Curso de introducao ao candomble

stanleydomeniquini 78,581 views 158 slides Mar 28, 2012
Slide 1
Slide 1 of 158
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39
Slide 40
40
Slide 41
41
Slide 42
42
Slide 43
43
Slide 44
44
Slide 45
45
Slide 46
46
Slide 47
47
Slide 48
48
Slide 49
49
Slide 50
50
Slide 51
51
Slide 52
52
Slide 53
53
Slide 54
54
Slide 55
55
Slide 56
56
Slide 57
57
Slide 58
58
Slide 59
59
Slide 60
60
Slide 61
61
Slide 62
62
Slide 63
63
Slide 64
64
Slide 65
65
Slide 66
66
Slide 67
67
Slide 68
68
Slide 69
69
Slide 70
70
Slide 71
71
Slide 72
72
Slide 73
73
Slide 74
74
Slide 75
75
Slide 76
76
Slide 77
77
Slide 78
78
Slide 79
79
Slide 80
80
Slide 81
81
Slide 82
82
Slide 83
83
Slide 84
84
Slide 85
85
Slide 86
86
Slide 87
87
Slide 88
88
Slide 89
89
Slide 90
90
Slide 91
91
Slide 92
92
Slide 93
93
Slide 94
94
Slide 95
95
Slide 96
96
Slide 97
97
Slide 98
98
Slide 99
99
Slide 100
100
Slide 101
101
Slide 102
102
Slide 103
103
Slide 104
104
Slide 105
105
Slide 106
106
Slide 107
107
Slide 108
108
Slide 109
109
Slide 110
110
Slide 111
111
Slide 112
112
Slide 113
113
Slide 114
114
Slide 115
115
Slide 116
116
Slide 117
117
Slide 118
118
Slide 119
119
Slide 120
120
Slide 121
121
Slide 122
122
Slide 123
123
Slide 124
124
Slide 125
125
Slide 126
126
Slide 127
127
Slide 128
128
Slide 129
129
Slide 130
130
Slide 131
131
Slide 132
132
Slide 133
133
Slide 134
134
Slide 135
135
Slide 136
136
Slide 137
137
Slide 138
138
Slide 139
139
Slide 140
140
Slide 141
141
Slide 142
142
Slide 143
143
Slide 144
144
Slide 145
145
Slide 146
146
Slide 147
147
Slide 148
148
Slide 149
149
Slide 150
150
Slide 151
151
Slide 152
152
Slide 153
153
Slide 154
154
Slide 155
155
Slide 156
156
Slide 157
157
Slide 158
158

About This Presentation

No description available for this slideshow.


Slide Content

 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
AO 
 
 
CANDOMBLÉ 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
ILÊ AXÉ OXOSSI E OXALÁ  
 
 
 
JULHO DE 1994 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
Esta modesta contribuição ao nosso amado Candomblé  eu dedico àqueles que a prestigiarem 
com sua leitura e críticas construtiva e a todos àqueles que tornaram possível sua realização. 
 
 
 
 
 
Em especial: 
 
 
 
Meu Pai,     AGUINALDO DE OXOSSI , 
 
 
 
Minha Mãe,    IZETE DE OXUM , 
 
 
 
Meus Pais de Santo,  JOÃO BOSCO e LURDES DE OBALAUAÊ , 
 
 
 
Meu Babakekerê,   ALEFÁ, 
 
 
 
Ao meu amor,  WALKINHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos amigos que me inspiraram, como professores e me stres, meu agradecimento especial à 
FERNANDES PORTUGAL e FÁTIMA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos  
 
 
Aos meus irmãos: Alexandre, 
 
Richard e Renato. 
 
À querida Hellen e a Janaína. 
 
Aos amigos queridos: 
 
Walker 
 
Branca 
 
Walma 
 
Nina 
 
Ana Nascimento 
 
Aída de Xangô 
 
Yundia ( Regina ) 
 
Maria Gorda 
 
Ana de Oxalá 
 
Bomboxé 
 
Biau e Cleunice 
 
Gílio e família 
 
Nevinha 
 
Neuzi e sua amiga 
 
Dani 
 
Joel e esposa 
 
Dona Maria 
 
E aos demais Irmãos e crianças do Ilê Axé Oxossi e Oxalá 

 
 
 
 
     
MÓDULO  I 
 
 
I – Cargos no Barracão 
 
II – Termos e nomes no rito 
 
III – A dança dos Orixás 
 
IV – Tipos de Ejé que existem 
 
V – Tipos de mediunidade 
 
VI – Comportamento do Filho-de-santo 
 
VII – Eleké 
 
VIII – Lôorogun 
 
IX – Termos e palavras em Yorubá 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
HISTÓRICO 
O Candomblé é uma religião originária da África, trazida ao Brasil pelos negros escravizados na época 
da colonização brasileira. A presença das religiões africanas é uma conseqüência imprevista do tráfico 
dos escravos, que determinou a afluência de cativos Gegês e Nagôs (Daomeanos e Yorubás), trazidos 
da Costa dita dos Escravos e desembarcados, principalmente, na Bahia e em Pernambuco.  
A extraordinária resistência oposta pelas religiões africanas às formas de alienação e de extermínio 
haveria de surpreender. A religião foi tolerada porque os senhores julgavam as danças e os batuques 
simples divertimentos de negros nostálgicos, úteis para que eles guardassem a lembrança de suas 
origens diversas e de seus sentimentos de aversão recíproca.  
O Candomblé se difundiu no Brasil no século passado, com a migração de africanos como escravos 
para os senhores de terra. A população escrava no Brasil consistia quase totalmente de negros de 
Angola. No momento da chegada dos nagôs, um século  e meio de escravidão havia passado, 
distribalizando o negro e apagando seus costumes, crenças e sua língua nacional. Mas o elemento 
africano, resistiu e criou uma forma de cultuar seus deuses através do sincretismo com os santos 
católicos.  
Mesmo levando em conta a pressão social e religiosa, era relativamente fácil para os escravos, na 
sonolência geral, reinstalar na Bahia as crenças e práticas religiosas que trouxera da África, pois, a 
igreja católica estava cansada do esforço despendido na criação de irmandades de negros como 
tentativa de anular toda sua cultura, mas todos os meses novas levas de escravos, adeptos ao culto 
aos Orixás, desembarcavam na Bahia.  
Por volta de 1830 três negras conseguiram fundar o primeiro templo de sua religião na Bahia, 
conhecida como Ylê Yá Nassó, casa da mãe Nassó. (Na ssó seria o título de princesa de uma cidade 
natal da costa da África). Esta seria a primeira a resistir às opressões católicas, desta casa se originam 
mais três que sobrevivem até hoje e que fazem parte do grande Candomblé da Bahia, sendo elas: O 
Engenho velho ou Casa Branca, Gantóis, cuja ilustre dirigente foi mãe menininha do gantóis (falecida 
em 1986) e do Alaketu.  
Os Candomblés se diversificaram desde 1830, a medid a que a religião dos nagôs se firmava, primeiro 
entre os escravos e for fim, no seio do povo. Hoje há quatro tipos de Candomblé ou Candomblé de 
quatro nações: Kêtu (povo nagô), Jêje (povo nagô, mas obedientes a uma outra cultura), Angola-
congo (povo bantu, este culto é mais abrasileirado) e de caboclo (cultuam mais os caboclos, mistura-se 
com a Umbanda).  
O Candomblé baseia-se no culto aos Orixás, deuses oriundas das quatro forças da natureza: Terra, 
Fogo, Água e Ar. Os Orixás são, portanto, forças energéticas, desprovidas de um corpo material. Sua 
manifestação básica para os seres humanos se dá por meio da incorporação. O ser escolhido pelo 
orixá, um dos seus descendentes, é chamado de elegu m, aquele que tem o privilégio de ser montado 
por ele. Torna-se o veículo que permite ao orixá voltar à Terra para saudar e receber as provas de 
respeito de seus descendentes que o evocaram. Cada  orixá tem as suas cores, que vibram em seu 
elemento visto que são energias da natureza, seus animais, suas comidas, seus toques (cânticos), suas 
saudações, suas insígnias, as suas preferências e suas antipatias, e aí daquele que devendo obediência 
os irrita.  
A síntese de todo o processo seria a busca de um equilíbrio energético entre os seres materiais 
habitantes da Terra e a energia dos seres que habitam o orum, o suprareal (que tanto poderia 
localizar-se no céu - como na tradição cristã - como no interior da Terra, ou ainda numa dimensão 
estranha a essas duas, de acordo com diferentes visões apresentadas por nações e tribos diferentes). 
Cada ser humano teria um orixá protetor, ao entrar em contato com ele por intermédio dos rituais, 
estaria cumprindo uma série de obrigações. Em troca, obteria um maior poder sobre suas próprias 
reservas energéticas, dessa forma teria mais equilíbrio.  
Cada pessoa tem dois Orixás. Um deles mantém o stat us de principal, é chamado de orixá de cabeça, 
que faz seu filho revelar suas próprias características de maneira marcada. O segundo orixá, ou ajuntó, 
apesar de distinção hierárquica, tem uma revelação de poder muito forte e marca seu filho, mas de 
maneira mais sutil. Um seria a personalidade mais visível exteriormente, assim como o corpo de cada 
pessoa, enquanto o outro seria a face oculta de sua personalidade, menos visível aos que conhecem a 
pessoa superficialmente, e às potencialidades físicas menos aparentes.  
Como qualquer outra religião do mundo, o Candomblé  possui cerimoniais específicos para seus adeptos 
porém, esses ritos mostram singularidades especialíssimas, como a leitura de búzios (um primeiro e 
ocular contato com os Orixás), a preparação e entrega de alimentos para cada uma das entidades ou 
as complexas e prolongadas iniciações dos filhos-de-santo. Através da observância desses 
procedimentos é que o Candomblé religa os humanos a os seres astrais, proporcionando àqueles o 
equilíbrio desejado na existência.  
 

O CANDOMBLÉ a uma estrutura de culto às forças da n atureza, a um hino à vida como Eterno 
Movimento, que se manifesta nas danças, nas cores dos ORIXÁS, nos alimentos sacramentais. Ritual 
comunitário de cantos, danças e alimentos sagrados na sua forma pública, o Candomblé é 
sacramentado pelo Pai ou Mãe de Santo, pelos Filhos de Santo, pelos tocadores de atabaque (OGAN), 
que entoam os cantos sagrados possibilitando a vinda do ORIXÁ, com a participação da comunidade 
dos mais velhos às criancinhas. Todos cantam e saúdam os ORIXÁS, executam a dança sagrada, num 
hino à Alegria, Amor e Partilha. 
O CANDOMBLÉ se expressa nos terreiros ou roças, ond e se cultuam os ORIXÁS e os ancestrais 
ilustres. O terreiro contém dois espaços, com características e funções diferentes: (a) um espaço 
urbano, construído, onde se dá a dança; (b) um espaço virgem (árvores e uma fonte, equivalentes à 
floresta africana), que é considerado sagrado. 
O chefe supremo do terreiro é o BABALORIXIÁ ou IYAL ORIXÁ (pai ou mãe que possuem o 
ORIXÁ). Eles são detentores de um poder sobrenatura l - o AXÉ, a força propulsora de todo Universo. O 
AXÉ impulsiona a prática sagrada que, por sua vez, realimenta o AXÉ, pondo todo sistema em 
movimento. O AXÉ sendo principio e força é neutro. Transmite-se, aplica-se e combina-se aos 
elementos naturais, que contam e expressam o AXÉ do  terreiro, que pode ser: (a) o AXÉ de cada 
ORIXÁ, realimentado através das oferendas e da ação ritual; (b) o AXÉ de cada membro do terreiro, 
somado ao do seu ORIXÁ, recebido na iniciação, mais o AXÉ do seu destino individual (ODU) e o 
herdado dos próprios ancestrais; (c) o AXÉ dos antepassados ilustres. 
O AXÉ como força pode diminuir ou aumentar dependen do da prática litúrgica e rigorosa 
observância dos deveres e obrigações. A força do AXÉ é contida e transmitida através de elementos 
representativos do reino vegetal, animal e mineral (oferendas) e podem ser agrupados em três 
categorias: (a) sangue vermelho do reino animal (sangue), vegetal (azeite de dendê) e mineral 
(cobre); (b) sangue branco do reino animal (sêmen, a saliva), vegetal (seiva), mineral (giz); (c) 
sangue preto do reino animal (cinzas de animais), vegetal (sumo escuro de certos vegetais) e mineral 
(carvão, ferro). Estes três tipos de sangue, por onde veicula o AXÉ, com sua coloração, vai determinar 
a fundamental importância da cor no culto. Resumindo: o AXÉ é, portanto, um poder que se recebe, 
partilha-se e distribuí-se através da prática ritual, da experiência mística e iniciática, conceitos e 
elementos simbólicos servindo de veículo. É a força do AXÉ que permite que o ORIXÁ venha e realize-
se. 
A existência transcorre em dois planos: o AIYE (mundo, habitação do homem) e o ORUN (além, 
habitação dos ORIXÁS, mundo paralelo ao mundo real,  que coexiste com todos os conteúdos deste). 
Cada indivíduo, árvore, animal, cidade etc, possui um duplo espiritual e abstrato no ORUN. Os mitos 
revelam que, em épocas remotas, o AIYÉ e o ORUN est avam ligados, e os homens podiam ir e vir 
livremente de um local a outro. Houve, porém, a violação de uma interdição e a conseqüente 
separação e o desdobramento da existência. Um mito  da criação nos conta que nos primórdios, nada 
existia além do ar. Quando OLORUN começou a respira r, uma parte do ar transformou-se em massa de 
água, originando ORIXALÁ - o grande ORIXÄ FUNFUN do  branco. O ar e as águas moveram-se 
conjuntamente e uma parte deles transformou-se em b olha ou montículo uma matéria dotada de forma 
- um rochedo avermelhado e lamacento. OLORUN soprou  vida sobre ele e com seu hálito deu a vida a 
EXU, o primeiro nascido, o procriado, o primogênito do Universo. 
 
OLORUN abrange todo espaço e detém três poderes que  regulam e mantém ativos a existência 
e o Universo: IWÁ, que permite ao Universo genérico o ar, a respiração; AXÉ, que permite a existência 
advir dinâmica; ABÁ, que outorga propósito e dá direção. Ou como diz o poeta Moraes Moreira em 
"Pensamento Ioruba": Para tudo ser tem que ter IWA. Para vir a ser tem que ter AXÉ. Para o sempre 
ser tem que ter ABÁ 
Ao combinar esses três poderes de forma específica, OLORUN transmite-os aos IRUNMALÉ, 
entidades divinas que remontam aos primórdios de un iverso, encarregados de mantê-las nas diferentes 
esferas de seu domínio. Os IRUNMALÉ seriam em númer o de seiscentos, quatrocentos da direita (os 
ORIXÁS, detentores dos poderes masculinos) e duzent os da esquerda (os EBORAS, detentores dos 
poderes femininos). Os ORIXÁS são massas de movimen tos lentos, serenos, de idade imemorial. Estão 
dotados de um grande equilíbrio que controlam as relações do que nasce, do que morre, do que é 
dado, do que deve ser resolvido. São associados à Justiça e ao equilíbrio, principio regulador dos 
fenômenos cósmicos, sociais e individuais. 
Vimos que quando OLORUN começou a respirar, gerou O RIXALÁ e EXU, o procriado. Na 
qualidade de procriado, EXU não pode ser isolado nem classificado em qualquer categoria. Minha 
homenagem ao meu BARA! Nestes escritos sobre os ORI XÁS, EXU com seu perfil psicológico e o tipo 
determinante dos seus filhos, abrirão os caminhos sendo o primeiro a ser evocado. 
 
 
 

I – CARGOS NO BARRACÃO  
 
 
O candomblé é uma seita de origem africana na qual se presta culto aos Orixás. Chegou ao 
Brasil através dos negros africanos, que para cá vieram como escravos, mas trouxeram consigo o AXÈ 
dos ORIXÀS e a forma de cultuá-los, o que foi o princípio do que até hoje é praticado. 
 
A hierarquia no Egbé (barracão) é fundamentada no tempo de iniciação no culto, obrigações 
realizadas (“tempo de santo”), qualidade do Orixá, sexo do filho-de-santo e, especialmente, pela 
indicação do Babalorixá, que o fará segundo a determinação dos Orixás. 
 
 
A seguir relacionam-se alguns cargos no culto: 
 
ATÔ-AXOGUN:  Sacrificador de animais de dois pés. 
 
AXOGUN: Sacrificador de todo tipo de animais. 
 
ABAXÉ: Pessoa que ajuda na cozinha, ou cuida das crianças enquanto as mães estão 
ocupadas. 
 
IYÁ-BASSU: Pessoa responsável pela cozinha. 
 
EBÂMI ou EBÔMI: Após sete anos como Iaô, ofertadas as obrigações devidas, o iniciado é 
levantado EBÔMI. A situação do Iaô que passa à ebôm i é modificada, pois ao receber o DEKÀ (cuia do 
axé), poderá iniciar outras pessoas, assumindo a direção de outro barracão. Caso não assuma tais 
responsabilidades e continue na mesma casa, assumir á funções específicas como Mãe-Pequena ou Pai-
Pequeno, organizador de rituais, etc... 
 
IYÁ-KEKERÊ: Substituta da YALORIXÁ, também conhecida como Mãe- Pequena 
 
EKEDE: Cuida dos assentamentos e quartinhas do Babá, ajuda a Mãe-Criadeira, transmite 
ensinamentos soa Abiãs e zela pelos Orixás durante os rituais. 
 
DAGàe OSSIDAGÃ: Despacham o padê e determinadas oferendas a Exu. 
 
IYÁ-TEBEXÉ: Dirige o canto, obedecendo às normas do ritual. 
 
MÃO-DE-OFÁ: Conhece e colhe as ervas do culto aos Orixás. 
 
IABÁ (IYÁBÁ): Cozinheira do culto aos Orixás. 
 
TIBONÃ: Fiscal das cerimônias. 
 
OGÃ: Significa padrinho. 
 
ALABÊ: Tocador de atabaques. 
 
OGÃNILÛ: Chefe dos alabês, os quais dirige sob ordem direta do Babalorixá. 
 
TÁTA: Quando o Babalorixá atinge 21 anos de atividade no seu Egbé é proclamado TÁTA 
(Grande Pai). Nesse caso, ele pode escolher um filho para substituí-lo, este passará à ser Babalorixá, 
dando ao Táta oportunidade de elevar-se. 
 
 
VODUNCES: Poucos conseguem atingir esse grau, devido às exigências, especialmente de 
tempo que é de 50 anos de culto ou Chefia. 
 
 
DENOMINAÇÕES DE ZELADORES: 
 
BABALAWÔ: Pai de Segredo 

 
BABALORIXÁ:  Pai de Orixá 
 
BABALAXÉ: Pai da Força 
 
BABALADÊ: Pai da Coroa 
 
BABAOXÉ: Pai do Axé 
 
BABAEWÉ: Pai da Folha 
 
BABAODÊ: Pai da Navalha 
 
BABAKEKERÊ: Pai Pequeno 
 
BABAEFUM: Pai da Pintura do Iaô. 
 
 
 
II – TERMOS E NOMES NO RITO 
 
 
Conforme dissemos, o candomblé no Brasil tem origem  africana, sendo assim, utiliza termos 
e nomes cuja tradição, mantém em uso corrente no cu lto. 
 
A seguir, citamos alguns termos e nomes de uso freqüe nte: 
 
ATABAQUES: 
     
    RUM: É o maior deles, pertence ao Orixá dono do ILÊ. 
 
    RUMPI: Menor que o Rum, seria o de tamanho médio. 
 
    LÊ: É o menor entre os três. 
 
    ILÛ: Pequeno atabaque usado na nação IJEXÁ. 
 
AKIDAVÍ ( AGHIDAVÍ): É o nome dado às varas com que se toca os atabaque s. 
 
AXÉ: Princípio e poder de realização. Força que dá o movimento, sem ele tudo estaria 
paralisado. É a fonte que torna possível a renovação da vida. Pode ser transmitido através de comidas 
e bebidas ou pelo contato, já que pode ser transmitido a objetos e seres humanos. 
Para que o Agbé possa atender à sua função de vê ter AXÉ. Para isso o “plantamos”, ou 
seja, fazemos símbolos que representam pontos de cu lto do axé. Uma vez plantado, se fortifica 
combinando todas as formas nele existentes: 
 
(a) O Axé de cada Orixá, obtido através de oferendas, bori e iniciação. 
(b) O Axé de cada membro do terreiro (Egbé), somado com  os de seu Orixá, através de um 
elo de ligação entre o filho-de-santo e o Orixá (Cuidado com os assentamentos e zelo 
pelas coisas do Orixá, além de respeito pelos irmãos e Babalorixá. 
 
(c) O Axé dos antepassados do Egbé, seus ilustres mortos, cujo poder é acumulado e 
mantido ritualmente nos assentamentos do ILÊ-IBÓ OK U. 
 
EWÓ: São cuidados com oque o filho-de-santo come e faz, afim de não agredir ao Orixá (é o 
mesmo que quizila). Quem desobedece pode ter as mai s variadas reações, tais como: enjôos, 
problemas materiais, espirituais, etc... 
 
ADÔXU: Nome dado às pessoas iniciadas no culto aos Orixás (Oxú). Pequeno cone feito de 
ervas e outros axés, colocados no alto do Ori do Iaô. 
 
ATAKÂN: Pano que envolve o peito da filha-de-santo quando está incorporada pelo Orixá. 

 
AGOGÔ: instrumento de ferro com dois sinos, badalo, superpostos, um menor que o outro, 
donde se tira som batendo-se com um pedaço de ferro . 
 
ADJÁ: Sinos de metal, usados pelos zeladores para chamar os orixás. 
 
ABIÃ: São filhos ou filhas-de-santo que ainda não se iniciaram, ou seja, não nasceram. 
 
AJUNTÓ ou JUNTÓ: É o segundo Orixá que comanda a pessoa junto com o  seu Orixá 
assentado no Ori no dia de sua feitura. 
 
ABASSÁ: Salão onde se realizam as cerimônias públicas do candomblé. 
 
AYÊ: Terra (planeta). 
 
ORUN: Além do céu. 
 
ILÊ: Terra (chão). 
 
ILÉ: Pombo. 
 
Exemplos:    ILÊ-AXÉ: Casa privada destinada ao recol himento do Iaô. 
 
      ILÊ-IBÓ OKU: Casa onde são adorados os mortos e  onde se encontram 
seus assentamentos. O local deve ser guardado por sacerdotes preparados para este mistério. É 
separado do resto do terreiro (Egbé), sendo conhecida também como ILÊ ISINMI. 
 
EGBÉ: Nível, perto, roça-de-santo, terreiro. 
 
EJÉ: Sangue. 
 
ILARE: brado de guerra do Orixá, erradamente chamado “ilá”. 
 
ILÁ: Quiabo. 
 
ADOBALE: Bater cabeça ao Orixá. 
 
DIDÊ: Levantar. Exemplo: “Didê Orixá!” 
 
JOKÔ: Sentar. 
 
ADUPÉ ou DUPÉ: Obrigado. Exemplo: “Adupé lowó Olorum” (obrigado à  Olorum, agradeço 
à Olorum) 
 
DIJINA ou DJINA: Nome da iniciada ou iniciado. 
 
IRUNMALÉ ou IRUNMOLÉ: São aqueles que habitam o Orum, também chamados 
Irunmolés e ARA_ORUM. Usa-se essa terminologia dura nte as invocações, no começo dos rituais, como 
por exemplo: “Awom irinwó Irunmolé ojû kofun” (Os q uatrocentos Irunmolés do lado direito e os 
duzentos do lado esquerdo). 
 
OSIWAJU: O primeiro cargo, primeiro Orixá para os Yorubás (Oduduwa e Oxalá). Na Bahia 
Ogum, Exu, e Oxossi. 
 
OSI: Lado esquerdo. 
 
OTUM: Lado Direito. 
 
ORI: Cabeça. 
 
 
PARTES EM QUE SE DIVIDE O ORI: 

 
  ORI: Centro da cabeça. 
 
 ÔJU-ORI: Parte da frente. 
 
 IKÔKO ORI: Parte de trás. 
 
 OPÁ OTUM: Lado direito. 
 
 OPÁ OSI: Lado esquerdo. 
 
IBORI ou BORI: É a cerimônia realizada dentro do culto para adoração à cabeça (ori). São 
oferecidos sacrifícios ao ORI-INU e ao IGBÁ-ORI da pessoa. Durante este ritual, quaisquer que sejam 
as oferendas devem ser dadas à cabeça. Todos deverã o comer obi. 
 
O OBI E SUA IMPORTÂNCIA: 
 
O Obi é um fruto africano, produtor da noz de cola.É utilizado em quase todas as oferendas 
(cerimônias). É o primeiro oferecimento que se faz à cabeça antes de qualquer obrigação. Pode ser 
oferecido inteiro ou triturado pelos dentes. A massa mastigada é oferecida aos quatro lados da cabeça 
e ao centro. 
 
SAUDAÇÃO AO ORI: 
 
“ Ori pele atete miran 
atete gbeni kòósá 
ko sòósa tu danil gbé 
léyin ori eni ori pélé 
ori aloiye eni oriba 
gboboo re re yo sebe 
kó yó sésé” 
OJÚ-ORUN: O céu. 
 
ORUPIN: Cargo de todos os axés das obrigações do Iaô. 
 
OTÁ: Pedra do Santo. 
 
Cuidados com o Otá: 
 
- Não lavá-lo com sabão, esponja e similares; 
 
- Não mudar sua posição; 
 
- Limpá-lo com farinha de acaçá; 
 
- Pode-se colocar o sumo das ervas do Axé do Orixá; 
 
- Recomenda-se rezar para o Orixá durante o ossé; 
 
- Colocar somente o necessário, sem exageros; 
 
- Transmita a ele somente energias positivas; 
 
- Evite que outras pessoas zelem por ele, a obrigação é sua. 
 
 
PAÓ: Bater de palmas ritmado e específico, para demonstrar respeito, reverência e 
submissão. Representa o ato de despertar os Orixás, usado antes e depois das 
incorporações, oferendas, etc... 
 
IPADÊ ou PADÊ: Significa ato de reunir. Trata-se de cerimônia pública realizada no início 
de qualquer festividade (de saída de Iaô ao Axexê). 

 
No Ipadê é oferecido a Exu:  
 
OMI (água): que é a oferenda por excelência 
 
I EFUN (farinha): caracteriza abundância 
 
EPÔ (dendê): poder de gestação, ação 
 
OTÍ (cachaça): bebida destilada de sua preferência 
 
OYIN (mel): beleza, energia 
 
AKAÇA: pasta feita com milho branco, enrolado na folha de bananeira (alternativo), é 
feito ao por do sol. 
 
 
 
 
Observação: Tipos de toques executados nas cerimônias 
 
ALUJÁ: Toque predileto do Orixá XANGÔ. 
 
OPANIJÉ: Toque específico de OBALUAÊ. 
 
AGUERÊ: Toque cadenciado com duas em duas variações, uma  para OXOSSI e outra 
para OYÁ, mais conhecido como “Quebra-pratos”. 
 
ADARRUM: Toque muito rápido e contínuo, usado para chamar os Orixás às cabeças dos 
filhos. 
 
BOLONÃ: Toque para bolar. 
 
 
  III – A DANÇA DOS ORIXÁS 
 
As chamadas danças ritualísticas são em forma de círculo ou semicírculo (metade de um 
círculo), ao redor de algum símbolo, acompanhada de sons que representam a natureza viva 
(ar, fogo, animais, vento, chuva tempestade, etc...), havendo uma harmonia entre o 
componente da roda e a natureza, junto aos astros. 
 
O CÍRCULO simboliza o movimento dos astros, o poder de renovação junto à força 
espiritual. 
 
As CANTIGAS encantam os Orixás que estão relacionados aos astros. 
 
Os PASSOS E GESTOS  representam as características do Orixá. 
 
Exemplo: 
 
A dança de OGUM simboliza a luta, desbravamento de  caminho; 
 
A dança de NANàrepresenta o embalo de uma criança;  
 
A de OXOSSI figura a caça; 
 
A de LOGUN mudança; 
 
A dança de BESSÉM representa o arco-íris, céu e terra, a serpente (AIDÃ); 
 
INHASàrepresenta em sua dança os movimentos de des pachar Egum, dominá-los, 
espalhar o vento; 

 
OPARÁ o ato ou ação de por fogo no mato; 
 
XANGO figura a corte, o bater do pilão e 
 
OXALÁ os movimentos do pombo. 
 
 
  IV – TIPOS DE EJÉ QUE EXISTEM  
 
IV . 1 – SANGUE VERMELHO: 
 
REINO ANIMAL:  Corrimento menstrual, sangue humano e sangue de ani mais. 
 
REINO MINERAL:  Cobre, bronze, etc... 
 
 
IV . 2 – SANGUE BRANCO: 
 
REINO VEGETAL:  Seiva, sumo, álcool e as bebidas brancas extraídas das palmeiras e 
alguns vegetais. 
  IYÊROSUN –  pó branco extraído do IRÔSUN. 
  ORI –  MANTEIGA VEGETAL. 
 
REINO MINERAL:  Sais, giz, prata, chumbo, platina, etc... 
 
 
IV . 3 – SANGUE PRETO: 
 
REINO ANIMAL: Cinza de animais, fósseis, petróleo 
 
REINO VEGETAL:  Sumo escuro de certos vegetais como o ILÚ ÍNDICO,  extraído de 
diferentes tipos de árvores. 
 
 
  V – OS TIPOS DE MEDIUNIDADE: 
 
MÉDIUM CONSCIÊNTE: É aquele em que a manifestação não toma por complet o seus 
sentidos, independentemente do tipo de entidade que esteja se manifestando (Preto-Velho, 
Caboclo, Orixá). Ele escuta, enxerga, mas não tem controle sobre seus sentidos. 
 
MÉDIUM CONSCIÊNTE DE FORMA PARCIAL: Parte dos acontecimentos ficam 
registrados outros não, a entidade se encarrega de limpar sua memória. A maior parte dos 
médiuns está neste nível. 
 
MÉDIUM INCONSCIENTE: Acontece de forma mais limitada, são raros os casos, pois 
envolve todo um aspecto físico, emocional e significa que este conseguiu um controle do seu 
interior, entrando em transe completo. 
 
 
  VI – COMPORTAMENTO DO FILHO-DE-SANTO, REGRAS BÁSICA S: 
 
• Ao entrar no portão saudar Exu: “ Laroiê Exu ! Peço licença ! “ 
 
• Ogum: “ Ogum Patacory ! Ogum Jacy Jacy ! ” 
 
• Ir até a árvore de Bará 
 
• Cumprimentar Ossanhe 
 
• Cumprimentar Tempo 
 

• Cumprimentar Oxossi 
 
• Cumprimentar o seu Orixá 
 
• Reverenciar o assentamento de seu Egbé 
 
• Pedir a Benção do seu Babá e da sua Yiá 
 
• Cumprimentar seus irmãos 
 
• Nunca chegar da rua dando notícias boas ou ruins, sem aguardar uma oportunidade 
conveniente 
 
• Não fumar durante as obrigações nem perto das oferendas 
 
• Não entrar na cozinha onde se prepara as oferendas para os Orixás, sem tomar 
banho e descansar da rua 
 
• Evitar certos tipos de assuntos 
 
• Quando duas ou mais pessoas com tempo de santo esti verem conversando, não 
entrar sem ser chamado nem cortar o assunto, ou mes mo passar sem pedir licença 
 
• Durante as rezas ficar deitado de cabeça baixa. 
 
Com essas medidas simples estarás honrando teu Orix á, a casa onde ele está assentado, o 
teu Babá, a tua Tia, além de estar ensinando aos mais novos que respeito é o primeiro sinal de amor e 
de força espiritual. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
  1 – Quando falamos de cumprimentar os Orixás ou sa udá-los, falamos em pedir licença para 
que através das saudações, do paó, Exu nos olhe com bons olhos e transmita ao Orixá que chegamos. 
Assim, parte das energias negativas que adquirimos no dia-a-dia seja encaminhada pelos 
coordenadores das energias negativas. 
  Esta regra se aplica também, antes de entrarmos na  casa de Exu, Orixá, Ronco, Ilê Ibó Oku. 
Deve-se bater na porta 3 vezes a dar paó. Tal atitude faz com que evitemos tomar sustos ou vermos 
coisas indesejáveis, uma vez que estamos desrespeitando o Ilê do Orixá. 
  Paó significa despertar o Orixá, para que ele venh a ao nosso encontro e receba nossa 
homenagem. No momento em que estamos emitindo sons,  estamos fazendo um elo de ligação entre 
nós e o Orixá. 
 
  2 – Para colher essabas, deve-se proceder da segui nte forma: 
 
• Saudar Ossanhe 
 
• Saudar Omulú, senhor da terra 
 
• Bater paó 
 
• Pedir ago ao orixá 
 
• Agradecer 
 
• Nunca retirar essabas após as 18: h, fazendo-o somente em casos de extrema 
necessidade, principalmente se você não estiver preparado. 
 
 
 
VII – ELÉKÉ 
 

Elékés são fio de conta diferentes do Delogun, usados por aqueles que já possuem 
determinado tempo de iniciação. Cabe destacar que delogun é usado pelos iniciados recentes. 
 
O eleké indica a hierarquia no culto e fornece uma identificação com o Orixá. A tradição 
exige adoração e respeito por estes elementos que não são bijuterias ou adornos, mas possuem 
para nós a mesma importância que terço na Santa Igreja Católica. 
 
Suas cores podem variar de acordo com a nação, o tipo e a qualidade do orixá, cuja 
representação é dada a seguir: 
 
EXÙ: preto, vermelho e todas as demais cores em pequena  proporção. 
 
OGUN: Azul-marinho, verde e branco. 
 
OXOSSI: Azul claro, verde e branco. 
 
OSSANHE: Verde musgo, branco e amarelo. 
 
OMOLÚ: Preto, branco, marrom, vinho e coral. 
 
OXUM: Amarelo, salmão, rosa, azul, branco, dourado. 
 
OYÁ: Vermelho, branco, rosa e cobre. 
 
YEMONJÁ: Azul em todas as tonalidades, branco e prateado. 
 
BESSÉM: Amarelo, verde e as cores do arco-íris. 
 
NANÃ: Branco, lilás e rosa. 
 
OXALÁ: Branco. 
 
IBEJI: Todas as cores, menos preto. 
 
 
Existem cerimônias que são de grande importância para a consagração do eleké, como 
por exemplo a LAVAGEM, que consiste em retirar as impurezas físicas e astrais. 
 
No ritual da lavagem utilizam-se efusão de ervas (quinadas), que devem ser preparadas 
por sete moças virgens, de preferência crianças. Enquanto as moças quinam as ervas em uma 
grande bacia, os filhos da casa formam uma roda ao redor delas, rezam e batem paó. 
 
Para esta cerimônia solene, todos devem estar de corpo limpo e respeitosamente lavar 
seu eleké, sacando-o em seguida com uma pequena toa lha branca. Devem ser acendidas velas para 
todos os Orixás. 
 
O período mais propício para esta cerimônia é o das águas de Oxalá ou final de ano. 
 
 
  VIII – LOÔROGUN 
 
O Lôorogun é uma cerimônia fechada, ou seja, soment e participam os filhos da casa. 
Consiste no “fechamento” do Egbé durante a Quaresma . Este ritual evita que forças negativas 
atinjam o Egbé e os filhos-de-santo, que deverão permanecer resguardados durante este período. 
 
Para que se realize o Lôorogun são necessários os seguintes procedimentos: 
 
- Todos devem chegar cedo ao Egbé e tomar o banho de  costume; 
 
- É indispensável a participação de todos os filhos-de-santo; 
 
- Preparar um grande Ebó com todos os tipos de comida ; 

 
- Agradar Exu e Egun; 
 
- Todos deverão agradecer seus Orixás e; 
 
- Todos os Orixás deverão permanecer acesos durante a  quaresma. 
 
 
É evidente que todo Egbé possui seu ritual próprio e isto de ser respeitado. 
 
A realização do Lôorogun é indispensável em um Egbé ,pois o Axé é a fonte da realização 
e do poder e uma vez abalado todos serão atingidos e responsáveis. Se o indivíduo se diz 
filho-de-santo, às vezes com orgulho exagerado, deve saber que possui direitos e 
OBRIGAÇÕES. 
 
O final desta cerimônia é marcado pela manifestação de todos os Orixás nos filhos-de-
santo, que são a seguir recolhidos ao Roncó, de onde sairão com as respectivas folhas de 
cada Orixá incorporado na palma da mão e comidas cr uas dentro de uma sacola branca de 
murim. 
 
Na saída dos Orixás canta-se: 
  “O Lôorogun eu 
  O lôorogun já já 
  Acajá loni ago man sãn 
  O loôrogun já já”. (Bis) 
Os Orixás fazem um sacudimento em todos os presente s e distribuem as comidas. Os 
Ogãs e todas as demais pessoas que não estão incorporadas retiram os enfeites do Barracão 
e colocam em um cesto junto com as folhas que foram  usadas no sacudimento. Tudo será 
despachado em lugar determinado pelo Babá. 
 
Todos deverão levar flores para ofertar aos Orixás após a realização do sacudimento. 
 
 
  IX – TERMOS E PALAVRAS EM YORUBÁ  
 
NÚMERAÇÃO EM YORUBÁ  
 
1 : Éni, Ókan 
 
2 : Êji 
 
3 : Etá 
 
4 : Erin 
 
5 : Árun 
 
6 : Éfá 
 
7 : Êjê 
 
8 : Ejó 
 
9 : Ésan 
 
10 : Éwá 
 
11 : Ókanlá 
 
12 : êjilá 
 
13 : Étalá 
 
14 : Érinlá 
 
15 : Édogun 
 
16 : Érindi lógun 
 
17 : Étadilogun 
 
18 : Egidilogun 
 
19 : Ókandilogun 
 
20 : Ôgun 
 
 
Goma : ódá 
 
Azeite : epô 
 
Anil : Ilú 
 
Milho : agbádô-óká 
 
Pimenta : atá 
 
Pimenta da costa : ataré
 
 
 
 
 
 

NOME DE ANIMAIS:  
 
Boi ou varão : málú, akô 
 
Ovelha : agutan, abô-agutan 
 
Águia : idi 
 
Cabra : agbárigbá, ewré 
 
Avestruz : ôgôngô 
 
Carne de vaca : eranlá 
 
Jibóia : êré 
 
Gato : ôlogbô,   ifé, 
olofu 
 
Jacaré : ôni kadá 
 
Pato : pépeiyé, pekeié, 
apepeié 
 
Cachorro : aja, ajaú, adiaia 
 
Porco : eledé,   aledá, 
ledé 
 
Galo : akukó,   akokorô, 
uabaodié 
 
Cupim : ikan 
 
Sapo : ópoló, xenimi, 
xenifidam 
 
Veado : agburim 
 
Elefante : erim, 
adjiniju,zamba 
 
Caracol : igbin 
 
Coelho : ehrôrô 
 
Coruja : owiwi 
 
Abelha : agbón 
 
Andorinha : olopandédé 
 
Leão : kiniu, koji 
 
Mosca : êxinxin 
 
Camaleão : agemó 
 
Bode : ôlubé, ôuko 
 
Peru : tolótoló, taleu-taleu 
 
Esquilo : ókéré 
 
Formiga : káriká, êrá 
 
Gavião : auôdi 
 
Cavalo : exin, exie-atabexi 
 
Borboleta : labálabá 
 
Galinha : adié, uabaodié 
 
Pombo : eiyêle 
 
Rabo de cavalo : éru exin 
 
Abutre : gunungun 
 
Cordeiro : odó agutan 
 
Caramujo : okotó 
 
Égua : abô axin 
 
Gaivota : adie ôdô 
 
Carneiro  : abô, oubikó, eran 
 
Galinha d’angola : coquem, 
sacuê 
 
Vaca :   aban-malu 
 
Burro : patapá 
 
Cágado : ajapá, logozé 
 
Rabo grande :  ouê-êyá 
 
Periquito : alodé 
 
Macaco : ohá, dudô 
 
Peixe : oguri 
 
 
FRUTAS: 
 
Fruta : obi 
 
Abacaxi: Abocatí 
 
Banana : ógédé 
 
Limão : rômbô êwê 
 
Manga : mangórô 
 
Laranja : osan ôibô 
 
Côco : fiju, ibêpê
 
 
LEGUMES 
 
Cebola: alubôsa 
 
Abóbora : é ué êrê awunjé 
 
Feijão : é ué êrê aunjé 
 
Ervilha : orubú 
 
Inhame : icu 
 
Quiabo : ilá 
 
Mandioca : gbágubá 
 
Azedinhas : amukan 
 
Batatas : kukundukun 
 
Cana : irêkê 
 
Cera : idá 
 
 
 
UTENCÍLIOS: 
 

Prato : awô 
 
Garrafa : igô 
 
Faca : obé 
 
Colher : xibi 
 
Colher pequena : xibi kêkêrê 
 
Colher de pau : xibi igi 
 
Garfo : agunjé 
 
Toalha de mesa : axó tabilé 
 
Prato de pimenta : awô ataré 
 
Toalha de prato : axó awô 
 
Açucareiro : awô ijó ôibô 
 
Xícara : ago sikara 
 
Fósforo : ixánã 
 
Vassoura : igbalé 
 
Cadeira : aga-ijôkô, idiôçu 
 
Navalha : abe 
 
Cama : ibusun akété,
  cumbaú 
 
Esteira : éni,    jajá 
 
Travesseiro : irôri 
 
Pilão : ódô 
 
Pedra de ralar : ôló 
 
Panela : otun, ikkô 
 
Balde, pote : akruba 
 
Saco grande : apô ôkê 
 
Casa : ilê 
 
Mesa : ajaké, tapacê, 
tainguém 
 
Carvão : egui 
 
Teto :  nlê 
 
Rede : anda 
 
Lâmpada, luz, clarão : tânta-
laiá 
 
Quarto : jará 
 
Banco : aputi 
 
Cozinha : ilê-ageun 
 
Fogão : ajeké-neulune 
 
Candieiro de querosene : 
teçu 
 
Panela grande : odu-ikekê 
 
Travessa, tijela de louça 
vidrada :  ita 
 
Faca tridente ou garfo 
tridente ou lança tridente : 
obé-fará 
 
Alguidar : oberó 
 
Faca de ponta : obé-nuxo-
inxó 
     
 
 
PARENTESCO :   
 
Parentes : ará-ibatan 
 
Avô : babá agbá 
 
Avô patriarca : babá-nla 
 
Avó : iyá agbá, ya-nla 
 
Mãe : iyá, yá 
 
Pai : babá 
 
Filho : ómô-kurin, omam 
omoborim 
 
Filha : ómô-birin, exi 
omobirim 
 
Irmã : arábiri 
 
Irmão mais velho : égbon 
ôkurin 
 
Irmão mais moço : aburô 
ôkurin 
 
Tio : arákurin babá, aua-
mete 
 
Tia : arábirin yiá 
 
Primo : omôkurin, arakurin, 
táta-mete 
 
Prima : omôbirin, arabirin 
 
Marido : o’kó 
 
Senhora : ayá 
 
Moça : o’módê birin 
 
Rapaz : o’módê kurin 
 
Irmão gêmeo : babassá 
 
Esposo, marido : okorim 
 
Esposa, mulher : obirim 
 
Mulher favorita : yá-lé 
 
Minha mulher : mô-obirim, 
obirim-mim 
 
Viúva : bi-egun, muturi 
 
Noivo : okebiã 
 
Solteiro : ikobassu 
 
Homem : oko-okorim 
 
Menino : ô-madê 
 
Casado : okuamuri 
 
 
        SENTIMENTOS : 
 
Inveja : ilárá 
 
Raiva : binu 
 
Duvidar : xé iyémeji si 
 

Escutar : desiti 
 
Bater, sacudir : já, bajá 
 
Fome : ebi npá 
 
Odiar, aborrecer : karijá 
 
Ignorar : kómó 
 
Praguejar : ro 
 
Mentir : ro mó 
 
Desprezar : gan 
 
Falar : soro 
 
Piedade : fun 
 
Chamar : fun pê 
 
Ódio : fagurômo 
 
Tocar : gôgô 
 
Sofrer : ran 
 
Sono : orun nkun 
 
Amor : ifé 
 
Querer, amar : fé 
 
Ignorante, ignorância: aimó 
 
 
 
        MEDIDAS DE TEMPO:  
   
  Os meses do ano : awón oxú 
 
Janeiro : oxú kini ti ódun 
 
Fevereiro : oxú kêji ti ódun 
 
Março : oxú kêtá ti ódun 
 
Abril : oxú kerin ti ódun 
 
Maio : oxú kárun ti ódun 
 
Junho : oxú kefá ti ódun 
 
Julho : oxú kéjê ti ódun 
 
Agosto : oxú kejó ti ódun 
 
Setembro : oxú kesan ti ódun 
 
Outubro : oxú kéwá ti ódun 
 
Novembro : oxú kókanla ti 
ódun 
 
Dezembro : oxú kêjilá ti ódun
 
 
 
 
Ódun kan : um ano 
 
Ódun tókójá : o ano passado 
 
Ódun to mbó : próximo ano 
 
Ójó-kan : um dia 
 
Wakati : uma hora 
 
Abó wakati : meia hora 
 
Wakati kan pêlu ábó : uma 
hora e meia 
 
Ixéjú kan : um minuto 
 
Ósan : aurora 
 
Órun aú : tarde 
 
Óganjó : meia noite 
 
Lonim : hoje 
 
Lanan : ontem 
 
Nijétá : antes de ontem 
 
Lólá : amanhã 
 
Lótunlá : depois de amanhã 
 
Ibéré : princípio 
 
Ari i ósan : meio 
 
Nijelo : passado 
 
Opin : fim 
 
 
 
        VESTUÁRIO: 
 
Axó : roupa 
 
Ubatá : sapato 
 
Abata e Bata >: sapatos 
 
Fila : gorro, capuz de 
Obaluayê 
 
Akêtê : chapéu 
 
Ojá : fita, faixa 
 
Peké-pé`é : chapéu de sol 
 
Axó-dudu : roupa suja 
 
Abade : toalha 
 
 
         
 
 
                                          

 
     CORES: 
 
Dudu : preto 
 
Fin-fun, mandulé : embolo e 
puti-branco 
 
Obádo : verde 
 
Elvikei : vermelho 
 
Okâm : azul 
 
Mucumbe : roxo 
 
Kiobambo : amarelo 
 
 
 
 
        BEBIDAS : 
 
 
Omim : água 
 
Otin-nibé : cerveja 
 
Otin-dudu : vinho tinto 
 
Otin-fum-fum : aguardente 
 
Oin : mel 
 
Aluá : Brasil, refresco feito de 
rapadura com casca de 
abacaxi ou tamarindo 
 
Xeketé : milho e gengobre 
 
Emelum : feito com epô 
 
Furá : feito com diversas 
frutas
 
 
 
 
        CORPO HUMANO : 
 
Ará : corpo 
 
Ory : cabeça 
 
Ipakó : nuca 
 
Etu : orelha 
 
Imum : nariz 
 
Iban : queixo 
 
Irun : cabelo 
 
Irun-ban : barba, bigode 
 
Efin : dente 
 
Eeté : lábios 
 
Apá : braço 
 
Qué : mão 
 
Esse e Alessé : pé 
 
Itankô : coxas 
 
Idi-cu : ânus 
 
Kitaba e ebeu : vagina 
 
Éepã : testículo 
 
Ogungum : osso 
 
Enum : boca 
 
Era e Ancê : carne 
 
Ejé : sangue 
 
Euú e oju : olhos 
 
Okan : coração 
 
Elgiká : ombros 
 
Obó : nádegas 
 
Akô : macho 
 
Abam : fêmea 
 
Mulembu : dedo 
 
Rivenum : barriga 

 
 

VOCABULÁRIO YORUBÁ:  
 
“A” 
 
 
A dúpé - agradecemos a você 
Ààbò - metade 
Ààfin - Palácio, residência de um rei (Oba) 
ÀÀJÀ – Sineta de metal composta de uma, duas 
ou mais campainhas utilizadas por pais-de-
santo (vd.) para incentivar o transe. Também 
chamado Adjarin. 
Àáké – machado 
Aará – Raio 
Aará Òrun - Relâmpago 
Ààrè - doença, fadiga, cansaço 
Ààyè - vida 
Aba - escada de mão 
Abadá - Blusão usado pelos homens africanos. 
Abadô - Milho torrado 
Abánigbèro - conselheiro, aquele que 
aconselha, um sábio mais velho 
Abanijé - difamador 
Abassa - Salão onde se realizam as cerimônias 
públicas do candomblé, barracão. 
Abaya - rainha mãe 
Abebé - Leque. 
Abélà – vela 
ABIà– Posição inferior da escala hierárquica 
dos candomblés ocupada pelo candidato antes 
do seu noviciado; em yorùbá significa "aquele 
que vai nascer". 
Abomalè - aquele que cultua os ancestrais 
(egúngún) 
Abòrisà - aquele que cultua/adora os orixás 
ABORÔ – Denominação genérica dos òrìsà (vd.) 
masculinos, por oposição as iabás, que são as 
divindades femininas. 
Aboyún - mulher grávida 
Abuku - desgraça 
Àbúrò - Irmã mais nova 
ADAHUN – Tipo de ritmo acelerado e contínuo 
executado nos atabaques (vd.) e agogós (vd.). 
É empregado sobretudo nos ritos de possessão 
como que para invocar os òrìsà (vd.). 
Adé - Coroa. 
ADE – Termo com que se designam (nos 
candomblés) em especial os efeminados e, 
genericamente, os homossexuais masculinos.  
Adèbo - pessoa que prepara a comida com os 
animais oferecidos em sacrifício de acordo com 
as regras religiosas 
Adie - Galinha. 
Adití – surdo 
ADÓSÙU – Diz-se daquele que teve o osùu (vd.) 
assentado sobre a cabeça. 0 mesmo que iaô. 
ADUFE – Pequeno tambor. Instrumento de 
percussão de uso mais frequente nos xangôs 
(vd.) no Nordeste 
Adupé = Dupé - Obrigado. 
Adúrà - Oração 
Afará - oyin - fovo de mel 
Aféfé - Vento 
Àfin – Palácio 
AFIN – 0 mesmo que ifin. Designa a noz-de-cola 
branca, na língua yorùbá; por extensão a cor 
branca (vd. efun). 
Afóju - Cego 
Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo Orixá 
das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã) 
Afonjá - É uma qualidade de Xangô. 
Àga - Cadeira 
Àgàn - mulher estéril 
Agbádá - vestes sacerdotais 
Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá Èsù 
(Bará) 
Àgbaiyé - o mundo inteiro 
Agbára - Poder 
Agbèdù – estômago 
ÀGBO – Infusão proveniente do maceramento 
das folhas sagradas as quais se vem juntar o 
sangue dos animais utilizados no sacrifício e 
substancias minerais como o sal. Esse Iíquido, 
acondicionado em grandes vasilhames de barro 
(porrões), é empregado ao longo do processo 
de iniciação e para fins medicinais sob a forma 
de banhos e beberagens. 
Agbô - Carneiro. 
Àgbon – coco 
AGÈ – Instrumento musical constituído por uma 
cabaça envolta numa malha de fios de contas, 
de sementes ou búzios (vd.). 
Agemo – Camaleão 
AGERE – Ritmo dedicado a Òsóòsi executado 
aos atabaques (vd.). 
AGOGO – Instrumento musical composto de 
uma ou mais campânulas, geralmente de ferro, 
percutido por uma haste de metal 
Àgo Lónan - Com licença 
AGONJÚ – Um dos doze nomes de Sòngó (vd.) 
conhecidos no Brasil 
Àgòtàn - Ovelha 
Aguntam - Ovelha. 
Ahón - Lingua 
Áike - machado 
Àìsàn - doença 
Àiya - Peito 
Àiyé – Mundo; Palavra de origem yorùbá que 
designa o mundo, a terra, o tempo de vida e, 
mais amplamente, a dimensão cosmológica da 
existência individualizada por oposição a òrun 
(vd.), dimensão da existência genérica e mundo 
habitado pelos òrisà (vd.), povoado, ainda, 
pelos espíritos dos fiéis e seus ancestrais 
ilustres. 
Ajá – Cão 
ÅJÀLÁ – vd. Òòsàálá  
AJALAMO – vd. Òòsàálá  
Àjapá - Tartaruga 
Àjé - Bruxa 
Ajeum - Comida. 
AJOGÚN – Palavra de origem yorùbá que 
designa os infortúnios, como a morte, a doença, 
a dor intolerável e a sujeição 

Àkàrà Jé – Acarajé 
ÀKÀSA – Bolinhos de massa fina de milho ou 
farinha de arroz cozidos em ponto de gelatina e 
envoltos, ainda quentes, em pedacinhos de 
folha de bananeira. (Acaçá) 
AKIDAVIS – Nome dado nos candomblés Kétu e 
Jeje (vd. Nação) as baquetas feitas de pedaços 
de galhos de goiabeiras ou araçazeiros, que 
servem para percutir os atabaques (vd.). 
Àkùko – Galo 
ÁLÁ – Pano branco usado ritualmente como 
pálio para dignificar os òrìsà (vd.) primordiais. 
Geralmente feito de morim 
Aláàfin - título tradicional para o rei de Oyó 
Alabá - Título do sacerdote supremo no culto 
aos eguns. 
ALABÊ – Título que designa o chefe da 
orquestra dos atabaques (vd.) encarregado de 
entoar os cânticos das distintas divindades 
Alagba – Senhor 
ALAMORERE – vd. Òòsàálá 
Alaruê - Briga. 
Alàyé - Explicação 
Aledá - Porco. 
ALÉKESSI – Planta dedicada a Òsóòsi (vd.). 
Também conhecida como São Gonçalinho – 
Casaina silvestre, SW. F LACOURTIACEAE 
ALIÀSE – vd. runko 
Alubaça - Cebola. 
Àlubósà – Cebola 
AMACIS (ou AMASSIS) – Abluções rituais ou 
banhos purificatórios feitos com o líquido 
resultante da maceração de folhas frescas. 
Entram geralmente em sua composição as 
folhas votivas do òrìsà do chefe-de-terreiro do 
iniciando, e as assim chamadas '"folhas de 
nação" (vd.). 
ANIL – vd. Wàjì.  
ANGOLA – vd. Nação.  
ANGOMBAS – vd. Atabaques 
Apá - Braço 
Apeja - Pescador 
Apère - exemplo 
Arailé - Parentes 
Àríwá – Norte 
ARREBATE – Abertura rítmica das cerimonias 
publicas dos candomblés. 0 modo vibrante de 
tocar os atabaques (vd.); eqüivale a uma 
convocação 
ÀSE – Termo de múltiplas acepções no universo 
dos cultos: designa principalmente o poder e a 
força vital. Além disso, refere-se ao local 
sagrado da fundação do terreiro, tanto quanto a 
determinadas porções dos animais sacrificiais, 
bem como ao lugar de recolhimento dos 
neófitos (vd. Runko). É usado ainda para 
designar na sua totalidade a casa-de-santo e a 
sua linhagem.  
ASSENTAMENTO – Objetos ou elementos da 
natureza (pedra, árvore, etc.) cuja substância e 
configuração abrigam a força dinâmica de uma 
divindade. Consagrados, são depositados em 
recintos apropriados de uma casa-de-santo. A 
centralidade do conjunto é dada por um òta, 
pedra-fetiche do òriìsà (vd.) 
Àso - Roupa 
Ata – Pimenta 
ATABAQUES – Trio de instrumentos de 
percussão semelhantes a tambores que 
orquestram os ritos de candomblé. Apresentam-
se em registro grave, médio e agudo, sendo 
chamados respectivamente Rum, Rumpi e Lé 
(ou Runlé). Nos candomblés angola são 
chamados de Angombas. Sua utilização no 
âmbito das cerimonias, cabe a especialistas 
rituais (vd. Alabê e Ogã) 
Atégùn - Brisa 
Àwa - Nós 
Àwó - Cor 
Àwo Ewé - Verde 
Àwo Ojú Òrun - Azul 
Àwo Pako - Marrom 
Àwodi - Gavião 
Àwon - Eles (as) 
Axé - Assim seja 
Axó - Roupa. 
Axogum - Auxiliar do terreiro, geralmente 
importante na hierarquia da casa, encarregado 
de sacrificar os animais que fazem parte das 
oferendas aos orixás. - Importante especialista 
ritual encarregado de sacrificar, segundo regras 
precisas, animais destinados ao consumo votivo 
Àya - Esposa 
 
“B”  
 
Báàlè - chefe de um povoado, com menos 
status que um Oba 
Bàbà - milho da Guiné 
Bàbá - Pai. 
Bàbá nlá – Vovô 
BABAÇUÉS – vd. Candomblés 
Babagba - homem velho, geralmente o avô 
BÀBÁLÁWO – Sacerdote encarregado dos 
procedimentos divinatórios mediante o òpèlè de 
Ifá, ou rosário-de-Ifá 
Bàbálórìsà - Pai de Santo 
BABALORIXÁ – Sacerdote chefe de uma casa-
de-santo. Grau hierárquico mais elevado do 
corpo sacerdotal, a quem cabe a distribuição de 
todas as funções especializadas do culto. É o 
mediador por excelência entre os homens e os 
òrìsà. 0 equivalente feminino é denominado 
ialorixá. Na linguagem popular, são 
consagrados os termos pai e mãe-de-santo. Nos 
candomblés jeje – doté e vodunô; e nos angola 
– tata de inkice 
BABALOSSAIN – vd. Olossain 
Babaojê - Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é 
o nome de todos iniciados no culto aos eguns. 
Babassá - Irmão gêmeo. 
Báde - caçar em grupo 
Bájà - lutar, brigar 
Bàlagà - entrar na maturidade 

Balê - Casa dos mortos.Balé - Chefe de 
comunidade. 
Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros 
Balùwè – Banheiro 
BANHA-DE-ORI – Espécie de gordura vegetal 
obtida pelo processamento das amêndoas do 
fruto de uma árvore africana que é vendida nos 
mercados brasileiros para uso ritual nas casas-
de-santo. Diz-se também "banha-de-Oxalá" e 
"limo-da-costa". A mesma denominação é dada 
a gordura de origem animal extraída do 
carneiro 
BANHOS – vd. Àgbo. vd. Amacis.  
BARCO – Termo que designa o grupo dos que 
se iniciam em conjunto. Suas dimensões são 
variáveis. Há barcos de mais de vinte neófitos e 
"barcos-de-um-só". Através do barco se 
consegue a primeira hierarquização dos seus 
membros na carreira iniciática. Como unidade 
de iniciação gera obrigações e precedências 
imperativas entre os irmãos-de-barco ou 
irmãos-de-esteira 
Barapetu - grande, uma pessoa de distinção 
BARRACÃO – vd. Casa-de-santo.  
BATUCAJÉ – Com este termo costumava 
designar-se a percussão que acompanha as 
danças nos terreiros; por extensão designa 
também as danças.  
BATUQUES – vd. Batucajé. vd. Candomblés 
Béèni - Sim 
Beji - Orixá dos gêmeos. 
Berè - Perguntar 
Bèré - Começar 
Bèru - Medo 
Bi - Nascer 
Biyi - Nasceu aqui, agora. 
Bô - Adorar. 
BOMBOJIRA – vd. Èsù.  
BORÍ – Ritual que, juntamente com a lavagem-
de-contas, abre o ciclo iniciático. Fora deste 
ciclo, rito terapêutico. Em ambos os casos, 
consiste em "dar de comer e beber a cabeça" 
Buburú - Maldoso 
Burú - ruim, negativo, destrutivo 
Buruku – Mau 
BÚZIOS – Tipos de conchas de uso recorrente 
na vida cerimonial dos candomblés. 
Especialmente servem às práticas do dilogun – 
sistema divinatório onde são empregados 
geralmente dezesseis búzios
 
“C” 
 
Cabaça – Fruto do cabaceiro (Cucurbita 
lagenaria L., ou Lagenaria vulgaris –
cucurbitácea, e outras espécies). Sua carcaça 
é freqüentemente utilizada nos cultos afro-
brasileiros como utensílio, instrumento 
musical" insígnia de òriìsà ou mesmo para 
representar a união de Obàtálá e Odùduwà (o 
Céu e a Terra).  
CABOCLOS – Espíritos ancestrais cultuados 
nos candomblés-de-angola, de caboclos e na 
umbanda. São representados, geralmente, 
como índios do Brasil ou de terreiros da África 
mítica. 
Cafofo - Túmulo. 
Cambaú - Cama. 
CAMARINHA – vd. Runko.  
CANDOMBLÉS – Designação genérica dos 
cultos afro-brasileiros. Costumam, no entanto, 
distinguir-se pelas suas designações regionais: 
candomblés (leste-setentrional, especialmente 
Bahia), xangôs (nordeste-oriental, 
especialmente Pernambuco), tambores 
(nordeste ocidental, especialmente São Luís 
do Maranhão), candomblés-de-caboclo (faixa 
litorânea, da Bahia ao Maranhão), catimbós 
(Nordeste), batuques ou parás (região 
meridional, Rio Grande do Sul,,Santa Catarina 
e Paraná), batuques e babaçuês (região 
setentrional, Amazonas, Pará e Maranhão), 
macumba (Rio de Janeiro e São Paulo).  
CANDOMBLÉS-DE-CABOCLO – vd. Caboclo. 
vd. Candomblés 
Caô - É um tipo de Xangô. 
CASA-DE-SANTO – Designação do espaço 
circunscrito que constitui a sede de um grupo 
de culto. Costuma chamar-se também de ilé 
(kétu), roga e terreiro (angola) e, em alguns 
casos, barracão. Este ultimo termo serve 
também para designar o recinto onde ocorrem 
as festas públicas.  
CATIMBO – vd. Candomblés 
Catular - Cortar o cabelo com tesoura, 
preparando para o ritual de raspagem para 
iniciação no Candomblé. 
CAURIS – vd. Búzios.  
CAXIXI – Chocalho de cabaça e de vime 
trançado, contendo sementes ou seixos. Em 
alguns casos, vasilhames rituais em miniatura.  
CESTO-DA-CRlAÇÃO – 0 saco-de-existência 
(àpò aiyé), que, na cosmologia do povo-de-
santo, Olódùmarè deu a Obàtálá para que 
criasse o mundo a flor das águas primordiais. 
Foi, no entanto, Odùduwà quem verteu o seu 
conteúdo sobre a superfície das águas 
CONGO – vd. Nação 
Conguém - Galinha da Angola. 
CONTRA-EGUN – Trança de palha-da-costa 
que os neófitos trazem amarrada nos dois 
braços, logo abaixo do ombro, com a 
finalidade de afastar os espíritos dos mortos 
Cutilagem - É o corte que se faz na cabeça do 
iniciado; é realizado para abrir o canal 
energético principal que o ser humano tem no 
corpo, exatamente no topo da cabeça, (no 
Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o 
interior de uma pessoa. 

