratranspordiferentesrealidadesenãoser
vistacomoumhobby;
✓Aartehumanizaoserhumano;
✓Reconheceraarteperiféricatemsetornadocadavezmais
importante;
✓OComplexodeVira-Latasdizrespeitoàinferiorizaçãodobrasileiro
emrelaçãoaoselementosdaprópriacultura;
✓OacessoàarteaindaébastantedesigualnoBrasil;
✓Aidentidadenacionalestáemconstantemudançaeaartetambém.

50. ALGUMA
DÚVIDA?

51. MAS ANTES:
AH, SERÁ QUE ARTE E
CULTURA CAEM NA
REDAÇÃO?
ENEM2024(PPLE
REAPLICAÇÃO)
Desafiosparaavalorização
daartedeperiferiano
cenárioculturalbrasileiro

52. MAS
ANTES:
AH, SERÁ
QUE ARTE
E CULTURA
CAEM NA
REDAÇÃO?
FGV 2025

53. MAS
ANTES:
AH, SERÁ
QUE ARTE
E CULTURA
CAEM NA
REDAÇÃO?
FGV 2025

54. MAS
ANTES:
AH, SERÁ
QUE ARTE
E CULTURA
CAEM NA
REDAÇÃO?
FGV 2025

55. MAS ANTES:
AH, SERÁ QUE ARTE E CULTURA CAEM NA
REDAÇÃO ?
FGV 2025

56. M A S A N T E S :
A H , S E R Á Q U E A R T E E C U LT U R A C A E M NA
R E D A Ç Ã O?
FUVEST 2018

57. M A S A N T E S :
A H , S E R Á Q U E A R T E E C U LT U R A C A E M NA
R E D A Ç Ã O?
FUVEST 2018

58. CONTEXTUA
LIZAÇÃO
I.Definição
II.História
III.Democratização
IV.Acesso
V.Popular x erudito x massa

59. ARTE E CULTURA
Aarteeaculturasãopilaresfundamentaisnaformaçãoda
identidadehumanaesocial.Apesardefrequentementemencionadas
juntas,muitaspessoasconfundemseusconceitosefunções.
Culturaéumconceitoamploqueabrangetudooquedefineumgruposocial:
hábitos,crenças,tradiçõeseformasdeexpressão.Éoconjuntodevalorese
práticasquemoldamcomoumasociedadevive,pensaesente.
ComponentesdaCultura
Linguagem:Dialetos,sotaqueseexpressõesquedãoidentidadeaogrupo.
Tradições:Festividades,culinária,ecostumestransmitidosporgerações.
MaterialeImaterial:Desdeconstruçõesarquitetônicasamúsicasehistórias
orais.
Exemplo:Osambabrasileirorefletetantoumamanifestaçãoculturalquantoartística,com
raízeshistóricasesociaisqueconectamdiferentesépocasecontextos.

60. ARTE E CULTURA
Aarteéumaformadeexpressarsentimentos,ideiasevalores
culturaisdemaneiracriativaematerializada.Atravésdapintura,
literatura,cinemaeoutrasformas,aartetraduzoimaginárioeo
cotidianodeumasociedade.
CaracterísticasdaArte
Expressividade:Canalizaemoçõeseperspectivas.
Subjetividade:Cadaobracarregaoolharúnicodeseucriador.
Universalidade:Transcendefronteirasculturais,sendocompreendida
emdiferentescontextos.
Enquantoaculturapodeserconsideradacoletiva,aartemuitasvezesé
umamanifestaçãopessoalquerefleteainteraçãodeumindivíduocom
seumeio.

61. ARTE E CULTURA
Emboraaarteeaculturatenhamdefiniçõesdistintas,elasestão
intimamenteconectadas.Todaformadeartenascedentrodeum
contextocultural,refletindoascondiçõessociais,históricase
econômicasdeseutempo.
ComoArteeCulturaseRelacionam?
❑ArtecomoReflexoCultural:Aarteretrataelementosculturais
específicos,comocostumes,valoreseconflitossociais.
❑CulturaInspirandoArte:Tradiçõesculturais,comodançasfolclóricasou
músicasregionais,frequentementesetransformamemarte.
❑ArteeIdentidadeCultural:Obrasartísticasajudamapreservare
divulgaraidentidadedeumpovo.
Exemplo:OmovimentomodernistanoBrasil,comartistascomoTarsilado
Amaral,usouaarteparareinterpretarevalorizaraculturabrasileira,desafiando
padrõeseuropeus.

