Fisioterapia e Biossegurança Claudilene Andrade Fisioterapeuta
O que é Biossegurança? BIO: vida; SEGURANÇA: vida livre de perigo;
DEFINIÇÃO É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção do trabalhador, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados .
As principais estratégias para a redução das infecções adquiridas no ambiente de trabalho são a prevenção da exposição a materiais biológicos potencialmente infecciosos , bem como a proteção através da imunização.
Ações que contribuem para a segurança das pessoas Prevenção da exposição a materiais biológicos Proteção através da imunização Utilização de recursos tecnológicos e educação continuada Mudanças na prática de trabalho Procedimentos padrão
A Fisioterapia O F isioterapeuta é um profissional que está em contato intenso com o paciente; Os profissionais especialmente os F isioterapeutas , E nfermeiros e M édicos principalmente dos setores de UTI potencialmente expostos aos riscos precisam estar informados e treinados para evitar problemas de saúde, e métodos de controle devem ser instituídos para prevenir agravos a saúde .
Cuidado necessário em relação... Ao local em que o paciente é atendido; Ao contato do profissional com o paciente; Contato do paciente com o profissional; Contato do paciente com equipamentos, materiais... Contato do profissional com equipamentos e materiais utilizados pelo paciente; É necessário um cuidado adequado em relação ao contato físico, contato de equipamento e material;
Tipos de risco ⦿ Riscos físicos – ruídos, radiações, vibrações etc. ⦿ Riscos químicos - poeiras, gases, fumos, vapor, névoas. ⦿ R i scos bioló g icos - f u n g os, v í r us, pa r asita s , b act é r ia s , protozoários, insetos etc. ⦿ R i sc os e r g onô m icos – le v ant a m e n to e tr a n s porte de material, repetitividade, postura inadequada etc. ⦿ R i sc os d e a cid e nte – ar r an jo f í sico i nade q uad o , iluminação, incêndio e explosão elétrica etc.
Riscos em UTI As doenças infectocontagiosas se destacam como as principais fontes de transmissão de microorganismos para os pacientes e profissionais; Entre as infecções de maior risco para os profissionais nestes ambientes encontram-se as transmitidas por sangue e outros fluídos corpóreos como: a hepatite B, hepatite C, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), a tuberculose, varicela e herpes zoster.
Riscos em infecção H I V pó s - e x pos i ç ão ocupac i ona l pe r cu t â n ea é de aproximadamente 0,3% e após exposição de mucosa, aproximadamente 0,09%. O vírus da hepatite B (HBV), o risco de infecção varia de 6 a 30%; O vírus da hepatite C (HCV), o risco após um acidente percutâneo é de 1,8% (variando de a 7 %) .
Comissão de Controle de Infecções Hospitalares - CCIH Através da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) foi implementado a política de prevenção e controle de agravos infecciosos p r of i ss i ona i s a sa ú d e de p a c i e n t e s e no am bi e n t e hos p i t a l ar e a introdução do uso dos EPIs na assistência aos pacientes .
O que é EPI?
Equipamento de Proteção Individual (EPI) A Norma Regulamentadora (NR-6) através da portaria nº 3214 de 08 de Junho de 1978 considera: EPI, todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança no trabalho, e considera a empresa obrigada a fornecer os EPIs aos empregados gratuitamente , de acordo com a necessidade inerentes aos riscos, em perfeito estado de conservação e funcionamento. Em contrapartida a mesma Norma Regulamentadora obriga o trabalhador a usar o EPI adequado para a finalidade a que se destina .
E quipamento de Proteção Individual (luvas, máscaras, óculos de proteção, aventais, gorros, pro pés, botas e sapatos ). Equipamento de Proteção coletiva ( exaustores, caixa de descarte de pérfuro- cortante ) .
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Lavar as mãos frequentemente é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção do risco de transmissão de microrganismos para clientes e profissionais de saúde; Na lavagem das mãos deve ser usado sabão, detergente ou produto químico antimicrobiano .
