Capítulo 3 - Primeira República - dominação e resistência

13,721 views 34 slides May 06, 2017
Slide 1
Slide 1 of 34
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34

About This Presentation

O esquema político-eleitoral por meio do qual as oligarquias exerceram sua dominação durante a Primeira República foi arquitetado no governo do presidente Campos Sales (1898-1902) e funcionava da seguinte maneira: os chefes políticos locais, chamados na época de coronéis, coagiam os eleitores...


Slide Content

Monumento à guerra do contestado Capítulo 3 - Primeira República: dominação e resistência

O esquema político-eleitoral por meio do qual as oligarquias exerceram sua dominação durante a Primeira República foi arquitetado no governo do presidente Campos Sales (1898-1902) e funcionava da seguinte maneira: os chefes políticos locais, chamados na época de coronéis , coagiam os eleitores a votarem nos candidatos indicados por eles. Os coronéis a intimidação, mas geralmente conseguiam o voto do eleitor por meio da “ troca de favores ”. Em troca exigiam que os eleitores votassem em seus candidatos. Esse voto imposto e controlado pelo coronel é chamado de “ voto de cabresto ”. Ele era obtido nas áreas próximas à sua propriedade rural, os chamados “ currais eleitorais ”. Por meio das alianças que faziam entre si, os coronéis interferiam também na eleição do Presidente de Estado. A influencia do coronelismo foi fortíssima no interior do Nordeste. Ele a exercia por meio de sua influência social e de suas milícias particulares composta por jagunços e cangaceiros. O domínio das oligarquias

O voto de cabresto

A política dos governadores As oligarquias estaduais ajudavam a eleger deputados e senadores favoráveis ao presidente . Para garantir o sucesso dessa política, Campos Sales aumentou também o controle do Presidente da República sobre a Comissão de Verificação de Poderes . A alternância entre São Paulo e Minas na Presidência da República é chamada de política do café com leite .

Café com leite ou café com política? A alternância entre São Paulo e Minas na Presidência da República é chamada de política do café com leite . Aliança entre Minas Gerais e São Paulo, chamada de "Política Café com Leite", não controlou de forma exclusiva o regime republicano. Havia outros quatros estados, com acentuada importância no cenário político: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Além desses estados, havia dois coadjuvantes respeitáveis: O exército e o executivo. O poder de Minas Gerias nesse período é explicado não pela força econômica do gado de leite, mas pela sua projeção política garantida pela bancada de 37 deputados, a maior do país, além de ser o segundo maior produtor de café do Brasil, na época.

Café com leite ou café com política? A política de valorização do café foi definida no Convênio de Taubaté (1906 ). O governo garantiria o preço mínimo por saca e compraria o excedente ; Posto em prática em 1907 pelo governo de Afonso Pena, a curto e médio prazo os efeitos foram positivos, mantendo o preço do café alto . A longo prazo: aumentou a inflação; o governo emitiu dinheiro sem lastro pra proteger cafeicultores; ampliou a dívida externa e a compra do excedente se deu por meio de empréstimos; Essa política de defesa dos preços do café é chamada de socialização dos prejuízos Preço da saca de 60 kg de café entre 1893 e 1899 Ano Preço 1893 4,09 libras 1896 2,91 libras 1899 1,48 libras

