Capitulo IX Intervencao dos Espiritos no mundo corporal

MartaMiranda6 739 views 130 slides Feb 27, 2022
Slide 1
Slide 1 of 130
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39
Slide 40
40
Slide 41
41
Slide 42
42
Slide 43
43
Slide 44
44
Slide 45
45
Slide 46
46
Slide 47
47
Slide 48
48
Slide 49
49
Slide 50
50
Slide 51
51
Slide 52
52
Slide 53
53
Slide 54
54
Slide 55
55
Slide 56
56
Slide 57
57
Slide 58
58
Slide 59
59
Slide 60
60
Slide 61
61
Slide 62
62
Slide 63
63
Slide 64
64
Slide 65
65
Slide 66
66
Slide 67
67
Slide 68
68
Slide 69
69
Slide 70
70
Slide 71
71
Slide 72
72
Slide 73
73
Slide 74
74
Slide 75
75
Slide 76
76
Slide 77
77
Slide 78
78
Slide 79
79
Slide 80
80
Slide 81
81
Slide 82
82
Slide 83
83
Slide 84
84
Slide 85
85
Slide 86
86
Slide 87
87
Slide 88
88
Slide 89
89
Slide 90
90
Slide 91
91
Slide 92
92
Slide 93
93
Slide 94
94
Slide 95
95
Slide 96
96
Slide 97
97
Slide 98
98
Slide 99
99
Slide 100
100
Slide 101
101
Slide 102
102
Slide 103
103
Slide 104
104
Slide 105
105
Slide 106
106
Slide 107
107
Slide 108
108
Slide 109
109
Slide 110
110
Slide 111
111
Slide 112
112
Slide 113
113
Slide 114
114
Slide 115
115
Slide 116
116
Slide 117
117
Slide 118
118
Slide 119
119
Slide 120
120
Slide 121
121
Slide 122
122
Slide 123
123
Slide 124
124
Slide 125
125
Slide 126
126
Slide 127
127
Slide 128
128
Slide 129
129
Slide 130
130

About This Presentation

Os Espíritos exercem grande influência nos acontecimentos da vida. Essa influência pode ser oculta (sutil) ou claramente percebida. Pode ser boa ou má, superficial, rápida ou duradoura. Não é nada miraculoso ou sobrenatural.
Imaginamos erroneamente que a ação dos Espíritos só se deva man...


Slide Content

1


Livro Segundo: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos

Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
9.1 – Penetração de nosso pensamento pelos Espíritos
9.2 – Influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e
sobre nossas ações
9.3 – Possessos
9.4 – Convulsionários
9.5 – Afeição dos Espíritos por certas pessoas
9.6 – Anjos guardiães, Espíritos protetores, familiares ou simpáticos
9.7 – Pressentimentos
9.8 – Influência dos Espíritos sobre os acontecimentos da vida
9.9 – Ação dos Espíritos sobre os fenômenos da Natureza
9.10 – Os Espíritos durante os combates
9.11 – Dos pactos
9.12 – Poder oculto, talismã, feiticeiros
9.13 – Bênçãos e maldições
Referências

Slides:
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/291-penetrao-de-nosso-pensamento-pelos-
espiritos
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/292-possessos-convulsionrios
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/293-afeio-dos-espritos-por-certas-pessoas
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/294-anjos-guardiaes-espiritos-protetores-
familiares-ou-simpaticos
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/295-influencia-dos-espiritos-sobre-os-
acontecimentos-da-vida
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/296-acao-dos-espiritos-sobre-os-fenomenos-da-
natureza
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/297-os-espiritos-durante-os-combates
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/298-poder-oculto-talisma-feiticeiros

2



9.1 – Penetração de nosso pensamento pelos Espíritos

456 – Os Espíritos veem tudo o que nós fazemos?
Podem vê-lo, visto que vos rodeiam incessantemente. Todavia, cada um não
vê senão as coisas sobre as quais dirige sua atenção, porque com aqueles
que lhes são indiferentes, eles não se preocupam.

Comentários:
No mundo material a nossa percepção é voltada para aquilo que dirigimos a
atenção.
Muitas vezes nós vemos, mas não percebemos. Olha, mas não enxerga.
Da mesma forma é com relação aos Espíritos.
Os Espíritos veem e acompanham o que fazemos e até o que pensamos, mas
percebem somente aquilo para qual está voltada a sua atenção. Depende do
interesse deles. É questão de foco.
Os Espíritos desencarnados conseguem acessar os nossos pensamentos,
caso tenham interesse.
Os nossos pensamentos são força, são energia.
Apesar de nós encarnados não conseguir visualizar, os nossos pensamentos
trabalham, manipulam o fluido cósmico universal para criar aquilo que
pensamos, ou seja, os pensamentos criam formas.
Os pensamentos se refletem no corpo perispiritual. É como se estivéssemos
diante de um vidro/espelho que reflete o que está ao seu redor.
É por isso que os Espíritos têm condições de perceber, ver, saber os nossos
pensamentos.
Os pensamentos estão à amostra a todos que desejarem e tiverem intenção
de conhecê-los.
Os Espíritos veem somente os pensamentos daqueles que eles têm interesse.
As pessoas que não os interessa, eles não percebem seus pensamentos.
Tanto a Espiritualidade superior, quanto a Espiritualidade inferior tem o acesso
se assim desejar.
Tudo o que fazemos tem alguém vendo.
Tudo o que falamos tem alguém ouvindo.
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

3

Muitas vezes o que fazemos ou o que falamos não estamos fazendo e nem
falando sozinhos.
Quando afastamos do nosso mentor (anjo da guarda) a lacuna é preenchida
por outros seres.

Portanto, também nós, considerando que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas,
desembaracemo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com
perseverança a corrida que nos está proposta. (Hebreus 12:1)


457 – Os Espíritos podem conhecer nossos mais secretos pensamentos?
Frequentemente, eles conhecem aquilo que quereríeis ocultar a vós mesmos;
nem atos, nem pensamentos podem lhes ser dissimulados.

457.a) Nesse caso, pareceria mais fácil esconder uma coisa a uma
pessoa viva que fazê-lo a essa mesma pessoa depois da sua morte?
Certamente, e quando vos credes bem ocultos, tendes, frequentemente, uma
multidão de Espíritos, ao vosso lado, que vos veem.

Comentários:
Jamais estamos só. Podemos estar só a nível de encarnados. Porém
considerando os Espíritos que nos cercam, nunca estamos sozinhos.
Se esses Espíritos que estão ao nosso ao nosso lado tiverem interesse e
quiserem saber as coisas que pensamos, que sentimos, basta que eles fixem
a atenção em nós para captar os nossos pensamentos, uma vez que estes
praticamente se materializam tornando-os perceptíveis.
As formas pensamento se mostram claramente aos Espíritos que estão
presentes com a atenção voltada para nós.
E se eles têm interesse em nós é porque estão sincronizados na sintonia. Nós
atraímos a sua atenção.
Por isso não temos como ocultar a eles nem as nossas atitudes, nem os
nossos pensamentos.
Os nossos pensamentos refletem a nível espiritual exatamente como somos.
Mesmo que queiramos esconder de nós mesmos, a verdade, a pureza do
sentimento está lá em nosso íntimo. E isso será refletido a nível espiritual.
Os Espíritos elevados podem observar nossos mais secretos pensamentos,
no entanto, existem Espíritos que não conseguem conhecê-los, por se

4

encontrarem nas baixas vibrações espirituais. Tudo se prende à evolução de
cada um: os Espíritos conseguem manter seus pensamentos ocultos aos seus
inferiores, mas não podem fazê-lo com relação àqueles que lhe são
superiores.
Nós podemos pensar o que queremos, temos o livre-arbítrio. Somos livres
para pensar, mas os Espíritos também são livres para nos acessar.
O pensamento pode nos trazer a paz de consciência ou pode nos trazer a
angústia e o desequilíbrio. Quanto mais desenvolvermos sentimentos
inferiores, mais abriremos campo para uma influência negativa e os Espíritos
imperfeitos que vivem próximos a nós se aproveitarão das nossas fragilidades
para nos dominar
Precisamos estudar o Evangelho, trabalhar e vivenciar o Evangelho. Colocar
o nosso Mestre querido para nos guiar, nos envolver e nos amparar. Tornará
mais fácil vencer a nós mesmo e avançar na evolução.
Um dia nossos pensamentos refletirão apenas alegria, bondade, amor e
felicidade.

Os Espíritos conseguem acessar até aquilo que escondemos de nós mesmos.
Tudo aquilo que não gostamos de falar, de ver, de ouvir, escondemos do outro.
A matéria nos dá essa possibilidade de esconder, de ocultar.
Na Espiritualidade a verdade aparece. A verdade é a verdade.

Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem
de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que
nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta.
(Hebreus 12:1)


458 – Que pensam de nós os Espíritos que estão ao nosso redor e nos
observam?
Isso depende. Os Espíritos frívolos se riem dos pequenos aborrecimentos que
vos suscitam e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios
lastimam vossos defeitos e procuram vos ajudar.

Comentários:
Nós estamos a todos os momentos cercados por Espíritos, uns bons, outros
ruins, uns com conhecimento da Espiritualidade, outros sem nenhum

5

conhecimento, uns voltados para o bem, para a luz, para o amor, outros
voltados ainda para as trevas.
É a lei da sintonia. Tudo é sintonia.
Os Espíritos levianos, imperfeitos, quando nos cercam, observando nossos
pensamentos, riem, debocham e nos estimulam a atitudes inferiores.
Os Espíritos sérios, ao se acercarem de nós, nos momentos de nossas
fraquezas se apiedam das nossas atitudes e passam a nos inspirar com
pensamentos sérios e benevolentes. Não julgam qualquer pessoa, por terem
passado por essas fases também. Eles se lembram de que as fraquezas são
sintomas de todos os princípios da vida espiritual.
Se não elevarmos os nossos pensamentos continuaremos atraindo Espíritos
imperfeitos, que vão nos incentivar o vício, a impaciência, a raiva, a
maledicência e não os sentimentos nobres e puros que buscamos.
Precisamos melhorar a nossa sintonia aproveitando as oportunidades da atual
existência para crescer e evoluir.
Estamos rodeados de Espíritos encarnados e desencarnados. Cabe a nós
oferecer para todos os que nos cercam a fraternidade, bondade, caridade, luz,
amor.
Que possamos mesmo de forma imperfeita, através de um gesto, do olhar, do
sorriso, de um abraço transmitir o amor do nosso Mestre Jesus.

6



9.2 – Influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e
sobre nossas ações

459 – Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas
ações?
A esse respeito sua influência é maior do que credes porque, frequentemente,
são eles que vos dirigem.

Comentários:
Nós não conseguimos imaginar o quanto somos influenciáveis pelos Espíritos
desencarnados, na erraticidade.
Muitas vezes acreditamos que estamos seguindo nossas próprias ideias.
Porém muitas ideias nos são sugeridas por Espíritos desencarnados.
A influência oculta sempre se dará pela sintonia de pensamentos que
estabelecemos.
Que tipo de influência permitimos em nossa vida?
Se a gente vive sem pensar, tem alguém pensando por nós.

Estamos também sob grande influência dos nossos companheiros
encarnados, em todos os lados em que nos movimentamos. Quando crianças,
há a influência dos pais, dos parentes; quando crescidos, a influência dos
companheiros e dos mestres; quando trabalhadores, a influência dos
superiores e, sobretudo, a influência das leis do país em que vivemos. Nunca
poderemos nos desligar totalmente das influências que nos ajudam a
caminhar. Aproveitemos a honra da influência de Jesus em nossas vidas.


460 – Temos pensamentos que nos são próprios e outros que nos são
sugeridos?
Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que vários pensamentos
vos alcançam, ao mesmo tempo, sobre o mesmo assunto e, frequentemente,
bem contrários uns aos outros; então, há sempre de vós e de nós e é isso que
vos coloca na incerteza, posto que tendes em vós duas ideias que se
combatem.

LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

7

Comentários:
Junto aos nossos próprios pensamentos há outros que nos são sugeridos. A
nossa mente não capta apenas os nossos próprios pensamentos, mas os
pensamentos sugeridos pelos desencarnados, como também, pelos
encarnados.
Pensamento é sintonia. Então muitas vezes captamos pensamentos de
Espíritos encarnados também.
Podemos dizer que existem duas fontes de pensamentos, que surgem nas
mentes dos encarnados e desencarnados: Uma aparece nas nossas mentes
(formuladas por nossas ideias ou trazidas por nossas experiências pretéritas),
outras, nos são sugeridos por Espíritos com os quais nos são afins.
Por isso é necessário nos conhecer para sabermos identificar aquilo que é
nosso e aquilo que não é.
Apesar dos nossos pensamentos serem contínuos, há intervalos entre um
pensamento e outro, distâncias essas onde podem aparecer pensamentos
que nos são enviados, se misturando com os nossos.
Quanto mais o Espírito evolui, vai reduzindo esses intervalos de pensamentos.
Menos intervalos daremos para que recebamos influências de outros.


461 – Como distinguir os pensamentos que nos são próprios daqueles
que nos são sugeridos?
Quando um pensamento é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os
pensamentos próprios são, em geral, aqueles do primeiro momento. De resto,
não há um grande interesse para vós nessa distinção, e é frequentemente útil
não o saberdes. O homem age mais livremente e, se ele se decide pelo bem,
o faz mais voluntariamente; se toma o mau caminho, não tem nisso senão
mais responsabilidades.

Comentários:
A Espiritualidade nos fornece um indicativo para identificarmos se os
pensamentos são nossos ou sugeridos.
Normalmente o primeiro pensamento que vem à nossa mente são nossos e
os subsequentes são sugeridos.
Porém isso não tem muito valor, mesmo porque o que mais importa é o
conteúdo do pensamento.
Se recebemos um pensamento positivo compete a nós absorver aquele
pensamento e seguir aquela orientação, aquela ideia positiva.

8

Por outro lado, se ocorrem pensamentos negativos ou de paixões inferiores
não adianta saber se veio de nós mesmos ou de um Espírito desencarnado. A
questão é saber o que vamos fazer com tal pensamento? Seguir ou repelir?
Então é melhor não sabermos a origem daquele pensamento.
Não devemos nos preocupar com o autor da ideia.
Devemos preocupar é em ter pensamentos, atitudes e comportamentos que
nos aproximem dos Espíritos nobres, dos nossos mentores. Esses irmãos
nobres sempre vão querer o nosso bem. Quanto mais nos aproximarmos
deles, mais nos fornecerão boas sugestões, bons caminhos
Se decidimos pelo bem, voluntariamente agimos dessa forma. Se agimos no
caminho do mal, a responsabilidade também é nossa.


462 – Os homens de inteligência e de gênio haurem sempre suas ideias
de sua própria natureza íntima?
Algumas vezes, as ideias vêm de seu próprio Espírito, mas, frequentemente,
elas lhes são sugeridas por outros Espíritos que os julgam capazes de as
compreender e dignos de as transmitir. Quando eles não as encontram em si,
apelam à inspiração; é uma evocação que fazem sem o suspeitar.

Allan Kardec:
Se fosse útil que pudéssemos distinguir claramente nossos próprios
pensamentos daqueles que nos são sugeridos, Deus nos teria dado o
meio, como ele nos deu o de distinguir o dia da noite. Quando uma coisa
é vaga, é que assim deve ser para o bem.

Comentários:
As ideias que nos chegam à mente nem sempre são ideias nossas, pois às
vezes é dos Espíritos que nos influenciam, que nos inspiram e nos sugerem
as informações.
Algumas vezes é o nosso próprio Espírito e outras são os Espíritos que nos
sugerem.
As ideias que nos são sugeridas partem de duas fontes: elas podem ser de
dentro de nós e de fora. Quando esgotam as nossas deduções, apelamos para
outras fontes e o socorro para as nossas necessidades surge mesmo sem
compreendermos de onde vem.
Se Deus não deixam essa identificação de forma nítida, como identificamos o
dia e a noite, é porque deve ser assim. Deve ser melhor para o nosso

9

aprendizado, para o nosso crescimento, para o desenvolvimento do nosso
livre arbítrio, para ampliar o nosso conhecimento e moldar a nossa sabedoria.
Então é melhor que não consigamos fazer essa diferenciação, a fim de ampliar
a nossa capacidade de discernir o bem e o mal.
Muito mais importante que a origem do pensamento é o seu conteúdo.
Todo sábio, em todas as ordens do saber humano, tem seus momentos de
meditações, por onde canaliza para o seu ser as respostas das suas variadas
perguntas mentais, no silêncio das suas ideias. E sempre nos intervalos dos
seus pensamentos aparecem outros, como se fossem seus.


463 – Diz-se, algumas vezes, que o primeiro movimento é sempre bom;
isso é exato?
Ele pode ser bom ou mau segundo a natureza do Espírito encarnado. É
sempre bom naquele que atende às boas inspirações.

Comentários:
O primeiro pensamento reflete o que o encarnado é.
Reflete a sua condição evolutiva.
O primeiro pensamento nem sempre é bom, pois normalmente reflete a
personalidade, o caráter, os gostos da pessoa encarnada.
Independentemente do primeiro pensamento ser nosso, nós podemos receber
inspirações, intuições de assuntos que não estávamos pensando.
Precisamos nos conhecer.
Na questão 461, a Espiritualidade diz que “Os pensamentos próprios são, em
geral, aqueles do primeiro momento”. Não diz que é a regra, não diz que são
todos, mas em geral, podendo assim, haver sugestões como um primeiro
pensamento.
Se o primeiro impulso mental for de amor e de caridade, de paz e de
honestidade, certamente que devemos alimentá-lo, todavia, se ele for voltado
para o mal, convém expulsá-lo da nossa mente, enquanto é tempo, para que
não façamos bobagem.
Não importa se o nosso pensamento é o primeiro, o segundo, o décimo. Não
importa a ordem. O importante é o conteúdo.
Por isso a importância de usar sempre o bom senso e conduzir os nossos
pensamentos sempre voltados ao bem.

10




464 – Como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou
de um mau Espírito?
Estudai a coisa; os bons Espíritos não aconselham senão o bem. Cabe a vós
a distinção.

Comentários:
Nós temos que ter bom senso.
É fácil distinguir os pensamentos bons dos maus, bastando um pouco de
razão, para que possamos entender.
Precisamos analisar passando pelo crivo do Evangelho de Jesus.
Caso alguma dessas ideias seja contrária à Lei de Deus não importa a
procedência. Não devemos segui-la.
Se o conteúdo da mensagem é positivo, com propósitos de bondade,
certamente vem de um bom Espírito.
Se o conteúdo da mensagem é negativo, inspirando sentimentos inferiores,
virá de um Espírito mal ou ainda na ignorância.
A melhor maneira para distinguir o pensamento, se ele procede de um mau ou
de um bom Espírito é estudar o caso. Estudar o conteúdo da mensagem.


465 – Com que objetivo os Espíritos imperfeitos nos compelem ao mal?
Para vos fazer sofrer como eles.

465.a) Isso diminui seus sofrimentos?
Não, mas o fazem por inveja de verem seres mais felizes.

465.b) Que natureza de sofrimento eles querem fazer experimentar?
Os que resultam de ser de uma ordem inferior e afastada de Deus.

Comentários:
Como esses Espíritos não vivenciam a felicidade devido as suas próprias
escolhas se sentem incomodados com a felicidade dos outros.

11

Às vezes nós mesmos por inveja do outro desejamos algo prejudicial a essa
pessoa.
Como eles sofrem, ao invés de buscar se melhorarem, eles querem que o
outro sofra junto com eles.
Não diminui o sofrimento deles. Fazem isso por inveja.
É muito comum vermos essa situação nas reuniões mediúnicas.
Todos os sofrimentos que decorrem da nossa inferioridade moral favorecem a
interferência deles para nos direcionar. Dificuldades que decorrem do nosso
orgulho, do nosso egoísmo, da nossa vaidade, da nossa materialidade, são
aproveitadas pela espiritualidade para nos influenciar negativamente
Os Espíritos inferiores nos induzem ao mal por ignorância. Se eles
conhecessem a verdade, iriam ajudar cada vez mais aos seres encarnados.
Percebendo a lei da justiça, buscariam cumpri-la pelos canais do amor.
Deus sempre abençoa quem está se esforçando para melhorar. Se nós
sofremos, procuremos copiar a vida de Jesus em todos os seus aspectos.
Esse caminho que às vezes nos apresenta cheio de espinhos, mas depois
virão as flores, das sementes plantadas com amor.
Examinemos nossos pensamentos a todo momento. Examinemos nossas
palavras também, pois pensamentos e palavras são sementes que todos os
dias semeamos no terreno alheio, e, somos responsáveis pelo que plantamos.


466 – Por que Deus permite que os Espíritos nos excitem ao mal?
Os Espíritos imperfeitos são instrumentos destinados a experimentar a fé e a
constância dos homens no bem. Tu, sendo Espírito, deves progredir na ciência
do infinito e é por isso que passas pelas provas do mal para alcançar o bem.
Nossa missão é de colocar-te no bom caminho, e quando as más influências
agem sobre ti é que as atrais pelo desejo do mal, porque os Espíritos inferiores
vêm em tua ajuda no mal, quando tens vontade de praticá-lo. Eles não podem
te ajudar no mal senão quando queres o mal. Se és propenso ao homicídio,
terás uma multidão de Espíritos que manterão esse pensamento em ti; mas,
também, terás outros que se esforçarão em te influenciar no bem, o que faz
restabelecer a balança e te deixa o comando.

Allan Kardec:
É assim que Deus deixa à nossa consciência a escolha do caminho
que devemos seguir, e a liberdade de ceder a uma ou a outra das
influências contrárias que se exercem sobre nós.

12

Comentários:
Deus permite que os Espíritos nos influenciem tanto para o bem, quanto para
o mal, mas no caso do mal, Deus permite para ver a nossa fé, a nossa
perseverança de praticar o bem.
Fazer o bem quando tudo está bom é fácil, mas diante das provas, das
influências negativas é o nosso verdadeiro testemunho. É nesse momento que
provamos a nossa fé e a nossa confiança em Deus.
A permissão de Deus vem nos possibilitar o mérito da resistência ou do
fracasso.
Somos influenciados tanto por Espíritos imperfeitos, quanto por Espíritos bons,
cabendo a nós as escolhas. A decisão é sempre nossa por optar pela
influência do bem ou do mal.



467 – Pode-se se libertar da influência dos Espíritos que nos solicitam
ao mal?
Sim, porque eles não se ligam senão aos que os solicitam por seus desejos
ou os atraem por seus pensamentos.

Comentários:
Tudo decorre da sintonia mental.
A sintonia regula as relações no plano material e no plano espiritual.
Se queremos nos libertar da influência de Espíritos negativos temos que elevar
os nossos padrões vibratórios buscando a sintonia com a Espiritualidade
superior, pois a partir do momento que conectamos com o bem, os
pensamentos, os fluidos negativos não nos atingem.
A melhor defesa contra as influências negativas é a mudança de pensamento
e de atitude, é a reforma íntima. É cortar a sintonia.
Buscar ajuda e se modificar. Analisar o íntimo com sinceridade. Perdoar, se
auto perdoar, retirar as mágoas, o ódio, o ressentimento, o remorso.


468 – Os Espíritos cuja influência é repelida pela vontade, renunciam às
suas tentativas?
Que queres tu que eles façam? Quando não há nada a fazer, eles cedem o
lugar; entretanto, aguardam o momento favorável, como o gato espreita o rato.

13


Comentários:
A questão trata de Espíritos inferiores.
Somos influenciados por Espíritos bons e por Espíritos imperfeitos. Quando
escolhemos caminhos desagradáveis os Espíritos bons se afastam, porém
continuam nos acompanhando. Ao menor sinal nosso de elevação, eles
estarão ao nosso lado para nos amparar.
Quando procuramos sintonizar com a Espiritualidade superior, quando
vivenciamos o Evangelho trilhando no caminho do bem automaticamente
repelimos as influências inferiores. Nós fechamos as portas e a sintonia não
acontece. Dessa forma, as suas ideias perniciosas não encontram
acolhimento em nossos corações.
Em um primeiro momento, eles não renunciam as suas investidas, mas se
afastam um pouco e ficam aguardando uma oportunidade.
Nem sempre conseguimos manter a nossa vibração intacta, sempre elevada
(prece, evangelho no lar, caridade). Como ainda somos imperfeitos, a nossa
vibração oscila.
Nos nossos momentos de desequilíbrio, de fragilidade emocional, eles
conseguem nos influenciar, colocar suas ideias negativas e nós devido a
vibração baixa absorvemos as sugestões, dando início ao processo em que
se não estivermos em constante oração e vigília vamos aos poucos nos
contaminando.
Por isso temos que praticar o “Orai e vigiai”.
Os Espíritos inferiores, quando acham resistência no campo humano em que atacam, certamente que
recuam, no entanto, não podes relaxar a vigilância, porque eles ficam na tocaia, esperando oportunidades
para de novo investir com todas as suas forças, mormente quando se trata de Espíritos inimigos. Se já
despertaste para a luz, deves conservá-la acesa sempre, e o melhor exercício para a sua defesa é a caridade.


469 – Por que meios se pode neutralizar a influência dos maus Espíritos?
Fazendo o bem e colocando toda a vossa confiança em Deus, repelis a
influência dos Espíritos inferiores, e destruís o império que eles querem tomar
sobre vós. Evitai escutar as sugestões dos Espíritos que suscitam em vós os
maus pensamentos, sopram a discórdia entre vós e vos excitam todas as más
paixões. Desconfiai, sobretudo, daqueles que exaltam vosso orgulho porque
vos tomam por vossa fraqueza. Eis porque Jesus nos faz dizer na oração
dominical: “Senhor! não nos deixeis sucumbir à tentação, mas livrai-nos do
mal”.

14

Comentários:
A melhor maneira de neutralizarmos a influência dos maus Espíritos é
trazendo para perto de nós a influência da Espiritualidade superior por meio
da sintonia, através das vibrações de amor, a prática da caridade,
pensamentos elevados, a vivência do Evangelho, confiar em Deus.
Quem tem Deus em seu coração, jamais se torna influenciado pela
Espiritualidade inferior, jamais se contamina pelas paixões inferiores que
habitam no ser humano.
Quem está com Deus tem amor, tem a luz, tem a paz, tem a alegria, tem a
felicidade (relativa) em seu coração.
Quem já está nesse patamar não vai querer voltar para as sombras.
Nós ainda estamos nas sombras porque não conhecemos ainda
verdadeiramente o amor e a felicidade.
Se pretendemos ajudar os ignorantes, não nos afastemos deles. A vida ensina como nos aproximar dos que
esqueceram o amor. Todas as soluções de todos os problemas se encontram dentro deles. Nós, quando
começamos a fazer o bem e a pensar no amor, no perdão e na fraternidade, achamos que já estamos livres
das sugestões do mal que os inimigos espirituais nos inspiram. Enganamo-nos, pois, só quando passamos a
viver o bem ininterruptamente é que não deixamos lugar para os pensamentos inferiores entrarem em nossa
casa mental.


470 – Os Espíritos que procuram nos induzir ao mal e que, assim,
colocam em prova nossa firmeza no bem, receberam a missão de o
fazer? E se é uma missão que cumprem, onde está a responsabilidade?
Nunca o Espírito recebe a missão de fazer o mal. Quando ele o faz é por sua
própria vontade e, por conseguinte, lhe suporta as consequências. Deus pode
deixá-lo fazer para vos experimentar, mas não lhe ordena, e está em vós
repeli-lo.

Comentários:
Jamais, em momento algum é dada a missão do Espírito praticar o mal.
O mal não procede de Deus. Ele é fonte de amor, de bondade. Ele quer que
seus filhos pratiquem a Lei do amor.
Não seria condizente com as propriedades perfeitas de Deus se tivéssemos
uma missão de fazer o mal qualquer que seja ao nosso irmão.
Aquele que faz o mal o faz por sua própria conta e, se sujeitará às
consequências das responsabilidades dos seus atos.
Deus permite que isso aconteça para nos experimentar, para perceber a nossa
perseverança no caminho do bem, do amor, da verdade.

15

Qualquer pensamento nessa condição provém de Espíritos imperfeitos que
desconhecem as leis de justiça, de amor e de caridade do nosso Pai.
Deus permite, mas nunca determina tal procedimento.
Nós tendo o conhecimento, cabe a nós repelir essas induções negativas.
Cabe a nós todos os dias nos esforçarmos para aplicar a lei de Deus.
Os Espíritos que induzem o homem para as paixões inferiores o fazem por conta própria, pela liberdade que
desfrutam. Os agentes do mal não são missionários. Missionários, somente o são os benfeitores espirituais,
que em cada passo se empenham em fazer o bem, amando a todas as criaturas.


471 – Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade
indefinível ou de satisfação interior sem causa conhecida, isso prende-
se unicamente a uma disposição física?
São quase sempre, com efeito, comunicações que tendes inconscientemente,
com os Espíritos, ou que tivestes com eles durante o sono.

Comentários:
Nós estamos em constante comunicação com o plano espiritual.
Nós recebemos influências dos Espíritos desencarnados e os influenciamos
também.
Se experimentamos sentimentos de angústia, de ansiedade, ou de satisfação
sem causa definida, sem algo que justifique, pode ser que tais sentimentos
não sejam nossos, mas pode ter vindo da Espiritualidade que se relaciona
conosco.
São situações que pode ocorrer durante o nosso estado de vigília ou durante
o sono, pois sabemos que nós nos emancipamos tendo contato com outros
Espíritos desencarnados ou encarnados em desdobramento. Dependendo
das orientações recebidas, das conversas que tivermos, das escolhas que
fizermos, poderemos acordar com uma sensação boa, agradável ou não muito
positiva.
Quando o sentimento é agradável decorre de sugestões positivas recebidas
da Espiritualidade amiga e quando as sensações, os pensamentos não são
positivos decorrem de uma influência negativa.

Não devemos dar relevância às influências negativas, pois as sugestões
positivas são bem mais intensas, se não a percebemos é devido à nossa
condição de imperfeição.

16

472 – Os Espíritos que querem nos excitar ao mal o fazem aproveitando-
se das circunstâncias em que nos encontramos ou podem criar essas
circunstâncias?
Eles aproveitam a circunstância, mas, frequentemente, a provocam,
compelindo-vos, inconscientemente, ao objeto da vossa cobiça. Assim, por
exemplo, um homem encontra sobre seu caminho uma soma de dinheiro; não
creiais que foram os Espíritos que levaram o dinheiro para esse lugar, mas
eles podem dar ao homem o pensamento de dirigir-se a esse ponto e, então,
lhe sugerem o pensamento de se apoderar dele, enquanto outros lhe sugerem
o de entregar esse dinheiro àquele a quem pertence. Ocorre o mesmo em
todas as outras tentações.

Comentários:
A Espiritualidade nos influencia tanto para o bem, como para o mal.
No caso da Espiritualidade inferior, eles se aproveitam das circunstâncias do
nosso dia a dia para nos impelir na prática do mal, das nossas imperfeições,
das nossas tendências inferiores, daquilo que nos distancia de Deus.
Em algumas situações eles podem criar um ambiente favorável para exercer
influência negativa (inferiores) ou positiva (superiores)
No caso, não foram eles que fizeram o dinheiro cair naquele local, mas
inspiraram o homem a passar por ali.
A Espiritualidade inspira para ficar com o dinheiro.
A Espiritualidade superior inspira para restituir o dinheiro.
O homem vai decidir o que fazer com o achado usando seu livre-arbítrio.
Nós não fazemos o mal por causa das influências, mas sim por alimentá-las.
Da mesma forma o bem, desde que tenhamos forças para lutar contra as más
tendências e alimentar as boas influências que nos chegam.
As circunstâncias muitas vezes são aproveitadas pela Espiritualidade inferior
e se nós não estivermos orando e vigiando vamos cada vez mais nos deixando
influenciar pelas sugestões negativas.

17


9.3 – Possessos

O assunto Possessão encontra-se:
- Livro dos Espíritos - questões 473 e 474
- Livro dos Médiuns - item 241
- Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo X, item 6.
- A Gênese - Capítulo XIV - itens 45 à 49.
- Nos domínios da mediunidade – Cap. 09
- Missionários da luz – Cap. 17


473 – Um Espírito pode, momentaneamente, revestir o envoltório de uma
pessoa viva, quer dizer, se introduzir dentro de um corpo animado e agir
em lugar daquele que se encontra aí encarnado?
O Espírito não entra em um corpo como entras em uma casa. Ele se afina com
um Espírito encarnado que tem os mesmos defeitos e as mesmas qualidades
para agir conjuntamente. Mas é sempre o Espírito encarnado que age como
quer sobre a matéria da qual está revestido. Um Espírito não pode se substituir
àquele que está encarnado, porque o Espírito e o corpo estão ligados até o
tempo marcado para o término da existência material.