Lavagem das mãos Q uando entrar em serviço; Q uando estiverem obviamente sujas; A p ó s o a t e nd i me n t o d e c a d a paciente; A nt es d e c al ç ar l u v as e a p ó s a remoção das mesmas; A ntes de tocar o rosto e a boca do paciente; A pós ir ao toalete; A pós sair de uma área de isolamento ou lidar com itens dessa área; A pós mexer com curativos, escarradeiras, urinóis sujos, cateteres, comadres ou papagaios A o término do serviço.
Lemb r e t es O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos; Tem-se comprovado que a contagem de microrganismos sob as unhas, quando se está usando anéis, relógios e pulseiras é mais alta . Mantenha as unhas tão curtas quanto possível e remova todas as jóias antes da lavagem das mãos; Estabeleça regimes que tratem todas as partes da mão igualmente; Realize o mesmo procedimento a cada atividade realizada; A lavagem das mãos deve ser feita em uma pia distinta daquela usada para a lavagem do instrumental; Na ausência de pia com água e sabão realizar anti- sepsia com álcool a 70%.
TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Paramentação O F isioterapeuta deve usar as precauções padrão, que são cuidados e a utilização de equipamentos que bloquearão a transmissão de micro- organismos e evitarão a sua contaminação, a do paciente e do ambiente de trabalho; USO do EPI: utilizados para proteger o profissional do contato com agentes infecciosos (contato mucocutâneo com sangue ou outros materiais biológicos), químicos, calor ou frio excessivo, fogo, entre outros riscos, no ambiente de trabalho.
L U V AS As luvas devem ser usadas para prevenir contaminação da pele, das mãos e antebraços com sangue, secreções ou mucosas, durante a prestação de cuidados e para manipular instrumentos e superfícies; Deve ser usado um par de luvas exclusivo para cada cliente , descartando-o após o uso; Em se tratando de luvas de látex estéreis, seu uso é indicado em procedimentos ESTÉREIS: Ex: aspiração endotraqueal; USAR SEMPRE: durante a execução de técnicas e métodos fisioterapêuticos que requeiram o contato físico do fisioterapeuta com o paciente; no exame físico de todos os pacientes; na manipulação de aparelhos previamente esterili zados.
L U V AS Verificar a presença de furos antes de calçar as luvas; Não lavar ou desinfetar luvas de procedimento ou cirúrgicas para reutilização. O processo de lavagem pode ocasionar dilatação dos poros e aumentar a permeabilidade da luva. Agentes desinfetantes podem causar deterioração; As luvas não devem ser utilizadas fora do local de trabalho (clínicas, consultórios, laboratórios e blocos cirúrgicos) a não ser para o transporte de materiais biológicos, químicos, estéreis ou de resíduos; Nunca tocar objetos de uso comum ou que estão fora do campo de trabalho (caneta, fichas de cliente, maçanetas, telefone) quando estiver de luvas e manuseando material biológico potencialmente contaminado ou substâncias químicas.
ATENÇÃO! Retire as luvas imediatamente após o término do procedimento; Não toque na parte externa das luvas ao removê- las; As luvas não protegem de perfurações de agulhas, mas está comprovado que elas podem diminuir a penetração de sangue em até 50% de seu volume; Atenção especial deve ser dada à possibilidade de desenvolvimento de reação de hipersensibilidade as luvas de látex.