A borracha da Amazônia A aceleração da industrialização, na segunda metade do século XIX, fez surgir novos ramos de indústria, como: a automobilística , a de bicicletas e a de pneus, e consequentemente, houve um grande aumento da procura por borracha no exterior . No Brasil, o boom da borracha ocorreu entre 1898 e 1910, chegando a f ser 25,7 % das exportações e motivando uma enorme migração de nordestinos para a Amazônia. A borracha vinha do látex, extraído da seringueira, exclusivo da Amazônia brasileira. No final do século XIX, Manaus se tornou o centro de comercialização desse produto para o Mundo, sobretudo para a Europa e EUA . Após a 2ª Guerra surgiu a borracha sintética, obtida de derivados de petróleo. Com isso a borracha vegetal e o preço do látex caíram ainda mais . Os ingleses contrabandearam mudas para o sudeste da Ásia. Elas foram plantadas na Indochina, Vietnam, Laos e Malásia, onde a seringueira obteve excelentes resultados . No Brasil, a seringueira é cultivada em doze estados: São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Pará, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Amazonas e Acre. São Paulo é o maior produtor com 58 % - 185 mil toneladas. A seguir temos: Bahia, 48 mil toneladas, Mato Grosso, 27 mil toneladas e Espírito Santo, 11 mil toneladas. O Brasil produz 35 % do que consome, o restante é importado.

A borracha da Amazônia O Teatro Amazonas é testemunha desse breve período de esplendor vivido por Manaus . Entre 1898 a 1910, a borracha foi o segundo produto da exportação brasileira ( 25,7 %), perdendo apenas para o café, - 52,7%. A Amazônia foi responsável por quase 40% das exportações brasileiras. Manaus era a capital mundial da venda de diamantes, e o seu teatro, com 681 lugares, foi construído na Europa e trazido de navio para ser montado no Brasil . Sob o calor de 40 graus, os ricaços usavam terno, gravata-borboleta e colete, imitando os ingleses. As mulheres vestiam-se com modelos parisienses .

Industrialização na Primeira República Durante muito tempo se disse que o modelo de industrialização no Brasil foi o de substituição de importações , ou seja, o país teria sido obrigado a produzir o que antes importava em razão de crises internacionais, como a 1ª Guerra Mundial. Novos estudos vêm demonstrando que a industrialização brasileira nasce, a partir de capitais nacionais, aproveitando-se de condições favoráveis internamente . Tanto em São Paulo quanto no Distrito Federal, as grandes empresas eram responsáveis pela maior parte da produção industrial . Observe a tabela: Ano Número de empresas Capital (conto de réis) Número de operários 1907 662 167120 34850 1920 1542 441669 56517 1907 326 127702 24186 1920 4145 537817 83998 Distrito Federal (RJ) e São Paulo – indústrias: 1907 e 1920 Distrito Federal (RJ) São Paulo

Industrialização na Primeira República Tanto em São Paulo quanto no Distrito Federal, as grandes empresas eram responsáveis pela maior parte da produção industrial . Em são Paulo, muitas dessas empresas foram montadas por fazendeiros, como Antônio Alves Penteado , ou por imigrantes italianos, como Francisco Matarazzo e Rodolfo Crespi . Os principais setores industriais da época eram: o têxtil , o de alimentação , bebidas e o de vestuário . Eram empreendimentos de porte grande, médio e pequeno.

Industrialização e urbanização No Brasil, a industrialização e a urbanização caminharam juntas. Muitos bairros brasileiros nasceram ou cresceram em torno das fábricas que lá se instalaram. No entanto, o crescimento da industrialização/urbanização no Brasil daquela época foi bastante desigual, sendo muito maior no sudeste . Observe a tabela: Região Fábricas Operários Norte 247 3691 Nordeste 2408 57496 Sudeste 7458 176548 Sul 3187 37253 Centro-Oeste 56 524 Total 13336 275512 Brasil – fábricas e operários (1920)

Operários desta mesma fábrica, em 1917; note a presença significativa de mulheres e crianças. Foto atual do Cotonifício Rodolfo Crespi, fundado em 1897, no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo – SP.

A presença de “Tio Sam” na economia brasileira Os empresários norte-americanos também montaram empresas no Brasil, após a Primeira Guerra Mundial, quando os EUA passaram a ter maior influência sobre a América Latina que a Inglaterra . As empresas norte-americanas foram atraídas por vantagens como mão de obra e matérias-primas mais baratas, ausência de leis trabalhistas e um mercado consumidor em crescimento . Observe a lista de empresas norte-americanas no Brasil entre 1912 e 1929: 1912 Amazon Land and Colonization 1915 The National City Bank of New York 1918 American Steel Export Company 1918 American International Steel Corporation 1920 Ford Motor Company 1923 Firestone Tire and Rubber Company 1924 Armour of Brazil Corporation 1926 Metro Goldwyn Mayer 1929 Pan American Airays Inc.