Comentários:
O termo possessão é muito antigo, inclusive aparece no Evangelho
A princípio Kardec e a Espiritualidade diz que:
Não é possível que um Espírito tome temporariamente o lugar de um Espírito
encarnado, ou seja, que ocupe o corpo de um encarnado.
No sentido de que o perispírito se afaste do corpo e o seu corpo físico seja
tomado pelo desencarnado. Isso não seria possível.
É o encarnado que atua sob a influência do desencarnado.
Posteriormente, Kardec altera esse seu posicionamento.
Há considerações sobre o seu posicionamento nas Revistas Espíritas mensais
de 1863 à 1868, onde Kardec diz que no primeiro momento ele não acreditava
na possessão.
Porém na Revista Espírita ele relata os casos de pessoas que foram possuídas
temporariamente por Espírito desencarnado.
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

18

O perispírito do desencarnado se afastava (não desligado, pois só com a morte
do corpo físico é que ocorre o desligamento completo) e o Espírito
desencarnado ocupava o corpo do encarnado durante algumas horas e até
dias. Kardec observa que isso pode acontecer e que a possessão pode ser
positiva, caso a Espiritualidade Superior ocupe o corpo para trazer
informações salutares, como pode ser negativa, como é o caso do depoimento
da Revista Espírita.
A princípio é uma influência e que pode ir tomando uma graduação maior que
é o caso das obsessões por subjugação, quando há domínio sobre o corpo do
encarnado, mas nesse caso há a interferência do Espírito por intermédio do
próprio encarnado, diferente da possessão em que o encarnado em
desdobramento não interfere naquela possessão.
Tudo é sintonia e acontece de forma lenta e gradual. À medida que não
vigiamos nossos pensamentos, não oramos, não entramos em sintonia com a
Espiritualidade superior, abrimos as portas do nosso coração para a
Espiritualidade inferior. Daí vamos facilmente nos conectando com essas
influências e vamos virando joguetes nas mãos dos Espíritos infelizes. Quando
o domínio é completo há a possessão (subjugação corporal)

“Temos dito que não havia possessos no sentido vulgar do vocábulo, mas
somente subjugados. Voltamos a esta asserção absoluta porque agora nos é
demonstrado que pode haver verdadeira possessão, isto é, substituição, posto
que parcial, de um Espírito errante a um encarnado.” (Revista Espírita -
dezembro de 1863).
Na possessão, (...) o Espírito atuante (...) toma o corpo do encarnado como
seu domicílio, sem que, no entanto, esse corpo seja abandonado pelo seu
dono. (...) a possessão é sempre temporária e em intervalos, pois um Espírito
desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado – pela
razão de que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no
momento da concepção. (A Gênese - capítulo XIV - item 47).
De posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito se serve dele como
se fosse o seu: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos, opera com seus
braços, conforme faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade falante
(psicofonia), em que o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de
um desencarnado; no caso da possessão é mesmo o último que fala e obra;
quem o tenha conhecido em vida, reconhece sua linguagem, a voz, os gestos
e até a expressão da fisionomia. (A Gênese - Capítulo XIV - item 47)
Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se
de um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos
ouvintes, toma de um encarnado, que voluntariamente lhe empresta o corpo,
como emprestaria sua roupa a outro encarnado. Isso se verifica sem qualquer
perturbação ou incômodo, durante o tempo em que o Espírito encarnado se

19

acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se este
último ao lado do seu substituto para ouvi-lo. (A Gênese - capítulo XIV - item 48)


474 – Se não há possessão propriamente dita, quer dizer, coabitação de
dois Espíritos no mesmo corpo, a alma pode se encontrar na
dependência de um outro Espírito, de maneira a estar por ele subjugada
ou obsedada, a ponto que sua vontade esteja, de alguma sor te,
paralisada?
Sim, e esses são os verdadeiros possessos. Mas saiba que essa dominação
não se faz jamais sem a participação daquele que a suporta, seja por sua
fraqueza, seja por seu desejo. Têm-se tomado, frequentemente, por
possessos os epilépticos ou os loucos que têm mais necessidade de médico
que de exorcismo.

Allan Kardec:
A palavra possesso, em seu sentido vulgar, supõe a existência de
demônios, quer dizer, de uma categoria de seres de natureza má, e a
coabitação de um desses seres com a alma no corpo de um indivíduo.
Posto que não há demônios nesse sentido, e que dois Espíritos não
podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não há possessos
segundo a ideia ligada a essa palavra. A palavra possesso não deve se
entender senão como a dependência absoluta em que a alma pode se
encontrar em relação a Espíritos imperfeitos que a subjugam.

Comentários:
Mais uma vez Kardec coloca que não pode dois Espíritos coabitar o mesmo
corpo, dada a impossibilidade da possessão. Mas depois ele mudou esse
entendimento, através das observações, experiências e estudos publicados
nas revistas e na Gênese. Então há possessos.
Há a possibilidade de um Espírito coabitar temporariamente o corpo de um
encarnado, enquanto o Espírito desse encarnado fica afastado.
O domínio de subjugação corporal ocorre quando o encarnado (subjugado)
permite. Tudo começa com uma sintonia sutil e à medida que vamos
alimentando as ideias sugeridas vão ganhando força e ficamos cada vez mais
submissos à vontade dos Espíritos desencarnados.

Demônios – Não existem demônios. Não existem seres criado s
perpetuamente para o mal. Todos nós fomos criados Espíritos simples e

20

ignorantes destinados à perfeição e à felicidade. Então, demônios são
Espíritos temporariamente no mal, na ignorância, que irão despertar e serem
Espíritos de luz, Espíritos perfeitos.
Há a relação de dependência entre Espíritos encarnados e desencarnados.

Subjugado – Sob o jugo do outro – sob o domínio do outro.


OBSESSÃO
O assunto é denso, exige profundidade (mas aqui será tratada de forma
superficial), atenção, maturidade e muito bom senso, porque está intimamente
relacionado às questões mais profundas da alma humana.
A obsessão não acontece sem um obsessor.
A obsessão é um sistema energético que funciona pela presença do obsessor
e do obsediado.

INTRODUÇÃO:
“Nas culturas egípcia, babilônica, assíria e judaica, atribuíam-se certas
doenças e calamidades naturais à ação dos demônios. Para afastá-los,
recorria-se a algum esconjuro ou exorcismo. A cultura ocidental recebeu essas
ideias por meio da Bíblia.”
“Os livros sagrados de todos os povos, desde a mais remota antiguidade
oriental, em se referindo às leis morais, reportam-se à vida extraterrena, às
consolações e às penalidades impostas aos Espíritos.”
“A Idade Média foi farta em provas sobre os desencarnados. “Anjos” e
“espíritos imundos” subitamente invadiram a Europa, e os “inspirados” e
“endemoninhados”, os “adivinhos” e “feiticeiros” foram levados à fogueira
crematória, sem que conseguissem extingui-los.”
A Obsessão nos bastidores da obsessão, Manoel P. de Miranda por Divaldo P. Franco

No século XIX, há um avanço na área das ciências psíquicas e neurológicas
havendo uma vasta investigação, estudos e ampliação dos tratamentos aos
distúrbios neuropsíquicos e às obsessões compulsivas.
Neste século também recebemos através do advento da Terceira Revelação
(Doutrina Espírita) as orientações e explicações quanto a essas patologias que
tanto aflige a humanidade desde tempos imemoriais.

21

A obsessão corresponde a uma ideia recorrente ou fixa que é negativa.
A pessoa que passa por obsessão não se sente satisfeita, sofre com o
processo, sentindo uma incompletude, bem como culpas, angústias,
sensação de falta, etc. O pensamento obsessivo tem efeito escravizante, em
todos os casos a pessoa que sofre de obsessão identifica que há algo errado,
tendo dificuldade de assumir e de pedir ajuda, levando-o a um sofrer solitário.

CONCEITO:
Na conceituação do Codificador: “trata-se do domínio que alguns espíritos
podem adquirir sobre certas pessoas (através da afinidade, da sintonia e
da simpatia). São sempre espíritos inferiores que procuram dominar,
pois os bons não exercem nenhum constrangimento. A obsessão
apresenta caracteres diversos que é necessário distinguir, e que
resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que
produzem”. (Allan Kardec – Livro dos Médiuns – Item nº 237).
“É a ação persistente que um Espírito exerce sobre um indivíduo”
podendo ir desde uma simples influência moral (...) até a perturbação
completa do organismo (perturbações somáticas) e das faculdades
mentais. A GÊNESE, Allan Kardec - capítulo XIV item 45.
“É um processo bilateral; de um lado o cobrador que se sente ferido e
injustiçado e do outro o devedor, trazendo impresso no seu perispírito os
matizes da culpa, o remorso ou o ódio que não se extinguiu.” OBSESSÃO-
DESOBSESSÃO, Suely Caldas Schubert.
É a ação intermitente de um Espírito em desequilíbrio, encarnado ou não,
consciente ou inconsciente, mau e vingativo, por conta própria ou a mando de
terceiros, sobre outro Espírito, esteja também este encarnado ou não; ação
esta que poderá iniciar pela complexidade dos pensamentos até o domínio
total sobre os seus atos, com repercussões mentais e/ou físicas, fruto de uma
sintonia estabelecida entre ambos.
É praticada pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar ou de alguma
forma interferir.


CAUSAS:
As causas da obsessão se alicerçam em nossas imperfeições, quais sejam:
vícios, paixões exacerbadas, perversões sexuais, crimes, ganância, apegos
excessivos à pessoas e objetos, que nos colocam em estado de sintonia
vibratória com os espíritos desencarnados em função da afinidade moral, pode
estar sujeito a reajustes e resgates específicos.

22

Da parte do obsessor (Espírito):
1. vingança de espíritos contra pessoas que lhes fizeram sofrer nessa ou
em vias anteriores; - Causas cármicas.
2. Desejo simples de fazer os outros sofrerem, por ódio, inveja, covardia;
3. Para usufruir dos mesmos condicionamentos que tinham quando na vida
física, induzem seus afins a cometê-los;
4. Apegos às pessoas pelas quais nutriam grandes paixões quando em
vida;
5. Por interesses em destruir, desunir, dominar, provocar o mal, manter
distúrbios, partindo de espíritos inteligentes das hostes inferiores.
Da parte do obsediado:
Na visão de Emmanuel e Scheila, apresentadas através das obras
psicografadas por Francisco C. Xavier, as possíveis causas de obsessão são:
1. a cabeça e mãos desocupadas  Ociosidade – quem não tem o que
fazer só pensa e fala bobagem.
2. a palavra irreverente  As chacotas, as gozações, as ironias.
3. a boca maledicente  Quem vive falando mal de outras pessoas,
aquele (a) que propaga difamações.
4. a conversa inútil e fútil, prolongada  Que não tem utilidade, que não
vale a pena. Que não tem importância ou mérito, superficial, aspecto
enganador, não inspira confiança, leviano.
5. a atitude hipócrita  É quando alguém critica uma atitude de alguém,
quando ela faz exatamente a mesma coisa, ou até pior. O hipócrita nem
pensa nesse fato, tudo que ele quer é estar em vantagem sobre outras
pessoas.
6. o gesto impaciente  A falta de paciência pode ser gerada por palavras
ou simplesmente, por gestos e expressões.
7. a inclinação pessimista  Enxergar só o lado negativo das coisas,
esperando sempre pelo pior de todas as situações.
8. a conduta agressiva  Pode ser expressada por palavras, como por
ações que possam prejudicar tanto a si mesmo, outras pessoas, animais
ou objetos, como o patrimônio público.
9. o apego demasiado a coisas e pessoas  O apego é uma forma de
vincularmos a alguém ou a algum objeto. A posse destes nos faz muitas
vezes sentirmos melhor, capazes de ter ou de conquistar. Apegar-se de
coisas, ideias, pessoas ou situações, quando em excesso, nos mantém
reféns da vida, fazendo com que o dia a dia se torne pesado e sem
alegria.

23

10. o comodismo exagerado  Atitude de evitar dificuldades e
responsabilidades, preguiça, inércia, conformismo. Atitude de quem
apenas cuida de si: egoísmo, individualismo, indiferença.
11. a solidariedade ausente  ausência de sentimento e atitude em
relação a ajudar os outros ou a compartilhar o seu infortúnio.
12. tomar os outros por ingratos ou maus  Achar que os outros
não demonstram gratidão, que não está agradecido pelos favores que
lhe são oferecidos, que não reconhece os méritos da pessoa que o
ajuda. Ou que são maldosos, ruins.
13. considerar nosso trabalho excessivo  Achar que está
trabalhando demais, mesmo que esteja dentro dos limites contratuais ou
que esteja trabalhando mais que os outros.
14. o desejo de apreço e reconhecimento  Elevar o ego e achar
que precisa ser bajulado, lisonjeado, receber reconhecimento.
15. o impulso de exigir dos outros mais do que de nós mesmos 
Exigir mais dos outros. Muitas vezes o outro doa tudo o que pode, como
pode, pois cada um está em um nível evolutivo diferente.
16. fugir para o álcool ou drogas entorpecentes  Partir para o
vício, como o uso do álcool , entorpecentes, medicamentos
desnecessários.
17. A vingança, o ciúme, a inveja, o ódio, a cobiça, a ostentação,
a sensualidade, os xingamentos, etc.

Caminhamos pelo universo “sentidos e reconhecidos pelos nossos afins,
temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham
em posição inferior à nossa. Isto porque exteriorizamos, de maneira invariável,
o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamento a pensamento, sem
necessidade das palavras para simpatias ou repulsões fundamentais.”
(André Luiz - Evolução Em Dois Mundos)

CLASSIFICAÇÃO:
Considerando as diversas faces que envolvem os mecanismos da obsessão,
apresentamos, sob ponto de vista didático, a presente classificação, visando
a melhor compreensão do processo obsessivo.

A. QUANTO À FORMA DE AÇÃO:

24

1. ATIVA – Ocorre quando o Ser espiritual que faz a obsessão tem a
consciência do que executa, e assim o faz em função de objetivos
específicos.
2. PASSIVA – Acontece quando o Ser espiritual que executa o processo
obsessivo não tem consciência do que faz. Age pelas leis de afinidade dos
fluidos.

B. QUANTO À LOCALIZAÇÃO:
1. FÍSICA – É o caso em que o obsessor age manipulando e inoculando
fluidos tóxicos a nível de perispírito, repercutindo no corpo físico e
promovendo o adoecimento dos órgãos.
2. PSÍQUICA – Neste caso o obsessor atua na manipulação e inoculação de
fluidos tóxicos à nível do psiquismo, especificamente naquilo que
entendemos como sendo atributos do Espírito, tais como pensamento,
atenção, concentração, percepção, etc. Quando ocorre a influência,
perturbando a transmissão do pensamento, fica alterada a comunicação
entre o agente e o instrumento.

C. QUANTO À INTENSIDADE: (Livro dos Médiuns, cap. XXIII, item 238).
1. SIMPLES – É um processo que se dá em função da manipulação de fluidos
de pouca densidade, apresentando-se como pequenas intoxicações,
levando ao corpo físico e mental sinais e sintomas de pouca intensidade.
“Verifica-se quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium,
intrometendo-se contra sua vontade, nas comunicações que recebe…”
É a maioria dos processos obsessivos. Há obsessores conscientes das
suas ações, como também, inconscientes, inclusive, muitos obsidiam por
“amor”, apego.
2. FASCINAÇÃO – É um processo mais grave, considerando a manipulação
de fluidos que se dá à nível de pensamento, com a interposição dos
mesmos. “É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o
pensamento do médium, e que paralisa de alguma forma seu julgamento
com respeito às comunicações. O médium fascinado não crê enganado.
Neste caso participam espíritos ardilosos, muito inteligentes, que usam de
todos os recursos para envolverem suas vítimas. Ninguém está livre deste
tipo de obsessão…”.
3. SUBJUGAÇÃO – Processo bastante grave que envolve o domínio
completo do pensamento e da vontade do Ser. “É uma opressão que
paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir ao seu malgrado. Numa
palavra, a pessoa está sob um verdadeiro jugo”.
A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso o Ser é obrigado

25

a tomar decisões frequentemente absurdas e comprometedoras. No caso
da subjugação corporal, o indivíduo é constrangido a praticar os atos mais
ridículos possíveis, apesar de ter plena consciência do que faz, e fá-lo
contra a sua vontade. Há neste tipo de obsessão, manipulação e
interposição de fluidos muito densos onde o Ser apresenta alterações das
funções mentais pela ação intencional de outra mente, onde a razão
declina, a vontade enfraquece, os sentimentos se deterioram e os
hábitos mudam (Bezerra de Menezes).


D. QUANTO AO TIPO
1. AUTO-OBSESSÃO – Neste caso o Ser é responsável por todos os sinais
e sintomas que apresenta, considerando ser ele o mentor intelectual de
todos os seus equívocos, passados e presentes. Assim sendo, em dado
momento da vida, começa a tomar consciência dos fatos e a partir daí
exercita-se em culpas, que geram cobranças. Então teremos os conflitos
interiores, com os pensamentos fixado em alguma coisa, tanto em vigília
como em desdobramento. Após a instalação do quadro, caminha com
desinteresse total pela vida, isola-se e apresenta baixas vibrações em seu
campo eletromagnético, permitindo a partir deste momento a afinização
com irmãos em grandes desequilíbrios, grandes cobradores, evoluindo
assim com graves quadros específicos que se enquadram nas doenças
nervosas e mentais.
2. HETERO-OBSESSÃO – É um quadro que se caracteriza pela influência de
espíritos encarnados ou desencarnados junto a outros seres que também
podem estar em condições iguais. Este processo pode ser ativo ou passivo,
com ação direta no corpo físico ou mental e sua intensidade pode variar de
leve, moderada a grave, dependendo o merecimento do Ser envolvido.
Podemos classificá-la em quatro situações:
a. Obsessão entre os encarnados – muito comum, principalmente nos
relacionamentos entre os membros da família, considerando que o lar é o
ambiente propício a reajustes e resgates. Teremos então esposas
dominadoras, mães neuróticas, maridos desajustados e incompreensíveis,
filhos rebeldes, etc., criando assim um meio de ódios, raivas, violências,
ciúmes, invejas, com grandes desequilíbrios em que os seres se
bombardeiam mutuamente pelos pensamentos. Fora do círculo familiar:
colegas de trabalho, vizinhos.
b. Obsessão de encarnados para com os desencarnados – é um processo
muito mais frequente que se possa imaginar. Os espíritos desencarnados
partem para a Pátria Espiritual e deixam aqui seus entes queridos, os
amigos com os quais estavam envolvidos por vícios ou paixões e outras
afinidades. Neste novo plano desejam fazer mudanças de comportamento

26

e de condutas, traçando novos rumos; todavia, por vezes, sentem-se
“chamados”, atraídos por pensamentos, palavras e atos dos encarnados e
muitas das vezes ficam imantados ao seu campo eletromagnético.
c. Obsessão de desencarnados para com os encarnados – é a
interferência de espíritos desencarnados junto aos encarnados, em função
de ligações afetivas, paixões, ódios, vinganças, etc., trazendo-lhes grandes
desarmonias, tanto a nível do corpo físico como mental, promovendo junto
ao Ser, uma série de sinais e sintomas, com doenças específicas.
d. Obsessão de desencarnados para com os desencarnados – este tipo
de obsessão ocorre em condições idênticas aos outros. No mundo espiritual
os seres se ligam em função das afinidades, desejos e paixões, e a partir
daí temos um grande número de Espíritos que são dominados e
escravizados por outros espíritos.
e. Obsessão recíproca – Assim como as almas afins e voltadas para o bem
cultivam a convivência amiga e fraterna […] sob outro aspecto, as criaturas
se procuram para enriquecer das vibrações que permutam e nas quais se
comprazem. […] Essa característica de reciprocidade transforma-se em
verdadeira simbiose, quando dois seres passam a viver em regime de
comunhão de pensamentos e vibrações. Isto ocorre até mesmo entre os
encarnados que se unem através do amor desequilibrado, mantendo um
relacionamento enervante. São as paixões avassaladoras que tornam os
seres totalmente cegos a quaisquer outros acontecimentos e interesses,
fechando-se ambos num egoísmo a dois, altamente perturbador. Esses
relacionamentos, via de regra, terminam em tragédias se um dos parceiros
modificar o seu comportamento em relação ao outro.

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO:
Alguns sintomas são bem típicos de obsessões e ninguém passa por essa
vida sem ter tido ao menos uns dois sintomas desses, porém o que determina
a permanência ou não de obsessores é o comportamento e entendimento de
cada um.
Uma pessoa amorosa, que sente compaixão pelo próximo e não tem
problemas em perdoar, consegue se livrar mais facilmente de ataques de
obsessores.
Já uma pessoa agressiva e magoada tende a alimentar obsessões por longos
períodos na vida.
Seguem alguns sintomas de obsessão quando já instalada. Fique atento, mas
também entenda que existe solução, existe alívio e cura. O bem e a
positividade sempre serão mais fortes!

27

1 – Sensibilidade aumentada e choro compulsivo.
Parece que as pessoas estão mais agressivas ou com mais atenção aos seus
erros. Antes se alguém te desse uma patada, você revidava ou simplesmente
não dava importância. Agora você se sente perseguido e maltratado. Chora,
na maioria das vezes à noite e quando tenta desabafar com alguém, muitas
vezes acham que é frescura sua e você não deve se importar. Isso te deixa
mais triste ainda e com a sensação que ninguém se importa com você e seus
sentimentos. Sempre vem na cabeça a ideia de que ninguém se importa com
você, que se você morresse ou sumisse, ninguém se importaria.
Fique atento, essa ideia de que você não tem valor não é sua!

2 - Vida financeira destruída
Desemprego, ou emprego com um salário que não dá pra quase nada e te
deixa frustrado. Dívidas que aparecem do nada, quando entra um pouco de
dinheiro, logo aparecem gastos inesperados e a esperança de uma vida
melhor vai indo embora aos poucos.
Obsessores atacam muito a vida financeira pois sabem que as preocupações
com dívidas, moradia e sobrevivência são extremamente dolorosas e
desgastantes.

3 – Relacionamentos Conturbados
Ciúmes, brigas, desconfianças, traições, mágoas e em casos mais graves até
agressões. Após crises explosivas parece que a pessoa que agrediu estava
fora do corpo sendo comandada por alguém. Períodos de paz se instalam,
mas as brigas e desentendimentos nunca deixam de aparecer.

4 – Agressividade
Ausência total de paciência com as pessoas próximas. Vontade de mudar a
forma de ser de algumas pessoas, de falar verdades na cara sem ter medo de
magoar ou ferir. Ausência de compaixão pelo próximo e o sentimento
crescente de que ninguém merece confiança, pois todos são falsos e
hipócritas. Gostam de dizer sempre a frase, sou sincero e falo na cara, quando
na realidade são totalmente cruéis e sem nenhuma educação. Ao magoar o
outro, por mais fraco que o outro pareça, o agressor cria um vínculo negativo,
atrai para si somente a negatividade.
Pense muito antes de jogar verdades na cara de alguém ou postar ofensas e
indiretas, o mesmo constrangimento que você vai causar no outro, retornará
para você amanhã. Os juros cobrados pela lei do retorno são muito altos, não
vale a pena pagar.

28


5 – Julgar os outros e se sentir vítima
Obsessores atuam colocando as manias, desconfianças e compulsões
exageradas em suas mentes. O obsessor coloca a ideia na sua vítima de que
ela carrega o mundo nas costas e que se ela não interferir em tudo, nada dará
certo. Existe muita dificuldade em confiar em todos, e a vitima observa apenas
os defeitos e falhas nas pessoas e não consegue achar nada positivo em
ninguém. Nesse ponto o obsessor coloca a ideia de que sua vítima deve
interferir na vida dos outros, criticar, excluir quem não se encaixa em seu meio,
religião, trabalho e sua família.

6 - Se envolver em fofocas
As fofocas sempre começam de forma inocente e são justificadas e defendidas
pelos fofoqueiros. Muitas vezes começam com frases do tipo: – Vou te dar um
“toque a respeito do fulano” ou “fica esperto com o fulano”….
O ambiente de trabalho é o lugar onde mais podemos observar esse tipo de
comportamento. Muitas teorias totalmente enganosas e mentirosas que
causam verdadeiro mal estar são disseminadas diariamente por fofoqueiros
nas empresas.
Quem de nós nunca trabalhou em um ambiente tóxico onde o fofoqueiro
mantinha muitos reféns sob seu comando maléfico, pois obsessores sabem o
quanto somos sugestionáveis, no ambiente de trabalho.
Fique atento, muitas vezes sentimos medos sem fundamentos, odiamos
pessoas por ouvirmos falar coisas a respeito delas e não paramos para ver os
fatos como eles realmente são. Passar a fofoca adiante, ficar na plateia
assistindo os outros se prejudicarem e sentir prazer ao ver a loucura alheia
também é um comportamento tóxico. Se você simplesmente não quer se
meter, afaste-se, não seja lenha da fogueira de ninguém!

7 – Ver vultos, ouvir barulhos estranhos em casa, sentir angústias e
pensamentos negativos que vem de repente.
Ver vultos, ouvir vozes que ninguém mais ouve e receber alertas exagerados
de mágoa e raiva sobre determinadas pessoas pode ser sinal de obsessão.
Pode ser avisos, pode ser mediunidade, etc.
Sua intuição não vai te dizer pra ir saber se a pessoa que te magoou está
falando mal de você para alguém. Fique atento, faça orações e tratamento
para desobsessão.

8 – Vício
Você nem quer comer mais um pedaço de pizza, mas está tão bom…

29

Passou um dia horrível no trabalho e sabe que sua cabeça não vai te deixar
em paz se não tomar uma dose de Whisky ou uma cervejinha para relaxar (e
isso acontece no mínimo 4x por semana)…
Aquelas lembranças são dolorosas demais para aguentar de cara limpa… ou
o prazer só vem com o uso de algumas substancias…
Entre outros pensamentos esses são alguns colocados por obsessores para
manter suas vítimas no vício.
Mas como o vício gera dependência e afeta o metabolismo do corpo, além de
um trabalho de desobsessão é necessário um Acompanhamento de
especialistas para ajudar na cura.

9 – Sua vida mudou de forma inexplicável após a morte de alguém
Uma determinada pessoa da sua família ou próxima faleceu e sua vida logo
depois começou a dar errado.
Uma série de pequenos azares e infortúnios começaram a aparecer de forma
inexplicável. Fique atento, orações para a alma do falecido são bem-vindas
nesse caso, entre outros procedimentos de desobsessão.

10 – Doenças recorrentes
Infecções, alergias, problemas respiratórios, remédios que não fazem efeito,
pequenos procedimentos cirúrgicos. Enfim, hospitais e laboratórios são sua
rotina.
Sentimentos de vitimismo e exigir que os outros compreendam e te ajudem
também estão presentes nesses casos.
Alguns idosos costumam usar doenças para aprisionar a família toda em sua
carência. Fique atento.
https://www.mensagemespirita.com.br/md/ad/10-graves-sintomas-da-
obsessao-espiritual

 Não culpar os obsessores, pois o primeiro passo foi nosso. Nós que abrimos
as portas da nossa mente e do nosso coração para influências negativas.
 Fazer autoanálise a fim de verificar se está obsediando alguém.
 Muita reflexão e oração.

Como enxergar melhor os sintomas?
Manuel Fhilomeno de Miranda (Nos Bastidores da Obsessão), apresenta
algumas considerações:

30

1. Quando você escuta nos recessos da mente uma ideia torturante que
teima por se fixar, interrompendo o curso do pensamento;
2. Quando constante imperiosa e atuante força psíquica interferindo nos
processos mentais;
3. Quando verifique a vontade sendo dominada por outra vontade que
parece dominar;
4. Quando experimente inquietação crescente, na intimidade mental, sem
motivos reais;
5. Quando se sente desequilíbrio espiritual.
Acautele-se, porque você se encontra em processo imperioso e ultriz de
obsessão pertinaz.


TRATAMENTO:
“A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de
longo curso, exigindo terapia especializada, de segura aplicação e de
resultados que não se fazem sentir apressadamente.” (Divaldo Pereira Franco
– Nos Bastidores da Obsessão).

Tratamento Espiritual:
Seguindo os postulados de Jesus e os preceitos da Doutrina Espírita podemos
citar:
A. Passe – é uma técnica chamada fluidoterapia. É de muita importância
no tratamento desses irmãos, considerando a oportunidade de
manipulação de fluidos, retirando fluidos tóxicos e interpondo fluidos
benéficos. Os passes poderão ser espirituais, em função do magnetismo
de irmãos desencarnados que participam dos trabalhos, e humanos,
através do magnetismo do próprio passista encarnado.
B. Água fluidificada – de grande importância no reequilíbrio do Ser,
considerando que nela são introduzidos fluidos benéficos que prestarão
sua contribuição.
C. Reunião doutrinária – é de suma importância que o obsidiado participe,
quando apresentar condições para isto, bem como toda a sua família,
considerando a oportunidade que terão para ouvir palestras edificantes,
sob todos os aspectos, levando assim ao crescimento moral e espiritual.
D. Evangelho no Lar – é muito importante para todos, considerando a
oportunidade de leitura do evangelho e a reflexão sob o mesmo e as
preces que poderão ser feitas, permitindo crescimento interior, o

31

exercício da fé, gerando transformações a nível de renúncias de
viciações e paixões inferiores, permitindo a vigilância do Ser em seus
pensamentos, palavras e atos.
E. Reunião de desobsessão – a reunião tem por objetivo atender aos
irmãos necessitados, envolvidos no conflito. No caso do obsidiado, tem
por finalidade a análise das parasitoses mentais e do corpo físico. No
caso do obsessor, ele terá a oportunidade de comparecer à reunião, em
que deverá ser recebido com muito amor, visando a doutrinação, para
que possa compreender os erros do irmão e assim encontrar forças para
perdoar.
F. Cirurgias ou terapias espirituais – são técnicas de grande valor para o
restabelecimento do Ser e que serão usadas em seu benefício, desde
que haja merecimento e a vontade do Pai.

Tratamento Médico e Terapêutico
A função do Espiritismo não é a de curar corpos. É a de erradicar os males
que se encontram enraizados na alma e que se manifestam através dos
problemas orgânicos. O Espiritismo não veio substituir a ciência. Veio
completá-la. Se em algum lugar médiuns ou instituições recomendar o
abandono da terapia médica, abandone esse lugar que deu essa proposta.
Portanto, convém deixar bem claro que o tratamento espiritual oferecido na
Casa Espírita não dispensa tratamento médico.
As pessoas que necessitem de acompanhamento médico, psiquiátrico,
psicológico, etc., devem permanecer realizando seus tratamentos físicos visto
que o atendimento realizado na Casa Espírita se dá a nível espiritual podendo
produzir em conjunto com os tratamentos médicos melhorias ao indivíduo,
sendo importante deixar claro que devem acontecer em paralelo.
A Doutrina Espírita, aliada às Ciências Médicas, poderão se entender, não se
contradizendo, mas de mãos dadas, caminhando juntas, buscando todos os
recursos disponíveis no sentido de abrandar o sofrimento do Ser” (O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. I, item 8).
Ressaltamos a importância das transformações do Ser, visando as melhores
condições de seu campo eletromagnético. É conveniente recordar os
ensinamentos do Codificador quando nos diz que “os espíritos inferiores não
podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não
morreriam no meio desses fluidos porque Espírito não morre, mas uma força
instintiva os manteriam afastados dali como a criatura terrena se afasta de um
fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante.” (A Gênese, cap. XIV,
item 11).

32

CONCLUSÃO:
“os Espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos
mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos porque Espírito não
morre, mas uma força instintiva os manteriam afastados dali como a criatura
terrena se afasta de um fogo muito ardente ou de uma luz muito
deslumbrante.” (A Gênese, cap. XIV, item 11)
É necessário que ocorra as transformações do Ser, visando as melhores
condições de seu campo eletromagnético.

Transformar o ódio em amor, a vingança em perdão, e humilhar-se, para
também ser perdoado.
Reconciliar-se com Deus, consigo, com seu corpo, com os familiares, com os
outros, com a sociedade, com os que já partiram, com a natureza ...
Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não
permaneça nas trevas. (João 12:46)


475 – Pode-se, por si mesmo, afastar os maus Espíritos e se libertar de
sua dominação?
Pode-se sempre sacudir um jugo, quando se tem vontade firme.