62. ARTE E CULTURA –
QUER REPERTÓRIO JÁ?
O filósofo Hegel muito conceituou e
discutiu acerca das relações entre arte e
cultura, demonstrando que uma depende da
outra para desenvolver-se, ou seja, as
manifestações e produções artísticas
acontecem e se realizam por meio da
difusão da cultura, nas sociedades humanas.
Então, não podemos conceber a
cultura sem a arte e a arte não existe se não
há uma cultura por detrás de sua
construção, desenvolvimento e
decodificação

63. BRASIL
OBrasiléumpaíscujapluralidadecultural,ouseja,noqual
coexistemeserelacionamdiversasculturas,éfatordeterminadopelas
referênciasculturaisadvindas,principalmente,daculturaindígena,da
culturaportuguesaedaculturaafricana,asquaisdialogaramese
fundiramemalgunsaspectos,emreleiturasdepadrões,estilos,
costumes,crenças,tendências,etc.
Alémdisso,temos,nanarrativahistóricadaArtenopaís,aentrada
deartistasestrangeirosque,atravésdeseuolhar,registraramsuas
impressõesemproduçõesqueapresentamconcepçõesculturaisda
épocaemqueinfluenciaramecontinuamainfluenciaraconstrução
culturaldoBrasil.
Pluralidade cultural

64. BRASIL
Culturaeidentidadesãofabricaçõesdiscursivas
instáveis:todaculturaéumafragmentaçãode
ideias,noções,entendimentoseéconcebidae
contestadainternamente,possuindofronteiras
porosas.Podemosconsiderar,portanto,quenão
existeumaculturabrasileira,massimculturas
brasileiras,emumaproximidadeaoconceitode
multiculturas.Admite-se,assim,ocaráterea
densidadepluraldaculturabrasileira:entendemos,
então,asuaformaçãoatualcomofrutodas
migraçõesapartirdavindadosjesuítasedos
naveganteseuropeusaoterritóriobrasileiro.
Cultura e
identidade

65. BRASIL
Umadasobrasartísticasquemostramumaleiturasobrecomofoi
construídaaculturabrasileiraéoquadroAprimeiramissanoBrasil.
Arte como
representação da
cultura...

66. DEMOCRATIZAÇÃO
SegundoaConstituiçãoFederal(Art.215)competeaoEstadogarantiratodos
oplenoexercíciodosdireitosculturaiseacessoàsfontesdaculturanacional,
apoiareincentivaravalorizaçãoeadifusãodasmanifestaçõesculturais,atravésda
democratizaçãodoacessoaosbensdecultura.
Apenas13%dosbrasileirosvãoaocinemaalgumaveznoano;maisde92%
nuncaforamaummuseuouexposiçãodeartee78%nuncaassistiramaum
espetáculodedança.Maisde90%dosmunicípiosbrasileirosnãopossuemsalasde
cinema,teatro,museusouespaçosculturaismultiusoe73%doslivrosestão
concentradosnasmãosdeapenas16%dapopulação(fontes:UNESCO,IBGE,
MINC,IPEA).
Recordemos,porexemplo,queoBrasiljátevecercade6.000salasdecinema,
masatualmentesãoapenascercade200salasconcentradasemáreasdemaior
poderaquisitivo.Mudarestecenárioédemocratizaroacessoàcultura.

67. ACESSO
De acordo com o conceito
de Desenho Universal ou “Desenho
para Todos”, os ambientes, os produtos
e o meio social devem ser construídos
pensando no coletivo.
A falta de espaços culturais
com acessibilidade completa cria uma
lacuna na vida das pessoas, fazendo
com que muitas se sintam excluídas
socialmente.
É fato que o Brasil ainda
investe muito pouco em cultura e cada
vez mais diminui a participação do
setor cultural nos orçamentos
públicos.
Segundo dados divulgados em
2019 no “Sistema de Informações e
Indicadores Culturais” (SIIC) do IBGE,
a diferença no acesso de equipamentos
culturais está diretamente relacionada
as diferenças regionais, sociais e raciais
do país.