 
 
“D” 
 
Dã - Orixá das correntes oriundas do Daomé. 
Dáàdáà - bom ou bonito 
Dabòbò - proteger, fornecer proteção 
Dáda - Beleza 
Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto 
Dàgbá - envelhecer, ficar velho, crescer 
Dagô - Dê licença. 
Dáhùn - Responder 
Dalè - quebrar uma promessa 
DAN – Serpente sagrada (Daomé – Benin) 
representando a eternidade e a mobilidade 
sob a figura de uma cobra que engole a 
própria cauda. Genericamente designa os 
filhos-de-santo da nação jeje; encontrando-se 
sincretizada com Òsùmàrè e Besen.  
DANDALUNDA – vd. Yemoja 
Dara - Bom, agradável. 
Dára - bom, ser bom 
Dáradára - muito bom, tudo certo 
Dê - Chegar. 
DEFUMADOR – Composto de essências 
aromáticas, folhas e cascas, usado ritualmente 
em fumigações propiciatórias e terapêuticas 
Délade - coroar um rei 
Dele - chegar em casa 
DENDÊ – Palmeira africana aclimatada no 
Brasil (Elaeis guineensis; Jacq.) de ampla 
utilização na liturgia dos candomblés. 0 óleo 
obtido dos seus frutos (azeite-de-dendê) é 
considerado indispensável para a elaboração 
de grande parte das comidas-de-santo. Suas 
folhas servem para guarnecer entradas e 
saídas das casas-de-santo (vd. màrìwò) 
DESPACHO – Tipo de oferenda dedicada a Èsù, 
quer no início das crimônias (vd.Pàdé), quer 
nas encruzilhadas, nos matos, rios e 
cemitérios.  
DIA-DO-NOME – vd. Orúko 
Dídá - ara - boa saúde 
Dide - Levantar. 
Dígí – espelho 
DIJINA – Nome iniciático dos filhos-de-santo 
dos candomblés de nação angola 
DILOGUN (Érìn dínlógun) – Nome dado à 
adivinhação com búzios que podem ser de 4 a 
36 (mais comumente 16). Nesse jogo de Ifá 
as respostas ao oráculo são dadas por Èsù 
Dín – Fritar 
DÓBÁLÈ – Cumprimento prescrito aos 
iniciados de òrìsà femininos diante dos lugares 
consagrados ao culto, pai ou mãe-de-santo, 
òrìsà e graus hierárquicos elevados. 0 termo 
iká designa o seu correspondente para o caso 
de filhos-de-santo de brisa masculinos 
Dùbúlè – deitar 
Dudu - Preto. 
Dúpé - Agradecer 
Dúro - De pé 
 
“E” 
 
E Káàárò - Bom-dia 
E Káàsán - Boa-tarde 
E Kále - Boa-noite 
Ebí - Família 
Ebi – Fome 
EBO – Termo que designa, genericamente, 
oferendas e sacrifícios, Usa-se também 
trabalho, despacho e, as vezes, feitiço.  
EBÔMIN – Pessoa veterana no culto; título 
adquirido após a obrigação de sete anos. 
Opõe-se a iaô, sendo equivalente a vodunci 
Èdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá 
Sàngó 
Èdò - Fígado 
Edu - Carvão. 
Edùn - machado 
Éèdì - encanto, feitiço 
Éègun - ossos, ossos humanos 
ÈÈWÒ – vd. Quizila 
Efi - fumar 
Efó - vegetais verdes 
Èfóri - dor de cabeça 
EFUN – Nome dado a argila branca com que 
são pintados os neófitos. Essa pintura 
corresponde ao que se chama de "mão-de-
efun" (vd. 18-Efun). Como sinônimo de efun 
ocorre, também, afin 
Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmo 
propósito 
Égbéé - amuleto de proteção para o Orixá 
(Ògún) 
Egbò - chaga, ferida 
Ègbón - Irmão mais velho 
Ègé - Aipim 
Egun - Alma, espírito. Nome genérico dos 
espíritos dos mortos 
Égún - espírito dos ancestrais 
Egúngún - Espíritos dos ancestrais, cultuados 
especialmente em terreiros situados na Ilha de 
Itaparica, na Bahia 
Èhin - Costas 
Ehín - Dente 
Eiye - pássaro 
Eiyelé - Pombo 
Eja - Peixa 
Èjè - Sangue 
Eji - chuva 
Èjìká - Ombro 
Ejò - cobra 
Ejó - Cobra. 
Èkáná - Unha 

Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta 
Ékú - rato 
Elebó - Aquele que está de obrigação. Aquele 
em nome do qual se faz o sacrifício ou 
oferenda 
Èlédà - Criador 
Eledá - Orixá guia. 
Elégbògi - curandeiro que usa ervas 
Elésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú 
Elìkan - Ninguém 
Elu - estranho 
Èmi - Eu 
Èmí - respiração, também se refere a alma 
humana 
Emi – Vida 
ENI – Nome dado a esteira de palha utilizada 
pelos neófitos, sobretudo durante o período de 
reclusão. É empregada como "mesa", "cama" 
e "tapete" em distintos ritos. No candomblé é 
usual a expressão "irmãos-de-esteira" para 
designar o conjunto de neófitos reclusos ao 
mesmo tempo, e que eventualmente tenham 
partiIhado esse artefato simbólico na liturgia 
da iniciação 
Ènia - Ser humano 
Enìní - inimigo 
Enini - orvalho da manhã 
Enu - Boca 
Enyin - você 
Epô - Azeite, óleo 
Epô-pupa - Azeite de dendê 
Equê - Mentira. 
EQUÉDE – Cargo honorífico circunscrito às 
mulheres que servem os òrìsà sem, 
entretanto, serem por eles possuídos. É o 
equivalente feminino de ogã 
Eran - Carne 
Eranko – Animal 
ERÉ – Termo que caracteriza um estágio de 
transe atribuído a um espírito-criança 
Ére - Estátua 
Erè - Lama 
Erin - Elefante 
Erinká - milho na espiga 
Eró – Segredo 
Erú - carregamento, fardo 
Erú - Carrego; carga. 
Erú - Cinza 
Erú - Escravo 
Èrúbo - compromisso de fazer uma oferenda 
aos Orixás 
Erupe - sujo 
Esan - Vingança. 
Èsin – Religião 
ESSA – Espíritos de ancestrais ilustres do 
candomblé 
Èsù – Primogênito da criação. Também 
conhecido como Elégbára (jeje) é 
popularmente referido como compadre ou 
homem-da-rua. Suscetível, irritadiço, violento, 
malicioso, vaidoso e grosseiro. Dizem que 
provoca as calamidades publicas e privadas, 
os desentendimentos e as brigas. Mensageiro 
dos' òrìsà e portador das oferendas. Guardião 
dos mercados, templos, casas e cidades. 
Ensinou aos homens a arte divinatória. 
Costuma-se sincretizá-lo com o diabo. Ocorre 
tanto em representações masculinas como 
femininas. Nas casas angola é Bombogira; nas 
casas angola-congo é (Exúlonã). Na umbanda 
tem múltiplas personagens, entre elas, 
Pomba-gira. Suas cores são o vermelho e o 
preto. Saudação – "Laró yè!" 
ESTEIRA – vd. Eni 
Eti - Ouvido 
Èwà - Feijão 
Ewé - folha de planta 
Èwòn – corrente 
Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidade 
Ewu - perigo 
Èwúre - cabra 
Eya - tribo 
Eyin - Ovo 
Eyin - Vós 
 
“F” 
 
Fá - Raspar 
Fadaka - Prata 
Faiya - encantar, seduzir 
FAMÍLIA-DE-SANTO – Termo de referencia 
que designa os laços de parentesco místico 
nos quais incorre o filho-de-santo em virtude 
da iniciação 
Fári - cortar o cabelo com lâmina (raspar) 
Farí - Raspar cabeça 
Fé - amar 
Fe - há muito tempo 
FEITO – 0 mesmo que adósùu e iaô.  
FEITURA – Processo de iniciação que implica 
em reclusão, catulagem, raspagem, pintura, 
instrução esotérica, imposição do osùu (vd.) e 
apresentação publica (vd.) orúko 
Féniyawo - casar 
Fenukó - Beijar 
Féran - Gostar 
Fèrè - flauta 
Ferese - janela 
Fijúbà - respeitar 
Filá - Gorro, chapéu 
FILHO-PEQUENO – Termo de parentesco 
místico que se refere a um laço interposto 
pela iniciação entre um noviço e seu padrinho, 
gerando obrigações e deveres semelhantes 
aos do compadrio (vd. Mãe-pequena).  
FILHO-DE-SANTO – Diz-se de todo aquele que 
é afiliado ao candomblé. (vd.Povo-de-santo).  
FIRMA – Fecho de colar de forma cilíndrica. 
Suas cores indicam a vinculação de seu 
portador a um determinado òrìsà 
Fò - Lavar 

Fó - Quebrar 
Fòiya - estar com medo, amedrontado 
FÓN – vd. Jeje. vd. Nação 
Fowólérán - agir com paciência 
Fún - Dar 
Funfun - branco 
Funfun - Branco 
Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneira 
certa 
Fúnwiniwini - garoar 
Fúù - o som feito pelo vento 
 
“G” 
 
Ga - Alta, grande 
Gáàri - refeição feita de farinha de mandioca 
Gala - veado, alce 
GANZÁ – Instrumento musical de percussão, 
semelhante a um chocalho, geralmente de 
folha-de-flandres e forma cilíndrica, contendo 
em seu interior pedaçosde chumbo ou seixos 
Gari - Farinha 
GB 
Gbabe - esquecer 
Gbada - faca com lâmina grande 
Gbàdúrà - rezar 
Gbagbo - acreditar 
Gbaguda - farinha de mandioca 
Gbajumo - cavalheiro; homem gentil 
Gbé - levantar 
Gbédè - agir de maneira inteligente 
Gbérè - cumprimentos 
Gbese - dívida 
Gbéyàwó - casar 
Gbìn - Plantar 
Gbó - Ouvir 
Gbogbo - Todos 
Gbóju - bravo 
Gbórín - grande 
Gbúròó – ouvir 
Gé - Cortar 
Gé Irun - Cortar o cabelo 
Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear os 
ancestrais 
Géndé - homem forte 
Gibá - Jogar 
Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indica 
linhagem 
Góòlù - ouro 
Gùn - pessoa alta 
Gun - subir 
Gunnugun - abutre, urubu 
Gúrúrú – Pipoca 
 
“H” 
 
Hà - expressão de prazer 
Halè - amedrontar, ameaçar, intimidar 
HAMUNYIA – Cadencia executada pelos 
atabaques e agogôs que capitula a estrutura 
dos diferentes toques que marcam o siré 
(vd.). Mais conhecida por Avamunha 
He - pegar, apanhar 
Hó - ferver 
Hun - tecer, trançar 
Hùwà - comportar-se 
 
“I” 
 
Ia - Mãe 
Ia ia – Avó 
IABÁ – vd. Aborô.  
IÁBASSÉ – Especialista ritual encarregada do 
preparo das comidas votivas dos òrìsà.  
IÁ-EFUN – Especialista ritual encarregada das 
pinturas corporais durante o período de 
iniciação. Embora esse título honorífico 
signifique literalmente "mãe-do-efun", o ofício 
litúrgico não se limita às pinturas com o 
pigmento branco (efun). São também 
empregados: wájí e osùn, respectivamente as 
cores azul e vermelho 
IÁLAXÉ – Titulo honorifico geralmente 
ostentado pela própria mãe-de-santo, 
significando "mãe-do-axé" ou "zeladora-do-
axé" 
Ialorixá - Mãe de santo (sacerdote de orixá) 
IAÔ – Termo que designa o noviço após a fase 
ritual da reclusão iniciatória. Em yorùbá 
significa "esposa mais jovem" 
Ibá - Colar, cheio de objetos ritualístico 
Ìbà - homenagem em respeito aos Orixás 
Ibà pójúpójú - febre muito alta 
Ìbamolè - forças espirituais que são 
merecedoras de respeito 
Iban - Queixo 
Ìbanújé - Tristeza 
Ibéjì - Gêmeos 
Ìbere - Origem 
Ìbí - Nascimento 
Ìbínu - Raiva 
Ibó - Lugar de adoração 
Ibô - Mato 
Ibòòji - sombra 
Ibúlè - àrun - leito de doença 
Ibúlè - ikú - leito de morte 
Ibùsùn òkú - cemitério 
Idà - Espada 
Ida-oba - Espada do Rei 
Ìdáwò - consulente de adivinhação 
Ide - Pulseira 

Ideruba - Fantasma 
Idí - Ânus, nádega 
Ìdódò - Umbigo 
Idunnu – Felicidade 
IFÁ – Deus dos oráculos e da adivinhação. 
Senhor do destino. Há quem afirme ser sua 
representação a cabaça envolvida por uma 
trama de fios de búzios. Sua cor é o branco. 
Seu dia é a quinta-feira. Conhecido também 
como Òrúnmìlà, "somente-o-céu-sabe-quem-
será-salvo". Saudação – "Eèpààbàbá/"  
Ifá - Adivinhação 
Ifáiyable - visão mística 
Ìfeseji - perdão 
Ìfun - Intestino 
Iga - quintal de um ancião 
Ìgbà - história 
Igbado - milho 
Ìgbàlè – cemitério 
IGBÁ ODÙ – Expressão yorubá que designa a 
cabaça ou o artefato litúrgico que contém no 
seu interior os elementos simbólicos e as 
substancias que tornam possfvel a existência 
individualizada.  
 
IGBÁ-ORÍ – Expressão yorùbá que designa, no 
rito do borí, o recipiente em que vão sendo 
depositadas as substancias constitutivas e 
reveladoras da identidade do sacrificante. 
Literalmente significa "cabaça-da-cabeça". Na 
liturgia dos candomblés é freqüentemente 
utilizada a forma ibá, com o mesmo sentido 
Igbe – Grito 
ÌGBÍN – Cadência rítmica lenta executada pela 
orquestra cerimonial em louvor a Òòsàálá. 0 
termo designa também o molusco 
gasterópode terrestre, com concha univalva, 
corpo prolongado e tentáculos na cabeça. E o 
caracol também conhecido como "o boi de 
Òòsàálá" e sua oferenda predileta. Na 
linguagem corrente dos candomblés é usual a 
forma ibí 
Ìgbín - lesma, caracol 
Igbó - floresta 
Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma 
pessoa nos mistérios dos Orixás 
Ìgboro - rua, estrada 
Igi - Árvore 
Igi - òpe - palmeira 
Ihò - buraco 
Ija - luta, briga 
Ìjábà - Acidente 
Ìjéta - Anteontem 
Ijexá - Nome de uma região da Nigéria e de 
um toque para os Orixás Oxum, Ogum e 
Oxalá. 
Iji - Árvore 
Ijo - Dança 
Ìka – Dedo 
IKÁ – vd. Dòbálé 
Ìkóòdíde – Pena vermelha do papagaio-da-
costa (Psittacus eritacus, sp.). Simboliza o 
nascimento do novo filho-de-santo e, de um 
modo geral, a fecundidade 
Ìkú - Morte 
Ikùn - estômago 
Ilà - marcas faciais 
Ilá - Quiabo 
Ìlà Òrùn - Leste 
Ilê – Casa - vd. Casa-de-santo 
Ilè - Terra 
Ilé Okú – Cemitério 
ILÉ-ÒRÌSÀ – Expressão yorùbá que designa a 
dependência de uma casa-de-santo onde se 
encontram depositadas as diferentes insígnias 
e objetos que compõem a representação 
emblemática de cada um dos òrìsà. É também 
conhecida a forma "quarto-de-santo" ou 
"casa-do-santo" 
Ìlú - Cidade 
Ìlù - tambor 
Ìmale - respeito ao ancestral 
Ìmáwò - ara - encarnação, estado de 
reencarnação 
Imo - ope - folhas de palmeira 
Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà) 
Imonamona - raio 
Imú - Nariz 
Iná - fogo 
Inã – Fogo 
INKICE – vd. Òrìsà 
Inón - Fogo 
Ìpàdé - encontro 
Ipadê - Reunião 
Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica a 
linhagem familiar 
Ipin - guardião 
Ìpitan - tradição oral 
Ìràwò - estrelas 
Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadores 
Ìrépo - Harmonia 
Ìrésì - arroz 
Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògún 
IRMÃO-DE-AXÉ – Termo de referência que 
designa a relação de parentesco místico entre 
os membros de uma mesma casa-de-santo. 
Diz-se, também, irmão-de-santo.  
IRMÃO-DE-BARCO – vd. Barco.  
IRMÃO-DE-ESTEIRA – vd. Eni 
Iró - Mentira 
Irun - cabelo 
Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà) 
Ìsàlè - órgãos reprodutores 
Ise - trabalho 
Ìségún - reverência aos antepassados 
Isinkú - funeral, enterro 
Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, história 
sobre os orixás 
Ìtan - história, lenda, mitologia 
Ìtefá - iniciado nos fundamentos de Ifá 
Ito - urina 
Ìwà - àgba - caráter de um ancião 
Ìwà - édá - natureza 
Ìwà - Respeito 

Iwájú orí - Testa 
Ìwé Ìrohin - Notícia do jornal 
Ìwo - Chifre 
Ìwo - Tu 
Ìwò Òrùn - Oeste 
Iwóòrò - ouro 
Ìyá - àgan - mulher mais velha, (anciã), 
dentro da sociedade dos médiuns ancestrais 
Ìyá - mãe 
Ìyá nlá - Vovó 
Ìyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá 
feminina, significa: " mãe dos mistérios ". 
Iyabasé – Cozinheira 
IYÁ EGBÉ – Titulo honorífico importante na 
hierarquia dos terreiros que distingue sua 
portadora como "mãe-da-comunidade" 
Ìyáláwo - divindade feminina, mãe dos 
mistérios 
Iyalaxé - Mãe do axé do terreiro 
Ìyálè - esposa mais velha em uma família 
polígama. 
ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios das 
forças da natureza (Òrìsà), mãe de santo. 
ÌYÁSAN – Divindade das tempestades e do Rio 
Niger, mulher de Ògún, e, depois, de Sòngó. 
Relacionada com os vendavais, os raios e os 
trovões. Sincretizada com Santa Bárbara. Seu 
dia da semana é a quarta-feira. Suas insígnias 
são a espada e o espanta-moscas de crinas de 
cavalo. Suas cores são o vermelho escuro e o 
marrom. Considerada a mãe dos egún, que é 
a única a dominar. Saudação – "Eparrei !"  
Iyekan - ancestrais do pai 
Iyo – Sal 
 
“J” 
 
Jáde - Sair 
Jádeogun - preparar o combate 
Jádi - atacar 
Jagunjagun - Guerreiro, Soldado 
Jajá - Esteira 
Jalè - Roubar 
Jé - acordar 
Je - comer 
Je ewo - má sorte que vem como o resultado 
de uma violação de tabu/regra 
Jéjé - rogar uma praga 
JEJE – vd. Nação. vd. Fón.  
JELÚ – Um dos nomes pelos quais é conhecido 
Èsù Àjelú ou Ijelú 
Jeun - Comer 
Jéwó - confessar 
Ji - Acordar, roubar 
Jigi - espelho 
Jije - comer 
Jikelewi - borrifar 
Jimi - Acorda-me 
Jó - Dançar 
Jóko - sentar 
Jóná - estar em chamas 
Jóò - desculpar, perdoar 
Jowo - grande favor 
Júbà - Respeitar 
Juba - rezas, pedido 
Juwó – Acenar 
 
“K” 
 
Kà - Ler, contar 
Kábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei 
(oba) 
Kábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe 
ou mais velho 
Kàdárà - destino 
K'àgò - pedir permissão para entrar em uma 
casa 
Kalè - sentar 
Kan - Azedo 
Kaná - estar em chamas 
Kárò - bom dia 
Kárùn - ficar doente 
Kàwé - ler 
Káwó - saudação, aclamação 
Ké - cortar 
Kedere - clarear, esclarecer 
Kéhìndé - o segundo gêmeo a nascer 
Kekerê - Pequeno 
Kékeré - pequeno 
Kéré - ser pequeno 
KÉTU – vd. Nação 
Kíkún - mortal 
Kiniun - leão 
Kó - Aprender 
Ko Dara - Ruim 
Kò Tòpé - De nada 
Kókóró - chave; sagrado para o mensageiro 
Exu (Èsú) 
Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para a 
maioria dos Orixás 
Korin - cantar 
Kórira - odiar 
Koró - Fel, amargo 
Kosi – Nada 
Kòtò - Buraco 
Ku - morrer 
Ku - Morrer 
Kunle - ajoelhar no chão como um gesto de 
respeito, tanto para um local sagrado como 
para uma pessoa mais velha 
Kunrin - cantar 
Kuru - Longe 
Kurumu – redondo 
 

“L” 
 
Là - Abrir 
Lá - sonhar 
Labalábá - Borboleta 
Lábelè - secretamente 
Làí - làí - o começo (considerar tempo) 
Láí - láí - para sempre 
Láikú - imortal 
Lailai - Para sempre 
Lála - Sonhar 
Lálé - De noite 
Làlóju - esclarecer, iluminar 
Láná - Ontem 
Larin – Moderado 
LAVAGENS – Termo genérico pelo qual são 
designados os ritos Iustrais dos candomblés. 
Esses ritos purificatórios podem ser 
exercitados sobre os colares cerimoniais, as 
pedras (òtá) consagradas aos òrìsà, e nos 
templos. A mais tradicional manifestação 
publica dessa cerimônia é realizada na Igreja 
de N. S. do Bonfim, na Bahia.  
LAVAGEM-DE-CONTAS – Rito de agregação 
que consiste em lustrar os colares sagrados. 
Esse ritual marca o aparecimento do 
postulante como abiã, vinculando-o a 
estrutura hierárquica de uma casa-de-santo 
Lê - Forte 
Létòl'tò - segmentos de um ritual 
Léwà - ser bonito 
Lile - Feroz, violento 
Liló - Partir 
Ló - Ir 
Lódè - do lado de fora 
Lodê - Lado de fora, lá fora 
Lodê oni - no presente 
Lodo - No rio 
LÒGÚN EDE – Divindade yorùbá considerada 
no Brasil filho de Ibualama ou Inle (Òsóòsì) e 
Òsun Yéyéponda. Homem durante seis meses, 
jovem e caçador. Nos outros seis, mulher, 
bela ninfa que só come peixes. Suas insígnias 
são o ofà (vd.) e o leque dourado (abebe) de 
Òsun. Suas cores são o azul e o amarelo-ouro 
translúcido. Seu dia da semana é quinta-feira. 
Saudação – "Lóògún!" 
Lókan - bravo 
Lókun - forte 
Lóla - Amanhã 
Lona - No caminho 
Lóni - hoje 
Lósàn - De tarde 
Lowo - Rico 
Lówò - ser rico, ter abundância 
Lu - Furar 
Lukoun – pênis 
 
“M” 
 
Ma - de fato, realmente 
MACUMBAS – vd. Candomblés.  
MÃE-CRIADEIRA – Termo de referência que 
designa a ebômin encarregada de atender o 
noviço durante o seu período de reclusão. É a 
responsável pelo preparo e administração dos 
alimentos; higiene pessoal; guarda-roupa e 
instrução do neófito nos mistérios do culto. 
Por isso, diz-se que "cria" aquele que está 
sendo iniciado.  
MÃE-DE-SANTO – vd. Babalorixá.  
MÃE-PEQUENA – Título honorífico feminino 
que corresponde à segunda pessoa na ordem 
hierárquica de uma casa-de-santo. Também 
ocorre a forma ia-kekerê. Seu equivalente 
masculino é pai-pequeno. Diz-se, também, 
mãe ou pai-pequeno daquele que, ao lado da 
mãe ou pai-de-santo, encarrega-se da 
formação do iaô (vd. Filho-pequeno) 
Maga - sacerdote chefe do Orixá Xangô 
(Sàngó) 
Maleme - Pedido de perdão 
Malú - Vaca 
Malu - Boi 
Malú Ako - Boi 
Màlúù - boi 
Mandinga - Feitiço 
Màrìwò - folhas de palmeira - As folhas 
desfiadas do dendezeiro (Elaeis guyneensis, A. 
Cheval, PALMAE) que guarnecem as entradas 
de uma casa-de-santo contra os egún, os 
espíritos dos mortos 
MATAMBA – vd. Ìyásan.  
MAWU – vd. Òòsàálá  
Meje - Sete 
Mejeji - Duas vezes 
Méjì - dois 
Mérin - quatro 
Mérìndílógún - dezesseis (16), também usado 
para referir a um sistema de adivinhação 
usado pelos iniciados de Orixás que está 
baseado nos primeiros dezesseis versos da 
divindade Ifá (Odù) 
Meta - três 
Méwà - dez 
Mi - engolir, respirar 
Mí - Viver 
Mi-amiami - Farofa oferecida para exu 
Mímo - sagrado, divino 
Míràn - outro 
Mò - Conhecer 
Mo - Eu 
Modê – Cheguei 
Mojú - saber, conhecer 
Mojubá - Apresentando meu humilde respeito. 
Louvação endereçada aos ancestrais ilustres, 
forças da natureza e aos próprios òrìsà, 
durante os ofícios litúrgicos 

Móoru - tempo quente 
Mú - Pegar 
Mu – beber 
Muló - Levar embora 
Mun – Beber 
MUZENZA – Diz-se dos filhos-de-santo nos 
candomblés de "nação" angola. 0 mesmo que 
iaô. Por extensão, designa a primeira saída 
pública do neófito no rito angola. Significa, 
literalmente, "estranho ser animado", na 
etimologia da língua kikongo. 
 
“N” 
 
Nà - Bater 
Ná - Gastar 
Ná - primeiro de todos 
NAÇÃO – Designa, no Brasil, os grupos que 
cultuam divindades provenientes da mesma 
etnia africana, ou do mesmo subgrupo étnico. 
Mo exemplos do primeiro caso as "nações" 
congo, angola, jeje, ao passo que o segundo 
caso é ilustrado por kétu, ijesà e 
òyó,correspondentes aos subgrupos da etnia 
nagô. Trata-se, na verdade, de categorias 
abrangentes as quais se reduziram as 
múltiplas etnias que o tráfico negreiro fez 
representadas no Pais. 0 termo tem servido 
para circunscrever os traços diacríticos através 
dos quais se revela um mundo caracterizado 
por um notável conjunto de elementos 
comuns. Tem servido, além disso, paia 
hierarquizar esse universo em termos da 
maior ou menor "pureza" atribuída a cada 
"nação" em virtude de uma suposta fidelidade 
e autenticidade litúrgicas. 
Najé - Prato feito com argila 
NÀNÁ – Divindade das águas primordiais, dos 
pântanos e brejos. Daí associada quer ao limo 
fertilizante e a vida, quer a putrefação e a 
morte. Considerada mãe de Omolú é 
sincretizada com Sant'Ana. Suas cores são o 
vermelho, o branco e o azul que exibe em 
seus colares. Sua insígnia é o Ibiri – artefato 
confeccionado com a nervura central das 
folhas do dendezeiro, de ápice recurvo como 
um báculo. Seu dia é sábado. Saudação – 
"Sálùba"  
Nba - juntar-se 
Nfe - amar 
Ni - dizer, ser, alguém, aquele, depende do 
contexto 
Ní - Ter 
Ni Àárò - De manhã 
Níbi - No lugar 
Nígbàtí - quando 
Nikan - sozinho 
Níle - em casa 
Nínú - dentro 
Nipa - Sobre 
Nipon - Grosso. 
Nítorí - Por que 
Nítorípè - Porque 
Nje - bem 
Njo - dançar 
Nko - não 
Nlá - grande 
Nlo - indo 
Nmu – bebendo 
NOZ-DE-COLA – vd. Obì 
Nrin - caminhando 
Nro - pensando 
Nu - Sumir 
Nyín – você 

“O” 
 
O - ele, ela, isto 
Obá – Rei 
OBÁ – Terceira mulher de Sòngó, Obá é a 
deusa nigeriana do rio do mesmo nome. 
Muitas vezes se confunde com Ìyásan, pois, 
além de casada com Sòngó, usa também 
espada de cobre. Na outra mão leva, seja um 
escudo, seja um leque com o qual esconde 
uma de suas orelhas em lembrança do 
episódio mítico que deu margem à sua 
rivalidade com Òsun. No Brasil é sincretizada 
com Santa Catarina e Santa Joana d'Arc. Seu 
dia é quarta-feira. Seus colares são de contas 
alternadamente amarelas e vermelhas de 
tonalidades leitosas. E saudada como 
"Obáxireê!" 
OBALÚWÀIYÉ – É a "forma" jovem de 
Sòpònnón, do qual Omolu é a "forma" velha. 
Divindade da varfvola e das moléstias infecto-
contagiosas e epidêmicas, consta como filho 
de Nàná, criado por Yemoja, e, portanto, 
irmão de Òsùmàrè Veste-se todo de palha, 
com o que cobre as suas ulcerações. Sua 
saudação – "Atotó!" – significa "Calma!", 
exigida a um deus tão poderoso e temível. 
Sua insígnia é o sàsàra – feixe de nervuras 
das folhas do dendezeiro, amarrado com tiras 
de couro, em vermelho e preto (ou branco e 
preto), incrustradas de búzios. É sincretizado, 
no Brasil, com São Roque, as vezes, com São 
Lázaro e ainda com São Sebastião, em Recife 
Oba obìnrin - Rainha mãe 
OBÀTÁLÁ – vd.Òòsàálá 
Obé - Termo que designa a faca usada nos 
sacrifícios, por extensão qualquer faca no 
jargão do candomblé 
Obé fari - Navalha 
Oberó - Alguidar 
Obì - noz de cola, usado num sistema 
simplificado de adivinhação. Fruto de uma 
palmeira africana (Cola acuminata, Schott. & 
Endl. – STER-CULIACEAE) aclimatada no 
Brasil. Indispensável no candomblé, onde 
serve de oferenda para os òrìsà e é usado nas 
práticas divinatórias simples, cortado em 
pedaços 
Obí - sexo feminino 
Obinrin - Mulher 
Obirim - Mulher, feminino 
Òbo - Macaco 
Óbo – vagina 
OBRIGAÇÃO – vd. Ebo.  
OBRIGAÇÃO DE SETE ANOS – E uma das 
obrigações mais importantes da carreira 
iniciática. Equivale a um autentico rito de 
investidura, a partir do qual, tornando-se 
ebômin, o filho-de-santo pode proceder a 
iniciação de outros 
Òbukó - bode 
Odé - Caçador 
Òde - do lado de fora 
Odê - Fora, rua 
Òde ayé - o mundo todo 
Odideé - papagaio 
Odò - Rio 
Òdodo - justiça 
Odù – Destino 
ODÙ – Pronunciamento oracular resultante da 
prática divinatória com o òpèlè (vd.), com os 
cocos de dendê (vd.) ou com os búzios (vd.). 
Há 16 odù primários ou maiores. Suas 
combinações com os 16 secundários resultam 
em 256, cujos desdobramentos chegam a 
4.096. Cada odù é nominado e pertence a 
uma divindade 
ODÙDUWÀ – Divindade yorubá, ora 
apresentada, nos mitos, como masculino e 
irmão de Obàtálá (vd.) (vd. também Cesto-da-
criação), ora como feminino e, no caso, 
esposa deste ultimo. Odùduwà significa "a 
cabaça de onde jorrou a vida". É evocada, no 
Brasil, em alguns terreiros (vd.) e, também, 
no candomblé-dos-eguns de Itaparica (vd. 
Egúngún).  
ODUNDUN – A folha-da-costa ou saião 
africano (Kalanchoe brasiliensis, Comb.– 
CRASSULACEAE). Uma das folhas rituais mais 
importantes dos candomblés 
Odukun - batata doce 
Odún - Ano 
Òdúndún - erva medicinal 
OFÀ – Designa o instrumento simbólico de 
Òsóòsi, consistindo num arco e flecha unidos 
em metal branco ou bronze 
Ofá - Arco e flecha 
Ofà - flecha 
Òfin - lei, direito 
Ofò - feitiçaria 
Òfurufú - Respirar, ar, espaço 
OGà– Título honorífico conferido, seja pelo 
chefe do terreiro, seja por um òrìsà 
incorporado, aos beneméritos da casa-de-
santo, que contribuam com sua riqueza, 
prestígio e poder, para a proteção e o brilho 
do àse (vd.). Esse tipo de titulatura admite 
uma série de especificações que abrangem, 
desde cargos administrativos, até funções 
.rituais. A iniciação dos ogãs é mais breve e se 
distingue daquela dos iaôs (vd.), por excluir a 
catulagem, a raspagem e alguns outros 
rituais. Tal como as equédes (vd.) os ogãs não 
são passíveis de transe.  
Ògá - Chefe 
Ogbe - crista de galo 
Ogbo ato - ficar velho, vida longa 
Ogboni - sociedade de homens anciões que 
adoram o Orixá Onile 
Ògèdè - Banana 
Ògèdè - encanto, feitiçaria 
Ogìnrin – mulher 

ÒGÚN – Divindade da forja e dos usuários do 
ferro; por extensão, da guerra e da agricultura 
e, também, da caça ou de todas as demais 
atividades que envolvem a manipulação de 
instrumentos de ferro. É rei de Iré e por isso 
chamado, no Brasil, Oníré. Costuma ser 
representado por um semicírculo soldado a 
base por uma haste, no qual se encontram, 
pendurados no arco do semicírculo, todo o tipo 
de instrumentos, que, como o conjunto 
inteiro, são de ferro. E filho de Yemoja e irmão 
de Èsú e Òsóòsì. Por isso, tem a ver com os 
caminhos, a caça e a pesca. Pertence-Ihe a 
faca sacrificial – o òbe (vd.). Os colares são de 
contas verdes ou azul-escuro (em angola). 
Seu dia é a terça-feira. Saudação – "Ògún yé!" 
Ogun - Guerra 
Ògún - Orixá da Guerra e Metais 
Ohùn - Voz 
Òjiji - Sombra 
Ojise - mensageiros 
Òjò - chuva 
Ojó Àbáméta - Sábado 
Ojó Àikú - Domingo 
Ojó Ajé - Segunda-feira 
Ojó Bò - Quinta-feira 
Ojó Etí - Sexta-feira 
Ojó Ìségún - Terça-feira 
Ojó Rú - Quarta-feira 
Òjòlá - jibóia 
Ojú - olho ou face, dependendo do contexto 
Ojú - óòri - sepultura, túmulo 
Ojù àse - força nos olhos 
Ojú ònà - caminho, estrada 
Oju ona - Olho da rua, ( caminho ) 
Ojú Òrun - Céu 
Ojubona - professor 
Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro 
Ògún em Ilé Ifè 
Oka - cobra 
Okan - Coração 
Òkè - Montanha 
Oko - Esposo 
Okó - Pênis 
Okòn - coração 
Òkú - cadáver, defunto 
Òkun - o oceano, mar 
Okunlin - Homem 
Òkúta - Pedra 
Olé - ladrão 
Olodê - Senhor da rua 
Olódùmarè - Supremo– vd. Olóòrun 
Olona - nome em louvor ao Orixá Ogun que 
significa: "proprietário da estrada" 
OLÓÒJÀ – Expressão yorubá que na língua 
ordinária significa seja o vendedor, seja o 
dono do mercado. Na cosmologia do povo-de-
santo, a locução dono-do-mercado equivale a 
um dos títulos de Èsú 
OLÓRÍ – Termo que designa o "dono da 
cabeça", isto é, o òrìsà pessoal de cada 
iniciado (vd. Orí). 
OLÓÒRUN – Divindade suprema yorubá, 
criador do céu e da terra. Deus do 
firmamento. É o Eléeda, "senhor-das-
criaturas-vivas"; o eléèémí "dono-da-vida"; 
que criou o homem e a mulher a partir do 
barro, encarregando seu filho, Obàtálá, de 
moldá-los e animá-los com o sopro vivificante. 
De caráter inamovível, é o numinoso que 
permanece fora do alcance dos homens que 
não Ihe podem render culto. Não tem 
insígnias. Sua cor é o branco absoluto. É 
também chamado de Olódù-marè 
Olórí - chefe 
Olórum - Deus 
Olosa - Orixá da laguna 
OLOSSAIN – Sacerdote encarregado da coleta 
e da preparação ritual das ervas sagradas na 
liturgia dos candomblés. 0 mesmo que 
babalossain 
Olòwò - sábio mais velho 
Olùkó - Professor 
Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselho 
masculino dos anciãos 
Omi - Água 
Omi ayé - as águas da terra 
Omi Dúdú - Café preto 
Omira - sangue menstrual 
Omi-tútù - água fria 
Omo - filho, criança. 
Omodé - criança jovem 
Ònà - estrada, caminho 
Ongé – Comida 
Oníbàárà - cliente 
Oníbode - porteiro 
Onílé - guarda da casa 
Oni're - nome em louvor para o Orixá do ferro 
Ogun, que significa "chefe da cidade de Ire" 
Onísé - trabalhador 
Onje - omida 
Onje Àárò - Café da manhã 
Onje Alé - Jantar 
Onje Òsán - Almoço 
Òòni - O Rei da nação Yorubá 
Oòrùn - Sol 
Òòsà - o mesmo que Orixá 
ÒÒSÀÁLÁ – Este é o nome pelo qual se 
conhece, no Brasil, Obàtálá (o Senhor do Pano 
Branco) e significa "o grande òrisà". Filho de 
Olóòrun (vd.) foi encarregado por este de criar 
o mundo e os homens. Nesta ultima condição 
é portador dos títulos de Àjàlá, Àjàlámò e Alá-
morerê. Apresenta-se ora como um jovem 
guerreiro, simbolizado pelo arrebol – 
Òsògìnyón, ora como um velho, curvado ao 
peso dos anos, simbolizado pelo sol poente – 
Òsòlúfón. Suas insígnias, em prata lavrada, 
são, em conseqüência, ora a espada e o pilão, 
ora o òpásorò – um bastão com aros 
superpostos, adornados de pingentes, 
encimados por um passado (em geral uma 
pomba) – símbolo do poder. Costuma-se 
sincretizá-lo com Nosso Senhor do Bonfim. 

Sua cor heráldica é o branco e seu dia a 
sexta-feira. A ele se dedica a grande festa 
popular da "lavagem do Bonfim" (vd. 
Lavagem). Saudação – "Eèpàà bàbá! Eèpàà 
èé!" 
Òòsàoko - Orixá da fazenda 
Òpè – palmeira 
ÒPÈLÈ – Colar aberto no qual se encadeiam 
oito metades de coquinhos de dende, 
mediante um fio trançado de palha-da-costa. 
É o instrumento divinatório privativo dos 
autênticos sacerdotes de Ifá (vd. – Os 
bàbáláwo (vd.). 
Opèlé - corrente usada pela divindade Ifá, 
significa: " enigma da palmeira " 
Òpin ìsìn - o fim do ritual 
Òpolo - Sapo 
Òpópó - rua 
Òpùrò - mentiroso 
Òrè - Amigo (a) 
Orí - Termo que designa a cabeça na vida 
litúrgica dos candomblés. É, além disso, uma 
divindade doméstica yorubá guardiã do 
destino e cultuada por adeptos de ambos os 
sexos. Também se diz que é a alma 
orgânica.perecível, cuja sede é a cabeça – 
inteligência, sensibilidade, etc. 
ORÍKÌ – Conjunto de narrativas da saga 
mística dos òrìsà que proclamam seus feitos. 
Ocorre também sob a forma de pequenos 
enigmas endereçados a uma pessoa como 
voto de bons augúrios 
Orílè - nome de uma nação 
Orin – Cantiga 
ÒRÌSÀ – Qualquer divindade yorubá com 
exceção de Olóòrun (vd.). Seus equivalentes 
fón (vd.) são voduns. A designação das 
divindades do culto angola-congo que Ihe 
correspondem é inkice. Essas equivalências 
são imperfeitas, pois, ao passo que uns são 
forças da natureza, outros são espíritos que 
retornam sob a representação de animais, 
enquanto outros ainda são espíritos ancestrais 
Òrisà bi - esposa de Orungan 
ÒRÌSÀNLÁ – É um título de Obàtálá, a partir 
do qual se formou, no Brasil, o nome Oxalá 
ORÓGBÓ – Fava de uma planta africana 
adaptada no Brasil (Garcinia Kola, Hae-ckel, 
GUTTIFERAE).  
Orúko - Expressão yorubá, empregada na 
liturgia dos candomblés, que significa "qual é 
o teu nome?". Ocorre na mais expressiva 
cerimonia publica do candomblé, conhecida 
como saída-de-santo, dia-do-nome, saída-de-
iaô e muzenza 
Òrùn - Pescoço 
Orun – Céu 
ÒRUN – vd. Aiyé 
Orúnkún – Joelho 
ÒRÚNMÍLÀ – vd. Ifá 
Òsa - Lagoa 
Osàn - Laranja 
Osán - fruta 
Òsányìn - Orixá das ervas e dos 
medicamentos 
Òsé - Sabão 
Òsè - semana ritual de quatro dias 
Òsí - Esquerda 
Osó – Bruxo 
ÒSÓNYNÌN – Òrìsà das folhas litúrgicas e 
medicinais, imprescindíveis para a realização 
do culto. Na África é considerado companheiro 
de Ifá e também adivinho. Seu emblema são 
sete hastes de ferro pontiagudas, das quais a 
haste central é encimada por um pássaro. As 
sete hastes estão soldadas pela base, 
formando, no seu ápice, um círculo em torno 
da haste com o pássaro. As cores das contas 
de seus colares são o verde (ou azul) e o 
vermelho leitoso. Seu dia é, para alguns, a 
seguinda, e para outros, a quinta-feira. Sua 
saudação – "Ewé ó!" 
Òsóòsì - orixá da caça - Filho de Yemoja, 
irmão de Ògún (vd.), companheiro de Èsú e 
Òsónyìn, este òrìsà, considerado rei de Kétu, 
tem o título de ode (o Caçador). No Brasil é 
sincretizado, seja com São Jorge (na Bahia), 
seja com São Sebastião (no Rio de Janeiro e 
Porto Alegre). Seu símbolo é o ofà (vd.). 0 
cotar votivo é de contas azul-de-viena (azul 
esverdeado). Saudação – "Òkè àró" 
Osù – Mês 
ÒSÙMÀRÈ – Costuma ser identificado com o 
arco-íris e com a serpente. Representa a 
continuidade, o movimento e a eternidade. No 
Brasil é considerado irmão de Obalúwàiyé 
(vd.) e filho de Nàná (vd.), possivelmente em 
virtude de sua origem daomeana. Dele se diz 
que é o Rei de Jeje. Seu símbolo são as duas 
cobras que leva nas mãos quando dança, 
sendo uma masculina e outra feminina, alusão 
ao seu caráter duplo de macho e fêmea. Dia 
consagrado: terça-feira. Colares de contas 
verdes e amarelas listradas. Saudação – 
"Aróbò bo yí!" Sincretizado com São 
Bartolomeu.  
ÒSÚN – Divindade das águas, em particular no 
Rio Òsún, na Nigéria. E a segunda esposa de 
Sòngó, mas foi casada também com Ògún e 
Òsóòsì. Deste ultimo casamento nasceu 
Lògún-ede (vd.). Seus símbolos são o leque 
dourado e a espada. É pois uma iabá que se 
caracteriza pela coqueteria, gostando de 
enfeites e jóias de ouro (ou cobre amarelo). 
Tem o título de Ialodê – chefe das mulheres 
do mercado, sendo sincretizada no Brasil com 
diversas Nossas Senhoras (da GIória, da 
Conceição, do Carmo, das Candeias, da 
Candelária) e com Santa Luzia. Além disso, é 
a Rainha de Òsogbo e Òyó. Seus colares são 
de contas amarelo-douradas translúcidas. 
Saudação – "Rora yèyé o!" Seu dia é o 
sábado. 
Òsupá – Lua 

OSÙU – Artefato cônico, confeccionado a partir 
de substâncias sagradas de origem animal, 
vegetal e mineral, imposto a cabeça do noviço 
após as incisões rituaisfeitas sobre o alto do 
crânio (vd. Adósùu). 
Ota e Okuta - Pedra 
Otí - Álcool 
Otí Bìá - Cerveja 
Otin Dudu - Vinho tinto 
Otin fum-fum - Aguardente 
Otin nibé - Cerveja 
Òtitó - verdade 
Otu - sacerdote que faz oferendas em nome 
do Rei (Oba) 
Òtún - Direita 
Òun - Ele (a) 
Owo - Não 
Owó - Dinheiro 
Oyin – Mel 
 
“P” 
 
Pá – Matar 
Pada – Voltar 
PÀDÉ – Rito que é desempenhado no início das 
cerimônias do candomblé em homenagem a 
Èsù, considerado necessário como rito 
propiciatório, pois as primícias sacrificiais 
devem caber aquele que é, além de 
primogênito da criação, o portador titular de 
qualquer oferenda. 0 seu não cumprimento é 
visto como implicando em perturbação de toda 
a ordem ritual 
Padê - Encontrar 
Pàdé - encontrar 
Paeja – Pescar 
PAI-DE-SANTO – vd. Babalorixá.  
PAI-PEQUENO – vd. Mãe-pequena 
Pákí - farinha de mandioca, mandioca 
Paki - Sala 
Pákórò - ritual noturno nos funerais 
PALHA-DA-COSTA – Tipo de palha proveniente 
da Costa da África, com que se designa a região 
sudanesa da África Ocidental (Golfo da Guiné). 
Usa-se trançada em diferentes artefatos 
litúrgicos.  
Pamó - Esconder 
Paré - desaparecer, ser destruído 
Pari - completar 
Pariwò - gritar, barulho 
Patapá – Burro 
PATÉWÓ ou ÌPATÉWÓ – Palmas em cad0ncia 
sincopada empregadas como saudação aos 
òrìsà, bem como em circunstâncias que impõem 
o silencio, como no caso do recolhimento, para 
indicar uma necessidade a ser atendida. Diz-se 
paô.  
PARÁS – vd. Candomblés 
Pè - Chamar 
Peji - Espécie de altar onde se encontram 
dispostos os diversos tipos de insígnias da 
divindade, como as pedras votivas (òta), armas 
e demais objetos simbólicos, e onde estão 
dispostos os recipientes contendo as comidas 
ofertadas aos òrìsà 
PEMBAS – Espécie de giz de diferentes cores 
que é usado para traçar desenhos mágico-
religiosos e de caráter invocatório. E mais 
freqüentemente empregado nos ritos de 
umbanda.  
Pèlé - marcas na face. Caracteriza as famílias 
Pelebi - Pato 
Peleke - aumentar 
Pépéiye - Pato 
Pepelê – Banco 
Pín - dividir, repartir 
Pitan - contar historias 
POMBA-GIRA – vd. Èsù 
Pòòkò - copo feito de uma casca de coco 
POVO-DE-SANTO – Designação coletiva que 
abrange o conjunto dos filhos-de-santo de 
todos os candomblés 
PRETOS-VELHOS – Termo que designa um tipo 
de entidade característica dos cultos de 
umbanda. Representam os espíritos de negros 
escravos que se notabilizaram por sua 
humildade, sabedoria e magia. São conhecidos 
como Vovô/Vovó, Tio/Tia e Pai/Mãe.  
Pupa - Vermelho 
Púpò - Muito 
Putu – bom 
 
 
“Q” 
 
QUEBRA-DE-QUIZILA – vd. Quizila.  
QUITANDA-DE-IAÔ – Rito do ciclo iniciático em 
que são rompidos alguns dos tabus que cercam 
o noviço. Consiste no desempenho dramático de 
funções e atividades evocativas de situaq5es do 
quotidiano. 0 termo alude, ainda, a venda que o 
iaô efetua de produtos variados (frutas, doces, 
etc.) expostos sobre tabuleiros,como nas feiras 
e mercados. A origem do termo quitanda é 
kimbundo e significa expor, e, por extensão, 
feira ou mercado.  
QUIZILA – Interdito ritual; o mesmo que èèwò. 
Na liturgia dos candomblés há um ciclo 
cerimonial, onde se realiza o rompimento dos 
tabus que circundam o noviço durante a 
iniciação, conhecido como quebra-de-quizila. 
Dele fazem parte o panán e a quitanda-de-iaô.  
 

 
“R” 
 
Rà - Apodrecer 
Rà - Comprar 
Rá - engatinhar 
Rárá - Não 
Rári - rapar a cabeça, o primeiro degrau da 
iniciação 
Re - Ir 
Réin - rir 
Rèrè - coisas boas, boa fortuna 
Rere - Muito bem 
Rérìn - Rir 
Rí - Ver 
Rìn - Andar 
Rìn - Trabalhar 
Riri - tremer de medo 
Rò - Pensar 
Roboto – Redondo 
ROÇA – vd. Casa-de-santo 
Ròjo - chover 
Ronu - Pensar 
Rúbo – Sacrifício 
RUM, RUMPI, RUNLÉ – vd. Atabaques 
Run - perecer, sucumbir 
RUNKO – Termo pelo qual se designa o 
aposento destinado a reclusão dos neófitos 
durante o processo de iniciação. f conhecido 
também como alíase, camarinha ou ainda àse 
Rúsúrúsú – Amarelo 
 
“S” 
 
Sáà - estação, determinado espaço de tempo 
SAÍDA-DE-SANTO – vd. Orúko 
Saju – Antes 
SAKPATÁ – vd. Obalúwàiyé 
Sàn - estar bem 
Sánku - morte prematura 
Sánmò - céu 
Sanra - estar gordo 
Sanro – Gordo 
SANTO – vd. Òrìsà 
Sarapebé - Mensageiro 
Sáré - Rápido, correr 
SAWORO – Artefato de palha trançada e que 
tem como fecho um guizo. 0 noviço deve tê-lo 
atado ao tornozelo, e port5-lo durante um largo 
período ap6s a sua reclusão. Um dos símbolos 
cerimoniais da sujeição do iaô numa casa-de-
santo 
Sè - cozinhar 
Sééré - chocalho, sagrado para o Orixá Sàngó 
Ségègé - tirar a sorte, fundição de certas 
formas de adivinhação 
Sèké - mentir 
Si Ori - Abrir a Cabeça 
Simi - Descansar 
Sinsin - descansar 
Sínun - Dentro 
Sirè – Diversão 
SIRI – Conjunto de danças cerimoniais onde 
ocorrem distintos ritmos, cânticos e estilos 
coreográficos característicos do desempenho de 
cada Òrìsà 
Sise - Trabalho 
So - amarrar 
Sódé - fora 
Sòkoto – calças 
SÒNPÒNNÓN – vd. Obalúwàiyé.  
SÒNGÓ – Divindade iorubana do raio e do 
trovão. Descendente do fundador mítico da 
cidade de Òyò e seu 4º. rei. Seu símbolo é o 
machado duplo, notabilizando-se ainda como o 
dono da pedra-do-raio, indispensável aos seus 
assentamentos. E viril, como atestam suas 
várias esposas (Òsun, Oba, Oya), violento e 
guerreiro, distinguindo-se, sobretudo, pelo seu 
senso de justiça, aspecto mais desenvolvido da 
sua representação no Brasil, e que o liga a São 
Jerônimo, com quem é sincretizado. Suas cores 
são o vermelho e o branco. Seu dia é quarta-
feira. Saudação – "Ká wòóo, ká biyè sí!"  
Sòrò - falar 
Sòrò - Falar 
Sòtito - ter fé 
Sùn - Dormir 
Sunkun - chorar 
Sùrú – Paciência 
 
“T” 
 
Tà - vender 
Tàbá - Tabaco, fumo 
Táìwo - o primeiro gêmeo a nascer 
Táláká - pessoa pobre 
TAMBORES-DE-MINA – vd. Candomblés 
Tanã - Vela, lâmpada 
Tanná - acender a luz 
Tara - pequena pedra 
Tata – Gafanhoto 
TATA-DE-INKICE – vd. Babalorixá 
Taya - Esposa 
Té - espalhar 
Te - estabelecer 
Tè - pressionar 
Téfá - iniciação Ifá 
Telé - seguir 
Tèmi - Meu, minha 
TEMPO – É um índice. Corresponde ao ìrokò 
nagô. Muitas vezes seus assentamentos (vd.) 
se encontram ao ar livre, isto é, "no tempo". 
Dele se diz que é o dono da bandeira branca 
que distingue as casas-de-santo (vd.). Seu 

símbolo é uma grelha de ferro com três pontas-
de-lança. É sincretizado com São Lourenço, 
santo católico que sofreu o martírio sobre uma 
grelha.  
TERREIROS – vd. Candomblés 
Tete – Aplicado 
TETEREGUN – Planta da família das 
ZINGlBERACEAE (Costus spicatus, SW.). É 
conhecida, ainda, como sangolovô e cana-de-
macaco. Na classificação das folhas liturgias é 
considerada de agitaçåo 
Tímótímó - pequeno 
Tìnùtìnù - sincero 
Titi - até 
Titun - Novo 
Tò - Urinar 
Tóbi - Grande, maior 
Tóbi ode - caçar 
Toto - Atenção 
Tún - Retorno 
Túndé - renascer 
Tutu - Frio, gelado 
 
“W” 
 
Wa - Nosso 
Wà - ser 
Wádi - fazer perguntas 
WÁJÌ – Nome litúrgico do anil ou índigo, a cor 
azul-escura 
Wakati - Hora 
Wàrà – Leite 
Wè - Banho 
Wejeweje - coisas boas 
Were - jovem 
Wèrè - Louco 
Wípé - dizer algo 
Wò - Vestir 
Wó - o qual 
Wo - relaxar 
Wodi – investigar 
Wo'gun mérin - os quatro cantos do mundo, as 
quatro direções 
Wolé - entrar 
Woléwòdè - entrar e sair 
Won - então 
Wòran - assistir 
Wu - Desenterrar 
Wun ni - Gostar 
Wúrà – Ouro 
 
“Y” 
 
Yá - inundar 
Yà - virar para o lado 
Yàgó - Licença 
Yalayala - gavião, rápido, veloz 
Yama - Oeste 
Yàn - escolher 
Yan - Torrar 
Yanran - bom 
Yara - quatro 
Yára - ser rápido 
Yara-ypejo – Sala 
Yaro - Ficar aleijado 
Yesi – quem 
YEWÀ – Òrìsà feminino do rio e da lagoa Yewè, 
na Nigèria. Uma das iabás, considerada ora 
irmã de iyásan, ora esposa de Òsùmáré. Seu 
nome significa beleza e graça. As cores de seus 
colares são o vermelho e o amarelo. Usa como 
insígnias o arpão, a âncora e a espada. Ha um 
vodun daomeano com o mesmo nome, cultuado 
em São Luís do Maranhão. Saudação – "Riró!" 
Yewere - sem valor, indigno 
Yèyé - bobagem 
Yeye - mãe 
Yi - isto 
Yibi - grandeza 
Yio - desejo 
Yiyan - Assado 
Yo - aparecer 
Yonrin – Areia 
 
“S” 
Corresponde a letra”X”  
 
Saju - Antes 
Sirè – Diversão 
XANGÔS – vd. Candomblés 
Xaorô - Tornozeleira de palha da costa usada 
durante o recolhimento para o processo de 
iniciação. 
Xarará - Instrumento simbólico do Orixá 
Obaluaiyê 
Xê - Fazer 
Xirê - Festa, brincadeira 
 
“V” 
 
VODUN – vd. Òrìsà.   l/ODUNCI – vd. Ebômin 
 
 

MÓDULO II 
 
OS ORIXÁS: 
 
- ORIXÁS POUCO CULTUADOS  
 
- EXU – ELEGBARÁ 
 
- OGUM 
 
- OSSANHE 
 
- OXOSSI 
 
- LOGUN-EDÉ  
 
- OXUM 
 
- EWÁ 
 
- OYÁ 
 
- OBÁ 
 
- YEMONJÁ 
 
- OXUMARÊ  
 
- XANGÔ 
 
- NANà
 
- OBALUAÊ / OMULÚ  
 
- IRÔKO 
 
- OXALÁ 
 
 
 
 
OS ORIXÁS 
 
       
 
    São massas de movimentos lentos, serenos e de ida de imemorial. São dotados de um 
grande equilíbrio, necessário para manter a relação entre os que nascem e os que morrem, entre o que 
é dado e o que é devolvido. Por isso, estão associados à justiça e ao equilíbrio. 
    São as entidades mais afastadas dos seres humanos  e as mais perigosas. Incorrer no 
desagrado ou na irritação desses Orixás-funfun é fatal. Tal situação, está associada ao sentimento que 
aterroriza alguns iniciados, ao aniquilamento total, a de ser completamente reabsorvido pela massa e 
não renascer nunca mais. 
    Funfun aqui é utilizado com duplo sentido: do bra nco,de tudo que é branco, os objetos e 
as substâncias brancas; e a do incolor, anti-substância, o nada. 
 
 
O QUE SÃO ORIXÁS ? 
 
Muita gente acredita que os orixás são seres inferiores, perversos e de pouca luz. Ou, então, 
chegam a defini-los como criaturas demoníacas, com grande poder de destruição, usados somente 
para o mal. Mas, então, o que realmente são os orixás? 