Comentários:
A dominação quando ela chega a acontecer decorre da nossa permissão, pois
entramos em sintonia com a Espiritualidade inferior e nos deixamos dominar,
subjugar.
Se tivermos a vontade firme de fazer o bem, de fazer o que é certo, de praticar
o Evangelho, vamos conseguir nos libertarmos da influência negativa.
Isso acontece porque quebra a sintonia vibratória. Tudo é sintonia. Toda união
que se estabelece entre nós encarnados e entre nós e os Espíritos
desencarnados decorre da afinidade de pensamentos, de atitudes, de
emoções.
Então, se estamos sendo dominados por um Espírito que me quer o mal, que
quer nos prejudicar, a partir do momento que queiramos nos libertar buscando
para perto de nós Espíritos simpáticos, protetores, mudamos a sintonia
mental, ao invés de conectarmos com o erro, elevamos o pensamento para o
bem e pouco a pouco aquela influência deixa de acontecer.
Para libertar-se da dominação de Espíritos inferiores é indispensável cortar a
sintonia que temos com eles.

33

O poder da vontade é válido, mas não é somente pela vontade que se pode
ficar livre dos Espíritos perseguidores; a razão nos fala que devemos nos livrar
desse tipo de companhia mudando o modo de pensar e, certamente, de viver.
Devemos usar a vontade para o aperfeiçoamento moral.
Meditemos em Jesus, de modo que a Sua presença em nós faça renovar
nossos sentimentos, nos indicando o que devemos fazer da vida.


476 – Não pode acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito
seja tal que a pessoa subjugada não a perceba? Então, uma terceira
pessoa pode fazer cessar a sujeição? Nesse caso, que condição deve ela
empregar?
Se é um homem de bem, sua vontade pode ajudar, apelando pelo concurso
dos bons Espíritos, porque quanto mais se é um homem de bem, mais se tem
poder sobre os Espíritos imperfeitos para os afastar, e sobre os Espíritos bons,
para os atrair. Entretanto, seria incapaz se aquele que está subjugado não
consentir nisso. Existem pessoas que se alegram em uma dependência que
agrada aos seus gostos e aos seus desejos. Em todos os casos, aquele cujo
coração não é puro, não pode ter nenhuma influência; os bons Espíritos o
abandonam e os maus não o temem.

Comentários:
A importância de sermos pessoas boas, de fazermos a reforma íntima, de
sermos verdadeiramente cristãos, vivenciar o Evangelho.
1.ª pessoa – O obsediado
2ª pessoa – O obsessor
3.ª pessoa – O observador (auxiliar)
Muitas vezes o subjugado não percebe em função do grau ou da influência
que ele está recebendo. Uma terceira pessoa pode fazer cessar essa
obsessão, essa possessão, porém tem que ser uma pessoa de bem,
moralmente mais elevado para que exerça autoridade moral sobre o obsessor,
além de atrair a Espiritualidade superior para auxiliar no processo.
A exemplo de Jesus, com apenas uma ordem, os Espíritos inferiores
cessavam a obsessão, pois Ele tinha (tem) autoridade moral, pureza de
sentimentos, perfeição. Em todas as situações ele dizia: “Vai e não peques
mais”, ou seja, modifique o seu íntimo.
Autoridade moral é algo irresistível. É uma força que os Espíritos inferiores
não conseguem impedir ou se sobrepor a ela.

34

Porém, para que o processo de desobsessão tenha êxito, o fascinado tem
que aceitar. Caso não consinta, não há o que fazer. Por isso, a fascinação
é pior que a subjugação.
Quando o subjugado toma consciência da situação, na maioria das
vezes, ele quer se libertar. O fascinado no seu deslumbramento não
percebe ou não quer perceber.
Quando alertado por outra pessoa, seja parente ou amigo, o fascinado não
aceita, às vezes até se afasta dessa pessoa em função do seu alerta.
Oração pelo fascinado e pelos obsessores.
Envolver a pessoa em boas energias. Levar a lugares ou ambientes que não
se relacione com seus vícios, com suas emoções obsessivas, mas que
proporcione bem-estar.
Saber o que dizer, como dizer, onde e quando dizer (usar o equilíbrio e a
sabedoria) e oração.
Podemos estar em qualquer uma dessas três posições a qualquer momento:
obsidiado, obsessor, observador (auxiliar).

Quando uma alma vai conversar com um Espírito que esteja influenciando alguma pessoa, e essa alma não
reúne condições morais para tal empreendimento, ele não a respeita, e passam a discutir e até mesmo a
trocar impropérios. A força moral é tudo no aprendizado, bem como para afastar as más entidades que
perturbam o ambiente familiar e as pessoas.
Para ficar livre de entidades malfazejas definitivamente, o homem deve se moralizar, empenhar-se para
reformular ideias, consertar pensamentos e mudar de vida


477 – As fórmulas de exorcismo têm alguma eficácia sobre os maus
Espíritos?
Não, quando esses Espíritos veem alguém tomar a coisa a sério, riem e se
obstinam.

Comentários:
O exorcismo é uma fórmula usada pelo catolicismo de afastar Espíritos maus
das pessoas que se encontram sofrendo sua influência. Em poucos casos
esse método dá certo, pois existem padres que praticam o exorcismo e os
perturbados são aliviados, pelo afastamento dos Espíritos inferiores. Isto se
dá quando o sacerdote tem conduta reta. É a força da moral que vale, e não o
jogo de palavras vazias que o vento leva.
A doutrina Espírita nos esclarece como funciona a conexão e a influência dos
Espíritos em nossos pensamentos e nossas ações, percebemos que não são

35

rituais, atitudes e práticas exteriores que vão romper a obsessão. Não são as
palavras que mostram força, nem gestos treinados que fazem desligar os
Espíritos malfeitores dos que eles acompanham.
As práticas exteriores e os amuletos nada resolvem.
A terceira pessoa auxilia (dependendo da moral), mas a solução definitiva do
problema está na nossa atitude, na nossa mudança interior, na nossa reforma
íntima. É a nossa mudança de pensamento, retirando os pensamentos
destrutivos que alimentam as nossas paixões inferiores.
A partir do momento que passamos a ser uma pessoa melhor as nossas
vibrações passam a estar em sintonia com a Espiritualidade Superior e, a partir
de então, deixamos de sofrer a influência dos Espíritos inferiores.
A sintonia é tudo; quando nos reunimos com alguém, ou gostamos desse
alguém, é porque temos alguma coisa em comum com essa pessoa. Basta
analisar a nossa vida, porque as vidas que nos cercam são nossas iguais, no
contexto dos sentimentos.


478 – Há pessoas animadas de boas intenções e que não são menos
obsedadas; qual é o melhor meio de se livrar dos Espíritos obsessores?
Cansar sua paciência, não tomar conhecimento de suas sugestões, mostrar-
lhes que perdem seu tempo; então, quando veem que não têm nada a fazer,
eles se vão.

Comentários:
Se a pessoa é boa de sentimentos e ações, está em uma sintonia diferente,
por que mesmo assim ainda é obsediada?
Como fazer para livrarmos desses Espíritos obsessores, considerando que a
mudança de pensamento já existe?
- Cansar a paciência dos obsessores, não dando valor às suas sugestões.
- Não entrar no jogo de influências perniciosas que esses Espíritos nos trazem.
Por que isso acontece?
- Há uma causa justa. Se na atual reencarnação não há nada que justifique
essa influência, essa obsessão, a causa está no passado.
ESE – Capítulo 5, itens 4 à 10.
Se as causas não estão na existência física atual, elas só podem estar em
existências anteriores.

36

Pessoas que atualmente tem boas intenções, boas atitudes (no fundo do
coração, não as de aparência) e passam por situações obsessivas,
provavelmente, são compromissos e provas que vêm de um passado.
- Os irmãos desencarnados que nos acompanham por séculos não estão
convencidos ainda de que nós mudamos ou queremos mudar. Por isso a
persistência dos obsessores. Deus e a Espiritualidade amiga permite isso para
que provemos primeiramente para nós mesmos e para esses irmãos que nós
realmente mudamos.
Mantendo a atitude no bem os Espíritos se cansam porque eles percebem que
não conseguem interferir para mudar o padrão vibratório daquela pessoa. Daí
eles abandonam a pessoa.
Ou melhor ainda, eles se despertam e vão em busca dos caminhos do bem.
Um dos objetivos da obsessão é resgatar esses irmãos que denominamos de
obsessor. A tarefa é nossa. O obsessor não bate na porta errada.
Temos que perseverar no bem.

Ex: Obsessor de Divaldo Franco.
Divaldo Pereira Franco conta a história de um obsessor que o perseguiu anos a fio.
Comenta que tentou todas as formas de prece e de doutrinação para tentar ajudar aquele
irmão sofredor, mas nada surtia o efeito desejado.
Até que um dia, um dos membros da Mansão do Caminho (instituição modelo, criada e
presidida por Divaldo Franco, que abriga crianças órfãs), foi chamá-lo porque uma criança
recém-nascida fora encontrada na lata de lixo.
Divaldo correu até o local e, quando subia as escadas da instituição com a criança nos
braços, o irmão obsessor se fez visível no alto da escada e perguntou a ele:
- Você ama essa criança feia e suja desse jeito?
Divaldo respondeu:
- Ainda não amo, mas pretendo aprender a amá-la.
Prosseguiu o irmão desencarnado:
- Então, a partir de agora, eu vou deixar você em paz, porque essa criança é minha mãe.
https://www.mensagemespirita.com.br/divaldo-franco/ad/o-obsessor-que-perseguiu-divaldo-durante-anos


479 – A prece é um meio eficaz para curar a obsessão?
A prece é um poderoso socorro em tudo; mas, crede bem, não basta murmurar
algumas palavras para obter o que se deseja. Deus assiste aqueles que agem
e não aqueles que se limitam a pedir. É necessário, pois, que o obsidiado faça,
a seu turno, aquilo que é necessário para destruir, em si mesmo, a causa que
atrai os maus Espíritos.

37

Comentários:
A prece é força poderosa para todas as dificuldades da vida.
A prece é fundamental no processo de desobsessão, pois a oração quebra a
sintonia com os Espíritos inferiores e entra em sintonia com a Espiritualidade
superior.
Ao manter a sintonia com Deus vamos pouco a pouco destruindo a causa da
atração, pois vai nos fortalecer e gradativamente vamos alterando os nossos
pensamentos e atitudes nos aproximando da luz.
A prece por si só não é suficiente. Não podemos ficar apenas em palavras,
temos que ter atitude. A prece nos fortalece, a atitude nos modifica. Junto à
oração as ações são necessárias.
Não é com o simples balbuciar que afastamos os Espíritos malfeitores. É
preciso que reformemos os sentimentos, que mudemos de ideias e de
comportamento, para sairmos da sintonia dos ignorantes.
Muitas pessoas fazem tratamentos espirituais para encaminhamentos dos
seus obsessores, se libertam da obsessão, mas não mu dam seus
pensamentos, suas atitudes, acabam por atrair outros Espíritos inferiores.
Jesus nos deixou o exemplo da oração e até uma forma de prece que usamos
diariamente.

Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes na oração, crede que o haveis de
conseguir e que o obtereis. (Marcos 11:24 / ESE, cap. XXVII, itens 5 e 6)
Jesus definiu claramente as qualidades da prece. Quando orardes, diz ele,
não vos ponhais em evidência; antes, orai em secreto. Não afeteis orar muito,
pois não é pela multiplicidade das palavras que sereis escutados, mas pela
sinceridade delas. Antes de orardes, se tiverdes qualquer coisa contra alguém,
perdoai-lhe, visto que a prece não pode ser agradável a Deus, se não parte
de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade. Orai, enfim,
com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu.
Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes
aos outros, procurai o que há em vós de mau. (ESE, cap. XXVII, item 4)

Questão 658 do Livro dos Espíritos.


480 – Que pensar da expulsão dos demônios, de que fala o Evangelho?
Isso depende da interpretação. Se chamais demônio a um mau Espírito que
subjugue um indivíduo, quando a sua influência for destruída, ele será

38

verdadeiramente expulso. Se atribuís uma doença ao demônio, quando
houverdes curado a doença direis, também, que expulsastes o demônio. Uma
coisa pode ser verdadeira ou falsa segundo o sentido que se der às palavras.
As maiores verdades podem parecer absurdas quando não se olha senão a
forma, e quando se toma a alegoria pela realidade. Compreendei bem isto e o
guardai, pois é de uma aplicação geral.

Comentários:
A interpretação dada depende do entendimento, do conhecimento que se tem
da verdade.
Os Espíritos positivos ou negativos se aproximam de nós pela sintonia.
A lei da sintonia se aplica a todos nós encarnados e desencarnados.
A nível de encarnados atraímos para nós as pessoas que vibram na mesma
faixa que nós. E a nível espiritual da mesma forma.
Se destruir a influência (a tendência) será verdadeiramente expulso.
As doenças têm uma causa moral, uma causa espiritual. As doenças refletem
os desequilíbrios do nosso corpo. As causas das doenças são o nosso interior.
Ao adotarmos medidas em nós mesmos para melhorar, proporcionaremos a
cura daquela doença física ou espiritual.
A expulsão dos demônios que trata o Evangelho era a expulsão de
obsessores. Jesus expulsava obsessores. Só a presença de Jesus já era
suficiente diante da sua autoridade moral.
Jesus sempre, ou quase sempre, dizia com o doente que Ele curava: “Vai e
não peques mais”, mostrando que toda enfermidade tinha princípio nas faltas
cometidas.

Demônios – Não existem demônios. Não existem seres criados
perpetuamente para o mal. Todos nós fomos criados Espíritos simples e
ignorantes destinados à perfeição e à felicidade, através de uma marcha
infinita de aperfeiçoamento, de progresso. Então, demônios são Espíritos
temporariamente no mal, na ignorância, que irão despertar e serem Espíritos
de luz, Espíritos perfeitos.

ESE – Capítulo XII, item 6 – pág. 120.
A Gênese – Capítulo XV, itens 29 à 36, pág. 214-217

39

O homem possesso
Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava.
E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os
escribas.
E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou,
Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo
de Deus.
E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele.
Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz, saiu dele.
E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é
esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.
Marcos 1:21-28

O mudo
Enquanto esses se retiravam, eis que lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado.
E, expulso o demônio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em
Israel.
Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios.
Mateus 9:32-34

O mudo e cego
Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava
e via.
E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi?
Mas os fariseus, ouvindo isto, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos
demônios.
Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é
devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.
E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino?
E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então vossos filhos? Portanto, eles
mesmos serão os vossos juízes.
Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus.
Mateus 12:22-28

O menino possesso
E, quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas que
disputavam com eles.
E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada e, correndo para ele, o saudaram.
E perguntou aos escribas: Que é que discutis com eles?
E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo;

40

E este, onde quer que o apanhe, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu
disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
E ele, respondendo-lhes, disse: Ó geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei
ainda? Trazei-mo.
E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por
terra, revolvia-se, escumando.
E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância.
E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem
compaixão de nós, e ajuda-nos.
E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade.
E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e
surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.
E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos
diziam que estava morto.
Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.
E, quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que o não pudemos nós
expulsar?
E disse-lhes: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum.
Marcos 9:14-29

O endemoniado de Gerasa
Mateus 8:28-34
Marcos 5:1-20
Lucas 8:26-39

A Gênese – Capítulo XV, itens 33 à 36, pág. 216-217

41



9.4 – Convulsionários

481 – Os Espíritos exercem um papel nos fenômenos que se produzem
nos indivíduos designados sob o nome de convulsionários?
Sim, um papel muito grande, assim como o magnetismo, que lhe a fonte
primeira. Todavia, o charlatanismo, frequentemente, tem explorado e
exagerado esses efeitos, o que os tem feito cair no ridículo.

481.a) De que natureza são, em geral, os Espíritos que concorrem para
essa espécie de fenômenos?
Pouco elevada. Credes que os Espíritos superiores se divertem com
semelhantes coisas?

Comentários:
Convulsionários – Não são as pessoas que têm convulsão, como a epilepsia
e outros quadros patológicos que provocam convulsão. como conhecemos
atualmente.
Convulsionários são pessoas que têm uma predisposição física e entram em
convulsões causadas por interferências espirituais. São médiuns que dotados
do magnetismo humano se submetiam a sessões de magnetismo e de hipnose
junto da sociedade daquela época.
Os magnetizadores, os hipnotizadores utilizavam os médiuns chamados de
convulsionários para que pudessem obedecer a suas sugestões e realizar
espetáculos diante do público.
Mesmo nessa condição há a presença de Espíritos, pois os chamados
convulsionários se conectavam à espiritualidade durante os fenômenos.
Como esses magnetizadores e hipnotizadores usavam dessa situação para
ganharem dinheiro, para se aparecer na sociedade eram assessorados pela
Espiritualidade inferior.
Mas havia charlatanismo também.
O hipnotizador procura sensitivos para fazer espetáculos públicos, usa-os à sua maneira, mostrando seus
poderes, e desaparece como apareceu, deixando seus tutelados com o sistema nervoso abalado,
O magnetismo, o hipnotismo, as sugestões, e outras manifestações similares representam força virgem sem
inteligência, que obedece cegamente às inteligências que queiram usá-las (para o bem ou para o mal).
Jesus deu a maior mostra de como ser útil, usando as forças espirituais para curar, sem especular, para
consolar sem estipular preços, para levantar caídos sem exigências, para instruir, amando aos sofredores. E
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

42

a Doutrina dos Espíritos reforça e mostra as finalidades, e como devemos orientar essas forças da natureza,
provando, assim, a bondade de Deus e a sua misericórdia em favor dos homens.


482 – Como o estado anormal dos convulsionários e dos que sofrem
crises pode acontecer subitamente em toda uma população?
Efeito simpático; as disposições morais se comunicam muito facilmente em
certos casos. Não estais tão alheios aos efeitos magnéticos para não
compreender isso e a parte que certos Espíritos devem nisso tomar por
simpatia àqueles que os provocam.

Allan Kardec:
Entre as faculdades estranhas que se distinguem nos convulsionários,
reconhecem-se sem dificuldade as que o sonambulismo e o magnetismo
oferecem numerosos exemplos: tais são, entre outras, a insensibilidade
física, o conhecimento do pensamento, a transmissão simpática das
dores, etc. Não se pode, pois, duvidar que os que sofrem crises estejam
em uma espécie de sonambulismo desperto, provocado pela influência
que exercem uns sobre os outros. Eles são, ao mesmo tempo,
magnetizadores e magnetizados, sem o saberem.

Comentários:
Toda uma comunidade pode entrar em estado convulsionário, dependendo da
situação, dependendo do momento, dependendo do estímulo, da simpatia
daqueles que provocam tais efeitos. É como um efeito anestésico. Blinda,
camufla os sentidos e o raciocínio.
Todos nós somos mais menos influenciados devido ao magnetismo.
- Algumas seitas que levam todo o grupo a práticas abusivas, imorais ou
ilegais, inclusive à prática de suicídio.
Em 17 de novembro de 1978, os 909 habitantes de Jonestown, Guiana, incluindo 304 crianças, morreram de
envenenamento por cianeto, principalmente em torno pavilhão principal do assentamento.
De 1994 a 1997, os membros da Ordem do Templo Solar iniciaram uma série de suicídios em massa, o que
levou a cerca de 74 mortes.
- Os meios de comunicação de massa que conseguem manipular a sociedade.
Há a interferência de quem está provocando tal efeito, como também, a
influência da Espiritualidade.
Deus permite esses fatos para mostrar à humanidade o quanto se pode fazer
pela força do pensamento.

43


483 – Qual é a causa da insensibilidade física que se nota, seja em certos
convulsionários, seja em outros indivíduos submetidos às torturas mais
atrozes?
Em alguns é um efeito exclusivamente magnético que age sobre o sistema
nervoso, da mesma forma que certas substâncias. Em outros, a exaltação do
pensamento enfraquece a sensibilidade, porque a vida parece retirar-se do
corpo para se transportar ao Espírito. Não sabeis que quando o Espírito está
fortemente preocupado com uma coisa, o corpo não sente, não vê e não ouve
nada?

Allan Kardec:
A exaltação fanática e o entusiasmo oferecem, frequentemente, nos
suplícios, o exemplo de uma calma e de um sangue -frio que não
triunfariam de uma dor aguda se não se admitisse que a sensibilidade se
encontra neutralizada por uma espécie de efeito anestésico. Sabe -se que
no calor do combate a pessoa não se apercebe, frequentemente, de um
ferimento grave, enquanto que, em circunstâncias ordinárias, uma
arranhadura a faria estremecer.
Visto que esses fenômenos dependem de uma causa física e da ação de
certos Espíritos, pode-se perguntar como ele pôde depender da
autoridade para cessar em certos casos. A razão é simples. A ação dos
Espíritos não é aqui senão secundária; eles não fazem mais que
aproveitar uma disposição natural. A autoridade não suprimiu essa
disposição, mas a causa que a entretinha e exaltava; de ativa passou a
latente, e tinha razão de agir assim, porque resultava abuso e escândalo.
Sabe-se, de resto, que essa intervenção nenhum poder tem quando a
ação dos Espíritos é direta e espontânea.

Comentários:
Kardec chamou de convulsionários os médiuns que em estado de transe
perdiam as sensibilidades físicas, como, ter o seu corpo físico atingido e não
sentir nada.
Isso decorre tanto do hipnotismo do magnetizador, levando a ter uma certa
dormência no sistema nervoso da pessoa, como também da influência de
Espíritos. Pode ser as duas coisas atuando junto àquele médium
(convulsionário).
Há interferência do magnetizador, mas também da Espiritualidade.
Ex: As pessoas em combate estando concentradas nas suas ações em função
dos adversários, muitas vezes são atingidos e não percebem que foram

44

machucados. Só quando a excitação, a comoção passa é que vai sentir as
dores e perceber que foi atingido.
A causa da insensibilidade física mais profunda, observada em certos
convulsionários, é a fé. Ela isola perfeitamente toda a dor, todo o
constrangimento, todo o estado deprimente que nos faz consumir as
oportunidades de vida na carne.
- Nos circos romanos, na época de Jesus, a fé isolava totalmente a dor dos
cristãos torturados.
O fanatismo exerce uma influência muito grande, mas perigosa. O fanatismo
nasce da fé cega, que foge à razão em Jesus.
- São muito comuns os espetáculos dos eremitas na Índia. Eles se isolam pela
vontade, se auto hipnotizam, podendo ficar meses sem se alimentarem, se
aproximam no fogo, andam sobre calçados ou deitam sobre estrados com
pregos com as pontas para cima e, ainda se crucificam em praça pública.
Tudo depende da sintonia, dos seres aos quais estamos ligados por
semelhança de ideias.
Quando conhecermos melhor a verdade e ela passar a comandar nossas
vidas, entraremos em estado de libertação.
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (João 8:32)
A fé cega cederá lugar à fé raciocinada.
A fé, verdadeiramente, é mãe da esperança e filha da caridade.

45


9.5 – Afeição dos Espíritos por certas pessoas

484 – Os Espíritos se afeiçoam de preferência por certas pessoas?
Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se
melhorarem; os Espíritos inferiores, com os homens viciosos ou que possam
vir a sê-lo. Daí sua afeição, por causa da semelhança das sensações.

Comentários:
É a sintonia.
Se os Espíritos bons se afeiçoam aos homens da mesma índole, os Espíritos
maus se juntam às criaturas com as mesmas tendências.
Nós ainda não somos totalmente do bem, mas estamos nos esforçando para
ser todos os dias alguém melhor.
Dessa forma, os Espíritos bons simpatizam conosco porque estão vendo o
nosso desejo de melhorarmos.
Espíritos inferiores se afeiçoam a Espíritos viciosos que pensam e agem como
eles. Eles não gostam dos Espíritos mais evoluídos, por inveja, por não
estarem ao nível de felicidade que esses Espíritos se encontram.
Precisamos estar sempre pensando, fazendo, agindo e falando no bem, já que
almejamos ter Espíritos bons ao nosso lado nos auxiliando, nos inspirando
boas ideias.
Lembrando que temos conosco:
- Nosso protetor espiritual (anjo da guarda)
- Espíritos familiares (desta e de outras reencarnações)
- Espíritos simpatizantes – Há aqueles que se ligam a nós pela afeição
dependendo da vida que levamos.


485 – A afeição dos Espíritos por certas pessoas é exclusivamente
moral?
A afeição verdadeira nada tem de carnal; mas, quando um Espírito se liga a
uma pessoa, nem sempre é por afeição e pode aí misturar uma lembrança das
paixões humanas.

Comentários:
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

46

A verdadeira afeição é moral, é de Espírito para Espírito. É aquela afeição
pura, sem outros elementos. Somente os sentimentos, o carinho, o amor de
uma para com o outro.
As afeições podem ser por simpatia, por interesses (materiais, de poder,
físicas, sexuais, etc) e por antipatia.
Os apegos nascem de muitas fontes, dentre as quais muitas são perigosas ao
coração. Existem afeições que têm suas marcas em paixões humanas de
outras épocas, que ainda permanecem vivas, tomando o afeiçoado e
enchendo-o de prazeres, quando esse se afina com as vibrações que os
sentimentos imprimem.
Existe também o carinho interesseiro, que sempre acaba, quando passa o
interesse. Ele é transitório, como muitos outros que se pode deduzir.
Muitos dos laços consanguíneos, nos quais não há afeição sincera moral,
espiritual quando esses Espíritos retornam ao plano espiritual se afastam, nem
mesmo se procuram ou se buscam porque os laços que os uniam eram
essencialmente materiais.
As pessoas não transformaram aqueles laços consanguíneos, aquela
parentela corporal em parentela espiritual e por isso cada um segue o seu
caminho.
Por outro lado, há Espíritos que aqui reencarnados não tenham laços
consanguíneos, mas tem afeição sincera de Espíritos, de afinidades, de ideias,
de pensamentos se buscam no plano Espiritual.
O que liga os Espíritos são os sentimentos, a afeição sincera.


486 – Os Espíritos se interessam por nossa infelicidade e por nossa
prosperidade? Os que nos desejam o bem se afligem com os males que
experimentamos durante a vida?
Os bons Espíritos fazem o bem possível e ficam felizes com todas as vossas
alegrias. Eles se afligem com os vossos males quando não os suportais com
resignação, porque esses males são sem resultado para vós: sois como o
doente que rejeita a bebida amarga que deve curá-lo.

Comentários:
Os bons Espíritos, que sempre nos acompanham, fazem tudo para a nossa
paz interior. Eles cuidam de nós, criam laços de afinidades, de amor, de
sentimento real para conosco.
Eles se alegram com as nossas conquistas, com o nosso aprendizado, com o
nosso merecimento, com a nossa evolução.

47

Eles ficam felizes quando veem que nós encarnados estamos caminhando no
caminho do bem.
Eles se entristecem quando não estamos agindo em conformidade com a lei
de Deus.
Eles se afligem com as nossas dificuldades, com as nossas lutas quando não
suportamos com resignação porque eles sabem que estamos deixando de
aproveitar aquela oportunidade de crescer na dor, pois a dor é sempre uma
aprendizagem. É a depuração, é a reflexão, é o entendimento, é a mudança
de atitude.
Quando nós só reclamamos, só sentimos vítimas da justiça divina estamos
desperdiçando aquela oportunidade e a Espiritualidade lamenta.
Deus espera que nós amemos uns aos outros.


487 – De qual natureza de mal os Espíritos se afligem mais por nós? O
mal físico ou o mal moral?
Vosso egoísmo e vossa dureza de coração: daí tudo deriva. Eles se riem de
todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição, e se
regozijam com aqueles que têm por efeito abreviar vosso tempo de prova.

Allan Kardec:
Os Espíritos, sabendo que a vida corporal é transitória e que as
tribulações que a acompanham são os meios de chegar a um estado
melhor, se afligem mais pelas causas morais que nos distanciam deles,
que pelos males físicos, que são passageiros.
Os Espíritos se inquietam pouco com as infelicidades que não afetam
senão as nossas ideias mundanas, como fazemos com os desgostos
pueris da infância.
Os Espíritos que veem nas aflições da vida um meio de progresso para
nós, consideram-nas como a crise momentânea que deve salvar o
doente. Eles se compadecem dos nossos sofrimentos, como nos
compadecemos com os de um amigo. Todavia, vendo as coisas de um
ponto de vista mais justo, eles as apreciam de outro modo que o nosso,
e enquanto os bons levantam nossa coragem no interesse do nosso
futuro, os outros excitam-nos ao desespero, tendo em vista comprometê-
lo.

Comentários:

48

Os males que mais afligem os Espíritos por nós são os de ordem moral, pois
os males de ordem física eles sabem que são sofrimentos temporários ainda
necessários para o nosso aperfeiçoamento.
Entendem que as provas físicas são oportunidades sublimes que Deus nos
fornece para nós crescermos como Espíritos.
Não quer dizer que eles não se preocupem ou não sofram ao verem o nosso
sofrimento, mas não se afligem, não se angustiam devido as situações físicas.
As de ordem moral também são passageiras porque o nosso destino é a
perfeição, porém tem uma significação maior, tem um peso de
representatividade maior na nossa condição de Espírito.
Então essas atingem mais quando nós fazemos as nossas escolhas
equivocadas, atrasamos o processo evolutivo.


488 – Nossos parentes e nossos amigos, que nos precederam na outra
vida, têm por nós mais simpatia que os Espíritos que nos são estranhos?
Sem dúvida, e frequentemente eles vos protegem como Espíritos, segundo o
seu poder.
488.a) Eles são sensíveis à afeição que lhes conservamos?
Muito sensíveis, mas eles esquecem aqueles que os esquecem.

Comentários:
Os laços de afinidades, os laços de amor não se perdem com a morte do corpo
físico, pois se prolongam por toda a eternidade.
Quando há esses sentimentos nobres e esses parentes e amigos
desencarnam antes de nós, se eles tiverem conhecimento e maturidade
espiritual, se tiverem condições de trabalhar no plano espiritual pelos parentes
e amigos que ficaram na Terra, eles fazem isso com todo o prazer porque a
simpatia que há entre esses seres é real.
Quase sempre eles nos protegem como Espíritos, de acordo com as
condições que eles se encontram no plano espiritual, de acordo com aas
autorizações superiores.
Eles sentem saudades e ficam felizes ao perceber que são lembrados por nós.
Quando eles se sentem esquecidos é doloroso para eles.
É questão de reciprocidade. Quando não há essa reciprocidade, eles seguem
suas vidas trabalhando por outras pessoas.

49


9.6 – Anjos guardiães, Espíritos protetores, familiares ou simpáticos

Deus nos criou simples e ignorantes, mas não nos deixou a esmo, sem
proteção, sem planejamento e sem finalidade.
Deus auxilia as criaturas por intermédio das criaturas. E assim, Deus nos
atende por meio das suas Leis imutáveis e de seus mensageiros.
Ninguém está desamparado.
Aqueles a quem chamamos anjos são criaturas de Deus que já percorreram
todos os graus da evolução. Uns, conforme a questão n
o
129 de “O Livro dos
Espíritos”, aceitaram sua missão sem murmurar e chegaram mais depressa
ao seu destino; outros levaram mais tempo.
Aqueles que já se encontram na qualidade de “anjos”, como chamamos, pela
perfeição que já adquiriram é porque já passaram por toda a trajetória que hoje
estamos passando.
De acordo com as escolhas que fazemos, seguindo o livre arbítrio, uns
chegam mais rapidamente, outros demoram mais, mas todos chegaremos na
condição dos Espíritos puros, independente do nome que se dê: anjo, arcanjo,
serafim, querubim, etc.

“...que os anjos são as almas humanas que chegaram ao grau supremo e que
todos podem chegar até lá, através da boa vontade; que os anjos são os
mensageiros de Deus, incumbidos de zelar pela execução de seus desígnios
em todo o universo, sendo felizes com essa missão gloriosa; e a felicidade de
após morte será uma condição útil e aceitável, mais atraente que a inutilidade
perpétua da contemplação eterna.” (Livro dos Médiuns – Cap. 1, item 2, pág. 10)

As entidades espirituais designadas pelos nomes de “anjo da guarda”, “anjo
guardião”, “protetor espiritual” ou “mentor espiritual” nada têm que ver com os
anjos propriamente ditos.
Os protetores espirituais, que Deus concede a cada uma de suas criaturas,
são Espíritos como nós mesmos, ainda no caminho da evolução, e não
Espíritos puros, chegados ao ápice da evolução, embora muitos protetores
espirituais sejam Espíritos de alta envergadura moral.

Espírito protetor, anjo da guarda ou bom gênio  É o Espírito que tem por
missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É ele sempre de
natureza superior com relação ao seu protegido. Sua missão é como a de um
pai com relação ao filho: guiá-lo pela senda do bem, auxiliá-lo com seus
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

50

conselhos, consolá-lo em suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da
vida.
Espíritos familiares  São os que se ligam a certas pessoas por laços mais
ou menos duráveis com o fim de lhes serem úteis, dentro dos limites do poder
de que dispõem. Podem ser bons, porém muitas vezes são pouco adiantados
e, por isso, se ocupam com as particularidades da vida íntima das pessoas,
só atuando por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.
Espíritos simpáticos  São os que se sentem atraídos para o nosso lado
por afeições particulares e também por uma certa semelhança de gostos e de
sentimentos, tanto para o bem quanto para o mal.

