- RESIDIR – Deve-se escrever “residir na Rua Augusta” (não à Rua Augusta), no sentido de fixar
residência, morar, ter sede. E assim as expressões semelhantes, por exemplo: o escritório do advogado
fica na Avenida Paulista (não à Avenida Paulista) – a sede da empresa é na Rua Direita – reside em São
Paulo – reside no Morumbi, na Lapa etc.
- RESPONDER – Pode ser usado como intransitivo: só o eco responde (sentido de repetir o som, a voz).
No sentido de dizer ou escrever em resposta, pode ser usado como:
a) transitivo direto: ele não respondeu o que lhe foi perguntado (na passiva: a ofensa foi respondida à
altura);
b) transitivo indireto (em relação à pergunta): respondeu claramente ao questionário;
c) transitivo direto e indireto: ele respondeu ao proponente que não aceitava o negócio. No sentido de ser
ou ficar responsável, fazer as vezes, o objeto indireto é introduzido pelas preposições “a” ou “por”: ele
responde a inquérito – ele responderá pelos prejuízos causados.
- SUCEDER – Emprega-se como transitivo indireto: a paz sucede à guerra – o suplente sucedeu ao titular
– o filho sucede ao pai.
- VISAR – É transitivo direto quando significa “pôr o visto”, “mirar”: visar o passaporte – visar o alvo. É
transitivo indireto no sentido de objetivar, ter por fim: visar ao bem comum, visava a atingir a vitória, o
advogado redigiu uma petição visando a adiar a audiência.
7.Uso das maiúsculas
Vamos relembrar normas oficiais (Formulário Ortográfico) que regem o uso obrigatório de iniciais
maiúsculas:
1. Nomes de vias e lugares públicos: Rua Pamplona, Avenida Paulista, Praça João Mendes, Alameda
Santos;
2. Nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos e sociais: Igreja, Nação, Estado, Congresso
Nacional;
3. Nomes que designam artes, ciências ou disciplinas: Direito, Arquitetura, Letras, Filosofia, Estudos
Sociais;
4. Nomes que designam cargos, postos ou dignidades: Juiz de Direito, Desembargador, Ministro,
Governador;
5. Nomes de repartições, corporações, agremiações: Presidência da República, Assembléia Legislativa;
6. Nomes de fatos históricos importantes: Dia da Pátria, Natal, Dia da Independência;
7. Nomes de escolas, faculdades, cursos: Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo;
8. Expressões de tratamento ou reverência: Vossa Excelência, Senhor Ministro, MM. Juiz;
9. Nomes de leis, decretos etc: Lei nº 1.040/50, Decreto nº 10.162, Acórdão da 1ªCâmara do Tribunal de
Justiça;
10. Nomes próprios, títulos de livros e obras: Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, revista
Veja;
11. Nomes de regiões, países, cidades: Baixada Santista, Planalto Central, Países Baixos, região de
Campinas.
8. Uso das minúsculas
No caso de nome de obras, produções artísticas, literárias, científicas etc. as iniciais são
maiúsculas, mas devem ser escritas com iniciais minúsculas as palavras átonas constantes do interior do
título: Jornal da Tarde, Oito e Meio, Coração de Estudante, A Volta ao Mundo em 80 Dias.
Ou os casos: Governador do Estado, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Desembargador do Tribunal
de Justiça, Oficial de Justiça, Avenida João dos Santos, Rua do Ouvidor. Outros casos de minúsculas:
1. estações do ano, meses e dias da semana: outono, janeiro, dezembro, sábado, sexta-feira, domingo;
2. nomes próprios que se tornaram comuns: era o judas da turma; escolhido para cristo; virou um joão-
ninguém;
3. adjetivos pátrios e gentílicos, nomes de tribos indígenas: os brasileiros, os paulistas, os romanos, os
xavantes, os tucanos;
4. Decreto-lei: a inicial é maiúscula apenas no primeiro elemento (Decreto); o segundo elemento (lei)
escreve-se minúsculo;
5. Nomes de entidades folclóricas: saci, lobisomem.
6. Nos compostos em que o nome próprio é parte integrante de um substantivo comum: joão-de-barro,
castanha-do-pará, banho-maria, água-de-colônia (nesses casos, ligam-se as palavras por hífen);
Essas são, em resumo, as regras oficiais, do Formulário Ortográfico. Mas é bom lembrar que os jornais,
em geral, usam minúsculas para designar cargos, postos etc: O presidente da República, o governador do
Estado, o prefeito de Santo André. Embora aceitável essa prática, é melhor usar sempre maiúsculas, na
correspondência oficial, em documentos, sentenças, acórdãos, petições: O Presidente da República, o
Governador do Estado etc.