Para nós, os orixás são seres divinos criados por Olorun, nosso Deus único, que o auxiliaram na 
criação do universo e de todos os seus componentes. A partir daí, eles ganharam a função de 
intermediários entre o criador e a criatura. É através deles que podemos tentar chegar um pouco mais 
perto de Deus, se isso não for muita pretensão para nós, meros mortais. 
Segundo os yorubás, os orixás são os donos da nossa cabeça, ou "ori", e nossos protetores 
individuais. Eles estão sempre tentando nos transmitir seus conhecimentos, que, muitas vezes, passam 
desapercebidos pela nossa razão, mas não pelos nossos sentidos. Infelizmente, não damos a devida 
importância a esse fato, achando que são "coisas da nossa imaginação". Segundo acreditamos, houve 
uma grande ruptura entre os seres humanos e os orixás, que antes viviam lado a lado, cada um 
podendo visitar o mundo um do outro; ou seja, a Terra (àiyé) e o céu (orun), estavam ligados entre si, 
não existindo barreiras. Algumas lendas do Candomblé contam que tudo corria muito bem, até um ser 
humano desrespeitar a ordem estabelecida por Olorun . Seu erro foi adentrar em um local proibido, 
maculando-o com a sujeira da Terra. Isso não foi perdoado, e a separação tornou-se inevitável. Assim, 
Oxalá soprou o seu hálito divino sobre a Terra, criando o ar atmosférico, que seria, daí em diante, a 
barreira entre esses dois mundos. Desde então, os seres humanos vivem tentando alcançar o céu e 
seus seres encantados, sem obter resultado. 
Nós, através do Candomblé, conseguimos restabelecer  essa ligação com o orun, e temos o 
poder de presenciar claramente a manifestação da centelha divina em nosso interior, que é a 
experiência mais maravilhosa que alguém pode experi mentar. A esse conjunto de mecanismos criados 
pelos seres humanos para tentar chegar mais perto do criador e reatar, assim, a comunicação 
interrompida no passado, é a melhor definição para a palavra religião. 
Há varias formas de um mesmo orixá, isto é, existem vários tipos diferentes provenientes de uma 
mesma origem divina. A esse fenômeno damos o nome d e qualidades. Tomemos o exemplo do orixá 
Oxun, que reina nas águas doces. Ele irá subdividir-se em várias formas ou qualidades, como: Pondá, 
Opará, Kare, Topé, etc. Todas essas qualidades têm a mesma essência, mas diferem entre si em 
muitas coisas, inclusive no que diz respeito a seus fundamentos e rituais. Esse tema é muito complexo, 
gerando dúvidas até mesmo entre os babalorixás. 
Por isso, para podermos detectar o orixá de uma pessoa, assim como sua forma ou qualidade, é 
preciso consultar o oráculo de Ifá, ou jogo de búzios. Não existe outro meio mais seguro e eficaz. 
Através dos búzios, um bom sacerdote será capaz de identificar, o orixá ao qual a pessoa 
pertence, e também verificar se há, realmente, a necessidade de se fazer a iniciação. Caso isso seja 
inevitável, a pessoa em questão deverá passar por vários preceitos de confirmação até o dia da feitura. 
É fundamental que não haja erros de espécie alguma, pois é com a vida de um ser humano que 
estamos lidando. 
Quando o babalorixá identifica o orixá de alguém, terá, necessariamente de levantar todos os 
detalhes que estão ligados a ele, como a família ao qual pertence, as oferendas de que gosta, o tipo de 
comida que mais lhe agrada, seus lugares de ebós, rezas, cantigas, etc. É, também, muito importante 
saber sobre o elemento da natureza que ele habita e domina, bem como a função que desempenha 
dentro do universo. 
Os orixás podem ser evocados através de rezas (aduras), cantigas especiais (orikis), ou pelo 
seu nome dentro do plantel dos orixás (morunko). Cada um deles tem suas cores predominantes, que 
derivam das três cores básicas do universo, que, segundo os yorubás, são o vermelho, o preto e o 
branco. As roupas rituais de cada orixá, além de todos os adereços e ferramentas que lhe são 
peculiares, também exibirão essas cores. As comidas também são indispensáveis nas oferendas, 
variando muito de orixá para orixá. 
 
ORIXÁS 
Os negros africanos, ao chegarem ao Brasil, trouxeram um culto primitivo, oriundo de sua pátria, 
conhecido como Candomblé. Aparentemente de maneira  infantil, cultuavam alguns deuses chamados 
por eles de "orixás". Essas divindades seriam, por um lado, ligadas à natureza e por outro aos homens. 
Praticantes seculares do mediunismo, os negros adeptos do Candomblé, não aceitavam e não aceitam 
até hoje, a "incorporação" em seus médiuns de Espíritos de "mortos". No Candomblé um Espírito 
errante é chamado de "egum".  
As definições a seu respeito e as lendas africanas a respeito de onde eles se originaram são várias, 
mas coincidem em alguns pontos básicos: Orixás são divindades intermediárias entre o Deus Supremo 
e o mundo terrestre, encarregados de administrar a criação e se comunicar com os homens através de 
vistosos e complexos rituais. As estórias sobre eles falam-nos de seres profundamente humanos em 
seu comportamento - arquétipos que encontram corres pondência com várias mitologias, entre elas a 
greco-romana.  
Existem duas correntes básicas que tentam explicar o aparecimento dos Orixás. Uma delas remonta a 
criação do universo. Antes de tudo havia o caos, até que um deus supremo, Olorum (à semelhança do 
Deus católico) criou o universo, suas estrelas, planetas, o mundo material, que se separava, de 

maneira drástica, do que havia antes, o mundo imaterial ou sobrenatural. Para estabelecer seu 
controle sobre os seres que habitariam esses mundos (ou, especificamente, à Terra), Olorum criou os 
elementos, sendo cada um deles a forma material dos Orixás.  
Outra maneira de se explicar o mesmo processo é men os mística; os Orixás seriam seres humanos 
importantes, donos de grande poder em vida, que mor reram de maneiras incomuns, por meio de 
grandes acessos de cólera ou então de fulminante paixão. Essa sobrecarga de sentimento teria 
provocado uma espécie de derramamento da essência d e cada ser, impedindo que eles assumissem a 
forma comum de todos os espíritos mortos, os eguns. Neste caso, tais espíritos se identificariam com 
um dos elementos da natureza.  
O Orixá seria, então, um ancestral divinizado, que, quando vivo, estabeleceu controle sobre certas 
forças da natureza, tais como o trovão, o vento, as águas doces ou salgadas, ou mesmo sobre certas 
atividades como a caça, o trabalho em metal, ou ainda, sobre o conhecimento das virtudes e da 
utilização das plantas. O poder, o Axé, do ancestral Orixá teria a faculdade, depois da sua morte, de se 
transmitir momentaneamente a um de seus descendente s, no decorrer de uma crise de possessão.  
Havia cerca de 600 Orixás na África, que se reduziram a 50 no Brasil; desses, apenas 16 são cultuados 
no Candomblé na atualidade. Esse processo de assimilação, no entanto, não está definido; ao longo 
deste século, assistiu-se, por exemplo, à progressiva reabilitação de Nanã, assim como outras 
entidades aos poucos vão sendo esquecidas.  
Os "orixás", ao presidirem a própria natureza através de seus agentes, trariam em si características de 
personalidade que os ligariam a determinados estados evolutivos da espécie humana. A vibração 
provocada pelo tipo de personalidade de um certo indivíduo, vai colocá-lo sob a influência de 
determinado "Orixá". Diz-se, então, que ele é oriundo daquela faixa psíquica, ou como fazem no 
Candomblé, que ele é "filho de Santo". Os orixás podem ser considerados arquétipos da personalidade 
freqüentemente escondida das pessoas. Os seus adept os têm em comum tendências inatas e um 
comportamento geral correspondente a cada Orixá: a  virilidade devastadora e vigorosa de XANGÔ, a 
feminilidade elegante e vaidosa de OXUN, a sensualidade desenfreada de OYÁ-YANSAN, a calma 
benevolente de NANAN, a vivacidade e a independênci a de OXOSSI, o masoquismo e o desejo de 
expiação de OMOLU etc. os mais cultuados atualmente  no Brasil, e de acordo com o título, uma religião 
a serviço do povo, os de maior interesse pela nossa própria necessidade, maior conhecimento e 
interação. Levando sempre em consideração que são d enominados na linguagem yorubana. 
Existe uma subdivisão, entre os orixás, que os diferencia e identifica, de uma forma mais individual, 
mesmo dentro do seu grupo, que é denominado "qualid ade" do orixá, cabe uma explicação mais 
aprofundada; cada pessoa tem um orixá individual, único e exclusivo, não existem dois orixás iguais 
em toda terra, e todos possuímos, o que chamamos de  "cuia' , formada por sete orixás, sendo um 
principal, chamado de "frente" - o dono do Orí - , o segundo "ajuntó", os demais: "proteção", 
"carrego", "alicerce" e "cumieira". A cada orixá, as qualidades variam de acordo com a nação que se 
pratica (kêto, gêge, angola, ijexá, fon...), essas qualidades exprimem situações desses orixás, que 
podem ser, títulos honoríficos (caso de Xangô), tipos de animais, lugares, situações, formas ... os sete 
orixás que formam a "cuia" de cada pessoa, com as suas mais diversas qualidades, formam entre si, 
uma combinação matemática, quase que infinita, o qu e propicia a cada indivíduo, um orixá único, sem 
outro igual. 
 
Os ORIXÁS - deuses IORUBÁS na África e no Novo Mund o – seriam ancestrais míticos 
encantados e metamorfoseados nas forças da natureza . Cada Indivíduo tem um ORIXÁ principal que é 
o "dono da cabeça", e outros três que exigem cultua cão e que também oferecem proteção. A tradição 
afirma que cada ser humano, no momento em que é cri ado, escolhe livremente sua cabeça (ORI) e seu 
destino (ODU). Cada pessoa tem uma origem divina, q ue a liga a uma divindade específica. Esta parte 
divina é situada dentro da cabeça. A substância de origem divina (IPORI) torna manifesta a filiação a 
um deus especifico – o ELEDÁ, por Isso chamado o dono da cabeça. Conhecer seu ELEDÁ possibilita ao 
homem ser artífice de seu próprio destino, cumprindo as obrigações ou Interdições que seu ORIXÁ 
determina. 
Saber manipular tais influências equivale ao conhecimento do horóscopo natal com as melhoras 
de vida, que se pode obter sabendo ouvir os astros. 0 "dono da cabeça" (ELEDÁ) determina o tipo 
psicológico de seu filho e responde, também, por suas características físicas e seu destino. 
Tradicionalmente, sabe-se qual o ORIXÁ da cabeça, pela leitura de búzios - forma divinatória na qual 
se lê o ODU. Para isso, usa-se búzio africano (CAURI) previamente preparado para esse fim. 
Voltaremos, após uma visão geral da estrutura do CANDOMBLË, aos ORIXÄS e tipos psicológicos. 
 
 
ORIXÁS POUCO CULTUADOS:  
 
 

AAAJÁ : Está ligado à floresta, é aquela que ensina o uso das ervas. 
 
ABÉ : É cultuado na Casa Grande das Almas das Minas, no Maranhão, é irmã gêmea de BADÉ, no Jêje 
é chamado de AGBÈ. 
 
AFÉFÉ : Deusa dos ventos, Deusa Yorubá. Se relaciona com Oy á. 
 
AFOMAN: Deus da varíola, responsável pelas epidemias. 
 
AJÉ XALUGà: O escolhido de Olorum, representa riqueza e sucesso. Quando grande soma de dinheiro 
tem que ser obtida é feito apelo à este Orixá. 
 
AJÁ : É um Orixá que comenda o vento e possui uma força  extraordinária. As pessoas desse Orixá 
fazem sacrifícios de animais e festejos separados dos demais. 
 
AGEMÓ : É um tipo de Orixá comum entre Ijébû e Agoiwóye. 
 
AZAMODÔ : Cultuado no Jêje. No seu dia é realizada uma grande festa (6 de Janeiro). Nessa festa, 
todos os iniciados devem usar roupa branca. As mulheres trazem na cabeça travessas e gamelas de 
barro repletas de frutas, que são colocadas nos pés das árvores correspondentes. Todos devem comer 
frutas. Não há sacrifício de animais.  
 
APAOKÁ : Orixá que tem o seu corpo em forma de árvore, é o senhor da jaqueira. Segundo algumas 
lendas gerou Oxossi. È muito confundido com Irôko. 
 
AXABÓ : Orixá feminino da família de Xangô, usa vestimentas nas cores vermelho e branco (podendo 
ser estampado). Usa sempre pano da costa. Traz na m ão uma lira. 
 
AÍZA : É o vodum da morte. O seu assentamento é enterrado  o mais fundo possível, ou tapado com 
cimento, de forma que ninguém tenha acesso. Esta en tidade também protege aqueles que trabalham 
no comércio, seu assentamento é fundamentado com sa ngue humano. Seu ferro é uma foice. 
 
AFREKUETÊ : ou AWEREKUETÉ. Deus da abertura dos caminhos, divindade africana, cujo culto é 
mais freqüente no Jêje. Tem ligação com Kevioso. 
 
AIDOVEDÔ : Pertence ao culto da Dã. 
 
AKONKORÊ : È assentado na cajazeira sagrada. Cultuado na Casa Grande das Minas do Maranhão. 
 
AKÔSSAPATÁ : No nosso culto corresponde a Sakpatá. 
 
BAIANNI ou BANHANI : Tem ligação com Xangô. Suas vestimentas são pareci das com a de Xangô, 
traz também um adé de búzios, de modo que fica desp roporcional com a cabeça do Iaô. 
 
BADÉ : Ele é o filho de Sogbo. È considerado príncipe. Usa roupa colorida com predominância de 
branco e vermelho, usa também um gorro na cabeça. 
 
BALUFON ou BALUFAN : deus inventor da tecelagem. 
 
BOSSÚKO ou POSSÚ : Pertence a família chamada Dambirá, ligada à terra. É muito perigoso. 
 
DOSÚ ou DOSÚPE : Pertence à família dos antepassados. 
 
YAMI OXORONGÁ : É um Orixá terrível ao qual devemos o máximo de respeito. Sua representação na 
África é através de um pássaro africano. YAMI emite sons assustadores, de onde vem o seu nome. Ao 
se falar nesse Orixá deve-se fazer reverência. Como dona da barriga humana ela é terrível em suas 
cobranças. É considerada uma bruxa e um pássaro ao  mesmo tempo, seu símbolo é uma coruja. 
 
Iyami Oshorongá é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras africanas, uma vez que ninguém 
as conhece por seus nomes. As Iyami representam o a specto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, o 
poder pelo poder, a ambição, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elas são capazes de realizar 

grandes feitos quando devidamente agradadas. Pode-s e usar os ciúmes e a ambição das Iyami em 
favor próprio, embora não seja recomendável lidar com elas. 
O poder de Iyami é atribuído às mulheres velhas, mas pensa-se que, em certos casos, ele pode 
pertencer igualmente a moças muito jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou uma de suas 
avós.  
Uma mulher de qualquer idade poderia também adquiri -lo, voluntariamente ou sem que o saiba, depois 
de um trabalho feito por alguma Iyami empenhada em  fazer proselitismo. 
 Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém seriam infinitamente menos virulentos e 
cruéis que as ajé (feiticeiras). 
Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os p rimeiros jamais atacam membros de sua família, 
enquanto as segundas não hesitam em matar seus próp rios filhos. As Iyami sao tenazes, vingativas e 
atacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é per igoso, pois elas ouvem e se aproximam pra ver 
quem fala delas, trazendo sua influência. 
Iyami é freqüentemente denominada eleyé, dona do pá ssaro. O pássaro é o poder da feiticeira; é 
recebendo-o que ela se torna ajé. É ao mesmo tempo  o espírito e o pássaro que vão fazer os trabalhos 
maléficos.  
Durante as expedições do pássaro, o corpo da feiticeira permanece em casa, inerte na cama até o 
momento do retorno da ave. Para combater uma ajé, b astaria, ao que se diz, esfregar pimenta 
vermelha no corpo deitado e indefeso. Quando o espírito voltasse não poderia mais ocupar o corpo 
maculado por seu interdito. 
Iyami possui uma cabaça e um pássaro. A coruja é um  de seus pássaros. É este pássaro quem leva os 
feitiços até seus destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, e é 
silencioso. 
"Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra levar os intestinos de alguém, levarão". 
Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de barriga, levam embora os olhos e os 
pulmões das pessoas, dá dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres engravidem e não deixa 
as grávidas darem à luz. 
As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vítimas. Toda Iyami deve levar uma 
vítima ou o sangue de uma pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos, e uma 
Iyami não pode atacar os protegidos de outra Iyami. 
Iyami Oshorongá está sempre encolerizada e sempre p ronta a desencadear sua ira contra os seres 
humanos. Está sempre irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária, 
quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento 
desprovido de glória. Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida. 
Iyami é muito astuciosa; para justificar sua cólera, ela institui proibições. Não as dá a conhecer 
voluntariamente, pois assim poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com rigor, 
mesmo que as proibições não sejam violadas. Iyami fica ofendida se alguém leva uma vida muito 
virtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma fortuna honesta, se uma pessoa é por 
demais bela ou agradável, se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa não 
pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com o ferendas em segredo. É preciso muito cuidado 
com elas. E só Orunmilá consegue acalmá-la. 
Fonte: As Senhoras do Pássaro da Noite 
 
 
 
IYA : É uma Deusa cultuada pelos negros da nação Grunci. O assentamento dessa deusa é feito em 
um tanque, com conchas e caramujos, além de quartin has de porcelana. 
 
LISSA : É considerado Vodun pertence a família do raio., 
 
MAWU : Possui uma parte feminina e outra masculina, o seu par feminino é LISSA. Para alguns as 
duas partes são gêmeas, uma corresponde à Lua outra  ao Sol, filhos de uma divindade suprema 
ANABIOLÁ. 
 
POLIBOZI : Vodun cultuado na Casa Grande das Minas, no Maranh ão, cujo pai é Sakpatá. 
 
JOKÉN : Deuses jovens que servem de guias abrindo caminhos  para outros Voduns mais velhos 
passarem. Cultuado no Jêje. 
 
IMOLÉ : É uma entidade sobrenatural que representa os mortos e os ancestrais. São representados 
por pequenos montes de terra e é batendo a terra que devem ser invocados. 
 

ONILÊ :É um irunmolé cultuado pelos sacerdotes de Eguns. É a primeira entidade a receber as 
oferendas nas obrigações.É uma entidade sobrenatura l, pois representa os mortos e os ancestrais. 
Usa-se montículos de terra para representa-lo e é batendo ritualmente na terra que devem ser 
invocados os mortos. 
 
YEBURU ou YE-BI-IRU : Mãe de todos os Orixás. É a mulher de Orumilá, cuja ligação concebeu Exu 
Elegbara. 
 
YAMASE : É a mãe de Xangô, a esposa de Oranmian ou Araniyan . 
 
 
BABA EGUN  
 
Òya teve nove filhos, uns dizem que foi com Ògún, outro foi com Xàngó, oito nasceram mudos e o 
último nasceu um Egun e graças aos sacrifícios recomendados por Ifá, nasceu com o poder de falar 
com voz estranha e sobre natural, chamada Segi, que imita a voz do macaco africano chamado 
Ijimaré, macaco que é consagrado aos Èrés. 
1. IMALEGà- Nasceu no primeiro dia do Ebó Ykù, arrancado do ventre de Òya pelas Ìyámi, e foi 
envolvido em abanos. 
2. IORUG - Foi envolvido na palha seca e alimentado com talos de bananeira. Nasceu com a vaidade 
de Òya e é o preferido. 
3. AKUGà- Nasceu no terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras de bambu. É rebelde.Não 
se deve tocar no chão do bambuzal. 
4. URUGà- Alimenta-se das folhas da bananeira e esconde-se nas florestas. Faz buracos. 
5. OMORUGÃ  - Alimenta se do pó do bambu que está caído no chão. Vive no milharal e fica escondido 
no milharal observando os seres humanos. 
6. DEMÓ - Òya cobriu-o de lama para saber o segredo dos seus inimigos. Usa pele de búfalo para 
acompanhar òxóòsi. 
7. REIGÁ - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios.Escond e nas grandes árvores do cemitérios e 
ronda as sepulturas a procura de objetos perdidos ou esquecidos pelas pessoas. 
8. HEIGÁ - É violento e vive perseguindo o Ori do ser humano. Propicia desastres e desordens. 
9. EGUN EGUN  - Filho de Xàngó. Òya preparou-o para combater. Ele se apossa do ser humano, 
fazendo cometer desatinos 
 
ALGUNS BABA EGUNS QUE VEM NOS CAMINHOS DOS ORIXÁS  
BABA EGUN LAPORIÓ  - Este Baba Egun vem nos caminhos de Exú. É um egu n muito perigoso 
quando não cultuado de acordo com suas vontade e fu ndamentos é trabalhador, gosta de limpar os 
caminhos das pessoas, tira doenças e feitiços.Costuma trazer sorte nas loterias. 
BABA EGUN SENGRÉ  - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Ogún, muito  guerreiro e não foge a 
uma luta para tirar seus protegidos das perseguições, ajudam muito os militares, policiais desde que 
estejam corretos, quando se zanga pode colocar pessoas na cadeia quando estas cometem atos 
incorretos. 
BABA EGUN OKIN  - Este Baba Egun vem nos caminhos de Òxóósi, traz fartura é caçador, gosta de 
ser bem tratado, gosta de comer espigas de milho enfeitadas com fitas coloridas, mingau de farinha de 
acaçá doce, frutas doces, acaçás passados no açúcar cristal; seu axó é feita do couro do leopardo. 
BABA EGUN BAKABAKA  - Este Baba Egun vem nos caminhos de Omolú, quando  bem tratado gosta 
de tirar as moléstias das pessoas, pragas, perseguições de quiúmbas e quando aborrecido traz doenças 
é muito feiticeiro costuma tirar as feitiçarias de todos aqueles que lhe pedem. 
BABA EGUN ALAMPALÁ  - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Òya e Obalu awe, traz muita 
prosperidade, gosta de participar dos ebós, abre caminhos e vence demandas.Quando se da comida a 
ele costuma aparecer um vento tipo rodamoinho marca ndo a sua presença. É carregador de ebó e 
acorrenta os quiúmbas que costumam perseguir ás pes soas. 
BABA EGUN XEMBÉ  - Este Baba Egun vem nos caminhos de Oxumarê, traz  riquezas, progressos, dar 
intuições artísticas, livra quem lhe pede ajuda das traições. Quando come as pessoas costumam ouvir 
o sibilar da cobra. 
BABA EGUN BAMBUXÊ ADINÔMODO  - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Xangô, livra as 
pessoas de problemas de justiça e das injustiças que aparecem no dia a dia da vida de cada ser 
humano. Ajuda os políticos e pune quem não cumpre c orretamente seus afazeres dentro da política e 
da justiça. È muito bom quando bem tratado. 
BABA EGUN OMITODÔ  - Este Baba Egun vem nos caminhos de Iyemonjá, també m se ouve falar 
que vem nos caminhos de Osún.Protege contra enchente s e maremotos, quando bem tratado 

costuma trazer riquezas, esse Baba egun protege os vi ajantes por mar. Quando come o mar 
fica agitado. 
 
AXEXÊ 
 
A morte para nós espíritas é transitória, episódica, porque o termo morrer, não tem grande sentido, 
pois nós somos conscientes que ela representa apenas um pulo de uma vida para outra, cujo mistério e 
segredos só Oxalá é sabedor. 
Só que cabe lembrar que para os iniciados no culto dos Orixás, temos que passar por um grande ritual 
para dar caminho ao Egun para que ele seja encaminh ado ao seu destino que lhe foi reservado e 
somente através deste ritual é que se poderá ter contato com o Egun e saber a direção que ele vai 
tomar. 
Uma delas é saber s ele que ser despachado ou quer ser assentado para ajudar todos que ficaram para 
dar continuidade ao barracão. 
Entramos numa parte do santo muito séria que é o culto a Baba Egun, onde tem que se ter um grande 
conhecimento e ter cargo dado pelo santo, pois do contrário irá por em risco a sua vida e a dos 
outros.O culto a Egun não pertence a ninguém mas se  tem que ter um grande respeito, porque o egun 
não é a morte, mas contém a morte por isso ter muito cuidado para não atrair Ikú. 
Todas as casas de Santo tem por obrigação de ter seu Lessen ( local onde fica os ojubó dos eguns, 
Onilé, Ikú, Òya Balé, Bara Elerú e Ossanhe que é guardião da floresta de Ikú ) para segurança do 
zelador e de todos que freqüentam a roça e também p ara poderem fazer os cerimoniais fúnebres que 
são restritos e sérios. 
O ritual é perigoso para quem não está capacitado para tal poderá ter conseqüências com o risco da 
própria vida. 
O sacerdote feito no santo não estará completo se não tiver conhecimento dessa parte. 
A roça sendo própria do zelador a situação fica mais fácil para análise perante o Asé. O jogo de Yfá 
dará toda orientação necessária ao responsável pela obrigação, e a palavra do Egun, será ouvida para 
que ele determine quem será o sucessor que assumirá  o destino da casa de santo.No meu 
conhecimento acho uma falta de conhecimento do zela dor que em vida diz que não vai querer que 
façam o Axexê quando eles partirem. Isto não é correto e contraria toda a liturgia do candomblé 
pregadas. a todos ensinamentos deixado pelos nossos ancestrais.O que mais me indiguina é que 
alguns filhos de santo não dão valor à este acervo cultural, limitando-se apenas que são feitos, mas 
não vão as casas de santo ajudar seus zeladores nem para visitar, quando está precisando de ajuda, 
ou quando a casa esta em função, perdendo com isto a oportunidade de participar e aprender e até 
mesmo assistir quem sabe, a uma obrigação com orô r aro, que muitas das vezes só irá se repetir-se 
anos depois, e aí, o filho perdeu o bonde da história, e não aprendeu no seu próprio Asé os 
fundamentos das obrigações que foram realizadas. 
Para quem não interessa isto nada afeta, porém para aqueles filhos que só se lembram do seu Asé 
quando lhes convém catar, vai um lembrete, que ao zelador também é reservado o direito de abrir as 
portas para quem o acompanha nos bons e maus moment os, e não os turistas, que nunca chegam 
juntos, que não compartilham com os demais, que est ão na roça ralando para aprender. 
Falarei agora sobre o procedimento do zelador quando está com um filho enfermo, muito mal mesmo. 
O que se faz normalmente é arriar o Ybá do santo do pepelê e coloca-lo sob água. Se for Yabá 
colocamos água dentro da tirrina, e se for Aboró com asentamentos de Ybá, de massa devemos colocá-
lo dentro de uma bacia com água, arriamos um ebô, a té que se defina a situação. 
Em hipótese nenhuma devemos fazer sacrifício animal  em casos como esses, temos que ter paciência e 
fé, e somente esperar, nada mais. 
Acontecendo a recuperação do enfermo, ficando ele fora de perigo, suspendemos o santo para o 
pepelê, despachamos aquela água e o ebô, e a vida segue em frente, fazendo uma limpeza em regra 
na casa de santo, e aí sim ,pode se pensar em fazer um jogo e pedir permissão para dar comida de 
Injé aos Orixás. 
Mas como estou falando da morte após o falecimento, despacha-se a água do Ybá na casa de Egun e o 
ebô , é carrego para ser despachado num rio. 
Para melhor esclarecimento, supondo que o falecimento foi o zelador ou a zeladora o procedimento é o 
seguinte: 
Arreiam-se todos os seus assentamentos, juntamos to dos os seus pertences e colocamos tudo na casa 
de Egun( Ilê Ybô Akú ) arrumado provisoriamente até a chegada do zelador que vai dar inicio ás 
obrigações que antecedem o Asese. 
A manutenção desses fundamentos secretos só é feito  com pessoas altamente capacitadas, longe dos 
leigos. 
 
O VELÓRIO 

O velório do zelador deverá ser feito no barracão onde ele passou a maior parte de sua vida espiritual, 
ao lado do deus Ybás, e dos filhos do Asé. 
Todos os filhos da casa do falecido, deverão estar de branco, sendo que as mulheres, com suas roupas 
simples, sem brilho nenhum, sem anáguas, sem pintur as nenhuma, com seus ojás de cabeça sem 
orelhas, e com uma conta de Xangô somente. 
Os homens deverão estar de calça, camisa, uma conta  de Xangô, e os Ogans além disto um Eketé. 
Todos deverão usar contra Egun e as mulheres, umbig ueiras e um detalhe importante, todos tem que 
estar descalços. 
Neste período do velório que serão feitas as obrigações do Ori do Egun, por quem de direito, 
acompanhado pelos seus Ogans. 
ACOMPANHAMENTO  
COMO DAR ENTRADA NO YBALÉ  
 
CEMITÉRIO 
A saída do corpo deverá ser feita após a encomendação do Egun, e entre outros detalhes, tem Orô 
especial para isto. 
Quando chegar no Ybalé, os Ogans da casa, e outros também que são amigos, colocam o caixão nos 
ombros e ao passar o portão principal é levantado e isto, todos cantando as louvações corretas para 
entrada e acompanhamento. 
Ultrapassada a entrada principal , os Ogans abaixam o caixão do ombros e os levam pelas mãos 
segurando pelas alças. 
Em cada encruzilhada do Ybalé que passar, tem que parar e dar uma embaladinha para frente e para 
trás três vezes, e aí são trocados os Ogans em cada uma, até chegar a sepultura. 
No sepultamento deverá ser o caixão ser coberto por uma toalha branca, deverá ser derramado sobre 
ele, Deburú, Ebô, Acaçás, Ekurus, e os atins de Oxalá, além das flores que ficam a critério da família. 
Após o sepultamento nos tempos da antiga os filhos do terreiro voltavam todos para a roça para dar 
início aos preparativos para o ritual do Asese, que começava no mesmo dia do sepultamento. 
Bom isto é nos tempos idos realmente, porque atualm ente não é possível este procedimento devido ao 
alto custo de vida, não cedendo margem para viabilizar a obrigação. 
O que se faz hoje é uma lista de ajuda, para ser passada aos membros da casa, clientes, no sentido de 
angariar fundos para enfrentar as despezas decorrentes da cerimônia fúnebre. 
Aí então, será marcado o dia do inicio e se avisa a toda comunidade do Egbé para que compareça ao 
cerimonial. 
 
 
MATERIAIS PARA MONTAGEM DO ASESE  
 
Os materiais usados no Asese variam de nação para nação, e aos queridos irmãos que muito embora 
digamos que Egun não tem nação, isto é verdade, não  obstante, os rituais são diferentes embora, 
usemos mais ou menos as mesmas coisas. 
 
MATERIAIS PARA MONTAGEM DO YBALÉ  
 
No Ybalé que é montado para inicio da obrigação, nós reunimos todos os pertences do morto, todos os 
Ybás de Santo, e tudo isto obedece a um ritual de profundidade. 
 
COMIDA PARA O POVO  
 
A comida a ser servida para o pessoal que está participando das obrigações é o peixe ou outras 
iguarias oriundas do mar, como bacalhau, camarão etc. Não usando peixe, pode ser feito arroz com 
salada, macarrão, enfim tudo o que puder sem levar nada de carne animal. 
 
TEMPO DE DURAÇÂO DO ASESE  
 
Se for zelador com casa de santo aberta, o tempo de duração é de 7 dias. Ebomis com obrigação de 
sete anos também são sete dias. Se for Yawó com um  ano, o tempo é de um dia, se for Yawó de três 
anos, o tempo é de três dias. Ogans, Ekedy, Obás em quaisquer situação são sete dias. 
Yawôs ou qualquer vodunssi sem obrigação tenha ele quantos anos tiver tem direito ao menos a um 
dia de Asese.  
 
INDUMENTÁRIA  
 

Como todos sabem o branco representa o luto de Oxal á, e representa a paz, na nossa religião o branco 
para essa obrigação é uniforme geral para quem vem  assistir. 
As senhoras usam saias, camisa, calçolão, pano da costa, ojá de cabeça. Os detalhes é que não usam 
anáguas, e nem roupas brilhosas, orelhas nos ojás e bata. 
Quanto a bata, só poderão usá-las as Yalorisás de outros Asés e a zeladora da casa, se for o caso. 
 
RITUAL DAS DANÇAS  
 
Sabemos que o Candomblé e todo ele é ritmado e a ce rimônia de Asese é também tocada pelos potes 
e cabaças, que através dos Ogans, são encontrados os cânticos sagrados de louvação ao espírito do 
falecido. Esses cânticos são lamentos, rezas e orações que propiciam o encaminhamento do Egun, 
viabilizando o seu desligamento das coisas terrenas. Os primeiros dias são de uma presença marcante, 
porque ele ainda não entendeu o seu passamento. 
Quando o falecimento é normal torna-se mais fácil, porém quando o falecimento é ocasionado por 
acidente, crime ou qualquer outra situação traumática, a aceitação é muito mais demorada. 
Esta é a razão por quê se faz o Asese de mês, três meses, seis meses, ano, três anos, sete anos, 
quartoze anos e vinte um anos. Este caso são para Babalorixás e Yalorixás que tiveram vidas muito 
ativas em suas casas quando eram vivas. 
O ritual das danças nativas obedece a uma ordem rígida ao que se refere ao ritual, apelidado de tirar o 
pé de Egun isto quer dizer que a Yalorixá ou o Babalorisá mais velho é quem vai dançar primeiro lugar. 
A ordem é do mais velho para o mais novo, e quando esses estão dançando, os demais colocam as 
mãos para o alto no sentido de orar a pessoa, bem como transmitir uma energia positiva e forte para 
fila. 
Neste andamento uns vão trocando de pessoas na fren te do Ibalé, e colocando em suas mãos moedas, 
que são adquiridas com os Ogans. A troca de moedas  correntes trata-se de um ebó que esta sendo 
passado. Visto que o dinheiro anda em tudo que é lugar e troca de mãos em mãos em bons e maus 
ambientes do planeta. Os antigos aproveitam este dinheiro adquirido, no decorrer dos dias, para ajudar 
a pagar a missa de sétimo dia do Egun. 
 
IVOCAÇÃO DE EGUNGUN  
BABA Egun lase se inse Ikú alura 
Kodun Kodun a sagan nugan 
Ikú adere Ikú sudan Dan nugan 
Se inse Baba ope iwo iwo 
Egun etileriwo.To ko Bibiwa 
Maria womokokan totopé Iriwa 
Ogun Alura-Egun-Atopé 
Egun Igigi dagolonan sata Kadukan, 
Di Intoto Kukan Kotoyo Kudan 
Kotoyo Ese e Kotoyo Sande 
PARA TRAZER O BABA EGUN AO OJUBÓ 
BABA Egun min Dide min tie Baba  
Ye omon Korin oná Ikúo. Emi Onilé 
Igabaré Baba, Baba Alaye Aye Baba 
Adupé Akoda Ikú Onã. 
 
 
Nas mais diferentes culturas, a concepção religiosa da morte está contida na própria concepção da vida 
e ambas não se separam. Os iorubás e outros grupos africanos que formaram a base cultural das 
religiões afro-brasileiras acreditam que a vida e a morte alternam-se em ciclos, de tal modo que o 
morto volta ao mundo dos vivos, reencarnando-se num  novo membro da própria família. São muitos os 
nomes iorubás que exprimem exatamente esse retorno,  como Babatundê, que quer dizer O-pai-está-
de-volta. 
Para os iorubás, existe um mundo em que vivem os ho mens em contato com a natureza, o nosso 
mundo dos vivos, que eles chamam de  aiê, e um mundo sobrenatural, onde estão os orixás, outras 
divindades e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que eles chamam de  orum.  Quando 
alguém morre no aiê, seu espírito, ou uma parte dele, vai para o orum, de onde pode retornar ao aiê 
nascendo de novo. Todos os homens, mulheres e crian ças vão para um mesmo lugar, não existindo a 
idéia de punição ou prêmio após a morte e, por conseguinte, inexistindo as noções de céu, inferno e 
purgatório nos moldes da tradição ocidental-cristã. Não há julgamento após a morte e os espíritos 
retornam à vida no aiê tão logo possam, pois o ideal é o mundo dos vivos, o bom é viver. Os espíritos 
dos mortos ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de cidades e de linhagens) são 

cultuados e se manifestam nos festivais de egungum no corpo de sacerdotes mascarados, quando 
então transitam entre os humanos, julgando suas faltas e resolvendo as contendas e pendências de 
interesse da comunidade. 
O papel do ancestral egungum no controle da moralidade do grupo e na manutenção  do equilíbrio 
social através da solução de pendências e disputas pessoais, infelizmente, não se reproduziu no Brasil. 
Embora o culto ao egungum tenha sido reconstituído na Bahia em uns poucos terreiros especializados, 
o candomblé de egungum da ilha de Itaparica (Braga, 1992), mais tarde também presente na cidade 
de Salvador e em São Paulo, está muito distante da prática diária dos candomblés de orixás e 
praticamente divorciados da vida na sociedade profana, perdendo completamente as funções sociais 
africanas originais, de tal modo que a religião africana no Brasil, disseminada pelos terreiros de orixás, 
acabou por se constituir numa religião estritamente ritual, uma religião a-ética, uma vez que seus 
componentes institucionais de orientação valorativa e controle do comportamento em face de uma 
moralidade coletiva exercitada nos festivais dos antepassados egunguns ausentaram-se 
completamente da vida cotidiana dos seguidores da religião dos orixás. 
O ideal iorubá do renascimento é as vezes tão extremamente exagerado, que alguns espíritos nascem 
e em seguida morrem somente pelo prazer de rapidame nte poder nascer de novo. São os chamados 
abicus (literalmente, nascido para morrer), que explicam na cultura iorubá tradicional  as elevadas 
taxas de mortalidade infantil. Em geral, um abicu renasce seguidamente do útero da mesma mãe. 
Quando uma criança é identificada como sendo um  abicu, muitos são os ritos ministrados para impedir 
sua morte prematura. Assim como a sociedade  Egungum cultua os antepassados masculinos do grupo 
(Babayemi, 1980), outra sociedade de mascarados, a  sociedade Gueledé, celebra  a mães ancestrais, 
às quais cabe também zelar pela saúde e vida das crianças, inclusive os abicus (Lawal, 1996). Os 
festivais Gueledé não sobreviveram no Brasil (segundo o Professor Agenor Miranda Rocha, em 
conseqüência de disputas, no começo do século, entre lideranças do candomblé da Casa Branca do 
Engenho Velho, que provocaram a cisão do grupo e fundação do Axé Opô Afonjá por Mãe Aninha Obá 
Bií). Também não sobreviveu integralmente a idéia de abicu e o termo passou a designar, em muitos 
candomblés, as pessoas que são consideradas como te ndo nascido já iniciadas para o orixá a que 
pertencem, não devendo, assim, ser raspadas, como d evem ser os demais que se iniciam na religião. A 
maneira fragmentária como a religião africana foi se reconstituindo no Brasil implicou, claramente, em 
acentuadas mudanças nos conceitos de vida e morte, mudanças que vão afetar o sentido de certas 
práticas rituais, especialmente quando sofrem a concorrência de ritos católicos e de concepções 
ensinada pela Igreja. 
A tradição cristã ensina que o ser humano é composto de corpo material e espírito indivisível, a alma. 
Na concepção iorubá, existe também a idéia do corpo material, que eles chamam de ara, o qual com a 
morte decompõe-se e é reintegrado à natureza, mas, em contrapartida, a parte espiritual é formada de 
várias unidades reunidas, cada uma com existência própria. As unidades principais da parte espiritual 
são 1) o sopro vital ou emi, 2) a personalidade-destino ou ori, 3) identidade sobrenatural ou identidade 
de origem que liga a pessoa à natureza, ou seja, o orixá pessoal e 4) o espírito propriamente dito ou 
egum. Cada parte destas precisa ser integrada no todo que forma a pessoa durante a vida, tendo cada 
uma delas um destino diferente após a morte. O emi, sopro vital que vem de Olorum e que está  
representado pela respiração, abandona na hora da morte o corpo material, fabricado por Oxalá, sendo 
reincorporado à massa coletiva que contém o princípio genérico e inesgotável da vida, força vital 
cósmica do deus-primordial Olodumare-Olorum. O  emi nunca se perde e é constantemente reutilizado. 
O ori, que nós chamamos de cabeça e que contém a individ ualidade e o destino, desaparece com a 
morte, pois é único e pessoal, de modo que ninguém herda o destino de outro. Cada vida será 
diferente, mesmo com a reencarnação. O orixá individual, que define a origem mítica de cada pessoa, 
suas potencialidades e tabus, origem que não é a mesma para todos, como ocorre na tradição judaico-
cristã (segundo a qual todos vêm de um único e mesm o deus-pai), retorna com a morte ao orixá geral, 
do qual é uma parte infinitésima. Finalmente, o egum, que é a própria memória do vivo em sua 
passagem pelo aiê, que representa a plena identidade e a ligação social, biográfica e concreta com a 
comunidade, vai para o orum, podendo daí retornar, renascendo no seio da própria família biológica. 
Quando se trata de alguém ilustre, os vivos podem cultuar sua memória, que pode ser invocada 
através de um altar ou assentamento preparado para o egum, o espírito do morto, como se faz com os 
orixás e outras entidades espirituais. Sacrifícios votivos são oferecidos ao egum que integra a linhagem 
dos ancestrais da família ou da comunidade mais ampla. Representam as raízes daquele grupo e são a 
base da identidade coletiva. 
Na África tradicional, dias depois do nascimento da criança iorubá, realiza-se a cerimônia de dar o 
nome, denominada ekomojadê, quando o babalaô consulta o oráculo para desvendar a origem da 
criança. É quando se sabe, por exemplo, se se trata de um ente querido renascido. Os nomes iorubás 
sempre designam a origem mítica da pessoa, que pode  referir-se ao seu orixá pessoal, geralmente o 
orixá da família, determinado patrilinearmente, ou à condição em que se deu o nascimento, tipo de 
gestação e parto, sua posição na seqüência dos irmãos, quando se trata, por exemplo daquele que 

nasce depois de gêmeos, a própria condição de abicu e assim por diante.  A partir do momento do 
nome, desencadeia-se uma sucessão de ritos de passa gem associados não só aos papéis sociais, como 
a entrada na idade adulta e o casamento, mas também  à própria construção da pessoa, que se dá 
através da integração, em diferentes momentos da vida, dos múltiplos componentes do espírito. Com a 
morte, estes ritos são refeitos, agora com a intenção de liberar essas unidades espiritiais, de modo que 
cada uma deles chegue ao destino certo, restituindo-se, assim, o equilíbrio rompido com a morte. 
No Brasil, nas comunidades de candomblé e demais de nominações religiosas afro-brasileiras que 
seguem mais de perto a tradição herdada da África, a morte de um iniciado implica a realização de 
ritos funerários. O rito fúnebre é denominado axexê na nação queto,  tambor de choro nas nações 
mina-jeje e mina-nagô, sirrum na nação jeje-mahim e no batuque, ntambi ou mukundu na nação 
angola, tendo como principais fins os seguintes: 1) desfazer o assentamento do ori, que é fixado e 
cultuado na cerimônia do bori, cerimônia que precede o culto do próprio orixá pessoal; 2) desfazer os 
vínculos com o orixá pessoal para o qual aquele homem ou mulher foi iniciado, o que significa também 
desfazer os vínculos com toda a comunidade do terreiro, incluindo os ascendentes (mãe e pai-de-
santo), os descendentes (filhos-de-santo) e parentes-de-santo colaterais; e 3) despachar o egum do 
morto, para que ele deixe o aiê e vá para o orum. Como cada iniciado passa por ritos e etapas 
iniciáticas ao longo de toda a vida, os ritos funerários serão tão mais complexos quanto mais tempo de  
iniciação o morto tiver, ou seja, quanto mais vínculos com o aiê tiverem que ser cortado (Santos, 
1976). Mesmo o vínculo com o orixá, divindade que faz parte do orum, representa uma ligação com o 
aiê, pois o assentamento do orixá é material e existe no aiê, como representação de sua existência no 
orum, ou mundo paralelo. Mesmo um abiã, o postulante que está começando sua vida no terreiro e 
que já fez o seu bori, tem laços a cortar, pois seu assento de ori precisa ser despachado, 
evidentemente numa cerimônia mais simples. 
Em resumo, podemos dizer que a seqüência iniciática por que passa um membro do candomblé, 
xangô, batuque ou tambor de mina (bori, feitura de orixá, obrigações de um, três e cinco anos, decá 
no sétimo ano, obrigações subseqüentes a cada sete anos) representa aprofundamento e ampliação de 
laços religiosos, quando novas responsabilidades e prerrogativas vão se acumulando: com a mãe ou 
pai-de-santo, com a comunidade do terreiro, com filhos-de-santo, com o conjunto mais amplo do povo-
de-santo etc. Com a morte, tais vínculos devem ser desfeitos, liberando o espírito, o egum, das 
obrigações para com o mundo do aiê, inclusive a religião. O rito funerário é, pois, o desfazer de laços e 
compromissos e a liberação das partes espirituais que constituem a pessoa. Não é de se admirar que, 
simbolizando a própria ruptura que tal cerimônia representa, os objetos sagrados do morto são 
desfeitos, desagregados, quebrados, partidos e despachados. 
O termo axexê, que designa os ritos funerários do candomblé de nação queto e outras variantes de 
origem iorubá e fom-iorubá, ou jeje-nagô, como são mais conhecidas, é provavelmente uma corruptela 
da palavra iorubá àjèjé. Em terras iorubás, por ocasião da morte de um caçador, era costume matar-se 
um antílope ou outra caça de quatro pés como etapa do rito fúnebre. Uma parte do animal era comida 
pelos parentes e amigos do morto, reunidos em festa em homenagem ao defunto, enquanto a outra 
parte era levada ao mato e oferecida ao espírito do falecido caçador. Juntamente com a carne do 
animal, depositavam-se na mata os instrumentos de c aça do morto. A este ebó dava-se o nome de 
àjèjé (Abraham, 1962: 38). O axexê que se realiza no candomblé brasileiro pode ser pensado como um 
grande ebó, com a oferenda, entre outras coisas, de carne sacrificial ao espírito do morto, e no qual se 
juntam seus objetos rituais. 
Sendo o candomblé uma religião de transe, várias divindades participam ativamente do rito funerário, 
especialmente os orixás associados à morte e aos mortos, ocupando Oiá ou Iansã lugar de destaque. 
Iansã é considerada o orixá encarregado de levar os mortos para o orum, atribuindo-se a ela o 
patronato do axexê, conforme mito narrado por Mãe Stella Odé Kaiodé, ialorixá do Axé Opô Afonjá, que 
resume bem a idéia do axexê como cerimônia de homenagem ao morto. 
Assim diz o mito: 
 
Vivia em terras de Queto um caçador chamado Odulecê . 
Era o líder de todos os caçadores. 
Ele tomou por sua filha uma menina nascida em Irá, 
que por seus modos espertos e ligeiros foi conhecida por Oiá. 
Oiá tornou-se logo a predileta do velho caçador, 
conquistando um lugar de destaque entre aquele povo . 
Mas um dia a morte levou Odulecê, deixando Oiá muit o triste. 
A jovem pensou numa forma de homenagear o seu pai a dotivo. 
Reuniu todos os instrumentos de caça de Odulecê 
e enrolou-os num pano. 
Também preparou todas as iguarias que ele tanto gostava de saborear. 
Dançou e cantou por sete dias, 

espalhando por toda parte, com seu vento, o seu canto, 
fazendo com que se reunissem no local todos os caçadores da terra. 
Na sétima noite, acompanhada dos caçadores, 
Oiá embrenhou-se mata adentro 
e depositou ao pé de uma árvore sagrada 
os pertences de Odulecê. 
Nesse instante, o pássaro "agbé" partiu num vôo sagrado. 
 
Olorum, que tudo via, 
emocionou-se com o gesto de Oiá-Iansã 
e deu-lhe o poder de ser a guia dos mortos 
em sua viagem para o Orum. 
Transformou Odulecê em orixá 
e Oiá na mãe dos espaços sagrados. 
A partir de então, todo aquele que morre 
tem seu espírito levado ao Orum por Oiá. 
Antes porém deve ser homenageado por seus entes que ridos, 
numa festa com comidas, canto e dança. 
Nascia, assim, o ritual do axexê. (Santos, 1993: 91). 
 
Também participam do axexê os orixás Nanã, Euá, Omulu, Oxumarê, Ogum e eventu almente Obá, não 
se incluindo, contudo, nesta lista Xangô, que dizem ter pavor de egum, conforme narram outros mitos. 
A seqüência do axexê começa imediatamente após a morte, quando o cadáve r é manuseado pelos 
sacerdotes para se retirar da cabeça a marca simbólica da presença do orixá, implantada no alto do 
crânio raspado durante a feitura, através do oxo, cone preparado com obi mascado e outros 
ingredientes e fixado no coro cabeludo sobre incisões rituais. O cabelo nesta região da cabeça é 
retirado e o crânio lavado com amassi (preparado de folhas) e água. Esta lavagem da cabeça inverte 
simbolicamente o primeiro rito iniciático, quando as contas e a cabeça do novo devoto são igualmente 
lavadas pela mãe-de-santo. O líquido da lavagem é o primeiro elemento que fará parte do grande 
despacho do morto. 
Depois do enterro, tem início a organização do axexê propriamente dito. Ele varia de terreiro para 
terreiro e de nação para nação. É mais elaborado quando se trata de altos dignitários e depende das 
posses materiais da família do morto. Genericamente conserva os procedimentos básicos de inversão 
da iniciação, havendo sempre: 1) música, canto e dança, 2) transe, com a presença pelo menos de 
Iansã incorporada, 3) sacrifício e oferendas variadas ao egum e orixás ligados ritualmente ao morto, 
sendo sempre e preliminarmente propiciado Exu, que levará o carrego, evidentemente, e os 
antepassados cultuados pelo grupo, 4) destruição dos objetos rituais do falecido (assentamentos, 
colares, roupas, adereços etc.), podendo parte permanecer com algum membro do grupo como 
herança, 5) despacho dos objetos sagrados "desfeitos" juntamente com as oferendas e objetos usados 
no decorrer da cerimônia, como os instrumentos musicais próprios para a ocasião, esteiras etc. 
Quando, no final, o despacho é levado para longe do terreiro, tudo juntado num grande balaio, nenhum 
objeto religioso de propriedade do morto resta no templo. Ele não faz mais parte daquela casa e só 
futuramente poderá ser incorporado ao patrimônio dos ancestrais ilustres, se for o caso, podendo 
então ser assentado e cultuado. Por ora, o egum está livre para partir. Igualmente, o orixá ou orixás 
pessoais do falecido já não dispõem de assentos (ibá-orixá) no terreiro, tendo portanto seus vínculo 
desfeitos. O ori, que pereceu junto com seu dono, também não mais e xiste fixado num ibá-ori 
(assentamento). Se algum objeto ou assento foi dado a alguém, ele tem novo dono, para quem é 
transferida a responsabilidade do zelo religioso. Nada mais é do morto. Nada mais há que o prenda ao 
terreiro. 
Durante o axexê, acredita-se que o morto pode expressar suas últimas vontades e para isso o 
sacerdote que preside o ritual faz uso constante do jogo de búzios. Assim, antes de cada um dos 
objetos religiosos que lhe pertenceram em vida ser desfeito, rasgado ou quebrado, o oficiante pergunta 
no jogo se tal peça deve ficar para alguém de seu círculo íntimo. Não é de bom-tom, contudo, deixar 
de despachar pelo menos grande parte dos objetos. Quando se trata de fundador de terreiro ou outra 
pessoa de reconhecidos méritos sacerdotais, é costume deixar os assentos de seus orixás principais 
para o terreiro, os quais passam a ser zelados por toda a comunidade. Não raro, assentos de orixás de 
mãe e pais de grande prestígio costumam ser disputados por filhos com grande estardalhaço, havendo 
mesmo relatos de roubos e até de disputas a faca e bala. 
O axexê é realizado no terreiro em dois espaços: num recinto reservado, preferencialmente uma 
cabana especialmente construída com galhos e folhas, e no barracão. Na cabana, em que poucos 
entram, são colocados os objetos do morto, onde são desfeitos, aí se realizando os sacrifícios para os 

orixás e para o egum. No barracão são celebradas as danças, aí permanecendo os membros do 
terreiro, os parentes e amigos do finado. 
O morto é representado no barracão por uma cabaça v azia, que vai recebendo moedas depositadas 
pelos presentes, no momento em que cada um dança pa ra o egum. Todos devem dançar para o egum, 
como homenagem pessoal. Apesar dos cânticos e dança s, o clima da celebração é propositalmente 
constrito e triste. Os atabaques são substituídos por um pote de cerâmica, do qual se produz um som 
abafado com uso de leques de palha batidos na boca, e por duas grandes cabaças emborcadas em  
alquidares com água e tocadas com as varetas aguidavis. Os presentes usam tiras da folha do 
dendezeiro, mariô, atadas no pulso, como proteção contra eventual aproximação dos eguns. Todo esse 
material, ao final, comporá o carrego do morto. No barracão também é servido o repasto preparado 
com as carnes do sacrifício, reservando-se aos ancestrais, orixás e egum as partes que contêm axé. 
No quarto reservado, o morto é representado por recipientes de barro ou cerâmica virgens, os quais 
futuramente podem ser usados para assentar o espírito do falecido juntamente com os demais 
antepassados ilustres daquela comunidade religiosa, ou despachados. 
Por influência do catolicismo, que costuma repetir a missa fúnebre em intervalos regulares, em muitos 
terreiros o rito do axexê é repetido depois de um mês, um ano e a cada sete anos, especialmente 
quando se trata do falecimento do babalorixá ou ialorixá. Mas a maioria dos iniciados, entretanto, 
acaba não recebendo sequer um dia de axexê. Isto ocorre por falta de interesse da família carnal do 
morto, muito freqüentemente não participante do candomblé, por dificuldades financeiras, já que é alto 
o custo da celebração, ou por incapacidade do pessoal do terreiro para oficiar a cerimônia. Na melhor 
das hipóteses, os otás, pedras sagradas dos assentamentos, são despachada s com um pouco de 
canjica, reaproveitando-se todos os demais objetos sagrados. 
Hoje, com a grande e rápida expansão do candomblé,  o axexê parece estar em franca desvantagem 
com relação às demais cerimônia. Sobretudo em São P aulo, onde o candomblé não completou sequer 
cinqüenta anos, poucos terreiros dispõem de sacerdotes e sacerdotisas capazes de cantar e conduzir o 
rito fúnebre, obrigando a comunidade, em caso de mo rte, a se valer dos serviços religiosos de pessoa 
estranha ao terreiro, que costuma cobrar e cobrar muito caro pelo serviço. Vários adeptos do 
candomblé, que se profissionalizam como sacerdotes remunerados, especializam-se em axexê. São 
então chamados para a cerimônia quando um terreiro  necessita de seus préstimos. Isto, 
evidentemente, encarece muito a cerimônia, o que acaba por inviabilizá-la na maioria dos casos. 
Mesmo quando morre um sacerdote dirigente de terrei ro, há grande dificuldade para a realização dos 
ritos funerários, sobretudo naquelas situações em que a morte do chefe leva ao fechamento da casa, 
provocada tanto por disputas sucessórias, como por apropriação da herança material do terreiro pela 
família civil do falecido. Vale lembrar que se pode contar nos dedos os terreiros que, por todo o Brasil, 
sobreviveram a seus fundadores. Em geral, a família do finado não tem qualquer interesse em realizar 
o axexê e nem está disposta a gastar dinheiro com isso. Por outro lado, pouquíssimos pais e mães-de-
santo, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, se dispõe a realizar qualquer tipo de cerimônia 
sem o pagamento por parte do interessado, mesmo qua ndo o interessado é membro de seu próprio 
terreiro. Muitos pais e mães-de-santo mantêm terreiros especialmente como meio de vida, de modo 
que as regras do mercado suplantam em importância e  sentido as motivações da vida comunitária. 
Ao que parece, o empenho das comunidades de culto n a realização dos ritos funerários, na maioria dos 
casos, é muito reduzido quando comparado com o inte resse, esforço e empenho despendidos nos atos 
de iniciação e feitura, como se, com a morte, pouca coisa mais importasse. Cria-se assim uma situação 
em que a preocupação em completar o ciclo iniciático vai perdendo importância, alterando-se 
profundamente, em termos litúrgicos e filosóficos, a concepção da morte e, por conseguinte, a própria 
concepção da vida. Os conceitos originais africanos de vida e morte vão se apagando e o candomblé 
vai cada vez mais adotando idéias mais próximas do catolicismo, do kardecismo e da umbanda, 
criando-se, provavelmente, uma nova religião, que hoje já se esparrama pela cidades brasileiras a 
partir de São Paulo e Rio de Janeiro, e que muitos chamam, até pejorativamente, de umbandomblé, 
em que os eguns, que são na concepção iorubá ancestrais particulares de uma específica comunidade, 
vão perdendo suas características africanas para se transformar em entidades genéricas, não ligadas a 
nenhuma comunidade de culto em particular, que baix am nos terreiros para "trabalhar", assumindo a 
justificativa da caridade, ideal e prática cristã-kardecistas que aos poucos vão suplantando os modelos 
africanos de ancestralidade e seus ideais de culto à origem e valorização das linhagens. Esta nova 
maneira de pensar a morte e vida por grande parte dos adeptos do candomblé, sobretudo os de 
adesão mais recente, constitui forte razão para a crescente perda de interesse na realização do axexê 
para todos os iniciados.  Com isso, certamente, ganham terreno as concepções e ideais da umbanda e 
perdem as do candomblé. Isto é o contrário do movim ento de africanização
(1)
 e já há muito se 


1
Africanização é o processo de retomada das tradições religiosas africanas iniciado na década de 60 em terreiros de nação de
origem iorubá ou nagô. Implica reaprendizado da língua iorubá, recuperação da mitologia e de rituais esquecidos e alterados

constituiu num processo oposto, o da umbandização d o candomblé. Sem axexê, a feitura de orixá não 
faz sentido, pelo menos nos termos das tradições africanas que deram origem à religião dos orixás no 
Brasil. O ciclo simplesmente não se fecha e a repetição mítica, tão fundamental no conceito de vida 
segundo o pensamento africano, não pode se realizar. 
 
EGUN  
TAQUARAÇU; 
QUIXAMBEIRA; 
AMOREIRA; 
ALFACE; 
BAMBU; 
CARAMBOLA; 
JACA 
 
  PRETOS VELHOS 
Calendário Festivo da Umbanda  13 de maio. 
 
As obrigações devem ser oferecidas nas primeiras horas da manhã ou ao entardecer. 
 
Ervas Consagradas 
OBS: Todos amacis( líquido sagrado preparado com folhas  maceradas,que se deixa 
repousar. É destinado a banhar as cabeças dos iniciados .) deverão conter também ervas de 
Oxalá (mais comum: Tapete de Oxalá (Boldo). 
 
Dias especiais também festivos. 
13 de junho – Santo Antônio de Pádua (Santo Antônio de  Pemba). 
15 de novembro – Dia da Umbanda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


na diáspora, inclusive os procedimentos oraculares, e abandono das práticas sincréticas católicas e do culto de entidades de
origem não iorubá, como os caboclos (Prandi, 1991; 1996). Mãe Stella Odé Kaiodé, ialorixá do Axé Opô Afonjá, de
Salvador, Bahia, tem sido uma das lideranças mais expressivas, em âmbito local e nacional, na luta contra o sincretismo
católico, tendo o terreiro que governa há muito abandonado, ao menos formalmente, as práticas católicas que usualmente
estão mescladas com o pensamento e o ritual do candomblé.

EXÚ – “ELEGBARÁ”  
 
 
Elegbará é o senhor do poder, ele o representa e o controla. A 
palavra Exu em Yorubá quer dizer esfera. 
 
Elegbará tem o poder de se deslocar para todos os lugares e usam transportes (carros, barcos, 
etc...). Não vive somente nas encruzilhadas nas madrugas fazendo emboscadas. É verdade que gosta 
de lugares escuros e suspeitos, porém se afina facilmente a qualquer local. 
 
Elegbará tem o poder de fazer o bem e o mal.  
 
No candomblé se usam denominações diferentes para d istinguir Exu Bará dos demais Exus. 
Emprega-se o termo Iku-egun que significa entidades que tiveram vida terrena e que cumprem missão 
na Terra (exus, caboclos e pretos velhos de Umbanda). 
 
Os Exus Ikú-eguns são aqueles eguns desencarnados q ue tiveram pouca iluminação espiritual e 
vivem à serviço de outros Exus, os quais trataremos mais tarde. 
 
  É de extrema importância que não se faça confusão  com BABA_EGUN, que são ancestrais 
mortos, com desenvolvimento espiritual mais elevado e que atingiram a categoria de Babá. 
 
  Os Exus Ikú-eguns usam o tridente de ferro como sí mbolo, cujo significado é o seguinte: o 
primeiro dente representa a força positiva, o do meio a força neutra, e o último a força negativa. 
 
  O elegbará que trataremos nesse capítulo não é est e que usa tridente, o Exu em questão usa 
uma ferramenta original feita de bronze ou ferro. É constituída de sete ferros voltados para cima, que 
simbolizam os sete caminhos do homem. Esse tipo de  entidade recebe o nome de Exu Bará. A palavra 
significa: 
 
  OBÁ: REI; ARÁ: CORPO – “aquele que habita o corpo  do homem”. 
 
  De modo geral, Exú Bará é o nome dado ao Exu ligad o ao destino individual e princípio dinâmico 
de todas as coisas. 
 
  O Exú Bará traz no dorso um bastão de madeira com  uma cabeça humana esculpida, 
terminando com um gorro curvo para traz, enfeitados com as contas e búzios. Este bastão recebe o 
nome de ògó-elegbará. 
 
  Saudação: “Laroiê Exú, Exú, |Exú Mojubá!” 
 
  A seguir apresentamos uma relação dos Ikú-eguns co m os Orixás correspondentes: 
 
OGUN: Tiriri, veludo, Tranca-Rua. 
 
OXOSSI: Exú Veludo, Viramundo, Tranca Rua. 
 
OSSANHE: Exú da Mata, Exú Barabô Toquinho. 
 
OMOLÚ: Exú Caveira, Exú Sete Capas, Catacumba, Tata  Caveira, Brasa, Maré, Carangola, Pagão, Meia-
Noite. 
 
XANGÔ: Marabô e Barabô. 
 