Urbanização e imigração Durante a Primeira República o processo de industrialização esteve entrelaçado também ao de imigração. Estima-se que, entre 1890 e 1930, O Brasil tenha recebido cerca de 3 milhões e 200 mil imigrantes. Observe as tabelas a seguir: Italianos 1.156.472 Portugueses 1.030.666 Espanhóis 551385 Alemães 112593 Russos 108475 Japoneses 86577 Austríacos 79052 Sírio-libaneses 73690 Imigrantes no Brasil (1890-1930) Imigrantes em São Paulo (1890-1930) Italianos 694498 Espanhóis 374658 Portugueses 362156 Japoneses 85103 Alemães 50507 Austríacos 33133 Outros 432954 Total 2.033.000

Os portugueses no Rio de Janeiro Em sua maioria indivíduos pobres do norte e nordeste de Portugal, da região do Minho e do Douro, imigravam buscando uma vida melhor. Ao chegar, dedicaram-se a pequenos comércios, artesanato (alfaiataria, sapateiros, ferreiros, caixeiros). Os italianos em São Paulo e no Sul Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil no ano de 1870, quando o governo do Brasil estava estimulando a imigração européia, especialmente depois de 1850, época em que o tráfico de escravos foi abolido no Brasil e os europeus estavam tomando o lugar da mão-de-obra escrava . Em meados do século XIX, o governo brasileiro criou as primeiras colônias em áreas rurais da Serra Gaúcha, (Caxias, Garibaldi e Bento Gonçalves, em 1875, onde os italianos começaram a cultivar uva e produzir vinhos. Atualmente, estas áreas de colonização italiana produzem os melhores vinhos do Brasil. Também em 1875, foram fundadas as primeiras colônias catarinenses em Criciúma e Urussanga e, em seguida, as primeiras do Estado do Paraná. Mesmo tendo sido a região sul que primeiro recebeu os imigrantes italianos, foi a região sudeste que recebeu o maior número de imigrantes italianos, devido ao processo de expansão das fazendas de café, no Estado de São Paulo .

Os asiáticos Os asiáticos começaram a chegar ao Brasil no final do século XIX e início do XX . Os primeiros japoneses chegaram ao Brasil em 1908. Até a década de 1950, mais de 250 mil nipônicos imigraram para o Brasil. Atualmente, essa população é estimada em 1,5 milhões de pessoas, a maior concentração de descendentes de japoneses fora do Japão. Outros grupos do leste asiático também são significativos no Brasil: sírio-libaneses, coreanos. Além desses, a comunidade judaica também se acha distribuída por vários estados brasileiros, como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e, sobretudo, em São Paulo. Mais de 70% dos brasileiros asiáticos estão concentradas no estado de São Paulo. Também existem populações significativas no Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará e Pernambuco.

Política externa: a questão do Acre No começo do século XX , grande parte da borracha comercializada no mundo tinha como origem os seringais da Amazônia. Muitos migrantes nordestinos foram para o Acre , que até 1903 pertencia à Bolívia. A ocupação do Acre pelos brasileiros gerou uma tensão diplomática entre Bolívia e Brasil. O problema ficou historicamente conhecido como A Questão do Acre . Para resolver essas tensões, o ministro das relações exteriores do Brasil, Barão do Rio Branco , liderou as negociações entre os dois países, firmando em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Petrópolis , que estabeleceu: Anexação do território do Acre do ao Brasil, custou 2 milhões de libras esterlinas paga à Bolívia e uma indenização paga ao Bolivian Syndicate , no valor de 110 mil libras esterlinas; O Brasil cedeu à Bolívia algumas faixas de terras na região da foz do rio Abunã (na fronteira norte entre Brasil e Bolívia), e na região de fronteira no estado do Mato Grosso; O Brasil deveria construir uma ferrovia, para que os bolivianos pudessem fazer o escoamento de sua produção pelo rio Amazonas. Após quase sete anos de construção, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ficou pronta em 1912 .