“....Ninguém vive só. Os pretensos mortos precisam amparar os companheiros em estágio na
matéria experiência carnal. É da Lei que a sabedoria socorra a ignorância, que os melhores ajudem
aos menos bons. Os homens, cooperando com os Espíritos esclarecidos e benevolentes, atraem
simpatias preciosas para a vida espiritual, e as entidades amigas, auxiliando os reencarnados,
estarão construindo facilidades para o dia de amanhã, quando de volta à lide terrestre. Nos
Domínios da Mediunidade (cap. 18)

Pesquisar - Questões 128 e 129 – O Livro dos Espíritos
Livro dos Médiuns – Cap. 1, item 2.
O consolador – Questões 125 – 176 – 177 – 196
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho – Ismael



489 – Há Espíritos que se ligam a um indivíduo em particular para
proteger?
Sim, o irmão espiritual, a que chamais o bom Espírito ou o bom gênio.

Comentários:
Na Doutrina Espírita nós não chamamos de “anjos da guarda”. Essa é uma
tradição da igreja católica.
Nós chamamos de irmão espiritual, Espírito amigo, bom Espírito, bom gênio.
O que importa é o objetivo que é o mesmo: nos amparar, nos auxiliar, nos
conduzir para o bem como um pai que procura auxiliar o seu filho.
Todos nós temos um Espírito protetor (anjo da guarda) desde antes de nós
reencarnarmos. Ele é escolhido pela Espiritualidade amiga para estar ao
nosso lado. Pode ser que nos acompanha há muito tempo (desde outras

51

reencarnações), pode ser que tenha recebido essa tarefa de nos guiar como
uma missão.
É um Espírito mais evoluído que o seu tutelado para que ele possa nos
orientar, fornecer inspirações construtivas para nos ajudar na nossa
caminhada terrena.
A presença desse irmão ao nosso lado, além de ser muito importante, é
necessária, pois sem a sua ajuda não conseguiríamos superar as dificuldades
da vida de uma forma mais equilibrada.


490 – Que se deve entender por anjo guardião?
O Espírito protetor de uma ordem elevada.

Comentários:
Todos nós temos um Espírito protetor designado pela Espiritualidade Superior
para nos acompanhar, nos orientar, nos proteger, nos inspirar com boas ideias
e atitudes durante a nossa reencarnação.
Como somos ainda Espíritos imperfeitos, precisamos desse auxílio superior,
pois sem ele nós desequilibraríamos aniquilando as oportunidades de
aprendizagem e crescimento.
Esse Espírito protetor pertence a uma ordem mais elevada, pois para nos
orientar e nos proteger, ele precisa ter mais entendimento, mais elevação,
mais condições de ajudar.
Quanto mais evoluído é o tutelado, mais o Espírito protetor evolui.
Nós aqui na Terra somos, em sua maioria, imperfeitos, mas há diferenciação
nos graus evolutivos. Dessa forma, os nossos protetores espirituais também
variam. Não apresentam todos a mesma condição evolutiva.
Quanto mais evoluído o encarnado, mais evoluído é o Espírito protetor. Todos
precisam ser mais evoluídos que os seus tutelados.
Como nós somos ainda a maioria Espíritos imperfeitos, os nossos Espíritos
protetores são da ordem de Bons Espíritos, a 2.ª Ordem da elevação dos
Espíritos.
Esse Espírito cuida para que seu protegido não ultrapasse os limites naquilo
que possa prejudicá-lo. Ele está junto do companheiro ao qual se destinou
guiar, mas não somente ele; outros Espíritos acompanham-no, como
auxiliares, bem como outros, que simpatizam com o irmão encarnado, por
afinidade desta ou de outras vidas.

52


491 – Qual é a missão do Espírito protetor?
A de um pai sobre seus filhos: guiar seu protegido no bom caminho, ajudá-lo
com seus conselhos, consolar suas aflições, sustentar sua coragem nas
provas da vida.

Comentários:
A missão deles é como a de um pai em relação aos seus filhos.
Guiá-los no caminho do bem, dar conselhos positivos, inspirar coisas boas,
consolar nos momentos de aflição, de dificuldades, levantar o ânimo nas
provas da vida.
Essa é a missão do Espírito protetor (anjo da guarda, mentor espiritual, guia
espiritual, Espírito amigo, Espírito do bem, etc.)
Ele faz isso através da sua presença, das inspirações positivas. Por isso
devemos sempre entrar em prece para nos conectarmos com ele.
Ele está aqui para nos auxiliar no nosso planejamento reencarnatório a fim de
que aquele compromisso de crescer, de evoluir se concretize, nos ajudar a
não falhar nas nossas provas.
É muito bom sabermos que temos um Espírito mais elevado conosco o tempo
todo nos ajudando. Pena que nós esquecemos dele. Não buscamos esse
amigo que está ali pronto a nos auxiliar.
O Espírito protetor muitas vezes é um Espírito que caminha conosco há muito
tempo, em muitas reencarnações.


492 – O Espírito protetor liga-se ao indivíduo depois do seu nascimento?
Depois do seu nascimento até à morte, e, frequentemente, o segue depois da
morte na vida espírita, e mesmo em várias existências corporais, porque essas
existências são apenas fases bem curtas com relação à vida do Espírito.

Comentários:
O nosso anjo da guarda, o nosso Espírito protetor é alguém familiar nosso,
que já nos conhece há muito tempo, que nos acompanha desde outras
reencarnações.
Às vezes pode acontecer de um Espírito que não tenha ligação conosco
receber a missão de proteger o encarnado durante a sua existência física.

53

Normalmente é um Espírito que nos acompanha há muito tempo, tanto na vida
de Espírito, como nas existências físicas. Isso facilita muito, pois conhece as
nossas fraquezas, as nossas lutas, o quanto estamos nos esforçando para
evoluir.
O Espírito protetor, ou anjo-guardião, tem uma dedicação extrema para com
aquele que é seu protegido. Conhece-lhe as dificuldades e sabe muito bem
das suas fraquezas; sente como pai as suas necessidades, mesmo as físicas,
e sabe, como protetor, tolerar suas deficiências; no entanto, ele não perde
oportunidade de o aconselhar, como se fosse a consciência, para melhorar
cada vez mais sua conduta espiritual ante a vida.
Dedicação não quer dizer apoio em tudo. Quando é necessário, o aprendiz
recebe a energia que educa. O protetor está mais ocupado com o seu
protegido em educá-lo, porque a instrução vem como consequência espiritual.

- Missionários da Luz – Capítulo 13 – Herculano, protetor de Segismundo.


493 – A missão do Espírito protetor é voluntária ou obrigatória?
O Espírito protetor é obrigado a velar sobre vós porque aceitou essa tarefa,
mas pode escolher os seres que lhe são simpáticos. Para alguns é um prazer,
para outros, uma missão ou um dever.

493.a) Ligando-se a uma pessoa, o Espírito renuncia a proteger outros
indivíduos?
Não, mas o faz menos exclusivamente.

Comentários:
A partir do momento que o Espírito protetor aceita o encargo de assistir e
amparar determinado encarnado se transforma em uma missão, um dever que
ele precisa cumprir da melhor maneira que lhe for possível.
Pode escolher seres que lhe seja simpático. Não é obrigado a ser um protetor
de um Espírito que não tenha simpatia.
- Pode ser um prazer – quando está protegendo um Espírito amigo, familiar,
simpático;
- Pode ser missão ou dever – quando a relação de afinidade não é tão
profunda.
Protege outras pessoas de forma menos exclusiva, pois o seu maior
compromisso assumido perante a Espiritualidade é com o seu tutelado

54


494 – O Espírito protetor está fatalmente ligado ao ser confiado sua
guarda?
Ocorre, frequentemente, que certos Espíritos deixam sua posição para
executar diversas missões; mas, então, são substituídos.

Comentários:
Nós jamais ficamos sem um Espírito protetor.
Normalmente, os Espíritos que aceitam essas missões acreditam poder estar
com o tutelado durante toda a sua reencarnação.
Mas pode acontecer que em determinadas situações esse Espírito necessita
realizar outras missões. Nesse caso ele deixa a posição de protetor, outro
Espírito vai substituí-lo nessa tarefa e ele parte para realizar sua nova missão.
Assim como as pessoas na vida pública ou empresarial assumem variados
cargos de responsabilidade quando chamados e, em muitos casos, os deixam
para assumirem outros quando acham conveniente, os Espíritos protetores às
vezes deixam seu protegido e assumem outros trabalhos; no entanto, outro de
elevação equivalente assume sua posição, de maneira a não deixar o
encarnado ficar sem a devida proteção na área espiritual.
O encarnado não percebe essa troca no campo da consciência ativa, mas, é
avisado durante o processo do sono e é apresentado ao seu novo protetor,
quando com ele conversa, recebendo todo carinho da parte do anjo que o vai
aconselhar pelos fios do pensamento.


495 – O Espírito protetor abandona algumas vezes seu protegido quando
este é rebelde aos seus conselhos?
Ele se afasta quando vê seus conselhos inúteis, e que a vontade de sofrer a
influência dos Espíritos inferiores é mais forte. Todavia, não o abandona
completamente, e se faz sempre ouvir sendo, então, o homem quem fecha os
ouvidos. Ele retorna, desde que chamado.
É uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos pelo seu encanto e
pela sua doçura: a dos anjos guardiães. Pensar que se tem sempre perto de
si seres que vos são superiores, que estão sempre aí para vos aconselhar,
vos sustentar, vos ajudar a escalar a áspera montanha do bem, que são os
amigos mais seguros e mais devotados do que as mais íntimas ligações que
se possa contrair sobre esta Terra, não é uma ideia bem consoladora? Esses
seres aí estão por ordem de Deus; ele os colocou junto de vós e aí estão, por
seu amor, cumprindo uma bela, mas penosa missão. Sim, onde estejais, ele

55

estará convosco: as prisões, os hospitais, os lugares de devassidão, a solidão,
nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma
sente os mais doces estímulos e ouve os sábios conselhos.
Deveríeis conhecer melhor esta verdade! quantas vezes ela vos ajudaria nos
momentos de crise; quantas vezes ela vos salvaria dos maus Espíritos!
Todavia, no grande dia, este anjo de bondade terá frequentemente de vos
dizer: “Não te disse isto? e não o fizeste; não te mostrei o abismo? e aí te
precipitaste; não te fiz ouvir na consciência a voz da verdade? e não seguiste
os conselhos da mentira?” Ah! interrogai vossos anjos guardiães; estabelecei
entre eles e vós essa ternura íntima que reina entre os melhores amigos. Não
penseis em esconder-lhes nada, porque eles têm os olhos de Deus, e não
podeis enganá-los. Sonhai com o futuro; procurai avançar nesta vida e vossas
provas serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Caminhai! homens
de coragem; atirai para longe de vós, de uma vez por todas, preconceitos e
ideias preconcebidas; entrai na nova estrada que se abre diante de vós;
marchai! marchai! tendes orientadores, segui-os: o objetivo não vos pode
faltar, porque esse objetivo é Deus.
Àqueles que pensem ser impossível aos Espíritos verdadeiramente elevados,
se sujeitarem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que
influenciamos vossas almas estando a vários milhões de léguas de vós. Para
nós o espaço não é nada, e vivendo em outro mundo, nossos Espíritos
conservam sua ligação com o vosso. Gozamos de qualidades que não podeis
compreender, mas estejais certos de que Deus não nos impôs uma tarefa
acima de nossas forças e que ele não vos abandonou sós sobre a Terra, sem
amigos e sem apoio. Cada anjo guardião tem seu protegido sobre o qual vela,
como um pai vela sobre seu filho, e é feliz quando o vê no bom caminho, e
sofre quando seus conselhos são menosprezados.
Não temais em nos fatigar com vossas perguntas; estejais, ao contrário,
sempre em relação conosco: sereis mais fortes e mais felizes. São essas
comunicações de cada homem com seu Espírito familiar que fazem todos os
homens médiuns, médiuns hoje ignorados, mas que se manifestarão mais
tarde e se espalharão como um oceano sem limites para repelir a
incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento,
elevai vossos irmãos. Não sabeis que obra cumprireis assim: a do Cristo, a
que Deus vos impôs. Para que Deus vos deu a inteligência e a ciência, senão
para repartir com vossos irmãos, para os adiantar no caminho da alegria e da
felicidade eterna?
São Luís, Santo Agostinho.

Allan Kardec
A doutrina dos anjos guardiães, velando sobre seus protegidos,
malgrado a distância que separa os mundos, não tem nada que deva

56

surpreender; ela é, ao contrário, grande e sublime. Não vemos sobre a
Terra um pai velar sobre seu filho ainda que estando longe, ajudá-lo com
seus conselhos por correspondência? Que haverá, então, de espantoso
em que os Espíritos possam guiar aqueles que tomaram sob sua
proteção, de um mundo a outro, visto que, para eles, a distância que
separa os mundos é menor que a que separa, sobre a Terra, os
continentes? Não têm eles, por outro lado, o fluido universal que liga
todos os mundos e os torna solidários, veículo imenso da transmissão
dos pensamentos, como o ar é para nós o veículo da transmissão do
som?

Comentários:
É uma relação paternal.
Há um alinhamento filial entre o protegido e o mentor ou mentora que é de
uma ordem mais elevada
Quando o tutelado é rebelde, o mentor não abandona.
Mas é uma relação energética. Quando somos rebeldes, estamos vibrando na
faixa de frequência da rebeldia não estando mais em sintonia com o Espírito
protetor, por mais que ele tente através das vibrações, das sugestões de
pensamentos, até mesmo se gritasse, nós não ouviríamos, nós não
sentiríamos vibratoriamente.
Ele continua vibrando, tentando se aproximar, orientar, iluminar esse Espírito
rebelde, mas ele respeita o livre arbítrio.
Nós interpretamos essa falta de sintonia como um afastamento.
É necessária a frequência vibratória entre orientando e orientador. Do ponto
de vista espiritual a conexão ocorre através da sintonia vibratória. Mudar a
frequência, observar os pensamentos, atitudes e comportamentos.
O mentor/anjo guardião não abandona. Nós é que fechamos os ouvidos e os
olhos à presença dele.
Por mais que o orientador / mentor trabalhe para baixar e chegar ao nível do
orientando, maior é o esforço do orientando para se manter ao nível do
orientador.
Às vezes acreditamos que basta fazer uma oração, mas não basta aquela
oração superficial. É necessário junto a uma prece de coração, a mudança de
atitude interior e de pensamentos. Quando estamos em oração aumentamos
a nossa frequência vibratória. Ao encerrar a prece retomamos para a nossa
natureza (caráter). Por isso precisamos alterar a nossa natureza (caráter) o
que na doutrina espírita denominamos de reforma íntima.
Embora nos pareça ser difícil de acreditar que um Espírito esteja sempre
conectado conosco, nos instruindo como um pai.

57

A comunicação com o nosso mentor ocorre através do pensamento, esteja
onde ele estiver, estará em conexão conosco. Assim como o ar é o condutor
do som, o fluido universal é o condutor do pensamento.
Mesmo à distância corresponde conosco, nos orienta, auxilia como pode. Está
sempre em sintonia conosco. Onde quer que ele esteja, ouve o nosso
chamado. Havendo necessidade de vir para perto de nós, ele o faz com a
velocidade do pensamento. Não havendo necessidade, onde quer que ele
esteja pode nos intuir, nos inspirar porque o pensamento se locomove pelo
fluido cósmico universal que está em todas as partes do Universo.
O nosso amigo espiritual não precisa necessariamente estar fisicamente ao
nosso lado para nos ajudar, basta que os nossos pensamentos estejam
conectados e teremos condições de percebê-lo, de senti-lo, de ouvir os seus
bons conselhos.
Não há ninguém mais próximo de nós que nosso protetor espiritual. A distância
que nos separa é menor, muitas vezes, que aquela que nos separa dos nossos
pais biológicos.
Não precisamos ter medo. Não precisamos ter o cuidado de ocultar as coisas
que não confessaríamos a ninguém, pois ele já sabe até antes de nós. Não
precisamos ter o cuidado de falar palavras bonitas, pois ele nos conhece no
dia a dia.
Nosso amigo Espiritual é como um pai espiritual que conhece a nossa
essência melhor do que nós mesmos.
Devemos buscar esse amigo querido que está conosco com a missão de nos
ajudar. Quanto mais ouvirmos o nosso amigo espiritual, menos erros
cometeremos e estaremos mais em sintonia com Deus, com suas leis.
Converse com ele. Peça ajuda e orientação. Agradeça o auxílio, o amparo, as
intuições.


496 – O Espírito que abandona seu protegido, não lhe fazendo mais o
bem, pode lhe fazer o mal?
Os bons Espíritos não fazem, jamais, o mal; deixam que o façam aqueles que
tomam o seu lugar; então, acusais a sorte pelos infortúnios que vos
acabrunham, quando é vossa a falta.

Comentários:
O Espírito protetor nunca abandona o seu protegido.

58

Ele pode se afastar um pouco devido as nossas atitudes, em optarmos em
seguir o caminho do erro. Não abrimos sintonia para ouvi-los. Ele continua nos
observando, mas jamais nos abandona e jamais nos induz ao erro.
Basta um pensamento, basta um sentimento na busca de Deus que o nosso
mentor estará ao nosso lado, nos ajudando, nos intuindo coisas boas e
fazendo o seu melhor para que possamos caminhar, evoluir.
Eles são Espíritos bons. Nunca farão mal a nós.
Se o mal nos chega, não decorre do nosso Espírito protetor, mas das
influências com as quais nós sintonizamos.
Se não ouvimos o nosso Espírito protetor é porque estamos em sintonia com
a Espiritualidade inferior que de alguma forma seremos prejudicados e
influenciados negativamente.
Os bons Espíritos nunca fazem mal a ninguém, por vivenciarem o amor, e já
terem aprendido, nas caminhadas percorridas, que somente o amor salva e
traz felicidade.


497 – O Espírito protetor pode deixar seu protegido à mercê de um
Espírito que poderia lhe desejar o mal?
Há união dos maus Espíritos para neutralizar a ação dos bons. Mas, se o
protegido quiser, ele dará toda a força ao seu bom Espírito. O bom Espírito
talvez encontre uma boa vontade, alhures, para ajudar; disto aproveita até seu
retorno junto do seu protegido.

Comentários:
Tudo depende do protegido.
Não é o Espírito protetor que nos deixa à mercê dos maus Espíritos, mas é o
tutelado que diante do seu livre arbítrio expõe os seus pensamentos, a sua
vibração ao nível dos Espíritos imperfeitos, afastando o Espírito protetor.
Os maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons.
Assim como nós temos o Espírito protetor, Espíritos familiares que nos
auxiliam, nós temos também aqueles Espíritos que não querem o nosso bem
que de alguma forma não simpatiza conosco, seja dessa reencarnação, seja
de outra, e vão trabalhar pelo nosso mal.
Vamos ter duas forças trabalhando que vencerá aquela que permitirmos.
Se quisermos podemos dar toda força ao nosso protetor, de forma que os
maus Espíritos não conseguirão neutralizar a ação dos bons. Basta querer.

59

O Espírito protetor pode se afastar um pouco daquele que não quer a sua
ajuda, que o repele e entra na faixa dos Espíritos da sua condição. Mas
sempre aguardando que o protegido mude a sintonia e entre em conexão.
Ninguém tem maldade encravada no coração; pratica-a por ignorância, por ter
sido criado por Deus, simples e ignorante.
Os semelhantes atraem os semelhantes, é a lei de justiça.


498 – Quando o Espírito protetor deixa seu protegido se transviar na vida,
é por falta de força, de sua parte, na luta contra outros Espíritos
malévolos?
Não é porque ele não pode, mas porque ele não quer. Seu protegido sai das
provas mais perfeito e mais instruído. Ele o assiste com seus conselhos, pelos
bons pensamentos que lhe sugere, mas que, infelizmente, não são sempre
escutados. Não é senão a fraqueza, a negligência ou o orgulho do homem que
dão força aos maus Espíritos; seu poder sobre vós resulta de não lhes opordes
resistência.

Comentários:
O Espírito protetor sabe que o seu protegido ao se transviar vai sair mais
instruído, mais fortalecido daquelas provas.
Nós crescemos na dor, no sofrimento, nas dificuldades. Nos despertamos e
mudamos as nossas atitudes.
Aquilo que parece algo ruim, na realidade é algo bom porque nos aproxima de
Deus.
A Espiritualidade sabe que aquela prova, aquele sofrimento será aprendizado
para cada um de nós. Nada, nem mesmo as dificuldades pelas quais
passamos decorrentes das escolhas equivocada acabam sendo em vão. Tudo
se reflete mais à frente na nossa depuração, no nosso crescimento.
Eles continuam nos inspirando com os bons conselhos, mas nos deixa o livre
arbítrio.
Eles não vão lutar contra os Espíritos imperfeitos, uma vez que se não
mudamos a nossa vibração, a nossa sintonia, não adiantaria retirar aquele
Espírito, pois acabamos atraindo outros.
Para que não haja a aproximação e influência de Espíritos maléficos é
necessário que o tutelado modifique o seu proceder.

60

É a nossa fraqueza, o nosso descuido, o nosso orgulho que dá força aos
Espíritos imperfeitos e não porque o Espírito protetor não lutou diretamente
com o Espírito maléfico.

O Mestre, em Seu Evangelho, não arranca os defeitos dos Seus discípulos;
apenas os ensina a cultivar as virtudes, porque o erro é ilusório no campo da
imortalidade do bem.

- Comentário do Haroldo Dutra – As nossas dores, as nossas dificuldades nos
aproximam de Deus.


499 – O Espírito protetor está constantemente com seu protegido? Não
há alguma circunstância em que, sem o abandonar, o perca de vista?
Há circunstâncias em que a presença do Espírito protetor não é necessária
junto de seu protegido.

Comentários:
Em certas circunstâncias, o anjo-guardião deve sair de junto do seu protegido
por força maior, mas não deixa de estar sensível às suas necessidades, onde
quer que esteja. Para tanto, tem sentidos desenvolvidos, como Espírito
elevado que é, e a sua iluminação lhe garante cumprir os seus deveres,
mesmo a distâncias enormes para os encarnados, mas que para os
desencarnados nada significam.
Dependendo do tipo de auxílio que estivermos precisando, o nosso Espírito
protetor pode vir imediatamente ao nosso encontro, rápido como o
pensamento, nos fornecendo o amparo, a sustentação que precisa naquele
momento.
Dependendo da situação, ele pode nos sugerir orientações pelo pensamento
e à distância. O fluido cósmico (meio de transmissão do pensamento) está
presente em todo o Universo, nós podemos nos comunicar pelo pensamento
em qualquer parte do Universo em que estejamos, basta nos sintonizarmos


500 – Chega um momento em que o Espírito não tem mais necessidade
de um anjo guardião?

61

Sim, quando ele alcança um grau de poder conduzir a si mesmo, como chega
o momento em que o escolar não tem mais necessidade do mestre; mas isso
não ocorre sobre a vossa Terra.

Comentários:
O aluno precisa de mestre até certo nível de escolaridade; depois vai se
libertando e passando de discípulo a instrutor e nessa subida vai ganhando a
libertação que lhe dá consciência do que deve fazer.
Para nós que nos encontramos aqui no planeta Terra, na condição de mundo
de “Provas e Expiações” em função da condição da maioria dos seus
habitantes, ainda Espíritos muito imperfeitos não temos maturidade,
entendimento, elevação espiritual para dispensarmos o nosso Espírito
protetor.
Todos nós precisamos desse amigo querido que nos auxilia. Sem ele não
conseguiríamos suportar a vida material e, principalmente, vencer os desafios
e as lutas da vida. Essa dependência aqui na vida material ainda é muito
grande.
Em mundos mais felizes, em mundos mais evoluídos, à medida que o Espírito
vai tendo condições de guiar a si mesmo, ele vai dispensando o amparo, o
auxílio do amigo Espiritual.


501 – Por que a ação dos Espíritos sobre nossa existência é oculta e por
que, quando nos protegem, não o fazem de uma forma ostensiva?
Se contardes com a sua proteção, não agireis por vós mesmos, e vosso
Espírito não progredirá. Para que possa avançar lhe é necessária a
experiência e é preciso, frequentemente, que ele a adquira às suas custas; é
preciso que exerça suas habilidades, sem isso seria como uma criança que
não se permitisse andar sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem o bem
é sempre regulada de maneira a vos deixar o livre-arbítrio, porque se não
tiverdes responsabilidade não avançareis no caminho que vos deve conduzir
até Deus. O homem, não vendo o seu apoio, se entrega às suas próprias
forças; seu guia, entretanto, vela por ele e, de tempos em tempos, lhe brada
para desconfiar do perigo.

Comentários:
Geralmente gostaríamos de perceber a presença do nosso protetor espiritual
de forma mais ostensiva.

62

Mas se nós recebêssemos ajuda muito visível, além de ficarmos dependentes,
nos acomodaríamos, esquecendo o nosso dever no campo do esforço próprio.
Muito pouco iríamos usar a nossa inteligência, a nossa perspicácia, o nosso
entendimento, o nosso estudo para resolução dos problemas.
Iríamos consultar o nosso amigo protetor para tudo sempre aguardando a
resposta certa.
Podemos consultá-lo quantas vezes quisermos ou precisarmos . A
espiritualidade nos intui, nos orienta, mas sempre deixa a decisão para
escolhermos.
Se ele mostrasse de uma forma muito clara, iríamos deixar de crescer.
A exemplo, é como os pais que conduzem a criança. À medida que vai
crescendo é que vai desenvolvendo o seu livre arbítrio, mas nós não podemos
ser como as crianças, precisamos trabalhar, crescer e evoluir. Por isso a ação
do Espírito protetor precisa ser mais oculta, a fim de nos ajudar sem interferir
no nosso livre arbítrio.


502 – O Espírito protetor que consegue conduzir seu protegido no bom
caminho, experimenta algum bem para si mesmo?
É um mérito do qual se lhe tem em conta, seja para seu próprio adiantamento,
seja por sua alegria. Ele é feliz quando vê seu desvelo coroado de sucesso,
triunfando como um preceptor triunfa com o sucesso de seu aluno.

502.a) Ele é responsável se não triunfar?
Não, visto que fez o que dele dependia.

Comentários:
O trabalho do Espírito protetor é uma missão que ele recebe e vai precisar
prestar contas.
Todos nós assumimos responsabilidades em nossa vida, seja na vida material,
seja na vida espiritual.
Nós já sabemos que vamos crescendo e evoluindo tanto na matéria, quanto
no Espírito.
Os Espíritos que aceitam o trabalho no plano espiritual, na condição de
Espíritos desencarnados, fazem o melhor para a nossa evolução.
Se aquele trabalho for bem cumprido irá refletir em benefício daquele
trabalhador.

63

Quando ele não alcança os seus resultados, apesar de ter feito tudo o que
podia, não é responsabilizado por um erro que não é dele, pois não é
responsável por nossas quedas, pelos nossos fracassos.
Ele é um Espírito de uma ordem superior que faz o seu trabalho bem feito.


503 – O Espírito protetor que vê seu protegido seguir um mau caminho,
malgrado seus avisos, sofre com isso e não lhe é uma causa de
perturbação para a sua felicidade?
Ele sofre por causa dos seus erros e o lastima. Mas essa aflição não tem as
angústias da paternidade terrestre, porque sabe que há remédio para o mal, e
que aquilo que não se faz hoje, far-se-á amanhã.

Comentários:
Ele lastima dos nossos erros, pois quer ver o nosso sucesso.
Quando nós vemos nossos filhos se equivocarem, muitas vezes nós perdemos
o nosso equilíbrio, às vezes perdemos a nossa fé, nos afligimos. São
sentimentos e ações que não acontece com o nosso protetor espiritual, pois é
equilibrado e não sofre com o sofrimento da humanidade, senão não poderia
nos dar conselhos, nem teria condições para ensinar, pois também sofreria, o
que iria interferir na função de nos orientar e nos conduzir para o bem.
O Espírito protetor detém um entendimento muito maior, tem uma visão muito
mais clara de tudo.
Ele compreende que os nossos equívocos de hoje não representam um
retrocesso, pois o Espírito não regride.
Os erros de hoje servirão de aprendizado para amanhã, trazendo
esclarecimento, entendimento de que aquele caminho não é o mais adequado.
E a partir disso vamos desejar crescer, evoluir.


504 – Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito protetor ou anjo
guardião?
Por que razão quereis saber sobre nomes que não existem para vós? Credes
então que não haverá entre os Espíritos senão aqueles que conheceis?

504.a) De que modo invocá-lo se não o conhecemos?

64

Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior pelo qual tendes
simpatia ou veneração. Vosso Espírito protetor virá a esse apelo, porque todos
os bons Espíritos são irmãos e se assistem entre si.

Comentários:
O nome não tem importância. Há muitos Espíritos que nós desconhecemos.
O nome não faz diferença, pois não vamos saber exatamente quem é ele/ela.
Na Terra, todos nós temos um nome que foi dado ao nascer e para melhor
entendimento, dá-se nomes a tudo que existe. Enquanto estivermos vivendo
nessa dimensão, estaremos ligados a nomes, datas, números que favorecem
maior compreensão.
Como somos muito materializados ainda, às vezes temos mais facilidade para
conectarmos com o nosso amigo espiritual se dermos um nome, se soubermos
um nome.
Alguns médiuns sabem os nomes dos Espíritos que os protegem, encontrando
deste modo, para eles, mais segurança. Assim pensam.
Nós podemos dar o nome que quisermos. Pois o mais importante é o
pensamento.
Nós podemos pedir para que nos inspire um nome, o que ele gostaria ou o
que ele queira ser chamado. Mas não é o nosso protetor Espiritual que precisa
disso, somos nós.
O importante é estarmos conectados a ele. Saber que esse amigo nos ampara,
nos auxilia, nos fortalece.


505 – Os Espíritos protetores que tomam nomes conhecidos, são
sempre, realmente, os das pessoas que usaram esses nomes?
Não, mas de Espíritos que lhes são simpáticos e que, frequentemente, vêm
por sua ordem. Precisais de nomes, então, eles tomam um que vos inspire
confiança. Quando não podeis cumprir uma missão pessoalmente, enviais,
vós mesmos, um outro que age em vosso nome.

Comentários:
Muitas pessoas que já conhecem a realidade dos protetores espirituais (não
são os anjos da guarda) os tratam pelo nome de personalidades conhecidas,
muitas vezes de grandes vultos da História, guardando esses nomes com
gratidão, enumerando os valores imortais desses que viveram no mundo sob
o signo do amor.

65

Devido a nossa necessidade de dar nome a tudo, de querermos nos identificar
com alguém, com algum Espírito conhecido no nosso planeta acabamos
identificando com o Espírito protetor que se identifica com o nome conhecido.
Não significa que de fato é aquela pessoa, mas é Espírito simpático a esses
Espíritos que tiveram esses nomes mais conhecidos na Terra. E por serem
simpáticos respondem ao nosso chamado.
Quando o próprio Espírito que desempenhou determinadas tarefas na Terra
não pode vir ele mesmo em nosso auxílio, eles encaminham ou permitem que
outros Espíritos que tenham a mesma afinidade, que pensa da mesma forma
possa vir em seu nome.
Não é que os Espíritos protetores estejam utilizando um nome que não lhes
pertence de forma negativa, como se estivesse querendo se passar por aquele
outro Espírito, como se estivesse tentando ter uma identidade que não lhes
pertence. Não é isso.
Em função das atitudes, do proceder que determinado Espírito teve aqui na
Terra, nós podemos elevar os nossos pensamentos e rogar a esses Espíritos
que venha nos ajudar. Caso não possam vir diretamente, eles podem
encaminhar outros Espíritos que têm afinidade com eles. Tudo acontece com
o seu conhecimento, com a sua permissão.


506 – Quando estivermos na vida espírita, reconheceremos nosso
Espírito protetor?
Sim, porque, frequentemente, vós o conhecíeis antes de encarnardes.

