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para lembrá-los onde estão (estão com você agora; não importa quais sejam as
expectativas em outros lugares, aqui você semprej/ai esperar o melhor deles), o
objetivo (aprender) e o que você vai exigir deles (excelência e esforço). Tipica-
mente, cada aluno que entra aperta sua mão, olha no seu olho e oferece uma sau-
dação civilizada e cordial. (Alguns professores usam variações mais informais,
como beijar-se ou abraçar-se.)
Use a saudação para engajar os alunos brevemente e construir um relacio-
namento com eles: "Adorei sua lição de casa, David"; "Vi você jogar ontem e
você estava ótima, Sheila"; "Estou esperando grandes contribuições suas hoje,
Sr. Oliveira"; "Caramba! Seu cabelo está demais, Janice!". De vez em quando,
ou sempre, você pode saudar a procissão de alunos passando pela porta com
uma descrição do que vem por aí ou um lembrete do que você espera: "Temos
um pequeno teste hoje. Tratem de preparar os materiais, depois comecem o Faça
agora. Vai ajudar na revisão. Muito bem, vamos lá!". Você também deve usar
Umbral para estabelecer expectativas, corrigindo frágeis apertos de mão, roupa
desarranjada ou falta de contato visual. Por sorte, isso é fácil de fazer, já que
Umbral provê sua própria consequência, simples e fácil. Fez errado? Volta para
o fim da fila e tenta de novo. Quando o aluno atinge as expectativas da sala de
aula, então ele pode entrar, em bons termos com todos. Se um aluno estender a
mão e sair andando, de cabeça baixa, sem saudar você, simplesmente segure sua
mão até ocorrer o contato visual.
Naturalmente, Umbral vai adquirir um tom muito parecido com seu próprio
tom e estilo: pode ser extrovertido ou silencioso, caloroso ou firme. Qualquer
que seja o nível de afeição, Umbral deve sempre realizar duas coisas: (1) estabele-
cer uma conexão pessoal entre você e seus alunos, por meio de um breve contato
pessoal na entrada (idealmente, você tratará cada aluno por seu nome); e (2)
reforçar suas expectativas para a aula.
A professora Dacia Toll acrescenta um sabor ligeiramente diferente à
saudação matinal dos seus alunos de 6° ano na Amistad Academy, de New
Haven. "Bom dia, Cibele", diz ela a uma aluna, ao apertar sua mão. "Que
bom te ver de novo, Sandra." Seu ar de convívio expressa para cada aluno
seu genuíno interesse e alegria com a presença de cada um. Quando um dos
alunos a saúda com uma frase um tanto informal demais - "E aí?" - ela reage,
mas de maneira doce: '"E aí?' não é apropriado...". E segura sua mão gentil-
mente, orientado-o para o final da fila. Segundos depois, ele a saúda com um
"Bom-dia!" e, sem comentários, ela acena com a cabeça: "Bom-dia, Jair". O
tom permanece suave e gentil. Ela sabe que é normal que ele queira testar os
limites e sua reação explica as expectativas, ao em vez de castigar ou punir.