Excluída politicamente pelas restrições legais do direito ao voto e pela fraude eleitoral, coagida pelos poderosos, e vivendo na penúria, a população pobre dos primeiros tempos da República reagiu e manifestou sua insatisfação em vários protestos e rebeliões sociais. Resistência na Primeira República Situação do Nordeste no final do século XIX (contexto histórico): Fome e desemprego – grande parte da população pobre estava sem emprego em função da seca e da falta de oportunidades em outras áreas da economia . Sem rendimentos, muitas famílias ficavam sem ter o que comer; Seca – a região do agreste ficava muitos meses e até anos sem receber chuvas. Este fator dificultava a agricultura e matava o gado. Falta de apoio político – os governantes e políticos da região não davam a mínima atenção para as populações carentes; Violência – era comum a existência de grupos armados que trabalhavam para latifundiários. Estes espalhavam a violência pela região . Fanatismo religioso : era comum a existência de beatos que arrebanhavam seguidores prometendo uma vida melhor. A guerra de Canudos

Dados da guerra de Canudos Período : de novembro de 1896 a outubro de 1897. Local : interior do sertão da Bahia Envolvidos : de um lado os habitantes do Arraial de Canudos (jagunços, sertanejos pobres e miseráveis, fanáticos religiosos) liderados pelo beato Antônio Conselheiro . Do outro lado as tropas do governo da Bahia com apoio de militares enviados pelo governo federal.   Causas da Guerra:   O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordava com o fato dos habitantes de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmava também que Antônio Conselheiro defendia a volta da Monarquia. Por outro lado, Antônio Conselheiro defendia o fim da cobrança dos impostos e era contrário ao casamento civil. Ele afirmava ser um enviado de Deus que deveria liderar o movimento contra as diferenças e injustiças sociais. Era também um crítico do sistema republicano, como ele funcionava no período .

Os conflitos militares: Nas três primeiras tentativas das tropas governistas em combater o arraial de Canudos nenhuma foi bem sucedida. Os sertanejos e jagunços se armaram e resistiram com força contra os militares. Na quarta tentativa, o governo da Bahia solicitou apoio das tropas federais. Militares de várias regiões do Brasil, usando armas pesadas, foram enviados para o sertão baiano. Massacraram os habitantes do arraial de Canudos de forma brutal e até injusta. Crianças, mulheres e idosos foram mortos sem piedade. Significado do conflito: A Guerra de canudos significou a luta e resistência das populações marginalizadas do sertão nordestino no final do século XIX. Embora derrotados, mostraram que não aceitavam a situação de injustiça social que reinava na região. Indicação de filme sobre o tema:   Guerra de Canudos - Ano: 1997; Temas: conflitos sociais no início da República, Guerra de Canudos

A Guerra do Contestado Foi um conflito armado que ocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e agosto de 1916. Envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e estadual. Ganhou esse nome porque os conflitos ocorreram numa área de disputa territorial entre os estados do Paraná e Santa Catarina. Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento. Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores .

Esquema da Guerra do Contestado

O Fim da Guerra   - A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato , que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão. Conclusão - A Guerra do Contestado mostra a forma com que os políticos e os governos tratavam as questões sociais no início da República. Os interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais ficavam sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não havia espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação. Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar.