Comentários:
Na vida espírita, o protegido reconhece perfeitamente aquele que foi o seu
protetor enquanto encarnado.
Geralmente nosso mentor espiritual é nosso amigo, nosso conhecido, nos é
familiar de muitas reencarnações, ou pelo menos algumas reencarnações
Não raro, o nosso protetor já nos conhecia de outras existências e da
erraticidade. Já temos relações de afinidades, de amizade, de simpatia que
nos une e que vem nos unindo cada vez mais no decorrer das nossas
reencarnações.
Portanto, ao retornarmos ao plano espiritual reconhecemos o nosso Espírito
protetor e lembramos das nossas existências passadas.
É alguém que tem trabalhado em nosso benefício exercendo essa função de
nos auxiliar e nos inspirar na caminhada terrena, nas lutas da vida.
O que move esse amparo é o amor.

66


507 – Os Espíritos protetores pertencem todos à classe dos Espíritos
superiores? Podem se encontrar entre os médios? Um pai, por exemplo,
pode vir a ser o Espírito protetor de seu filho?
Ele o pode, mas a proteção supõe um certo grau de elevação, um poder ou
uma virtude a mais concedida por Deus. O pai que protege seu filho, pode ser,
ele mesmo, assistido por um Espírito mais elevado.

Comentários:
Os Espíritos protetores pertencem à classe dos Espíritos elevados, no entanto,
não são iguais na elevação. Quem guia, é sempre mais elevado do que o
guiado; o mestre deve ter mais conhecimento do que o discípulo, isso a própria
razão nos diz com segurança.
Muitas pessoas confundem o Espírito protetor com Espíritos familiares que já
desencarnaram e que se encontram, às vezes, no plano espiritual auxiliando
aqui no plano material.
O Espírito protetor (anjo da guarda) necessariamente tem que ter uma
elevação maior para auxiliar e orientar o seu tutelado tem que estar numa
condição evolutiva maior tanto de intelectualidade, como de moralidade para
que possa realmente ajudar.
Por isso que o nosso Espírito protetor se encontra na 2.ª ordem da escala
espírita que são bons Espíritos, não mais na 3.ª ordem como nós, Espíritos
imperfeitos.
Isso não impede que um pai ou uma mãe de uma reencarnação passada, por
exemplo, possa ter uma evolução maior e no plano espiritual peça permissão
para ser o anjo da guarda de seu filho na atual existência, principalmente, se
apresenta a condição evolutiva necessária.
O pai ou a mãe da atual existência física, caso retornem para o plano espiritual
antes de nós, pode nos auxiliar, desde que tenha condições e autorização.
Mas, não pode ser nosso anjo da guarda, uma vez que este está conosco
desde antes da concepção. São Espíritos familiares.


508 – Os Espíritos que deixaram a Terra em boas condições, podem
sempre proteger os que amam e que lhes sobrevivem?
Seu poder é mais ou menos restrito; a posição em que se encontram não lhes
deixa sempre toda a liberdade de agir.

67

Comentários:
Quando deixamos a Terra numa condição razoável de entendimento, de
maturidade, de evolução, chegando no mundo espiritual tudo nos abre em
conhecimento, como as lembranças das existências físicas anteriores, os
compromissos assumidos e mesmo conhecendo os nossos débitos e os
nossos créditos não tenhamos condições de retornar ao plano material para
ajudar os familiares que ficaram.
Nessas condições ainda somos Espíritos que precisamos continuar nosso
processo evolutivo. Muitas vezes ir para outras colônias para ficar por um
tempo em estudo, em aprimoramento, se preparando para uma nova
reencarnação.
No plano espiritual temos muito trabalho, muitas atividades, nossas
percepções são bem mais amplas e nossas necessidades de aprendizagem
também e nem sempre estamos em condições para auxiliar nossos entes
queridos.
Mas se tivermos condições de fazer ambas atuações, ou seja, auxiliar os entes
queridos e continuar o processo evolutivo, faremos sim, desde que haja
permissão.


509 – Os homens no estado selvagem ou de inferioridade moral, têm,
igualmente, seus Espíritos protetores? Nesse caso, esses Espíritos são
de uma ordem tão elevada quanto aqueles dos homens mais avançados?
Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões são relativas
ao seu objetivo. Não dais a uma criança que aprende a ler um professor de
filosofia. O progresso do Espírito familiar segue o do Espírito protegido. Tendo
vós mesmos um Espírito superior que vela por vós, podeis, a vosso turno,
virdes a ser o protetor de um Espírito que vos é inferior, e os progressos que
o ajudardes a fazer contribuirão para o vosso adiantamento. Deus não pede
ao Espírito, além do que comportem sua natureza e o grau que alcançou.

Comentários:
Todos nós temos um Espírito protetor que por nós vela, mas as missões são
relativas ao fim que visa.
Quanto mais evoluído o Espírito encarnado, mais evoluído precisa ser o seu
amigo protetor.
Se a função dele é a de um pai a nos conduzir, nos orientar, ele precisa
apresentar mais recursos intelectuais e morais.

68

Se o Espírito encarnado está na condição de selvagem le vai ter um Espírito
protetor mais evoluído, porém não tão avançado quanto de um homem
adiantado.
Todos nós temos o nosso Espírito protetor aqui na Terra, mas nem todos tem
a mesma condição evolutiva.
Já os Espíritos familiares podem ter o mesmo nível de evolução dos tutelados
ou até mesmo menor, porque eles não têm como o anjo da guarda a missão
de nos envolver, de nos proteger.
Por amor que eles nutrem por nós, obtêm permissão da Espiritualidade amiga
para estar ao nosso lado nos ajudando na medida da sua capacidade, da sua
condição, das suas limitações.


510 – Quando o pai que vela pelo filho vem a reencarnar, vela ainda por
ele?
Isso é mais difícil, mas ele convida, num momento de desprendimento, um
Espírito simpático para o assistir nessa missão. Aliás, os Espíritos não aceitam
senão missões que podem cumprir até o fim.
O Espírito encarnado, sobretudo nos mundos onde a existência é material,
está mais submetido ao seu corpo para poder ser inteiramente devotado, quer
dizer, assistir pessoalmente. Por isso, aqueles que não são bastante elevados,
são, eles mesmos, assistidos por Espíritos que lhe são superiores, de tal sorte
que se um falta por uma causa qualquer, é substituído por um outro.

Comentários:
Aqui está tratando de Espíritos familiares, como também de anjo da guarda.
Exemplo:
- Um Espírito que foi pai do outro em uma reencarnação anterior. Após ambos
desencarnarem e passarem um tempo na erraticidade, ao fazer o
planejamento reencarnatório esse pai aceita ser o Espírito protetor daquele
que fora seu filho. Ele pode aceitar essa missão.
- Mas pode acontecer que durante a reencarnação do seu filho, ele precise
reencarnar para continuar se processo evolutivo. Sendo assim, muito
dificilmente ele aceitará a missão de ser o protetor do filho, pois sabe que não
irá concluir a missão.
Então ele pode pedir que outro Espírito aceite essa missão e continua
auxiliando até o seu reencarne, pois reencarnado será muito mais difícil
prestar auxílio ao filho que também está reencarnado.

69

Pode ser que ele não seja um Espírito protetor, mas um Espírito familiar pelos
laços de amor que tem pelos familiares, especialmente, por esse filho,
continua assistindo o filho no plano espiritual.

Se uma família é constituída de dez pessoas, são dez anjos guardiães que ali operam. Já analisaste quantas
luzes existem a favor dessa família? Se seus membros são conscientes dessa verdade, devem aproveitá-las e
orar com elas, usando o Culto do Evangelho no lar que o amor dos dez mensageiros de Jesus se fundirá com
o sentimento de amor dos familiares, e as bênçãos de Deus transformarão os corações que ali convivem em
pessoas de paz, capazes de ajudar melhor aos que sofrem todas as ordens de provações.


511 – Além do Espírito protetor, um mau Espírito é ligado a cada
indivíduo tendo em vista compeli-lo ao mal e lhe fornecer uma ocasião
de lutar entre o bem e o mal?
Ligado não é o termo. É bem verdade que os maus Espíritos procuram desviar
do bom caminho quando encontram oportunidade; mas quando um deles se
liga a um indivíduo, o faz por si mesmo, posto que espera ser escutado. Então,
há a luta entre o bom e o mau, e vence aquele que o homem deixa imperar
sobre si.

Comentários:
Diferente do Espírito protetor que está conosco durante toda a nossa
reencarnação, mesmo que não estejamos em sintonia com ele, pois está
sempre velando por nós, isso não acontece com o Espírito inferior.
Não existe um Espírito ruim ligado a nós desde o nosso nascimento até o
nosso desencarne.
O que ocorre é a aproximação de Espíritos simpáticos que podem ser tanto
para o bem quanto para o mal.
Se a minha sintonia é negativa, vou atrair um mau Espírito e ele vai se ligar a
mim acreditando serem atendidas as suas expectativas, os seus vícios. A
partir do momento que um mau Espírito se liga a mim o meu protetor também
ali está.
Um vai me influenciar para o bem, o outro vai me influenciar para o mal. Vai
vencer aquele pelo qual eu deixar me influenciar.

512 – Podemos ter vários Espíritos protetores?
Cada homem tem sempre Espíritos simpáticos, mais ou menos elevados, que
se afeiçoam e se interessam por ele, como tem os que o assistem no mal.

70

Comentários:
Além do nosso anjo da guarda, temos outros Espíritos que nos assistem que
são os Espíritos familiares e os Espíritos simpáticos.
No decorrer das nossas existências físicas fomos constituindo laços de
simpatia e familiares. Esses Espíritos continuam gostando de nós, trabalhando
e velando por nós.
- Espíritos familiares – São os que se ligam a nós por laços mais ou menos
duráveis com o fim de nos serem úteis, dentro dos limites do poder de que
dispõem. Podem ser bons, porém muitas vezes são pouco adiantados e, por
isso, se ocupam com as particularidades da nossa vida íntima, só atuando por
ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.
- Espíritos simpáticos – São os que se sentem atraídos para o nosso lado por
afeições particulares e também por uma certa semelhança de gostos e de
sentimentos, tanto para o bem quanto para o mal.


513 – Os Espíritos simpáticos agem em virtude de uma missão?
Algumas vezes eles podem ter uma missão temporária, mas, o mais
frequentemente, não são solicitados senão pela semelhança de pensamentos
e de sentimentos no bem, como no mal.

513.a) Parece resultar disso que os Espíritos simpáticos podem ser bons
ou maus?
Sim, o homem encontra sempre Espíritos que simpatizam com ele, qualquer
que seja seu caráter.

Comentários:
O que caracteriza um Espírito ser simpático é a mesma forma de pensar, a
mesma identidade de emoções, de hábitos, de gostos, de atitudes. É da
mesma forma que ocorre no plano material. São os sentimentos de identidade,
de propósitos, de ideais etc.
Os Espíritos que simpatizam de forma positiva, no bem, podem até estar
desempenhando missão temporária, mas normalmente, são atraídos por nós
em função dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos positivos ou
negativos.
Eles podem receber missão da Espiritualidade para trabalhar junto a nós para
que possamos vencer as dificuldades da vida, nos auxiliando em nossos
desafios, como também, auxiliar no trabalho do nosso protetor espiritual

71

Espírito missionário é o nosso protetor, alma elevada que renunciou ao seu
bem-estar no mundo dos Espíritos para nos acompanhar, procurando
oportunidades para nos aconselhar, fazendo com que despertemos para o
bem comum e para conhecermos a nós mesmos.


514 – Os Espíritos familiares são os mesmos Espíritos simpáticos ou
Espíritos protetores?
Existem diferenças na proteção e na simpatia; dai-lhes o nome que quiserdes.
O Espírito familiar é antes o amigo da casa.

Allan Kardec:
Das explicações acima e das observações feitas sobre a natureza dos
Espíritos que se ligam ao homem, pode-se deduzir o que se segue:
O Espírito protetor, anjo guardião ou bom gênio, é aquele que tem por
missão seguir o homem na vida e ajudá-lo a progredir. Ele é sempre de
uma natureza superior relativamente à do protegido.
Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou
menos duráveis tendo em vista ser-lhes úteis, no limite de seu poder,
frequentemente bastante limitado. Eles são bons, mas, algumas vezes,
pouco avançados e mesmo um pouco levianos. Eles se ocupam, de bom
grado, dos detalhes da vida íntima e não agem senão por ordem ou com
permissão dos Espíritos protetores.
Os Espíritos simpáticos são os que se sentem atraídos para nós por
afeições particulares e uma certa semelhança de gostos e de
sentimentos, no bem como no mal. A duração de suas relações é quase
sempre subordinada às circunstâncias.
O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso que se liga ao homem
para desviá-lo do bem, e age por sua própria iniciativa e não em virtude
de uma missão. Sua tenacidade está em razão do acesso mais ou menos
fácil que encontra. O homem está sempre livre para escutar sua voz ou
repeli-la.

Comentários:
Kardec faz um resumo conceituando Espírito protetor, Espírito familiar,
Espírito simpático e mau gênio.
Temos conosco o nosso protetor espiritual e podemos ter ainda ao nosso lado
Espíritos familiares e Espíritos simpáticos.

72



515 – Que se deve pensar dessas pessoas que parecem ligar-se a certos
indivíduos para os compelir fatalmente à perdição, ou para guiá-los no
bom caminho?
Certas pessoas exercem, com efeito, sobre outras, uma espécie de
fascinação, que parece irresistível. Quando isso tem lugar para o mal, são
maus Espíritos que se servem de outros maus Espíritos para melhor subjugar.
Deus o permite para vos experimentar.

Comentários:
A questão se refere a pessoas (Espíritos encarnados).
É uma relação entre encarnados, onde alguns se ligam para guiá-los no bom
caminho e outros para compelir à perdição, exercendo uma espécie de
fascinação praticamente irresistível.
Mostrando que determinadas pessoas conseguem exercer grande influência,
grande domínio sobre outras pessoas que é como se estivessem hipnotizadas.
Tudo que aquele encarnado fala é como se fosse uma verdade inquestionável.
Há situações espirituais que permitem que esse tipo de ligação, de fascinação,
de domínio aconteça. Nada é gratuito e não há o acaso entre nós.
Essa influenciação que uma pessoa pode fazer em relação a outra pode ser
uma influenciação positiva, por exemplo, dos pais para os filhos.
Mas também pode se dar de influências que recebemos de Espíritos
desencarnados ainda voltados para o mal que nos influenciam enquanto
encarnados para que possamos prejudicar e fazer o mal a outras pessoas
encarnadas.
Normalmente, não estamos sozinhos. Sempre há Espíritos nos assessorando
tanto para o bem quanto para o mal.
Deus permite para que sejamos experimentados.



516 – Nosso bom e nosso mau gênio poderiam se encarnar para nos
acompanhar na vida de um modo mais direto?
Isso ocorre algumas vezes. Frequentemente, também, eles encarregam dessa
missão outros Espíritos encarnados, que lhes são simpáticos.

73

Comentários:
Bom gênio – Espíritos protetores, familiares, simpáticos
Mau gênio – Não tem condições, por si mesmo, de resolver a reencarnar para
perseguir alguém.
Quando ocorre é mais entre Espíritos familiares, onde há uma relação de amor
muito grande.
Pode acontecer deles se reencarnarem, mas não é uma necessidade
imprescindível para a efetivação da ajuda.
Eles podem nos ajudar do plano espiritual nos inspirando com boas ideias,
como também, atuando sobre outros Espíritos encarnados que lhes sejam
simpáticos, pois a simpatia é fundamental para que consigamos ouvir as
orientações dos Espíritos desencarnados.


517 – Há Espíritos que se ligam a toda uma família para protegê-la?
Certos Espíritos se ligam aos membros de uma mesma família que vivem em
conjunto e que estão unidos pela afeição, mas não creiais em Espíritos
protetores do orgulho de raça.

Comentários:
É possível determinados Espíritos se ligarem não a um indivíduo em especial,
mas a uma família inteira por uma afeição que existe entre eles.
Existem Espíritos que se ligam a uma pessoa individualmente, a um grupo de
pessoas, a uma comunidade, a uma cidade, a um país, a um continente e a
um planeta.
Todos estão amparados pela Espiritualidade sob a orientação de Deus.
Há Espíritos que podem se ligar a uma família, mas sua proteção não dispensa
a necessidade de cada membro da família ter o seu mentor (Espírito protetor
/ anjo da guarda). Todos terão seu anjo da guarda. E além dele, pode
determinados Espíritos se ligarem aquela família inteira devido a união de
pensamentos, de sentimentos, de procedimentos trabalhando em benefício de
todos.
Os Espíritos protetores, superiores não se ligam a uma determinada família
por conta do orgulho étnico, sentimento que nos afasta e nos distancia do outro
e do próximo.
O sentimento que deve pautar a relação das criaturas é o amor, a fraternidade,
o respeito.

74


518 – Sendo os Espíritos atraídos para os indivíduos pela sua simpatia,
o são igualmente para as reuniões de indivíduos em razão de causas
particulares?
Os Espíritos vão, de preferência aonde estão seus semelhantes; aí estão mais
à vontade e mais seguros de serem ouvidos. O homem atrai para si os
Espíritos em razão de suas tendências, quer esteja só ou formando uma
coletividade, como uma sociedade, uma cidade ou um povo. Há então,
sociedades, cidades e povos que são assistidos por Espíritos mais ou menos
elevados segundo o caráter e as paixões que neles dominam. Os Espíritos
imperfeitos se afastam daqueles que os repelem. Resulta disso que o
aperfeiçoamento moral das coletividades, como o dos indivíduos, tende a
afastar os maus Espíritos e a atrair os bons que excitam e entretêm o
sentimento do bem nas massas, como outros podem lhes insuflar as más
paixões.

Comentários:
A simpatia se faz presente em qualquer ambiente , não apenas
individualmente, mas em grupos de pessoas também.
Uma determinada sociedade caso tenha particularidades no seu
comportamento, nos seus pensamentos, nas suas emoções vai atrair Espíritos
na mesma sintonia e estarão em um processo de influência recíproca.
Há lugares, há cidades com características específicas na cultura, no
conhecimento científico, nas artes, na intelectualidade, na moralidade, etc. É
um conjunto de pessoas voltadas para a mesma especificidade.
Os Espíritos imperfeitos se afastam daqueles que os repelem.
Onde estiver os teus pensamentos, as tuas emoções ali vai estar o seu
coração e, consequentemente, as tuas companhias espirituais.
Se queremos estar influenciados por Espíritos benéficos e superiores
precisamos abrir sintonia, um campo de influência recíproca com esse tipo de
Espíritos e não manter as nossas sombras e as nossas tendências inferiores.


519 – As aglomerações de indivíduos, como as sociedades, as cidades,
as nações, têm seus Espíritos protetores especiais?
Sim, porque essas reuniões são de individualidades coletivas que marcham
com um objetivo comum e que têm necessidade de uma direção superior.

75

Comentários:
Deus na sua infinita bondade, na sua misericórdia, no seu amor por todos nós
ampara e auxilia não só nós individualmente, mas as aglomerações também,
as famílias, as sociedades, as cidades, os países, o planeta.
Todos nós temos Espíritos que nos protege, Espíritos protetores especiais.
Por exemplo, as cidades são individualidades coletivas que caminham para
um objetivo comum que tendo uma direção superior para conduzir essa
coletividade torna-se bem mais fácil de conseguir as metas do progresso e da
evolução.
As sociedades, assim como as individualidades têm Espíritos condizentes com
as suas características.
Quanto mais estivermos diante de sociedades, de países mais evoluídos, mais
humanos, mais caridosos, mais respeitadores dos direitos do próximo, vai
exigir Espíritos protetores mais evoluídos que possam conduzir aquela
sociedade para avançar ainda mais na escala evolutiva.
Assim como os nossos anjos da guarda podem ser mais ou menos evoluído
conforme o grau de evolução do tutelado, o mesmo ocorre em relação às
coletividades, mas precisa ser Espíritos superiores para que possam exercer
essa função.
Há também uma graduação entre esses Espíritos protetores.
Existe, em cada planeta habitado, um guia espiritual, como acontece com o
planeta Terra, sob a direção de Jesus.
O Espírito protetor de uma nação mostra-se em seu todo numa equivalência
grandiosa. As suas qualidades ultrapassam a nossa capacidade de análise. É
um dos ministros de Jesus, em trabalho ativo e constante, já tendo alcançado
a superioridade exigida para a direção espiritual de uma nação.


520 – Os Espíritos protetores das massas são de uma natureza mais
elevada que a daqueles que se ligam aos indivíduos?
Tudo é relativo ao grau de adiantamento das massas, como dos indivíduos.

Comentários:
Os Espíritos protetores são de natureza elevada, não obstante, a sua
elevação, o tamanho espiritual de cada um depende do lugar que ocupam.
Pode ser que o anjo-da-guarda de uma criatura encarnada seja mais elevado
de que um protetor de uma cidade ou mesmo de um país.

76

Se estivermos nos referindo a um indivíduo extremamente evoluído, como por
exemplo, Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá, Allan Kardec, Chico
Xavier, pela evolução deles, pela depuração espiritual que eles já
apresentavam obviamente que o anjo da guarda deles precisava ser um
Espírito extremamente evoluído, superior mesmo, em função do tutelado.
Para estar à frente de uma nação há a condição de serem Espíritos superiores,
mas isso não significa que os Espíritos protetores de todas as nações sejam
mais evoluídos do que um Espírito protetor ou anjo da guarda individual.
Tudo depende do grau de adiantamento da coletividade e dos indivíduos.
A coletividade quanto mais evoluída, mais solicita um Espírito protetor
evoluído igualmente a nível individual.
O anjo da guarda de Jesus era Deus.


521 – Certos Espíritos podem ajudar o progresso das artes, protegendo
os que dela se ocupam?
Há Espíritos protetores especiais e que assistem aqueles que os invocam,
quando eles os julgam dignos. Mas que quereis vós que façam com aqueles
que creem ser o que não são? Eles não fazem os cegos verem, nem os surdos
ouvirem.

Allan Kardec:
Os Antigos fizeram divindades especiais; as Musas não eram outras que
a personificação alegórica dos Espíritos protetores das ciências e das
artes, como designaram sob o nome de lares e de penates os Espíritos
protetores da família. Entre os modernos, as artes, as diferentes
indústrias, as cidades, os continentes têm também seus patronos
protetores, que não são outros que os Espíritos superiores, mas sob
outros nomes.
Cada homem tendo seus Espíritos simpáticos, disso resulta que, nas
coletividades, a generalidade dos Espíritos simpáticos está em relação
com a generalidade dos indivíduos; que os Espíritos estranhos para aí
são atraídos pela identidade dos gostos e dos pensamentos, em uma
palavra, que esses agregados, assim como os indivíduos, são mais ou
menos bem rodeados, assistidos, influenciados segundo a natureza dos
pensamentos da multidão. Entre os povos, as causas de atração dos
Espíritos são os costumes, os hábitos, o caráter dominante, as leis,
sobretudo, porque o caráter de uma nação se reflete em suas leis. Os
homens, que fazem reinar a justiça entre si, combatem a influência dos
maus Espíritos. Em toda parte, onde as leis consagram as coisas

77

injustas, contrárias à Humanidade, os bons Espíritos estão em minoria,
e a massa dos maus, que afluem, entretêm a nação em suas ideias e
paralisa as boas influências parciais perdidas na multidão, como uma
espiga isolada no meio as sarças. Estudando os costumes dos povos ou
de toda reunião de homens, é fácil de se fazer uma ideia da população
oculta que se imiscui nos seus pensamentos e nas suas ações.

Comentários:
O que gera a atração entre os Espíritos e as coletividades são os costumes,
os hábitos, o caráter dominante e as leis.
Principalmente as leis, pois o caráter de uma nação se reflete em suas leis.
Aquelas nações que já possuem leis mais justas, mais humanas , a
coletividade de Espíritos é melhor porque encontra naquele povo ressonância
para suas ideias de amor e de paz, diferentemente daquelas sociedades que
ainda consagram leis mais injustas, leis mais contrárias à humanidade ficando
nessas situações os bons Espíritos em minoria e por isso a influenciação que
essa nação recebe de Espíritos ainda inferiores é maior.
Há Espíritos que inspira a humanidade nas artes, na cultura, na música, na
ciência, na tecnologia, auxiliando e amparando a humanidade para o
progresso.

78

79


9.7 – Pressentimentos

O que é pressentimento
Ato de sentir antecipadamente, mais pela emoção do que pela razão, a
ocorrência de um fato futuro; suspeita, desconfiança.
Conhecimento do que vai acontecer, obtido por intuição; por uma previsão, um
palpite ou um prenúncio.
Sentimento (de amor, de alegria, de ódio, de ira, ansiedade, indecisão, etc.)
Pressentimento – sentir antes, perceber antes. Se colocar em uma situação
que ainda não existe.
Os pressentimentos e intuições são meios de nos comunicarmos com nossos
mentores Espirituais, assim como com o nosso próprio íntimo. É através desse
tipo de mediunidade que é possível receber os auxílios para o cumprimento
de nossa encarnação.
Poderemos ter pressentimentos verdadeiros. Há pressentimentos
verdadeiros.


522 – O pressentimento é sempre uma advertência do Espírito protetor?
O pressentimento é o conselho íntimo e oculto de um Espírito que vos quer
bem. Está também na intuição da escolha que se fez e é a voz do instinto. O
Espírito, antes de encarnar, tem conhecimento das principais fases de sua
existência, quer dizer, do gênero de provas nas quais se obriga. Quando estas
têm um caráter marcante, ele conserva no seu foro íntimo, uma espécie de
impressão, que é a voz do instinto, despertando quando o momento se
aproxima, como pressentimento.

Comentários:
Duas informações:
- Pode ser o conselho íntimo e oculto de um Espírito que nos quer bem que
pode ser o nosso Espírito protetor ou outros Espíritos amigos, familiares que
estão conosco e nos protegem.
- Pode ser uma intuição, um pressentimento nosso. A maioria de nós que já
passamos por várias reencarnações aqui na Terra temos a oportunidade de
participar do nosso planejamento reencarnatório, tendo acesso a
determinadas provas, a determinadas situações pelas quais nós iremos
passar. Mesmo que não tenhamos de forma clara nas nossas lembranças,
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

80

aquilo faz parte da nossa memória, da nossa história. De alguma forma, no
momento certo aquela informação aflora através de uma intuição, através de
um sentimento, através de um pressentimento.
- Há percepções oriundas da lógica da experiência diária que vem à tona a
partir do inconsciente, daí conseguir perceber os efeitos em função das causas
já conhecidas Ex: Neblina baixa, sol que racha; me diga com quem andas que
te direi quem tu és; determinadas amizades dos nossos filhos.
- Em muitas situações nos iludimos, pois diante dos nossos desejos
construímos uma realidade fictícia.
Devemos desenvolver o autoconhecimento, a racionalidade para não permitir
descaminhar por falsas crenças que venham influir em pressentir coisas falsas
para não tomar decisões erradas em função dessas falsas imagens, desses
falsos pressentimentos.
A vida é uma trilha e não um trilho.


523 – Os pressentimentos e a voz do instinto têm sempre alguma coisa
de vago, que devam nos deixar na incerteza?
Quando estás no vago, invoca teu bom Espírito, ou ora ao senhor de todas as
coisas, Deus, que ele te enviará um dos seus mensageiros, um de nós.

Comentários:
Em situações em que estivermos em dúvidas quanto aos pressentimentos ou
a voz do instinto que não estão sendo claras o suficiente que nós possamos
orar a Deus, invocarmos o nosso Espírito protetor para que venham em nosso
auxílio no sentido de esclarecer aquela dúvida. Através de novas inspirações,
de novas ideias possa nos trazer a certeza, a convicção que nós necessitamos
diante das nossas dúvidas.
A melhor maneira de tirar a dúvida é buscando a aproximação com Deus, com
a Espiritualidade amiga para que eles possam reforçar a ideia e algo que
estava numa incerteza passe à condição de certeza, de segurança, de
equilíbrio.
É a voz de nós mesmos que traz essa informação e que nos vem na forma de
um alerta.

81

Refugia-te em paz
Livro: Fonte Viva - Capítulo 147
Francisco Candido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

“Havia muitos que iam e vinham e não tinham tempo para comer.” (Marcos, 6.31)
O convite do Mestre, para que os discípulos procurem lugar à parte, a fim de repousarem
a mente e o coração na prece, é cada vez mais oportuno.
Todas as estradas terrestres estão cheias dos que vão e vêm, atormentados pelos
interesses imediatistas, sem encontrarem tempo para a recepção de alimento espiritual.
Inúmeras pessoas atravessam a senda, famintas de ouro, e voltam carregadas de
desilusões. Outras muitas correm às aventuras, sedentas de novidade emocional, e
regressam com o tédio destruidor.
Nunca houve no mundo tantos templos de pedra, como agora, para as manifestações de
religiosidade, e jamais apareceu tamanho volume de desencanto nas almas.
A legislação trabalhista vem reduzindo a atividade das mãos, como nunca; no entanto, em
tempo algum surgiram preocupações tão angustiosas como na atualidade.
As máquinas da civilização moderna limitaram espantosamente o esforço humano, todavia,
as aflições culminam, presentemente, em guerras de arrasamento científico.
Avançou a técnica da produção econômica em todos os setores, selecionando o algodão e
o trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas, para os olhos que contemplam a paisagem
mundial, jamais se verificou entre os encarnados tamanha escassez de pão e vestuário.
Aprimoraram-se as teorias sociais de solidariedade e nunca houve tanta discórdia.
Como acontecia nos tempos da permanência de Jesus no apostolado, a maioria dos
homens permanece no vaivém dos caminhos, entre a procura desorientada e o achado
falso, entre a mocidade leviana e a velhice desiludida, entre a saúde menosprezada e a
moléstia sem proveito, entre a encarnação perdida e a desencarnação em desespero.
Ó meu amigo, se adotaste efetivamente o aprendizado com o Divino Mestre, retira-te a um
lugar à parte, e cultiva os interesses de tua alma.
É possível que não encontres o jardim exterior que facilite a meditação, nem algum pedaço
de natureza física onde repouses do cansaço material, todavia, penetra o santuário, dentro
de ti mesmo.
Há muitos sentimentos que te animam há séculos, imitando, em teu íntimo, o fluxo e o
refluxo da multidão. Passam apressados de teu coração ao cérebro e voltam do cérebro ao
coração, sempre os mesmos, incapacitados de acesso à luz espiritual. São os princípios
fantasistas de paz e justiça, de amor e felicidade que o Plano da carne te impôs. Em certas
circunstâncias da experiência transitória, podem ser úteis, entretanto, não vivas
exclusivamente ao lado deles. Exerceriam sobre ti o cativeiro infernal.
Refugia-te no templo à parte, dentro de tua alma, porque somente aí encontrarás as
verdadeiras noções da paz e da justiça, do amor e da felicidade reais, a que o Senhor te
destinou.
Emmanuel

82

“E ele lhes disse: Vinde vós aqui, à parte, a um lugar deserto, e repousai
um pouco.” (Mc 6:31)
A exortação de Jesus aos companheiros reveste-se de singular importância
para os discípulos do Evangelho em todos os tempos.
Indispensável se torna aprender o caminho do “lugar à parte” em que o Mestre
aguarda os aprendizes para o repouso construtivo em seu amor.
No precioso símbolo, temos o santuário íntimo do coração sequioso de luz
divina.
De modo algum se referia o Senhor tão-somente à soledade dos sítios que
favorecem a meditação, onde sempre encontramos sugestões vivas da
natureza humana.
Reportava-se à câmara silenciosa, situada dentro de nós mesmos.
Além disso, não podemos esquecer que o Espírito sedento de união divina,
desde o momento em que se imerge nas correntes do idealismo superior,
passa a sentir-se desajustado, em profundo insulamento no mundo, embora
servindo-o, diariamente, consoante os indefectíveis desígnios do Alto.
No templo secreto da alma, o Cristo espera por nós, a fim de revigorar-nos as
forças exaustas.
Os homens iniciaram a procura do “lugar deserto”, recolhendo-se aos
mosteiros ou às paisagens agrestes; todavia, o ensinamento do Salvador não
se fixa no mundo externo.
Prepara-te para servir ao Reino Divino, na cidade ou no campo, em qualquer
estação, e não procures descanso impensadamente, convicto de que, muita
vez, a imobilidade do corpo é tortura da alma.
Antes de tudo, busca descobrir, em ti mesmo, o “lugar à parte” onde
repousarás em companhia do Mestre.
https://www.febnet.org.br/blog/geral/mensagens-espiritas/lugar-deserto/

524 – As advertências de nossos Espíritos protetores têm por objeto
único a conduta moral ou também a conduta a ter nas coisas da vida
particular?
Tudo; eles procuram fazer-vos viver o melhor possível. Mas, frequentemente,
fechais os ouvidos às boas advertências, e sois infelizes por vossa causa.