OYÁ: Exú Ventania, Pombogira do Sumiço, Figueira e Mulando. 
IEMONJÁ: Exú do Lodo, Pombogira do Lodo, Pombogira  Menina. 
 
OXUN: Exú Cheiroso, Brasa, Veludo, Padilhas e Pomba s Giras Meninas. 
 
OXUMARÊ: Rainha do Inferno, Figueira, Sete Saias. 
 
NANÃ: Exú do Lodo, Pombogira do Lodo, Pombogira Men ina. 

 
OXALÁ: Exú Lúcifer, Sete Encruzilhadas, Veludo, Camisa Preta. 
 
Exu é o primeiro orixá a ser louvado no candomblé, porque representa o principio do movimento. Uma 
vez acionado é preciso controla-lo, como se sabe com respeito a qualquer movimento. Como a fome é 
um dos motivos que levam o homem a se mover em dire ção a um objetivo, Exu come demais. E por 
comerem as plantações, é que as formigas sao tidas como sendo de Exu e a terra dos formigueiros 
também. Ele é compreendido na África como um deus d o movimento (nada a ver com o diabo cristão, 
embora o sincretismo o associe assim, no Brasil), que come tudo que pode, e que é "quente". 
Exu mora nas encruzilhadas (a idéia é "o que é mas não é", sempre. Uma encruzilhada a princípio não 
é caminho algum e ao mesmo todos eles, certo?) Os p és de qualquer animal também sao de Exu, 
segundo os africanos. E Exu é controvertido, porque tem um gênio travesso (Em Cuba, por causa disso 
ele é o Menino Jesus) e faz o que lhe pedem. Não tem noção de bem e de mal e se movimenta 
apontando o pênis pro lugar onde quer ir. Não existe lugar, no passado, presente ou futuro a que Exu 
não possa ir. Existe um oriki (verso sagrado) que diz, inclusive, que "Exu mata ontem um passarinho 
com pedra que atirou hoje para o amanha." 
Exu também é associado à sexualidade, a segunda fom e humana. O dia da semana: segunda-feira (o 
primeiro dia na semana ioruba , que tem 4 dias, também). 
Existem infinitos avatares de Exu, e mitos muito bonitos também. Um deles, de que eu gosto muito 
conta que "Exu, filho primogênito de Iemanjá com Orunmilá, o deus da adivinhação e irmão de Ogum, 
Xangô e Oxóssi, era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos animais da aldeia em que vivia. Depois 
disso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo que via até chegar ao mar. Orunmilá previu então 
que Exu não pararia e acabaria comendo os homens, e  tudo que visse pela frente, chegando mesmo a 
comer o céu. Ordenou então a Ogum que contivesse o  irmão Exu a qualquer custo. Para conseguir isto, 
Ogum foi obrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mas mesmo 
depois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as árvores, os rios, tudo permaneceu ressecado e sem 
vida, doente, morrendo. Um babalaô (representante de Orunmilá na terra) alertou Orunmilá de que o 
espírito de Exu sentia fome e desejava ser saciado, ameaçando provocar a discórdia entre os povos 
como vingança pelo que Orunmilá e Ogum haviam feito . Orunmilá determinou então que em toda e 
qualquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orixá, houvesse uma parte em homenagem a 
Exu, e que esta parte seria anterior a qualquer outra, para que se mantivesse sempre satisfeito e 
assim possibilitasse a concórdia". 
Cor: preto e azul escuro entre os iorubas, preto e vermelho entre os angolas (A cor preta se relaciona 
ao fato de que para que a luz chegue a algum lugar o movimento já precisa ter sido acionado, ou seja 
Exu deve ser antes do movimento da luz) 
Elemento: fogo e ar.  
Símbolo: ogó (um pênis de madeira, com búzios pendu rados simbolizando o sêmen)  
Numero 1 
Comida: farofa 
Saudação: Laroiê, Exu! 
 
EXU ( "esfera" )     
A palavra EXU em iorubá significa "ESFERA", aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. Exu 
serve como intermediário entre os Orixás e nós, homens. É a força da criação,  é  o princípio   de tudo, 
o   nascimento, o  equilíbrio  negativo do Universo, (o que não quer dizer coisa ruim). Exu é a célula da 
criação da vida, aquele que gera o infinito, infinitas vezes. É o primeiro passo em tudo. Está presente,  
mais que em tudo e todos, na concepção global da existência. É a capacidade dinâmica de tudo que 
tem vida.   Principalmente  dos  seres  humanos, que carregam em seu plexo  este  elemento dinâmico 
denominado Exu. No candomblé é chamado Bára, ou sej a, "no corpo", preso a ele. É a abertura de 
todos os caminhos e a saída de todos os problemas. Aquele que ludibria, engana, confunde; mas, 
também ajuda, dá caminhos, soluciona. 
Seu símbolo não é o tridente associado ao diabo, mas sete ferros voltados para cima representando os 
sete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de  captação, distribuição e armazenamento de 
energia), as sete cores, as sete auras.  
É o mais humano dos orixás, sendo uma divindade de  fácil relacionamento. Sua função de contato 
entre o homem e os demais orixás  faz   com  que  supere o  real, e atinja  o mágico. São os orixás 
que respondem no jogo de búzios, mas é Exu que trad uz a resposta. 
   Não é dele a responsabilidade de decidir o que é  certo ou errado; apenas realiza a tarefa para a 
qual foi invocado. Teria mesmo papel que o deus Mercúrio na mitologia grega. 
 

O mensageiro dos deuses. É o elemento de ligação entre este mundo e o outro. É difícil de ser definido 
de maneira coerente, gosta de gerar disputas e provoca acidentes. É vaidoso, grosseiro, indecente, a 
presença de Exu está no membro ereto do macho, na p enetração da fêmea, na ejaculação, na primeira 
célula que está em formação, na paixão, no desprezo, no engano, na dor. Exú trabalha mediante 
dinheiro, bebida ou sacrifício animal. Mas, cuidado: é bom cumprir com suas obrigações, pois ele pune 
quem não cumpre a palavra, é um servo, porém enérgi co e sensual ao extremo, atua como segurança 
de seus devotos, sua especialidade é quebrar normas e regras. Ele é amado e odiado em igual 
proporção e seus raros “filhos” costumam ser provocadores, abusados, astutos, ágeis física e 
mentalmente. 
Seu comportamento humano é erroneamente ligado ao d iabo, no sincretismo. Contudo, isso é uma 
inverdade. É um orixá que vive e transita entre todas as dimensões, muito vivido e, por vezes, amargo 
e explosivo. Ele é o resultado da integração  água e terra, masculino e feminino, sendo o terceiro 
elemento. Cultuado entre os Orixás, apenas por seu intermediário é possível adorar as Yabás-Mi (as 
feiticeiras). Traçar e abrir caminhos é uma das suas principais atividades, pois ele circula livremente 
entre todos os elementos do sistema. É o princípio da comunicação. Está fortemente representado no 
O-POM-de-IFÁ (tábua adivinhatória de Ifá – Deus da Adivinhação) pelos triângulos e losângulos. O 
sistema oracular funciona graças a ele. Está profundamente associado ao segredo da transformação de 
materiais em indivíduos. É o princípio dinâmico da expansão (evolução), agente de ligação, princípio do 
nascimento de seres humanos, princípio da reparação (causa/efeito). Porém, Exú possui o lado bom e, 
se ele é tratado com consideração, reage mostrando-se servisal e prestativo. Se, ao contrário, 
esquecerem de lhe oferecer sacrifícios e oferendas, podem esperar catástrofes. Desta forma, revela-se 
o mais humano dos Orixás, nem completamente mau, ne m completamente bom.Historicamente, por 
ter o poder de estar em vários lugares ao mesmo tempo, diz-se que Exú tem o dom da “UBIQUIDADE”. 
Ele controla o equilíbrio entre ÒRUN (céu) e ÀIYÉ (terra). Como Orixá, diz-se que ele veio ao mundo 
com um porrete, chamado OGÒ, que teria a propriedad e de transportá-lo, em algumas horas, a 
centenas de quilômetros e atrair, por um poder magnéticos, objetos situados a distâncias grandes. EXÚ 
é o guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas e serve de intermediário entre os homens e os 
deuses.   Cada ORIXÁ possui o seu EXÚ no jogo de IFÁ (uma prática comum, que se utiliza de 16 
búzios) é ele o portador da resposta. Chamam-no tam bém de Legba ou Elegba. EXÚ é o primeiro que 
se serve e cultua, é o Senhor, o decano de todos os elementos, todos os orixás necessitam de suas 
forças, pois ele está ligado à evolução e ao destino de cada um.Cada ser humano possui o seu EXÚ 
BARA, que é assentado, não vira na cabeça de ninguém. Este Exú nasce e morre com a pessoa.O 
principal Exú do LÉSÉ-ÉGÚN é o MONÃMONÃ, seu culto  só acontece quando trovões e relâmpagos 
cortam os céus. Seu assentamento fica numa cabana d e sapê, aberta, ficando a mostra. Na África 
existem iniciados no Culto Afro-Brasileiro, são pouquíssimas as pessoas “feitas de Exu”. Não se pode 
ir a um Orixá sem antes tratar de Exú. Embora seus toques sejam  rápidos (ex. Bravum Adarrum), ele 
dança com satisfação qualquer toque aos Orixás quando ordenado. Exceto para Oxalufã, com o qual ele 
brigou por desejar seu trono.Ele tem o título de ASIWAJU, quer dizer: aquele que vai na frente do 
todos e o primeiro a ser serrvido.Exú é o detentor de axé e quem, junto com Olodumaré, criou o 
universo, ambos têm o mesmo poder.   
Num terreiro (egbé) temos o Exú da porteira (guardião), fica na entrada do terreno, faz a revista nas 
pessoas que entram e saem, e seguem as ordens do Ex ú, dono do local. Algumas casas tem, em volta, 
sete ou quatorze, assentos de Exú, abaixo do nível da terra, e todas as vezes que há alguma festa na 
roça, esses exus comem. 
QUALIDADES 
 
YANGI: É o mais velho, a primeira forma a surgir no mundo. É o dono do poder dinâmico do processo 
da multiplicação dos seres. Está ligado tanto ao ancestral masculino como ao feminino. Carrega o 
ADOIYRAN, cabaça que contém a força de se propagar.  Esta cabaça vai no assentamento. É 
companheiro, inseparável, de OGUN, a ponto de serem  confundidos. Rei dos Exú. Veste o branco, 
vermelho e o azul escuro. Come bichos machos e fême as.  
 
AGBO: De Omulú  
 
AKESAN: É relacionado ao jogo de Búzios  
 
LALU: É jovem, está ligado a Oxossi, Logunedé e vem dos caminhos de Oxalá. Não deve beber 
cachaça nem dendê. Veste-se de branco. Vem, também,  para outros Orixás. Tem muitos filhos.  

 
GERI: Ligado a Oxun Iapondá  
 
GIBIRIN: Ligado a Oxaguiã e Ossayin  
 
TIRIRI:   É de grande valor e mérito, está associado a Ogun e Oxossi. Usa vermelho ou todas as 
cores. Sempre nas               porteiras e caminhos, tem grande força.  
 
SIGIDI: Só serve a homens. Provocador de brigas.  
 
ALAKEFO: Associado a Nanã  
 
BARAKESAN : Ligado a Oyá  
 
IGBARABO : Junto a Xangô, Yemanjá e Ogun  
 
YNÁ: É invocado no início do PADÊ. É associado ao fogo e representa a força. É simbolizado pelo EGAN 
(gorrinho em forma de cone), pelo pássaro e pelo IKOODÍDE, pena vermelha do papagaio ODÍDE. Usa 
vermelho.  
 
BARA IFÁ: Destinado ao Jogo de Búzios  
ALAKETU: É o Exú do dinheiro, veste branco, vermelho e azul escuro. Causador de acidentes.  
 
ABENEKWA : Ligado a Oxun Ajagurá  
 
ELERU: É o senhor das oferendas, o portador e o mensageiro. É sempre o primeiro a ser invocado. 
Veste o preto e o vermelho. É o dono do dendê. É ele que carrega o dendê na peneira.  
YGELU: Associado ao WÁJÌ, que representa o fruto da terra e por extensão o mistério do processo 
oculto da vida e da multiplicação. Dele é o caracol africano. Veste o azul arroxeado. Às vezes aparece 
vestido de preto.  
 
ODARA:  É invocado no padê. Providencia a comida e a bebida de todos. É benéfico, não gosta de 
bebida alcoólica, aprecia mel e vinho, gosta de branco, mas usa vermelho e preto. Ele nos dá a 
fortuna. 
LONA: É o Exú das porteiras dos barracões, vigia os caminhos. Traz os clientes e a fartura. Usa 
vermelho, preto e azul arroxeado.  
 
OLOBÉ: Este Exu é o dono da faca. É ele que separa as frações de substâncias para formar outros 
seres diferentes. É muito semelhante ao OGUN XOROQU E, anda pelas madrugadas, sempre procurando 
os profanadores de oferendas postas nas encruzilhadas. Sua cor é azul arroxeado. Ele é o AXOGUN e 
sacerdote, sacrificador da sociedade das ÌYÁMI ÀJÉ.  
 
ENÚGBANIJO : É o dono da boca, aquele que fala e traz as respostas.  
 
LARÓYÈ: É astuto e provoca brigas   
 
COR: preto, vermelho, branco, azul-marinho e cinza   
COMIDA: 
• Acaçá branco/vermelho  
• Aberén  
• Obi vermelho  
• Orogbo  
• Epo pua  
• Farofas de:  
o dendê –  agilizar  
o Waji – dinamizar  
o Gema de ovo – prosperidade  
o Clara de ovo – despachar a rua  
• Mel de abelhas  

• Carne frigida no epo pupa ou crua ou carne seca  
• Banana cozida  
• Banana da terra no epo pupa  
• Atare  
• orogbo  
               
DIA DA SEMANA : segunda-feira  
 
DATA: não existe especificamente, pois todos os dias são de Exú.  
 
FRUTAS: limão, banana, cana-de-açúcar   
FOLHAS:  
• Folha da costa  
• Bredo-sem-espinho  
• Alfavaquinha  
• Mal-me-quer-bravo  
• Tiririca  
• Folha de bobô  
• Cançanção-de-porco  
• Cançanção branco-de-leite  
• Picão da praia  
• Folha da fortuna  
• Urtiga  
• Tento de Exú  
• Arrebenta cavalo  
• Mamona  
• Mulungun  
• Vassourinha de N. Senhora  
• Folha de fogo  
• Coração de negro  
• Fruto da aroeira vermelha  
• Figueira brava  
• Bredo  
  
BEBIDAS: Todas as bebidas fortes               
 
IIEKÉ: contas pretas e vermelhas  
 
METAL: não tem, sua matéria é a terra, pois nasceu da terra em forma de pênis.  
 
PARTES DO CORPO : sensação de sede e de fome, cavidade do Ori (cabeça), cavidade do útero, 
atividade sexual (não da atividade procriadora, da fecundação, pois ele é o resultado, o descendente), 
placenta fecundada, os pés (bola dos pés), uma parte do fígado (a outra é de Oya).  
 
SÍMBOLOS : Ogo (bastão cheio de tranças de palha numa ponta com cabeças penduradas, nas quais 
ele traz suas  bebidas. O Ogo é todo enfeitado de búzios).  
 
SACERDOTES : Lebasi – filhos de Exú                           
Obs: na Nigéria tem o nome de Oluponá  
 
CARGOS: (femininos) DAGAN OTUN DAGAN OSI DAGAN   
 
TOQUE: Bravun  
SAUDAÇÃO : 
Larôye, Exú 

Koba Laroye Mojuba Exú 
Koko ro bi jô 
(EXU, o Mercúrio africano, o intermediário necessário entre o homem e o sobrenatural, o 
intérprete da linguagem dos mortais e dos ORIXÁS. É pois o encarregado de levar aos deuses da África 
o chamado de seus filhos estrangeiros. E nestas notas introdutórias, ele e chamado a levar aos filhos 
estrangeiros amostragem das infinitas possibilidades deste rico Panteão, que se mantém vivo na África, 
no Brasil e em outros países do Novo Mundo). 
 
EXU - EXU é o preexistente à ordem do mundo. Como a  própria vida, ele se transforma sem 
parar, mas não uniformemente, porque EXU muda o jog o a seu bel prazer - é um "tríckster". É 
astucioso, vaidoso, inteligente e ambíguo, a tal ponto que os primeiros missionários assustados 
compararam-no ao diabo, dele fazendo símbolo de tud o que é maldade. Mas EXU, por ser o próprio 
dinamismo, é quem faz, com seus paradoxos, as coisa s manterem-se vivas. É ele que propicia estar o 
AXE sempre circulando e, ao ser tratado com consideração (oferendas) reage favoravelmente, 
mostrando-se serviçal e prestativo. EXU revela se o mais humano dos ORIXÁS, nem completamente 
mau, nem completamente bom. Por estar relacionado c om os ancestrais, ele é o guardião dos templos, 
das casas, das cidades e das pessoas. Cada pessoa tem o seu BARA - até cada ORIXÁ tem seu EXU. 
Ele está em tudo e com tudo, pois é o intermediário eterno entre os homens e os deuses. É por isso 
que em todas as cerimônias do CANDOMBLÉ sua oferend a é a primeira e chama-se PADÉ - que 
significa reunião. No PADÉ, EXU é chamado, saudado, cumprimentado e enviado ao além, com dupla 
intenção: convocar os outros ORIXÁS para a festa e ao mesmo tempo afasta-lo, para que não perturbe 
a boa ordem da cerimônia, com seus golpes de "tríckster". Como transportador das oferendas, ele é 
OXETUÁ, filho de OXUM com os dezesseis ODU do orácu lo (Jogo de búzios) (CAURI) Este aspecto 
benfazejo de EXU outorga-lhe o poder de restituir a fecundidade ao mundo. Como senhor do poder da 
transformação, ele é EXU ELEGBARA, que foi cortado em pedaços e em seguida se regenerou e, ao 
fazê-lo, reuniu simbolicamente o Universo inteiro. 
EXU mantém o equilíbrio das trocas, provoca o conflito para promover a síntese. Tudo que se 
une, multiplica-se, separa-se, transforma-se - tudo é EXU, personificação do principio da 
transformação. Seu dia é segunda-feira. Ele está associado ao nascente e ao futuro e sua cor é o azul 
escuro arroxeado, cor do mistério da procriação. Seu animal e o cão; o cacto e o mandacaru são suas 
plantas. Rege o sexo e usa um chapéu que se assemel ha ao falo: não há sexualidade sem EXU. 
OKOTÓ é o caracol, símbolo de EXU, e representa a espiral da evolução. Quando se manifesta, é 
saudado por um de seus nomes (LAROYE). Veste-se de  branco, azul e vermelho, leva na mão um 
tridente ou um ferro de sete pontas ou ainda uma lança. 
O tipo psicológico do filho de EXU tem as seguintes características: é robusto, ágil, dinâmico, 
incansável, transborda vitalidade. Ë grande amigo dos prazeres da vida, guloso, está sempre com fome 
e bebe bastante. E por isso que ninguém do CANDOMBL Ë deve beber nada sem antes jogar no chão da 
porta da rua, bebida para EXU. Alegre, brincalhão, gosta de pregar peças, esconder objetos, contar 
mentiras, ensinar o caminho errado. Adora chocar, dizer palavrões. E desordeiro e adora tumultuar 
festas e reuniões. Quando lhe convém, pode ser extremamente trabalhador, eficiente, incansável e 
obstinado – tendo em vista sempre o que com isso irá ganhar. Mas é totalmente imprevisível, podendo 
deixar o trabalho em que se empenha apenas por capr icho. Não é, entretanto, Insensível. É prestativo 
e não recusa sua ajuda aos amigos. É chamado sempre  para resolver problemas financeiros, brigas, 
encrencas amorosas, as quais com habilidade e bom h umor consegue dar uma solução feliz. Mas a 
principal característica dos filhos de EXU e a exacerbação da sexualidade; suas vidas são regidas por 
intensa atividade sexual, e fidelidade sexual e algo impossível de obter-se dos filhos de EXU. 
Exu para uns, é um Orixá como todos outros, mas que  raramente se tem notícia de alguém que seja 
seu filho, na maioria das vezes as pessoas desse Orixá na hora da feitura são consagradas a Ogun. 
Segundo a maioria dos pesquisadores, na África as pessoas consagradas a Exu são orgulhosas disso, 
mas no Brasil em virtude do sincretismo que fizeram de Exu com o Diabo, o mesmo não acontece as 
pessoas de Exu preferem ser de Ogun, para não serem  discriminadas. 
 
Exu é o mais sutil e o mais astuto de todos os Orixás. 
Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal entendidos e discussões entre as pessoas ou 
para preparar-lhe armadilhas. Ele pode fazer coisas extraordinárias como, por exemplo, carregar, 
numa peneira, o óleo que comprou no mercado, sem qu e este óleo se derrame desse estranho 
recipiente! Exu pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje! 
 
" Èsù é o princípio reparador do Sistema Nàgô. É o controlador rígido de todos os sacrifícios. Inspetor 
geral, segundo Idowu (1962); "oficial de polícia imparcial", segundo Abimbola (1969:393) que diz: "a 

ação de Èsù é a de... punir os contraventores, particularmente aqueles que negligenciaram fazer o 
sacrifício prescrito". 
Èsù Yangí, segundo a história Atòrun dòrun Èsù, delega a dívida: o que foi introjetado por ele será 
restituído através dos ebós efetuados por todos os elementos procriados. A restituição é deslocada, é 
transferida a um outro objeto ou a um outro ser com o qual o ofertante se identifica. Esse mecanismo, 
que consiste em transferir a um outro a restituição do àse absorvido, é fundamental para a 
compreensão dos rituais de oferenda e da dinâmica do sistema. A restituição transferida - a oferenda - 
é que permite manter a integridade de cada indivíduo; controlada por Èsù Elebo, ela permite ao Èsù 
acompanhante exercer sua função de princípio dinâmico, desenvolver e expandir a existência de  
cada indivíduo". 
 
Assim, com o devido respeito, começamos por saudar  ao Imole Eshu : 
Mo ju iba, Esu Oba Baba awon Esu ! Iba se, o ! 
Saudações, Eshu Senhor e Pai de todos os Eshus ! 
Que esta homenagem se cumpra! 
 
E pedimos-lhe Ago / licença para citar o seu Orisirisi / Contos Imemoriais onde se fala de seus 
dezesseis maiores atributos, sobretudo ligados ao Culto de Ifá, e que são tão negligenciados hoje em 
dia até pelos seus El'esu / Sacerdote de Eshu! 
Eis aqui seus maiores dezesseis títulos e suas correspondentes "qualidades", os quais sempre foram 
ligados aos 16 Odu / Fundamentos de Tradição dos Itan Ifa / Contos de Ifá de Ile Ife / a Cidade Santa 
de Ifé : 
 
Esu Yangi - o Senhor da Laterita Vermelha  
Esu Agba - o Senhor Ancestral  
Esu Igba Keta - o Senhor da Terceira Cabaça  
Esu Okoto - o Senhor do Caracol  
Esu Oba Baba Esu - o Rei e Pai de todos os Eshus  
Esu Odara - o Senhor da Felicidade  
Esu Osije - o Mensageiro Divino  
Esu Eleru - o Senhor da Obrigação Ritual  
Esu Enu Gbarijo - o Senhor da Boca Coletiva  
Esu Elegbara - o Senhor do Poder Mágico  
Esu Bara - o Senhor do Corpo  
Esu L'Onan - o Senhor dos Caminhos  
Esu Ol'Obe - o Senhor da Faca  
Esu El'Ebo - o Senhor das Oferendas  
Esu Alafia - o Senhor da Satisfação Pessoal  
Esu Oduso - o Vigia dos Odus 
ARQUÉTIPO 
O arquétipo de Exu é muito comum em nossa sociedade , onde proliferam pessoas com caráter 
ambivalente, ao mesmo tempo boas e más, porém com i nclinação para a maldade, o desatino, a 
obscenidade, a depravação e a corrupção. Pessoas que têm a arte de inspirar confiança e dela abusar, 
mas que apresentam, em contrapartida, a faculdade d e inteligente compreensão dos prblemas dos 
outros e a de dar ponderados conselhos, com tanto mais zelo quanto maior a recompensa esperada. As 
cogitações intelectuais enganadoras e as intrigas políticas lhes convêm particularmente e são, para 
elas, garantias de sucesso na vida. 
 
 
ESSABAS DE EXÚ  
 
Folha da Costa – Odun-dun 
 
Bredo sem espinho - Teté 
 
Aroeira 
 
Fruto da aroeira vermelha 
 
Cansansão-de-porco – Kan-kan 
 
Cansanção branco de leite - Inã 
 

Folha de mangueira 
 
Açoita Cavalo 
 
Dedo de Exú 
 
Folha de Tento de Exú 
 
Folha de Bobó – Kanan-kanan 
 
Tiririca - Labre 
 
Mal-me-quer-bravo - Pepé 
 
Carrapicho de Agulha – Picão-da-praia - Aberê 
 
Palma do Diabo 
 
Corredeira Preta 
 
Corredeira Branca 
 
Urtiga 
 
Alfavaquiva – Orim-rim 
 
Folha do Fogo 
 
Coração de Negro 
 
Figueira Brava 
 
ÈS Ù  
ABRANDA FOGO; AMENDOEIRA; AMOREIRA; ANGELIM; AROEIR A; 
ARREBENTA CAVALO; ARRUDA MIÚDA; AZEVINHO; AVINAGUEI RA; 
BARBA DO DIABO; BARDANA; BELADONA; BRINCO DE PRINCE SA; 
CACTUS ( TODOS ); CANA-DE-AÇÚCAR; CANA DE MACACO; C ANJERANA; 
CANSAÇÃO; CATINGUEIRA; BELDROEGA; CAJUEIRO; CANJERA NA; 
CARRAPICHO; COMIGO-NINGUÉM-PODE; CORREDEIRA; CRIZAN TEMO; 
ERVA PREÁ; FIGUEIRA PRETA; FOLHA DA FORTUNA; FEDEGO SO; FOLHA 
DA COSTA; GARRA DO DIABO; TAJUJÁ; SEMPRE VIVA; TAMI ARANGA; 
TAPIXIRICA; TAYUYA; TINHORÃO ROXO; TINTUREIRA; TIRI RICA 
(DANDÁ-DA-COSTA); URTIGA; JAMELÃO; IVITINGA; JUAZEI RO; 
JURUBEBA; LARANJEIRA DO MATO; MACONHA; MAMÃO BRAVO;  
MAMÃO; MANGUEIRA; MATA CABRAS; MANJERIOBA; MATA PAS TO; 
MUSSAMBE; MARIA MOLE; ORA-PRO-NOBIS; PALMEIRA AFRIC ANA; PAU 
SANTO; PAU D'ALHO; PERPÉTUA; PICÃO DA PRAIA; PIMENT A DA 
COSTA; PIMENTA MALAGUETA; PINHÃO BRANCO; PINHÃO ROX O; 
MIXIRICA; QUIXAMBEIRA; XIQUEXIQUE; SÃO GONÇALINHO;  ASSA-
PEIXE; BABOSA; MENTA; PATCHOULI. 
 
 
 
  A seguir coloca-se em ordem de preferência as  comidas que Exú gosta : 
 
- PREÁ 
 
- Peixe fresco ou defumado 
 
- Aves 
 
- Comidas secas 
 
- Cabritos e porcos 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Qualidades de Exú Bará: 
 
- Exú Lona ou Inã 
 
- Exú Odara 
 
- Exú Ojise-Ebo 
 
- Exú Ajelu, Ijelu, Ajelu Lalu 
 
- Exú Ifê-Milê 
 
- Exú Barakesan 
 

- Exú Alekefó 
 
- Exú Alaketu 
 
- Exú Mojubá 
 
- Exú Ajake-Osun 
 
- Exú Tiriri 
 
- Exú Soroxé 
 
- Exú Elebó 
 
- Exú Akueran 
 
- Exú Eleru 
 
- Exú Yangui ou Agbá 
QUALIDADES DE EXÚS:  
1.Elegbára  
2.Alákétu  
3.Laalu  
4.Jelu  
5.Run danto 
6.Tiriri  
7.Lonan  
8.Jele bara 
9.Anan ou Inan  
10.Bará  
11.Jigidi  
12.Mavambo  
13.Embeberekete  
14.Sinza Muzila  
15.Sandú  
16.Baragbo  
17.Akesan  
18.Baralajki  
19.Betire  
20.Lamu Bata  
21.Okanlelogun
 
    ASPECTOS: 
 
  EXÚ LONàou INÃ: É um dos primeiros a ser invocado nas cerimônias de Ipadê. É o protetor 
do Babalorixá do Egbé. Este Exú está ligado ao fogo. 
 
  EXÚ ODARA: Invocado na cerimônia do Ipadê, afim de proporcionar bem estar, felicidade, 
satisfação e harmonia. 
 
  EXÚ OJISE-EBO: É invocado antes de qualquer oferenda aos Orixás. Ele é responsável pela 
entrega dos ebós. 
 
  EXÚ IJELU: Ligado à multiplicação e crescimento dos seres diversos, regula a lactação 
materna, ou seja, toda a transformação dos seios durante a gravidez. Está associado também ao 
pequeno caracol. 
 
  EXÙ MILÉ: Está relacionado ao amor, ao lado emocional, ao afeto humano. Costuma proteger 
os filhos de Oxum, Nana e Yemonjá. 
 
  EXÚ BARAKESAN: Supervisiona as trocas feitas pelo homem. 
 
  EXÚ ALEKEFÓ: Está ligado aos meses do ano, regula os movimentos da Terra. 
 
  EXÚ ALAKETU: Este está ligado à nação Ketu. 
 
  EXÚ MOJUBÁ: Este Exú está envolvido às traições do homem. 
        Moju: viver à noite; Ba: armar emboscada. 
 
  EXÚ AJAKE-OSUN: Este Exú só faz o bem, se recusa a fazer o mal. Só gosta de ser tratado por 
homem. 
 
  EXÚ TIRIRI: “Ti” - com grande força, “Riri” - valor e mérito. 
      Tiriri recebeu este nome por ter atingido um gra u especial. 
 
  EXÚ SOROKÊ: Trabalha com Ogun Sorokê. Sorokê quer dizer: grito forte, brado. 
 
  EXÚ ELEBÓ: Carregador de Ebó. 
 
  EXÚ AKUERAN: Está ligado à caça. 
 

  EXÚ ELERU: Começa a ser assentado do lado de fora até chegar dentro do Egbé. 
 
  EXÚ YANGUÍ ou AGBÁ: Exú pé-de-òkotó, Rei de todos os seus descendentes. Foi o primeiro 
nascido de sua linhagem, pai ancestral. 
  Este Exú foi formado através da mistura de água e  terra (lama), matéria prima que Ikú usou 
para modelar o ser humano. 
  É conhecido também como pedra vermelha de la terri ta ou como a proforma (primeira forma), 
ou seja, primeira matéria dotada de forma. 
 
 
LENDA DE EXÚ 
 
 
  Elegbara foi procurar uma rainha desprezada, cujo  marido a havia abandonado. 
   
Elegbara pediu à rainha apaixonada que trouxesse alguns fios de barba do Rei, dando à ela uma 
faca para executar sua ordem e prometendo que lhe faria um amuleto para trazer o marido de volta. 
 
  Logo após, Elegbara foi à casa do filho da Rainha,  aquele que herdaria o trono. Este príncipe 
vivia fora do reino do pai. A tradição local impunha tal condição, por acreditarem que a cobiça pelo 
poder lhes subisse a cabeça e os jovens príncipes fossem levados a cometerem crimes contra o Rei. 
 
  Elegbara disse ao príncipe que o Rei iria para ume  batalha e desejava a presença do filho e seus 
guerreiros no castelo real à noite. 
 
  Por último, Elegbara foi ao Rei e disse-lhe que a  Rainha desprezada, tomada de ódio pela sua 
antipatia para com ela desejava mata-lo. Elegbara disse que o Rei deveria ter muito cuidado à noite. 
 
  Ao anoitecer, o Rei foi para os seus aposentos com o de costume. Mais tarde, chegou a Rainha 
aproximando-se devagar com uma faca, pois tencionav a cortar alguns fios da barba do Rei. O Rei 
avisado por Elegbara toma tal situação como uma tentativa de assassinato, desarmando a Rainha e 
começando uma luta. 
 
  O príncipe chega ao palácio e ouve gritos e barulh os vindos  do quarto real. Ele e seus 
guerreiros invadem o quarto e presenciam o Rei e a Rainha lutarem e pensam que o Rei estava 
tentando matar a Rainha. Por sua vez, o Rei vendo o príncipe e os guerreiros invadindo seu quarto, 
julga como uma conspiração entre mãe e filho para tirar seu trono. Trava-se assim, uma batalha cruel 
entre pai, mãe e filho, o que levou a destruição de todo o reino. 
 
 
 
LENDA DE EXÚ 
 
  Conta-se que dois grandes amigos tinham, cada um,  um pedaço de terra, dividido por uma 
cerca. Diariamente os dois iam trabalhar, capinando e revirando a terra para plantio.Exú interessado 
nas terras, fez a proposta de adquiri-las, o que foi negado pelos agricultores. Aborrecido, mas 
determinado a adquirir aqueles dois terrenos, procurou agir. Colocou na cerca um boné, de um lado 
branco e do outro vermelho. 
 
  Naquela manhã, os amigos lavradores chegaram cedo  para trabalhar a terra e viram o boné na 
cerca. Um deles viu o lado branco e o outro o lado vermelho. 
 
  Em dado momento, um dos amigos perguntou: - O que  este boné branco faz encima da cerca? 
O outro respondeu: -Branco? Mas o boné é vermelho!  E começaram uma discussão incansável. 
 
  Desencadeou-se uma luta corporal, e com as mesmas  ferramentas de trabalho mataram-se. 
 
  Exú que de longe assistiu à tudo, esperando o desf echo já imaginado por ele, aproximou-se e 
assumiu a posse das terras, não sem antes fazer um comentário bem sagaz: 
 
- Que gente confusa que não consegue resolver problem a tão simples! 
 

 
 
LENDA DE EXÚ  
 
  Havia uma rivalidade entre Exú e Oxalá. Ambos disc utiam sobre a sua supremacia, ou seja, 
quem detinha o poder, quem era o mais antigo, quem  iria governar. 
 
  Oxalá se sentindo insultado, durante uma disputa c heia de malícias, armadilhas e enigmas, 
apodera-se da cabaça que põe fim ao poder de Exú, transformando-o em mero servidor, aquele que 
transporta e codifica as informações e mantêm a ligação entre Àiyé e Orun! 
 
LENDA DE EXÚ 
 
Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-
lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, 
nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e 
animação a todos. 
Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos 
estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação. 
Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz 
voltasse a reinar. 
Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos. 
Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As 
cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores. 
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar as festas, pois 
elas estavam muito sem vida. 
Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, 
mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse. 
Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Exú confiou-l he a missão de tocar tambores e 
entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante, os homens que 
exercessem esse cargo seriam respeitados como verda deiros pais e denominados Ogans. 
 
 
OGUN 
 
  É considerado o último filho de Oduduwá, criador d os seres. Ogun é o Deus da agricultura e do 
ferro, é responsável por tudo que a humanidade desenvolve nesses setores. 
 
  Este Orixá é muito poderoso, guerreiro invencível.  Ogun não tem somente o lado guerreiro, é 
também amigo e companheiro do homem. É líder junto  com Exú, participando das mudanças sociais 
políticas e econômicas. 
 
  Os filhos desse Orixá tem uma existência marcada p elo trabalho. 
 
  Personalidade: Impetuoso; guerreiro; autoritário;  até certo ponto oportunista; violento; não 
perdoa arrogantes; utilizam a franqueza para melindrar os outros. O seu lado positivo é a cautela; 
hospitalidade; ajuda todos sem distinção; não esmorecem facilmente; dão com generosidade e servem 
em especial aqueles de quem gostam. 
 
  Ogun é filho de Oduduwá e Iemonjá. 
 
 
PAÓ: 7 batidas à direita, 7 batidas à esquerda, 1 à frente, 1 atrás e as três de reverência no adobale. 
 
DIA: Terça-feira 
 
COR: Azul-Marinho, verde e branco. 
 
ANIMAIS PARA SACRIFÍCIO: Galo, bode, em raros casos  o boi e o cachorro. 
 
METAL: Ferro. 
 

SÍMBOLOS: Ferramentas, espada, lança, foice, faca, enxada, pá, alicate, etc... 
 
Suas roupas são cobertas de mariô. 
 
O orixá Ogun é um dos mais amados na cultura ioruba . Em primeiro lugar porque ele foi o primeiro 
ferreiro. Como foi ele, também, quem descobriu a fundição e inventou todas as ferramentas que 
existem. Portanto é o patrono da tecnologia e da própria cultura, pois sem as ferramentas nada mais 
poderia ser inventado até mesmo plantar em grandes  extensões seria extremamente difícil. Tendo 
inventado as ferramentas, com a foice ele abriu os primeiros caminhos para o resto do mundo, o que 
dá a ele o poder de abri-los ou fecha-los. Com a faca ele fez o primeiro sacrifício ritual, por isso sempre 
se louva Ogum durante estes sacrifícios e sua invenção da faca. Com o ancinho ele arou terras e 
plantou, com a tesoura cortou peles e inventou os abrigos. Com o machado cortou árvores para 
construir abrigos, com o martelo pode unir com pregos que inventou, os troncos. Com a cunha pode 
levantar grandes pesos e assim aconteceu de Ogum, c om a espada que forjou, guerrear e conquistar 
territórios para seu povo. Ele, no entanto, não quis ser rei, pois preferia os desafios ao poder. 
Continuou lutando e inventando para sempre. Hoje em  dia diz-se que os computadores sao de Ogun e 
de Ogun sao também todos os analistas de sistemas. 
Ogun só cometeu um erro nos mitos, quando seu pai m andou que fizesse uma tarefa e ele pelo 
caminho embebedou-se com vinho de palmeira e acabou  não realizando o que devia. A partir daí nunca 
bebeu, mas diz-se que os filhos de Ogun adoram vinho branco e devem tomar muito cuidado com 
bebidas. 
A guerra é de Ogun, cujo nome significa exatamente guerra. Como Ogun nunca se cansa de lutar, 
costuma-se chamar por sua ajuda em situações em que  é extremamente difícil continuar lutando ou 
quando o inimigo é extremamente forte. Não se deve invocar Ogun a toa, pois seu gênio é 
extremamente violento e diz um oriki que ele mata o injusto e o justo, o ladrão e o dono da casa 
roubada (porque permitiu que acontecesse) portanto não se deve brincar com este orixá, que não 
perdoa.  
Ogun vive sozinho; é um solteirão convicto. Teve muitas mulheres mas não vive com nenhuma, e criou 
um filho adotivo abandonado nas mãos dele por Iansã , a deusa dos ventos e raios que por sua vez o 
havia adotado de Oxum, a deusa do amor e da riqueza  Um dos mitos sobre ele diz que Ogum, é filho 
de Iemanjá com Odudua. Desde criança já era destemi do, impetuoso, arrojado e viril, tendo se tornado 
sempre mais e mais um brilhante guerreiro e conquistado, para seu pai, muitos reinos, não havendo, 
por esta razão, um só caminho que Ogum não tenha pe rcorrido. Nos intervalos entre as guerras e as 
conquistas, Ogum criou os metais, a forja e as ferramentas que facilitaram a vida dos homens no 
mundo. Ele forjou a primeira faca, a primeira ponta de lança, a primeira espada, a primeira tesoura. 
Um irmão dedicado, diz o mito que Ogum tinha por Ox óssi uma afeição muito especial, defendendo-o 
várias vezes de seus inimigos e passando mesmo a mo rar fora de casa com Oxóssi, quando este foi 
expulso de casa por Iemanjá.  
Diz ainda o mito que foi Ogum quem ensinou Oxóssi a  defender-se, a caçar e a abrir seus próprios 
caminhos nas matas onde reina. Ogum teve muitas mul heres, a principal delas Iansã, guerreira como 
ele. Tendo sido roubada por Xangô, que é seu irmão por parte de mãe, Ogum passou a viver sozinho, 
para a guerra e a metalurgia. 
Dia: terça-feira 
Número: 7 
Cor: azul cobalto (ou azul ferreiro, como chamam alguns) A cor exata é o azul da chama do fogo. 
Símbolo: espada 
Comida: feijoada 
Saudação: Ogun Iê! 
 
OGUM (gum: "guerra")   
É orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa  luta, batalha, 
briga. Divindade masculina iorubana, o filho mais enérgico de Odùduà, tornou-se  regente da cidade 
de  Ifé quando  seu pai  ficou  temporariamente cego. Em outras lendas filho de Iemanjá e irmão mais 
velho de Exu e Oxóssi. Por este último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro. 
É o deus do ferro, dos ferreiros e de todos que utilizam esse metal. Força da natureza que se faz 
presente nos momentos de impacto e nos momentos for tes. O sangue que corre no nosso corpo é 
regido por Ogum. Considerado como um orixá impiedos o e cruel, temível guerreiro que brigava sem 
cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e 
amável. É a vida em sua plenitude. 
Os lugares  consagrados a  Ogum ficam  ao ar livre,  na entrada    das casas e terreiros. Geralmente  
são   pedras  em forma   de bigorna junto às árvores. Ogum é representado também por   franjas     de 

   palmeira   ou  dendezeiro desfiadas   chamadas mariwo que penduradas nas portas ou janelas, 
representam proteção, cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis. 
O culto a Ogum é bastante  difundido    tanto no  Brasil  quanto na  Nigéria.  Sem sua permissão e 
proteção, nenhuma atividade útil, tanto no espaço urbano como no campo, poderia ser aproveitada.  
Deve ser  invocado  logo  após  Exu  ser despachado, abrindo caminho para os outros orixás. Como na  
África,  ele é representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal. A importância 
de    Ogum vem  do fato de  ser ele um dos mais antigos dos deuses iorubás e, também, em virtude de 
sua ligação com os metais e aqueles que os utilizam.  
 
 Orixá yorubá, considerado rei de ifé, na Nigéria. 
É general de oduduwá, preside as guerras e as lutas. Executa trabalhos manuais em ferro, madeira, 
etc. É o criador das armas e ferramentas. 
Ele geralmente é assentado pelo lado de fora, gosta de ficar rodeando de árvores, como YIOBÉ, 
peregun, sua árvore de maior fundamento, é YIZIEEOU , pé de jaca. Mulher não deve chegar perto.  
O deus guerreiro de personalidade instável, filho de Yemanjá com Oxalá. No amor este soldado é 
sensual e aconchegante. Na guerra, é furioso e vingativo. Experiente ferreiro, utiliza-se de seus 
conhecimentos para defender os filhos. Amante incontestável, não dispensa uma boa peleja. Todos 
aqueles que se utilizam do ferro para trabalhar, do metalúrgico ao cirurgião, passando pelo açougueiro 
e o agricultor, estão sob sua proteção. Seus filhos costumam adorar estar com os amigos, 
transformando a rotina do dia-a-dia. Parecem brisas de tão suaves, mas, ao menor sinal de conflito, 
explodem numa fúria devastadora. Sua franqueza é de sconcertante e a curiosidade, idem. Abominam a 
derrota e o perdão, preferindo um grito de guerra vitorioso. 
Ogún caça e inventa armas. Deve-se ter sempre a seu s pés uma cabaça virada, pois, se ele não 
encontrá-la, fica nervoso. O fogo e o sangue simbolizam a raiva e o desejo de guerrear. Ele teve várias 
esposas: Oxún, Obá e Oya, a mais importante foi ELESY OXÚN ORIY, aquela que pintava sua cabeça 
com pós brancos e vermelhos.  
Sua representação é feita por sete, quatorze ou vinte e uma ferramentas de ferro, como por exemplo: 
martelo, foice, ancinho, enxada, facão, etc.  
Os cultos de Exú e Ogún são muito parecidos. 
Ogún alimenta-se de feijoada, inhame, xinxim de galinha. 
Ogún recebeu vários nomes, pelas aldeias e cidades por onde passava, OGÚN BENIN, OGÚN DAYO, 
OGÚN FENÁN, OGÚN KAUANÁ; que não são qualidades e s im títulos. 
QUALIDADES  
OGÚN MENÉ  – É um jovem guerreiro. Veste-se de verde, branco e amarelo. Come com Oxalá e tem 
grande fundamento com Yemanjá. 
OGÚN MEJE: Seria o mais velho, a raiz de todos. É um Ogún completo. Come nos cemitérios. 
Solteirão, ranzinza e muito sanguinário. Suas cores são o verde claro e o vermelho claro. 
OGÚNJÁ: É o Orixá da casa de Oxalá, o grande guerreiro branco. Como todo Ogún, come inhame, tem 
temperamento rabugento e solitário. Em seus assentamentos leva Oxún e Wáji. Não se pronuncia seu 
nome em vão e nem à noite. Veste branco e também, o  verde, suas contas são verde-claro. Cobre-se 
de mariwo. 
OGÚN XOROQUE:  É um Orixá de Jeje, um tipo muito perigoso. Dizem que foi amaldiçoado por seu pai 
e sua mãe. Conta à lenda que um vulcão entrou em er upção e XOROQUE pulou de dentro dele, em 
forma de fogo. É o senhor da noite, vive nos cantos das encruzilhadas, castigando os que por ali 
passam e profanam as oferendas ali colocadas. É o Orixá da vingança, pois, seu temperamento é muito 
forte. Tem que ser feito no domínio do pai, VILA MAVUMBE, e ambos no domínio da mãe, APANDÁ. 
Faz-se o Exú, escravizado por Ogún, tendo que assentar Oxún. Não pode ser feito dentro do barracão. 
Tudo é duplo, até o QUELÊ. São dois assentamentos, um de Exú, sem massa e outro de Ogún, com 
massa, sobre o Exú. Dança-se para Exú, Ogún e Oxún.  
OGÚN WARI:  Feiticeiro, fica ao lado do Igbalé, o seu assentamento. É velho, agitado, violento, 
implacável. Sua bebida é a cachaça. Come carne crua. No seu assentamento tem duas tíbias, 1 crânio 
e terra de cemitério. O assentamento é na mata e fica em lugar alto. 
OGÚN ELEBEDÉ:  Assentamento todo em ferro (mini oficina de ferreiro). Este Ogún é o marido de 
Yemanjá Ogúnitá e o pai de Akeko. É o mais velho, trabalhador, exigente e rabugento. Veste-se de 
azul arroxeado e o vermelho. Contas iguais à roupa. Come com Exú e Yemanjá. 
OGÚN AKORO:  Irmão de Oxossi e ligado à floresta. É invocado no Padê. É filho de Yemanjá Ogúnté, 
jovem, dinâmico, empreendedor, protetor, seguro, am igo fiel e ligado ao mau. Seu assentamento leva 
várias folhas. 
OGÚN AJAKÁ:  Irmão mais velho de Xangô, conquistou a cidade de Oyó e deu para seu irmão 
governar. Teria sido o primeiro rei de Oyó. É agressivo, gosta de dar ordem e ser obedecido. Guerreiro 
sanguinário, come carne crua. Usa as cores vermelho, azul e amarelo. 
OGÚN ONIRE:  Primeiro filho de Odùdùa. Usa contas verdes e veste-se de verde, Guerreiro impulsivo, 

violento, cortador de cabeça sanguinário, ligado a morte e aos antepassados. Muito impaciente, não 
pensa antes de agir, mas acalma-se rápido. 
OGÚN IGBAGBO:  Outro nome de Ogún Olode. É caçador e não come ani mais caseiros. Amigo e 
conhecedor dos caminhos como Oxóssi. semelhante a O xóssi. Come, em seus assentamentos, caça. 
Leva um Adematá e só come nos caminhos da mata. 
OGÚN POPO:  assentado ao lado de Oxalá 
AJÒ: Fica fora do barracão e toma conta da porteira. É o primeiro a ser saudado. Companheiro de Exú, 
ronda as encruzilhadas, comendo com Exú nas estrada s. veste-se e tem contas azul arroxeado. 
ONIJÉ: É o Orixá que tritura, corta e provoca ferimentos. Não é aconselhável raspar este Orixá em 
seus filhos. Veste o verde escuro e o vermelho. Tem ligações com Oya Ygbalé. 
IKOLÁ: É um Ogún solitário que tem ligações com Xoroque e Oxalá. Come Ìgbín e veste-se de verde 
escuro ou vermelho. Adora galos vermelhos e bode de  chifres grandes. 
ELEMONÁ: Mora nas matas e caça muito bem. É muito sério, áspero, não se apegando a ninguém, a 
mão ser a sua própria família. Tem fundamento com O baluaê e Exú. 
CORES: azul marinho, verde garrafa (Ijesá), amarelo ouro. 
COMIDA: feijoada e inhame. 
DIA DA SEMANA:  terça-feira 
DATA: 13 de junho 
FRUTAS: manga, cajá, obi, orogbo, coco. 
FOLHAS:  
Papo de Peru (Jokomije) 
Mutamba (Aféré) 
Eucalipto 
Mariwo (Mariwo) 
Peregum (Piperegun) 
Umbaúba 
Espada de Ogún (Ewe idà òrisá) 
Rama de leite (Obó) 
Comboatá 
Iroko (Iroko) 
Erva Tostão (Ereje) 
Chapéu de couro 
Mal-me-quer-bravo (Banjòkò) 
Folha de bicho (Étípónlà) 
Capim limão 
Akoko (Akoko) 
Língua de vaca (Enúm Malú) 
Cordão de frade 
Canela de Macado (Teteregun) 
Capeba (Jàh) 
Folhas de manga espada 
Taioba (Eke Apo) 
Alfavaquinha (Orirín) 
Pé de pinto 
Parietária (Manón) 
Folha da Costa (Odundun) 
Vence demanda 
São Gonçalinho (Alékèsì) 
Cipó chumbo (Alopepá) 
Abre caminho 
Erva Prata 
Omúm (Bredo) 
Dandá da costa 
BEBIDAS: água de coco, aluá, meu (vinho de palma). 
ILEKÉ: miçangas com segui (azulão), argolão de ferro. 
METAL: Ferro. 
PARTES DO CORPO:  Mãos e couro cabeludo. 
SÍMBOLOS: espada, faca, maçã de ferro, facão. 
SACERDOTES:  Ològún. 
CARGOS: Asògún (Sacrifica), Olobe (Senhor da Faca) 
Otun Osi 
Obs.: O primeiro Asògún do terreiro tem que ser Omo Ògún. 

TOQUE: Bravun. 
SAUDAÇÃO:  Ogún Ye (Salve Ogún) 
Patakori Ogún (É importante na cabeça) 
 
Ogum como personagem histórico, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé. Era um 
temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia 
sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerre ou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou 
e devastou muitos outros Estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio 
filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Por razões que 
ignoramos, Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa (adé), feita com pequenas contas de vidro e 
ornada por franjas de missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foi 
autorizado a usar apenas um simples diadema, chamad o àkòró, e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, 
sob os nome de Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no Novo Mundo, tanto no Brasil como em Cuba, 
pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares.  
Ogum teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente do reino de Ifé 
quando Odùduà ficou temporariamente cego (informaçã o pessoal do Óòni(rei) de Ifé em 1949).  
Ogum decidiu, depois de numerosos anos ausente de I rê, voltar para visitar seu filho (informação 
pessoal do Oníìré em 1952). Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia da sua chegada, 
uma cerimônia em que os participantes não podiam fa lar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e 
sede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia 
saudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente 
durante muito tempo. Ogum, cuja paciência é pequena , enfureceu-se com o silêncio geral, por ele 
considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes  de sabre os potes e, logo depois, sem poder se 
conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-
lhe as suas comidas prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de 
vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvores 
onde não faltava a menção a Ògúnjajá, que vem da frase ògún je ajá (Ogum come cachorro), o que 
lhe valeu o nome de ògúnjá. Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarou 
que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra 
adentro com uma barulheira assustadora. Antes de de saparecer, entretanto, ele pronunciou algumas 
palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorro 
daquele que o evocou. Porém, elas não podem ser usa das em outras circunstâncias, pois, se não 
encontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que Ogum se lançará.  
Como Orixá, Ogum é o deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal: 
agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores. Desde o início do 
século, os mecânicos, os condutores de automóveis ou de trens, os reparadores de velocípedes e de 
máquinas de costura vieram juntar-se ao grupo de seus fiéis.  
Ogum é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ògún méjeje lóòde Iré, frase 
que faz alusão às sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número 7 é, pois, 
associado a Ogum e ele é representado, nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de 
ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de 
ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flexa e enxó, simbolos de suas atividades.  
 
ARQUÉTIPO  
O arquétipo de Ogum é o das pessoas violentas, briguentas e impulsivas, incapazes de perdoarem as 
ofensas de que foram vítimas. Das pessoas que perseguem energicamente seus objetivos e não se 
desencorajam facilmente. Daquelas que nos momentos  difíceis triunfam onde qualquer outro teria 
abandonado o combate e perdido toda a esperança. Da s que possuem humor mutável, passando de 
furiosos acessos de raiva ao mais tranquilo dos comportamentos. Finalmente, é o arquétipo das 
pessoas impetuosas e arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os outros por uma certa falta 
de discrição quando lhes prestam serviços, mas que, devido à sinceridade e franqueza de suas 
intenções, tornam-se difíceis de serem odiadas. 
 
 
 
ESSABAS DE OGUN:  
 
Palmeira de dendê – Mariwô 
 
Canela de macaco - Teterégun 
 
Taioba - Bala 
 
Peregun (piperegun) – piperégún nativo 
 
Mutamba - Aferê 
 

Rama-de-leite - Obô 
 
Erva-tostão, graminha - Eregê 
 
Aroeira 
 
Espada de São Jorge - Junçá 
 
Capeba - Já 
 
Cipó-chumbo – Ano-peipa 
 
Guiné-pipiu 
 
Osigbatá 
 
Folha da costa (saião) – Odún-dun 
 
Folha-de-Ioko – Iróko 
 
Malmequer bravo – Pepé 
 
Parietária – Monam 
 
Folha-de-bicho - Ibin 
 
Erva-de-passarinho – Afoman 
 
Bredo – Omun 
 
Alfavaquinha – Orim-rim 
 
Abre-caminho-de-Ogun 
 
Aroeira branca 
 
Cajarana 
 
Folhas de manga espada 
 
Pau-ferro 
 
Caiçara 
 
Cajá – Jamin 
 
Bredo sem espinhos - Teté 
 
 
ÒGÚN  
ABRE CAMINHO; AGRIÃO; ALFAVAQUINHA; ALUMÃ; ARNICA; 
BELDROEGA; BREDO SEM ESPINHO; CAJAZEIRA; CAMBOATÁ;  CANA DO 
BREJO; CANELA DE MACACO; CAPIM LIMÃO; CAPIXABA; CAR QUEJA; 
CHAPÉU DE COURO; CIPÓ CHUMBO; CORDÃO DE FRADE; DAND Á DA 
COSTA; ERVA DE PASSARINHO; CRISTA DE GALO; DRAGOEIR O; 
EUCALIPTO; ESPADA DE SÃO JORGE; GUARABU; GOIABEIRA;  
HELICÔNIA; ÒGÙN; JABOTICABEIRA; JAMBO; GRUMIXAMEIRA ; ERVA 
TOSTÃO; GUINÉ; JUCÁ; JATAI; JATOBÁ; LIMÃO BRAVO; LO SNA; LÍNGUA 
DE VACA; MUTAMBA; MALMEQUER; MANGUEIRA; PÉ DE PINTO ; PAU 
ROSA; PIRI-PIRI; POINCÉTIA; PORANGABA; TANCHAGEM; S ANGUE DE 
DRAGÃO; UMBAÚBA; VENCE DEMANDA; PEREGUN; MADEIRA DE  LEI; 
AROEIRA BRANCA; CANJARANA; MANGA ESPADA; AROEIRA; L EVANTE; 
PAU FERRO; SÃO GONÇALINHO; CAIÇARA  
 
  OGUM 
Locais de 
maior vibração 
dos orixás 
estradas de rodagem e ferro 
As cores e 
flores que são 
regidas pelos 
orixás: 
Branca e Vermelha (Cravos brancos e vermelhos) 
As bebidas que 
são regidas 
pelos orixás: 
Cerveja branca 
Frutos e Frutas 
Manga Espada 

Algumas das 
comidas mais 
comuns 
oferecidas aos 
Orixás: 
Inhame cozido na água, descascado e dividido ao meio, regado com mel 
(Estrada de Rodagem). – Inhame assado na brasa, des cascado dividido ao 
meio, regado com dendê (Estrada de Ferro). 
Mencionaremos 
aqui as ervas 
mais 
conhecidas no 
Rio de Janeiro:  Espada de São Jorge, Aroeira, São Gançalinho. 
Os Orixás 
normalmente 
trazem em 
seus filhos 
suas 
características 
físicas e de 
caráter. Assim 
podemos dizer 
que os filhos 
de: 
São pessoas magras, inquietas, musculosas, temperam entais, 
empreendedoras, batalhadores e conquistadoras, 
Os Orixás têm 
suas 
preferências 
também 
quanto aos 
metais.  A prata. 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda  23 de abril. 
 
 
 
QUALIDADES DE OGUN  
  
1. Onire  
2. Alagbede  
3. Já  
4. Omini  
5. Wari  
6. Eroto ndo  
7. Akoro Onigbe
 
 
LENDA DE OGUN 
 
Ogun vivia em sua aldeia, quando foi requisitado para uma guerra, que não tinha data para 
acabar. Antes de partir, ele exigiu que seus habitantes dedicassem um dia em sua homenagem, 
fazendo o sacrifício de jejuar e fazer silêncio absoluto, além de outras oferendas. 
Partiu, em sua longa jornada, para os campos de batalha, onde permaneceu sete anos. No 
regresso à sua aldeia, caminhou durante muitos dias, sentindo muito cansaço. A fome e a sede 
também o atormentavam. Na primeira casa que encontr ou pediu água e comida, mas ninguém o 
atendeu, permanecendo calados e de olhos fixos no chão. 

Resolveu, então, fazer outra tentativa na próxima casa, mas a cena foi a mesma, o que despertou sua 
ira. Ele esbravejou com os moradores, exigindo que falassem com ele, mas ninguém o fez. 
Não se conformava com tamanha falta de respeito, de pois de ter lutado tanto! 
Ogun esperava uma recepção calorosa em sua própria  aldeia, mas, ao contrário, só encontrou 
silêncio. 
À medida que avançava pelo interior da cidade, a mesma coisa se repetia, casa após casa. Ogun 
nem imaginava o que estava acontecendo. Perguntava  e não recebia resposta. 
Sua ira já estava incontrolável, quando chegou ao centro do povoado, onde haviam muitas 
pessoas. Estranhou o fato de ninguém estar conversando. Perguntou a eles onde estavam suas 
famílias, mas não obteve resposta. Era uma afronta! 
Foi assim que, evocando todos os seus poderes, Ogun dizimou sua própria aldeia. 
Caçadores que passavam pela cidade, entre eles seu filho, o reconheceram e tentaram 
aproximar-se. Vendo que sua cólera era imensa, resolveram evocar Exú para acalmá-lo. 
A ira desse orixá finalmente foi aplacada. Seu filho, indignado ao ver tanta destruição, indagou o 
motivo que levou seu pai a cometer tal atrocidade. Ogun respondeu que aquelas pessoas lhe faltaram 
com respeito quando não o reconheceram. Precisavam  de um castigo. 
Foi, então, que seu filho fez-lhe lembrar da exigência que fizera antes de partir para a guerra. 
Ogun, tomado pelo remorso, devido à sua crueldade com pessoas que só estavam obedecendo 
ordens, abriu o chão com sua espada enterrando-se de pé. 
 
 
OSSANHE ou OSSANHA:  
 
 
  É a manifestação da conservação e da preservação. 
 
  É o Orixá responsável pelas folhas, sendo cultuado  nos candomblés com grande respeito, devido 
à participação fundamental das ewés (folhas) em todos os axés, tais como: sacudimentos, banhos, 
inxés, etc... A força do culto está baseado na infusão das folhas. 
 
 
PERSONALIDADE: Livres, passionais, desconfiados, ge nerosos, ciumentos, observam tudo ao seu 
redor, tem tendência ao isolamento e são caprichosos no que realizam. 
 
PAÓ: 3 batidas de palma, bem espaçadas, levantando- se de cada vez as mãos fechadas para diante e 
para cima, lentamente. Em seguida, 7 batidas lentas para frente e as 3 vezes de reverência, ainda 
mais lentas, seguindo o adobale. 
 
SAUDAÇÃO: “ewé, ewé ossanhe!”. 
 
DIA: Quinta-feira 
 
COR: Todos os matizes de verde, e o branco. 
 
METAL: Estanho 
 
ANIMAIS: bode, galo e pombos. 
 
SÍMBOLO: Haste de ferro, tendo na extremidade super ior um pássaro em ferro forjado. Esta mesma 
haste é cercada por seis outras dirigidas para o alto em forma de leque. 
 