Cangaceiros e cangaço Entre o final do século XIX e a década de 1930, no interior do nordeste brasileiro, bandos de homens armados, conhecidos como cangaceiros, agiam à margem da lei e contestavam a ordem dominante dos latifundiários e dos coronéis. Bandos armados, obedientes a um chefe (Cangaço dependente) e que vivem de assaltos e saques sempre existiram. Mas os termos cangaceiros e cangaço só foram usados em um espaço delimitado: as áreas de caatinga que constituem o chamado Polígono das Secas . Lampião e seu bando agiam quase sempre com um objetivo definido: conseguir recursos para continuar no cangaço ou vingar traições e ofensas. Para conseguir recursos, eles cobravam dos fazendeiros e comerciantes uma espécie de “imposto”, já que o objetivo era vingança, espancavam, saqueavam tanto pobres quanto ricos e humilhavam autoridades. Em 1938, delatado por um coiteiro, Lampião, Maria Bonita e mais nove companheiros foram mortos e decapitados. Dois anos depois (1940), Corisco ,, que sucedera Lampião na chefia do bando, também foi morto. Sua morte marcou o fim do Cangaço independente .

Cavalos do Cão (Zé Ramalho) Corriam nos anos trinta No nordeste brasileiro Algumas sociedades lutavam pelo dinheiro Que vendiam pelas terras Coronéis em pé-de-guerra Beatos e cangaceiros... E correr da volante, No meio da noite, No meio da caatinga Que quer me pegar. Na memória da vingança Um desejo de menino Um cavaleiro do diabo Corre atrás do seu destino Condenado em sua terra Coronéis em pé-de-guerra Beatos e cangaceiros… E correr da volante, No meio da noite, No meio da caatinga Que quer me pegar.

Em 1904 , estourou um movimento de caráter popular na cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou a revolta foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola . Situação do Rio de Janeiro no início do século XX Em situação precária, a população sofria com a falta de um sistema eficiente de saneamento básico. Este fato desencadeava constantes epidemias, entre elas, febre amarela, peste bubônica e varíola. A população de baixa renda, que morava em habitações precárias, era a principal vítima deste contexto. Preocupado com esta situação, o então presidente Rodrigues Alves colocou em prática um projeto de saneamento básico e reurbanização do centro da cidade. O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade . Modernização e revolta no Rio de janeiro

A Campanha de Vacinação Obrigatória  contra a varíola foi colocada em prática em novembro de 1904. Já haviam morrido 4201 vítimas da doença. Embora seu objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritária e violenta. Em alguns casos, os agentes sanitários invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força, provocando revolta nas pessoas. Essa recusa em ser vacinado acontecia, pois grande parte das pessoas não conhecia o que era uma vacina e tinham medo de seus efeitos. A Revolta Popular   aumentava a cada dia, impulsionada também pela crise econômica (desemprego, inflação e alto custo de vida) e a reforma urbana que retirou a população pobre do centro da cidade, derrubando vários cortiços e outros tipos de habitações mais simples. As manifestações populares e conflitos se espalham pelas ruas da capital brasileira. Populares destroem bondes, apedrejam prédios públicos e espalham a desordem pela cidade. Em 16 de novembro de 1904, o presidente Rodrigues Alves revoga a lei da vacinação obrigatória, colocando nas ruas o exército, a marinha e a polícia para acabar com os tumultos. Em poucos dias a cidade voltava a calma e a ordem.

Foi um levante que tinha embasamento em questões sociais, composto por integrantes das subdivisões da Marinha, em 1910.  No movimento houve a rebelião de 2400 marinheiros contra a aplicação de castigos físicos, provocados em represália a faltas que os marinheiros cometessem. No motim, foram mortos pessoas que traíram o movimento e alguns oficiais da marinha e houve tomada da embarcação com intensão de bombardear a cidade . Objetivos: O objetivo da Revolta da Chibata era a extinção dos castigos físicos sofridos pelos marinheiros, o fim do aprisionamento em celas isoladas, uma alimentação mais digna e saudável e que fosse colocada em prática o reajuste salarial de seus honorários ( já votadas em congresso). Dentre os objetivos citados, o de maior necessidade e de urgência era a abolição dos castigos sofridos, os quais serviam, segundo os oficiais, de exemplo para os demais marinheiros, sendo obrigados a assisti-los . Causas: insatisfação com punições físicas; insatisfação com alimentação; reivindicavam melhores salários; isolamento em celas como consequência de uma punição ; A Revolta contra a chibata