Allan Kardec:
Os Espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos pela voz da
consciência, que fazem falar em nós. Mas, como a isso não ligamos
sempre a importância necessária, nos dão de maneira mais direta,

83

servindo-se das pessoas que nos rodeiam. Que cada um examine as
diversas circunstâncias, felizes e infelizes, de sua vida e verá que em
muitas ocasiões recebeu conselhos que nem sempre aproveitou e que
lhe teriam poupado desgostos se os houvesse escutado.

Comentários:
A Espiritualidade nos ajuda em tudo.
Como eles querem que vivamos melhor, de forma real, sincera, como Espírito
imortal, nos ajudam em todos os momentos.
Tudo aquilo que se refere à questão moral, de aprimoramento espiritual, nos
assuntos particulares, nas dificuldades da vida, nas decisões que vamos tomar
eles também nos ajudam.
Nos ajudam com seus conselhos mediante a voz da consciência.
Às vezes quando não os ouvimos pela voz da consciência, por optarmos ouvir
outras sugestões, eles buscam ou através de uma pessoa, de um encarnado,
de alguma forma, eles encontram um meio daquela orientação chegar até nós.
Mesmo que a sugestão nos chegue se não estivermos abertos para aquela
sugestão, continuarmos fechados no orgulho, no egoísmo, no vício, vamos
achar que aquela opinião está errada e vamos acabar seguindo essa voltada
aos nossos equívocos. Nada mais poderá ser feito por nossos amigos
espirituais.
Mais uma vez vão se manter relativamente afastados nos observando nas
atitudes impensadas, sempre pensando no nosso bem, esperando uma
oportunidade para que eles possam novamente nos conduzir para o caminho
do bem.
Qualquer decisão encontra-se em nossas mãos. Por isso precisamos
aproveitar as oportunidades que temos, como essas inspirações que nos
chegam, refletir sobre cada uma delas e procurar fazer o bem. Procurar
melhorarmos cada vez mais.
Esse processo de reforma íntima, de autoanálise não é fácil, nós temos muita
dificuldade de olhar para as nossas imperfeições, devido o nosso orgulho.
Mas se não fizermos isso, não saímos do lugar.

84


9.8 – Influência dos Espíritos sobre os acontecimentos da vida

525 – Os Espíritos exercem uma influência sobre os acontecimentos da
vida?
Seguramente, visto que te aconselham.

525.a) Eles exercem essa influência de outro modo que pelos
pensamentos que sugerem, quer dizer, eles têm uma ação direta sobre o
cumprimento das coisas?
Sim, mas eles não agem, nunca, fora das leis da Natureza.

Allan Kardec:
Imaginamos injustamente que a ação dos Espíritos não deve se
manifestar senão por fenômenos extraordinários. Quiséramos que nos
viessem ajudar por meio de milagres e nós os representamos sempre
armados de uma varinha mágica. Não é assim; eis porque sua
intervenção nos parece oculta e o que se faz com seu concurso nos
parece muito natural. Assim, por exemplo, eles provocarão a reunião de
duas pessoas que parecerão se reencontrar por acaso; eles inspirarão a
alguém o pensamento de passar por tal lugar; eles chamarão sua atenção
sobre tal ponto, se isso deve causar o resultado que querem obter; de tal
sorte que o homem, não crendo seguir senão seu próprio impulso,
conserva sempre seu livre-arbítrio.

Comentários:
Os Espíritos superiores sempre nos fornecem alguma influência nos
acontecimentos da vida.
Não apenas nos pensamentos, mas também no cumprimento de alguns fatos,
atitudes, ações, nos livramentos de determinadas situações.
A Espiritualidade nos influencia de forma suave, respeitando o nosso livre
arbítrio. A decisão é nossa. Nós decidimos, inclusive, por quem queremos ser
influenciados. O nível da frequência somos nós que escolhemos. Escolhemos
a sintonia.
No exemplo citado: Eles não estão sugerindo apenas uma ideia. A finalidade
é o encontro de duas pessoas. Então eles buscam realizar estratégias
sugerindo ideias para que aquele encontro aconteça. E nós achamos que é
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

85

por acaso. Porém houve todo um trabalho da Espiritualidade para que assim
acontecesse.
Quando nos inspiram a passar por determinado lugar. Situação que para nós
será importante para a nossa vida, para o nosso planejamento reencarnatório,
para o nosso crescimento.
A situação não é apenas sugerir ideia, mas a ação decorrente dessa ideia.
Importante lembrar que a Espiritualidade superior mantém sempre o nosso
livre arbítrio, diferentemente dos Espíritos inferiores que não querem o nosso
bem, que nos obsidiam, nos influenciam para o mal. Eles querem dominar.
Querem que façamos exatamente o que eles querem.

Questão 459
Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.


526 –Tendo os Espíritos uma ação sobre a matéria, podem provocar
certos efeitos para que se cumpra um acontecimento? Por exemplo, um
homem deve perecer: ele sobe em uma escada, a escada se quebra e o
homem se mata; são os Espíritos que fazem a escada quebr ar para
cumprir o destino desse homem?
É bem verdade que os Espíritos têm uma ação sobre a matéria, mas para o
cumprimento das leis da Natureza e não para as derrogar, fazendo surgir no
momento oportuno um acontecimento inesperado e contrário a essas leis. No
exemplo que citas, a escada se rompe porque ela estava carcomida ou não
bastante forte para suportar o peso do homem. Se estava no destino desse
homem perecer dessa maneira, eles lhe inspirarão o pensamento de subir por
essa escada, que deverá se romper sob seu peso, e sua morte terá lugar por
um efeito natural, sem que seja necessário fazer um milagre para isso.

Comentários:
Nada acontece de forma contrária às leis da natureza. As leis naturais não são
derrogadas (não são alteradas, abolidas, contraditórias).
Por mais que os Espíritos possam agir sobre a matéria, eles não podem ferir
a lei de Deus. Não pode agir de forma contrária aquilo que determinadas
pessoas precisam passar.
Se determinada situação não fosse necessária, se a pessoa não precisasse
por ela passar, Deus o livraria daquele acontecimento, Deus não permitiria que
aquela situação acontecesse.

86

No exemplo exposto, se essa criatura não tivesse que morrer caindo da
escada, Deus teria de alguma forma evitado que aquilo acontecesse ou ele
seria intuído para não subir na escada devido as condições da mesma ou
mesmo ele subindo e caindo, iria se machucar, mas não a ponto de leva-lo à
morte.
Tudo o que acontece em nossas vidas, só ocorre porque é importante, é útil
para o nosso crescimento, mesmo aquilo que de alguma forma recebe a
influências dos Espíritos
Se os Espíritos atuam sobre a matéria, jamais é para realizar milagres e isso
não existe. Tudo acontece pela lei de Deus, as leis da natureza.
Exemplos (Miramez):
No caso dos vulcões, as erupções dos mesmos são acionadas pelos Espíritos
da natureza, que compreendem essa ciência na sua profundidade. A erupção
é uma descarga da pressão intraterrena do grande calor do núcleo, de onde a
pressão faz sair as lavas incandescentes, por vezes fazendo alguns estragos,
como se pode constatar na história de Herculano e Pompéia, na Itália, onde
pereceram mais de cem mil pessoas e animais. Ali foram reunidos os que
tinham de passar por aquela prova, para que se cumprisse a lei.
No da escada, referido por "O Livro dos Espíritos", em que os Espíritos
encarregados desses fatos agem indiretamente, como sendo os senhores do
carma, Espíritos encarregados de executar a corrigenda.
Em certos casos, os Espíritos agem diretamente, como no caso do vulcão, e
em outros, indiretamente, como no exemplo da escada.


527 – Tomemos um outro exemplo em que o estado normal da matéria
não seja relevante; um homem deve perecer pelo raio; ele se refugia sob
uma árvore, o raio brilha e ele é morto. Os Espíritos podem provocar o
raio e dirigi-lo sobre ele?
É ainda a mesma coisa. O raio explodiu sobre essa árvore, e nesse momento,
porque estava nas leis da Natureza que fosse assim. Não foi dirigido
propositadamente sobre essa árvore porque o homem estava debaixo, mas
foi inspirado ao homem o pensamento de se refugiar sob uma árvore, sobre a
qual o raio devia desabar. A árvore não seria menos atingida por estar ou não
estar o homem debaixo dela.

Comentários:
Mais uma vez se esclarece de que forma os Espíritos influenciam os
acontecimentos da vida.

87

Tudo acontece em conformidade com as leis da natureza.
As leis naturais foram instituídas por Deus e são imutáveis, não são alteradas.
A ocorrência do raio é consequência das diferenças de cargas elétricas
positivas e negativas entre a nuvem e o solo ou entre as nuvens em si.
A ação dos Espíritos não precisa acontecer de forma ostensiva, violenta. Pode
ocorrer de forma tranquila e suave.
Nesse caso, essa pessoa precisava desencarnar atingido por um raio, a
Espiritualidade interfere de uma forma muito sutil, sugerindo àquela pessoa a
se proteger embaixo da árvore e, conforme as leis da natureza aquela árvore
seria atingida pelo raio, não havendo necessidade da Espiritualidade trabalhar
no raio para que ele viesse cair naquele local.
A Espiritualidade atua de forma tão sutil que não percebemos essa atuação.
“As pessoas que reencarnam na Terra já vêm com uma ficha de
acontecimentos, que podem mudar em alguns aspectos, dependendo da
alma, das suas atitudes. Ela tanto pode piorar sua situação nos caminhos do
mundo, como melhorar, no esforço que faz dentro do aprendizado. É qual o
aluno esforçado em um colégio: além de ser elogiado pelos seus professores,
é premiado de muitos modos. Assim é, pois, o Espírito; ele desce à carne como
quem vai a uma escola onde se educa e instrui. Tudo depende de sua conduta
para melhorar ou piorar o que o destino lhe traz”. (Miramez)
Não existe fatalidade, destino ou acaso. Em função do livre arbítrio, todos os
dias nós fazemos escolhas, moldando a nossa trajetória.
Quantas pessoas ampliam seus créditos, suas moratórias reencarnatórias
prorrogando o seu desencarne.
Outros tantos, diante de uma conduta desregrada acabam por abreviar a sua
reencarnação, partindo mais cedo.


528 – Um homem mal-intencionado lança sobre alguém um projétil que o
roça e não atinge. Um Espírito benevolente pode tê-lo desviado?
Se o indivíduo não deve ser atingido, o Espírito benevolente lhe inspirará o
pensamento de se desviar ou poderá ofuscar seu inimigo de maneira a fazê-
lo apontar mal, porque o projétil, uma vez lançado, segue a linha que deve
percorrer.

Comentários:
Há a influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida, de forma sutil, sem
infringir as leis da natureza.

88

Nesse caso os Espíritos podem agir tanto sobre a pessoa que está
empunhando a arma (ofuscando a visão de forma que a miragem siga outra
trajetória), quanto inspirar a pessoa que seria alvejada que se movimente, se
locomova, de forma a desviar daquele projétil que lhe foi direcionado.
Eles não vão atuar no projétil que após disparado tem uma linha a seguir,
conforme a lei da propulsão e da trajetória (leis da física).
Após o projétil sair da arma segue a sua rota e o único movimento que ele faz
é o de descendência devido à força da gravidade, caso contrário, ele vai em
frente em linha reta até atingir o alvo.
A Espiritualidade não vai desconstituir a lei da física desviando o projétil. Ela
vai atuar nas pessoas que é a forma de alcançar o seu objetivo.


529 – Que se deve pensar das balas encantadas, de que tratam certas
lendas, e que atingem fatalmente um alvo?
Pura imaginação. O homem ama o maravilhoso e não se contenta com as
maravilhas da Natureza.

529.a) Os Espíritos que dirigem os acontecimentos da vida, podem ser
contrariados pelos Espíritos que queiram o contrário?
O que Deus quer, deve ser; se há atraso ou obstáculo, é por sua vontade.

Comentários:
Existem muitas crendices populares sobre armas, como por exemplo na França, que em meados dos
séculos XVIII e XIX acreditava-se que havia “balas encantadas” que perseguiam o alvo até abatê-lo.
Dentre as crendices nacionais, como as que dizem que a depender do alvo a arma perdia a
capacidade de atingir com precisão ou mesmo disparar, como atirar numa caçada contra um animal
encantado que na verdade podia ser um dos seres elementais das nossas florestas como o curupira,
a caipora, o mapinguari, desgraçaria ou mesmo causaria a morte do caçador.
Atirar contra fantasmas, contra lobisomens e mulas sem cabeça, dentre outras criaturas fantásticas
que habitavam as florestas e os sertões místicos etc. Atirar contra um “murundu” (cupinzeiro)
estragaria a precisão da arma. Dentre muitas outras superstições se enquadram as crenças
(principalmente no nordeste do Brasil) do “corpo fechado”, que era invulnerável aos ferimentos de
facas e armas de fogo, ou capaz de enganar ou desnortear o perseguidor ou assassino através de
fórmulas mágicas, patuás ou “breves”. Um dos mais célebres portadores de “corpo fechado“ foi o
cangaceiro Lampião, que teria sobrevivido a diversos ferimentos de arma de fogo.
Conseguia-se o corpo fechado de várias maneiras, a mais comum era com o uso de uma poderosa
e secreta oração que podia ter vários efeitos: impedia que a arma do adversário disparasse,
causando negas de percussão, ou caíam as balas alguns metros após deixar o cano, ou a depender
da força da magia saía água do interior do cano!! Evitavam que o inimigo visse com clareza o

89

possuidor da “mandinga” (o famoso “envultamento”), embaralhando a sua visão causando tonturas
ou alucinações.
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/09/o-corpo-fechado-e-as-armas-de-fogo.html

Muitas vezes queremos ver o maravilhoso, algo que venha representar o
milagre ou sobrenatural, como se fosse um poder maior do que aquilo que
Deus quer ou que Deus concedeu como leis da natureza.
Deus instituiu suas leis perfeitas, portanto, jamais poderia permitir que um
Espírito ou qualquer ser através de uma atitude miraculosa viesse quebrar as
suas próprias leis da natureza.
Não existem balas encantadas.
Se uma determinada bala acerta uma pessoa é porque assim tinha que ser.
Aquela pessoa, por razões que nós desconhecemos, teria de alguma forma
ser atingida por aquela bala.
Não foi um Espírito em especial que bloqueou ou permitiu que aquele
acontecimento viesse a ocorrer.
Um Espírito que queira impedir determinado acontecimento pode interferir
somente com a permissão de Deus.
Se Deus permitiu que determinada ação fosse impedida pela ação de um
Espírito é porque de alguma forma essa ação trará um aprendizado, uma nova
oportunidade àquele ser que foi acolhido pelo livramento, uma nova chance
de reflexão, de ponderação.
Há sempre algo de útil em tudo o que acontece em nossas vidas, mesmo
aquilo que parece ruim, aquilo que nos faz sofrer. Tudo é aprendizado.
Embora, às vezes aquele Espírito que agiu assim, pense que ele é todo
poderoso, também se engana. Esse pensar decorre da sua ignorância como
Espírito. Aquilo foi possível tinha que ser dessa forma.
O que Deus quer, se executa. Não é a ação ou a vontade de um Espírito
inferior que vai fazer com que a vontade de Deus se deixe de cumprir.
As leis de Deus são sempre cumpridas. Não há quebra das leis naturais de
Deus. A quebra das leis de Deus significaria que as suas leis não são perfeitas.
Não há sobrenatural.
Não há milagres.
Não há balas encantadas.
Tudo acontece dentro das leis da natureza.

90

530 – Os Espíritos levianos e zombeteiros não podem suscitar esses
pequenos embaraços que vêm obstar nossos projetos e confundir
nossas previsões? Em uma palavra, são eles os autores disso que são
vulgarmente chamadas as pequenas misérias da vida humana?
Eles se comprazem com esses aborrecimentos, que são para vós provas para
exercitar vossa paciência; mas se cansam, quando veem que nada
conseguem. Entretanto, não seria nem justo, nem exato acusá-los de todas as
vossas decepções, das quais vós mesmos sois os primeiros artífices pela
vossa irreflexão. Crê que se tua baixela se quebra é antes pelo fato de tua
imperícia, que pelos Espíritos.

530.a) Os Espíritos que suscitam aborrecimentos agem em
consequência de uma animosidade pessoal ou atacam o primeiro que
chega, sem motivo determinado, unicamente por malícia?
Por um e outro motivo. Algumas vezes são inimigos que se fez durante esta
vida, ou em outra, e que vos perseguem. De outras vezes, não há motivos.

Comentários:
A questão trata da ação de Espíritos levianos e zombeteiros em nossas vidas.
Criando pequenos embaraços.
Eles ficam satisfeitos em nos causar aborrecimentos.
Deus permite que esses Espíritos zombeteiros e levianos criem para nós
pequenos embaraços.
Esses pequenos embaraços são provas que vão nos auxiliar no processo
evolutivo, por exemplo, no exercício da paciência e outros valores nobres que
precisamos adquirir.
Embora esses Espíritos acreditem que estejam nos prejudicando, Deus na sua
infinita bondade, misericórdia, nos concede esses pequenos aborrecimentos
como alavanca a nos auxiliar em nosso crescimento, nos tornando Espíritos
melhores.
Também não é justo dizer que todas as decepções que nos acontecem são
influências de Espíritos.
Não é justo responsabilizar ou culpar os Espíritos por aquilo que nos acontece.
Na maioria das vezes são consequências dos nossos próprios atos.
Esses Espíritos que provocam esses pequenos aborrecimentos podem estar
impelidos por uma animosidade pessoal ou mesmo sem motivo, ligados pela
lei da sintonia através das nossas formas de agir, de pensar, de conduzir
nossas emoções sem ter nenhuma relação conosco em vidas passadas. Mas
também há aqueles que têm ligação conosco. São inimigos nossos, pessoas

91

que já magoamos, que traímos. Essas situações mal resolvidas do passado
nos trazem essas influências espirituais que objetivam o nosso desequilíbrio.
Seja por intermédio de influências de Espíritos levianos e zombeteiros ou pela
prova solicitada por nós são oportunidades para o nosso crescimento, para o
exercício da paciência e de outros valores, para a vivência do Evangelho


531 – A malevolência dos seres que nos fizeram mal sobre a Terra se
extingue com sua vida corporal?
Frequentemente, eles reconhecem sua injustiça e o mal que fizeram. Mas,
frequentemente, também, eles vos perseguem com sua animosidade, se Deus
o permite, para continuar a vos experimentar.

531.a) Pode-se a isso pôr um termo e por que meio?
Sim, pode-se orar por eles, e restituindo-lhes o bem para o mal, acabam por
compreender seus danos. De resto, quando se sabe colocar-se acima de suas
maquinações, eles cessam vendo que nada ganham com isso.

Allan Kardec:
A experiência prova que certos Espíritos perseguem sua vingança de
uma existência a outra, e que se expiam assim, cedo ou tarde, os danos
que se tenham feito a alguém.

Comentários:
Em muitas situações o Espírito ao desencarnar, chegar no plano espiritual
tomando consciência da amplitude da vida, saindo dessa visão limitada que
nós temos quando estamos aqui na Terra , percebe que aquelas
animosidades, aqueles desentendimentos que tinha na Terra é tudo muito
pequeno enquanto Espíritos eternos que somos e diante da perfeição que
devemos atingir.
Quando despertam do processo de desencarne reconhecem a injustiça que
fizeram, o mal que causaram, eles se modificam e buscam atitudes, ações
elevadas.
Por outro lado, há Espíritos ainda muito imperfeitos e que não mudam o seu
proceder porque desencarnaram. Se perseguiam, se guardavam ódio, se
envolviam em desentendimentos quando chegam no plano espiritual com os
mesmos pensamentos e emoções e se houver condições, eles continuam a

92

nos perseguir, nos prejudicar, nos influenciar negativamente (obsessão). Isso
com a permissão de Deus, pois de alguma forma é importante para nós.
Retribuir o mal com o bem.
Não há felicidade na Terra, entre os homens, porque ainda não entendemos
a lei de amor. Às vezes perguntamos por que Deus permite estas coisas: é
porque o Senhor sabe que somente sofrendo é que aprenderás a amar.


532 – Os Espíritos têm o poder de afastar os males de sobre certas
pessoas e de atrair sobre elas a prosperidade?
Não inteiramente, porque há males que estão nos decretos da Providência;
mas eles minoram vossa dor, dando-vos paciência e resignação.
Sabei também que depende frequentemente de vós afastar esses males ou
pelo menos atenuá-los. Deus vos deu a inteligência para vos servir e é por ela
sobretudo que os Espíritos vêm vos ajudar, sugerindo-vos pensamentos
propícios. Mas eles não assistem senão os que sabem assistir a si mesmos,
é o sentido destas palavras: Procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.
Sabei ainda que aquilo que vos parece um mal não é sempre um mal;
frequentemente, um bem deve surgir, que será maior que o mal, e é isso que
não compreendeis, por que não pensais senão no momento presente ou em
vossa pessoa.

Comentários:
De certo modo, os protetores espirituais afastam das pessoas certos males
que as fazem sofrer, mas tudo depende da própria pessoa, se se arrepende
sinceramente de ter se desviado da lei.
Geralmente, temos a ideia de que os Espíritos podem nos afastar de todos os
males, nos favorecendo com a prosperidade, principalmente, que eles nos
poupem do sofrimento e da dor.
Há males que estão presentes no nosso planejamento reencarnatório que são
necessários para o nosso crescimento.
Nós não estamos aqui de férias. Estamos aqui para crescer, para depurarmos.
Determinadas situações são necessárias, as quais parecem negativas, mas
não são. Muitas vezes o mal está onde vemos o bem e o bem está onde vemos
o mal.
Nós com a nossa visão/percepção limitada só conseguimos enxergar o
presente. Não conseguimos perceber que em uma determinada situação que

93

parece difícil está nos possibilitando o amadurecimento. Se a Espiritualidade
afastasse as situações difíceis, perderíamos a oportunidade do crescimento.
Tudo acontece conforme a vontade de Deus.
As provas podem ser amenizadas, dependendo da nossa conduta no bem, da
nossa vivência no Evangelho.
Os nossos males podem não ser totalmente excluídos, mas podem ser
amenizados.
Quanto mais praticarmos as leis de Deus, quanto mais seguirmos o evangelho
de Jesus, nos aproximamos de Deus e teremos menos necessidade de
sofrimento e de luta.
- Buscai e achareis... – ESE – Cap. XXVII


533 – Os Espíritos podem fazer obter os dons da fortuna, desde que
solicitados para esse efeito?
Algumas vezes, como prova, mas, frequentemente, eles recusam, como se
recusa a uma criança, que faz um pedido inconsiderado.

533.a) São os bons ou os maus Espíritos que concedem esses favores?
Uns e outros; isso depende da intenção. Mais frequentemente, são os
Espíritos que querem vos arrastar ao mal e que encontram um meio fácil nos
prazeres que a fortuna proporciona.

Comentários:
De certo modo, a riqueza leva o homem aos perigos morais e aos de todas as
ordens. O dinheiro, quando aliado ao orgulho e ao egoísmo, se compara a
desastres nos caminhos das criaturas. Por vezes, pedes aos Espíritos a
fortuna, e eventualmente te poderá ser isso concedido. Deus pode permiti-lo
como lição, uma prova, como um fardo que pesa bastante nos ombros.
Algumas vezes os Espíritos ajudam na obtenção da riqueza como prova.
A doutrina Espírita nos esclarece a função da prova da riqueza e da prova da
miséria.
A prova da riqueza é uma das mais difíceis. É uma oportunidade do Espírito
crescer. É uma oportunidade daquele Espírito aproveitar essa riqueza para
auxiliar o progresso da humanidade, a ciência, a tecnologia, a geração de
emprego, o auxílio ao próximo.

94

Se a prova da riqueza for importante para aquele ser a Espiritualidade pode
ajudar. Nem sempre serão Espíritos inferiores voltados para o mal. Depende
da intenção. Se essa riqueza for para auxiliar as pessoas como meio de
crescimento, de desenvolvimento, estando dentro das Leis de Deus, será um
Espírito bom, superior que irá auxiliar na obtenção dessa riqueza.
Se o objetivo for arrastar para os pendores do mundo, serão Espíritos
distanciados do bem que vão aproveitar aquela oportunidade para nos
prejudicar.
Se intencionamos a riqueza somente para satisfação dos nossos interesses
egoístas, certamente falharemos nessa prova. E se for o objetivo de Espíritos
inferiores nos arrastar para o mal, também vão alcançar êxito diante da nossa
propensão inferior que oferecemos.
Não devem faltar ao agraciado pela riqueza a oração e a vigilância.


534 – Quando os obstáculos parecem vir fatalmente se opor aos nossos
projetos, seria por influência de algum Espírito?
Algumas vezes, os Espíritos; de outras vezes, e o mais frequentemente, é que
nisso escolheis mal. A posição e o caráter influem muito. Se vos obstinais em
um caminho que não é o vosso, não é pelos Espíritos, mas por vós que sois o
vosso próprio gênio mau.

Comentários:
A todo momento recebemos influência espiritual, tanto positiva, quanto
negativa, dependendo do nosso proceder, da nossa sintonia, dos nossos
pensamentos.
Os planos que pretendemos realizar, se forem dentro das condições do nosso
planejamento reencarnatório, se servirem para o nosso aprimoramento
espiritual e erguerem a nossa conduta, serão facilitados pelos guias
espirituais.
Em determinadas situações pode haver certa interferência para nos prejudicar,
principalmente, se ainda estamos envolvidos com Espíritos infelizes
distanciados do bem. Por isso, as dificuldades que encontramos para realizar
os nossos projetos podem decorrer de Espíritos que não querem o nosso bem,
querem o nosso insucesso, se mergulhamos no orgulho, vaidade e egoísmo,
atrairemos Espíritos com as mesmas tendências para nos ajudar. Como todo
mal fracassa, devemos aprender uma lição algo penosa, mas pela qual é
necessário passarmos. Entretanto, Deus não nos perde de vista. Ele somente
nos concede as provações, os fracassos, como escolas para os Seus filhos.

95

Porém muito maior que a influência dos Espíritos são as nossas escolhas
equivocadas que acabam influenciando muito mais no fracasso do que alguma
interferência espiritual.
Não devemos culpar os Espíritos. Somos nós mesmos os causadores dos
nossos erros, dos nossos fracassos, dos nossos insucessos.
Mas não esqueçamos que nada acontece sem que Deus permita, mesmo no
caso de uma influência negativa.


535 – Quando nos acontece alguma coisa feliz, é ao nosso Espírito
protetor que devemos agradecer?
Agradecei sobretudo a Deus, sem cuja permissão nada se faz, pois os bons
Espíritos foram seus agentes.

535.a) Que aconteceria se se negligenciasse em agradecer?
O que acontece aos ingratos.

535.b) Entretanto, há pessoas que não oram, nem agradecem e às quais
tudo sai bem?
Sim, mas é preciso ver o fim, pois pagarão bem caro essa felicidade
passageira que não merecem, porque quanto mais tenham recebido, mais
terão de restituir.

Comentários:
A Espiritualidade nos fala da gratidão. Nós devemos sempre agradecer por
tudo o que nos acontece. Não apenas as coisas boas, mas também as nossas
provas.
Agradecer a Deus pelo bem que Ele nos concedeu, e em seguida estender o
agradecimento aos benfeitores espirituais, que sempre se encontram
trabalhando em nosso favor, nos desejando a paz.
Aquelas pessoas que não agradecem, prestarão contas da atitude de
ingratidão com a qual eles agiram.
Muitas vezes queremos que os outros nos agradeça. Será que agimos como
gostaríamos que os outros agissem conosco?

96




9.9 – Ação dos Espíritos sobre os fenômenos da Natureza

536 – Os grandes fenômenos da Natureza, os que se considera como
uma perturbação dos elementos, são devidos a causas fortuitas ou têm
um fim providencial?
Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.

536.a) Esses fenômenos têm sempre o homem por objeto?
Algumas vezes eles têm uma razão de ser direta para o homem, mas,
frequentemente, também não têm outro objeto que o restabelecimento do
equilíbrio e da harmonia das forças físicas da Natureza.

536.b) Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa
primeira, nisso como em todas as coisas, mas como sabemos que os
Espíritos têm uma ação sobre a matéria e que são agentes da vontade de
Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exerceriam uma influência
sobre os elementos, para os agitar, acalmar ou dirigir.
Mas é evidente e não pode ser de outra forma. Deus não se consagra a uma
ação direta sobre a matéria; tem seus agentes devotados em todos os graus
da escala dos mundos.

Comentários:
Não há causas fortuitas. Existem as leis naturais alinhadas ao grande plano
divino. São leis necessárias à evolução e equilíbrio da natureza, como também
do ser humano que suporta e recebe as consequências desses fatos.
Ex; tempestades, chuvas em excesso, enchentes, seca, calor, frio,
deslizamentos, avalanches, terremotos, tsunami, vulcanismo, queimadas,
aquecimento global, mudanças climáticas, nuvem de insetos, meteoros, etc.
Em todos os fenômenos da natureza, desde os menores até os maiores, há
sempre Espíritos que são agentes de Deus, que em Seu nome e com Sua
permissão realizam os movimentos da natureza.
Na maioria das vezes para restabelecer o equilíbrio e as forças físicas da
natureza.
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

97

Executam inumeráveis tarefas. Protegem os vegetais, os animais, os homens.
Contribuem para acontecimentos diversos: tempestades, chuvas, maremotos,
terremotos ... Interferindo nos fenômenos "normais" da Natureza sob o
comando dos Engenheiros Espirituais que operam em nome de Deus que "não
exerce ação direta sob a matéria.
Em outras situações tem o homem como razão imediata. Aprofundaremos um
pouco mais no item “Lei de destruição” que é também uma lei moral. Na
destruição, às vezes tem como meta causar uma comoção maior na criatura
desenvolvendo em seu coração o sentimento de fraternidade, de amor, de
caridade.
Nas grandes calamidades quando se percebe um grande número de pessoas
sofrendo em função daquele fenômeno da natureza, há uma comoção por
parte dos outros se compadecendo com o sofrimento daqueles que estão
envolvidos nas calamidades procurando ajudar dentro das possibilidades.
Assim, a lei de destruição faz com que o sentimento de fraternidade que estava
esquecido ressurgisse nos corações dessas pessoas. Em função da comoção
que a lei de destruição causa faz com que haja o progresso da humanidade
em poucos anos o que demoraria séculos para evoluir, no seu estado normal.
Nesses casos há Espíritos que presidem os fenômenos da natureza tendo
como objeto a criatura humana e em outros, os próprios fenômenos da
natureza na manutenção do seu equilíbrio.
Exemplo dos fenômenos da natureza, como destruição para despertamento
das criaturas:
As erupções vulcânicas, que chegam a soterrar cidades, como no caso de
Herculano e Pompéia, na Itália, são agentes das provas coletivas das
criaturas que ali pereceram, mulheres, crianças e até animais, sendo que
esses últimos não têm nada a ver com provas e expiações, pois ainda estão
em processo de despertamento. Morreram bilhões de animais marinhos pela
alta temperatura das águas, e as cinzas irradiavam calor que ultrapassava o
raciocínio dos próprios homens de ciência da época. Morreram, igualmente,
muitas pessoas do campo que não participavam dos bacanais de Roma.
(Miramez - Filosofia Espírita - Volume XI - Questão 536)

Calamidades sempre existiram, inclusive, antes eram muito mais frequentes e
em maiores dimensões. Vulcanismo sempre existiu contribuindo para o
resfriamento e equilíbrio da crosta terrestre, a acomodação das placas
tectônicas, o constante ajustamento dos continentes. O planeta Terra sempre
teve seus ciclos, como por exemplo, os de aquecimento e os de resfriamento.
Esses fatos ocorrem não especificamente para atingir o ser humano, mas pata
o equilíbrio do próprio planeta. Se o ser humano está envolvido em tais
calamidades também faz parte do seu reajustamento.

98

Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.
Há sempre Espíritos em todos os níveis evolutivos que atuam na natureza,
nos fenômenos da natureza para a manutenção do equilíbrio e da harmonia.

- Erupção do vulcão Krakatoa (1883), na Indonésia, entre as ilhas de Sumatra
e Java.
- Consequências: mais de 36 mil mortos, o ruído mais alto registrado na
história da humanidade, o desaparecimento da ilha de Krakatoa, tsunamis,
influenciou no clima, nas produções, etc.
- Projetada para explodir (planejamento de milhões ou bilhões de anos)

Deus não age diretamente na matéria. Ele age por intermédio dos seus
emissários (Espíritos mais elevados). No planeta Terra, Deus tem um grande
governador – Jesus. Jesus não age em todas as coisas. Ele tem os seus
emissários – Espíritos que trabalham de forma harmônica e planejada
seguindo os planos de Deus. Há toda uma hierarquia na seara do Pai. Os
Espíritos administram essas questões dos fenômenos da natureza.