MÁSCARA EPI indicado para a proteção das vias respiratórias e mucosa oral durante a realização de procedimentos com produtos químicos e em que haja possibilidade de respingos ou aspiração de agentes patógenos eventualmente presentes no sangue e outros fluidos corpóreos; Quando do atendimento de clientes com infecção ativa, particularmente tuberculose , devem ser usadas máscaras especiais, tipo N95 (refere a capacidade para filtrar partículas de 1μm com uma eficiência de filtragem maior que 95%), N99 ou N100;
MÁSCARA Deve ser utilizada: durante procedimentos que possam gerar respingos de sangue e líquidos; durante avaliação fisioterapêutica com pacientes de enfermarias (internados); na execução de técnicas que necessitem de contato físico com o paciente; durante todo o horário de funcionamento do ambulatório de fisioterapia respiratória; em atendimento a paciente da UTI; nos isolamentos (enfermarias individuais).
ATENÇÃO! Não deixe a máscara pendurada no pescoço ou no ouvido; Descarte-a, em recipiente apropriado, após o uso e sempre que estiver visivelmente contaminada ou úmida; Não guardá-la em bolsos ou gavetas; Não tocá-la após a sua colocação; Usá-la de forma a não embaçar o protetor ocular.
ATENÇÃO!
CE R T O X E R RADO
ÓCULOS DE SEGURANÇA E/OU ESCUDO FACIAL São usados em todas as atividades que possam produzir salpicos, respingos e aerossóis, projeção de estilhaços pela quebra de materiais, bem como em procedimentos que utilizem fontes luminosas intensas e eletromagnéticas, que envolvam risco químico, físico ou biológico dando proteção ao rosto e, especialmente, aos olhos.
ÓCULOS DE SEGURANÇA E/OU ESCUDO FACIAL Devem ser colocados durante execução de técnicas fisioterapêuticas em todos os pacientes na UTI; Para evitar que sangue, exsudatos (como pus ou secreções como saliva), atinjam os olhos do profissional durante o atendimento, visto que a conjuntiva do olho, apresenta menor barreira de proteção, que a pele.
ATENÇÃO! O s ócul o s c o m u n s n ã o o f e r e c e m p r o t e ç ão adequada; Os protetores oculares devem ser fornecidos clientes, c o n s tit uem p o is a l g u ns r i s c o s de t amb é m aos procedimentos contaminação.
AVENTAL É um protetor da roupa de rua que deve ser utilizado para prevenir a contaminação dessa roupa e proteger a pele do profissional de exposição à material biológico. É normalmente utilizado para lavagem de material e atendimento de pacientes com precaução de contato(infectados);
ATENÇÃO! O avental deve ser sempre usado; A roupa branca (uniforme) não o substitui; Não use as roupas comuns durante o atendimento, pois elas ficarão contaminadas, podendo se tornar fontes de infecção para o profissional, sua equipe e seus familiares; O a v en t al d e v e t er c ol a r i n ho al t o e ma n g as lo n g a s , podendo ser de algodão ou de material sintético; T r o q ue s e u a v e n ta l diariame n t e e s e mp r e qu e f or contaminado por fluídos corpóreos; N ã o ci r c u l e n a s de p e ndên ci a s e x t e r n a s à c l í n i c a ou HOSPITAL com o avental; Remova-o ao sair da clínica, laboratório ou consultório. Transporte-o sempre protegido em saco plástico descartável.
ATENÇÃO!
GO R R O P r opo r ciona u ma b a r r ei r a e f e ti v a p a r a o profissional, sua equipe e cliente; Protege contra gotículas, aerossóis, salpicos e produtos químicos; O s c a b elos d e vem e s t ar p r e sos , a t o u c a d e ve cobrir todo o cabelo e as orelhas; P a r a r e t i r á - l o , pu x e pela p a r t e su p e r ior c e n t r a l , des c a r t a n d o - a e m r ecip i e n t e ap r op r i a d o .
CALÇADO FECHADO Deve ser utilizado para proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante; Pro-pés, habitualmente compostos por material permeável, usado com sandálias e sap a t o s ab e r t o s nã o p e r mi t em p r o t e ç ão clínicas, adequada e são proibidos nas l a bo r a t ó r ios e c o nsu l t ó r ios b e m c o mo em ambientes passíveis de contaminação.