Ossain, é a energia mágico/curativa das folhas e por isso divinizada na forma do senhor das folhas e 
dos remédios. Seu interesse pela ciência tornou-o um solitário desde que desceu do orum (o céu 
ioruba). Embrenhou-se pelas florestas e vive para descobrir e se apoderar dos segredos mágicos das 
folhas, o elemento mais importante, sem dúvida, no candomblé. Alguns mitos dizem que Ossain 
aprendeu os segredos das folhas com Aroni, uma espé cie de gnomo africano, que tem uma perna só, e 
com os pássaros, alguns deles a forma tomada pelas temíveis feiticeiras africanas (ajé) Iyami 
Oshorongá, cujo nome não deve ser pronunciado para  não atraí-las. 
Sentindo-se sozinho, enfeitiçou Oxóssi, a quem sempre encontrava nas matas, e o levou para os 
fundos destas onde lhe ensinou muitos segredos e pretendia mantê-lo, (alguns mitos dizem que como 
amigo, outros dizem que como amante) o que Iemanjá  e Ogum não permitiram, voltando Ossain à sua 
solidão. 

Segundo o mito, Xangô, o deus trovão, desejando obter os fundamentais poderes de Ossain, pediu à 
sua mulher, Iansã, a deusa dos ventos e das tempestades, que ventasse muito no lugar onde morava 
Ossain, para que as folhas sagradas que guardava em sua cabaça de segredos fossem espalhadas e ele 
pudesse apanhá-las. 
Por seu amor a Xangô, Iansã assim fez. No entanto, quando vento espalhou as folhas todos os orixás 
correram para apanhá-las, sabendo de seus poderes. 
Ossain, ao ver o que acontecia pronunciou palavras mágicas que solicitavam que as folhas voltassem 
às matas, sua casa e seu domínio. Todas as folhas voltaram, mas cada orixá ficou conhecendo o poder 
daquelas que conseguiu apanhar. Só que elas não tinham o mesmo axé (poder, energia) que quando 
estavam sob o domínio de Ossain. Para evitar novos episódios de roubo e inveja, Ossain permitiu, 
então, que cada orixá se tornasse dono de algumas folhas cujo poder mágico, de conhecimento e cura 
ele liberaria quando lhe pedissem ao retirá-las de suas plantas. Em troca exigiu que jamais cortassem 
ou permitissem o corte de uma planta curativa ou mágica. 
Toda a medicina ioruba se baseia, portanto, nos poderes de Ossain sobre as folhas-remédio e Obaluaiê 
o deus que rege as doenças graves. Ambos os orixás sao muito temidos e respeitados, porque também 
entre os iorubas, o mesmo princípio que cura, mata. Remédio e veneno sao questão de grau. 
Cor: verde escuro (cor do "sangue" das folhas) 
Dia da semana: quinta-feira 
Elemento: ar 
Símbolo: um ramo de folhas com um pássaro pousado,  indicando seus poderes de cura e de magia.  
Comida: milho 
Saudação: Ewê! Aça! 
 
OSSAIN ("luz divina")  
O deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder 
curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas, ou seja, a força vital, imprescindível à 
realização de qualquer ritual nos Cultos Africanos. 
Ossain é a mágica das folhas, tornando mágicas também a sua convivência com os seres humanos. É o 
pai da fitoterapia; tem influência na homeopatia, aquele que gera a capacidade de cura pela ingestão 
ou aplicação de plantas medicinais; nos consultórios, nas cirurgias, na farmácia, nas pesquisas 
químicas e científicas. Ele é o alquimista, o mágico, o senhor das poções mágicas e curativas, o bruxo, 
o médico dos orixás. Conhecedor profundo do segredo  de todas as ervas. 
Toda vez que queimamos uma floresta, desmatamos, co rtamos árvores, ou simplesmente arrancamos 
folhas desnecessariamente, estamos violando a natureza, ofendendo seriamente essa força natural que 
denominamos Ossain. 
Assim, todo orixá que precisava de uma erva ou planta  devia em primeiro lugar pedir a 
Ossain, que cobrava por estes trabalhos, aceitando como  pagamento mel, fumo, etc.… Até 
que um dia Xangô passou a achar que todos os orixás dev eriam ter o conhecimento das 
ervas, e pediu a Oia-Iansã que convencesse Ossain a di vidir com os demais os segredos e os 
mistérios das plantas. Oia-Iansã sacudiu sua saia provo cando grande ventania, espalhando 
as folhas para todos os orixás, para que cada um exer cesse poder sobre uma delas. Em meio 
a ventania, Ossain repetia sem parar: Eu, eu assa!,  que significa "Oh, folhas!". Embora cada 
orixá tenha se apossado de um tipo de folha, com esta  reza Ossain evitou que seu poder 
fosse distribuído com eles, pois só ele conhecia o ax é de cada uma delas conservando só 
para ele o poder sobre elas. 
 
OSSANYIN  
Nascido em Irawo, filho de Oxalá e Yemanjá, irmão de Ogún, Oxóssi e Xangô. Ossanyin é muito ligado 
a Ogún e Oxossi, o mesmo não acontecendo com Xangô,  como aparece em várias versões que eles se 
opõem. 
Ossanyin é o patrono das folhas e da vegetação. Cada folha tem uma finalidade própria dentro do Culto 
aos Orixás e quando associadas tem poderes mágicos  e medicinais: “KO SI ÈWÉ, KO SI ORÌSÁ” (Sem 
folhas não há Orixá). 
Sem Exú e Ossanyin não Candomblé. 
Num terreiro só pode haver um Omo Ossanyin (iniciad o), embora possa, sem problemas, ter vários 
abians, cujo Orixá principal seja Ossanyin. 
Ossanyin é acompanhado pelo seu principal Exu Sasan eji e o encantado Aroni, cujas características, 
tanto desse como daquele passamos a descrever: 
— Exu Sasaneji: Tem uma perna só e um olho é cobert o com uma folha, no seu assentamento usa-se: 

ervas, frutas (colhidas no caminho) e raízes maceradas, vinho moscatel, azeite doce, mel. 
— Aroni: É um anão (duende), usa um gorro vermelho,  enfeitado com búzios, um cachimbo de barro e 
pula numa perna só. A base de seu assentamento é al godão. Suas bebidas preferidas são: aluá, água 
de coco com pitada de sal. Come galos brancos, mel, fumo de rolo (desfiado), etc. Para chamarmos 
Aroni usamos fumo de rolo em cima de brasa e um ovo  quebrado. 
Aroni é quem intui o Babalorixá a combinação das folhas. 
As folhas apanhadas no redemoinho são para Aroni. 
No Ilé Axé Opo Afon já Ossanyin é macho, já no Gantois é cultuado com fêmea e come cabra. 
Para colhermos folhas, na mata, despachamos o Exu d e Ossanyin e o da mata. 
As folhas são colhidas com a mão direita e colocadas numa cabaça com acaçá dissolvido na água qual 
as perguntas são feitas a duas cabacinhas e suas vozes poderão ser ouvidas. 
As cabaças também acondicionam além de folhas, mel,  fumo de rolo e cachaça, que é um elemento 
portador de muito Axé. 
A voz de Ossanyin é estranha, pois imita o grito de um pássaro — ATIORO. 
A colheita das flores, devem ser feitas com extremo cuidado, sempre em lugar selvagem, onde as 
plantas crescem livremente, deve-se estar em estado de pureza para esta colheita, abstendo-se de 
relações sexuais pelo menos três dias precedentes, indo a floresta durante a madrugada sem dirigir a 
palavra a ninguém. Tendo que deixar no chão uma ofe renda a Ossanyin logo que se chegue ao local. 
Ossanyin usa uma cabaça chamada Igbá-Ossanyin. Fuma  e bebe mel e pinga. Ele é feiticeiro, por isto é 
representado por um pássaro chamado Eleyê, que resi de na sua cabaça. 
Ossanyin existe em todas as folhas, por isso quando queimam as matas ele fica revoltado com ser 
humano, que destrói a força da natureza, que é a cura de todas as doenças que existem e que vão 
existir. 
QUALIDADES  
IBENEJI: É o mais velho, usa mel e favos, etc. 
IKINISE: Usa cachimbo e facão niquelado ou de prata, na saída no barracão.Outras Qualidades: 
OYNGBO, ONIGBOGBO, ÈWE DUNDUN, ÈWE RINRIN, ÈWE ÀGBÉ  
COR: Verde/amarelo ou verde/branco para Ibeneji 
COMIDA: 
– Eko, espiralado, na folha da couve, banana, taioba ou mamona vermelha. 
– Amiyan – mingau de farinha de acaçá com canela ra lada e 3 pitadas de sal. 
– Obi branco. 
– Orogbo. 
– Milho vermelho cozido com sal. 
– Feijão fradinho e preto torrado. 
– Mel puro. 
– Amendoim torrado sem casca. 
– Farofa de dendê com sal. 
DIA DA SEMANA:  Quinta-feira. 
DATA: 5 de outubro. 
FRUTAS: Não cítricas. 
FOLHAS: 
Língua de galinha 
Folha de dendezeiro 
Mutamba 
Cipó chumbo 
Canela de macaco 
Espada de Ogún 
Folha de palmeira 
Peregun 
Rama de leite 
Erva tostão 
Papinho de peru 
Vassourinha de relógio 
Parietária 
Erva de passarinho 
Cajá 
Beldroega 

Taioba 
Alfavaquinha 
Cana do Brejo 
Bredo sem espinho 
Mal-me-quer-bravo 
Folha da costa 
BEBIDAS: Aluá, água de coco, gengibre, rapadura ralada e água de coco, cachaça de alambique, vinho 
tinto ou branco, melaço de cana. 
ILEKÉ: Verde rajado de amarelo. 
METAL: ferro, estanho, bronze. 
PARTE DO CORPO:  O peito dos pés, parte da perna entre o tornozelo e o joelho. 
SÍMBOLO: Haste com folhas e um pássaro àtiórò. 
SACERDOTE:  Olosaiyn. 
CARGOS: Sarapebe – homem que comunica o ocorrido de um egb e, relações públicas. 
Bàbálòrisá/Ìyálòrisá. 
Babalosaiyn. 
TOQUE: Ijexá. 
SAUDAÇÃO:  Èwe Èwe Asá 
Ossaniyn ou Ossain (como se escreve habitualmente)  é o deus das ervas. Comanda as folhas, as 
medicinais, as litúrgicas, é o mestre do mato. Sem ele nenhuma cerimônia é possível. Usa pilão, veste 
verde, sua ferramenta tem sete pontas, uma das quais no centro com um pássaro no alto. Bode e galo 
são suas comidas prediletas; sua saudação: Ewê ô! muitas vêzes é representado com uma única perna. 
Trata-se de um dos Orixás mais importantes.  
 
OSSAIN, O SENHOR DAS FOLHAS  
Ossain recebera de Olodumaré o segredo das folhas.  
Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor.  
Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidente.  
Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma pla nta.  
Eles dependiam de Ossain para manter sua saúde ou p ara o sucesso de suas iniciativas.  
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por esta desvantagem, usou 
de um ardil para tentar usurpar a Ossain a propriedade das folhas.  
Falou dos planos à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos.  
Explicou-lhe que, em certos dias, Ossain pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas 
folhas mais poderosas.  
"Desencadeie uma tempestade bem forte num desses di as", disse-lhe Xangô.  
Iansã aceitou a missão com muito gosto.  
O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo 
por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada.  
A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.  
Os orixás se apoderaram de todas.  
Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Ossain  permaneceu senhor do segredo de suas 
virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação.  
E, assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto.  
Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.  
 
ARQUÉTIPO  
O arquétipo de Ossain é das pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e 
emoções. Daquelas que não deixam suas simpatias e a ntipatias intervirem nas suas decisões ou 
influenciarem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. É o arquétipo dos indivíduos cuja 
extraordinária reserva de energia criadora e resistência passiva ajuda-os a atingir os objetivos que 
fixaram. Daqueles que não têm uma concepção estrita  e um sentido convencional de moral e da 
justiça. Enfim, daquelas pessoas cujos julgamentos sobre os homens e as coisas são menos fundados 
sobre as noções de bem e de mal do que sobre as de eficiência.  
 
 
 
ESSABAS DE OSSANHE:  
 

 
  Todas as folhas, porém deve-se usa-las com cuidado  pois cada uma tem uma finalidade 
específica. 
 
São gonçalinho 
 
Gorobinha 
 
Lingua-de-galinha – Ganucô 
 
Papinho-de-peru – Tolu-tolu 
 
Folha de neve branca, cana-do-brejo – Timim 
 
Vassourinha – Simim-simim 
Ò SÁNYÌN  
QUEBRA-PEDRA; PATIÓBA; NARCISO; MAMONA; GUABIRA; FU MO; ESPINHO 
CHEIROSO; ERVA VINTÉM; DENDEZEIRO; CELIDÔNIA; CARRA PATEIRA; 
BUCHEIRA; BAUNILHA-DE-NICURI; ARIDAN; AMENDOEIRA; A LECRIM DO 
CAMPO; AKÓKÓ; ALFAVAQUINHA; MENDOIM; AROEIRA; BELDR OEGA; CANELA 
DE MACACO; CIPÓ CHUMBO; ERVA DE PASSARINHO; ERVA TO STÃO. FIXO; 
JILÓ; LÁGRIMA DE NOSSA SENHORA; LÍNGUA DE GALINHA;  MALMEQUER; 
MAMONA VERMELHA; PITANGUEIRA; ALFAVAQUINHA; PEREGUN ; JEQUIRITI; 
JURUBEBA; OBI; OGBO.  
 
 
LENDA DE OSSANHE:  
 
  Ossanhe sempre viveu na floresta de onde aprendeu  o segredo da força das folhas. Sendo 
conhecedor de tais poderes os Orixás sempre o procuravam. 
 
  Xangô achava que o conhecimento de Ossanhe sobre a s folhas deveria ser universal e não algo 
secreto, pois colocava Ossanhe como a grande sábia das florestas. 
 
  Xangô pediu a Oyá que convencesse Ossanhe a lhe re velar tais mistérios. Ossanhe não se 
deixou convencer. 
 
  Oyá insultada, provocou uma ventania espalhando as  folhas por diversos reinos. 
 
 
LENDA DE OSSAIN 
 
Ossain era o único orixá que sabia reconhecer e despertar os poderes mágicos das plantas e 
usá-los para curar as enfermidades, ou nos rituais litúrgicos. Ele sabia, como ninguém, fazer misturas 
mágicas com os vegetais, raízes e folhas. 
Os outros orixás também tinham o desejo de possuir suas próprias folhas, bem como o 
conhecimento necessário para receber o axé proveniente delas, mas Ossain não revelava seus 
segredos e não deixava ninguém apanhar folhas em su as florestas. 
Oyá (Yassan) não aceitava essa situação, pois sua aldeia estava sendo assolada por doenças, e 
nada podia ser feito. Foi, então, que ela pediu a Ossain que lhe desse algumas folhas e seus 
respectivos encantamentos, mas este negou-se a fazê-lo. Oyá ficou muito contrariada, não se 
conformando com uma atitude tão insensível. Sua fúria incontrolável fez levantar o vento. E o vento foi 
tão forte, que as folhas se desprenderam das árvores, voando para todos os cantos da floresta. Ossain 
gritava: "Minhas folhas, minhas folhas". A cabaça com os segredos ficou exposta por algum tempo, 
possibilitando aos orixás a oportunidade de absorver uma pequena parte desse conhecimento. Assim, 
os orixás cataram suas folhas, que seriam utilizadas em seus rituais sagrados; porém, não podiam 
dispensar a ajuda de Ossain, pois ele sempre será o grande sábio da floresta. 
Outra lenda nos conta que Ossain trabalhava na roça de Orunmilá, que é um orixá fun-fun (da 
cor branca) e detentor do conhecimento do oráculo divinatório. Ossain tinha a tarefa de cultivar os 
campos, mas recusava-se a limpar o terreno para fazer a semeadura. Ele não conseguia podar as 
plantas, pois achava utilidade em todas elas. Essas folhas podiam curar todo tipo de doença existente. 
Orunmilá, vendo que o serviço não saía, foi ver o que estava acontecendo. 
Ossain explicou seus motivos, fazendo com que o grande orixá fun-fun percebesse estar diante 
de um ser encantado e de grande conhecimento. Ao in vés de castigá-lo, deu-lhe uma posição de 
destaque dentro do oráculo de Ifá. Dessa forma, Orunmilá teria, perto de si, alguém para lhe revelar os 
segredos das folhas. 

 
 
 
IBEJI: 
 
IBEJI 
Os Ibejis representam a solidariedade, a gemelaridade (qualidade das coisas gêmeas, compostas de 
dois inseparáveis, e assim do próprio processo de conhecimento humano, composto de pares 
inseparáveis de oposições). Representam ainda os irmãos, a infância, o inicio da vida, momento em 
que a dependência da solidariedade é maior. 
Um dos mitos diz que os orixás crianças, os gêmeos Ibejis, eram companheiros de brincadeira de 
Logun-Edé e de Ewá, sendo filhos de Iemanjá. Um dia, enquanto brincavam numa cachoeira, um deles 
acabou se afogando.  
O Ibeji que ficou, começou então a se tornar a cada dia menos forte, mais melancólico e sem interesse 
pela vida.  
Foi então a Orunmilá e suplicou que este lhe trouxesse seu irmão de volta.  
Não podendo fazer tal coisa, Orunmilá transformou a ambos em imagens de madeira, e os deu de 
presente a Oxum, para q deles cuidasse e para que pudessem ficar juntos para sempre.  
Cor: Rosa e Azul 
Numero 2 
Comida: caruru  
Dia da Semana: Sábado 
Saudação: Ere wa! 
 
 
IBEJI (ib: "nascer"; eji: "dois")      
Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e Congo. É o orixá Erê, ou seja, o orixá criança. É a 
divindade da brincadeira, da alegria; sua regência está ligada à infância. 
Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for bem cuidado 
pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos 
membros de uma Casa de Santo. É o orixá que rege a  alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. 
Sua determinação é tomar conta do bebê até a adolescência, independente do orixá que a criança 
carrega. 
Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe; uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria, 
sua felicidade, seu engatinhar, falar, seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos 
pássaros, nas evoluções durante o vôo das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos 
dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de uma felicidade, de uma 
travessura e você estará vivendo ou revivendo uma lenda desse orixá. Pois tudo aquilo de bom que nos 
aconteceu em nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, ele já viveu todas 
as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos. 
A lenda, a história de Ibeji, acontece a cada momento feliz de uma criança. Ao menos para manter vivo 
este importante orixá, procure dar felicidade a uma criança. Faça você mesmo o encantamento de 
Ibeji. É fácil: faça gerar dentro de si a felicidade de estar vivendo. Transmita esta felicidade, contagie o 
seu próximo com ela. Encante Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji, 
feliz!  
 
 
YBEJI  
Em verdade os ybejis nada tem á ver com crianças, porque eles são a metamorfose do próprio orixá 
cuja transformação e mutação se faz necessária a fim de reciclá-lo em adaptação a nossa vida terrena, 
em face de uma melhor identificação e comunicação entre eles orixás e nós humanos. 
 
Em verdade a dupla,representada pelos eres não são dois e sim três, porque quando se arruma ybeji, 
tudo que se faz para os dois, tem que ser fazer para o terceiro, este terceiro é que vai para rua segurar 
todas as demandas e feitiços que nem Exú desmancha  (as vezes) porém os eres o fazem com a 
capacidade de maior acerto e resultados defensivos. 
 
Os seus assentos são representados com duas ou dois  bonequinhos com enfeites, brinquedinhos, 
quartinhas pequeninas, idés, pedrinhas brilhosas, ouro, prata, cristal, bolas de gude etc. 
 
Sua criação: Galos ou galinhas garnizé, podendo dar somente galinhas ou frangos branco. 
 

 
NÃO SE FAZ YBEJI 
O que acontece é que existe cabeça deles, porém se faz Osún ou Oxalá preparando tudo para Ybeji, 
mas se trazendo esses orixás para comandar a cabeça .  
ARQUÈTIPO  
São pessoas alegres e extrovertidas, e não têm muita  responsabilidade com os 
compromissos. Para eles á vida é um eterno brinquedo e  eles não se ligam para o que os 
outros pensam, eles fazem o que querem, a hora que des ejam e fim. 
 
São criaturas dóceis e amigas e quase sempre não tem  maldade em nada que fazem, vivem 
um mundo diferente dos demais, porque a ilusão e fantasi a fazem parte constante do seu dia 
dia. 
 
É tão bom ser assim não é? 
 
 
  IBEIJADA 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda 
27 de 
setembro 
 
 
 
OXOSSI: 
 
 
  Deus dos caçadores, irmão de Ogun, representando a  fartura. Tornou-se um Orixá popular, por 
aventurar-se pelas matas para descobrir novos caminhos para acampamentos, o que deu origem a 
várias cidades. Apresenta esse Orixá também um lado  alquímico, pois conta a lenda que Oxossi por 
viver grande parte do tempo na mata, aprendeu com O ssanhe, divindade das folhas, a utilidade e a 
aplicação de cada essaba. 
 
 
PERSONALIDADE: Audacioso, exibicionista, cheios de iniciativa, espertas, rápidas, estão sempre 
alertas, hospitaleiros, generosos, temperamentais, orgulhosos, irrequietos, possuem senso coletivo, 
senso de responsabilidade e mudam de opinião facilmente. 
 
  Cabe acrescentar ainda, que Oxossi está associado  ao frio, à noite e a Lua. Relaciona-se com os 
animais cujo grito imita a perfeição. Assim é Oxossi, valente e ágil. 
 
SÍMBOLOS: OFÁ: arco e flecha, capanga e aves. 
 
PAÓ: 3 batidas de palmas, bem espaçadas e levantand o-se a cada vez, as mãos fechadas adiante e 
para cima, lentamente. Em seguida, 7 lentas na frente e as três de reverência, ainda mais lentas, em 
seguida do adobale. 
 
SAUDAÇÂO: “Okê Oxossi! Okê aro ode! Ode kokê maior! ”. 
 
FILIAÇÂO: Aparáoká 
 
DIA: Quinta-feira 
 
METAL: Estanho 
 
Oxóssi, é filho de Iemanjá com Orunmilá. É divinização da floresta, reinando sobre o verde sobre os 
animais selvagens, dos quais é considerado o dono e dos quais tem todas as virtudes. Oxossi é sagaz 
como o leopardo, forte como o leão, leve como um pássaro, silencioso como um tigre, observador 
como a coruja, sabe se esconder como um tatu, é vaidoso como o pavão, corre como os coelhos, sobe 

em árvores como macaco, conhece os animais profunda mente e com eles partilha o conhecimento da 
natureza. 
Dizem os mitos que aprendeu a caçar com seu irmão O gum, quando este lhe deu as pontas de flechas 
e, mais tarde, a espingarda. A essência de Oxossi é "atingir um objetivo". Fixar um alvo e atingi-lo. 
Alimentar a família. Oxossi sempre foi o responsável por alimentar a família. É considerado o orixá que 
dá de comer às pessoas, pois sob seus domínios estão os animais e os vegetais. Assim, invoca-se a 
energia de Oxóssi quando se quer encontrar algo ou atingir algum objetivo e para prover sustento 
(moral ou físico) durante as jornadas. 
No limite, é Oxossi o patrono da natureza, enquanto Ogum é a cultura. Como sempre foi muito 
observador aprendeu também os mistérios e poderes d as plantas com Ossain, orixá dono dos poderes 
de cura das folhas, que certa vez o enfeitiçou, levando-o para o fundo da floresta a fim de ter 
companhia. Iemanjá, sua ciumenta mãe, enfurecendo-s e, mandou que Ogum fosse buscar seu irmão 
na floresta e o arrancasse dos feitiços de Ossain. 
Invoca-se Oxossi, portanto, quando se quer encontrar remédios para certos males, embora seja 
necessário pedir a Ossain que o remédio faça efeito. Ogum assim o fez, mas como Oxóssi relutasse em 
voltar ao lar, e ao voltar desfeiteasse sua mãe, esta o proibiu de viver dentro da casa, deixando-o ao 
relento. Como havia prometido ao irmão ser sempre seu companheiro, Ogum foi viver também do lado 
de fora de casa. 
Oxóssi tornou-se o melhor dos caçadores e diz o mito que foi ele quem livrou Araketu, sua cidade, de 
um grande feitiço das perigosíssimas ajés (feiticeiras africanas) Iyami Oshorongá, que se transformam 
em pássaros e atacam as pessoas e cidades com doenç as e miséria.  
Tendo uma destas feiticeiras pousado sobre o palácio do rei de Ketu, e os demais caçadores do reino 
perdido todas as suas flechas tentando matá-la, Oxóssi, com apenas uma, deu cabo do perigoso 
pássaro, tendo sido conclamado o rei de Ketu. Pede-se a Oxóssi, portanto, que destrua feitiços ou 
energias maléficas. 
Um dia, enquanto caçava elefantes para retirar-lhes as presas, Oxóssi encontrou e apaixonou-se por 
Oxum, a deusa das águas doces e do ouro que repousa  em seus leitos e com ela teve um filho, Logun-
Edé. Filho da floresta com as águas dos rios, Logun-Edé é considerado o orixá da fartura e da riqueza 
que ambos os domínios apresentam e dos quais compar tilha. Mais adiante eu falo sobre Logun-Edé. 
Dia da Semana: terça-feira 
Símbolo: ofá (arco e flecha) 
Cor: azul e verde (azul pela relação com o ar - no lançamento das flechas - e verde pelas matas) 
Elemento: ar e terra 
Número: 3 
Comida: milho e coco. 
Saudação: Okê Arô, Oxossi! 
 
OXÓSSI (oxo: "caçador; ossi: "noturno")    
Oxóssi, deus dos caçadores teria sido o irmão caçula ou o filho de Ogum , é o orixá da caça, chamado 
muitas vezes de Odé Wawá, ou seja, "Caçador dos Céu s". É a divindade da fartura, da abundância, da 
prosperidade, Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da míngua, da falta de provisão. A 
seguir citaremos outras importâncias, isto é, atribuições de Oxóssi: 
Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua 
caça. É um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas. 
Como todos os orixás, Oxóssi também está no dia-a-d ia dos seres vivos, convivendo intimamente com 
todos nós. Dentro do Culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de 
Santo, aquele que caça as boas influências e as energias positivas. 
No dia-a-dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim em todas as refeições, pois é 
ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para 
todos. 
O culto a esse orixá é bastante difundido no Brasil, mas pouco lembrado na Nigéria, o que se deve ao 
fato de Oxóssi ter sido cultuado basicamente em Keto (terra dos panos vermelhos), onde foi 
consagrado como rei. No século XIX, devido ao tráfico negreiro, a cidade foi praticamente destruída 
pelos ataques das tropas do rei Daomé. Os filhos consagrados a Oxóssi foram vendidos como escravos 
no Brasil, Antilhas e Cuba. É o orixá que cultua o próprio individualismo, tendo determinação para 
qualquer combate. Outros deuses da caça: Oriluerê, Erinlé, Ibualama, Logun Edé. 
 
Oxóssi – Odé, está ligado à terra virgem. Possui muita importância em Kétu, torna-se Alákétu (rei do 
Kétu). É àxèxè (princípio dos princípios) dos descendentes de Kétu. 
Os Oge (chifres de touro) fazem a comunicação entre o Aiyé e Orún, chamados de: Olugboohun – o 
senhor escuta a minha voz. 

Oxóssi é um caçador nato, irmão mais novo de Ogum e  protetor dos caçadores e policiais de toda 
ordem. Seus filhos são lutadores, obstinados e não desistem de seus objetivos por nada. De fortes 
ligações místicas são capazes até de adquirir poderes sobrenaturais. Acima de tudo, possuem uma 
alegria contagiante e uma agitação inevitável. Empunha um arco e flecha de ferro e sua coe é o azul 
celeste claro. 
Mitologicamente Oxossi é filho de Oxalá e Yemanjá , embora esta versão coexista com outra menos 
conhecida, que diz que o Deus da Caça é filho de Apáokà (Jaqueira). 
Oxossi, Caçador de elefantes, animal associado à realeza e aos antepassados. Vive na floresta, onde 
moram os espíritos e está relacionado com árvores também. 
Oxossi usa Irukèrè, uma espécie de chicote, feito com pelos do rabo do touro, cujo objetivo maior é 
dominar os espíritos da floresta, pois o rabo do animal  como fica voltado para traz, ou seja, para o 
passado e para os espíritos dos mortos. O Irukèrè também serve para espantar os mosquitos e 
sobretudo as abelhas — mensageiras de Oxossi, que d eixam o seu mel aos pés de Iroko ou do Apáoká 
— a verdadeira mãe de Oxossi, a que lhe deu o tesouro, que nada mais é do que o mel alimento real e 
o Àsé principal das divindades femininas. As abelhas representam os espíritos de antepassados 
femininos que povoavam a floresta. 
  Uma das qualidades de Oxossi se identifica com a p antera – é o terrível Ode. 
  Oxossi conhece a natureza, as plantas, as quais es tão associadas à qualidade de Ode Ose Ewe e 
está ligado ao frio, à noite e a lua. Inclusive vários oriki de Oxossi confirmam esta associação. 
  Oxossi é o único Orixá que entra na mata da morte,  joga sobre si um pó sagrado, avermelhado, 
chamado AROLÉ, que passou a ser um de seus dotes. E ste pó o torna imune à morte e aos EGUNS. 
ORÔ DE OXOSSI  
  
Omo – Ode – Lailai 
Omo – Ode – Kosajô 
Abaderoco Koisô 
Omo – Ode – Kosajô 
 
 QUALIDADES 
 
AKUERAN: Velho, come carne crua, culto realizado na madrugada. Tem fundamento com Oxumarè e 
Osónyín. Muitas de suas comidas são oferecidas cruas. Ele é o dono da fartura, ele mora nas 
profundezas das matas. Veste-se de azul claro e tiras vermelhas, suas contas são azul claro. Seus 
bichos são: papagaio e arara, tira-se as penas e solta-e o bicho.  
 DANADANA:   Ele o Orixá que entra na mata da morte Velho, irmão de Ogún, tem fundamento 
com Exu, Osónyín, Oxumarè, Oya e Obaluaê/Omulú. É e  sai sem temer EGUN e a própria morte. Veste 
azul claro. 
 OTIN: Conhecido como Babá Otin – Oxossi menino, capanga d e coelho, veste azul claro e o vermelho, 
contas azuis e chapéu de plumas brancas. Usa uma lança. Guerreiro é muito parecido com o irmão 
Ogún vive na companhia dele, caçando e lutando, é m uito manhoso e não tem caráter fácil, muito 
valente, estando sempre pronto a sacar sua arma quando provocado. Não leva desaforo e castiga seus 
filhos quando desobedecido. Tem que se dar comida a  Ogún. 
 
ODEMIRA: Acompanha Yemanjá, cultuado apenas no Axé Opo Afonj á. 
 OKOLO: Velho, é Ossaiyn que traz esta qualidade no barracão. 
 ORIEJE: Veste verde, é assentado na floresta. 
 OSONGBO: Vem ao barracão com uma flauta de osso, cultua egun gun. 
 ORUMINA: É do mato, aprecia animais selvagens. 
 GENDEPE: É do mato, violento. 
 ONIPABO: Violento, acompanha Ogún, veste-se de azul, verde e vermelho. 
 ODOOKE: Vive nos montes, Oxun do lado, come bode castrado. 
  
ÀROLÉ:   Deus da caça, veste-se de peles de animais, usa polvari, come carne  
crua, usa duas capangas, debaixo do assentamento te m umaestrela. É invocado no padê de Exu. É o 
verdadeiro rei de Ketu,as pessoas dele são muito antipáticas, jovem e romântico, gosta de namorar, 
vive mirando-se nas águas, apreciando  
sua beleza. Come com Ogún e Oxún, aprecia carne de  veado e é ágil na arte de caçar. 
  
ODE OSE EWE OU YBO:  É o senhor da floresta, ligado as folhas e as Osonyín, com quem vive nas 
matas. Veste azul claro e usa capacete quase tampando o seu rosto. 
  
IGBO: Velho, associado a Osonyín. Cultuado em Lobu. Mania de perfeição 

  
YBUALAMO:  É velho e caçador. Come nas águas mais profundas. C onta um mito que Ybualamo é o 
verdadeiro pai de Logunedé. Apaixonado por Oxún e v endo-a no fundo do rio, ele atirou-se nas águas 
mais profunda em busca de seu amor. Sua vestimenta  é azul celeste, como suas contas. Come com 
Omolú Azoani, usa um capacete feito de palha da costa e um saiote de palha. 
  
INLÉ OU ERINLÈ:   É o filho querido de Oxaguian e Yemanjá. Veste-se de branco em homenagem a 
seu pai. Usa chapéu com palmas brancas e azuis claro. É tão amado que Oxaguian usa em suas contas 
uma azul claro de seu filho. Come com seu pai e sua mãe (todos os bichos) e tem fundamento com 
Ogún Já.  
  
KOIFÉ: Não se faz no Brasil e na África, pois, muitos de seus fundamentos estão extintos. Seus eleitos 
ficam um ano recolhidos, tomando todos os dias o banho das folhas. Veste vermelho, leva na mão uma 
espada e uma lança. Come com Osónyín e vive muito e scondido dentro das matas, sozinho. Suas 
contas são azuis clara, usa capangas e braceletes. Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto. 
Assenta-se Koifé e faz-se Ybo, Ynlé ou Oxún Karé; trinta dias após, faz-se toda a matança.  
  
ODÉ KARE: É ligado as águas e a Oxún, porém os dois não se dão bem, pois, exercem as mesmas 
forças e funções. Come com Oxún e Oxalá. Usa azul e um Banté dourado. Gosta de pentear-se, de 
perfume e de acarajé. Bom caçador, mora sempre pert o das fontes. 
  
ODÉ WAW: Vem da origem dos Orixás caçadores. Veste-se de azu l e branco, usa arco e flecha e os 
chifres do touro selvagem. Come com Oxalá e Xangô,  pois, dizem que ele fez sua morada debaixo da 
gameleira. Está extinto, assenta-se ele e faz-se Ayrá ou Oxún Karé. 
  
ODÉ WALÈ: É velho e usa contas azuis escuro. É considerado como rei na África, pois, seu culto é 
ligado diretamente à pantera, é muito severo, austero, solteirão e não gosta das mulheres, pois, as 
acha chatas, falam demais, são vaidosas e fracas. Come com Exu e Ogún. 
  
LENDA 
    Conta-se que um grande caçador entrou na mata com  seu filho Longunedé, ensinando-
lhe a arte de caçar e manejar o arco e a flecha, após inúmeras caçadas, Logun sentou-se embaixo de 
uma árvore para descançar. Nessa árvore pousou um p ássaro e Oxóssi preparou sua arma e atirou. 
Acertou em cheio pássaro e, também, uma colméia de  abelhas. Elas foram cair justamente sobre a 
cabeça de Logunedé, que sem ter como se defender fo i picado. Oxossi vendo o desespero do filho, 
correu a acudi-lo, sendo mordido várias vezes. Conseguindo fugir, deitou seu filho em folhas frescas e, 
sem saber o que fazer, pôs-se a chorar. Eis que o Orixá Omolú vendo aquilo, parou e apiedou-se do 
estado de Logunedé, pois, a criança estava morrendo. Omulú tirou de sua capanga água de cana e 
gengibre, pilou e aplicou sobre os ferimentos, aliviando as dores. Após isto, fez o mesmo com Oxossi, 
curando-o completamente. 
  Oxossi então disse-lhe: Senhor dos aflitos, ponho  o meu reino a seus pés e toda a minha caça 
que daqui por diante eu consegui, comeremos juntos. Omulú agradeceu e seguiu seu caminho. Então 
Oxossi jurou que nunca mais comeria o mel, pois, o mel o faria lembrar todo o sofrimento seu e de seu 
filho. Por isso Oxossi não leva mel e Logunedé é levado com açúcar mascavo e gengibre. Toda pessoa 
de Logun tem que assentar Azoani. Tem que ter um pe daço de colméia para quando Logun chegar, 
depois enrola-se num murim e joga-se no rio. Também  é proibido aos filhos de Logun comerem 
palmito, fígado de boi e caças. 
  COR: azul claro, verde, branco (às vezes). 
 COMIDA:   ewa (feijão fradinho torrado) dentro de um oberó (panela de barro – alguidá), axoxó 
(milho vermelho com fatias de coco) e frutas variadas.  
 DIA DA SEMANA:  quinta-feira. 
 DATA: Corpus Christi (BA), 23 de abril (SP), 20 de janeiro (RJ). 
 FRUTAS: coco, goiaba, manga rosa, pitanga, jabuticaba, espiga de milho, graviola, mamão e limão. 
  
FOLHAS:  
Jaborandi  Bredo de santo Antonio  Capim cabeludo 
São gonçalinho  Erva curraleira  Lágrimas de N. Sra. 
Espinho cheiroso  Groselha (folhas)  Dandá da Costa 
Alecrim do campo  Pitanga  Arueira 
Maminha de vaca  Rabo de tatu  Carrapicho 
Abre caminho  Patchulim (folhas)  Caiçara 
Alfavaca  Língua de vaca  Nenúfar/Golfo 

Saião  Folha do fogo  Oripepe 
Ingá  Capeba  Peregun 
Acácia jurema  Jarrinha  Alecrim caboclo 
 BEBIDAS: água de coco, aluá, água de coco com açúcar mascav o, água com açúcar mascavo e 
melaço. 
 ILEKÉ: nas mesmas cores. 
 METAL: bronze, metal amarelo, estanho (às vezes). 
 PARTE DO CORPO:  antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão. 
 SÍMBOLOS: Ofá, Ode Mata, Irukèrè, Oge (2), Apo (capanga). 
 SACERDOTE:  Odesi 
 CARGOS: qualquer, inclusive Ojé. 
  
SAUDAÇÃO:   Oke Aro!  
 
Oxossi, rei de Ketu, meu pai e pai de mestre Caribé, de Genaro de Carvalho e de Camafeu de Oxossi, é 
São Jorge matando o dragão. Deus da caça, das úmida s florestas, com o ofá(arco e flexa), abate os 
javalis, as feras, é o invencível caçador. Rei Oxossi, senhor do Ketu, rodeado de animais, usa capanga 
e chapéu de couro. Carne de porco, eis a sua comida preferida. Gosta também de bode e galo mas não 
tolera feijão branco. Come ainda ojojó, milho cozido com pedaços de côco. Dança com ofá e erukerê 
feito com rabo de boi. Sua palavra de saudação é Okê. Existem várias qualidades de Oxossi: Otin, Inlé 
e Ibualama. Orixá poderoso, encantado do maior respeito, suas festas são de grande beleza e 
opulência. Uma delas, a das Quartinhas de Oxossi, no candomblé do Gantois, onde reina a veneranda 
Mãe Menininha, é inesquecível espetáculo.  
Ibualama ou Inlé é uma qualidade de Oxossi, marido de Oxum. Como os demais Oxossis é caçador, rei 
de Ketu, usa ofá(arco e flexa) e chapéu de couro. Come tudo que é caça e seu dia é quinta-feira.  
Um Oxossi azul, Otin! Usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come tôda espécie de caça mas 
gosta muito de búfalo.  
 
ARQUÉTIPO 
O arquétipo de Oxóssi é o das pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento. São pessoas 
cheias de inicitiva e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso da 
responsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, 
mas gostam muito de mudar de residência e achar nov os meios de existência em detrimento, algumas 
vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.  
 
 
 
ESSABAS DE OXOSSI:  
 
Folha de Irôko 
Canela de macaco 
Taioba 
Rama-de-leite 
Erva-tostão 
Cipó-chumbo 
Aroeira branca 
Peregun 
Erva pombinho (quebra-pedra) 
Pega-pinto 
Alecrim do campo 
Bredo sem espinho – Teté 
Alfavaquinha – Orim-rim 
Folha da costa – Odún-dun 
Jarrinha – Jacomijé 
Dandá do brejo – Irekê-omin 
Espada de Ogun – Junçá 
Folha de loko – Iróko 
Folha de dendezeiro – Mariwô 
Capim cabeludo – Irum-perlêmin 
Akoko 
Cana-fita – Fitiba 
Parietária – Monan 
 
QUALIDADES DE ODÉ: 
  
1. Orè ou Orèlúéré  
2. Inlé ou Erinlè, ou ainda 
Age  
3. Ibùalámo  
4. Fayemi  
5. Ondun  
6. Asunara  
7. Apala  
8. Agbandada  
9. Owala  
10. Kusi  
11. Ibuanun  
12. Olumeye  
13. Akanbi  
14. Alapade  
15. Mutalambo
 

ODE  
ALFAVACA; ABRE CAMINHO; ACÁCIA; FUREMA; ALFAVAQUINH A; 
ALFAZEMA DE CABOCLO; ALECRIM DO CAMPO; ALECRIM; ARA SSA DE 
COROA; ARASSA DO CAMPO; BREDO SEM ESPINHO; CARQUEJA ; CANA 
FITA; CAIÇARA; CABELO DE MILHO; CAPEBA; CIPÓ CABOCL O; CAPIM 
LIMÃO; CIPÓ CRAVO; CARRAPICHO; ERVA CURRALEIRA; COQ UEIRO DE 
IRI; ERVA DE PASSARINHO; GOIABEIRA; GROSELHA; ARRUD A MIÚDA; 
GUACO; GUINÉ; HISSOPO; INGAZEIRO; MALVA DO CAMPO; J ACATIRÃO; 
LÍNGUA DE VACA; MALVARISCO; PITANGATUBA; PARIPAROBA ; 
NICURIZEIRO; PEREGUN; PITANGUEIRA; GUAXIMA ROSA; JA SMIM 
MANGA; JURUBEBA; MILHO; SAIÃO; SÃO GONÇALINHO; MURI CI; FOLHA 
DE BICHO; LÁGRIMA DE NOSSA SENHORA; ALECRIM DO CAMP O; 
ARAÇA.    
 
  OXOSSI 
Locais de 
maior vibração 
dos orixás 
mata fechada 
As cores e 
flores que são 
regidas pelos 
orixás: 
Vermelha ( Palmas) 
As bebidas que 
são regidas 
pelos orixás: 
Vinho Moscatel 
Frutos e Frutas 
Todas as frutas e frutos. 
Algumas das 
comidas mais 
comuns 
oferecidas aos 
Orixás: 
Canjiquinha de milho vermelho, com pedaços pequenos  de coco regado 
com mel. 
Mencionaremos 
aqui as ervas 
mais 
conhecidas no 
Rio de Janeiro: 
Jurema, Alfavaca, Jureminha, Pelegum verde, Cana de  Brejo, Caiçara, 
Eucalipto. 

Os Orixás 
normalmente 
trazem em 
seus filhos 
suas 
características 
físicas e de 
caráter. Assim 
podemos dizer 
que os filhos 
de: 
São pessoas leves, inquietas, interessam-se por tudo, pouco 
perseverantes, instáveis em suas afeições, facilmente sugestionados. 
Os Orixás têm 
suas 
preferências 
também 
quanto aos 
metais.  O ferro. 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda  20 de janeiro. 
 
 
LENDA DE OXOSSI:  
 
  Oxossi é irmão de Ogun. Ogun resolveu ensinar a ar te de caçar à Ibô, Como era conhecido 
Oxossi. 
 
  Oxalá precisou da pena de uma determinada ave e re comendou os serviços de Ogun. Ogun não 
conseguiu e indicou o nome de Ibô para assumir o serviço, dizendo à Oxalá que ele era o melhor 
caçador do mundo. Assim Ibô seguiu viagem, foi para a floresta e com apenas uma flecha conseguiu 
matar a ave e retirar a pena que Oxalá precisava. Só que na saída da floresta foi atacado por vários 
animais ferozes, conseguindo escapar com vida, carregando a pena. 
 
  Andou vários dias se arrastando pelo chão. Consegu indo chegar ao reino de Oxalá não 
atravessou os portões por estar quase morto. Ogun o encontrou e o levou até Oxalá. 
 
 
  Desconsertado Ibô desculpou-se com Oxalá pelo atra so porém, Oxalá o saudou dando à ele um 
novo nome: OXOSSI – Senhor da Caça. 
 
LENDA DE ODÉ 
 
Na cidade de Ifé, realizavam-se festividades e rituais por ocasião das colheitas. Os sacerdotes 
da aldeia, fugindo aos seus costumes, não realizavam as oferendas obrigatórias para três das maiores 
bruxas conhecidas: as Iya-mi Oxorongás. Esse ato imperdoável precisava de uma boa punição. Foi 
assim que elas enviaram um enorme pássaro para asso mbrar aquela aldeia. 
A ave ficou pousada no telhado do palácio, de onde podia avistar toda a cidade. 
Um clima de medo e mau agouro espalhou-se entre os  moradores, que não sabiam o que fazer 
para acabar com aquele terrível monstro. 
Oferendas foram realizadas para as Oxorongás, mas sem resultado. Era tarde demais para isso. 

Foi então que alguns caçadores se apresentaram para matar o pássaro das bruxas, mas foram 
todos derrotados. O último caçador possuía apenas uma flecha, e era a última esperança de livrar a 
aldeia da morte. Esse caçador era Odé. 
Sua mãe, que estava longe daquele lugar, teve um ma u presságio com relação a ele. 
Consultando um babalawô, teve a confirmação do que  já sabia: seu filho corria grande perigo. 
Foram necessárias muitas oferendas para que a missã o de Odé fosse executada com perfeição 
e, graças a isso, Odé pôde matar o pássaro com sua única flecha, livrando sua aldeia da aniquilação. 
Desde então, vem sendo venerado por esse povo. 
 
 
LOGUN-EDÉ 
 
 
  É um Orixá ligado as águas (doces e salgadas) e à  floresta. É pescador e caçador. Traz consigo 
a ilusão. Logun-Edé foi criado da ilusão de Oxum e Oxossi. 
 
  Logo é um jovem bonito, orgulhoso e vaidoso. 
 
  È um dos poucos Orixás que não é filho de Oxalá co m Iemonjá, ou Oxalá 
com Nana. 
 
   
PERSONALIDADE: Astucioso, sonhador, comunicativo, c ativa as amizades, inteligente, lutadores, fazem 
charme para conseguir determinadas coisas, geralmen te tem problemas amorosos, desconfiados, 
ajudam os amigos. 
 
FILIAÇÃO: Oxum e Oxossi. 
 
PAÓ: 3 batidas de palma, bem espaçadas, levantando- se de cada vez as mãos fechadas, adiante e para 
cima, lentamente. Em seguida, 7 batidas lentas para a frente e as três de reverência, seguindo-se o 
adobale. 
 
SÍMBOLO: Ofá, Abébé e capangas. 
 
DIA: Quinta-feira ou Sábado 
 
CORES: Azul claro e branco. 
 
ANIMAIS: galo, coelho, pavão e cabrito. 
 
METAL: latão 
 
Logun-Edé, chamado geralmente apenas de Logun, é o  ponto de encontro entre os rios e florestas, as 
barrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas, que se espalha nos dias quentes 
pelas florestas. Logun representa o encontro de naturezas distintas sem que ambas percam suas 
características. É filho de Oxóssi com Oxum, dos quais herdou as características. Assim, tornou-se o 
amado, doce e respeitado  príncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens, como as 
plantas, peixes e outros animais, sendo considerado então o dono da riqueza e da beleza masculina. 
Tem a astúcia dos caçadores e a paciência dos pescadores como principais virtudes. 
Dizem os mitos que sendo Oxóssi e Oxum extremamente  vaidosos, não puderam viver juntos, pois 
competiam pelo prestigio e admiração das pessoas e terminaram separando-se. Ficou combinado entre 
eles que Logun-Edé viveria seis meses nas águas dos rios com Oxum e seis meses nas matas, com seu 
pai Oxóssi. Ambos ensinariam a Logun a natureza dos seus domínios. Ele seria poderoso e rico, além 
de belo. 
No entanto, o hábito da espreita aprendido com seu pai, fez com que, um dia, curioso a respeito da 
beleza do corpo de sua mãe, de que tanto se falava nos reinos das águas, Logun-Edé vestindo-se de 
mulher fosse espiá-la no banho. Como Oxum estivesse  vivendo seu romance com Xangô, tio de Logun, 
e Xangô tivesse exigido como condição do casamento  que ela se livrasse de Logun, Oxum aproveitou a 
oportunidade para punir Logun com sua transformação  num orixá meji (hermafrodita) e abandoná-lo 
na beira do rio. Iansã o encontra, e fascinada pela beleza da criança leva Logun para casa onde, 
juntamente com Ogum, passa a criá-lo e educa-lo.  

Com Ogum Logun-Edé aprendeu a arte da guerra e da f orja e com Iansã o amor à liberdade. Diz o mito 
que Logun tinha tudo, menos amor das mulheres, pois  mesmo Iansã, quando roubada de Ogun por 
Xangô, abandona Logun com seu tio, criando assim um  profundo antagonismo entre Xangô e Logun, já 
que por duas vezes Xangô lhe tira a mãe. 
Em outro episódio Logun vai brincar nas águas revoltas (a deusa Obá, também esposa de Xangô) e 
esta tenta matá-lo como vingança contra Oxum que lh e fizera uma enorme falsidade. Oxum, vendo em 
seu jogo de búzios o que estava sucedendo com seu filho abandonado, pede a Orunmilá que o salve e 
este, que sempre atendia às preces da filha de Oxalá, faz uma oferenda a Obá que permite então que 
os pescadores salvem Logun-Edé, encarregando-o de p roteger, a partir daquele dia, os pescadores, as 
navegações pelos rios e todos os que vivessem à beira das águas doces. 
Logun nunca se casou , devido a seu caráter infantil e hermafrodita e sua companhia predileta é Ewá, 
que também vive, como ele, solitária e no limite de dois mundos diferentes. 
Cor: Azul e amarelo 
Número: 3 
Dia da semana: quinta-feira 
Comida: milho e coco, peixes 
Símbolo: ofá (arco e flecha) e abebê (espelho de mão) 
Saudação: Loci loci, Logun! 
 
LOGUN-EDÉ ("príncipe aclamado")  
Logum, orixá andrógino, filho de Erinlê (qualidade de Oxóssi) e Oxum-Okê (Oxum guerreira) que vive 
nas montanhas, cujo culto é feito, apesar de raro, em Ijexá, Nigéria. Orixá com muitos adeptos no Rio 
de Janeiro. Representa o príncipe das matas e caça, já que Oxóssi é o rei. Durante seis meses do ano 
vivia nas matas com o pai Oxóssi, alimentando-se da caça e, os outros seis meses vivia nas águas com 
sua mãe Oxum, abastecendo-se de peixes. Ele represe nta a síntese desses dois orixás. Esta síntese 
também está presente nas suas vestimentas, instrume ntos e oferendas. Seu otá é composto de duas 
pedras, uma retirada da mata e outra retirada das águas (rios e cachoeiras). Logum dança ora como o 
pai, ora como a mãe. 
Logum-Edé é a beleza em pessoa, o encanto dos joven s, o namoro, o flerte. Ele rege a ingenuidade do 
jovem, a adolescência. Seu encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, na primeira 
oportunidade de "mãos dadas", no primeiro carinho. É também o deus da arte, o príncipe daquilo que é 
belo e terno, da alegria e jovialidade. Porém, de gênio imprevisível, encontramos Logum-Edé na 
intriga, no segredo maldoso, pois ele é capcioso, matreiro, inventivo, meio moleque. 
Conta a lenda que seus pais brigavam muito, achando  melhor viverem separados. Oxóssi na montanha 
e Oxum no seu domínio, onde havia água e uma cachoe ira. Por gostar muito dos dois, como era um 
grande feiticeiro, preparou uma poção na qual durante seis meses teria características masculinas, 
usando um ofá para caça e usando roupas azul turque sa, e nos outros seis meses assumiria 
características femininas, usando roupas amarelo-douradas e empunhando um abebê. Um dia Logum 
estava com sua mãe, entediado resolveu dar uma volt a, caminhou e chegou em Ifé (reino de Ogum). 
Com seu jeito, cativou Ogum e foi morar com ele. Preocupada com a demora do filho, Oxum foi 
procurá-lo, e tal foi seu espanto quando o encontrou morando com Ogum. Irada, expulsou-o de casa. 
Logum não entendendo o que se passava, foi procurar  o pai, Oxóssi, que também o colocou para fora 
de casa. 
Desesperado, andou até Oió, encontrando Oia-Iansã q ue o acolheu e o proclamou príncipe, por sua 
formosura, apesar da pouca idade. Sabendo da poção  mágica, fez Logum bebê-la, porém nada 
adiantou pois seu efeito já tinha passado. Surpreendentemente, se transformou em uma pessoa 
andrógina. 
 
LOGUN_EDÉ  
O filho de Oxossi com Oxum e criado por Ogun e Inhansã, o principe pescador, adoraçao do culto de 
Oxum e a fase em que Oxum é sua vedadeira mãe é qua ndo ela é Yeye Pondá. Logun_Edé (Omo Ein) 
filho do ovo descendente da fertilidade que é representada pelo ovo símbólo da procriação. 
Esta divindade habita, e se magnetiza com a graça e a beleza das águas de sua mãe 
e se encanta com a exuberância da floresta abundante de seu pai Oxossi, o guerreiro caçador, que a 
ele seu filho ensinou a arte de pescar e caçar como seu pai. Ele viveu em companhia de Ogum 
também, com quem aprendeu a arte de guerrear para c onseguir se manter. Com Oyá aprendeu a se 
guiar pelo vento e a brincar com as tempestades em toda sua plenitude. 
Logun_Edé é santo único, razão pela qual só se faz um yaô desse santo na casa uma só vez a não ser 
que o feito na casa venha falecer. 
Se vocês pasarem a observar quando tem em um candom blé, mais de um Logun_Edé virado você vai 
notar neles umas tendências, um para o lado de Oxossi, outro para o lado de Oxum sua mãe. 
Suas vestes: 

Azul claro - dourado - branco - bandas - bombacho - chapéu de banda com plumas azuis e branca - 
braçaletes - argolas de pescoço douradas - rêde - caniço-ofá - abebê etc. 
QUALIDADES  
 
EDÉ LOKO - Tem fundamento com Exú. 
EDÉ YBAYN - Leva carrinhos e bolas de gude, pois êle é  um recém nascido. 
APANAN - Todos comem com Exú e Oxosse. Seus fundament os estão com sua mãe de 
criação Onira, sem ela Logun não caminha. Toda pesso a de Logun tem que assentar Onira e 
toda pessoa de Onira tem que assentar Logun_Edé, assen ta também, Ybualamo, Yponda e 
Opará. 
 
Erinlè teria tido, com Oxum Ipondá, um filho chamado Lógunède (Logunedé), cujo culto se faz ainda, 
mas raramente, em Ilexá, onde parece estar em vias de extinção. No Brasil, tanto na Bahia como no 
Rio de Janeiro, Logunedé tem, entretanto, numerosos adeptos. Esse deus tem por particularidade viver 
seis meses do ano sobre a terra, comendo caça, e os outros seis meses, sob as águas de um rio, 
comendo peixe. Esse deus, segundo se conta na África, tem aversão por roupas vermelhas ou marrons. 
Nenhum dos seus adeptos ousaria utilizar essas cores no seu vestuário. O azul-turquesa entretanto 
parece ter sua aprovação.  
 
ARQUÉTIPO 
Erinlè teria tido, com Oxum Ipondà, um filho chamado Lógunède (Logunedé), cujo culto se faz ainda, 
mas raramente, em Ilexá, onde parece estar em vias de extinção. No Brasil, tanto na Bahia como no 
Rio de Janeiro, Logunedé tem, entretanto, numerosos adeptos. Esse deus tem por particularidade viver 
seis meses do ano sobre a terra, comendo caça, e os outros seis meses, sob as águas de um rio, 
comendo peixe. Esse deus, segundo se conta na África, tem aversão por roupas vermelhas ou marrons. 
Nenhum dos seus adeptos ousaria utilizar essas cores no seu vetuário. O azul-turquesa entretanto 
parece ter sua aprovação.  
ESSABAS DE LOGUN-EDÉ 
 
Oripepê 
 
LOGÚNÈDÉ 
CARRAPICHO  
 
 
 
LENDA DE LOGUN-EDÉ  
 
  Logun, jovem bonito e alegre, foi criado com muito  mimo. Se tornara um menino desobediente. 
 
  Oxum (Rainha das águas doces), estava cuidando dos  afazeres domésticos enquanto Logun 
brincava perto do rio. Oxum pediu para que não se aproximasse muito da margem, pois aquele local 
era muito perigoso. Logun, muito teimoso, esperou Oxossi (Senhor da caça) partir para a floresta e sua 
mãe se distrair, para tentar atravessar o rio por meio de um galho, que não agüentou e Logun caiu no 
rio e sumiu. 
 
  A grande ave azul sobrevoava a casa de Oxossi afim  de proteger Logun e Oxum. A ave voou até 
a floresta e avisou Oxossi. A essa altura Oxum já estava em desespero, pois seu único filho teria sido 
engolido pelo rio. 
 
  Oxum começou a invocar Olorum, dizendo: “Olorum me u Pai, o senhor me deu o poder de ser a 
Rainha das águas e vejo meu único filho morrer no meu leito e nada posso fazer!”. 
 
  Oxossi, por sua vez disse: “Oh Grande Pai! Concede i-me a graça de ver meu filho renascer das 
águas!”. 
 
Olorum resolvendo atender aos pais, ergue Logun do fundo do rio, mas adverte: “Aí está seu 
filho, que por teimosia quase não volta. De agora em diante ele será filho de Ibualama e Iepondá! 
Logun, seu castigo será cuidar dos rios, zelar pelas suas margens, cuidar da pesca e proteger os 
pescadores!”. 
 
 

LENDA DE LOGUN  
 
No início dos tempos, cada orixá dominava um elemen to da natureza, não permitindo que nada, 
nem ninguém, o invadisse. Guardavam sua sabedoria c omo a um tesouro. 
É nesse contexto que vivia a mãe das água doces, Oxun, e o grande caçador Odé. Esses dois 
orixás constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muito 
próximos. 
Odé ficava extremamente irritado quando o volume da s águas aumentavam e transbordavam 
de seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta. Oxun argumentava, junto a ele, que sua 
água era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que recebera de Olorun. Odé não lhe 
dava ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação. 
Olorun resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses reinados, para tentar 
apaziguá-los. 
A floresta de Odé logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas. A vegetação, que era 
exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais fértil. Os animais não conseguiam encontrar 
comida e faltava água para beber. A mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais 
raras. Odé não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro lugar. 
Oxun, por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos animais da floresta, 
mas também não se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de seus filhos peixes para 
confortá-la. 
Odé andou pelas matas e florestas da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum. 
Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário deso lador. A floresta estava morrendo e ele não 
podia fazer nada. 
Desesperado, foi até Olorun pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava definhando. O 
maior sábio de todos explicou-lhe que a falta d’água estava matando a floresta, mas não poderia 
ajudá-lo, pois o que fez foi necessário para acabar com a guerra. A única salvação era a reconciliação. 
Odé, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Oxun, propondo a ela uma trégua. Como 
era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira tentativa. Oxun queria que Odé se 
desculpasse, reconhecendo suas qualidades. Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiam 
sobreviver separados, unindo-se novamente, com a be nção de Olorun. 
Dessa união nasceu um novo orixá, um orixá príncipe, Logun-Edé, que iria consolidar esse 
"casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus p ais. Logun sempre ficou entre os dois, fixando-
se nas margens das águas, onde havia uma vegetação  abundante. Sua intervenção era importante 
para evitar as cheias, bem como a estiagem prolongada. Ele procurava manter o equilíbrio da 
natureza, agindo sempre da melhor maneira para esta belecer a paz e a fertilidade. 
Conta uma outra lenda que as terras e as águas estavam no mesmo nível, não havendo limites 
definidos. 
Logun, que transitava livremente por esses dois domínios, sempre tropeçava quando passava de 
um reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logun muito irritado. 
Um dia, após ter ficado seis meses vivendo na água, tentou fazer a transição para o reinado de 
seu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava muito escorregadia. Voltou, então, para o fundo do rio, 
onde começou a cavar freneticamente, com a intenção  de suavizar a passagem da água para a terra. 
Com essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeç a, mas conseguiu fazer uma passagem, 
que tornou mais fácil sua transição. Logun criou, assim, as margens dos rios e córregos, onde 
passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são bem aceitas nesse local. 
 
 
 
OXUM: 
 
 
Mãe e rainha das águas doces, esta ninfa é a Deusa da Nação Ijexá. É considerada a Orixá que 
está ligada ao ouro, a prosperidade e a criação, sendo responsável pelas crianças. Todas as crianças 
recebem a proteção de Oxum até os sete anos, após isso, são entregues ao Orixá correspondente. 
 