537 – A mitologia dos Antigos é inteiramente fundada sobre as ideias
espíritas, com a diferença de que olhavam os Espíritos como divindades.
Ora, eles nos representam esses deuses, ou esses Espíritos com
atribuições especiais. Assim, alguns estavam encarregados dos ventos,
outros do raio, outros de presidir a vegetação etc. Esta crença é
destituída de fundamento?
Ela é tão pouco destituída de fundamento, que está ainda bem abaixo da
verdade.

537.a) Pela mesma razão, poderia então haver Espíritos habitando o
interior da Terra e presidindo seus fenômenos geológicos?
Esses Espíritos não habitam positivamente a Terra, mas presidem e dirigem
segundo suas atribuições. Um dia, tereis a explicação de todos esses
fenômenos e os compreendereis melhor.

Comentários:
Não existem deuses. Deus é único e soberano.
São mitos. Histórias criadas e contadas de geração para geração. Não tem
fundamento.

99

Os antigos classificavam os Espíritos agentes de Deus como sendo deuses
menores: deus do Sol, da Lua, do trovão, da água, da chuva etc.,
compreendendo que há uma inteligência por traz de tais fenômenos, mas não
compreendiam ainda as leis da natureza, as leis de Deus manifestando-se em
tudo, garantindo a vida e a harmonia por onde quer que seja.
No passado tudo o que o homem não compreendia atribuía a uma inteligência
superior que designavam como deuses, mas na verdade sabemos que há um
único Deus. São os Espíritos que trabalham no direcionamento de tais
fenômenos são agentes da vontade de Deus. Os Espíritos se especializam
para o direcionamento dos fenômenos da natureza seguindo os planos de
Deus.
Os fenômenos da natureza não acontecem ao acaso.
Todos os fenômenos da natureza, desde os mais simples até os grandiosos,
decorrem da ação de Espíritos que atuam sobre esses fenômenos, conforme
a vontade de Deus. São apenas Espíritos que trabalham em nome do Pai para
a harmonia da natureza, do Universo, como também para auxiliar o homem no
progresso da humanidade, no desenvolvimento material, moral e espiritual.
Os Espíritos que têm a função de comandar os fenômenos da natureza não
precisam estar inseridos junto a esses fenômenos (exemplo do vulcanismo)
para operá-los. Eles dirigem os fenômenos de acordo com suas atribuições,
de acordo com a sua função, pelo pensamento.
Quanto a esse assunto ainda há muito a compreender. Se a Espiritualidade
não estendeu as explicações é porque ainda não temos as condições para
compreender tudo o que acontece relacionado aos fenômenos da natureza.
É importante sabermos que há Espíritos que são agentes desses fenômenos,
mas ainda não temos condições de compreender os detalhes de tudo o que
acontece.
O que os homens do passado achavam que eram deuses, tornamos a dizer, eram Espíritos de alto porte
espiritual, encarregados de orientar outros menores na execução dos trabalhos na natureza.
A natureza, por sua vez, não se encontra sem amparo. Em todos os seus aspectos existem Espíritos' altamente
evoluídos e sendo coadjuvados por forças maiores, ajudados por agentes menores na restauração da vida,
sob as bênçãos do Criador. Assim, a lavoura, a pecuária, as matas, as serras, as cachoeiras, os rios, os mares,
as chuvas, os ventos, os pássaros, os peixes, as flores, os animais, as tribos indígenas, as indústrias, os
homens, os lares, as cidades, os estados, as nações, e a própria Terra têm seus cortejos de almas na sua
direção, capazes de ajudar corretamente no equilíbrio, de forma que a vida manifesta, cada vez mais
presente, a Força Soberana a que chamamos Deus. (Miramez - Filosofia Espírita - Volume XI - Q. 537)


538 – Os Espíritos que presidem aos fenômenos da Natureza formam
uma categoria especial no mundo espírita? São seres à parte ou Espíritos
que estiveram encarnados como nós?

100

Que o serão ou que foram.

538.a) Esses Espíritos pertencem a ordens superiores ou inferiores da
hierarquia espírita?
Isso depende de seu papel mais ou menos material ou inteligente. Alguns
comandam, outros executam. Os que executam as coisas materiais são
sempre de uma ordem inferior, entre os Espíritos como entre os homens.

Comentários:
Ordem inferior é sempre moral, espiritual.
Eles não são Espíritos que formam uma categoria especial no mundo espiritual
como se fossem seres a parte. Todos os Espíritos se submetem à Lei do
progresso em qualquer condição que estejamos, mais inferiorizados ou mais
superiores temos tarefas, missões a realizar para o equilíbrio do Universo, de
alguma forma contribuímos com a obra da criação. Os Espíritos que atuam
junto aos fenômenos da natureza já reencarnaram, ainda vão reencarnar, vão
continuar progredindo como qualquer outro Espírito.
O princípio espiritual vai se desenvolvendo pouco a pouco durante o período
em que vai estagiando nos diversos reinos da natureza. E assim vai se
individualizando até que possa ser transformado em Espírito e adentrar no
reino hominal. Enquanto está nesse caminhar pode, enquanto Espírito, que
ainda não reencarnaram no reino hominal, mas estando nesse processo de
individualização pode estar atuando nos elementos da natureza.

Elementais
Os elementais da natureza desempenham diversas tarefas no Universo,
sendo responsáveis por muitos fenômenos que ocorrem na natureza.
Conforme as obras básicas de Allan Kardec, ainda não compreendemos com
exatidão quem são e como atuam esses espíritos da natureza.
São seres singulares, multiformes, invisíveis, sempre presentes em todas as
atividades da natureza, além do plano físico.
São veículos da vontade criadora, potenciadores das forças, leis e processos
naturais.
São encontrados por toda parte: na superfície da Terra, na atmosfera, nas
águas, nas profundidades da subcrosta, junto ao elemento ígneo.
Invisíveis aos olhares humanos, executam infatigável e obscuramente um
trabalho imenso, nos mais variados aspectos, nos reinos da Natureza, junto
aos minerais, aos vegetais, aos animais e aos homens.

101

Naturalmente, essas Entidades, que são orientadas pelo Espíritos Superiores,
como ainda não dispõem de discernimento, porque não adquiriram a
faculdade de pensar, são encaminhadas a outras experiências evolutivas, de
forma que não se lhes interrompa o processo de desenvolvimento.
São Espíritos que obedecendo à chamada Lei de Progresso num estado
contínuo de evolução, saindo do reino animal e ainda não tendo chegado ao
reino hominal, estão num estado intermediário, chamado "elemental" ou
"período anti-humano”, ou "estágio subumano”, não possuindo nenhuma
conotação de cunho místico, ligado ao ocultismo, ou similares. Na verdade,
eles são os "espíritos servidores da natureza”, os executores dos fenômenos
naturais. Ou ainda, são os "espíritos dos elementos da natureza”, que é de
onde deriva o termo elemental.
Seres elementais (duendes, fadas, salamandras) são seres inseridos ainda no
princípio evolutivo que vai passando pelos reinos da natureza. Alguns saindo
do reino animal e entrando no reino hominal e assim dando a sua parcela de
contribuição junto aos reinos da natureza mesmo sem ser ainda Espíritos na
condição humana. Quanto mais material o trabalho que desempenha, mais
inferiores eles são.

Evolução em dois mundos, pág. 221.
Nosso Lar – Capítulo 50
Libertação – Capítulo 04
Os Mensageiros – Capítulo 41
A Gênese – Cap. VI, item 19, pág. 74.


539 – Na produção de certos fenômenos, as tempestades, por exemplo,
é um Espírito que age ou se reúnem em massa?
Em massas inumeráveis.

Comentários:
Em função da magnitude dos fenômenos, como no exemplo, as tempestades
que algo que às vezes envolve uma extensa área, abrangendo várias cidades,
há uma infinidade de Espíritos trabalhando, agindo para que o fenômeno se
realize exatamente como deve ser objetivando o equilíbrio da natureza, assim
como, às vezes são fenômenos necessário ao ser humano , para o
aprendizado, para o processo de crescimento, de desenvolvimento da
inteligência. Através dos grandes fenômenos da natureza, o homem trabalha
a sua inteligência buscando meios para se proteger daquelas situações,

102

daquelas calamidades. Tudo isso impulsiona o homem ao progresso, a
caminhar para a frente, para a evolução.
Há a ação conjunta de muitos Espíritos nesses fenômenos.
(Planejamento – gerenciamento estratégico (liderança maior), líderes
menores, operários (os que executam)
- As tempestades: ventos (intensidade, direção), temperatura, pressão, água,
pessoas que serão afetadas, plantações
- Voltemos à Pompeia e Herculano
- Os tsunamis
- As enchentes
- As secas prolongadas
* Todas as permissões e determinações Divinas estão voltadas para o Espírito
e não para a matéria, para o corpo. Não podemos observar a vida apenas do
ponto de vista material.
As tempestades são forças renovadoras que limpam a atmosfera, para que a vida se
esplenda com mais segurança, e os Espíritos encarregados disto sabem dosar seus
valores, de modo a servir a humanidade. Mas, muitos dos Espíritos que trabalham nesta
renovação são inconscientes dos fatos, assim como o servente e o pedreiro não têm
consciência das leis que garantem o aprumo do prédio.
Os choques das nuvens são dirigidos por mentes capacitadas, os raios obedecem a
comandos na direção que Deus determinar. Se eles causam alguns danos para os homens,
não passam de simples arranhões, diante do bem que produzem, além de que esses ditos
danos podem ter sido opção dos próprios Espíritos envolvidos, enquanto no mundo
espiritual. (Miramez)


540 – Os Espíritos que exercem uma ação sobre os fenômenos da
Natureza agem com conhecimento de causa, em virtude do seu livre-
arbítrio ou por um impulso instintivo ou irrefletido?
Alguns sim, outros não. Eu faço uma comparação: imagina essas miríades de
animais que, pouco a pouco, fazem surgir do mar as ilhas e os arquipélagos;
crês que nisso não há um fim providencial e que uma certa transformação da
superfície do globo não seja necessária à harmonia geral? Esses não são mais
que animais da última ordem que cumprem essas coisas para proverem suas
necessidades e sem desconfiarem que são os instrumentos de Deus. Muito
bem! Da mesma forma os Espíritos, os mais atrasados, são úteis ao conjunto.
Enquanto ensaiam para a vida e antes de terem a plena consciência dos seus
atos e seu livre-arbítrio, agem sobre certos fenômenos dos quais são agentes
inconscientes; eles executam primeiro; mais tarde, quando sua inteligência
estiver mais desenvolvida, comandarão e dirigirão as coisas do mundo
material. Mais tarde, ainda, poderão dirigir as coisas do mundo moral. É assim

103

que tudo serve, tudo se coordena na Natureza, desde o átomo primitivo até o
arcanjo que, ele mesmo, começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia da
qual vosso espírito limitado não pode ainda entender o conjunto.

Comentários:
Confirmando as questões anteriores.
Kardec nesta questão não faz distinção se são Espíritos elevados ou
primitivos, mas sim desde aqueles que administram planetas, galáxias, até
aqueles que executam atividades bem pequenas junto à natureza.
Existem Espíritos elevadíssimo que sabem o que está fazendo, para quê está
fazendo, com qual objetivo.
Existem Espíritos conduzidos a fazerem as coisas, por outros e de acordo com
os seus instintos.
Todos nós contribuímos para a harmonia do Universo. Todos nós temos uma
tarefa, uma missão a cumprir, mesmo os mais pequeninos, os mais inferiores
seres aos maiores, mais intelectualizados e moralmente evoluídos.
Comparação com o reino animal.
- Como se formam os recifes de corais
Os recifes de corais são importantes ecossistemas que abrigam uma grande quantidade
de formas de vida marinha, fornecendo-as abrigo e proteção.
Os recifes de corais são formações produzidas por um animal marinho denominado
genericamente de coral. Outros organismos, como algas calcárias e moluscos, também
contribuem para a formação dos recifes.

Esclarece que todos nós contribuímos, mesmo sem ter consciência e noção
desse fato.
Os animais não têm consciência, intelectualidade, livre-arbítrio, nem
responsabilidade pelos seus atos, mas contribuem para os fenômenos do
Universo.
Exatamente como os animais, há Espíritos na mesma condição. O princípio
espiritual vai se individualizando pouco a pouco e logo adentrem o reino
hominal ainda não tem conhecimento. O conhecimento, a maturidade vão
sendo adquiridos também pouco a pouco. Aos poucos vão sendo agregados
à sua vida de Espírito imortal.
Os elementais estão nessa transição do reino animal para o reino hominal. A
inteligência já faz presente de alguma forma.
Os Espíritos mais atrasados oferecem utilidade ao conjunto, mas não tem a
consciência da natureza dos fenômenos que eles estejam operando.

104

1.º - Executa
2.º - Comanda e dirige as coisas do mundo material
3.º - Dirige as coisas do mundo moral
Os Espíritos que agem sobre os fenômenos da natureza, que executam,
certamente são Espíritos de um grau evolutivo ainda pequeno, que recebe a
orientação ou a ordem para fazer determinada tarefa.

- Obras Póstumas - 1.ª parte § 3.º.
- Livro Mundo Maior – Cap. 3.
No livro “No mundo Maior”, André Luiz completa o seu pensamento: “Não somos criações
milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e
herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio
a milênio”.
Assim, no reino mineral, o princípio espiritual refletiria a sua presença nas manifestações
das forças de atração e coesão com que as moléculas se ajuntam em característicos
sistemas cristalográficos. (atração)
No reino vegetal, mostraria maiores aquisições pelo fenômeno de sensibilidade celular.
(sensação).
No reino animal, o princípio inteligente somaria novas aquisições refletidas nos instintos.
(instinto)
No reino hominal, todo esse cabedal de experiências estaria ampliado pelos novos
lastros da conscientização, a carregar consigo, raciocínio, afetividade, responsabilidade
e outras tantas condições que caracterizam esta fase. (razão)

Somos Espíritos imperfeitos em processo de aprendizado.
Deus permite passarmos por determinadas situações, como as calamidades,
para que possamos aprender com os próprios erros.
Não temos noção da nossa contribuição para o conjunto.
Somos co-criadores, somos co-responsáveis.
Por isso fazer bem feito, por isso amar, amar, amar...
Tudo ocorre conforme o desenvolvimento da nossa intelectualidade e da
nossa moralidade.
Não limitar à Terra. Somos universais.

https://blogdorogerinho.wordpress.com/2013/03/14/do-atomo-ao-arcanjo-
parte-xv-a-evolucao-segundo-o-espiritismo/

105



9.10 – Os Espíritos durante os combates
- Conflitos armados no século XIX.
- Criação da ONU (1945) e outros Órgãos voltados para a paz.
- Manter a paz e a segurança internacionais;
- Promover a amizade e as boas relações entre as nações;
- Defender a cooperação como solução para os problemas internacionais;
- Desenvolvimento dos direitos humanos e das liberdades da população mundial.
- Equipamentos bélicos da atualidade (disparos programados, atinge o alvo
com precisão, armas silenciosas, aviões camuflados, carros blindados, alto
teor destrutivo)
O exército dos Estados Unidos está desenvolvendo um sistema chamado “DREAD Silent Weapon System”,
que pode disparar até 120 mil projéteis por minuto sem fazer qualquer ruído ou sofrer com aquecimento. O
motivo para isso está na troca da pólvora por eletricidade.
- Busca de soluções diplomáticas
- Intervenção internacional

- Combates ideológicos


541 – Em uma batalha há Espíritos que assistem e sustentam cada
partido?
Sim, e que estimulam sua coragem.

Allan Kardec:
Os Antigos, outrora, representavam os deuses tomando partido por tal
ou tal povo. Esses deuses não eram outros senão Espíritos
representados sob figuras alegóricas.

Comentários:
Em momento algum estamos sozinhos ou desamparados. Há Espíritos que
nos acompanham em qualquer situação, positiva ou negativa, de dificuldade,
de luta, de coragem, de guerra. Não há movimento algum em que não haja
Espíritos dirigindo e assistindo em nome de Deus, que permitiu o evento.
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

106

Durante uma batalha há Espíritos que assistem os combates, há Espíritos que
amparam cada um dos exércitos estimulando a coragem, há também Espíritos
que instigam para o mal, assim como, para o bem.
Situações de guerras, de conflitos, ainda existem no nosso planeta devido a
nossa imperfeição espiritual. São uma demonstração da nossa imperfeição
porque nascem do egoísmo que habita em nossos corações, do orgulho que
ainda temos de se achar melhor que o outro.
Pelas dificuldades que temos de aceitar as diferenças, de viver em
fraternidade.
Deus sabe que mesmo as guerras trazem um aprendizado gigantesco.
Pelas perdas, pelas dores que as guerras trazem elas fazem com que o
homem pouco a pouco vai deixando a barbárie e vai buscando um sentimento
mais feliz, a harmonia para com o outro.
Deus é tão perfeito que consegue tirar de qualquer tragédia, de qualquer
dificuldade, de qualquer dor algo de útil, de aprendizagem para o crescimento
da criatura.
Deus não permitiria tanto sofrimento se não houvesse ali algo de bom que
auxilie o homem no seu processo evolutivo.

As guerras não cessaram ainda porque elas vibram em nossos sentimentos.
“As criaturas vivem em plena guerra dentro de si, nas famílias e mesmo nas
comunidades. São irmãos fazendo irmãos sofrerem, são perseguições contra
a flora e a fauna. As matanças em todas as direções são guerras, provando
que o homem em si é belicoso. Quando o Evangelho começar a se irradiar em
todos os corações, o mal, a desarmonia, desaparecerão como por encanto,
sem que tais distúrbios deixem saudades em alguém.” (Miramez)


542 – Em uma guerra, a justiça está sempre de um lado; como os
Espíritos tomam partido pela injustiça?
Sabeis bem que há Espíritos que não procuram senão a discórdia e a
destruição. Para eles a guerra é a guerra: a justiça da causa pouco os
impressiona.

Comentários:
A escala de evolução dos Espíritos é muito grande, assim como há Espíritos
purificados, há Espíritos extremamente imperfeitos e belicosos que gostam,
se comprazem e incentivam as guerras, as lutas, os conflitos entre os homens.

107

Como todos nós estamos sempre acompanhados por Espíritos, aquelas
pessoas que estão envolvidas em uma guerra também estão acompanhadas.
A Espiritualidade superior que presencia uma guerra, com certeza, trabalha
incessantemente para amenizar o sofrimento, a dor, as mortes, o desespero
daqueles que dela participam.
Os Espíritos que buscam a discórdia e a destruição, além de ficarem felizes
com a situação, incentivam a discórdia e a destruição. A justiça da causa da
guerra para esses Espíritos pouco importa, pois o que eles querem é o conflito.
Na guerra aqueles que estão com a justiça contarão com os Espíritos mais
evoluídos e os outros contarão com a ajuda de Espíritos ainda imperfeitos,
tudo conforme o nosso coração, a nossa intenção.
O porvir nos anuncia que estamos quase no fim das brigas entre irmãos, e o
tempo nos fala que está para nascer um novo mundo deste mundo velho, onde
a paz e o amor serão as leis que deverão dirigir a todos.
“Não julgueis, para que não sejais julgados.” (Mateus, 7:1)
Mesmo a esses Espíritos que se comprazem no mal, na discórdia entre as
pessoas, sociedade e nações, não devemos perder tempo em julgá-los.
Quem pensa e teme o mal não se encontra em condições de fazer o bem.
Constrói e abençoa, ao invés de amaldiçoar, semeia as sementes de vida e
de paz, que algum dia elas germinarão no fulgor dos sentimentos que
ordenaram seu plantio.


543 – Certos Espíritos podem influenciar o general na concepção de seus
planos de campanha?
Sem nenhuma dúvida, os Espíritos podem influenciar por esse motivo, como
por todas as concepções.

Comentários:
O general de uma guerra é uma pessoa como qualquer outra, portanto, recebe
influências espirituais como qualquer um de nós.
Estando em uma posição de comando e em função das suas atitudes e da sua
postura, toda uma nação poderá sofrer as consequências dos resultados
positivos ou negativos da guerra.
Tudo vai acontecer conforme a vontade de Deus. Ele é maior que a influência
dos Espíritos.
Se aquela nação, aquele povo não precisa, não merece passar por um
sofrimento coletivo, passar pela perda daquela guerra, se submeter a outro
povo. Se não está nos planos de Deus, mesmo que aquele general esteja

108

sendo influenciado negativamente por Espíritos inferiores, a Espiritualidade
Superior sob as ordens de Deus vai encontrar mecanismos para que aquela
guerra seja vencida por aquele povo, mesmo tendo um general sendo
influenciado negativamente.
Sempre prevalece a vontade de Deus no Universo.
Se por outro lado, aquele povo perder devido à influência, é porque aquele
povo precisava passar por aquela dificuldade, por aquela prova.
Influenciados todos nós somos, todos nós seremos, mas tudo acontece
conforme a vontade de Deus.

Exemplos:
A segunda grande guerra foi um exemplo que se pode constatar: nos planos humanos, principalmente da
Alemanha e seus aliados, ela iria dominar o mundo e colocar todas as nações sob os seus pés de ferro. Por
fim, faltavam poucos dias para descobrirem o armamento que lhe daria a vitória, destruindo algumas cidades,
como fizeram os Estados Unidos, para amedrontar o Japão. Mas, a mão divina agiu no momento certo, e fê-
los perder a fórmula já quase em suas mãos, para o adversário. Assim, os Estados Unidos desenvolveram a
bomba atômica que, mesmo levando à morte milhares de criaturas, mudou os rumos da guerra, já que a
Rússia, sua grande adversária, também dominou a técnica de produção do instrumento, tirando do primeiro
a chance de ditar as regras do jogo sozinho, de forma absoluta. E o mundo foi salvo do domínio de Espíritos
equivocados. (Miramez)
- Avisos, alertas – Maria Santíssima em Fátima (2017), em Medjugorje (1981)
- Joana D’arc.

Guerra dos Cem Anos
A Guerra dos Cem Anos foi um dos maiores conflitos militares da Idade Média.

Quando ocorreu e países envolvidos
A Guerra dos Cem Anos aconteceu na Idade Média, entre os anos de 1337 e 1453
(duração de 116 anos). Esta guerra envolveu os reinos da França e Inglaterra. Foi a
principal e mais sangrenta guerra europeia do período medieval.

A principal causa da Guerra dos Cem Anos:
O conflito militar foi causado, principalmente, pela rivalidade entre Filipe de Valois,
proclamado rei da França depois da morte de Carlos IV (último da dinastia dos capetos) e
Eduardo III da Inglaterra. Este último pretendia ter direito à coroa francesa por parte de sua
mãe. Disputas territoriais e comerciais também influenciaram o conflito.

Como foi a guerra
Os ingleses foram vitoriosos na Batalha de Crécy (1346) e em Poitiers (1356). No reinado
de Carlos V, graças a Duguesxlin, a fortuna das armas favoreceu a França. Porém, no
reinado de Carlos VI, a batalha de Azincourt (1415) deu uma nova vitória aos ingleses.

109

Muitos historiadores dizem que Joana d’Arc não chegou a participar das batalhas
propriamente e, portanto, nunca matou ninguém. Apesar disso, durante a batalha em
Orleans, ela se feriu no pé e no peito. Joana d’Arc teria agido mais na preparação da
estratégia de batalha e na motivação dos homens. Ela teve sucesso na missão de
reforçar o moral dos soldados franceses, que, depois de anos de derrota, conseguiram uma
grande vitória militar.
O comando de Joana d’Arc mostrou -se notável e o reforço no moral das tropas
francesas trouxe outra vitória expressiva. As tropas lideradas por ela conseguiram
conquistar Reims, cidade importantíssima para a monarquia francesa, como já vimos.
Com isso, Carlos VII pôde ser oficialmente coroado nessa cidade. A cerimônia de
coroação em Reims aconteceu em 17 de julho de 1429.
Joana d’Arc estabelecia as táticas, estratégias, analisava os suprimentos e fazia cálculos
de risco. Tudo isso, conforme apontam os historiadores, fez com que sua liderança fosse,
portanto, transformadora. “Em dois meses Joana reparara todos os desastres; reconstruíra,
moralizara, disciplinara, transfigurara o exército e reerguera todas as coragens” é o que
apresenta Léon Denis.
Dessa forma, em 1429, a jovem d’Arc conseguiu vencer os ingleses na batalha de Orleans.
Mesmo com a vitória, sua missão continuava. Joana d’Arc via que, enquanto parte da
França estivesse tomada pelas tropas inglesas, o novo rei, Carlos VII, teria dificuldades de
assumir o controle de fato.
Contudo, apesar da determinação de Joana, pouco tempo depois, ela foi capturada e
condenada à morte.
Quando o rei Carlos VII subiu ao trono, os ingleses ocupavam quase todo território francês.
Surgiu, neste momento, a heroína Joana D’arc, que comandou o exército francês para
várias vitórias, sendo a principal o cerco de Orleans. Porém, Joana D’arc foi capturada e
queimada em 1431. Mas o impulso dado por ela fez mudar o caminho da guerra, dando
vantagem para o exército francês.
A vitória francesa
Em 1450, os ingleses foram derrotados em Formigny e, três anos depois, em Castilion. São
expulsos da França, exceto em Calais, que só ocorre em 1558.
Principais consequências:
- Consolidação da monarquia francesa com a formação de um Estado centralizado.
- A monarquia francesa garantiu o controle de quase todo território francês.
- Ocorreu grande desenvolvimento das armas e táticas de guerra.
- Cresceu muito o sentimento patriótico tanto na França quanto na Inglaterra.
Curiosidades históricas:
- Embora tenha durado 116 anos, ocorreram vários períodos de trégua durante a Guerra
dos Cem Anos. Efetivamente, ocorreram 55 anos de combate, ou seja, de guerra ativa.
- Após várias vitórias, no início da guerra, os ingleses impuseram aos franceses, em 1360,
a Paz de Brétigny. Nesse momento, os ingleses ocuparam cerca de 35% do território
francês.
- Durante os 116 anos de guerra, a França teve 12 reis e a Inglaterra 8.
- Essa guerra passou por dois terríveis momentos (para ambos os lados). Entre 1315 e
1317, houve uma drástica queda na produção agrícola na Europa. Esse período ficou

110

conhecido como a Grande Fome. Outro período complicado ocorreu entre 1347 e 1350,
quando a Peste Negra matou cerca de 35% da população da Europa, entre eles milhares
de soldados.
https://www.suapesquisa.com/pesquisa/guerra_cem_anos.htm


544 – Os maus Espíritos poderiam suscitar-lhe maus planos, tendo em
vista perdê-lo?
Sim, mas não tem ele seu livre-arbítrio? Se seu julgamento não lhe permite
distinguir uma ideia justa de uma ideia falsa, suporta as consequências, e faria
melhor obedecer do que comandar.

Comentários:
Os Espíritos maus podem suscitar planos errôneos não apenas nos combates,
mas em todas as situações da nossa vida.
Nós temos o livre arbítrio. Não há arrastamento irresistível. A criatura tem a
liberdade de decidir, por mais forte que sejam as sugestões, as influências.
Somos responsáveis por nossas escolhas.
Uma pessoa que estiver chefiando uma guerra não tiver critérios, estratégias,
sabedoria e bom senso para distinguir uma ideia falsa que lhes chegue sofrerá
as consequências se der seguimento a tais ideias. É melhor que esta pessoa
esteja na posição de obedecer e não de comandar, pois quem comanda tem
bom senso, raciocínio, lógica. A pessoa que está no comando tem que ter
competência para tal função. Cabe a essa pessoa distinguir a ideia falsa da
verdadeira que levará à vitória.
Toda ideia que chegar ao nosso coração, à nossa mente deve passar pelo
crivo da razão. Nós devemos ponderar e refletir sobre tudo aquilo que nos
chegam, evitando muitos problemas futuros.
Na profundidade de todas as coisas não há erros, mas consequências do que fazemos, de maneira a
aprendermos as lições de que precisávamos. Quem perde uma batalha quebra o orgulho e passa a sentir
alguma humildade, que deve crescer, levando a pessoa a meditar no que deve fazer no futuro.
O general que perde, tanto quanto o que ganha, sente intimamente o dever de reerguer-se ou ajudar ao que
perdeu a fazê-lo, e neste trabalho surge o perdão capaz de fazê-los amar. Isso é trabalho da consciência.
Nós não devemos nos esquecer das maiores guerras, que são as lutas internas. Deus é o grande
transformador. Ele tudo aproveita para a felicidade de Seus filhos, assim, não deves querer fugir às Suas
diretrizes, pois não tens para onde ir. (Miramez)

111

545 – O general pode, algumas vezes, ser guiado por uma espécie de
segunda vista, uma vista intuitiva, que lhe mostre antecipadamente o
resultado de seus planos?
Frequentemente, é assim no homem de gênio, é o que se chama inspiração,
e faz com que ele aja com uma espécie de certeza. Essa inspiração lhe vem
dos Espíritos que o dirigem e sabem aproveitar as faculdades de que é dotado.

Comentários:
Segunda vista – Capacidade que algumas pessoas possuem, que em estado
de vigília terem percepções, visões, pressentimentos, percepções referentes
ao futuro e ao passado ou do plano espiritual. Às vezes essas visões ocorrem
dentro da própria mente.
Uma pessoa que esteja no comando pode ser dotada dessa faculdade. A
mediunidade é inerente a qualquer pessoa.
Se o general tiver essa faculdade, pode ter a percepção intuitiva e seguir os
planos com uma certeza maior de que está nos rumos certos.
Os Espíritos que dirigem esse general sabendo que ele tem a faculdade da
segunda vista vão aproveitar essa faculdade para intui-lo com as orientações
necessárias durante o combate.
Exemplo: Joana D’arc.
Vejamos o caso de Napoleão Bonaparte, na França; ele tinha faculdades desenvolvidas, de maneira a
perceber as fraquezas do inimigo, além de ser guiado por Espíritos de alta função divina. O mundo estava
precisando de um país onde surgisse a liberdade de pensamentos, e foi Napoleão o escolhido para
desenvolver tal ideal, mas, quando passou dos limites traçados por Deus, o orgulho se apoderou do seu
coração e a ganância de domínio o cegou, ele foi banido para uma ilha, onde morreu sem nenhuma perda
para a nação nem para a humanidade. (Miramez)


546 – No tumulto do combate, o que ocorre com os Espíritos que
sucumbem? Ainda se interessam pela luta, depois da morte?
Alguns se interessam, outros se afastam.

Allan Kardec:
Nos combates, acontece aquilo que ocorre em todos os casos de morte
violenta: no primeiro momento, o Espírito está surpreso e como
perturbado, e não crê estar morto, parecendo-lhe, ainda, tomar parte na
ação. Não é senão pouco a pouco que a realidade lhe aparece.

Comentários:

112

A morte durante o combate é uma morte violenta, rápida.
Nesses casos de mortes violentas, como em casos de acidentes, onde o
Espírito não está esperando o desencarne, o processo de perturbação durante
e após o desencarne é maior. Após o desligamento do corpo perispiritual, o
Espírito está em estado de perturbação o que é normal em todos os
desencarnes. O período de perturbação depende do nível de evolução da
criatura.
Nesse estado o Espírito não sabe exatamente o que aconteceu com ele. Às
vezes fica em estado de torpor, de sonolência, como se estivesse meio
inconsciente. Julga até mesmo não estar morto. Sem saber sua condição, é
comum permanecer no mesmo lugar, na mesma situação.
Determinados Espíritos que desencarnam em combates permanecem lutando
como se ainda estivesse na carne, sem a consciência que desencarnou.
O Espírito pouco a pouco vai tendo a consciência de que não está mais no
mundo dos encarnados e sim no mundo dos Espíritos e, então vai deixando
de se interessar pela guerra indo buscar as coisas do Espírito.
Depende da evolução de cada um. Cada caso é um caso.
Quanto mais materializado, maior o interesse pelas coisas materiais. Quanto
mais espiritualizado, maior seu interesse pelas coisas do Espírito.


547 – Os Espíritos que se combatiam, estando vivos, uma vez mortos se
reconhecem por inimigos e são ainda obstinados uns contra os outros?
O Espírito, nesses momentos, não está jamais de sangue-frio. No primeiro
momento, ele pode ainda querer seu inimigo e mesmo persegui-lo, mas,
quando as ideias lhe retornam, vê que sua animosidade não tem mais objetivo.
Entretanto, pode ainda conservar-lhe as impressões, mais ou menos segundo
seu caráter.

547.a) Percebe ainda o ruído das armas?
Sim, perfeitamente.

Comentários:
Após a morte, muitos dos Espíritos que sucumbiram na guerra continuam em
lutas e conservam a inimizade por longo tempo. Outros, depois que se
conscientizam da sua situação, começam a sentir a realidade, vendo que tudo
não passa de ignorância, e se reposicionam intimamente orando a Deus na
sua linguagem, pedindo proteção e esclarecimento.