68. ACESSO
Asregiõesmetropolitanasaindaconcentramomaioríndicedeconsumo
culturaleapopulaçãodebaixarenda,pessoasnegras,jovensepessoasquevivem
emperiferiassãoosmaioresprejudicados.
Apesquisarevelouqueapenas10%dosmunicípiosbrasileirostêmsalas
paraexibiçãodefilmes,oquedeixaaindamaisevidenteadesigualdadedo
acessoàcultura.E,enquantocercade44%dospretosepardosvivememcidades
semcinemase37%emcidadessemmuseus,apenas34,4%debrancosse
encontramnamesmasituação.
Poressavia,umapessoaquenãotemachancedeseengajarculturalmente,
consequentementeseráprivadadoconvíviocomoutrosindivíduosdesua
coletividade.Sabendo,portanto,queosmuseusecinemassãoespaçosquefazem
partedaproduçãoculturaleartística,ampliarsuaacessibilidadeéprimordial.

69. ACESSO
Incluir a arte e da cultura é muito importante para a formação
cultural e social dos indivíduos, pois elas despertam nas pessoas a
possibilidade de expressarem seus sentimentos e construírem sua própria
identidade.
Porém, como nem todas pessoas têm acesso a ambientes culturais,
seja por viverem em locais periféricos, pela centralização da arte ou por
serem de baixa renda.
Desse modo, o desenvolvimento da arte pode ser melhor explorada
na formação educacional, como uma área do conhecimento capaz de
transformar, agregar e compor novos valores e conhecimentos na formação
dos alunos.
A arte e cultura quando desenvolvidas no ambiente escolar podem
contribuir com queda (até mesmo a erradicação) da discriminação,
desigualdade e preconceitos.

70. POPULAR X
ERUDITO X MASSA
A cultura erudita é aquela
considerada superior, normalmente
apreciada por um público com maior
acúmulo de capital e seu acesso é
restrito a quem possui o necessário
para usufruir dela. A cultura erudita
está muitas vezes ligada a museus e
obras de arte, óperas e espetáculos
de teatro com preços elevados.
Existem projetos que levam esse tipo
de cultura até as massas, colocando a
preços baixos, ou de forma gratuita,
concertos de música clássica e
projetos culturais.

71. POPULAR X ERUDITO X MASSA
Comooacessoaessetipode
culturaficarestritoaumgrupo
pequeno,elaficaligadaaopoder
econômicoeéconsideradasuperior.
Essaconsideraçãopodeacabar
tornando-se preconceituosae
desmerecendoasoutrasformasde
cultura.Oeruditoétudoaquiloque
demandaestudomuitoestudo,mas
nãosedevepensarqueumaexpressão
culturalpopularcomoohip-hop,por
exemplo,épiorqueumamúsica
clássica.

72. POPULAR X
ERUDITO X MASSA
A cultura popular é qualquer estilo
musical e de dança, crença, literatura, costumes,
artesanatos e outras formas de expressão que é
transmitida por um povo, por gerações e
geralmente de forma oral. Como por exemplo a
literatura de cordel dos nordestinos, ou a
culinária do povo baiano, são algumas das
formas de cultura popular que resiste ao
tempo.
Essa cultura não é produzida após
muitos estudos, mas é aprendida de forma
simples, em casa, com a convivência da pessoa
nesse meio. Ela está ligada à tradição e não é
ensinada nas escolas. A cultura popular é muito
contemporânea, pois ela resiste ao tempo e
raramente se modifica.

73. POPULAR X ERUDITO X MASSA
Essaculturavemdopovo,nãoéimpostaporumaindústriaculturalouporuma
elite.Porexemplo,ocarnavaléumafestadaculturapopularbrasileira,ofrevoéuma
culturabrasileira,masémuitomaisexpressivanonortedopaís.Elarepresentaa
diferençadecadapovo.