Oxum traz consigo o gosto da vingança. Os seus filhos são geralmente manhosos e se metem 
em fofocas facilmente. 
 
Junto com Oyá, dão às mulheres um jeito sensual e faceiro. Por ser a Deusa do amor, está 
sempre presente no relacionamento amoroso das pesso as. 
 
Oxum é uma divindade muito ligada à magia, com Yamí  Oxorongá aprendeu a ................? 

 
Oxum rege a fecundação, ela á a responsável pela mu ltiplicação das células do zigoto. Todos 
temos uma forte ligação com o útero, uma vez que no s originamos nesse local. 
 
 
PERSONALIDADE: Falsidade, gosto por intrigas, protetora, sua raiva leva ao desequilíbrio emocional, 
meiga dengosa, intuitiva, está ligada ao jogo de búzios e à magia, faz manha quando quer as coisas. 
 
PAÓ: Mesmo de Iemonjá. 
 
Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que 
mata a sede, seus peixes que matam a fome, e o ouro  que eterniza as idéias dos homens nele 
materializadas. Como as águas das rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de 
beber as folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as 
feridas de Obaluaiê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê.  
Oxum é por isso associada à maternidade, da mesma m aneira que Iemanjá. Por sua doçura e 
feminilidade, por sua extrema voluptuosidade advinda da água, Oxum é considerada a deusa do amor. 
A Vênus africana. Como acontece com as águas, nunca  se pode prever o estado em que encontraremos 
Oxum, e também não podemos segura-la em nossas mãos . Assim, Oxum é o ardil feminino. A 
sedução. A deusa que seduziu a todos os orixás masculinos.  
Diz o mito que Oxum era a mais bela e amada filha de Oxalá. Dona de beleza e meiguice sem iguais, a 
todos seduzia pela graça e inteligência. Oxum era também extremamente curiosa e apaixonada. E 
quando certa vez se apaixonou por um dos orixás, quis aprender com Orunmilá, o melhor amigo de seu 
pai, a ver o futuro. Como o cargo de oluô (dono do segredo) não podia ser ocupado por uma mulher, 
Orunmilá, já velho, recusou-se a ensinar o que sabia a Oxum.  
Oxum então seduziu Exu, que não pôde resistir ai encanto de sua beleza e pediu-lhe roubasse o jogo 
de ikin (cascas de coco de dendezeiro) de Orunmilá. Para assegurar seu empreendimento Oxum partiu 
para a floresta em busca das Iyami Oshorongá, as perigosas feiticeiras africanas, a fim pedir também a 
elas que a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar Exu há tempos, não 
ensinaram Oxum a ver o futuro, pois sabiam que Exu já havia roubado os segredos de Orunmilá, mas a 
fazer inúmeros feitiços em troca de que a cada um deles elas recebessem sua parte. 
Tendo Exu conseguido roubar os segredos de Orunmilá , o deus da adivinhação se viu obrigado a 
partilhar com Oxum os segredos do oráculo e lhe entregou os 16 búzios com que até hoje as mulheres 
jogam. Oxum representa, assim a sabedoria e o poder  feminino.  
Em agradecimento a Exu, Oxum deu a Exu a honra de s er o primeiro orixá a ser louvado no jogo de 
búzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim, Oxum é também a 
força da vidência feminina. Mais tarde, Oxum encontrou Oxóssi na mata e apaixonou-se por ele. A 
água dos rios e floresta tiveram então um filho, chamado Logun-Edé, a criança mais linda, inteligente e 
rica que já existiu.  
Apesar do seu amor por Oxossi, numa das longas ausê ncias destes Oxum foi seduzida pela beleza, os 
presentes (Oxum adora presentes) e o poder de Xangô , irmão de Oxossi, rompendo sua união com o 
deus da floresta e da caça. Como Xangô não aceitasse Logun-Edé em seu palácio, Oxum abandonou 
seu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê-la banhar-se no rio. Oxum 
pretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia de Iansã a deusa dos 
raios que estava por perto. Oxum deu então seu filho a Iansã e partiu com Xangô tornando-se, a partir 
de então, sua esposa predileta e companheira cotidiana. 
Cor: amarelo-ouro 
Número: 5 
Dia da semana: Sábado 
Símbolo: abebê (espelho) 
Comida: Ipetê,  Omolocum  (feijão fradinho com cama rão) 
Saudação: Ora ieieu, Oxum! 
 
OXUM (rio que passa por Oxogbo, na Nigéria) .   
Segunda esposa de Xangô, tendo vivido em outras épo cas com Ogum e Oxóssi. Sua morada é nas 
cachoeiras e rios de água doce, onde costumam lhe entregar comidas e presentes. Na África é 
chamada Iyalode, cargo ocupado pela mulher mais imp ortante da cidade.  
Foi rainha de Oyó, onde as mulheres que queriam eng ravidar procuravam-na, sendo respeitadíssima 
como feiticeira. Como todos os outros orixás, existem diversos tipos de Oxuns, de acordo com a 
proximidade de uma tribo ou a profundidade do rio. Oxum pode ser maternal, jovem feiticeira ou uma 
guerreira. 

Mãe da água doce, deusa da candura e da meiguice, d ona do ouro. Oxum é a rainha do Ijexá. Orixá da 
prosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe. 
Oxum exerce uma ampla influência no comportamento d os seres humanos, regendo principalmente o 
lado teimoso e manhoso, além daquele espírito maquiavélico que existe em todos nós. No bom sentido, 
Oxum " é o veneno das palavras", é o modo piegas da s pessoas, é a forma "metida", esnobe 
apresentada principalmente pelo sexo feminino. É o cochicho, o segredinho, a fofoca. Está encantada 
nas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas. Rege o charme, o it, a pose; tudo que 
está ligado à sensualidade, sutileza, ao dengo, sendo o sexo feminino o mais influenciado. É o flerte, o 
carinho. É o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível, não chegando a ser a paixão. É o amor 
verdadeiro; ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e 
românticos. É a deusa do amor. Oxum está muito intimamente ligada à magia, pois é a divindade 
africana mais ligada às yámi oxorongá, feiticeiras, bruxas. Com elas aprendeu a arte da magia, 
estando esta arte ligada ao amor.  
Regente do ouro, ela está presente e se encanta em jo alherias e outros lugares onde se 
trabalha com ouro, seu metal predileto e de regência  absoluta. É a protetora dos ourives. É o 
próprio ouro. A regência mais fascinante de Oxum é o  processo de fecundação. Na 
multiplicação da célula mater, Exu entrega a regência  para Oxum que vai cuidar do embrião, 
do feto, até o nascimento. É Oxum que vai evitar o abo rto, manter a criança viva e sadia na 
barriga da mãe, onde no nascimento a entrega para Ieman já, que lhe dará destino. 
 
OXÚN 
  
        Oxún é a filha predileta de Yemanjá e Oxalá, ela representa as riquezas e tem suas cores 
realizadas ao metal mais precioso da antiguidade que era o cobre. Sua cor preferida é o amarelo. 
Mantém profundos laços de amizade com Orumilá, quan do ela foi esposa de Orumilá recebeu o título 
de Yià Petyby, a zeladora dos cauris. Foi nessa ocasião que ela passou a ter ligações com Exu e um 
Odù chamado Oxeturà, para obter as respostas perfeitas do jogo de adivinhações, passando então a 
ser perseguida por Exu, o que aqui na terra reflete nos seus filhos. As filhas de Oxún só jogam os 
búzios em número de oito, o Mere Dylogun, pois os outros oito búzios restantes que completam o 
Dylogun, o jogo dos dezesseis búzios foram roubados por Exu. Isto nos revela a perseguição que é 
movida às filhas de Oxún por Exu, pois elas mantêm a outra metade do segredo do Dylogun. 
        Oxún mantém um grande laço de amizade com O rixá Ossanyin, pois para o equilíbrio da mistura 
das ervas para a feitura do Amacì, há necessidade das águas de oxún, Deusa das cachoeiras e das 
águas doces. 
        Olodumaré explicou, mediante as coisas estarem indo mal sobre a terra, que sem a presença da 
Oxún e seu poder sobre a fecundidade, nenhum se seu s empreendimentos poderia dar certo, e assim 
todas as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados. 
      Oxún é chamada de Yalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre 
todas as mulheres da cidade, além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre as 
águas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível. 
        A sua dança preferida é Igexá, lembrando o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora, 
ela cura doente com água fria, cura criança. Seu Oro, um pássaro que tem uma pena brilhante na 
cabeça, e a Yalodê, ajuda as crianças a terem uma mãe. Manda a cabeça má ficar boa, Oxún é doce e 
poderosa como Oni. Ela é meiga, afável, elegante tendo muito dinheiro para divertir-se, ela é poderosa 
como um rei, não se iludam: Oxún é vigorosa e experiente feiticeira, seus filhos devem tomar cuidado 
com álcool, as drogas e as doenças venéreas. 
        Oxún foi a primeira Yaba, ou seja primeira zeladora de santo, raspando a cabeça da galinha de 
angola e quem colocou o primeiro adocho (coroa), dando assim aos seus descendentes a forma atual. 
Ela foi a segunda esposa de Xangô, antes, porém, esposa de Oxóssi, sua grande paixão. Patrona do 
ventre, comanda o baixo ventre. Governa as ervas anti-sépticas e desinflamatórias. Ela é genitora, 
ligada à procriação, patrona da gravidez, do desenvolvimento do feto, coloca o bebê sob sua proteção 
até que adquira o conhecimento da linguagem. 
        Oxún, foi a primeira Iyami encarregada de ser Olotoju Anon Omi (aquela que vela pelas crianças 
e cura). Mãe ancestral suprema, Oxún é considerada a patrona dos peixes, mas é também 
representada pelos pássaros. O ovo é um de seus símbolos. 
QUALIDADES 
YEYEODO: É mãe das nascentes. Come ao lado de Yeman já, veste branco e azul. 
AGBALU:   É velha idosa, rabugenta, veste azul claro e leva dois abebé nas mãos, sendo que na direita 
é de metal amarelo e na esquerda é de metal branco, vazados com uma lua cheia. Só pode ter uma na 
casa. Seu assentamento é ao lado de Yemanjá Sogba. 

AJIMU: Veste azul claro e rosa. Come com Oxalá e Om ulú, não come bicho fêmea, exceto a pata. É a 
senhora da fecundidade e do feitiço, é velha e vira bruxa na beira do rio. Temperamento meigo. Seus 
fios de conta são em cristal amarelo escuro. É mais ou menos nova. 
IYAOMI:   É ela quem pergunta a Exu o que vai ser dito ao consulente, no jogo de búzios. No 
assentamento de Exu tem uma quartinha que é de Iyao mi. 
ABOTO: Jovem, vaidosa, fundamento no poço, consider ada mãe de Ibeji, fio de conta é amarelo leitoso 
bem claro. 
OPARA: Veste amarelo, rosa ou vermelho. É o braço d o trovão. Jovem, guerreira e vaidosa. Tem 
ligação com Oya/Ogún ou Xangô (somente). É a Oxún d a estradas. Ela é companheira inseparável de 
Onira, comem juntas no bambuzal ou no rio, quando juntas são perigosas, tem fundamento com Egun. 
AJAGURÁ:   É violenta, feiticeira, nasce dos rios, temperamento impetuoso, muito guerreira, 
relacionada a Ogún, é terrível rival de Oya, muito agressiva e orgulhosa. Veste amarelo ouro e rosa 
claro. Come com Ogún e Xangô. Come coelha. 
YEYEOKE: É chamada Oxún menina, relacionada aos mon tes. Vive no interior das matas é associada as 
Yiamin, muito guerreira e caçadora, é casada com Oxossi. Veste amarelo ouro, usa arco e flecha, traz 
uma espada e um leque. Come com Oxossi e Yewà somen te caça. 
IPONDÁ: Vive no mato e nos cemitérios. Usa uma espa da, fundamento com Oxossi Ibualamo e 
Obaluaê. Namoradeira, desconfiada, astuta, violenta. É a mãe de Logunedé. Grande Deusa de Ijexá, 
veste-se de amarelo ouro e na barra da saia azul claro. A pata é uma de suas grandes Kizila, o seu 
bicho de fundamento é a tartaruga, que aprecia a carne e os ovos, come com Oxossi, Yemanjá e seu 
filho Logun. 
YEYEOGÁ: Velha, rabugenta, ligação com Xangô Ogodo.  
YEYEKARE: Muito bonita, guerreira, autoritária e agressiva. Veste saia branca com forro amarelo claro. 
Tem ligação com Oxossi e Ogún. Acompanha Yemanjá e  Oxalá, come na lagoa e no encontro das água 
salgadas. Devido ser muito guerreira, numa luta feriu-se na perna esquerda, é manca da perna 
esquerda e come bichos fêmeas. 
YEYEPETU: Culto extinto no Brasil. 
YEYEOBA: Ligada a Xangô. 
ALOKE: Ligação com Yemanjá. 
OGBO: É relacionada ao parto e ao nascimento do feto. É a origem de Oxún, seu culto é realizado nas 
nascentes dos rios. Veste o amarelo ouro e azul claro, come com Oxalá e Yemanjá. 
AYILA OU YALA: É avó das Oxún, muito poderosa e gue rreira, foi esposa de Ogún. Veste o amarelo 
ouro e azul claro, come com Ogún, mora nas matas e  tem caminhos com Obaluaê. 
CORES: Amarelo ouro, azul claro, branco, bege (Ijimu), rosa, amarelo, azul e branco (Opará). 
COMIDA: Acaçá, ipeté, omolocun, inhame da costa, inhame da costa com camarão seco, obi, orogbo, 
uado, acará no azeite doce. 
DIA DA SEMANA: Sábado. 
DATA: 8 de dezembro. 
FRUTAS: Todas as frutas doces, inclusive manga rosa e carlotinha com açúcar cristal. 
FOLHAS:  
Colônia  Omi 
Negamina  Macaca 
Mutamba  Folha da fortuna 
Folha da costa  Canela de macaco 
Bredo sem espinho  Catinga de mulata 
Erva de Santa Luzia  Rama de leite 
Folha de Ioko  Levante 
Bredo sem espinho  Oripepe 
BEBIDAS: Água de rio com essência de flor de laranjeira, mel com água de poço ou cachoeira, aluá. 
ILEKÉ: Amarelo ouro, amarelo claro, âmbar com marfi m. 
METAL: Ouro, latão amarelado, cobre amarelado. 
PARTE DO CORPO: Todo o rosto, o baixo ventre, o baç o, às vezes o coração, patrona do ventre, a 
terceira visão e a circulação sanguínea (os rios). 
SÍMBOLO: Abebé, Espada. 
SACERDOTE: Iyalosun ou Amolosun 
CARGOS: Qualquer cargo. 
TOQUE: Ijexá. 
SAUDAÇÃO:    ORI YE YE O 
FI DE RI O MÁ (Opará) 
 
Orê Yeyê ô!  

Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o sã o, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava 
de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. 
Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma mulher elegante possuía 
jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre.  
Omiro wanran wanran wanran omi ro!  
"A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!"  
Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser 
uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que d esejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de 
Xangô. A primeira chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá. 
Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias,  suas águas correm aprazíveis e calmas, elas 
deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos 
vãos permitem atravessar de um lado a outro. 
Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estron dando, cheias de correntezas e torvelinhos, 
transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, 
pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria um a tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva 
para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio. 
Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o 
rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto, 
mal formulada. 
Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a 
guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coias. 
Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan , filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das 
águas e Olowu continuou sua expedição. 
Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente 
encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava  turbulento e com suas águas agitadas. Olowu 
mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, 
galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-se 
cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as 
margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas 
águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio. 
Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido di zendo: "É Nkan que me foi solenemente 
prometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra. 
O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse 
de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou do 
país.  
O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são se mpre abundantes. Por esta razão é que Larô, o 
primeiro rei deste lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou, 
uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte, 
soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia b em acolhido no fundo do rio. 
Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes, mensageiros da 
divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe 
chegou nadando nas proximidades do lugar onde estav a Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu 
numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o  rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre 
a água e o grande peixe saltou sobre ela. 
Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar. 
Ataojá declarou então: "Oxum gbô!" 
"Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são  abundantes." 
Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os  anos faz-se, aí, grandes festas em 
comemoração a todos estes acontecimentos.  
 
ARQUÉTIPO  
O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e 
vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, 
porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. 
Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma  vontade muito forte e um grande desejo de 
ascensão social.  
 
 
 
ESSABAS DE OXUM:  
 
Macaça    Baronesa 

 
Vitória régia 
 
Oripepê 
 
Ojuorô 
 
Oxibatá 
 
Oriri 
 
Vassourinha de igreja 
 
Bredo sem espinho – Teté 
 
Alfavaquinha – Orim-rim 
 
Folha da costa – Odun-dun 
 
Malva branca – Efin 
 
Beldroega – Omim 
 
Capeba – Já 
 
Folha de loko – Iróko 
 
Malmequer branco – Pepe 
 
Canela de macaco – 
Teterégun 
 
 
Parietária – Monan 
 
Cajá – Jamin 
 
Papinho de peru – Tolu-tolu 
 
Mutamba - Aferé 
 
Folha da fortuna – Eim-dum-
dum 
 
Rama de leite – Obô 
 
Golfo branco – Omin-ojú 
 
Folha de vintém – Ilerin
ÒS UN  
ABILZEIRO; AGUAPÉ; ALFAVAQUINHA; AMOR DO CAMPO; ALU MÃ; 
BABOSA; ASSA-PEIXE; AZEDINHA; BANANEIRA; BRILHANTIN A; 
BEM-ME-QUER; BELDROEGA; CAMARÁ; CAMOMILA; ERVA CAPI TÃO; 
CANELA DE MACACO; CAPEBA; CIPÓ CHUMBO; COLONIA; ERV A-
CIDREIRA (MELISSA); VASSOURINHA DE RELÓGIO; QUITOCO ; 
ORIPEPE; MELISSA; MANJERICONA; JAMBO; IPÊ AMARELO; 
GUANDO; FOLHA DA FEITICEIRA; ERVA-DE-SANTA MARIA; 
CEBOLA; ERVA DE SANTA LUZIA; FOLHA VINTÉM; FOLHA DA  
COSTA; GRAVIOLA; JARRINHA; MACAÇA; MÃE BOA; MALMEQU ER; 
MALVA BRANCA; MANJERICÃO; MILAME; MUTAMBA; ORIRI; 
OXIBATA; PARIETÁRIA; RAMA DE LEITE; TAIOBA BRANCA;  FOLHA 
DA FORTUNA; BARONESA; VITORIA REGIA; ALFAZEMA; ORIP EPE.     
 
OXUM 
Locais de maior 
vibração dos 
orixás 
cachoeiras e rios 
As cores e 
flores que são 
regidas pelos 
orixás: 
Branca e amarela (Rosas e Palmas) 
As bebidas que 
são regidas 
pelos orixás: 
Champanhe branca 
Frutos e Frutas 
Banana Ouro – Laranja Lima. 
Algumas das 
comidas mais 
comuns 
oferecidas aos 
Orixás: 
Omolocum – (Feijão fradinho cozido na água, com cama rões 
refogados no azeite doce coberto por 8 ovos cozidos).  
Mencionaremos 
aqui as ervas 
mais 
conhecidas no 
Rio de Janeiro: 
Oriri, Colônia, pétalas de rosas brancas. 

Os Orixás 
normalmente 
trazem em 
seus filhos 
suas 
características 
físicas e de 
caráter. Assim 
podemos dizer 
que os filhos 
de: 
São pessoas vaidosas, de meiga beleza, lentas, um tan to quanto 
preguiçosas, interessadas, porém descuidadas. 
Os Orixás têm 
suas 
preferências 
também 
quanto aos 
metais. 
O ouro. 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda 
8 de dezembro. 
QUALIDADES DE OXUM:   
 
1. Abalu (a mais velha de todas) - ABALÔ 
(carrega ogum é uma Iansã)  
2. Jumu ou Ijimu (a mãe de todas, estreita 
ligação com as Ìyámi)  
3. Aboto ou Oxogbo (feminina e coquete, ajuda 
as mulheres terem filhos)  
4. Apara (a mais jovem e guerreira)  
5. Ajagura (guerreira)  
6. Yeye Oga (velha e enquizilada)  
7. Yeye Petu  
8. Yeye Kare (guerreira)  
9. Yeye Oke (guerreira)  
10. Yeye Onira (guerreira)  
11. Yeye Oloko (vive nas florestas)  
12. Yeye pondá (esposa de Oxóssi Ibualama, 
guerreira e porta um leque)  
13. Yeye Merin ou Iberin (feminina e coquete)  
14. Yeye Àyálá ou Ìyánlá (a avó, que foi mulher 
de Ogum)  
15. Yeye Lokun ou Pòpòlókun (que não desce 
sobre a cabeça de suas filhas)  
16. Yeye Odo (dos perdões)
   
 
LENDA DE OXUM: 
 
  Esta lenda conta como Oxum conseguiu enganar Exú e  aprender a arte de adivinhar. 
 
  Oxum pediu a seu Pai Oxalá, que lhe ensinasse a ar te de adivinhar. Oxalá disse a Oxum que só 
Exú e Ifá detinham tal poder. 
 
  Oxum procurou Exú e lhe pediu que a ensinasse a jo gar. Exú é claro, negou. 
 
  A jovem foi para a floresta procurar Yamó Oxorongá , que admirou-se da coragem de Oxum, 
uma vez que ninguém entrava na floresta ao escurece r. Oxum encontrou Oxorongá e esta lhe ensinou 
a feitiçaria para acabar com a pose de Exú. 
 
  Oxum voltou a procurar Exú, desta vez levando as m ãos cheias de um pó brilhante. Oxum 
desafiou Exú a adivinhar o que havia em suas mãos, quando Exú olhou o pó ficou cego por algum 
tempo, deixando seus búzios caírem. Oxum se fez de prestativa e começou a ajudar Exú, desvendando 
o jogo. Oxum perguntava Exú: “Quantos búzios são? Q uem responde no primeiro?” e assim por diante. 
 
  Exú fica irritado ao saber da astúcia de Oxum e pr ocura Ifá, que por sua vez acha graça da 
coragem de Oxum e diz a Exú que terá que dividir seus conhecimentos com Oxum. 
 
 

LENDA DE OXUN  
 
Conta a lenda que Oxalá, numa de suas caminhadas pe lo mundo, iria passar pela aldeia de 
Oxun, onde pretendia parar e descansar. 
Exú, mensageiro dos orixás, correu para avisar Oxun que o grande orixá fun-fun estava a 
caminho de sua cidade. Era preciso organizar uma grande recepção, pois a visita era muito 
importante para todos. Ela, então, apressou-se com os preparativos da festa, ordenando a limpeza de 
todas as casas e lugares públicos da aldeia, bem como que os enfeites utilizados fossem da cor 
branca. Oxun cuidou pessoalmente da ornamentação e  limpeza de seu palácio, pois tudo tinha que 
estar perfeito, à altura de Oxalá. 
Com tantos afazeres importantes, em tão curto espaço de tempo, Oxun não se lembrou de 
convidar as Iya-mi para a grande festa. 
As feiticeiras não perdoaram essa desfeita. Sentindo-se muito desprestigiadas, resolveram 
desmoralizar Oxun perante os convidados. 
No dia da chegada de Oxalá à cidade, Oxorongá entrou disfarçada no palácio para colocar, no 
assento do trono da Oxun, um preparado mágico, que  não fora notado por ninguém. 
Toda a cidade estava impecavelmente limpa e ornamen tada. O palácio de Oxun, que fora 
caprichosamente preparado, tinha seus móveis e utensílios cobertos por tecidos de uma alvura 
imaculada. Branca também seria a cor das roupas utilizadas na cerimônia. 
Oxalá finalmente chegou, sendo respeitosamente reve renciado numa grande demonstração de fé e 
admiração ao grande mensageiro da paz. 
Oxun, sentada em seu trono, esperava com impaciênci a a entrada de Oxalá em seu palácio, 
quando iria oferecer-lhe seu próprio assento. Mas, ao tentar levantar-se, percebeu que estava presa 
em sua cadeira e, por mais força que fizesse, não conseguia soltar-se. O esforço que empreendeu foi 
tão grande, que, mesmo ferida, conseguiu ficar em pé, mas uma poça de sangue havia manchado suas 
roupas e também sua cadeira. 
Quando Oxalá viu aquele sangue vermelho no trono em  que se sentaria, ficou tão contrariado, 
que saiu imediatamente do recinto, sentindo-se muito ofendido. 
Oxun, envergonhada com o acontecido, não conseguia  entender porque havia ficado presa em 
sua própria cadeira, uma vez que ela mesma tinha cuidado de todos os preparativos. 
Escondendo-se de todos, foi consultar o oráculo de Ifá para obter um conselho. O jogo, então, 
lhe revelou que Oxorongá havia colocado feitiço em seu assento, por não ter sido convidada. 
Exú, a pedido de Oxun, foi em busca do grande pai, para relatar-lhe o ocorrido. 
Oxalá retornou ao palácio, onde a grande mãe das águas estava sentada de cabeça baixa, muito 
constrangida. Quando ela o viu, começou a abanar seu abebe, transformando o sangue de suas roupas 
em penas vermelhas, que, ao voar, caíram sobre a cabeça de todos os que ali estavam, inclusive a de 
Oxalá. Em reconhecimento ao esforço que ela empreen deu para homenageá-lo, ele aceitou aquela 
pena vermelha (ekodide), prostrando-se à sua frente, em sinal de agradecimento. 
A partir de então, essa pena foi introduzida nos rituais de feitura do Candomblé. 
 
EWÁ: 
 
  É a Deusa do rio YEWÁ, ligada à água doce. Está as sociada à fecundação e às virgens. Nas suas 
danças ela brinca com as águas. A sua mais forte característica é ser guerreira, trás uma espada, que é 
um dos seus objetos de culto. 
 
 
PERSONALIDADE: Calma aparente, dengosa, delicada, l utadora, vaidosa e orgulhosa. 
 
PAÓ: Igual das demais Iabás. 
 
SAUDAÇÃO: “Ora Ewá eu!”. 
 
CORES: Vermelho, amarelo, salmão e branco. 
 
DIA: Sábado 
 
METAL: Cobre 
 
FILIAÇÃO: Nanã e Oxalá 
 
 

Página 62: 
 
COR: Amarelo, azul, dourado e branco. 
 
METAL: Dourado 
 
SÍMBOLO: Abébé. 
 
Muito pouco se sabe atualmente sobre Ewá. 
Ela é também filha de Nanã, e é vista como horizonte, o encontro do céu com a terra, do céu com o 
mar. Ewá representa ainda outros horizontes, como a interface onde se tocam a vida e a morte, o dia e 
a noite e outros. Assim, todas as transformações, mudanças e adaptações sao regidas por ela.  
Ewá é virgem, bela e iluminada. Apesar desta beleza e do assédio dos orixás masculinos, nunca quis se 
casar, sendo uma moça quieta e isolada, voltada para o conhecimento dos segredos das 
transformações.  
Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá que lhe arranjasse um amor, um casamento, mas 
Ewá desejava viver sozinha, dedicada à sua tarefa de fazer cair a noite no horizonte, puxando o sol 
com seu arpão. 
Como Nanã insistisse em seu casamento, Ewá pediu aj uda a seu irmão Oxumarê, o arco-íris, que a 
escondeu no lugar onde ele se acaba, por trás do horizonte, e Nanã não mais pôde alcançá-la. Assim, 
os dois irmãos passaram a viver juntos, para sempre inatingíveis. Ambos regem o intangível e Ewá 
também é compreendida como a energia que torna poss ível o abandono do corpo e a entrada do 
espírito numa nova dimensão. 
No Brasil poucos candomblés cultuam Ewá, pois dizem  que o conhecimento sobre as folhas necessárias 
ao seu culto foi perdido durante o processo de aculturação dos africanos escravos. 
Dia da semana: segunda-feira 
Cor: verde-mar e rosa (o tom é o rosa do cair da tarde) 
Símbolo: Arpão com uma serpente enrolada, por sua ligação com Oxumarê. 
Comida: batata doce. 
Saudação: Rirró! 
 
EWÁ (nome de um rio nigeriano) 
É um orixá feminino, divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de raro encanto e beleza, e 
é considerada como a rainha das mutações, das transformações orgânicas e inorgânicas. É o orixá que 
transforma a água de seu estado líquido para o gasoso, gerando nuvens e chuva. 
Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formand o figuras de animais, objetos, pessoas, ali está 
a magia e o encantamento de Ewá, evoluindo e desenh ando no céu. É a deusa do que é belo, dando 
cores aos seres tornando-os vivos e bonitos. Está ligada com a alegria, regendo com Ibeji o que se tem 
ou o que se seja ser feliz. Filha mais nova de Nanã, gêmea de Oxumaré, irmã de Obaluaiê e Ossain. 
 
YEWÀ  
É uma Santa dona da visão. É um Òrixá um pouco raro no  Brazil. Ela gosta que suas filhas 
sejam novas e virgens. Quando suas filhas casam ou p erdem a virgindade, elas passam a ser 
adoxùu da Òxún. Mais tarde, se elas se abstiverem do  sexo ou ficarem viúvas, Yewá passa 
regê-las, inclusive, a possuir suas cabeças. Ela é com o Nànãn, não gosta de escolher homens 
para seus eleitos, podendo os mesmos serem seus Ogãns ( alabes e axoguns) e outras 
funções que não seja incorporar a Deusa. É muito amiga  dos pássaros. Todas as partes 
brancas lhe pertence, o branco do arco-iris, os raios  branco do sol, a neve e o leite das 
folhas. 
Também é um Òrixá das florestas e comanda os astros co mo o sol, a lua e as estrelas. 
 
YEWÀ quer dizer: - A serpente azul ou a senhora da vis ão. 
Usa vermelho cristal e o amarelo gema, três contas  vermelhas e duas amarelo gema.  
 
QUALIDADES 
 
GEBEUYIN 
GYRAN 
OMAJÉ 
EREWÁ 
 
LENDA 

 
YEWÀ estava a banhar-se e a lavar roupas no rio quando  Orunmilá apareceu fugindo de Ikú 
(a morte), relatando o que estava acontecendo e a pedir  que o escondesse, pois estava 
muito novo para morrer. Ela atendeu escondeu-o sob um  monte de roupas que estavam em 
baixo de sua saia. Ikú surgiu e perguntou-lhe, mulher,  viste alguém passar aqui? YEWÀ 
perguntou por que mulher?  
Ikú respondeu-lhe: Sabes quem sou eu? YEWÀ instigando  a morte sem temê-la disse: sei és 
a morte. E tu sabes quem eu sou?  
Sim, respondeu Ikú, és Yewà a mulher de Obaluawe e esti mo meus respeitos. Com ar 
soberano ela disse-lhe: Vi sim,alguém passou correndo p ara aquele lado, indicando a Ikú o 
lado errado, salvando assim a vida daquele jovem. Orumi lá agradecido deu a Yewà o dom da 
vidência. Nesse exato momento Yewà teve um pensament o e Orumilá falou-lhe: Yewà tu 
serás mãe. Era justamente o que ela estava pensando. E ste era o melhor presente dado a 
esta grande guerreira. 
 
Orixá das águas, deusa do rio Iewá. Santa guerreira, valente. Roupas vermelhas, usa espada e brajás 
de búzios com palha da costa. É dos orixás mais belo. Gosta de pato, também de pombos.  
 
Yewa é a divindade do rio Yewa. Na Bahia é cultuada somente em três casas antigas, devido à 
complexidade de seu ritual. As gerações mais novas não captaram conhecimentos necessários para a 
realização do seu ritual, daí se ver, constantemente, alguém dizer que fez uma obrigação para Yewa , 
quando na realidade o que foi feito é o que se faz normalmente para Osun ou Oya. O desconhecimento 
começa com as coisas mais simples como a roupa que  veste, as armas e insígnias que segura e os 
cânticos e danças, isso quando não diz que Yewa é a mesma coisa que Osun, Oya e Yemoja. 
Yewa usa ofa que utiliza na guerra ou na caça. No seu ritual é imprescindível, dentre outras coisas, o 
iko (palha da costa), existe mesmo um ese Ifa do odu Otuamosun, que fala de Yewa saindo de uma 
floresta de iko (22). O seu grande ewo (coisa proibida) é a galinha. Corre a lenda entre as casas 
antigas da Bahia que cultuam Yewa, que certa vez indo para o rio lavar roupa, ao acabar, estendeu-a 
para secar. Nesse espaço veio a galinha e ciscou, com os pés, toda sujeira que se encontrava no local, 
para cima da roupa lavada, tendo Yewa que tornar a lavar tudo de novo. Enraivecida, amaldiçoou a 
galinha, dizendo que daquele dia em diante haveria de ficar com os pés espalmados e que nem ela 
nem seus filhos haveriam de comê-la, daí, durante os rituais de Yewa, galinha não passar nem pela 
porta. Verger encontrou esse ewo na África e uma lenda idêntica (23). Na Nigéria, Abimbola publicou 
um itan Ifa (história de Ifa), falando que de carta feita estando Yewa à beira do rio, com um igba 
(gamela) cheio de roupa para lavar, avistou de longe um homem que vinha correndo em sua direção. 
Era Ifa que vinha esbaforido fugindo de iku (a morte). Pedindo seu auxílio, Yewa despejou toda roupa 
no chão, que se encontrava no igba, emborcou-o em c ima de Ifa e sentou-se. Daí a pouco chega a 
morte perguntando se não viu passar por ali um home m e dava a descrição. Yewa respondeu que viu, 
mas que ele havia descido rio abaixo e a morte seguiu no seu encalço. Ao desaparecer, Ifa saiu 
debaixo do igba e Yewa, levou-a para casa, a fim de tornar-se sua mulher (24). 
 
 
ESSABAS DE EWÁ: 
 
Teterégun – Cana do brejo 
 
Folha de Santa Luzia 
 
Ojuorô 
 
ÈWÀ  
SANGOLOVO ( CANA DO BREJO ); MELANCIA; CANA DO BREJ O; 
ARROZINHO; OJUORO;  
 
 
LENDA DE EWÁ:  
 
  Ewá era a encarregada de cuidar das roupas de Oxal á, clareava todas com cuidado pois o dono 
era exigente. Quando executava tal tarefa, em determinada ocasião, uma galinha apareceu à sua 
frente e Ewá, sem querer estrangulou-a, sujando toda roupa do Senhor. Ewá com medo escondeu-se 
debaixo do manto de Oxalá. 
 
Esta lenda relata o por que de Ewá não gostar de comer galinha. 

 
OYÁ: 
 
  Oyá é uma ninfa que está ligada às águas através d as tempestades. Sendo a Rainha do Vento, 
provoca tufões, furacões, em fim vários danos aqui na Terra. 
 
  É guerreira corajosa, representa a agressividade. 
 
Segundo suas lendas, Oyá tem domínio da espada, do  escudo, da caça, do búfalo d dos Eguns. 
 
   
PAÓ: O mesmo das demais Iabás. 
 
COR: Amarelo, rosa, vermelho e branco. 
 
ANIMAIS: Caça em geral. 
 
SAUDAÇÃO: “Eparrei Oyá! Oyá mesan orun!”. 
 
SÍMBOLO: espada e o Erû-kerê. 
 
QUALIDADES: 
 
Oyá Seno 
 
Oyá Gunãn 
 
Oyá Bagan 
 
Oyá Onira 
 
Oyá Sirê 
 
Oyá Topé 
 
Oyá Egbalá 
 
Iansã é a força dos ventos, dos furacões, das brisas que acalmam, das coisas que passam como o 
vento, dos amores efêmeros, sensuais, das tempestad es, que assolam a existência mas não duram 
para sempre. 
Iansã ajudava Ogum na forja dos metais, soprando o fogo com o fole para aviva-lo mais e mais, e 
assim fabricarem mais ferramentas para trabalhar o mundo e armas para as guerras de que ambos 
tanto gostavam. Por seu temperamento livre e guerreiro, Iansã era uma companheira perfeita para 
Ogum. Diz o mito que Iansã não podia ter filhos, por isso adotou Logun-Edé, filho abandonado por 
Oxum, e o criou durante algum tempo.  
Diz o mito, também , que Iansã era tão linda que, para fugir ao assédio masculino vestia-se com uma 
pele de búfalo, e saía para a guerra. Que era amiga tão leal que foi ela a primeira a realizar uma 
cerimonia de encaminhamento da alma de um amigo caç ador ao orum (céu). Iansã não parava jamais.  
Um dia em que Xangô foi visitar seu irmão Ogum e en comendar-lhe armas para a guerra, Iansã 
(também conhecida como Oyá) apaixonou-se por Xangô,  e partiu para viver com ele, deixando Logun-
Edé com Ogum, que terminaria de criá-lo. 
A partir de então, tornou-se uma das três esposas de Xangô e com ele reina e luta, enviando seus 
ventos para limpar o mundo e anunciando a chegada d os raios e trovões de seu amado. 
Dia da semana: quarta-feira 
Cor: vermelho, rosa, marrom 
Símbolo: eruxin (rabo de cavalo, signo de poder ioruba) obé (espada) 
Número: 9 
Comida: acarajé 
Saudação: Eparrei, Oyá! 
 
OIA-IANSàou OYÁ (mesan: "nove")   
Oia-Iansã é o orixá de um rio conhecido como Níger, cujo nome original em iorubá é Oyá. Deusa da 
espada do fogo, dona da paixão, Oia-Iansã é a rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, 
vendavais.  
Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, senhora do 
cemitério.  
Orixá da provocação e do ciúme. Paixão violenta , que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria 
o desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais 
forte que a razão. A frase "estou apaixonado" tem a presença e a regência de Oia-Iansã, que é o orixá 
que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais 

profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio 
enlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das conseqüências de um ato 
impensado no campo amoroso. Oia-Iansã rege o amor f orte, violento.  
Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns. É a deusa dos cemitérios. É ela que 
servirá de guia, ao lado de Obaluaiê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que 
indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Comanda a falange dos Boiadeiros. 
Embora tenha sido esposa de Xangô, Oia-Iansã percor reu vários reinos. Foi paixão de Ogum, 
Oxaguian, Exu. Conviveu e seduziu Oxóssi, Logun-Edé  e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaiê. 
Em Ifé, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do 
manuseio da espada. Em Oxogbo, terra de Oxaguian, a prendeu e recebeu o direito de usar o escudo. 
Deparou-se com Exu nas estradas, com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. 
No reino de Oxóssi, seduziu o deus da caça, aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e se 
transformar naquele animal com a ajuda da magia apr endida com Exu. Seduziu o jovem Logun-Edé e 
com ele aprendeu a pescar. Oia-Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrir 
seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto, mas nada conseguiu pela sedução. Porém, Obaluaiê 
resolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. De início, Oia-Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi 
mais forte aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los. Partiu, então, para Oió, reino de Xangô, e 
lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis, e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino 
do deus do trovão, Oia-Iansã aprendeu muito mais. Aprendeu a amar verdadeiramente e com uma 
paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.  
O fogo é o elemento básico de Oia-Iansã. O fogo das paixões, da alegria, o fogo que queima. E aqueles 
que dão uma conotação de vulgaridade a essa belíssima e importantíssima divindade africana, são 
dignos de pena e mais dignos ainda, do perdão de Oia-Iansã. 
 
ÒYA  
Òya é a dona dos raios,dos ventos e dos mortos,controla Ygbalé ( casa dos mortos ). Esposa de seu 
primo, Xango, foi a maior guerreira que já existiu na Africa,sua fúria era incontrolável, não temendo 
nem a morte.Ligada ás florestas que ela domina com seu OruKeré,que foi presenteado por Oxosse. É 
associada aos ancestrais masculinos que ela dirige e maneja. Está relacionada ao vermelho e é 
representada pelo relâmpago. 
Oya teve 9 filhos, uns dizem que foi com ogun, outros que foi com Xangó, oito nasceram mudos e 
surdos e o último nasceu um Egun e graças aos sacrifícios recomendados por Ifá, nasceu com o poder 
de falar com voz estranha e sobrenatural, chamado Segi, que imita a voz do macaco africano chamado 
Ijimaré, macaco que é consagrado aos Êres. 
 
QUALIDADES 
OYÁ Igbalé - (ligada diretamente ao culto aos eguns) 
OYÁ Furê  
OYÁ Odo 
OYÁ Iamesan 
OYÁ Onira 
OYÁ Yatopé 
OYÁ Afefé Ykú Funan 
OYÁ Afakarebó 
OYÁ Afefé 
OYÁ Bagan 
OYÁ Petú 
OYA Egunnitá 
 
Oya (Oiá) é a divindade dos ventos, das tempestades e do rio Niger que, em iorubá, chama-se Odò 
Oya. Foi a primeira esposa de Xangô e tinha um temperamento ardente e impetuoso. Conta uma lenda 
que Xangô enviou-a em missão na terra dos baribas, a fim de buscar um preparado que, uma vez 
ingerido, lhe permitiria lançar fogo e chamas pela boca e pelo nariz. Oiá desobedecendo às instruções 
do esposo, experimentou esse preparado, tornando-se  também capaz de cuspir fogo, para grande 
desgosto de Xangô, que desejava guardar só para si esse terrível poder.  
Oiá foi, no entanto, a única das mulheres de Xangô que, ao final do seu reinado, seguiu-o na fuga para 
Tapá. E, quando Xangô recolheu-se para baixo da terra, em Kossô, ela fez o mesmo em Irá.  
 
ARQUÉTIPO 
O arquétipo de Oyá-iansã é o das mulheres audaciosas, poderosas e autoritárias. Mulheres que podem 
ser fiéis e de lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que, em outros momentos, quando 
contrariadas em seus projetos e empreendimentos, de ixam-se levar a manifestações da mais extrema 

cólera. Mulheres, enfim, cujo temperamento sensual e voluptuoso pode levá-las a aventuras amorosas 
extraconjugais múltiplas e frequentes, sem reserva nem decência, o que não as impede de 
continuarem muito ciumentas dos seus maridos, por e las mesmas enganados.  
 
 
 
ESSABAS DE OYÁ:  
 
Oriri 
 
Folha da Costa – Odún-dun 
 
Folha de Umbaúba - Abauba 
 
Erva Tostão - Eregê 
 
Macaçá 
 
Peregun 
 
Folha de Azaléia 
 
Papoula 
 
Para-raio 
 
Flor de Coral 
 
Brinco de Princesa 
 
Louro 
 
Bredo sem espinho – Teté 
 
Alfavaquinha – Orim-rim 
 
Jarrinha – Jacomijé 
 
Erva-de-passarinho – Afoman 
 
Pega-pinto – Tepola 
 
Capeba – Já 
 
Beti-cheiroso – Obayá 
 
Piperégún – nativo 
 
Folha de Loko – loko 
 
Malmequer – Pepé 
 
Canela-de-macaco – 
Teterégun 
 
Espada de Ogun – Junçá 
 
Folha de fogo – Adimum-ade-
rum 
 
Espada de Oyámésèèsán rosa 
– Obe-cemi-ola 
 
Parietária – Monan 
 
Taioba – Bala 
 
Cajá – Jamin 
 
Mutamba – Aferé 
 
Lingua-de-galinha – Gunoco 
 
Rama de leite – Obô 
O YA  
PARA-RAIO; PARIETÁRIA; PEREGUN; MUTAMBA; FOLHA DE F OGO; 
CANELA DE MACACO; BAMBU; BOMINA; BREDO SEM ESPINHO;  CAPEBA; 
CASUARINA; ERVA DE PASSARINHO; ERVA TOSTÃO; ESPADA  DE SANTA 
BÁRBARA; GUINÉ; ORTELàDA HORTA; JABORANDI; JARRINH A; LÍNGUA 
DE GALINHA; LOURO; MALMEQUER; MALVA ROSA; MARACUJÁ- CAIANO; 
MARAVILHA BONINA; NEGA MINA; PINHÃO BRANCO; PINHÃO  ROXO; 
SANTA BARBARA; SENSITIVA (DORMIDEIRA); TAIOBA BRANC A; 
TROMBETA; LACRE; FOLHA DE CORAL; ANIZ; LINGUA DE VA CA  
 
  IANSà
Locais de 
maior vibração 
dos orixás 
bambuzal e rochas 
As cores e 
flores que são 
regidas pelos 
orixás: 
Amarela e Coral ( Palmas e Rosas rubras) 

As bebidas que 
são regidas 
pelos orixás: 
Vinho branco e Champanhe branca 
Frutos e Frutas 
Manga Rosa. 
Algumas das 
comidas mais 
comuns 
oferecidas aos 
Orixás: 
Acarajé (feijão fradinho descascado e moído com camarão seco batido até 
o ponto, frito no azeite de dendê em forma de bolinhos, semelhante seu 
formato ao “quibe”). 
Mencionaremos 
aqui as ervas 
mais 
conhecidas no 
Rio de Janeiro:  Erva de Iansã, Espada de Santa Bárbara, Folhas de Bambu, Pára-Raio. 
Os Orixás 
normalmente 
trazem em 
seus filhos 
suas 
características 
físicas e de 
caráter. Assim 
podemos dizer 
que os filhos 
de: 
São pessoas conquistadoras, vivas, ativas, ciumentas e até mesmo cruéis, 
trabalhadoras e incansáveis. 
Os Orixás têm 
suas 
preferências 
também 
quanto aos 
metais.  O cobre. 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda  4 de dezembro. 
 
 
QUALIDADES DE YANSÃ: 

1. Oya Biniká  
2. Seno  
3. Abomi  
4. Gunán  
5. Bagán  
6. Onìrá  
7. Kodun  
8. Maganbelle  
9. Yapopo  
10. Onisoni  
11. Bagbure  
12. Tope  
13. Filiaba  
14. Semi  
15. Sinsirá  
16. Sire  
17. Gbale ou Igbale (aquela 
que retorna à terra) se 
subdividem em:  
1. Funán  
2. Fure  
3. Guere  
4. Toningbe  
5. Fakarebo  
6. De  
7. Min  
8. Lario  
9. Adagangbará
 
As últimas , estão ligadas ao culto dos mortos.Tem forte ligação com Omulu , Ogun e Exú.  
 
 
LENDA DE OYÁ:  
 
  Oyá, bela e extrovertida, saía pelo mundo em busca  de obter conhecimentos. Por onde andava 
geralmente se relacionava com reis e príncipes, os deixava apaixonados e depois partia em busca de 
novas aventuras. 
 
  A Rainha dos Ventos chegou à Ifé, reino de Ogum o  grande guerreiro, que apaixonado por ela, 
ensinou-lhe como lutar com espadas, logo em seguida , o abandonou seguindo para Oxogbô, onde vivia 
Oxoguian. Seduziu-o, aprendeu o uso do escudo e aba ndonou. 
 
  Na estrada encontrou Exú e o atraiu com seu jeito  espalhafatoso. Exú lhe ensinou como lidar 
com fogo e tudo sobre magia. Não se prendendo à Exú , foi para floresta onde se relacionou com 
Oxossi, aprendendo a caçar e a tirar a pele do búfalo, transformando-se nas horas de perigo neste 
animal. 
 
  Encontrando Logun encantou-o, aprendendo com ele a  pescar. 
 
  Seguindo para a terra de Obaluaê queria descobrir  os seus segredos, tentou seduzi-lo com a 
dança do vento, mas nada adiantou, pois Obaluaê não  se sentiu atraído por ela. Obaluaê com pena 
pelo esforço de Oyá, lhe ensinou a dominar Egun. 
 
  Oyá continuou viajando até chegar a Oyó, onde conh eceu Xangô, dividindo com ele os poderes 
do raio e do trovão, só que desta vez apaixonou-se pelo Rei. 
 
 
LENDA DE OYÁ – YANSAN 
 
Segundo a lenda, Oyá vivia feliz com Ogun, pois os dois tinham muitas coisas em comum, como 
o gosto pela guerra e o desejo de desbravar novos lugares. Gostavam da companhia um do outro, 
sentindo-se em harmonia. Com ele, que é conhecedor  de todos os caminhos, Oyá aprendeu a andar 
pela Terra. 
Gostava muito de vê-lo trabalhar, em seu oficio de ferreiro, tentando aprender como ele 
confeccionava suas armas e ferramentas. Oyá pedia insistentemente que lhe fizesse uma arma para 
guerrear. 
Um dia, Ogun a surpreendeu, oferecendo-lhe uma espa da curva, que era ideal para seu uso. 
Isso a agradou muito, tanto que, mais tarde, todo seu exército estava usando esse mesmo tipo de 
arma. 
Mas Ogun não a levava em suas batalhas, deixando-a  sozinha e entediada. Sem falar no tempo 
que gastava em seus afazeres de ferreiro. Oyá adorava a liberdade, mas, ao mesmo tempo, não 
dispensava uma boa companhia. Começou a sentir-se r ejeitada por ele. 
Foi nesse momento que Xangô, o grande rei, foi procurar Ogun, pois precisava de armas para 
seu exército. Ele era muito atraente e cuidadoso com sua aparência. Era impossível não notar sua 
presença. 
Ogun, aceitando o pedido, começou a produzir armas para Xangô, que tinha muita urgência. 
Ficaria na aldeia o tempo necessário para o término do serviço. 
Xangô também notou a presença de Oyá, sentindo uma  grande atração por ela. Com seu jeito 
de ser, aproximou-se dela para trocar conhecimentos a respeito de suas habilidades. Descobriram, 

nessas conversas, que possuíam muitas afinidades, inclusive que não gostavam de viver isolados, 
assim como Ogun. 
Oyá estava muito interessada em Xangô e em tudo o q ue estava aprendendo com ele, mas não 
queria magoar Ogun, a quem respeitava muito. 
Xangô propôs-lhe uma união eterna, sem monotonia, s em solidão, viajando sempre juntos por 
toda a Terra. Seria uma união perfeita. 
Quando Ogun terminou seu trabalho, os dois já haviam partido. Ele ficou enfurecido com a 
traição de ambos, mesmo sabendo que sua companheira  não podia ficar cativa para sempre. 
Partiu atrás deles para vingar sua desonra! 
Oyá estava vindo ao seu encontro, para explicar-lhe que não poderia mais ficar com ele, pois 
Xangô a completava, mas que iria respeitá-lo sempre como grande orixá da guerra. 
Ogun estava tão enfurecido, que não ouviu o que ela dizia, e foi com grande fúria que investiu 
contra ela, erguendo sua espada. Oyá, em defesa própria, também o atacou. Ela foi golpeada em nove 
partes do seu corpo, e Ogun em sete, formando curas. Esses números ficaram muito ligados a esses 
orixás, assim como as curas, que foram introduzidas nos rituais africanos. 
 
 
OBÁ: 
 
  Está ligada às águas e à guerra. Atribuem-se as en chentes e as cheias dos rios à este Orixá. 
Pelo fato de conviver muito tempo com Xangô ela aprendeu a lidar com energias diferentes, tais como 
a energia elétrica. 
 
Obá também rege a desilusão amorosa, o sentimento d e perda, a depressão e a raiva. 
 
 
PERSONALIDADE: Guerreira, são frágeis nas relações amorosas, sinceras, depressivos, raivosos, boas, 
habilidosas e rápidas. 
 
PAÓ: Igual à Oyá. 
 
COR: Amarelo, vermelho e branco. 
 
SÍMBOLO: A luta. 
 
METAL: Dourado e cobre. 
 
ANIMAIS: Galinha, galinha d`angola e cabra. 
 
Obá representa as águas revoltas dos rios. As pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas sao 
considerados domínios de Obá. Ela representa também  o aspecto masculino das mulheres 
(fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos. 
Por sua envergadura física e força, tornou-se uma guerreira, a única mulher capaz de desafiar Ogum 
para uma luta, e por ser Obá extremamente forte e destemida, Ogum se viu obrigado a usar de um 
truque contra ela, espalhando quiabo amassado no chão, e atraindo Obá para aquele canto, onde a 
guerreira escorregou e não apenas perdeu a luta como foi possuída à força por Ogum, que se tornou 
seu inimigo. 
Sendo uma cozinheira excelente foi escolhida para ser a terceira esposa de Xangô, o deus trovão. 
Sempre se sentindo menos desejada por seu amado que  Oxum e Iansã, Obá se esmerava em agradá-
lo com seus pratos cada vez mais aprimorados. Mas O xum era sempre a preferida de Xangô.  
Um dia Obá não se conteve e perguntou a Oxum qual o  segredo de sua sedução. Oxum, que vivia com 
a cabeça enrolada em turbantes maravilhosos, disse que havia cortado a própria orelha esquerda e 
colocado no amalá (uma comida à base de quiabo) de  Xangô que, ao comê-lo, por ela se perdera de 
paixão para sempre. 
Obá então cortou a própria orelha e a colocou no amalá. 
Ao ver Obá com um ferimento no lugar da orelha Xang ô quis saber o que houvera e Obá contou.  
Neste momento Oxum tirou seu turbante e, mostrando  as duas orelhas intactas a Obá, desatou a rir.  
Xangô, zangado com a insensatez de Obá e enojado po r ver sua orelha na comida, expulsou-a de seu 
palácio e Obá tanto chorou e teve raiva que se transformou num rio revoltoso. Na África, no lugar onde 
se encontram os rios Obá e Oxum o estouro das águas  é extremamente violento. 
Cor: vermelho com amarelo 
Numero: 4 

Símbolo: Obé  
Comida: quiabo 
Dia da semana: Quarta-feira 
Saudação: Obá xirê! 
 
OBÁ ("rainha") 
Divindade guerreira, considerada até como uma Oia-Iansã velha, originária do rio de mesmo nome na 
Nigéria. Ligada à água doce como Oxum, ao contrário desta está presente nas águas revoltas como: 
enchentes, inundações e cheias dos rios e também no corisco, que lhe foi dado pelo marido Xangô. É o 
orixá que domina a paixão. Obá rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, a 
incapacidade do homem de ter o que ama e deseja. Ob á é a raiva, a frustração, a solidão, a depressão, 
o sentimento de abandono. Embora a lenda diga ser O bá uma guerreira vencedora, ela conseguiu seu 
encantamento no oposto, ou seja, na derrota. 
Obá era esposa de Xangô, juntamente com Oxum que mu ito esperta queria se livrar da rival. Certo dia, 
para enganar Obá, Oxum apareceu com um pano cobrind o uma das orelhas. Obá quis saber o que era 
aquilo, e ela então contou que tinha cortado a própria orelha e colocado na comida de Xangô, e este 
teria gostado muito, daí ela ser a sua favorita. Obá por tanto amor que nutria pelo marido, não pensou 
duas vezes, e fez o mesmo. Xangô repugnado expulsou -a de seu reino. E toda esta dor, desesperança, 
abandono, ficou em Obá e tem sua regência. É a lógica dizendo que é a "última gota", que faz 
transbordar nossos sentimentos. Se um rio enche e transborda, é porque não suporta mais o volume 
de água, deixando escapar "aquilo que não cabe mais", isto é Obá, esta é sua regência, seu 
encantamento e sua influência. Geralmente quando incorpora, lança-se contra as filhas de Oxum, 
principalmente se estas estiverem próximas do orixá Xangô. A iniciação de uma filha de Obá necessita 
de certas ervas difíceis de serem encontradas no Brasil. Daí o grande número de filhas de Oia-Iansã, 
de características muito semelhantes a Obá, crescer a cada dia.  
 
OBÁ 
É a divindade do rio do mesmo nome, foi a terceira mulher de Xangõ. Como ás duas primeiras, Oyá e 
Osún,ela foi também mulher de Ogun segundo uma lend a de Ifá. 
Obá é um orixá feminino muito enérgico e fisicamente mais forte que muitos orixás masculinos. Ela 
desafiara e vencerá na luta, sucessivamente, Oxalá, Xangô e Orumilá. Chegada à vez de Ogun, 
aconselhado por um babalawo, ela preparou uma ofere nda de espigas de milho e quiabo. Amassou 
tudo num pilão, obtendo uma pasta escorregadia, que espalhou pelo chão, no lugar previsto, digo onde 
aconteceria a luta. Chegado o momento, Obá que fora  atraída até o lugar previsto, escorregou sobre a 
mistura, aproveitando-se Ogun para derrubá-la e possuí-la no ato. 
Mais tarde, quando Obá se tornou a terceira mulher de xangõ, uma grande rivalidade não demorou a 
surgir entre ela e Osún.Esta era jovem e elegante e Obá era mais velha e usava roupa fora de moda, 
fato que nem chegava ser dar conta, pois pretendia monopolizar o amor de Xangô. Com este objetivo, 
sabendo quanto Xangô era guloso, procurava sempre s urpreender os segredos da receitas de cozinha 
utilizadas por Osún, a fim de preparar ás comidas de Xangõ. 
Osún irritada, decidiu pregar-lhe uma peça e um belo dia, pediu-lhe que viesse assistir, um pouco mais 
tarde, á preparação de um determinado prato que, segundo lhe disse Osún maliciosamente que 
realizava maravilhas junto a Xangõ, o esposo comum. Obá apareceu na hora indicada. Osún, tendo a 
cabeça atada por um pano que lhe escondia as orelhas, cozinhava uma sopa na qual boiava dois 
cogumelos. Osún mostrou a sua rival, dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando-as 
para ferver na panela, a fim de preparar o prato predileto de Xangõ. Este chegando logo, tomou a sopa 
com apetite e deleite e retirou-se, gentil e apressado, em companhia de Osún. Na semana seguinte, 
era vez de Obá cuidar de Xangõ. Ela decidiu por em prática a receita maravilhosa: cortou uma de suas 
orelhas e cozinhou-a numa sopa destinada a seu marido. Este não demonstrou nenhum prazer de vê-la 
com a orelha decepada a achou repugnante o prato qu e ela lhe serviu. Osún apareceu, neste 
momento, retirou o seu lenço e mostrou que suas orelhas jamais haviam sido cortadas nem devoradas 
por Xangô. Começou, então a caçoar da pobre Obá, qu e, furiosa precipitou-se sobre sua rival. Seguiu-
se uma luta corporal entre elas. Xangõ, irritado fez explodir o seu furor. Osún e Obá, apavoradas, 
fugiram e transformaram-se nos rios que levam seu nomes. No local da confluência dos dois cursos de 
água, as ondas se tornaram-se muito agitadas em con seqüência da disputa entre as duas divindades. 
Conta-se ainda, sobre Obá, uma lenda por vezes atribuída a Osún,baseada num jogo de palavras: Orai 
Owu, partindo em expedição guerreira,teve que atravessar o rio Obá com seu exército. O rio estava em 
período de enchente e as águas tão tumultuadas que não podiam ser atravessadas. Oreifez, então, 
uma promessa solene, embora mal formulada. 
Ele declarou: Obá,deixe passar meu exército, eu lhe imploro, faça baixar o nível de suas águas e se 
sair vitorioso da guerra,eu lhe oferecerei uma nkan rere(boa coisa).Ora,êle tinha por mulher uma filha 
do rei Ibadan que levava o nome nkan. As águas baixaram, o rei atravessou o rio e venceu a guerra. 

Regressou com um saque considerável.Chegando próxim o ao rio Obá, ele encontrou novamente em 
período de cheia. O rei ofereceu-lhe todas as nkan rere, tecidos, búzios, bois e comidas, mais o rio 
rejeitou todos estes dotes. Era nkan a mulher do rei, que ele exigia. Como rei de Owu era obrigado a 
passar, teve que lançar nkan as águas, mas ela estava grávida e pariu no fundo do rio. Este rejeitou o 
recém nascido, declarando que somente nkan lhe havi a sido prometida. As águas baixaram e o rei 
voltou triste aos seus domínios, seguido pelo seu exercito. O rei de Ibadan tomou conhecimento do 
ocorrido. Indignado, declarou que não tinha dado sua filha em casamento para ela servir de oferenda 
para um rio. Fez a guerra a seu genro,venceu-o e expulsou de seu país. 
 
OBÁ NO NOVO MUNDO 
 
No Brasil, assim que Obá aparece num candomblé mani festada em uma de suas iniciadas, ata-se um 
turbante em sua cabeça a fim de esconder uma de sua s orelhas, como na recordação da lenda já 
narrada. Se Osún manifesta-se no momento, a tradiçã o exige que as duas divindades encarnadas 
procurem lutar novamente e é preciso, então intervir energicamente para separá-las. A dança de Obá é 
guerreira, ela brande o sabre com uma das mãos e na  outra leva um escudo. 
Suas oferendas consistem em, cabras,patos e galinha d'angola. 
Sincretismo: Obá é sincretizada com Joana D'Arque, mais também é sincretizada como S'ta Catarina. 
Qualidade: Obá não tem divisão,é uma santa guereira que traz espada, e reina nas fogueiras e 
acampamemtos é a água viva do mar,muitos antigos di zem que Obá pode ser uma qualidade de Oyá.  
 
Deusa do Rio Obá. Espôsa de Xângo. Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo e lança. Na 
dança briga com Oxum que a induziu a cortar uma das  orelhas para usá-la na comida de Xangô e com 
isso manter seu amor. Os resultados revelaram-se desastrosos e Obá foi repudiada por Xangô. Obá 
come conquén, cabra e pato. Dança tapando com a mão  o lado do rosto de onde cortou a orelha.  
 