A Revolta contra a chibata O Estopim - Quando um marinheiro da embarcação, Marcelino Rodrigues, levou 250 chicotadas por ter machucado um companheiro da Marinha no interior do navio de guerra, Minas Gerais, que tinha como destino a cidade do Rio de Janeiro. Os rebelados assassinaram o capitão do navio e mais três militares . Quem ficou a frente do movimento foi o  João Cândido  – popularmente conhecido na história como  Almirante Negro – responsável por escrever a missiva com as solicitações exigidas para o fim da revolta . Consequências - O presidente da época, Hermes da Fonseca,  se viu na necessidade de acatar as reivindicações dos manifestantes, e deu sua palavra em relação a realização das exigências do movimento. Os marinheiros a favor do movimento acreditaram na palavra do governante e entregaram suas armas e a embarcação , mas o presidente não cumpriu o trato e baniu alguns marinheiros que fazia parte do motim. Não satisfeitos, os marinheiros mais ávidos por mudanças provocaram um novo levante na Ilha das Cobras, porém foram severamente punidos pelas tropas do governo, resultando em muitas mortes e o restante banidos da Marinha .

O movimento operário A Greve de 1917 - Nas primeiras décadas da República, os operários tinham as jornadas de trabalho de 10 a 14 horas por dia, a exploração do trabalho infantil e feminino era constante, os salários eram extremamente baixos, e os acidentes e mutilações eram frequentes. Aqui no Brasil a primeira grande influência do movimento operário veio do anarquismo, trazido da Europa pelos imigrantes italianos, com destaque para líderes como Edgar Leuenroth , Luiz Magrassi e Alfredo Vasquez. Os operários fizeram várias greves pelas 8 horas diárias, mas sempre foram duramente reprimidos pelo governo que aprovou uma lei que lhe permitia expulsar do Brasil os estrangeiros grevistas. Os anarquistas foram os organizadores e líderes da Greve Geral de Julho de 1917, ocorrida em São Paulo. Na ocasião, houve a morte do sapateiro anarquista Antônio I. Martinez, o que serviu para fortalecer o movimento e espalhá-lo para Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, fazendo com que o movimento obtivesse algumas conquistas do patronato. Terminada a greve, os patões não cumpriram o combinado e passaram a perseguir e dispensar os grevistas, expulsando vários dirigentes operários estrangeiros.

O movimento operário A Fundação do PCB - No final de 1917 ocorreu a Revolução Russa e a partir desse momento o anarquismo entrou em declínio e o socialismo passou a ser a principal influência do movimento operário brasileiro. Em 1922 ocorreu a fundação do PCB ( Partido Comunista Brasileiro ). Porém , no Brasil, o governo republicano e as elites proprietárias de terras rejeitavam e combatiam o socialismo, pois havia o medo do fim da propriedade privada, uma das principais bandeiras defendidas pelos socialistas. Por isso, o PCB foi colocado na ilegalidade apenas 2 anos depois, no ano 1924. Para dar continuidade as suas atividades os socialistas criaram uma legenda alternativa para não serem perseguidos pelo governo e terem condições de participar das eleições. Esta legenda era o BOC (Bloco Operário Camponês). Assim como acontecia com os sertanejos no meio rural, os trabalhadores das cidades também foram tratados com intensa violência durante suas manifestações.  A fala do presidente Washington Luís (1926-1930) revela muito bem o pensamento das elites brasileiras naquele contexto da República Velha. Segunda ele “a questão social era caso de polícia”. Ou seja, a república brasileira era feita somente para os ricos proprietários de terras.

Bibliografia: História sociedade & cidadania . Alfredo Boulos Júnior FTD – 1ª Edição – 2013 3º Ano