74. POPULAR X
ERUDITO X MASSA
A cultura de massa é aquela
considerada, por uma maioria, sem valor
cultural real. Ela é veiculada nos meios de
comunicação de massa e é apreciada por ela. É
preciso entender que massa não é uma
definição de classe social, e sim uma forma de
se referir a maioria da população. Essa cultura é
produto da indústria cultural.
A indústria cultural produz conteúdo
para ser consumido, não se prende a técnicas. É
produto do capitalismo e feita para ser
comercializada. Theodoro W. Adorno, filósofo
alemão da Escola de Frankfurt, é defensor da
ideia de que a cultura de massa é imposta
pelos meios de comunicação de massa à
população, que apenas absorve aquilo.

75. EM RESUMO
Aarteéumadas
manifestaçõesda
culturadeumpovo
Aarteéa
expressãoquerevela
omeioemqueoser
estáinserido
Devidoàdesigualdade
socialeeconômica,
existemdiferençasno
acessoadeterminadas
formasdearte
Apartirdisso,acultura
demassa–quedá
origemaumaformade
artemassificada–
tendeaseramais
acessívelemenos
valorizada
Comisso,aarteque
refleteadita“cultura
erudita”tendeasera
menosacessível,amais
valorizada,oque,
consequentemente,
mantémaelitizaçãoda
arte

76. ADENDO: VALORIZAÇÃO DO EXTRANGEIRO
EM DETRIMENTO DO NACIONAL
ParaNelsonRodrigues,a“síndromedevira-lata”descreviaosentimentode
inferioridadeculturalesocialque,segundoele,impregnavaoimagináriobrasileiro,
levando-oaenxergaropaíscomoincapazdecompetirdeigualparaigualcomo
restodomundo.
Originalmente,otermoestavarelacionadoaofutebol,massuaaplicação
transcendeuoesporteepassouaserusadacomoumametáforaparadiversas
situaçõesnoBrasilcontemporâneo.A“síndromedevira-lata”refleteumcomplexo
deinferioridadeestruturadoporfatoreshistóricos,econômicoseculturais,em
grandepartederivadosdopassadocolonialedaposiçãoperiféricadoBrasilno
sistemainternacional.Essapercepçãofoialimentadaaolongodotempopor
desigualdadessociais,criseseconômicasearecorrentecomparaçãocompaísesdo
hemisférionorte,vistoscomomodelosdedesenvolvimentoemodernidade.

77. ADENDO: VALORIZAÇÃO DO EXTRANGEIRO
EM DETRIMENTO DO NACIONAL
Sob uma análise mais técnica, pode-se relacionar a
“síndrome de vira-lata” a conceitos como o colonialismo
psicológico e o dependencismo, ambos descritos em teorias
sociais e econômicas. Esses conceitos apontam para a
internalização de hierarquias globais que desvalorizam o “local”
em favor do “externo” ou “importado”, contribuindo para uma
sensação de insuficiência no plano individual e coletivo.

78. ADENDO: VALORIZAÇÃO DO ESTRANGEIRO
EM DETRIMENTO DO NACIONAL
Hoje,otermoéutilizadoparadebaterquestõescomoadesvalorizaçãoda
culturanacional,ocomplexodeinferioridadeemrelaçãoapaísesdesenvolvidose
atémesmoaresistênciaareconheceravançosnocenáriodoméstico.Poroutro
lado,movimentosdevalorizaçãodaidentidadebrasileiratêmtrabalhadopara
desconstruiressavisão,promovendoumanarrativadeorgulhoeresiliência.
E a ideia é justamente:
ao valorizar o
estrangeiro, muitos
brasileiros inferiorizam a
cultura/arte nacional

79. ALGUMA
DÚVIDA?

80. APROFUN
DAMENTO
I.Direito à Literatura
II.Folclore

81. O DIREITO À
LITERATURA
https://www.youtube.com/watch?v=4cpNuVWQ44E
NestebrilhanteensaioAntonioCandido(sociólogoecríticoliterário)afirmaque
aliteraturatemdeservistacomoumdireitobásicodoserhumano.
Observação:Aspinturasutilizadasaolongodoensaiosãoilustrativas.
“aliteraturatemsidouminstrumentopoderosodeinstruçãoeeducação,
entrandonoscurrículos,sendopropostaacadaumcomoequipamento
intelectualeafetivo.Osvaloresqueasociedadepreconiza,ouosque
consideraprejudicais,estãopresentesnasdiversasmanifestaçõesdaficção,da
poesiaedaaçãodramática.Aliteraturaconfirmaenega,propõeedenuncia,
apoiaecombate,fornecendoapossibilidadedevivermosdialeticamenteos
problemas.”