Obá era uma mulher vigorosa e cheia de coragem. Fal tava-lhe, talvez, um pouco de charme e 
refinamento. Mas ela não temia ninguém no mundo. Se u maior prazer era lutar.  
Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato como profissão. Obá saiu vencedora de todas as 
disputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrotou Obatalá, tirou Oxossi de 
combate, deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não resis tiu à sua força.  
Ela desafiou Obaluaê e botou Exú prá correr. Chegou a vez de Ogum!  
Ogum teve o cuidado de consultar Ifá, antes da luta. Os adivinhos lhe disseram para fazer oferendas, 
compostas de duzentas espigas de milho e muitos quiabos. Tudo pisado num pilão para se obter uma 
massa viscosa e escorregadia. Esta substância deveria ser depositada num canto do terreno onde eles 
lutariam.  
Ogum seguiu, fielmente, estas instruções. Na hora da luta, Obá chegou dizendo: "O dia do encontro é 
chegado".  
Ogum confirmou: "Nós lutaremos, então, um contra o  outro". A luta começou.  
No início, Obá parecia dominar a situação. Ogum recuou em direção ao lugar onde ele derramara a 
oferenda. Obá pisou na pasta viscosa e escorregou. Ogum aproveitou para derrubá-la. Rapidamente, 
libertou-se do seu pano e a possuiu ali mesmo, tornou-se, dessa maneira, seu primeiro marido.  
Mais tarde, Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte e corajosa. A primeira mulher 
de Xangô foi Oiá-Iansã que era bela e fascinante. A segunda foi Oxum, que era coquete e vaidosa.  
Uma rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum . Ambas disputavam a preferência do amor de 
Xangô. Obá procurava, sempre, surpreender o segredo  das receitas utilizadas por Oxum quando esta 
preparava as refeições de Xangô.  
Oxum, irritada, decidiu preparar-lhe uma armadilha. Convidou Obá a vir, um dia de manhã, assistir à 
preparação de um prato que, segundo ela, agradava infinitamente a Xangô. Obá chegou na hora 
combinada e encontrou Oxum com um lenço amarrado à  cabeça, escondendo as orelhas.  
Ela preparava uma sopa para Xangô onde dois cogumel os flutuavam na superfície do caldo. Oxum fez 
crer a Obá que se tratava de suas orelhas, que ela cozinhava, assim, para preparar o prato favorito de 
Xangô. Este logo chegou, vaidoso e altivo. Engoliu, ruidosamente e com deleite, a sopa de cogumelos 
e, galante e apressado, retirou-se com Oxum para o quarto.  
Na semana seguinte, era a vez de Obá cuidar de Xang ô. Ela decidiu pôr em prática a receita 
maravilhosa. Xangô não sentiu nenhum prazer ao ver  que Obá se cortara uma das orelhas. Ele achou 
repugnante o prato que ela lhe preparara. Neste momento, Oxum chegou e retirou o lenço, mostrando 
à sua rival que suas orelhas não haviam sido cortadas, nem comidas.  
Furiosa, Obá precipitou-se sobre Oxum com impetuosi dade. Uma verdadeira luta se seguiu. Xangô, 
encolerizado, trovejou sua fúria. Apavoradas, Oxum e Obá fugiram e se transformaram em rios.  
Até hoje, as águas destes rios são tumultuadas e agitadas, no lugar de sua confluência, em lembrança 
da briga que opôs Oxum e Obá pelo amor de Xangô.  

 
ARQUÉTIPO 
(Do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio")  
O arquétipo de Obá é a das mulheres valorosas e incompreendidas. Suas tendências um pouco viris 
fazem-nas frequentemente voltar-se para o feminismo  ativo. As suas atitudes militantes e agressivas 
são consequências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos devem-se, 
frequentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entret anto, encontram geralmente compensação para 
as frustrações sofridas em sucessos materiais, onde a sua avidez de ganho e o cuidado de nada perder 
dos seus bens tornam-se garantias de sucesso.  
 
 
ESSABAS: 
 
 
Mesmas de Inhasã e Oxum. 
 
Candeia 
 
Negamina 
 
Folha de amendoeira 
OBA  
ASSA-PEIXE;  GOIABA; BETERRABA; GERÂNIO  
 
 
 
QUALIDADES DE OBÁ:  
  
1. Obá Gideo  
2. Obá Rewá 
 
LENDA DE OBÁ: 
 
  Seguindo pelo mundo revoltada, Obá dedicou-se a lu ta, sendo conhecida como a bela guerreira. 
 
  Todos comentavam sobre a imbatível Obá, chegando a o conhecimento de Ogum. Este se sentiu 
ofendido, resolvendo procura-la e quando a encontrou encantou-se com a bela guerreira. Marcaram 
uma luta na qual se Ogum ganhasse ela o amaria, cas o contrário seria a mais hábil guerreira e Ogum 
lhe entregaria a espada. 
 
  Ogum usando de esperteza, mandou que seus guardas  esgalhassem baba de quiabo pelo chão. 
Chegando o dia, Obá parte para cima de Ogum, sendo  que mal consegue ficar em pé, pois o chão 
estava escorregadio. Obá percebeu a malícia de Ogum  e puxou-o, os dois lutaram durante horas mas 
nenhum conseguiu vencer. Os dois se entenderam. 
 
  Ogum quis levar Obá, mas esta o recusou por ter se u coração com Xangô. 
 
 
IEMONJÁ: 
 
 
  Esta Deusa está ligada à criação, é considerada a  Grande Mãe. 
 
  Sendo uma das ninfas das águas salgadas tem sua re presentação nos mares e oceanos, é a 
responsável pela vida dos animais do meio aquático. A Iemonjá tratada neste trabalho é filha de 
Oloôkun (Senhor dos Oceanos). Ela e Oxalá tiveram uma união, da qual muitos Orixás foram 
originados. 
 
  Suas danças representam as ondas do mar. 
 
 
PERSONALIDADE: Francos, intuitivos, voluntariosos, decididos, ciumentos, custam muito a perdoar 
uma ofensa, são amigos até a morte, vaidade pouco a centuada, sinceros, teimosos, valentes, passam 
grande parte do seu tempo pensando. 
 

PAÓ: Batidas de palmas imitando o som das ondas do  mar, seguindo-se as 3 de reverência e o 
adobale. 
 
FILIAÇÃO: Oloôkun 
 
SAUDAÇÂO: “Odoiyá! Odô Siaba!”. 
 
DIA: Sábado. 
 
COR: Azul claro, branco, pérola e transparente. 
 
METAL: Metais brancos. 
 
QUALIDADES:  
 
Asaba 
 
Ogunté 
 
Yemowo 
 
Ranara 
 
Olossa 
 
Akurá ou Konlá 
 
Malebô 
Asesu
 
QUALIDADES DE YEMONJÉ: 
  
1.Yemanjá Ogunté (esposa de Ogum Alagbedé)  
2.Yemanjá Saba (fiadeira de algodão, foi esposa 
de Orunmilá)  
3.Yemanjá Sesu/Susure (voluntariosa e 
respeitável, mensageira de olokun)  
4.Yemanjá Tuman/Aynu/Iewa  
5.Yemanjá Ataramogba/Iyáku (vive na espuma 
da ressaca da maré)  
6.Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô)  
7. Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas, 
esposa de Oxalá) 
 
 
Iemanjá, sao todas as águas salgadas e areias do mar. É considerada o princípio de tudo, juntamente 
com a terra, Oduduwa. Iemanjá é o mar que alimenta,  que umidifica as terras, que energiza a terra, e 
também o maior cemitério do mundo. Representa ainda  as profundezas do inconsciente, o movimento 
rítmico, todas as coisas cíclicas, tudo que pode se repetir infinitamente. A força contida, o equilíbrio.  
Iemanjá uniu-se a Oxalá, a criação, e com ele teve os filhos Ogum, Exu e Oxóssi e Xangô.  
Como seus filhos se afastaram dela, Iemanjá foi aos poucos se sentindo mais e mais sozinha e resolveu 
correr o mundo, até chegar a Okerê, onde foi adorada por sua beleza, inteligência e meiguice. Lá, o rei 
se apaixonou por ela, desejando que se tornasse sua mulher. Iemanjá então fugiu, mas o Alafin 
colocou seus exércitos para persegui-la. Durante sua fuga, foi encurralada por Oke (as montanhas) e 
caiu, cortando seus enormes seios, de onde nasceram os rios. Assim, ela é também a mãe de Oxum, 
Obá e Iansã (em alguns mitos). 
Conta-se que a beleza de Iemanjá é tamanha que seu  filho Xangô não resistiu a ela e passou a 
persegui-la, com o desejo incestuoso de possuí-la. Na fuga, Iemanjá cai e corta os seios, dando origem 
às águas do mundo e aos Ibejis, filhos de Xangô com Iemanjá. Outro mito ainda, narra a sedução em 
sentido contrário. É Iemanjá quem persegue seu filho Aganju (a terra firme) e este é quem foge.  
Representando o inconsciente, Iemanjá é considerada também a "dona das cabeças", no sentido de ser 
ela quem dá o equilíbrio necessário aos indivíduos para lidar com suas emoções e desejos 
inconscientes. 
Cor: azul claro e verde, nos tons do mar. 
Símbolo: Abebê (espelho, símbolo das águas em geral ) 
Dia da Semana: Sábado 
Numero: 10 
Comida: arroz com mel 
Saudação: Odô Iyá! 
 
IEMANJÁ (iya: "mãe"; omo: "filho"; eja: "peixe").  
A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a rainha das águas salgadas, 
considerada como mãe da maioria dos orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família. 
Chamada também de deusa das pérolas, é aquela que a para a cabeça dos bebês no momento de 
nascimento.  

Essa força da natureza também tem papel muito impor tante em nossas vidas, pois é ela reger nossos 
lares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo 
teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade 
ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos. Rege as uniões, os aniversários, as festas 
de casamento, todas as comemorações familiares. É o  sentido da união por laços consangüíneos ou 
não. 
Numa Casa de Santo, Iemanjá atua dando sentido ao g rupo, à comunidade ali reunida e transformando 
essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmão 
para irmão em pessoas que a bem pouco tempo não se  conheciam; proporcionando também o 
sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos 
Babalorixás (Pai de Santo) ou Ialorixás (Mãe de Santo) com os Omorixás (Filhos de Santo). 
A necessidade de saber se aquele que amamos estão b em, a dor pela preocupação, é uma regência de 
Iemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se 
tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e o 
desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem proble mas, é a manutenção da harmonia do lar. 
É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo 
do seu reino. É ela quem controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o maremoto. 
Protege a vida marinha. 
Filha de Olokum e mãe da maioria dos orixás. Sua cor é branca, associada ao orixá Oxalá; juntos 
teriam feito a criação do mundo. É proveniente de uma nação chamada Egbá, na Nigéria, onde existe 
um rio com o mesmo nome do orixá. 
Exu, seu filho, se encantou por sua beleza e tomou-a à força, tentando violentá-la. Uma grande luta se 
deu, e bravamente Iemanjá resistiu à violência do filho que, na luta, dilacerou os seios da mãe. 
Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu "caiu no mundo" desaparecendo no horizonte. 
Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, 
pediu socorro ao pai Olokum e ao criador Olorum. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como 
a lágrima, foi saindo dando origem aos mares. Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa 
dos orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros na corte.  
 
YEMONJÁ 
É uma belíssima ninfa negra de grandes e belos seios de snudos e volumosos, aparece 
sempre com uma vestimenta da cintura para baixo, nas  cores azul e branca, com um adorno 
em forma de coroa, chamado Akoro, mas conhecido como  Adê, na cor prateada, tendo nos 
braços braceletes de prata e idés, em suas mãos um leque  de prata em forma de peixe, 
chamado de Abebè e uma espada chamada de Kupanga Omyi Benbe  ou Lidá, demonstrando 
assim as riquezas encontradas nas águas profundas do  mar. Divindade das águas salgadas.  
 
QUALIDADES 
 
YEMUO 
 
É a primeira, a mais velha e esposa de Xangô. Veste bra nco e cristal 
 
YIAMACÈ ou YIAMACI-MALÉ 
 
É a segunda, mãe de xangô e Oxumaré. Esposa de Orannian  e muito festejada durante as 
festas consagradas a seu filho Xangô. Suas contas são  brancas leitosas, rajadas de vermelho 
e azul. 
 
YINAÉ ou MALELE 
 
É a terceira, aquela que os filhos sempre serão peix es, também conhecida como Maribó, 
mora nas águas mais profundas, é a sereia, ligada a repr odução dos peixes, vem sempre a 
beira mar apanhar sua oferendas. Ligada a Oxalá e a  Exú. 
 
OGUNTÉ 
 
É a quarta, espôsa de Ogun Alakibebé, mãe de Ogun Akoro. O gunté quer dizer aquela que 
contém Ogun. Vive perto das praias, no encontro das águ as com ás pedras. Traz na cintura 
um facão e todas as ferramentas que Ogun usa, penduradas  em sua vestes. Sua maior 
quizila é a pata. 
Come carneiro e todos os bichos machos, castrado na  hora do sacrificio. Come com seu filho 

Ogun nos campos e caminhos. Veste azul marinho e bran co cristal ou verde e branco (nas 
casas de jeje não come carneiro).  
 
OLOSSÁ 
 
É a quinta. Come com Osún e Nanan. Veste verde claro  e sua contas são branco cristal. Come 
carneiro castrado na hora do sacrificio (nas casas de  jeje não se copa carneiro). 
 
ASAABÁ ou SOBÁ 
 
É a sexta.É velha e manca da perna esquerda, devido uma  luta com Exú. Muito rabujenta e 
traiçoeira, fala de costas,fia as roupas de Oxalá e c omanda ás camadas profundas do mar. 
Foi casada com Orumilá IFÁ e usa uma corrente de pr ata no tornozelo, come pata e tem 
pavor de carneiro, come junto com Omolú,Osún Karé e O xalá. 
 
YIASESSU ou SESSU 
 
É a sétima. É a mensageira de Olóòkun, o deus do mar.  Vive nas águas sujas do mar e é 
muito esquecida e lenta. Come com Obaluwàiyé e Ogun.  Veste verde água e suas contas 
branco cristal. Come pata e carneiro castrado na hora  do sacrifício(na nação jeje não come 
carneiro). 
 
AKURÀ 
 
É a oitava. Vive nas espumas do mar, aparece vestida c om lodo do mar e coberta de algas 
marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro,  come com Nanan, veste o verde água 
e contas iguais. 
 
AYIO 
 
É a nona. Muito velha e veste sete anáguas para prote rger-se. Vive no mar e descansa na 
lagoa. Come com Osún e Nanan.  
 
SUAS FOLHAS 
 
Erva prata, macassá, capueraba branca e azul, umbúba, o xibata, altéia, arassá da praia, 
colõnia, condessa, graviola, erva de santa luzia, mãe  boa, lágrima de Nossa senhora, pata de 
vaca e a principal que é o papo de peru.  
 
Iemanjá, cujo nome deriva de Yèyé omo ejá ("Mãe cuj os filhos são peixes"), é o orixá dos Egbá, uma 
nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. As 
guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokutá, no início do 
século XIX. Evidentemente, não lhes foi possível levar o rio, mas, em contrapartida, transportaram 
consigo os objetos sagrados, suportes do àse da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, 
tornou-se, a partir de então, a nova morada de Yemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser 
confundido com Ògún, o deus do ferro e dos ferreiros, contrariamente à opinião de numerosos que 
escreveram sobre o assunto no fim do século passado. Não nos deteremos nas extravagantes 
hipóteses do Padre Baudin, retomadas com entusiasmo  pelo Tenente-Coronel Ellis e outros autores. 
Daremos, porém, em notas um resumo destes textos.  
 
O principal templo de Iemanjá está localizado em Ibará, um bairro de Abeukutá. Os fiéis desta 
divindade vão todos os anos buscar a água sagrada para lavar os axés, não no rio Ògùn, mas numa 
fonte de um dos seus afluentes, o rio Lakaxa. Essa água é recolhida em jarras, transportada numa 
procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeira(ère) e um conjunto de tambores. O 
cortejo na volta, vai saudar as pessoas importantes do bairro, começando por Olúbàrà, o rei de Ibará.  
Iemanjá seria filha de Olóòkun, deus (em Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Numa história de Ifá, ela 
aparece "casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei de 
Ifé,...Iemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao Oeste. Outrora, 
Olóòkun lhe havia dado, por medida de precaução, um a garrafa contendo um preparado, pois "não se 
sabe jamais o que pode acontecer amanhã", com a rec omendação de quebrá-la no chão em caso de 
extremo perigo. E assim, Iemanjá foi instalar-se no "Entardecer-da-Terra", o Oeste. Olofin-Odùduà, rei 
de Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Iemanjá, em vez de se deixar prender e 

ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na 
mesma hora, levando-a para Okun, o oceano, lugar de  residência de Olóòkun (Olokum).  
Iemanjá tem diversos nomes, relativos, como no caso de Oxum, aos diferentes lugares profundos(ibù) 
do rio. Ela é representada nas imagens com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolo 
de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios mais que majestosos - ou 
somente um deles, segundo outra lenda - foi origem de desentendimentos com seu marido, embora ela 
já o houvesse honestamente prevenido antes do casam ento que não toleraria a mínima alusão 
desagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal vivia feliz. Uma noite, porém, o 
marido havia se embriagado com vinho de palma e, nã o mais podendo controlar as suas palavras, fez 
comentários sobre seu seio volumoso. Tomada de cóle ra, Iemanjá bateu com o pé no chão e 
transformou-se num rio a fim de voltar para Olóòdun, como na lenda precedente.  
 
Iemanjá no Novo Mundo  
Iemanjá é uma divindade muito popular no Brasil e em Cuba. Seu axé é assentado sobre pedras 
marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul.  O sábado é o dia da semana que lhe é 
consagrado, juntamente com outras divindades femini nas. Seus adeptos usam colares de contas de 
vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro. Fazem-se oferendas de carneiro, pato e 
pratos preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola.  
 
Diz-se na Bahia que há sete Iemanjás:  
Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;  
Iamassê, mãe de Xangô;  
Euá (Yewa), rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn e que freqüentemente é confundido com 
Iemanjá em certas lendas;  
Olossá, a lagoa africana na qual deságuam os rios.  
Iemanjá Ogunté, casada com Ogum Alagbedé.  
Iemanjá Assabá, ela é manca e está sempre fiando algodão.  
Iemanjá Assessu, muito voluntariosa e respeitável.  
Em Cuba, Lydia Cabrera dá sete nomes igualmente, es pecificando bem que apenas uma Iemanjá 
existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.  
 
ARQUÉTIPO  
Tomamos emprestada a descrição do arquétipo de Iema njá a Lydia Cabrera, sua filha, certamente a 
mais competente de todas aquelas que nos foi dado o prazer de conhecer: "As filhas de Iemanjá são 
voluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm o 
sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que 
lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofen sa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. 
Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do 
luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as 
possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto".  
 
 
 
ESSABAS DE IEMONJÁ:  
 
Oriri 
 
Manjericão 
 
Rama de leite - Obô 
 
Macaçá 
 
Folha de colônia 
 
Folha da costa – Odun-dun 
 
Pata de vaca (beira de rio) 
 
Umbaúba 
 
Erva de São João (mestrato) 
 
Bredo sem espinho – Teté 
 
Alfavaquinha – Orim-rim 
 
Malva branca – Efin 
 
Golfo-branco – Omin-ojú 
 
Jarrinha – Jacomijé 
 
Folha de bicho – Ibin 
 
Capeba – Já 
 
Beti-cheiroso – Obayá 
 

Folha de loko – Iróko 
 
Folha de neve branca, cana-do-brejo – Tinin 
 
Golfo de baronesa – Ereximominpala 
 
Canela de macaco – Teterégun 
 
Parietária – Monam 
 
Cajá – Jamin 
 
YEMO JÁ  
AGUAPÉ; ÁGUA DE LEVANTE; ALFAVAQUINHA; ALTÉIA; UNHA  DE VACA; 
UMBAÚBA; SALSA DA PRAIA; PATA DE VACA; PAPO DE PERU ; MUSGO 
MARINHO; MARICOTINHA; JASMIM; ERVA DE SANTA LUZIA;  DANDÁ DO 
BREJO; CONDESSA; CAMÉLIA; ARASSÁ DA PRAIA; BREDO SE M 
ESPINHO; CANA DO BREJO; CANELA DE MACACO; CAPEBA; C OLONIA; 
ERVA PRATA; FOLHA DA COSTA; FOLHA DE BICHO; GRAVIOL A; 
JARRINHA; LÁGRIMA DE NOSSA SENHORA; MACAÇA; MÃE BOA ; MALVA 
BRANCA; PARIETÁRIA; RAMA DE LEITE; TAIOBA BRANCA; O XIBATA; 
ERVA SÃO JOÃO     
 
 
 
 
 
 
 
YEMANJA 
Locais de 
maior vibração 
dos orixás 
praias 
As cores e 
flores que são 
regidas pelos 
orixás: 
Branca (Palmas e Rosas) 
As bebidas que 
são regidas 
pelos orixás: 
Champanhe branca 
Frutos e Frutas 
Mamão. 
Algumas das 
comidas mais 
comuns 
oferecidas aos 
Orixás: 
Arroz cozido com fatias de coco regado com mel.] 
Mencionaremos 
aqui as ervas 
mais 
conhecidas no 
Rio de Janeiro:  Erva da Lua, Alfazema, Colônia, pétalas de rosas brancas. 

Os Orixás 
normalmente 
trazem em 
seus filhos 
suas 
características 
físicas e de 
caráter. Assim 
podemos dizer 
que os filhos 
de: 
São pessoas facilmente irritáveis, generosas até certo ponto, de 
tendência maternal e amantes da solidão. 
Os Orixás têm 
suas 
preferências 
também 
quanto aos 
metais.  A prata. 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda  15 de agosto. 
 
 
LENDA DE YEMONJÁ  
Yemonjá, grande orixá das águas, era filha de Olokun, o senhor dos oceanos. Era possuidora de um 
grande instinto maternal, que fez dela mãe de dez filhos. Embora casada, não tinha grande apego por 
seu marido. Às vezes, pensava em deixá-lo, mas ele era um homem muito importante e poderoso, e 
não permitiria tal desonra. Yemonjá também pensava  no bem-estar de seus filhos, não podendo deixá-
los desamparados. 
Seu marido usava o poder com tirania, inclusive com sua família, tornando a vida dela insuportável. Ela 
não agüentava mais se submeter aos caprichos de um  homem que ela desprezava. 
Ela procurou seu pai para aconselhar-se sobre a atitude que deveria tomar. No fundo, ela já estava 
decidida a fugir, mas precisava de seu apoio. Olokun não a recriminou, pois ela era uma soberana e, 
como tal, não poderia aceitar o jugo de ninguém. Ele, então, deu à sua filha uma cabaça com 
encantamentos, para que ela usasse quando estivesse  em perigo. 
Yemonjá colocou seu plano em prática, fugindo com todos os seus filhos. 
Quando ela já estava bem longe de sua aldeia, viu que estava sendo perseguida pelo exército de seu 
marido. Pensou em enfrentá-los, mas eles eram muito s e seria uma luta desleal. Yemonjá odeia os 
confrontos, pela destruição que causam, já que é um orixá propagador de vida. 
Quando se sentiu acuada, resolveu abrir a cabaça e pedir socorro ao seu pai. Do seu interior escoou 
um líquido escuro, que, ao tocar o chão, imediatamente formou um rio, que corria em direção ao 
oceano. 
Foi nessas águas que Yemonjá e seu povo encontraram u m caminho para a liberdade. 
 
 
OXUMARÉ: 
 
  Oxumaré (serpente, arco-íris) é a servidora de Xan gô e o seu trabalho é o de recolher as águas 
caídas sobre a Terra durante as chuvas. 
 
  É a manifestação do conflito natural, é a manifest ação do conflito e da união (DÃ). 
 

  Tem sua representação na pororoca, junto com Iemon já e Oxum, e no 
arco-íris. É o Orixá da riqueza. 
 
 
PERSONALIDADE: temperamento desconfiado, falsos, re traídos quando é conveniente, observadores, 
alegres, trazem a transformação a beleza e a fartura, com o sucesso tornam-se generosas. 
 
PAÓ: Igual a Oxum. 
 
SAUDAÇÃO: “Arrobobôia, Tiuaraça Bessém!”. 
 
DIA: Sábado. 
 
CORES: Verde e amarelo, além das que compõe o arco- íris. 
 
ANIMAIS: Bode, cabra, frangos e galinha d`angola. 
 
Oxumaré ou Oxumarê, é a energia das cores, da luz do sol após as chuvas, o arco-íris, e por isso 
mesmo associado às serpentes, que sao muito coloridas e poderosas. 
Conta o mito que apesar de tudo que houvera com Oba luaiê, Nanã e Oxalá tiveram outro filho. Este era 
Oxumarê. Contudo, como novamente eles haviam desobe decido os preceitos de Orunmilá, Oxumarê 
nasceu sem braços e sem pernas, com a forma da serp ente, rastejando pelo terra, e ao mesmo tempo 
de homem. Mais uma vez decepcionada, Nanã abandonou  Oxumarê.  
Oxumarê entretanto possuía grande capacidade adapta tiva e, mesmo sem membros para locomover-
se, aprendeu a subir em árvores, a caçar para comer, a colher as batatas doces de que tanto gostava, 
a nadar e possuía imensa astúcia e inteligência. 
Orunmilá, o deus da adivinhação do futuro admirando-se e apiedando-se dele tornou-o um orixá belo, 
de sete cores de luz, encarregando-o de levar e trazer as águas do céu para o palácio de Xangô. É 
Oxumarê portanto quem traz as águas da chuva e é a  ele que se pede que chova. 
Como seu percurso era longo, Oxalá, seu pai, fez com que ele tomasse a forma do arco-íris quando 
tivesse esta missão a realizar. Com as águas da chuva, Oxumarê traz as riquezas ao homens ou a 
pobreza. Oxumarê vive com sua irmã Ewá no fim do ar co-íris. 
Número: 10 
Cor: as do arco-íris 
Dia da semana: quinta-feira 
Símbolo: Dã. (ma serpente enrolada numa árvore, sim bolizando o poder da adaptação) 
Comida: batata doce 
Saudação: Arroboboi Oxumarê! 
 
OXUMARÉ ("aquele que se desloca com a chuva e retém  o fogo nos seus punhos" ) 
Orixá andrógino, cuja função principal é a de dirigir as forças que produzem movimento, ação e 
transformação. Por ser bissexual, tem uma natureza dupla; é representado na mitologia daomeana por 
uma cobra e o arco-íris, que significam a renovação e a substituição. 
Durante seis meses é masculino, representado pelo arco-íris e tem como incumbência levar as águas 
da cachoeira para o reino de Oxalá no Orum (céu). Nos outros seis meses, Oxumaré assume a forma 
feminina, e nessa fase, seria uma cobra que vez ou outra se transforma em uma linda deusa chamada 
Bessém. 
A dualidade de Oxumaré faz com que ele carregue tod os os opostos e antônimos básicos dentro de si: 
bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amarg o. 
Como uma cobra, morde a própria cauda formando o sí mbolo ocidental do Orobóros, gerando um 
movimento circular contínuo que representaria a rotação da Terra e próprio movimento incessante dos 
corpos celestes no espaço. Nas lendas, aparece sempre como filho de Nanã e Oxalá. 
No Brasil, seus iniciados usam o brajá, um longo colar de búzios trabalhados de maneira a parecerem 
as escamas de uma serpente. Durante sua dança, o ia ô aponta os dedos para cima e para baixo, 
alternadamente indicando os poderes do céu e da terra. Em algumas regiões é cultuado como deus da 
riqueza, simbolizado por uma grande cunha entre seus apetrechos de culto. 
Oxumaré está presente nas negociações, no pagamento  das contas, no recebimento de um prêmio, na 
compra, nos negócios envolvendo gastos, lucros e despesas. Está presente nos bancos, nas 
financeiras, enfim, nos lugares em que se manuseia dinheiro  
 
É o Orixá da riqueza (material e espiritual). Está associado ao ciclo vital, símbolo de continuidade da 
vida. É representado por uma serpente, que, rastejando sobre a Terra, desenhou vales e rios. 

É o Orixá que controla e regula os movimentos celestes. Simboliza a atividade, a continuidade e a 
permanência. Sua comunicação com os homens é expres sa pelo arco-íris, o que revela as suas 
múltiplas funções. Leva água dos mares, transformando-a em chuva, trazendo o raio e o trovão à 
Terra, garantindo a fertilidade e o crescimento dos elementos da natureza. Por isso se diz: Àróbò vo yi! 
Aquele que vai, dá a volta e continua!  
Oxumaré, na cultura yorubá é filho de Nana e Oxalá, entre os africanos que trouxeram este culto para 
o Brasil, Oxumaré é Rei da Nação Jeje, onde recebe o nome de DAN, BESEN ou DANGBÉ. Por se Orixá 
da continuidade, tem como representação uma serpent e engolindo o próprio rabo. 
Oxumaré, por estar ligado a terra e as águas, já que reside nas profundezas do oceano, é o dono das 
riquezas escondidas nas florestas, nas entranhas da terra e nos fundos dos mares. É também dono das 
pedras preciosas, do ouro, do coral, do sègi, que vem a ser os excrementos que deixa no mundo.  
 
Oxumaré é o Orixá de todas as coisas compridas: das extensas palmeiras e do cordão umbilical (que 
deve ser enterrado aos pés da palmeira para assegurar vida longa e próspera ao recém-nascido). Uma 
das características dos filhos de Oxumaré, são pessoas que tendem à renovação e à mudança. 
Periodicamente mudam tudo em sua vida (de maneira r adical): mudam de casa, de amigos, de 
religião, de emprego; vivem rompendo com o passado  e buscando novas alternativas para o futuro, 
para cumprir seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes. 
São magras como a cobra, possuem olhos atentos, sal ientes, difíceis de encarar, mas não enxergam, 
se prendem a valores materiais, ostentando riquezas; são orgulhosas, exibicionistas, mas também 
generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém. 
QUALIDADES 
KETU 
EFERIN: Vem ao barracão com ade em palha da costa,  com as 7 cores do arco-íris, usa também uma 
couraça de metal, de várias cores e duas serpentes em estanho. 
EBASUN: Ao lado de Obaluaê, tendo na mão direita um a cobra e na esquerda um espadim, como o 
desenho abaixo:  
 
Obs: Esta qualidade é assentada fora de casa. 
EJO: É feita fora de casa, é terrível 
KAFORIDAN: É velho, pai de Dan (A serpente encantad a) e está ligado a fertilidade 
JEJE 
DAN: Vodun velho 
BESE: Rei do Jeje – fêmea 
DANCILÉ:  
DANBAGLÁ: Cultuado também no Haiti, está ligado a b ruxaria 
DANGBÉ: Se veste de branco, come cabritos brancos,  usa 2 cobras imersas no azeite de dendê/azeite 
doce. É macho 
AYDOWEDO: É fêmea 
COR: Verde, amarelo, preto e amarelo, Jeje: preto, amarelo com sègi 
COMIDA: Isu(inhame), batata doce, egbo bem mole, ac açá, omolocun (ovos cozidos, cortados em 
rodelas e fritas no azeite doce), acarajé, folha de mostarda frita no azeite de dendê com camarão seco, 
pipoca, quiabo, banana da terra frita no azeite de dendê, feijão fradinho, feijão preto, egbo, camarão 
seco, azeite de dendê e azeite doce, farofa de ovos, sai como ebó: salada de frutas com mel, pipoca no 
azeite doce e dendê 
DIA DA SEMANA: Terça-feira 
DATA: 24 de agosto 
FOLHAS: 
Iroko Pente de Oxumaré 
Parietária Mutamba  
taioba Golfo redondo de Nanã 
Mariazinha 
BEBIDAS: Aluá, água 
ILEKÉ: Brajá ou Barajá 
METAL: Estanho, bronze, ferro 
PARTE DO CORPO: Espinha dorsal, sistema nervoso e s istema neurovegetativo 
SÍMBOLOS: Ojá em forma de serpente, 2 ibiri em form a de cobra, 2 cobras em estanho, usadas nas 
mãos 
SACERDOTE: Podem ocupar qualquer cargo 
TOQUE: Bravun, Opanijé, Avania, Dahomé 
SAUDAÇÃO: ARO BO BOI ou ARO MO BOI 
 

Oxumaré era, antigamente, um adivinho (babalaô). O  adivinho do rei Oni. Sua única ocupação era ir ao 
palácio real no dia do segredo; dia que dá início à semana, de quatro dias, dos iorubás. O rei Oni não 
era um rei generoso. Ele dava apenas, a cada semana , uma quantia irrisória a Oxumaré que, por essa 
razão vivia na miséria com sua família. 
O pai de Oxumaré tinha um belo apelido. Chamavam-no  "o proprietário do chale de cores brilhantes". 
Mas tal como seu filho, ele não tinha poder. As pessoas da cidade não o respeitavam. Oxumaré, 
magoado por esta triste situação, consultou Ifá. "como tornar-me rico, respeitado, conhecido e 
admiradopor todos?" Ifá o aconselhou a fazer oferendas. Ele disse-lhe que oferecesse uma faca de 
bronze, quatro pombos e quatro sacos de búzios da costa. 
No momento que Oxumaré fazia estas oferendas, o rei  mandou chama-lo. Oxumaré respondeu: "Pois 
não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia." O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumaré, 
recriminou-o e negligenciou, até, a remessa de seus pagamentos habituais. Entretanto, voltando à sua 
casa, Oxumaré recebeu um recado: Olokum, a rainha d e um país vizinho, desejava consultá-lo a 
respeito de seu filho que estava doente. Ele não podia manter-se de pé. Caía, rolava no chão e 
queimava-se nas cinzas do fogareiro. 
Oxumaré dirigiu-se à corte da rainha Olokum e consultou Ifá para ela. Todas as doenças da criança 
foram curadas. Olokum, encantada por este resultado, recompensou Oxumaré. Ela ofereceu-lhe uma 
roupa azul, feita de rico tecido. Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo, sobre o qual 
Oxumaré retornou à sua casa em grande estilo. Um es cravo fazia rodopiar um guarda sol sobre sua 
cabeça e músicoa cantavam seus louvores. 
Oxumaré foi, assim, saudar o rei. O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe: "Oh! De onde vieste? De onde 
sairam todas estas riquezas?" Oxumaré respondeu-lhe  que a rainha Olokum o havia consultado. "Ah! 
Foi então Olokum que fez tudo isto por voce!" Estimulado pela rivalidade, o rei Oni ofereceu a Oxumaré 
uma roupa do mais belo vermelho, acompanhada de mui tos outros presentes. Oxumaré tornou-se, 
assim, rico e respeitado. Oxumaré, entretanto, não era amigo de Chuva. Quando Chuva reunia as 
nuvens, Oxumaré agitava sua faca de bronze e a apon tava em direção ao céu, como se riscasse de um 
lado a outro. O arco-íris aparecia e Chuva fugia. Todos gritavam: "Oxumaré apareceu!" Oxumaré 
tornou-se, assim, muito célebre. Nesta época, Olodumaré, o deus supremo, aquele que estende a 
esteira real em casa e caminha na chuva, começou a sofrer da vista e nada mais enxergava. Ele 
mandou chamar Oxumaré e o mal dos seus olhos foram  curados. Depois disso, Olodumaré não deixou 
mais que Oxumaré retornasse a Terra. Desde esse dia , é no céu que ele mora e só tem permissão para 
visitar a Terra a cada três anos. É durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas." 
Oxumare é o arquétipo das pessoas que desejam ser r icas; das pessoas pacientes e perseverantes nos 
seus empreendimentos e que não medem sacríficios pa ra atingir seus objetivos. Suas tendências à 
duplicidade podem ser atribuídas à natureza andrógina de seu deus. Com o sucesso tornam-se 
facilmente orgulhosas e pomposas e gostam de demons trar sua grandeza recente. Não deixam de 
possuir certa generosidade e nçao se negam a estender a mão em socorro àqueles que dela 
necessitam. 
 
 
 
ESSABAS DE OXUMARÉ:  
 
Folha de café 
 
Oriri (alfavaquinha de cobra) 
 
Jibóia 
 
Folha de Iróko – Iróko 
 
Parietária, brotozinho – Monan 
 
Taioba – Bala 
 
Cajá – Jamin 
 
Pente de Òsúmaré – Aberê-ejó 
 
Mutamba – Aferê 
 
Rama de leite – Obô 
 
Golfo redondo do monam – Exibatá 
 
Jarrinha – Jacomijé 
 
Folha de neve branca, cana-de-brejo – Timim 
 
Mariazinha – Peculé 
 
Papinho-de-peru – Tolu-tolu
 

ÒSÙMÀRÈ  
PENTE DE OXUMARÉ; MARIAZINHA; LÍNGUA DE VACA; INGAZ EIRO; 
MARÉ; GRAVIOLA; CAVALINHA; BATATA DOCE; ALTÉIA; 
ALCAPARREIRA; ANGELICÓ; CANA DO BREJO; COQUEIRO DE  VENUS; 
ERVA DE PASSARINHO; MUTAMBA; PARIETÁRIA; RAMA DE LE ITE; 
TAIOBA BRANCA; FOLHA DE CAFÉ; ORIRI; JIBOIA; DORMID EIRA  
 
 
LENDA DE OXUMARÉ (BESSÉM):  
 
 
  Oxumaré era jovem e dotado de muita inteligência. 
 
  Um certo dia Oloôkun, Senhor dos Oceanos, a procur ou para saber 
onde poderia encontrar pedras preciosas. Oxumaré pe nsou por alguns 
minutos, e disse à Oloôkun que se ele quisesse descobrir o local teria que 
lhe dar antes seis mil búzios. 
 
  Oloôkun deu-lhe os búzios e, logo em seguida, Oxum aré apontou para o mar, dizendo que antes 
de chegar ao fundo ele encontraria tais pedras preciosas. 
   
  Oloôkun deslumbrado com as pedras, além dos seis m il búzios, deu a Oxumaré a capacidade de 
se transformar em serpente e poder chegar ao céu com sua cabeça, com o rabo permanecendo na 
terra. 
 
  Oxumaré com tal poder, esticou-se toda e foi ao cé u consultar Olorum, levando consigo seis mil 
búzios. 
 
  Oxumaré chegando ao céu, reverenciou Olorum e pedi u que lhe desse a capacidade de dobrar 
tudo aquilo que possuía. Olorum aceitando seu pedido, dobrou os seis mil búzios em doze mil. 
 
  Retornando a Terra Oxumaré passou a atender à todo s os Orixás, pois detinha o poder de 
multiplicar as coisas,logo em seguida, transformou-se em conselheiro inseparável de Xangô. 
 
 
LENDAS DE OXUNMARE 
 
Oxunmare, filho de Nanan e Orixalá, recebeu de Olorun uma missão muito especial e importante 
para dar continuidade ao processo de criação e renovação da natureza. Sua tarefa consistia em 
carregar, dentro de suas cabaças, toda água da Terra de volta para o céu. Era uma tarefa árdua e 
interminável, pois, nem bem ele enchia as nuvens, a água já começava a escorrer, molhando tudo 
novamente. 
 
Ele não tinha tempo a perder, mas, numa dessas viagens, parou para olhar a Terra e viu um 
imenso lugar, onde tudo era extraído da lama. Estava faltando alguma coisa para dar mais alegria ao 
lugar. 
 
O próprio Oxunmare já tinha colocado em movimento t odos os seres criados, como Olorun havia 
ordenado, mas ainda não bastava, tudo parecia muito igual e sem vibração. 
 
Ele resolveu, então, pedir a Deus que o ajudasse a encontrar uma maneira de trazer mais 
felicidade para a Terra, e Olorun concedeu a ele a realização desse desejo. 
 
Quando estava carregando água, sem querer, deixou c air algumas gotas pelo caminho. De 
repente, formou-se um arco colorido, de uma beleza incrível. 
 
Aquele arco mostrava as cores do universo, e, através dele e de suas infinitas combinações, 
Oxunmare poderia colorir toda a Terra com diversos matizes, tornando-a mais alegre e vibrante. 
 
A partir de então, formou-se uma aliança entre Deus (Olorun) e os seres criados, que sempre 
poderia ser vista quando as águas do céu encontrassem a luz do sol. 

 
O arco-íris tornou-se, também, símbolo desse Orixá, que gosta de movimento e harmonia em 
todas as coisas. 
 
 
XANGÔ: 
 
  É a manifestação da justiça, da força e do poder.  Sua 
representação se dá através do trovão e do fogo. 
 
  Este Orixá é o rei de Oyó, região da África onde s eu culto é 
bastante acentuado. 
 
  Oloôkun o encarregou de julgar os homens. Esta div indade não 
Aceita injustiças. 
 
  Por ser considerado Rei, dono de muitas riquezas,  recorre-se freqüentemente à ele pedindo-se 
prosperidade. 
 
 
PAÓ: comum, seguindo-se de adobale. 
 
SÍMBOLO: É o machado de duas lâminas, trás na mão t ambém o xerê, instrumento musical, usado 
somente pelos filhos desse Orixá. 
 
COR: Marrom, vermelho e branco. 
 
METAL: Cobre. 
 
DIA: Quarta-feira. 
 
FILIAÇÃO: Oranmian e Yamase. 
 
SAUDAÇÃO: “Kawô Kabiêcilê, Obá nixé Kawô!”. 
 
ANIMAIS: Galo, bode, carneiro e cágado (àjapá). 
 
 
QUALIDADES: 
 
Dadá 
 
Agodô 
 
Airá Intilé 
 
Airá Igbonan 
 
Airá Adjolos 
 
Oba Kossô 
 
Jakutá 
 
QUALIDADES DE XANGÔ:  
 
1. Dadá  
2. Afonjá  
3. Lubé  
4. Ogodo  
5. Koso  
6. Jakuta  
7. Aganju  
8. Baru  
9. Oloroke  
10. Airá Intile  
11. Airá Igbonam  
12. Airá Mofe ou Adjaos 
 
 
Xangô, em seu avatar Ayrá é a força representada pelo som do Trovão, e no avatar Aganju, é a terra 
firme. É um orixá que representa o poder em todas as suas dimensões: da riqueza, da sedução, da 
justiça, da força física, da inteligência. É irmão de Ogum por parte de mãe e também de Oxóssi, sendo 
um filho mais caseiro e próximo de Iemanjá.  
Xangô Aganju, a terra firme, apaixonou-se por sua mãe Iemanjá, o mar, perseguindo-a por longo 
tempo até que ela, cansada, caiu e Aganju a possuiu. Deste incesto nasceram outros orixás, filhos de 
Iemanjá e Aganju, entre eles os Ibejis. 

Xangô era extremamente mulherengo e competitivo, te ndo roubado as mulheres favoritas de seus dois 
irmãos, às quais seduziu com sua beleza, inteligência e poder, pois ele reinou sobre todos sobre todas 
as terras e teve como esposas Oxum, a deusa do amor  e da beleza, roubada de Oxóssi, o deus das 
matas, e Iansã, a sensual deusa dos ventos e tempestades, roubada de seu irmão Ogum, o deus da 
guerra. Ele manteve sempre três esposas, sendo a terceira delas a poderosa Obá, guerreira forte, a 
única a enfrentar Ogum numa luta física (perdendo, embora, a luta) e senhora dos segredos da 
cozinha, aos quais Xangô não resistiu, embora Obá não fosse uma mulher bonita. 
Em suas lutas Xangô conta sempre com a vidência e m agia da deusa dos rios, Oxum, com a coragem e 
impetuosidade de Iansã e com a força bruta de Obá. Xangô mora num palácio nos céus, onde prepara 
as chuvas para sua mãe Iemanjá  
Xangô tem poderes secretos, e seu machado bipene é  o portador de sua justiça. O barulho dos trovões 
é o machado de Xangô caindo do céu para fazer justiça. 
Cor: vermelho/branco. 
Número: 12 
Dia da semana: quarta-feira 
Símbolo: Oxé (machado de dois cortes)  
Comida: amalá (quiabo moído). 
Saudação: Kaô Kabiecilê, Xangô! 
 
XANGÔ ("aquele que se destaca pela força e revela seus segredos")    
Talvez estejamos diante do orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro 
deus iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras. É portanto, o principal tronco dos 
candomblés do Brasil. 
No aspecto histórico xangô teria sido o terceiro Aláàfin Òyó, filho de Oranian e Torosi; no seu aspecto 
divino, permanece filho de Oranian, divinizado, porém tendo Yamase como mãe e três divindades como 
esposas: Oiá, Oxum e Obá.. 
Xangô é o rei das pedreiras, senhor dos raios e do trovão, pai da justiça e o orixá que gera o poder da 
política. Guerreiro, bravo e conquistador, Xangô também é conhecido como o orixá mais vaidoso entre 
os deuses masculinos africanos. É monarca por natureza e chamado pelo termo Obá, que significa rei. 
E é o orixá que reina em Oyó, na Nigéria, antiga capital política daquele país. 
No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, 
associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera 
habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral. 
Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão 
pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também o 
sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado "sangue 
azul", o poder de liderança. 
Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo 
rei é mais importante que o medo. 
Este, que apesar de grande guerreiro, justo e conquistador, detesta doenças, a morte e aquilo que já 
morreu. Xangô é avesso a eguns (espíritos desencarnados). Admite-se até que ele é uma espécie de 
imã de eguns, daí sua aversão a eles. 
Xangô costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte 
destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas. 
 
XANGO 
 
Deus do trovão, irmão mais novo de Xangó Ajaká, foi o quarto Alafin de Oyó. Viveu em 1450 antes de 
cristo com o nome de Olofiran. 
Foi o maior conqistador e possuia o poder de provocar raios e relâmpagos. Foi marido de sua prima 
Oya. Enforcou-se na colina de  
Kosso em Oyó, onde hoje existe o palácio real de Alafin; reinou por 14 anos. Foi o mais poderoso e 
mais forte de tôdos Alafins. 
Para os africanos êle reúne em sua figura mística três importantes divindades, que sâo: 
 
JACUTÁ 
 
É aquele que atira pedras, é a encarnação dos raios e t rovões. É a própria ira de Olorun( 
Deus criador). 
 
ORANFÉ 
 

É o justiceiro, reto e impiedoso, que mora na cidade  de Ifé 
 
TAPÁ 
É muito conhecido por seu temperamento imperioso e vir íl. Não perdoa os erros de seus 
filhos. 
 
Xangó usa um machado de duas lâminas, chamado Oxé, dado  por Ogun e na mão o Xére, que 
é feito de umacabaça alongada com  
pequenos grãos de areia dentro, que ao ser agitada produz  um ruído semelhante ao da 
chuva. Os Edun Ará (pedras de raio ) são colocadas nu ma gamela redonda, em cima do Odó 
(pilão de duas bocas), em seus altares sagrados. Usa  também uma bolsa de couro, ornada 
com búzios, que usa a tiracolo, guardando ali suas pe dras de fogo, num total de 12, 
representando seus 12 ministros, que lança na terra du rante as tempestades e contra seus 
inimigos nas batalhas. Usa ainda uma corôa ornada de búz ios. 
Xangó como todos os reis e chefes de estado, traz consi go os seus conselheiros, os homens 
que o ajudam a governar e que recebem uma designa: os do  lado direito: Otún Obá e do lado 
esquerdo: Oci Obá. 
 
Os Obás da direita não seguram o Xere, porém tem direit o a voz e voto, os da esquerda 
seguram o Xere é só tem direito a voto.  
 
 
 
OS SEIS OBÁS DA DIREITA SÃO 
 
Obá Abi Odun 
Obá Yirè 
Obá Arolu  
Obá Telá 
Obá Otopi 
Obá Kankufó 
 
OS SEIS OBÁS DA ESQUERDA SÃO 
 
Obá Onoxokun 
Obá Aressá 
Obá Elerin 
Obá Onikoin 
Obá Olubon 
Obá Xorun  
 
Após o desaparecimento de Xango, seus sacerdotes reunira m-se com a finalidade de 
perpertuarem a memória de seu rei e, num culto secret o e religioso, criaram o culto dos 
Obás de Xango. 
 
Ele é o Deus da justiça, das pedreiras e do trovão 
 
 
QUALIDADES 
 
AGANJÚ 
 
Quer dizer terra firme. Tem perna de pau e é casado com  Yemanjá. È o filho mais novo de 
Orannian e o preferido, herdou sua fortuna. É o mais  cruel é aquêle que leva o coração do 
inimigo na ponta da lança. É o Xango amaldiçoado que mato u e comeu á róía mãe. 
 
BARÚ 
 
Pega tempo e come com Exú. Dependendo da época este Ori xá ora é barú ora é Yroko. Tem 
caminhos com Oyá Topé. Não come quiabo nem amalá, com e amendoim cozido e padê. Na 
Africa ele é chamado de maluco, pois, durante seu reina do fez muita besteira, motivo pelo 
qual os africanos não o raspam nem assentam. Não faz ia prisioneiros, matava a todos. 

Veste-se de marrom e branco e suas contas são iguai s a roupa. Toca se para Exú e Xango.  
Barú era muito destemido, mas quando comia quiabo, que e le comia gostava muito, dormia 
o tempo todo e por isso perdeu muitas contendas, pois  quando acordava seus adversários já 
tinham voltado da guerra. Ele ficava indiguinado. Entã o resolveu consultar um Oluó que lhe 
disse: Se é assim deixe de comer quiabo. Barú perguntou:  me diz o que comerei no lugar do 
quiabo...Só folhas...Só folhas? perguntou barú -Sim! r espondeu o Oluó. Tem duas 
qualidades, uma se cha oió e a outra xaná, são boas e  gostosas como o quiabo. E Barú falou: 
-A partir de hoje, eu não comerei mas quiabo.  
 
BADÉ 
 
É o mai jovem Vodun da família do raio (cujo chefe é  Keviosso ), corresponde a Xango jovem 
dos nagô. É irmão de Loko. Usa roupa azul com faixa ata da atrás. Não fuma, não bebe, não 
fala. Um de seus animais prediletos é o chicharro.  
 
OBAKOSSO 
 
Perdeu os poderes mágicos de transportá-se da terra para  o céu, enforcando-se num pé de 
obi. Tem fundamentos com Exú, Eguse Oyá, devido a sua morte.  
 
AGODÔ 
 
Muito ruim, brutal, inclinado a dar ordens e ser obedec ido, foi êle que raptou Obá. Come com 
Yemonjá. 
 
AFONJÁ 
 
É o dono do talismã mágico dado por Oyá a mando de Obatalá . É aquele que fulmina seus 
inimigos com o raio. Come com Yemonjá, sua mãe.  
 
ALAFIN 
 
É o dono do palácio real,o governante de Oyó.Vem numa  parte de Oxalá e caminha com 
Oxaguian. 
 
OBÁ OLUBÉ 
 
muito orgulhoso,intratável e muito bruto. Come com OY á. 
 
OLO ROQUE 
 
Seria o pai de Oxun Opará. Tem fundamento com Oxossi. V este vermelho e branco ou 
marrom e branco.  
 
ALUFAN 
 
É idêntico a um Airá. Confundem -se ele com Oxalufan. Veste branco e suas ferrament as são 
prateadas. 
 
SUAS FOLHAS 
 
Bico de papagaio, chocalho de Xangõ, erva de São João,  inhame Acará, malva cheirosa, 
panacéia, para-raio, quiabeiro, tamarindeira,   
urucum, xiquexique etc.  
 
"Xangô é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por 
esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um 
raio é uma casa marcada pela cólera de xangô".  
Afonjá, Ogodô, Aganjú, Ayrá, Lubé, Ibarú  
 
ARQUÉTIPO 

O arquétipo de Xango é aquele das pessoas voluntariosas e enérgicas, altivas e concientes de sua 
importância real ou suposta. Das pessoas que podem ser grandes senhores, corteses, mas que não 
toleram a menor contradição, e, nesses casos, deixam-se possuir por crises de cólera, violentas e 
incontroláveis. Das pessoas sensíveis ao charme do sexo oposto e que se conduzem com tato e 
encanto no decurso das reuniões sociais, mas que podem perder o controle e ultrapassar os limites da 
decência. Enfim, o arquétipo de Xango é aquele das pessoas que possuem um elevado sentido da sua 
própria dignidade e das suas obrigações, o que as leva a se comportarem com um misto de severidade 
e benevolência, segundo o humor do momento, mas sab endo guardar, geralmente, um profundo e 
constante sentimento de justiça.  
 
 
 
ESSABAS DE XANÔ:  
 
Osigbatá 
 
Eucalipto 
 
Folha da costa – Odun-dun 
 
 
Folha da fortuna 
 
Folha de akoko 
 
Camboatá 
 
Hortelã (grosso) 
 
Manjerona 
 
Musgo de pedreira 
 
Erva de São João (mestrato) 
 
Bredo sem espinho – Teté 
 
Alfavaquinha - Orim-rim 
 
Jarrinha – Jacomijé 
 
Folha de mitamba – Bamba 
 
Folha de capitão – Alapá 
 
Folha de loko – Iróko 
 
Folha de caruru – Oicô 
 
Chocalho de xangô – Xére-obá 
 
Bicheiro – Oxé-obá 
 
Parietária – Monam 
 
Mutamba – Aferé 
 
Rama de leite – Obô 
 
Bico-de-papaguaio – Odidí 
 
Beti-cheiroso (macho e fêmea) – Obayá 
 
S ÀNGÓ  
XIQUEXIQUE; TAMARINDEIRO; SUSPIRO ROXO; ROMANZEIRO;  
QUIABEIRO; PESSEGUEIRO; PAU PEREIRA; PANACEIA; NOZ  MOSCADA; 
MUSGO DA PEDREIRA; MORANGUEIRO; MALVA CHEIROSA; LEI TEIRA; 
JAQUEIRA; INHAME ACARÁ; GAMELEIRA BRANCA; FEDEGOSO;  ERVA DE 
SÃO JOÃO; ERITRINA; CRISTA DE GALO; CHOCALHO DE CHA NGO; 
CASTANHA DO PARÁ; CAMPARÁ VERMELHO; BICO DE PAPAGAI O; BEIJO 
VERMELHO; AZEDINHA; AROEIRA BRANCA; ALUMÃ; ÁGUA DE  LEVANTE; 
ALFAVACA ROXA; ANGELICÓ; AROEIRA ROXA; BETE CHEIROS O; BREDO 
SEM ESPINHO; CANSAÇÃO; CAPEBA; CAVALINHA; ERVA GROS SA; ERVA 
PRATA; ERVA TOSTÃO; FOLHA DA COSTA; FOLHA DE BICHO;  FOLHA DA 
FORTUNA; FOLHA DE FOGO; MANJERICÃO; MELÃO DE SÃO CA ETANO; 
MULUNGU; MUTAMBA; NEGA MINA; PARA-RAIO; PARIETÁRIA;  
TAQUARAÇU; TAIOBA BRANCA; UMBAÚBA; URUCUN; VENCE DE MANDA; 
JARRINHA; CAMBOATA; HORTELàGROSSO; MANJERONA; MUSM O DE 
PEDREIRA; ERVA SÃO JOÃO; KITOKO  
 
  XANGO 

Locais de 
maior vibração 
dos orixás 
pedreiras, fendas 
As cores e 
flores que são 
regidas pelos 
orixás: 
Amarela e Roxa ( Palmas amarelas e Saudades roxas) 
As bebidas que 
são regidas 
pelos orixás: 
Cerveja Preta amarga 
Frutos e Frutas 
Abacaxi – Laranjas ácidas. 
Algumas das 
comidas mais 
comuns 
oferecidas aos 
Orixás: 
Rabada em pedaços com quiabos e carne de peito. – A jebó (quiabos em 
rodelas batidos na mão, com mel). – Angu (Fubá). 
Mencionaremos 
aqui as ervas 
mais 
conhecidas no 
Rio de Janeiro: 
Quebra pedra, Pára-Raio, Manjericão Roxo, Alevante, Chapéu de Couro, 
Saião. 
Os Orixás 
normalmente 
trazem em 
seus filhos 
suas 
características 
físicas e de 
caráter. Assim 
podemos dizer 
que os filhos 
de: 
São pessoas com tendência à obesidade, bons “vivants”, ás vezes com 
tendência á libertinagem, reservadas. 

Os Orixás têm 
suas 
preferências 
também 
quanto aos 
metais.  O cobre. 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda  30 de setembro 
 
 
LENDA DE XANGÔ  
 
Xangô, quando viveu aqui na Terra, era um grande Ob á (rei), muito temido e respeitado. 
Gostava de exibir sua bela figura, pois era um homem muito vaidoso. Conquistou, ao longo de sua 
vida, muitas esposas, que disputavam um lugar em se u coração. 
Além disso, adorava mostrar seus poderes de feiticeiro, sempre experimentando sua força. 
Em certa ocasião, Xangô estava no alto de uma monta nha, testando seus poderes. Em altos brados, 
evocava os raios, desafiando essas forças poderosas. Sua voz era o próprio trovão, provocando um 
barulho ensurdecedor. Ninguém conseguia entender o  que Xangô pretendia com essa atitude, ficando 
ali por muito tempo, impaciente por não obter resposta. De repente, o céu se iluminou e os raios 
começaram a aparecer. As pessoas ficaram impression adas com a beleza daquele fenômeno, mas, ao 
mesmo tempo, estavam apavoradas, pois nunca tinham  visto nada parecido. 
Xangô, orgulhoso de seu extremo poder, ficou extasiado com o acontecimento. Não parava de 
proferir palavras de ordem, querendo que o espetáculo continuasse. Era realmente algo 
impressionante! 
Foi, então, que, do alto de sua vaidade, viu a situação fugir ao seu controle. Tentou voltar atrás, 
implorando aos céus que os raios, que cortavam a Terra como poderosas lanças, desaparecessem. Mas 
era impossível - a natureza havia sido desafiada, desencadeando forças incontroláveis! 
Xangô correu para sua aldeia, assustado com a destruição que provocara. 
Quando chegou perto do palácio, viu o erro que cometera. A destruição era total e, para piorar a 
situação, todos os seus descendentes haviam morrido. Ao ver que o rei estava muito perturbado, seu 
próprio povo tentou consolá-lo com a promessa de reconstruir a cidade, fazendo tudo voltar ao que era 
antes. Xangô, sem dar ouvidos a ninguém, foi embora  da cidade. 
Ele não suportou tanta dor e injustiça, retirando-se para um lugar afastado, para acabar com 
sua vida. O rei enforcou-se numa gameleira. 
Oyá, quando soube da morte de seu marido, chorou co piosamente, formando o rio Niger. Ela, 
que tinha conhecimento do reino dos eguns, foi até lá para trazer seu companheiro da morte, que veio 
envolto em panos brancos e com o rosto coberto por uma máscara de madeira, pois não podia ser 
reconhecido por Ikú, o Senhor da Morte. Xangô ressurge dos mortos, tornando-se um ser encantado. E 
foi assim que surgiu uma nova forma, ou qualidade, desse orixá, a qual chamamos Airá. Essa variação 
da essência de Xangô adotou, além do vermelho, a cor branca. 
Outra lenda nos dá conta que Xangô, com sua irresistível aparência, atraía muitas mulheres. Era 
muito vistoso, com seus cabelos trançados e os enfeites de cobre em seu corpo. Possuía muitas 
esposas, como Obá e Oxun. 
Oxun era a mais bela esposa de Xangô, muito mais va idosa do que ele, dispensando grande 
parte de seu tempo para enfeitar-se e, assim, poder agradar seu amado. 
Xangô apreciava muito sua companhia e o esforço que  fazia para fazê-lo feliz. 
Obá não tinha o mesmo tratamento, por isso, sentia-se rejeitada. Ela era muito possessiva em 
seus relacionamentos e não suportava mais essa situação. 
Oxun havia percebido que Obá a invejava e queria roubar-lhe o companheiro. Muito faceira e 
com ares de superioridade, começou a contar vantage ns para a rival, que fingia não se importar. Dizia 
que Xangô adorava um certo quitute preparado com um  ingrediente muito especial: um pedaço de 
orelha. 

Obá acreditou nela, pois, naquele momento, Oxun estava com um torço amarrado na cabeça. 
Embora parecesse estranho, devia ser tudo verdade, pois Xangô estava enfeitiçado por Oxun. 
Juntando muita coragem e determinação, Obá cortou f ora sua orelha para preparar o tal prato. 
Xangô chegou bem na hora e viu o sangue que escorri a da cabeça de Obá. Preocupado, quis 
saber o que havia acontecido com ela. Quando soube do acontecido, ficou enfurecido com Obá, por 
pensar em oferecer-lhe uma comida tão esquisita! 
Percebendo a mentira de Oxun, saiu furiosa à sua procura para ajustarem contas. 
Xangô separou as duas rivais, que se transformaram em rios. Obá foi embora desse reinado e 
nunca mais voltou. 
 