113

A diversidade é enorme, dentre todos os que sofrem nas guerras, encarnados
e desencarnados. Os próprios comandantes do não têm consciência plena do
que ocorre; entretanto, nas horas de silêncio, uma voz interna que todos
conhecem os acusa, e surge no seu mundo interno a inquietação espiritual.
Esses, nunca mais voltam a guerrear como antes. O fanatismo pela pátria, o
amor por porções territoriais são substituídos pelo amor verdadeiro, a que
chamamos universal. Qual a diferença entre a criatura de um país para outro?


548 – O Espírito que assiste de sangue-frio a um combate, como
espectador, testemunha a separação da alma e do corpo, e como esse
fenômeno se apresenta a ele?
Há poucas mortes instantâneas. Na maioria das vezes, o Espírito cujo corpo
vem a ser mortalmente ferido, não tem consciência sobre o momento. Quando
ele começa a se reconhecer, é então que se pode distinguir o Espírito que se
move ao lado do cadáver. Isso parece tão natural que a visão do corpo morto
não produz nenhum efeito desagradável. Toda a vida estando transportada no
Espírito, só ele atrai atenção e é com ele que se conversa ou a ele que se
dirige.

Comentários:
Para que haja esse acompanhamento da separação do corpo físico é
necessária muita evolução, por isso é muito raro acontecer casos em que o
desligamento do perispírito seja rápido. Quanto mais materializado é o
indivíduo, mais lento é esse processo, maior é a perturbação.
Na maioria dos casos, o Espírito não tem consciência desse fato.
O despertar do estado de perturbação varia muito de Espírito para Espírito.
É muito raro que o Espírito presencie como espectador o desligamento do seu
corpo espiritual do corpo físico.
Quando ele desperta do estado de perturbação, tudo começa a mudar.
Percebe que não está mais entre os encarnados. Que aquele ambiente já não
lhe pertence e não agrega nada de positivo. Mas tudo depende do estado de
evolução do Espírito.

114


9.11 – Dos pactos

549 – Há alguma coisa de verdadeira nos pactos com os maus Espíritos?
Não, não há pactos, mas uma natureza má simpatizando com maus Espíritos.
Por exemplo: queres atormentar teu vizinho, e não sabes como fazê-lo; então
chamas para ti os Espíritos inferiores que, como tu, não querem senão o mal,
e para te ajudarem querem que tu lhes sirvas nos seus maus propósitos. Mas
não se segue daí que teu vizinho não possa se livrar deles por uma conjuração
contrária e pela sua vontade. Aquele que quer cometer uma ação má, chama,
só por isso, maus Espíritos para ajudá-lo. Está, então, obrigado a servi-los,
como o fazem para si, porque eles também têm necessidade dele para o mal
que queiram fazer. É somente nisso que consiste o pacto.

Allan Kardec:
A dependência em que o homem se encontra, algumas vezes, em relação
aos Espíritos inferiores, provém de seu abandono aos maus
pensamentos que eles lhe sugerem e não de quaisquer estipulações
recíprocas. O pacto, no sentido vulgar que se dá a essa palavra, é uma
alegoria que figura uma natureza má simpatizando com Espíritos
malfazejos.

Comentários:
Não existem pactos da maneira como conhecemos.
O que existe é a simpatia entre os Espíritos encarnados ou desencarnados.
Se temos os pensamentos negativos, se temos a intenção de prejudicar
alguém, emitimos emoções e vibrações nesse sentido e Espíritos
desencarnados malévolos que vibram na mesma sintonia sentirão atraídos e
nos aproximarão. Como os objetivos são os mesmos ocorrerá um trabalho
mútuo voltado para o mal.
O pacto será de ideias, sentimentos e emoções.
A partir do momento que nós mudamos os nossos pensamentos, vibrando em
outra faixa, não manteremos conectados àquele Espírito.
Há pessoas que acreditam que pode haver vítimas em função de “pactos”
(pagas), acordos ou de uma atuação conjunta de Espíritos encarnados e
desencarnados para prejudicar alguém. (Idade Média)
A outra pessoa (vizinho) pode se livrar dessa situação, pois a partir do
momento que pensa, que age, que vibra no bem, não há mal que atinja. A não
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

115

ser que seja necessário passar por tais dificuldades, como parte do
planejamento reencarnatório.
Mesmo que em alguns momentos das nossas vidas, nós tenhamos estado em
sintonia com Espíritos maléficos, tenhamos agido de forma equivocada, não
vamos pensar que estamos submetidos a eles pelo fato termos estado juntos
fazendo o mal.
Vamos responder por todas as nossas atitudes positivas ou negativas (é a lei
de causa e efeito), mas se optamos pelo bem, nos renovando como pessoa,
como Espírito, vamos atrair Espíritos bondosos, superiores que vão nos ajudar
na condução da nossa vida.
Podemos ainda sofrer alguma influência daquele antigo Espírito, pois a todo
momento estamos sendo influenciados para o bem ou para o mal, mas vai
depender da nossa escolha, da nossa perseverança no bem.
Algumas vezes esses Espíritos maléficos que nos influenciavam se despertam
e começam a se modificar, diante da nossa mudança.
Daí por diante passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino
dos céus. (Mt 4:17)
Pediu o Senhor aos Espíritos de maus sentimentos para se arrependerem e
não praticarem mais atos indignos, que logo chegaria para eles o reino dos
céus, porque o representante deste reino estava na Terra, para escolher as
Suas ovelhas. Ele era o Pastor de toda a humanidade.
E agora é hora de fazermos os nossos pactos com o bem e, através das
nossas vidas, sermos honestos e sinceros aos ensinamentos do Mestre.
Quando em tribulações, devemos orar, pedindo a Jesus que nos inspire para
fazer o melhor.
A Doutrina Espírita vem nos ensinar a fazer mudanças na moral, e cada vez
mais crescer nas virtudes. Desta forma, somente os Espíritos de elevados
sentimentos são capazes de nos acompanhar e nos fazer feliz.


550 – Qual é o sentido das lendas fantásticas segundo as quais
indivíduos teriam vendido sua alma a Satanás para obter certos favores?
Todas as fábulas guardam um ensinamento e um sentido moral; vosso erro é
tomá-las ao pé da letra. Essa é uma alegoria que se pode explicar assim:
aquele que chama em sua ajuda os Espíritos para obter os dons da fortuna,
ou qualquer outro favor, murmura contra a Providência. Ele renuncia à missão
que recebeu e às provas que deve suportar neste mundo, e disso sofrerá as
consequências na vida futura. Isso não quer dizer que sua alma esteja para
sempre consagrada à infelicidade. Mas, porque em lugar de se libertar da
matéria, ele nela se enchafurda mais e mais, aquilo que gozou sobre a Terra

116

não fruirá no mundo dos Espíritos, até que o tenha resgatado em novas
provas, talvez maiores e mais penosas. Por seu amor aos prazeres materiais,
ele se coloca na dependência dos Espíritos impuros. Há entre estes e ele um
pacto tácito que o conduz à perdição, mas que lhe é sempre fácil de romper
com a assistência dos bons Espíritos, se para isso tem vontade firme.

Comentários:
As coisas espirituais não se compram, nem se vendem. Tudo pertence a Deus,
que criou todas as coisas.
Tudo é sintonia.
As lendas têm um caráter alegórico, nos trazem um ensinamento, uma
orientação que compete a nós retirarmos dali aquilo que é verdadeiro, aquilo
que é construtivo, mas não acreditarmos na forma como é colocada.
Esse pacto que as antigas lendas comentam não decorrem de um acerto claro,
de firmar um contrato, um acordo entre Espíritos enca rnados e
desencarnados, mas da sintonia que estabelecem e pelo fato de estarem em
atuação mútua, em que os encarnados auxiliam os desencarnados e os
desencarnados também atuam dentro das suas limitações para ajudar os
encarnados.
Essas ajudas são infelizes.
Trabalham para o bem de si mesmos, de uma forma muito materializada, muito
egoísta. Vão sofrer as consequências por suas escolhas. Faz a opção pelas
facilidades do mundo. Tanto no plano espiritual, quanto em uma outra
reencarnação passaremos por dores, por sofrimentos muito mais penosas do
que aquela que passaríamos nessa existência.
É um “pacto” passivamente realizado em função das afinidades de
pensamentos e emoções que se estabelecem.
Não existe da forma que se pensa esse pacto entre encarnados e
desencarnados.

117


9.12 – Poder oculto, talismã, feiticeiros

551 – Pode um homem mau, com a ajuda de um mau Espírito que lhe é
devotado, fazer mal ao seu próximo?
Não, Deus não o permitiria.

Comentários:
Nada acontece sem a permissão de Deus.
Se a ocorrência for importante para o crescimento daquela pessoa.
Não é porque um Espírito encarnado queira prejudicar uma pessoa que ele vai
buscar ajuda da espiritualidade ainda distanciada do bem para prejudicar
aquela pessoa que ele vai conseguir realizar suas intenções somente porque
se uniu a esse Espírito e aquela pessoa (“vítima”) vai sofrer todas as injunções
desejadas por aqueles Espíritos só pelo desejo de que um quer fazer mal ao
outro. Deus não permitiria.
Só a ação de pessoa má com a ajuda de um Espírito não significa que esse
mal vai acontecer.
Se alguma interferência, alguma atuação de um Espírito encarnado em
sintonia com um Espírito desencarnado chega a causar algum prejuízo a uma
terceira pessoa é porque essa pessoa precisa ainda passar por aquela
situação (difícil, de dor). Situação oportuna para uma reforma íntima, para
reflexão sobre as leis de Deus, para a busca da espiritualidade.
Não é porque os dois Espíritos (encarnado e desencarnado) que se uniram
para fazer o mal aquela pessoa e o fato aconteceu é que são superiores e
possuem uma força grandiosa, mas sim porque Deus permitiu, como também
essa ocorrência é necessária a essa pessoa.
Lembrando que há a carga de responsabilidade da pessoa e do Espírito diante
da intenção desta ação.
Essa questão se refere ao que nós chamamos de magia negra, de feitiço, de
trabalhos para prejudicar alguém.
Essa magia negra pega?
Legiões de Espíritos encarnados e desencarnados podem se unir para
prejudicar alguém. Se esse alguém estiver com os pensamentos e o coração
sintonizados a Deus, nada acontece. Não há magia, não há feitiço que pegue
naquela pessoa.
Tudo depende da sintonia estabelecida pela pessoa.
LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

118

Não é a força espiritual, a força de quem fez o trabalho, de quem fez a magia
negra que vai fazer com que aquele trabalho negativo pegue ou não pegue,
mas sim a força ou a fraqueza espiritual da vítima.
Se sintoniza com a negatividade, com os erros, com as imperfeições é um
campo aberto para captar essas influências negativas.
Por outro lado, se seu coração é pautado no amor, no bem e na verdade
aquela influência não alcança porque não está em sintonia, portanto não há
campo aberto para tal situação.
Tudo é sintonia. Não são atos externos que vão influenciar.
Não é o que vem de fora, mas o que vem de dentro é que faz com que sejamos
prejudicados.
É a força do pensamento, do sentimento.


552 – Que se deve pensar da crença no poder, que certas pessoas teriam,
de enfeitiçar?
Certas pessoas têm um poder magnético muito grande, do qual podem fazer
um mau uso se seu próprio Espírito é mau e, nesse caso, elas podem ser
secundadas por outros maus Espíritos. Mas não acrediteis nesse pretendido
poder mágico que não existe senão na imaginação de pessoas supersticiosas,
ignorantes das verdadeiras leis da Natureza. Os fatos que mencionam são
fatos naturais mal observados e, sobretudo, mal compreendidos.

Comentários:
Há pessoas que possuem uma força magnética maior que outras.
Algumas pessoas usam essa força magnética de forma negativa.
Todos nós temos energia.
Todos nós temos o fluido vital que é o que nos dá vida orgânica, porém nem
todos têm a mesma quantidade de fluido vital no corpo. Há pessoas que
nascem com mais energia, outras com menos energia (fluido vital).
Todos nós temos a força magnética, mas sua intensidade varia de uns para
outros.
Essa força magnética é neutra, assim como, tudo o que temos. Podemos usar
as nossas habilidades, os nossos conhecimentos, as nossas forças
magnéticas para ajudar ou para destruir.
Uma pessoa que tem grande força magnética se for assistida por Espíritos
inferiores, ela vai dar uma destinação ruim a essa força, podendo destinar essa
força para prejudicar alguém.

119

Não é um feitiço, é apenas uma energia, uma força que se encontrar as portas
abertas, vai se apossar a quem foi destinado. Se a pessoa não estiver com
suas ações e pensamentos voltadas para o bem, ela se torna receptiva dessa
energia, dessa força e acaba sendo prejudicada.
Não é prejudicada porque a pessoa que direcionou aquela força magnética,
seja de poderes sobrenaturais. Apenas possui força magnética, foi auxiliada
por Espíritos inferiores e conseguiu sintonizar com a pessoa de destino.
Há pessoas que aliada a essa força magnética tem uma grande capacidade
de convencimento, tanto verbal, como apenas com a presença. Há certa
atração, como se fosse um magnetismo, um processo hipnótico.
Ex: Grigori Rasputin (Rússia)
Não precisamos ter temor ou se preocupar com tais situações.
Precisamos nos preocupar com os nossos pensamentos, com as nossas
atitudes e emoções, pois é isso que nos fragiliza.
- Oração forte.
A crença no poder do mal é gerada pela ignorância. O que se chama de mal deve ser esquecido e não
alimentado, porque cada vez que se pensa nele, aviva-se aquele assunto nas mentes, de modo a fazer viver
cada vez mais o mal.

Todo bem e todo mal vem do que você faz com o que você tem. (Clarinha)
O que você faz com o que você tem é que vai definir se o que você tem é bom
ou ruim. (Clarinha)


553 – Qual pode ser o efeito das fórmulas e práticas com ajuda das quais
certas pessoas pretendem dispor da vontade dos Espíritos?
O efeito de torná-las ridículas se são de boa-fé; caso contrário, são patifes que
merecem um castigo. Todas as fórmulas são enganosas; não há nenhuma
palavra sacramental, nenhum sinal cabalístico, nenhum talismã que tenha
uma ação qualquer sobre os Espíritos, porque estes são atraídos pelo
pensamento e não pelas coisas materiais.

553.a) Certos Espíritos não têm, eles mesmos, algumas vezes, ditado
fórmulas cabalísticas?
Sim, tendes Espíritos que vos indicam sinais, palavras bizarras ou que vos
prescrevem certos atos com a ajuda dos quais fazeis o que chamais de
conjuração. Mas estejais bem seguros que são Espíritos que zombam de vós
e abusam da vossa credulidade.

120


Comentários:
Verdadeiramente, não existem fórmulas ou práticas que tenham o poder de
atrair Espíritos, como seja o uso de talismã, ou de outro qualquer objeto que
"garantam" a atração de Entidades Espirituais. O Espírito se encontra acima
da matéria: ele é que a dirige, e não essa que o prende, pois não possui
qualidade ou radiação superior àquele. A alma tem sempre condições de
buscar esta qualidade superior, ao passo que a matéria não domina esse
recurso. Essa crença em fórmulas é pura ilusão que nasce do fanatismo
religioso entre as pessoas ignorantes.
Qualquer acessório, qualquer fórmula, qualquer prática externa não tem
qualquer força sobre os Espíritos (encarnados e desencarnados).
A mediunidade existe, há a sintonia com os Espíritos (desencarnados e
encarnados). As fórmulas não têm nenhum significado. Há charlatães
encarnados e desencarnados.
Tudo no Universo decorre da sintonia da força do pensamento.
Espíritos que acreditam que fórmulas cabalísticas, talismãs são pessoas que
carecem de estudo, de entendimento, de conhecimento das leis divinas para
compreender que há Espíritos que utilizam a falta de conhecimento, a
fragilidade, a incredulidade daquela pessoa para fazer acreditar nessas
coisas.
Nenhuma atitude, nenhum ato em desconformidade com a lei de Deus não
ficam sem a devida reparação. A justiça divina é perfeita e é para todos.
Aplicação da lei de causa e efeito.
Todo o mal que fizermos, de alguma forma retorna para nós. Da mesma forma,
o bem que fizermos, nos retornará.
Não permitamos que a nossa falta de conhecimento, o nosso temor faça com
que entremos em sintonia com esses Espíritos ainda maléficos.
Não deixemos o nosso padrão vibratório diminuir achando que estamos sendo
prejudicados por alguém, pois vai acontecer, não porque a pessoa tenha feito
alguma prática externa, algum ritual, mas porque abrimos a sintonia. Houve a
nossa permissão.
A pessoa permite abrindo sintonia para essas influências negativas.
A pessoa se protege mantendo a sintonia com a Espiritualidade Superior, com
o bem, com a verdade, com o amor.


554 – Aquele que, errado ou certo, tem confiança no que chama virtude
de um talismã, não pode por essa confiança mesma atrair um Espírito,

121

porque, então, é o pensamento que age? O talismã não é senão um sinal
que ajuda a dirigir o pensamento?
É verdade, mas a natureza do Espírito atraído depende da pureza da intenção
e da elevação dos sentimentos. Ora, é raro que aquele que é tão simples para
crer na virtude de um talismã não tenha objetivo mais material que moral. Em
todos os casos isso anuncia uma baixeza e uma fraqueza de ideias, que o
expõe aos Espíritos imperfeitos e zombeteiros.

Comentários:
A pessoa não atrai o Espírito especificamente porque concentrou a sua ideia,
a sua confiança naquele talismã, mas sim pela força do pensamento. É o
pensamento que atrai o Espírito, embora às vezes acredita que tenha ocorrido
em função do talismã.
O talismã, o objeto, apenas serve de instrumento para a concentração do
pensamento daquela pessoa.
O talismã simplesmente materializa o reforço daquele desejo, daquela fé.
A partir do momento que concentra o pensamento e chama pelo pensamento
um determinado Espírito, esse o atende em função do pensamento e não do
talismã. Que tipo de Espírito está atraindo?
Ex: A pessoa que usa crucifixo e confia naquele objeto. A pessoa está fixando
o pensamento dela. O objeto é apenas um instrumento que ajuda na fixação,
na concentração do pensamento.
No Brasil há um sincretismo muito rico em rituais, talismãs, amuletos e
superstições. Há a crença nos talismãs e nos rituais também, tanto da parte
de encarnados, quanto desencarnados.
Uma pessoa para acreditar na virtude de um talismã ainda possui um
conhecimento materializado e, às vezes, uma moralidade menor.
Os Espíritos atraídos estão relacionados à pessoa, à sua intenção, à sua
moralidade.
Pessoas que acreditam fielmente na força de um talismã não são pessoas
muito evoluídas e, provavelmente, vão atrair Espíritos imperfeitos e
gozadores, zombeteiros, brincalhões (são Espíritos que se divertem com as
atitudes da pessoa).
Diante da nossa pequenez, das nossas imperfeições, ainda temos dificuldades
em nos relacionarmos diretamente com Deus, com a divindade, apenas com
os nossos pensamentos, por isso, às vezes precisamos de algo material que
representa essa relação.
A doutrina Espírita não possui dogmas. Portanto, nós que culturalmente ainda
possuímos determinadas tendências dogmáticas, é tempo de ir retirando.

122

Procuremos canalizar nossos pensamentos diretamente com o Pai Altíssimo.

Livro dos Médiuns – 282 (17), pág. 248.

Não se acende vela para o Anjo da Guarda como se ele precisasse de luz, muito menos o
copo d’agua porque ele tem sede, o fato é que acendemos uma vela para nos firmar em sua energia,
no momento em que é feito a firmeza estamos criando um elo com ele, um vínculo.
Com a vela acesa, teremos maior facilidade de sermos intuídos por ele, quando estamos
desviando de nosso caminhar é ele quem nos intui mudanças de atitudes ou posturas para que
voltemos a retidão.
Acender uma vela fortalece essa troca, mas isso demanda orações e seriedade, o importante
é criar uma postura amigável, não simplesmente riscar fósforo, converse com ele, relembre com ele
seus atos, peça ajuda na tomada de decisões, traga ele para si, eu sei que é difícil criar um vínculo
com um Ser tão tênue, mas afinados com sua energia sentiremos cada vez mais a sua presença.
Eles são nossos maiores Guias, estão mais próximos que qualquer outra energia desde que
mantenhamos uma postura correta pois o errar acaba os repelindo.
Mas esse afastamento não se dá por eles, e sim de nós, eles não conseguirão contato com
nossa energia se cultivarmos pensamentos negativos, egos de todo o tipo.
A vela é acesa em nome do Anjo da Guarda, porém a energia é acesa em nós e emanada por
eles. O importante é sempre entrar em conexão com o Anjo da Guarda com calma, serenidade e
coração aberto. Nada com pressa.
A importância da vela estar acesa acima de nossas cabeças se dá pela maior facilidade de
conexão com o nosso chacra coronário (que é por onde acontece a ligação do Anjo de Guarda
conosco). Se a pessoa não tem uma casa espiritual onde firmar sua vela, pode ser em casa mesmo
sem problema algum.
Vela apagada não quer dizer que ele se revoltará, que desistirá de te acompanhar ou coisa
do tipo. Vela apagada pode significar uma maior dificuldade de comunicação da sua parte, acalme
sua mente e se concentre melhor.

Deixar um copo de água ao lado da cama e pedir aos amigos espirituais que coloquem nela
remédios e boas energias também é muito eficaz. Basta colocar o copo perto de si antes de dormir,
fazer uma oração e pedir para seu mentor que coloque na água o que você precisa receber. Ao
acordar é só beber a água.


555 – Que sentido se deve dar à qualificação de feiticeiro?
Aqueles a quem chamais feiticeiros são pessoas, quando de boa-fé, dotadas
de certas faculdades, como a força magnética ou a segunda vista. Então,
como eles fazem coisas que não compreendeis, os acreditais dotadas de uma
força sobrenatural. Vossos sábios, frequentemente, não passam por feiticeiros
aos olhos das pessoas ignorantes?

Allan Kardec:

123

O Espiritismo e o Magnetismo nos dão a chave de uma multidão de
fenômenos sobre os quais a ignorância bordou uma infinidade de
fábulas, onde os fatos são exagerados pela imaginação. O conhecimento
claro dessas duas ciências, que por assim dizer são apenas uma,
mostrando a realidade das coisas e sua verdadeira causa, é o melhor
preservativo contra as ideias supersticiosas, porque mostra o que é
possível e o que é impossível, o que está nas leis naturais e o que é uma
crença ridícula.

Comentários:
A palavra feiticeiro é muito vaga, mas são todos aqueles que de uma forma ou
outra compreende aquilo que os demais não compreendem, principalmente o
mundo espiritual
Os chamados feiticeiros são os médiuns. Pessoas dotadas por certas
faculdades, como a força magnética, a dupla vista (vidência), ou seja, a
capacidade que a pessoa tem de visualizar ou contactar o plano espiritual em
estado de vigília.
- Dupla vista (vidência) – a pessoa vê ao mesmo tempo as coisas do mundo
material e ao mesmo tempo tem uma segunda visão, consegue perceber a
espiritualidade, coisas que podem estar acontecendo à distância, em estado
de vigília.
- Força magnética – todos nós possuímos, mas há pessoas que tem mais.
As faculdades mediúnicas durante muito tempo foram incompreendidas pela
humanidade acabavam fazendo com que as pessoas que possuíam fossem
denominadas de feiticeiros, de bruxas. Muitas pessoas foram condenadas à
fogueira, simplesmente porque possuíam essas faculdades mediúnicas.
O espiritismo e o magnetismo esclarecem uma imensidade de fenômenos que
a ignorância traduzia como fábulas, como fenômenos sobrenaturais. É o lado
científico da doutrina espírita que fará com que todas as religiões entendam o
caminho para os mesmos princípios que a ciência confirmará tudo aquilo que
a doutrina espírita já nos traz.
Os chamados feiticeiros são homens e mulheres que possuem, segundo "O Livro dos Espíritos", certas
faculdades como a força magnética ou a dupla vista. Os de boa-fé são assistidos pelos Espíritos benfeitores,
e os de má índole, por Espíritos da sua mesma categoria.



556 – Certas pessoas, verdadeiramente, têm o dom de curar pelo simples
toque?

124

A força magnética pode ir até aí quando secundada pela pureza de
sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons
Espíritos ajudam. Mas é preciso desconfiar da maneira pela qual são contadas
por pessoas muito crédulas ou muito entusiasmadas, sempre dispostas a ver
o maravilhoso nas coisas mais simples e mais naturais.
É preciso desconfiar-se, também, das narrações interesseiras da parte de
pessoas que exploram a credulidade em seu proveito.

Comentários:
Muitas pessoas têm essa força magnética que auxiliada pelos seus
sentimentos puros, pelo desejo de fazer o bem e auxílio espiritual conseguem
curar determinadas pessoas.
O nosso desejo fortificado com muito amor faz maravilhas!
O simples desejo de fazer o bem.
- As benzedeiras, os curandeiros pelos sertões adentro.
- Os charlatães (mau uso da força magnética)
Isso não é sobrenatural ou maravilhoso. Para tudo há explicação.
Todos nós temos força magnética. Uns têm em maior quantidade, outros em
menor quantidade.
Passes magnéticos – transmissão de fluidos. Temos condições de doar os
nossos fluidos positivos e negativos.
Quando estamos doando os nossos fluidos objetivamos a cura daquela
pessoa, através da imposição das nossas energias, das nossas vibrações,
trabalhando o processo de substituição das células malsãs pelas células
saudáveis e salutares. Portanto, é um processo de cura.
Os médiuns passistas não têm a mesma quantidade de força magnética que
determinadas pessoas que tem a capacidade de curar. Há pessoas que são
dotadas de mais força magnética. Cada um vem com uma quantidade.
A doutrina Espírita nos mostra de forma muito clara como as coisas acontecem
Esse toque de cura decorre não apenas do poder magnético da criatura, mas
dos sentimentos reais, verdadeiros que ela emite para ajudar, pois nesse
momento é auxiliada pela Espiritualidade amiga que vai potencializar os
fluidos daquele médium de cura.
Quando a Espiritualidade auxilia um médium movido por boas ações, o
potencial magnético do médium é ampliado, sendo maior a capacidade de
curar.

125

Podemos crer que existam as pessoas magnéticas, aquelas que tocam as pessoas enfermas e por vezes as
curam, mas, é bom analisar a vida dessas pessoas, não para divulgar o que for contrário à caridade, porém,
para observar quais são, pela vida que levam, as suas companhias espirituais.

126


9.13 – Bênçãos e maldições

557 – A bênção e a maldição podem atrair o bem e o mal sobre aqueles
que são o seu objeto?
Deus não escuta uma maldição injusta, e aquele que a pronuncia é culpado
aos seus olhos. Como temos os dois gênios opostos, o bem e o mal, ela pode
ter uma influência momentânea, mesmo sobre a matéria, mas essa influência
não ocorre senão pela vontade de Deus e como acréscimo de prova para
aquele que é dela objeto. De resto, o mais frequentemente, se maldizem os
maus e se bendizem os bons. A bênção e a maldição não podem jamais
desviar a Providência do caminho da justiça; ela não atinge o maldito senão
se é mau, e sua proteção não cobre senão aquele que a merece.

Comentários:
O responsável por tudo e por todos os acontecimentos são os pensamentos.
Tanto as bênçãos como as maldições são forças mentais que se concentram
na mente pelas forças dos sentimentos e são emitidos em direção àqueles que
propomos ser o alvo das nossas intenções.
Tanto uma quanto a outra somente se conectam na criatura visada se Deus o
permitir. Se desejamos o bem a certa criatura e ela não merece esse bem, as
forças por nós endereçadas se desviam do seu caminho e serão direcionadas
para onde encontrem sintonia. Assim, igualmente sucede com o mal: se o
desejas a certa criatura, e ela não merece esse mal, se não tem de passar por
essa prova, esse mal é desviado para os lugares que lhe cabe atingir. Tanto
as vibrações do mal quanto do bem, voltam sempre para onde foram geradas,
beneficiando sua fonte ou a prejudicando.
Quantas vezes nossas mães, avós (os pais também) com aquele sentimento
puro, sempre nos fornecem as bênçãos divinas desejando o melhor para nós.
E nós caminhamos de forma segura com a certeza da proteção de Deus,
através daquele coração ligados a nós pelo amor.





LIVRO SEGUNDO: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS
Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

127

CAPÍTULO 9 INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL
I – Penetração no nosso pensamento pelos espíritos
II – Influência oculta dos espíritos sobre os nossos pensamentos e as nossas ações
III – Possessos
IV – Convulsionários
V – Afeição dos espíritos por certas pessoas
VI – Anjos da guarda, espíritos protetores, familiares ou simpáticos
VII – Pressentimentos
VIII – Influência dos espíritos sobre os acontecimentos da vida
IX – Ação dos espíritos sobre os fenômenos da natureza
X – Os espíritos durante o combate
XI – Dos pactos
XII – Poder oculto, talismãs, feiticeiros
XIII – Benção e maldição

Os Espíritos exercem grande influência nos acontecimentos da vida. Essa
influência pode ser oculta (sutil) ou claramente percebida. Pode ser boa ou
má, superficial, rápida ou duradoura. Não é nada miraculoso ou sobrenatural.
Imaginamos erroneamente que a ação dos Espíritos só se deva manifestar por
fenômenos extraordinários. Gostaríamos que nos viessem ajudar por meio de
milagres e sempre os representamos armados de uma varinha mágica. Mas
não é assim, razão por que nos parece oculta a sua intervenção e muito natural
o que se faz com o concurso deles.
Dependendo de nossas atitudes e pensamentos nos tornamos propensos à
influência para o mal ou para o bem.
Para transformar as tempestades do mal em atitudes do bem:
 Vigiar e orar
 Prática do bem e da caridade
 Dizer não à fofoca e maledicência
 Dizer não aos vícios - Dizer não ao ódio
 Corrigir os erros cometidos
 Focar o pensamento no bem
 Evoluir a cada dia
 Confiar em Deus, sempre, sempre.

128


REFERÊNCIAS:

FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Mesmer – A ciência negada e os textos
escondidos. 1.ª ed. Bragança Paulista - SP: Lachâtre, 2005, pag. 173.
GLASER, Abel. Alvorada Nova. 5ª ed. Matão – SP: O clarim, 2012. Pelo
Espírito Cairbar Schutel.
GLASER, Abel. Eustáquio – Quinze séculos de uma trajetória. 6ª ed.
Matão – SP: O clarim, 2019. Pelo Espírito Cairbar Schutel.
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 19ª Ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1983.
SILVEIRA, Adelino. Chico, de Francisco. São Paulo: Cultura Espírita União,
1987.
XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo
Espírito Emmanuel.
XAVIER, Chico. Nosso Lar. 61ª ed. Brasília: FEB, 2010. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico. Missionários da Luz. 43ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo
Espírito André Luiz.

129

XAVIER, Chico. No Mundo Maior. 28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico. Libertação. 33ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Entre a Terra e o Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Nos domínios da Mediunidade. 36ª ed. Brasília: FEB,
2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Ação e Reação. 30ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Evolução em dois Mundos. 27ª ed.
Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. 28ª ed.
Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. 34ª ed. Brasília: FEB,
2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. E a vida continua.... 1ª ed. Esp. Rio de Janeiro: FEB, 2008.
Pelo Espírito André Luiz.
ZIMMERMANN, Zalmino. Perispírito. Campinas: CEAK, 2000.
https://www.bibliaonline.com.br/
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html
https://www.youtube.com/user/livrodosespiritos/videos
https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI-
OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111
https://www.youtube.com/playlist?list=PLlRlJDlCghdwROpe8PBZF5_wFxlJqq
UnZ
https://pt.slideshare.net/RodrigoSpinosa2/palestra-modo-de-orar-2015-nosso-
lar?qid=85d75def-d3a7-49db-83e6-31f9e9a0a68e&v=&b=&from_search=1
https://pt.slideshare.net/pontedeluz/pedi-e-obtereis-
131225463?qid=e875d31f-9d87-4d73-b55c-
5ffe76a04110&v=&b=&from_search=11

130


https://espirito.org.br/artigos/possessao-3/
http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/revista-espirita-
1863.pdf
https://espirito.org.br/artigos/refletindo-sobre-a-obsessao-3/
https://pt.slideshare.net/jcevadro/conceitocausas-e-graus-da-obsesso
https://pt.slideshare.net/jewur/obsesso-conceitos-causas-e-graus
https://espirito.org.br/
https://domtotal.com/noticia/1503034/2021/03/pai-nosso-uma-oracao-
comprometedora/ (Pai Nosso)