82. O DIREITO À
LITERATURA
OcríticoliterárioAntônio
Cândidotrazàtonaumadiscussão
pujanteparaomeioacadêmico:a
literaturacomo um bem
incompressíveldoserhumano.No
seu entendimento,“sãobens
incompressíveisnãoapenasosque
asseguramasobrevivênciafísicaem
níveisdecentes,masosquegarantem
aintegridadeespiritual”(CÂNDIDO,
2011,p.174)eestariamnessa
categoriaaarteealiteratura.

83. O DIREITO À
LITERATURA
Cândidointerpretaqueparaohomemdopovo“[...]ficama
literaturademassa,ofolclore,asabedoriaespontânea,acançãopopular,
oprovérbio”(CÂNDIDO,2011,p.186).E,embora,considere
manifestaçõesimportantesenobres,asseguraque“[...]égrave
considerá-lascomosuficientesparaagrandemaioriaque,devidoà
pobrezaeàignorância,éimpedidadechegaràsobraseruditas”
(CANDIDO,2011,p.186).Deformaque,emrasaanálise,poder-se-ia
pensarqueocríticoreputaaliteraturapopularemumgraumenor,
porémocernedasuacríticaseprendeaosmalesprovocadospela
desigualdadesocial,dentreelesoobstáculodoacessoàsobraseruditas,
inclusiveapontacaminhosparaquealiteraturaeruditadeixedeser
privilégiodepoucos.

84. FOLCLORE
BRASILEIRO
Ofolclorebrasileiroéasomadetradições,conhecimentose
expressõesqueforamacumuladosaolongodosséculos,abrangendo
diversasetniaseculturas.Eleéumtestemunhodenossasorigensede
comoacolonizaçãoeamisturadeculturasmoldaramnossaidentidade.
Umaspectofascinantedofolcloreésuacapacidadedesereinventar.
Asfestaspopularesbrasileiraseasdançasfolclóricasvãoevoluindo.A
músicafolclóricabrasileira,porexemplo,éumaformadecontinuar
contandohistórias,mastambémderefletirquestõesatuais.Portanto,
entenderofolcloreéumaformadenosconectarmoscomnossa
históriaetambémcomacontemporaneidade.Cadaexpressãofolclórica
podeservistacomoumecodopassadoqueressoanosdiasdehoje.

85. FOLCLORE
BRASILEIRO
Aslendasdofolclorebrasileiro
desempenhamumpapelfundamentalna
formaçãodaidentidadenacional. Elas
incluem seres fantásticos como o Saci, a Iara
e o Curupira, que não apenas entretêm, mas
também ensinam lições sobre valores e
comportamentos. Por exemplo, o Saci é
frequentemente visto como a representação
da travessura, refletindo a astúcia do povo
brasileiro em superar desafios com humor e
criatividade.
Essas histórias são transmitidas oralmente, e
isso é uma forma de resistência cultural.

86. FESTAS POPULARES
Asfestaspopularessãoumdosmaiorespalcosdo
nossofolclore.Elasreúnempessoasdetodasasidades,
criandoumambientedecelebraçãoeunião.Esses
eventos,recheadosdedançasfolclóricasbrasileiras,
músicasfolclóricasbrasileirasepratostípicos,sãouma
verdadeirafestaparaossentidos.Cadadançacontauma
históriaecadamúsicaecoaasnossasraízes.
ParticipardeumafestacomooSãoJoãoouo
Carnavalécomoembarcaremumaviagemnotempo.É
ummomentoondesepercebeaforçadanossacultura
popularbrasileira,queresisteesereinventaacadanova
geração.Asfestividadestambémsãoespaçosdediálogo,
ondediferentesculturasseencontramesemisturam,
criandoalgonovo.
Portanto,apoiareparticipardefestaspopularesé
essencialparaacontinuidadedonossofolclore.Issonos
ajudaamantervivaaculturanacional.

87. ALGUMA
DÚVIDA?