 
 
 
 
 
NANÃ: 
 
  Aqui mostra-se um outro lado de Nanã, que muitas v ezes é esquecido. Todos a conhecem como 
a senhora dos lagos, pântanos e da lama, deixando assim, de falar da sua participação na purificação 
astral. È considerada uma das Deusas mais antigas, por isso, responsável pela ordenação do Aiyê e do 
Orum. 
 
 
PERSONALIODADE: Dignidade, agem impensadamente, bra vas, gentis, quando a situação lhes 
favorece, ranzinzas, gostam de criança, exibicionistas, dengosas, educa os filhos com dengo,agem com 
segurança e majestade, são sábias, são lentas no cumprimento do seu dever e vivem sempre rodeadas 
de pessoas. 
 
FILIAÇÃO: A própria criação. 
 
PAÓ: 7 batidas de palmas lentas, na frente da esquerda para a direita, e as três de reverência, 
seguindo-se o adobale. 
 
SAUDAÇÃO: “Saluba Nanã-Buruquê!”. 
 
DIA: Sábado e Domingo 
 
Nanã é a lama primordial, o barro, a argila da qual sao feitos os homens. Dela saem seres perfeitos e 
imperfeitos, modelados por Oxalá e cuja cabeça é preparada pelo sensível Ajalá.  
Dizem os mitos que antes de criar o homem do barro, Oxalá tentou criá-lo de ar, de fogo, de água, 
pedra e madeira, mas em todos os casos havia dificuldades. O homem de ar esvanecia; não adquiria 
forma. O de fogo, consumia-se, o de pedra era inflexível e assim por diante. Foi então que Nanã se 
ofereceu a Oxalá, para que com ela criasse os homens, impondo, contudo, a condição de que quando 
estes morressem fossem devolvidos a ela. 
Sendo o barro, Nana está sempre no principio de tudo, relacionada ao aspecto da formação das 
questões humanas , de um indivíduo e sua essência. 
Ela é relacionada também , freqüentemente, aos abismos, tomando então o caráter do inconsciente, 
dos atavismos humanos. Nanã tanto pode trazer rique zas como miséria. Está relacionada, ainda, ao 
uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a  desenvolver cultura. Seja como for, Nanã é o 
princípio do ser humano físico. E assim é considerada a mais velha das iabás (orixás femininos). 
Dizem os mitos que nunca foi bonita. Sempre ranzinza, instável, sua aparência afastava os homens, 
que dela tinham medo.  
Nanã, teve dois filhos com Oxalá: Obaluaiê e Oxumarê (a terra e o arco-íris) e uma filha, Ewá, que 
teria nascido de uma relação entre Nanã e Oxóssi, ou ainda, entre Nanã e Orunmilá, conforme o mito.  
Como já vimos nos mitos de Obaluaiê e Oxumarê, ela  os gerou defeituosos, por ter quebrado uma 
interdição e mantido relações sexuais com Oxalá, marido de Iemanjá. Abandonou a ambos, que foram 
criados por outros orixás, e acabou sozinha quando Ewá, para fugir de um casamento que sua mãe lhe 
impingia, fugiu de casa para morar no horizonte entre o céu e o mar.  
Alguns mitos dizem que ela é também a mãe de Iansã,  os ventos, e que foi expulsa de casa para não 
matar sua mãe, a lama, ressecando-a. 
Nanã sempre esteve em demanda com Ogum, que amava m uito sua mãe Iemanjá, tomando partido 
desta na disputa que se estabeleceu entre elas pelo amor de Oxalá. 

Ogum muitas vezes tentou se apoderar dos territórios lamacentos de Nanã sem, no entanto, conseguir. 
Como diversão, Ogum gostava de provocar a orixá, qu e exigia de Oxalá que este fosse castigado, sem 
nunca ter conseguido, pois Ogum tinha fama de justo. Tantas vezes Ogum irritou Nanã que ela não 
recebe nenhuma oferenda feita ou cortada com objeto s de metal e mesmo o sacrifício de animais feito 
em sua homenagem deve ser feito com faca de madeira  ou coberta por um pano. 
Cor : roxo ou lilás 
Número: 15 
Comida: mostarda 
Símbolo: ibiri (conhecido como " vassoura de Nanã, um instrumento de palha com elementos mágicos 
dentro, semelhante ao usado por Obaluaiê, com a qua l Nana varre a terra) 
Dia da semana: segunda-feira 
Saudação: Saluba! 
 
NANà(originalmente Néné / Nana / Nanã)   
Nanã, chamada também Nanã Burucu, Nanã Buruquê, é d e origem Jeje, da região de Dassa Zumê e 
Savê, no Daomé, hoje conhecida como República de Be nin.  
A mais temida de todos os orixás, a mais respeitada, a mais velha, poderosa e séria. Está associada à 
maternidade. Teria o poder de dar a vida e forma aos seres humanos, por isso é também considerada 
orixá da fecundação e dos primórdios da criação. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada à 
terra, para onde somos levados), transcendência. 
Entre o mundo dos vivos e dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a 
morte. Sua regente: Nanã. Senhora e geradora da mor te (Iku). 
Seus cânticos são súplicas para que leve Iku para longe, para que a vida seja mantida. É a força da 
natureza que o homem mais teme. Ela é senhora da pa ssagem desta vida para outras, comandando o 
portal mágico, a passagem das dimensões. 
Nanã está presente nos lamaçais, pois nasceu do contato da água com a terra, formando a lama, 
dando origem a sua própria vida. Na África, é chamada de Iniê, e seus assentamentos são salpicados 
de vermelho. Ela é a chuva, a garoa, a tempestade. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu 
elemento; uma limpeza de grande força, uma homenage m a este grande orixá. 
Nanã é a mãe de Obaluaiê. Tratou sempre de si e de seu filho de forma nobre, nunca se metendo ou 
preocupando com o que as outras pessoas faziam da p rópria vida. Ogum travou batalha com Nanã pelo 
direito de passar por suas terras. Por ser um forte e valente guerreiro, não admitia em pedir licença a 
uma "velha" para entrar em seus domínios. Diante dos perigos do pântano e da ira de Nanã, foi 
obrigado a bater em retirada tendo que achar outro caminho,   longe das terras de Nanã. Esta, por sua 
vez, aboliu o uso de metais em suas terras. E até hoje, nada pode ser feito com lâmina de metal para 
ela 
 
NANàBURUQUÊ  
Nanã é a deusa da morte e seu culto não é popular no Brasil. Ainda hoje há temor, por parte de alguns 
sacerdotes, de iniciarem os Omo Nanã. Preferem iniciar seus filhos nos cultos de Omulú/Obaluaê e 
assentar Nanã, porém, a rigor, não se inicia homens no culto de nanã, por ser o órgão genital 
masculino o maior Exó de nana. 
Nanã acompanha seus mortos até a desintegração tota l e está sempre acompanhada de Egun, 
assemelhando-se, neste caso a Oya. 
Nanã é a mais velha das Iyagba, considerada “vovó” dos orixá. Não se usa faca de metal para Nanã. 
Segundo a lenda é mãe de Somponnon, Oxumaré, Obalua ê e Omolu. 
É um orixá bastante complexo. representa a memória  transcendental do ser humano e o acervo das 
reações pré-históricas de nossos antepassados. 
É uma divindade das águas paradas e dos pântanos. R esponsável pela matéria-prima (barro) que deu 
forma ao primeiro homem, participando, assim, da criação do mundo e dos seres. 
Nanã rege fisicamente o estômago, os intestinos, a memória e os pés. Temida por todos que conhecem 
os seus hábitos e costumes, é este orixá o representante da continuidade da exigência humana e, 
portanto, da morte. Por isso se diz: 
QUALIDADES  
BURUKU: A mais velha, verdadeira Deusa da Morta. Veste-se de branco, roxo ou lilás. 
TINELOKUN:  Mais nova, tem culto, quase extinto. 
IGBA: Seu assento é numa cabaça.  
IGBAIYN: A Dona da Terra. 
INANDILÉ: Associada a Oxumaré. 
KITI: Fundamento com Oxumaré. 
INSELE: Culto extinto. 
MAAPAN: 

IYAMIBASUN:  Culto extinto. 
COR: Branco/azul marinho, lilás ou roxo 
COMIDA: Aberem (milho torrado e pilado do qual é feito um fubá com açúcar ou mel), mugunzá 
DIA DA SEMANA:  Sábado 
DATA: 26 de julho 
FOLHAS: Bredo sem espinho  
Oxibata 
Erva passarinho 
E as demais folhas usadas no Culto aos Orixá 
Sálù bá Nana Burúku!  
Divindade que separa os espíritos  
Trevosos da morte! 
ILEKÉ: Principal é Brajá (1 búzio pra fora outro pra dentro) 
METAL: Bronze, estanho, ferro 
PARTES DO CORPO:  Protege a barriga, o útero, a parte genital feminina, protege as mulheres 
gestantes 
SÍMBOLOS: Ebiri ou ibiri 
TOQUE: Oponijé – mais lento 
SAUDAÇÃO:  Salugba Nanã 
 
 
ESSABAS: 
 
Ôriri 
 
Folha da costa – Odun-dun 
 
Capeba - Já 
 
Cana-do-brejo 
 
Manjericão 
 
Rama de leite - Obô 
 
Folha de mostarda 
 
Guaraná 
 
Papoula roxa 
 
Bredo sem espinho – Teté 
 
Alfavaquinha – Orim-rim 
 
Golfo redondo de manam – Exibatá 
 
Jarrinha – Jacomijé 
 
Erva de passarinho – Afoman 
 
Folha de neve branca, cana-do-brejo – Timim 
 
Parioba – Peculé 
 
Taioba – Bala 
 
Cajá – Jamin 
 
Mutamba – Aferé 
 
 
NÀNÁ  
RAMA DE LEITE; NÀNÁ; SAMAMBAIA; QUARESMA; MARIA PRE TA; 
MANACÁ; MACAÉ; FOLHA DA COSTA; CEDRINHO; BROTO DE B EIJÃO; 
ALFAVACA ROXA; ANGELIM; ASSA-PEIXE; AVENCA; BREDO S EM 
ESPINHO; CANA DO BREJO; CAPEBA; CIPRESTE; CRIZANTEM O; ERVA DE 
PASSARINHO; FOLHA DA FORTUNA; JARRINHA; LÍNGUA DE G ALINHA; 
MÃE BOA;  MELÃO DE SÃO CAETANO; MUTAMBA; RAMA DE LE ITE; 
TAIOBA BRANCA; TRAVESCÂNIA ( BROTO DE FEIJÃO PRETO  )    
 
  NANà
Locais de 
maior vibração 
dos orixás 
charcos, lamaçal de chuvas 
As cores e 
flores que são 
regidas pelos 
orixás: 
Rubra (Rosas rubras) 

As bebidas que 
são regidas 
pelos orixás: 
Champanhe branca 
Frutos e Frutas Melão 
Algumas das 
comidas mais 
comuns 
oferecidas aos 
Orixás: 
Berinjela cozida na água, regada com azeite doce. 
Mencionaremos 
aqui as ervas 
mais 
conhecidas no 
Rio de Janeiro: 
Colônia, Manacá, Folhas de Berinjela, pétalas de rosas vermelhas 
(rubras). 
Os Orixás 
normalmente 
trazem em 
seus filhos 
suas 
características 
físicas e de 
caráter. Assim 
podemos dizer 
que os filhos 
de: 
São pessoas de espírito velho, resmungonas e fechadas, falam pouco, 
um tanto quanto melancólicas e vingativas.  
Os Orixás têm 
suas 
preferências 
também 
quanto aos 
metais.  O ouro. 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda  26 de julho. 
 
 
 
QUALIDADES DE NANÃ: 
 
1.Ologbo  
2.Borokun  
3. Biodun  
4. Asainán  
5. Elegbe  
6. Susure 
 
 
LENDA DE NANÃ: 
 
 
  Ogum, impetuoso desbravador de caminhos, fora viaj ar em busca de conquistas e novas terras 
e ultrapassando a floresta viu um pântano. Ogum sabia que uma senhora morava lá e achou que seria 
fácil conquistar tal lugar, julgando que poderia tomar as terras de uma velha. 
 
  Ogum começou a atravessar o pântano, e logo aparec eu Nanã com sua vassoura e disse a 
Ogum que pedisse licença para passar, pois ali tinha dono. Ogum respondeu com mal-criação à Nanã: 
“Ogum não pede licença, toma! Ogum exige!”. 
 
  Nanã se irritou, começou à ordena-lo e Ogum tentou  acerta-la com sua lança, porém, Nanã 
invocou ao pântano e a lama que sugasse Ogum. Este  começou a ser puxado pelo pântano, teve que 
lutar muito para sobreviver e Nanã, enquanto isso, assistia com grande serenidade. 
 
  Ogum consegue se libertar, e Nanã o adverte: 
 

  “Não cobice as coisas dos outros. Nunca mais entre  sem pedir licença, aqui você não passa 
mais!”. 
 
   
 
LENDA DE NANÃ:  
 
Olorun enviou Nanan e Oxalá para viverem na Terra e criarem a humanidade.  Os dois foram 
dotados de grandes poderes para desempenharem essa  tarefa, mas somente Nanan tinha o domínio do 
reinado dos eguns, e guardava esses segredos, bem como o da geração da vida, em sua cabaça.  
Oxalá não se conformava com esta situação, queria poder compartilhar desses segredos. 
Tentava agradar sua companheira com oferendas para  convencê-la a revelar seu conhecimento. 
Nanan, sentindo-se feliz com as atitudes de Oxalá, decide mostrar-lhe egun, mas apenas ela era 
reconhecida nesse reinado. 
Certa vez, enquanto Nanan trabalhava com a lama, Ox alá, disfarçando-se com as roupas dela, 
foi visitar egun, sem lhe pedir autorização. 
Quando Nanan, sentiu a falta de Oxalá e de sua própria vestimenta, teve certeza de que ele 
havia invadido o seu reinado, atraiçoando-a gravemente.  Enfurecida com a descoberta, resolveu 
fechar a passagem do mundo proibido,  deixando Oxal á preso. 
Enquanto isso, Oxalá caminhava no reinado de Nanan,  tentando descobrir seus mistérios, mas 
apenas ela conseguia comunicar-se com os eguns. 
Egun, sempre envolto em seus panos coloridos, não tinha rosto, nem voz.  Oxalá, usando um 
pedaço de carvão, criou um rosto para ele, como já havia feito com os seres humanos, e, com seu 
sopro divino, abriu-lhe a fala.  Assim, ele conseguiu desvendar os segredos que tanto queria, mas, 
quando se deu conta, viu que não conseguia achar a saída. 
Nanan não sabia o que fazer, por isso fechou a passagem para mantê-lo preso até encontrar 
uma forma de castigá-lo. Contou a Olorun sobre a traição de Oxalá, que não aprovou a atitude de 
ambos.  Nanan errou ao revelar a Oxalá os segredos que o próprio Olorun lhe confiara.  Para castigá-
la, tomou o seu reinado e o entregou a Oxalá, pois ele desempenhara melhor a tarefa de zelar pelo 
eguns.  Oxalá também foi castigado, pois invadiu o domínio de um outro orixá.  Daquele dia em diante, 
Oxalá seria obrigado a usar as roupas brancas de Nanan, cobrindo o seu rosto com um chorão, que 
somente as iyabás usam.  
 
 
 
OBALUAÊ (REI DONO DA TERRA) 
 
OMULÚ (FILHO DO SENHOR) 
 
 
  Distinguiu-se aqui Obaluaê e Omulú, da seguinte fo rma: Obaluaê representa a força jovem, o 
início da vida; Omulú representa a força velha, ou seja, cansada pela vida. 
 
  O verdadeiro nome de Obaluaê ou Omulú é Xaponã ou  Sakpatá, mas dentro do culto não se 
pronuncia tal nome, pois provoca a ira do Orixá. 
 
  Deus da varíola e das doenças contagiosas, este Or ixá pune seus filhos sem piedade. 
 
  Todos os anos é realizado o Olubajé, no qual o Ori xá presencia a cerimônia dançando, enquanto 
os filhos comem suas oferendas. 
 
 
PERSONALIDADE: Masoquistas, vivem em movimento quan do estão tranqüilos ou tristes, inteligentes, 
ajudam àqueles que vão ao seu encontro, rancorosos e temperamentais. 
 
METAL: Ferro ou chumbo 
 
DIA: Segunda-feira 
 
COR: Todas 
 
ANIMAIS: Porco, galo e bode. 

 
PAÓ: 5 batidas de palma acima, 5 abaixo e as 3 de reverência, seguindo-se o adobale. 
 
FILIAÇÃO: Oxalá e Nanã. 
 
SAUDAÇÃO: “Atoto (para Obaluaê)” e “Ajuberu (para O mulú)”. 
 
OBS: Omulú traz vestimentas especiais, como o corpo  coberto de palha e roupas estampadas. Traz na 
mão direita um objeto denominado xaxará. 
 
Obaluaiê ou Omolu (os nomes se referem a fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou 
mais velho), é o energia que rege as pestes como a varíola, sarampo, catapora e outras doenças de 
pele. Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar. 
A aparência das coisas estranhas e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em 
geral. No aspecto positivo, ele rege a cura, através da morte e do renascimento.  
Diz o mito que Obaluiaê é filho de Nana (a lama primordial de que foram feitas as cabeças - oris- 
humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por 
ambos, já que Nana seduziu Oxalá mesmo sabendo que  lhe era interditado por ser ele o marido de 
Iemanjá.  
Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que a 
maré cheia o levasse. Iemanjá o encontrou quase mor to e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado 
com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes 
em todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas. 
Não se via de Obaluaiê senão suas pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Iemanjá 
e Oxalá como curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas, 
escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado , sempre sério e até mal-humorado. 
Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu  às pessoas de uma aldeia por onde passava que 
lhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustada s com o homem coberto desde a cabeça com 
palhas, expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada.  
Obaluaiê, triste e angustiado saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas. 
Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queim ou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, 
as crianças cheias de varíola, os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha 
amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca. 
Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido d os moradores do lugar e novamente entrou na 
aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o alimentaram e lhe deram de beber, 
rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê  disse que jamais negassem alimento e água a 
quem quer fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho. 
Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa do s orixás. Como não se sentia bem entrando 
numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa 
dos ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um 
belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de e nergia e virilidade E dançou com ele pela noite 
adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças e 
dos espíritos dos mortos, evitando desgraças aconteçam aos homens.  
Os iorubas acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser curado, mas 
principalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele terminou, sabendo recomeçar 
após um violento sofrimento. 
Obaluaiê rege também a força da terra (herdado de sua filiação a Nanã). A umidade dela (por suas 
adoção por Iemanjá) e as doenças das plantações. 
Numero: 13 
Cor: preto, vermelho e branco 
Símbolo: xaxará (um tubo de palha trançada com seme ntes mágicas e segredos dentro) 
Dia da semana: segunda-feira 
Comida: pipoca 
Saudação: Atotô! 
 
OBALUAIÊ ( "rei", "senhor da terra")     
Deus originário do Daomé. Obaluaiê é uma flexão dos termos Obá (rei) - Oluwô (senhor) - Ayiê (terra), 
"rei, senhor da terra". Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) - Oluwô (senhor) que 
quer dizer "filho e senhor". Obaluaiê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu, o mais 
velho, é o sábio, o feiticeiro,  guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência, significam a 
mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados  a mesma força da natureza. 

Obaluaiê é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças contagiosas ou 
não. É o rei da terra, do interior da terra, e é o orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha da Costa), 
porque para os humanos é proibido ver o seu rosto devido à deformação feita pela doença, e pelo 
respeito que devemos a esse poderosíssimo orixá. Está no funcionamento do organismo, na dor que 
sentimos pelo mau funcionamento dos órgãos, por um  corte, queimadura ou traumatismo. A ele 
devemos a nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias. 
Divide com Oia-Iansã a regência dos cemitérios, pois é o orixá que vem como emissário de Oxalá 
(princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado. É ele que vai mostrar o caminho, 
servir de guia para aquele espírito. Obaluaiê também é o senhor da terra e das camadas do seu 
interior, para onde vamos todos nós. Daí sua ligação com os mortos, pois é ele quem vai cuidar do 
corpo sem vida. Também conhecido como Xapanã. 
Obaluaiê está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está 
presente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege também o suor, a transpiração e seus 
efeitos. Rege aquele que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Está 
presente nos hospitais, casas de saúde, ambulatórios, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os 
mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde. É o 
orixá da misericórdia. Rege a má digestão, a congestão estomacal. Gera o ácido úrico e seus efeitos. 
Filho de Nanã, que o abandonou por ser doente, foi criado por Iemanjá. Orixá fundamentalmente Jeje, 
mas louvado em todas as nações por sua importância.  Conta-se que, abandonado por Nanã, foi 
cuidado por Iemanjá que o alimentava com pipoca sem  sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e 
passava azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e coceira.  
 
OMOLÚ- OBALUAIYÉ 
OBA + OLU + AIYE = OBALUAIYE 
REI + SENHOR + MUNDO = REI E SENHOR DO MUNDO 
OMO + OLU = OMOLU 
FILHO + SENHOR = FILHO DO SENHOR  
Orixás consagrados na África, onde há grandes endem ias e epidemias. São Deuses da desintegração, 
mostram as faces da existência e a vida, dizendo que todos nós temos princípio, meio e fim, daí a sua 
dança no OPANIJÉ mostrando o céu e a terra. Aqui, no Brasil, Omolu/Obaluae são velhos e decrépitos, 
contrapondo-se a concepção africana. Esses Orixás representam a transformação, estão ligados ao sol, 
ao acaso, a noite e o dia, ao princípio e o fim, ao movimento de rotação e translação da Terra e estão 
associados as endemias e epidemias.  
Tem como companheiros inseparáveis Ogún e Exú deven do por isso ser cultuado em lugar destinado a 
Exu, fato este que explica também ser sua morada as encruzilhadas. 
As doenças como: desinteria constante, infecção estomacal, perda vertiginosa dos cabelos, vômitos, 
erisipela, pústulas, furúnculos, escorbuto, inchaços, alguns problemas circulatórios, coceiras, sarampo, 
catapora, rubéola, lepra, coqueluche e alergias em geral são associadas a Omulu/Obaluaê. 
Coberto dos pés a cabeça, para esconder sua aparência esquálida e ferida, Omulu inspira medo em 
quem o vê. Uma espécie de varíola e das doenças e epidemias. Fechando e circunspecto, vive curvado 
por dores e tremores de febre. Usa como arma o Xaxa rá, um cetro adornado em contas e búzios que 
serve como captador de energias negativas. Limpando  almas e ambientes.  
Os raros filhos de Omulu são tensos, sábios e tristes. Costumam ser consultados para decisões 
importantes e, não raro, vivem solitários. Ocupam importantes cargos públicos e burocráticos, mas 
sentem que o bom humor não é seu forte. Omulu come  pipoca, feijão preto, milho e farofa com dendê, 
servido em folhas de mamona ou bananeira. Apesar de  intimamente ligado à morte, Omulu cura 
doenças, pois anda abarrotado de cabaças medicinais. 
O colar que o simboliza é o ladgiba, cujas contas são feitas de sementes existentes dentro da fruta do 
Igi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas. Usa também br adga, um colar longo de cauris. Obaluaê é o 
patrono dos cauris e do conjunto de 16 búzios, que reina do instrumento ao sistema oracular: o 
brendilogun, que lhe pertence.  
 
Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem. Oculta sob o saiote o 
mistério da morte e do renascimento (o mistério do gênesis). Ele é a própria terra que recebe nossos 
corpos para que vire pó.  
Obaluaê mede a riqueza com cântaros, mas o povo esq ueceu-se de sua riqueza e só se lembra dele 
como o Orixá da moléstia. 
A SUA FESTA “OLUBAJE”  
Diz a lenda que no princípio do mundo houve uma grandiosa festa em que todos os Orixás se fizeram 
representar com toda a sua corte, tudo engalanado muita alegria e muita gente presente ao evento. O 
candomblé prosseguia com muita empolgação e quando  chegou dentro do XIRE a hora de louvar a 
grande Yaba Nana Buruque do meio do povo saiu um Or ixá, um Vodu que caminhava todo tortinho e 

com dificuldade, entrou no barracão e com aquele jeito todo esquisito e foi dançar para sua Mãe Nana, 
acontece que por ser alejado, deformado seus passos eram trôpegos. 
Originando daí por parte dos outros Orixás uma verdadeira Xoxação criando o ridículo para aquele 
Orixá que acabara de chegar. Triste ele acabou de dançar para sua mãe e magoado com aquela falta 
de respeito e ele, antes de se retirar passou a mão em todas as suas chagas, soprou para cima de 
todos eles a varíola contagiante que deixou os Orixás naquele instante doentes e o candomblé acabou, 
e uma verdadeira praga foi disseminada e em todo o mundo principalmente em cima de quem 
compartilhou daquelas ofensas. 
Os Orixás em desespero foram procurar YFÁ o Deus da  adivinhação para que os orientassem sobre o 
que fazer para acabar com aquela epidemia, Yfá jogou o seu Opele Yfá e respondeu a eles que eles 
tinham agravado seriamente XAPANÃ, aquele velhinho  que tinha sido Xoxado naquele candomblé, 
quando resolveu dançar para sua Mãe Nana, e por isso eles estavam sendo seriamente castigados. E 
disse mais que eles deveriam fazer uma romaria à casa de Xapanã com todas as suas comidas votivas 
em suas cabeças e em círculo em volta de sua casa fossem depositando e entre cânticos e rezas, 
pedissem perdão a Xapanã. 
Xangô não levou Amalá, porém como era o dono de tod os os Cauris (búzios) deu-os de presente a 
Xapanã tornando-o rico muito rico e assim ele pedira também perdão a Xapanã. 
Os Orixás à medida que iam arriando as comidas votivas cantavam “OBUBAJE AJE- UMBO AYE 
AJEUMBO” todos em fila e Xapanã emocionado pegou su as flores o “deburu” e jogou em cima deles 
cantando a seguinte cantiga XAXARÁ BALEFUN AWO BALE  BALE e na medida em que iam caindo as 
flores D’Omolu em seus corpos as suas chagas e varíolas iam sumindo ficando bons totalmente. 
Essa e a história da festa linda D’obaluaê que traz em seu bojo o ensinamento de que não devemos 
debochar de ninguém. 
Por uma questão de sincretismo, no Brasil esta obrigação normalmente é realizada nos meses de 
agosto, ocasião que vemos nas ruas as Yaos com seus  tabuleiros na cabeça, visitando sete casas na 
chamada peregrinação até o dia do candomblé em suas  casas.  
QUALIDADES  
KETÚ:  
JAGUN: Quando vem ao barracão, é Oxaguiã quem o traz. 
AJAGUN: Essa qualidade é trazida ao barracão pelo Oxalufã. 
AYERAN: Sai, no barracão, com uma seta na mão esquerda e o  Xaxará na mão direita. 
INTOTO: Ligado a gameleira e aos antepassados, seu assentamento é feito no barro. 
ALAPAFUMO:  Encontra-se, seu culto, em extinção, seu deburu é feito na terra e depois amassado. 
ARAWE: Só come galos brancos. 
AJASE: Associado a Ogún e Oya, é guerreiro e usa dois xaxarás. 
SAPEKO: Veste-se de vermelho – palha da costa tinturada com osun ou urucum, calçolão ornado em 
búzios. 
AJUNSUN: Associado a Oxumaré e Orinsanlá, só come orogbo e no cuscuzeiro tem 7 setas e 2 cobras 
amarradas ao okutá. 
WARU-WARU:  Velho. 
AFOMAN: Nem sempre é reconhecido como qualidade. 
AKAVAN: Relacionados ao cemitério – culto em extinção. 
JEJE: 
SAKPATA: Saí, no barracão, com o KUMON (haste feita de bambu , ornada com búzios, crânio humano, 
untado com cera de abelha e palha da costa). Tem dois assentamentos, um é enterrado em frente a 
casa de Exu envolto em pano preto e vermelho, a cada 7 anos é renovado. Come ao meio dia, em céu 
aberto, além de quadrúpedes, come também camaleão c om crista. 
AWIMAJE: Quando saí no barracão, usa um Xaxará, como o dese nho descreve: 
AZOANI: Duas cabacinhas e 41 búzios no assentamento. 
BOZORAN: Acompanha Nana e Oxumaré. 
POSU (BOSUKO):  Usa máscara leonina e garras de bambu. 
ANGOLA: 
KAFUNJENESU: 
KAFUNJE: 
KAFUNJINÃ: 
BURUGUNÇO: 
EKITATI: 
KAVIUNGO:  
KANJANJA: 
COR: preto (preto/branco), vermelho (marrom/vermelho), branco (vermelho caboclo). 
COMIDA: -dogburu (para Sakpatá é no dendê). 
-Eko branco. 

-Acaçá. 
-Obi funfun. 
-Aberen. 
-Abará. 
-Acarajé. 
-Farofa de ori. 
-Latipá (folha de: mostrada, língua de vaca, espinafre, caruru, bredo St° Antonio, acrescentar: dendê, 
camarão seco e cebola ralada). 
-Miolo de boi com camarão seco e cebola ralada. 
-Mocotó. 
-Egbo. 
DIA DA SEMANA:  Segunda-feira. 
DATA: 13 ou 16 de agosto. 
FRUTAS: abacaxi, fruta-de-conde, graviola, abacate, gengibre. 
FOLHAS:  
Dandá da costa 
Canela de macaco 
 
Raiz de santa 
Folha de cambará 
 
Cordão de frade 
Vassourinha de relógio 
 
Saco-saco 
Mal-me-quer-bravo 
 
Alfavaquinha 
Folha de batata 
 
Crista de galo 
Folha de São Roque 
 
Carrapicho de boi 
Taioba 
 
Canela de velho 
Mil homens 
 
BEBIDAS: Aluá, água. 
ILEKÉ: Lagidibá (pode ser entremeado com terracota ou coral). 
METAL: Ferro/bronze. 
PARTE DO CORPO:  A pele e os pulmões. 
SÍMBOLO: -Aso Iko (Aze). 
-Xaxará (talos do dendezeiro, contas, palha da costa e couro). 
-Oko (lanças com setas). 
-Búzios. 
-Xaworo. 
-Igba. 
SACERDOTE:  
ASEGBA: Senhor do Igba (cargo masculino) 
ASOGBA: Cargo no Ile Axé Opo Afonjá. 
ASOGBANILE:  Concertador de cabaças. 
APOTUN: Zelador de Omolu, somente nos terreiros de Omolu. 
APOGAN: idem. 
CARGOS: Qualquer um, menos os relacionados a Xangô. 
TOQUE: Opanijé (mata-come) 
PRINCIPAL CERIMÔNIA:  OLUBAJÉ: Comidas na folha de mamona ou couve 
KOLEODO: Folhas de trepadeira maceradas, no pilão, com epo pipa, são passadas no corpo da pessoa 
ao meio dia. 
SAUDAÇÃO: A TO TO 
A TO TO (pedido de silêncio) 

 
Xapanã nasceu em Empê, no território Tapá, também c hamado, Nupê.  
Era um guerreiro terrível que, seguido de suas tropas, percorria o céu e os quatro cantos do mundo. 
Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à  sua passagem. Seus inimigos saíam dos 
combates mutilados ou morriam de peste.  
Assim, chegou Xapanã em território Mahí, no Daomé. A terra dos Mahis abrangia as cidades de Savalú 
e Dassa Zumê.  
Quando souberam da chegada iminente de Xapanã, os h abitantes desta região, apavorados, 
consultaram um adivinho. E assim ele falou: "Ah! O Grande Guerreiro chegou de Empê! Aquele que se 
tornará o senhor do país! Aquele que tornará esta terra rica e próspera, chegou! Se o povo não o 
aceitar, ele o destruirá!  
É necessário que supliquem a Xapanã que os poupe. F açam-lhe muitas oferendas; todas as que ele 
goste: inhame pilado, feijão, farinha de milho, azeite de dendê, picadinho de carne de bode e muita, 
muita pipoca!  
Será necessário também que todos se prosternem dian te dele, que o respeitem e o sirvam. Logo que o 
povo o reconheça como pai, Xapanã não o combaterá,  mas protegerá a todos!"  
Quando Xapanã chegou, conduziu seus ferozes guerrei ros, os habitantes de Savalú e Dassa Zumê 
reverenciaram-no, encostando suas testas no chão, e saudaram-no:  
"Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!"  
"Respeito e Submissão!"  
Xapanã aceitou os presentes e as homenagens, dizend o: "Está bem! Eu os pouparei! Durante minhas 
viagens, desde Empê, minha terra natal, sempre encontrei desconfiança e hostilidade. Construam para 
mim um palácio. É aqui que viverei a partir de agora!"  
Xapanã instalou-se assim entre os Mahis. O país prosperou e enriqueceu e o Grande Guerreiro não 
voltou mais a Empê, no território Tapá, também cham ado Nupê.  
Xapanã é considerado o deus da varíola e das doenças contagiosas. Ele tem também o poder de curar. 
As doenças contagiosas são, na realidade, punições aplicadas àqueles que o ofenderam ou conduziram-
se mal. Seu verdadeiro nome é perigoso demais pronu nciar. Por prudência, é preferível chamá-lo 
Obaluaê, o "Rei, Senhor da Terra" ou Omulú, o "Filho do Senhor".  
Quando Xapanã instalou-se entre os Mahis recebeu, em uma nova terra, o nome de Sapatá. Aí, 
também, era preferível chamá-lo Ainon, o "Senhor da Terra", ou, então, Jeholú, o "Senhor das 
pérolas".  
O fato de ser chamado Jeholú e Ainon causou mal-entendidos entre Sapatá e os reis do Daomé, pois 
eles também usavam estes títulos.  
Enciumados, os Jeholú de Abomey expulsaram, várias  vezes, Jeholú Ainon do Daomé e obrigaram-no a 
voltar momentaneamente, à terra dos Mahis.  
Jeholú Ainon vingou-se: vários reis daomeanos morreram de varíola!  
Atotô!  
 
ARQUÉTIPO  
O arquétipo de Obaluaê é das pessoas com tendências  masoquistas, que gostam de exibir seus 
sofrimentos e as tristezas das quais tiram uma satisfação íntima. Pessoas que são incapazes de se 
sentirem satisfeitas quando a vida lhes corre tranquila. Podem atingir situações materiais invejáveis e 
rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. Pessoas que 
em certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa 
abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.  
 
 
 
ESSABAS: 
 
Taioba - Bala 
 
Capeba - Já 
 
Folha da costa 
 
Canela de velho 
 
Picão 
 
Erva de bicho 
 
Velame 
 
Manjericão Roxo 
 
Barba de velho 
 
Umbaúba 
 
Carqueja 
 
Jurubeba 
 
Parietária - brotozinho – 
Monam 
 
Cajá – Jamin 
 
Mutamba – Aferé 
 
Rama de leite – Obó 
 

Ovo redondo de Monan – 
Exibatá 
 
Jarrinha – Jacomijé 
 
Erva de passarinho – Afaziam 
 
Folha de neve branca – Turim 
 
Mariazinha – Peculé 
 
Papinho de peru – Tolu-tolu 
 
O MOLU  
AGAPANTO; ALAMANDA; AGONIADA; ALFAZEMA DE CABOCLO; 
ALFAVACA ROXA; ALUMÃ; ASSA-PEIXE; JENIPAPO; MOLOLÔ;  MUSGO; 
QUITOCO; RABUJO; SABUGUEIRO; SETE SANGRIAS; PAINEIR A; 
MAMONA; MANJERONA; CANELA DE VELHO; CAFÉ DO MATO; C ANENA 
COIRANA; CAROBINHA DO CAMPO; CAPIXINGUI; CEBOLA DO  MATO; 
CIPÓ CHUMBO; ERVA MOURA; CORDÃO DE FRADE; CORDÃO DE  SÃO 
FRANCISCO; ERVA DE PASSARINHO; ESPINHEIRA SANTA; VE LAME; 
HORTELàBRAVA; GUARAREMA; GERVÃO ROXO; CRIZANTEMO;  BABA DE 
BOI; BABOSA; BELDROEGA VERMELHA; BOMINA;  
 
  OMULU (OMBALUAIE) 
Locais de 
maior vibração 
dos orixás 
grutas, praias, cemitérios 
As cores e 
flores que são 
regidas pelos 
orixás: 
Vermelha (Cravos) 
As bebidas que 
são regidas 
pelos orixás: 
Água de arroz 
Frutos e Frutas 
Abacaxi. 
Algumas das 
comidas mais 
comuns 
oferecidas aos 
Orixás: 
 Milho de pipoca estourado (flores), com fatias de coco com mel. 
Mencionaremos 
aqui as ervas 
mais 
conhecidas no 
Rio de Janeiro: 
Canela Velho , Barba de Velho, Cinco Chagas, Cordão de Frade (São 
Francisco). 
Os Orixás 
normalmente 
trazem em 
seus filhos 
suas 
características 
físicas e de 
caráter. Assim 
podemos dizer 
que os filhos 
de: 
São pessoas reservadas, até um certo ponto pessimistas, batalhadores, 
mentalidade autodestrutiva, na maioria de vezes trazem pequenos defeitos 
físicos quase não percebidos. 
Os Orixás têm 
suas 
preferências 
também 
quanto aos 
metais.  O ferro. 
Calendário 
Festivo da 
Umbanda  17 de dezembro. 

 
 
 
QUALIDADES DE OBALUAIÊ:  
 
1. Jagun Agbagba (ligação com Oyá)  
2. Omolu  
3. Obaluayie  
4. Soponna/Sapata/Sakpatá  
5. Afoman/Akavan/Kavungo (ligação com Exú) 
afomo; contagiante,infeccioso  
6. Savalu/Sapekó (ligação com Nana)  
7. Dasa  
8. Arinwarun (wariwaru) título de xapanan  
9. Azonsu/Ajansu/Ajunsu (ligação com Oxalá, 
Oxumare)  
10. Azoani (ligação com Yemanjá e Oyá)  
11. Posun/Posuru  
12. Agoro  
13. Tetu/Etetu  
14. Topodun  
15. Paru  
16. Arawe/Arapaná(ligação com oyá)  
17. Ajoji/Ajagun (ligação com Ogun, Oxagian)  
18. Avimaje/Ajiuziun (ligação com Nana, 
Ossain)  
19. Ahoye  
20. Aruaje  
21. Ahosuji/Segí (Ligação com Yemanjá, 
Oxumare/Besén) 
 
 
 
LENDA DE OMULÚ: 
 
  Um dia, em que todos os Orixás reunidos no palácio  de Obatalá dançavam e se divertiam, 
Omulú tentou imita-los. Mas este Orixá é coxo, e devido à sua enfermidade, tropeçou e caiu. Deuses e 
Deusas romperam em ruidosa gargalhada. 
 
  Furioso, Omulú jurou vingar-se e tentou infestar a  todos os Deuses com a varíola. Interveio 
Obatalá que, de espada em punho, deitou Omulú à por ta do palácio e proibiu-lhe, dali por diante, de 
estar junto com os outros Deuses. 
 
LENDA DE OBALUAYE – OMULU 
 
Nanan, esposa de Orixalá, gerou e deu à luz a um filho. Sua criação não foi perfeita, nascendo 
uma criança doente, com muitas chagas recobrindo se u pequeno corpo. Ela não conseguia imaginar 
que maldição era aquela, que trouxe de suas entranhas uma criatura tão infeliz! 
Sentindo-se impossibilitada de cuidar daquela criança, pois mal conseguia olhar para ela, 
resolveu deixá-la perto do mar. Se a morte a levasse seria melhor para todos. 
Yemonjá, que estava saindo do mar, viu aquele peque no ser deitado nas areias da praia. Ficou 
olhando por algum tempo, para ver se havia alguém tomando conta dele, mas ninguém aparecia. 
Então, a grande divindade das água foi ver o que estava acontecendo. Quando chegou mais perto, 
pôde compreender que aquela criança tinha sido abandonada por estar gravemente enferma. Sentindo 
uma imensa compaixão por aquela pobre criatura, não  pensou em mais nada, a não ser em adotá-lo 
como a um filho. 
Com seu grande instinto maternal, Yemonjá dispensou  a ele todo o carinho e os cuidados 
necessários para livrá-lo da doença. Ela envolveu todo o corpo do menino com palhas, para que sua 
pele pudesse respirar e, assim, fechar as chagas. 
Obaluayê cresceu e continuou usando aquele tipo de roupa, e ninguém, a não ser sua querida 
mãe, tinha visto seu rosto. Era um ser austero e misterioso, provocando olhares curiosos e assustados 
de todos. Ninguém conseguia imaginar o que se escon dia sob aquelas palhas. 
Oyá, certa vez, o encarou, pedindo que descobrisse seu rosto, pois queria desvendar, de uma 
vez por todas, aquele mistério. Obaluayê, sem lhe dar a menor atenção, negou-se a fazê-lo. Ela, que 
nunca se deu por vencida, resolveu enfrentá-lo. Usando toda sua força, evocou o vento, fazendo voar 
as palhas que o protegiam. 
Quando a poeira assentou, Oyá pode ver um ser de um a beleza tão radiante, que só poderia ser 
comparado ao sol. Nem mesmo ela, como orixá, conseg uia erguer os olhos para ele. Assim, todos 
entenderam que aquele mistério deveria continuar escondido. 
Uma outra lenda nos mostra que esse poderoso orixá, em suas andanças pelo mundo, pode 
presenciar o desenrolar de muitas guerras. Os povos que Olorun criou e deu vida brigavam por um 
pedaço de terra. Muitas pessoas morriam, para que seus líderes pudessem conquistar extensões 
maiores para seu reinado. Os limites, para esses guerreiros, eram insuperáveis, e as guerras não 

tinham mais fim. Obaluayê não entendia o motivo destas guerras, já que Olorun havia criado a terra 
para todos. 
As lutas traziam muita dor e destruição, e ninguém mais sabia dar o devido valor à vida 
humana. Os homens só pensavam em seus interesses ma teriais. 
Obaluayê, indignado com essa situação, resolveu mostrar a eles que a vida é o maior tesouro 
que alguém pode ter. 
O poderoso orixá traçou, então, com seu cajado, um grande círculo no chão, no centro dos 
conflitos. Colocou dentro dele todo tipo de doença existente. Todo guerreiro, que por ali passasse, iria 
contrair algum tipo de doença. 
De fato, foi o que aconteceu. Muitas pessoas adoeceram, inclusive os líderes dos exércitos. Só 
isso conseguiu por fim às guerras. 
As doenças se transformaram em epidemias, deixando  populações inteiras à beira da morte. 
Um babalawô revelou o mau presságio, pedindo a todo s que refletissem sobre o que estava 
acontecendo, por culpa deles próprios. Obaluayê havia mandado essas mazelas para a terra, a fim de 
mostrar que, enquanto temos saúde e uma vida plena,  não devemos nos preocupar excessivamente 
com coisas materiais. Desta vida nada se leva, a não ser o conhecimento e a experiência que 
acumulamos. 
Assim, os que aceitaram esses desígnios e fizeram oferendas, conforme explicou o babalawô, 
conseguiram livrar-se de suas enfermidades e restabelecer sua dignidade. Mas, infelizmente, nem 
todos agiram assim. 
Talvez, por isso, existam tantos povos africanos vivendo do mesmo jeito há milhares de anos, 
tentando não se desligar da natureza. 
 
 
IRÔKO: 
 
  Senhor do dia, da tarde e da noite. Este Orixá est á sempre em movimento, se assemelhando à 
Exú neste aspecto, pois ambos são dinâmicos. 
 
  Irôko está ligado às árvores e aos quatro elemento s da natureza (ar, terra, água e fogo). Por 
isso representa as estações do ano. 
 
   
 
PERSONALIDADE: Temperamentais, dominadores, intrans igentes, fartos, generosos, sábios, 
emocionais e dedicados. 
 
PAÓ: Comum acompanhado de sopro. 
 
COR: Cinza, branco e azul. 
 
FILIAÇÃO: Oxalá. 
 
METAL: Chumbo, alumínio e ferro. 
 
Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra (Oduduwa) aos homens. 
Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá. 
Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de 
Oduduwa, a Terra, que através dele ensina aos homen s o sentido da vida. 
É também a permanência dentro da impermanência e im permanência na permanência. O ciclo vital, 
que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, 
desde que saibamos reverencia-la e louvá-la. É também conhecido, nos candomblés como "Tempo", 
embora esta seja uma designação própria do rito angola. Diz o mito que no princípio de tudo, a 
primeira árvore nascida, foi Iroco. Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o 
mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas q passavam.  
Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Um dia, 
as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram Iroko 
e pediram fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receber 
dons, como é preciso perder as flores para receber os frutos. As mulheres concordaram e prometeram 
muitos presentes. Uma delas, contudo, tendo como ún ica riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta 
criança. Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que 
prometera a criança, pois ela amava muito o filhinho. 

Iroko ficou muito zangado. E aguardou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou. 
Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar o 
outro filho que lhe dera caso ela retirasse "sua" criança dali. Então a mulher, desesperada, procurou o 
babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feições 
de uma criança, banhasse com determinadas ervas e q uando Iroko estivesse dormindo, substituísse a 
criança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje pode-se ver, nas gameleiras brancas o bebe de Iroko, 
repousando deitado em seus galhos.  
Em sua copa vivem também as Iyami Oshorongá, as ajé s (feiticeiras) da floresta.  
Numero: 11 
Símbolo: grelha (representando as direções do tempo) 
Cor: verde/marrom 
Dia da semana: Quinta-Feira 
Comida: inhame, carneiro 
 
Ele reside na gameleira branca. É assentado no seu pé, após preparo ritual da raiz, e o tronco é 
enfeitado com ojá branco. A relação com essa árvore é comum a várias divindades e exprime sua 
relação com os antepassados. Como Exú, Yroko carreg a para longe os fluido aléficos. Quando 
manifesta-se os fiés jogam sobre ele os fluídos que querem se livrar e ele corre para fora para atirar no 
mato todo os malefícios. As vezes bebe tanto que cai no chão. Cobre-se então com um alá branco e, 
pouco depois, já recuperado ele ergue-se e torna a dançar. Dança de joelhos no chão e o bravun, ritmo 
jeje, como Oxumarè. Veste cores fortes, vermelho, azul e verde, as vezes cinza ou marrom e branco e 
leva uma lança na mão. Suas contas são verde musgo  riscadas e riscadas de marrom. As vezes veste-
se de palha como Omolú. Sua incorporação é pouco vi sta, seus filhos giram tontos, cambaleando pelo 
barracão antes de cairem fulminados, logo levantam-se e pôem-se a dançar.  
 
Seu assentamento é feito numa gamela oval, pega-se  um pedaço de tronco da gameleira branca e faz -
se uma pequena estátua de um negro africano com um  idé branco no nariz, na cabeça um colar de 
búzios e moedas.Na gamela poe-se uma corrente em vo lta, seis moedas e no meio da gamela uma 
seta e a estátua. 
 
QUALIDADES 
 
GIROKOSI 
LOKOSSI 
 
SUAS FÔLHAS 
 
Milame, colônia, saião, mãe boa, barba de velho, erva prata, crita de galo, nóz moscada, abilzeiro, 
jaqueira, cajueiro. 
Quando se faz o Orixá, poe-se uma folha de saco-saco embaixo do pé do Iyawó uma fôlha de saco-
saco na boca uma folha de assa-peixe. 
 
SEUS BICHOS 
 
Um cabrito de chifre virado 
Quatro frangos de esporão grande 
Um galo d'angola 
Um pombo branco 
 
Após copar os bichos, tira-se a lingua de todos eles e as esporas do galo.  
 
 
 
ESSABAS: 
 
Gameleira branca 
 
Folha de akoko 
 
Folha da costa 
 
Folha da fortuna 
 
Folha de colônia 
 
ÌRÓKÒ  
SAIÃO; IRIRI; CAJUEIRO; ABILZEIRO; NOZ MOSCADA; CRI STA DE 
GALO; BARBA DE VELHO; COLONIA; GAMELEIRA BRANCA; JA QUEIRA; 
MÃE BOA; MILAME;  

 
 
LENDA DE IROKÔ;  
 
 
 
  Irôko vivia junto a seu pai Oxalá, era um ser afoi to e reclamava demais. 
 
  Um dia Irôko reclamou a Oxalá que se considerava m uito agitado, e gostava de resolver várias 
coisas ao mesmo tempo, achava que um dia era muito  curto e não conseguia resolver tudo à tempo. 
Só que os períodos de tempo quem estipulava era ele mesmo, ninguém o determinava, era algo de seu 
próprio desejo. 
 
  Oxalá não agüentando mais a pressão de Irôko, reso lveu lhe dar o dia, a noite e a tarde, as 
estações do ano e as horas. Então, ele passou a controlar todo o tempo. 
 
 
Tempo/Irôko e Ifá/Orumilá 
  
Tempo /Irôko 
Tempo ou Loko é um orixá originário de Íwerè, região que fica ao leste de Oyó na Nigéria, tão 
importante que ele é um orixá (e os africanos a muito sabem disso). 
Tem um dito que diz "O tempo dá, o tempo tira, o tempo passa e a folha vira", muitas vezes 
precisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto ou 
longo, com o bom uso do tempo, muitas coisas se mod ificam, ou podemos modificar. 
Irôko tem um temperamento estável, de caráter firme  e em alguns casos violento.  
Na Nigéria, Irôko é cultuado numa árvore que tem o mesmo nome. Porém, no Brasil esta árvore 
foi substituída pela gameleira-branca que apresenta as mesmas características da árvore usada na 
África. É nesta árvore, a gameleira-branca, que fica acentuado o caráter reto e firme do orixá pois suas 
raízes são fortes, firmes e profundas. 
Irôko foi associado ao vodun daomeano Loko dos negr os de dinastia Jeje e ainda ao inkice 
Tempo, dos negros bantos. 
Irôko, na verdade, é o orixá dos bosques nigerianos, onde lá na Nigéria é muito temido, porque 
como conta um itan, ninguém se atrevia a entrar num bosque sem antes reverenciá-lo. No Brasil, é 
nos pés da gameleira-branca que fica seu assentamen to e também é ali que são oferecidas suas 
oferendas. 
Sua cor é o branco e ainda usa palha da costa em sua vestimenta. Sua comida é o ajabó, o 
caruru, feijão fradinho, o deburu, o acaçá, o ebô e outras. 
Em geral na frente das grandes casas de Candomblé, principalmente em Salvador, existe uma 
grande árvore com raízes que saem do chão, e são envoltas com um grande Alá (pano branco), este é 
Iroko, que é tido com árvore guardiã da casa de Candomblé pois ter esta árvore plantada no terreno da 
casa de Candomblé representa força e poder..  
Este orixá é conhecido na angola como Maianga ou Ma iongá.  
 
Orumilá /Ifá 
A importância de Orumilá é tão grande que chegamos  a concluir que se um homem fizer algum 
tipo de pedido ao todo poderoso Olorum (Deus, o Senhor dos Céus), esse pedido só poderá chegar até 
Ele através de Orumilá e/ou Exú, que são somente eles dois dentre todos os Orixá os que têm a 
permissão, o poder e o livre acesso concedido pôr Olorum de estar junto a Ele, quando assim for 
necessário. 
Ainda vale ressaltar que somente Orumilá e Exú possuem para si um culto individual, onde são 
feitos adorações totalmente específicas para os mesmos, também são eles os únicos que podem 
possuir para somente o seu culto um sacerdote específico. Isso só é possível pôr causa dos poderes 
delegados pelo todo poderoso a eles, pois os demais Orixá são totalmente dependentes de Ifá e Exú, 
enquanto que eles não dependem de nenhum dos Orixás  para desenvolverem sua própria evolução, ou 
seja, o culto à Ifá e Exú não dependem do culto aos Orixá, entretanto o culto aos Orixá dependem 
totalmente de Ifá e Exú. 
Orumilá é o senhor dos destinos, é quem rege os o plano onírico (sonhos), é aquele que tudo 
sabe e tudo vê em todos os mundos que estão sob a tutela de Olorum, ele sabe tudo sobre o passado, 
o presente e o futuro de todos habitantes da Terra e do Céu, é o regente responsável e detentor dos 

oráculos, foi quem acompanhou Odudua na criação e f undação de Ilé Ìfé, é normalmente chamado em 
suas preces de: 
Elérí Ìpín - "o testemunho de Deus'' 
Ibìkéjì Olódúmarè - "o vice de Deus" 
Gbàiyégbòrún - "aquele que está no céu e na terra" 
Òpitan Ìfé - "o historiador de Ìfé" 
Acredita-se que Olorum passou e confiou de maneira especial toda a sabedoria e conhecimento 
possível, imaginável e existente entre todos os mundos habitados e não habitados à Orumilá, fazendo 
com que desta forma o tornasse seu representante em  qualquer lugar que estivesse. 
No Terra Olorum fez com que Orumilá participasse da criação da terra e do homem, fez com 
que ele auxiliasse o homem a resolver seus problemas do dia a dia, também fez com que ajudasse o 
homem a encontrar o caminho e o destino ideal de seu orì. No Céu lhe ensinou todos os conhecimentos 
básicos e complementares referente todos os Orixá, pois criou um elo de dependência de todos perante 
Orumilá, todos devem consultá-lo para resolver diversos problemas, com pôr exemplo, a vinda de 
Oxalá à terra para efetuar a criação de tudo aquilo que teria vida na mesma, porém o grande Orixá não 
seguiu as orientações prescritas pôr Ifá, e não conseguiu cumprir com sua obrigação caindo nas 
travessuras aplicadas pôr Exú, ficando esta missão pôr conta de Odudua. 
Também Orumilá fala e representa de maneira complet a e geral todos os Orixás, auxiliando pôr 
exemplo, um consulente no que ele deve fazer para agradar ou satisfazer um determinado Orixá, 
obtendo desta forma um resultado satisfatório para o Orixá e para o consulente. 
Orumilá sabe e conhece o destino de todos os homens  e de tudo o que têm vida em nosso 
mundo, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua vinda a terra, e é neste exato 
instante que Ifá determina os destinos e os caminhos a serem cumpridos pôr aquele determinado 
espírito. 
É pôr isso que Orumilá tem as respostas para toda e qualquer pergunta lhe é feita, e que ele 
têm a solução para todo e qualquer problema que lhe é apresentado, e é pôr esta razão que ele têm o 
remédio para todas as doenças que lhe forem apresen tadas, pôr mais impossível que pareça ser a sua 
cura. 
Todos nós deveríamos consultar Ifá antes de tomarmo s qualquer atitude e decisão em nossas 
vidas, com certeza iríamos errar menos, os Iorubás consultam Ifá antes de tomarem qualquer decisão, 
com pôr exemplo, antes de um casamento, antes de um  noivado, antes do nascimento e até mesmo na 
hora de dar o nome a criança, antes da conclusão de um negócio, antes de uma viagem, etc. 
Além disto tudo, Orumilá é também quem tem a vida e  a morte em suas mãos, pois ele é a 
energia que esta mais atuante e mais próxima de Olorum, podendo ele ser a única entidade que tem 
poderes para suplicar, pedir ou implorar a mudança do destino de uma pessoa. 
Não é Orixá, encontra-se num plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás. Se Olorum 
é o ser supremo dos Iorubás, o nome que dão ao Abso luto, Orumilá é a sua emanação mais 
transcendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar. 
Na tradição de Ifé é o primeiro companheiro e "Chefe Conselheiro" de Odudua quando da sua 
chegada à Ifé. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes de 
vir fixar-se em Òkè Itase, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a mais alta autoridade em matéria de 
adivinhação, pelo sistema chamado Ifá. É também cha mado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho do 
destino das pessoas. 
Os babalaôs (pais do segredo), são os porta vozes de Orumilá. A iniciação de um babalaô não 
comporta a perda momentânea de consciência que acom panha a dos orixás. É uma iniciação 
totalmente intelectual. Ele deve passar um longo período de aprendizagem, de conhecimentos precisos, 
em que a memória, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidades de Itans 
(histórias) e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cinqüenta e seis odú (signos de Ifá), cujo 
conjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos do povo de língua Iorubá. 
Cada indivíduo nasce ligado a um Odu, que dá a conhecer sua identidade profunda, servindo-lhe 
de guia por toda vida, revelando-lhe o Orixá particular, ao qual deverá ser eventualmente dedicado. Ifá 
é sempre consultado em caso de dúvida, antes de decisões importantes, nos momentos difíceis da 
vida. 
 
 
L
ENDAS DOS ORIXÁS 
 
Iroko Castiga A Mãe Que Não Lhe Dá O Filho Prometido  
 
No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Irôco, mais antiga que o mogno, o pé de 
obi e o algodoeiro. Na mais velha das árvores de Irôco, morava seu espírito. E o espírito de Irôco era 

capaz de muitas mágicas e magias. Irôco assombrava  todo mundo, assim se divertia. À noite saia com 
uma tocha na mão, assustando os caçadores. Quando n ão tinha o que fazer, brincava com as pedras 
que guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mágicas, para o bem e para o mal. Todos temiam 
Irôco e seus poderes e quem o olhasse de frente enlouquecia até a morte.  
Numa certa época, nenhuma das mulheres da aldeia en gravidava. Já não havia crianças 
pequenas no povoado e todos estavam desesperados. F oi então que as mulheres tiveram a idéia de 
recorrer aos mágicos poderes de Irôco. Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o 
cuidado de manter as costas voltadas para o tronco. Não ousavam olhar para a grande planta face a 
face. Suplicaram a Irôco, pediram a ele que lhes desse filhos. Ele quis logo saber o que teria em troca. 
As mulheres eram, em sua maioria, esposas de lavrad ores e prometeram a Iroko milho, inhame, 
frutas, cabritos e carneiros. Cada uma prometia o que o marido tinha para dar. Uma das suplicantes, 
chamada Olurombi, era a mulher do entalhador e seu  marido não tinha nada daquilo para oferecer. 
Olurombi não sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a Irôco o primeiro filho que tivesse.  
Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recém-nascidos. As jovens mães, 
felizes e gratas, foram levar a Irôco suas prendas. Em torno do tronco de Irôco depositaram suas 
oferendas. Assim Irôco recebeu milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Olurombi contou toda a 
história ao marido, mas não pôde cumprir sua promessa. Ela e o marido apegaram-se demais ao 
menino prometido. No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braços trêmulos, 
temerosa, o filhinho tão querido. E o tempo passou. Olurombi mantinha a criança longe da árvore e, 
assim, o menino crescia forte e sadio. Mas um belo dia, passava Olurombi pelas imediações do Irôco, 
entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada, bem na sua frente, saltou o 
temível espírito da árvore. Disse Irôco: "Tu me prometeste o menino e não cumpriste a palavra dada. 
Transformo-te então num pássaro, para que vivas sem pre aprisionada em minha copa." E transformou 
Olurombi num pássaro e ele voou para a copa de Irôco para ali viver para sempre.  
Olurombi nunca voltou para casa, e o entalhador a procurou, em vão, por toda parte. Ele 
mantinha o menino em casa, longe de todos. Todos os  que passavam perto da árvore ouviam um 
pássaro que cantava, dizendo o nome de cada oferend a feita a Irôco. Até que um dia, quando o 
artesão passava perto dali, ele próprio escutou o tal pássaro, que cantava assim:  "Uma prometeu 
milho e deu o milho;  Outra prometeu inhame e trouxe inhames; Uma prometeu frutas e entregou as 
frutas; Outra deu o cabrito e outra, o carneiro, sempre conforme a promessa que foi feita. Só quem 
prometeu a criança não cumpriu o prometido."  
Ouvindo o relato de uma história que julgava esquecida, o marido de Olurombi entendeu tudo 
imediatamente. Sim, só podia ser Olurombi, enfeitiçada por Irôco. Ele tinha que salvar sua mulher! Mas 
como, se amava tanto seu pequeno filho? Ele pensou e pensou e teve uma grande idéia. Foi à floresta, 
escolheu o mais belo lenho de Irôco, levou-o para casa e começou a entalhar. Da madeira entalhada 
fez uma cópia do rebento, o mais perfeito boneco que jamais havia esculpido.  
O fez com os doces traços do filho, sempre alegre, sempre sorridente. Depois poliu e pintou o 
boneco com esmero, preparando-o com a água perfumad a das ervas sagradas. Vestiu a figura de pau 
com as melhores roupas do menino e a enfeitou com r icas jóias de família e raros adornos. Quando 
pronto, ele levou o menino de pau a Irôco e o depositou aos pés da árvore sagrada. Irôco gostou muito 
do presente. Era o menino que ele tanto esperava! E o menino sorria sempre, sua expressão, de 
alegria.  
Irôco apreciou sobremaneira o fato de que ele jamais se assustava quando seus olhos se 
cruzavam. Não fugia dele como os demais mortais, nã o gritava de pavor e nem lhe dava as costas, 
com medo de o olhar de frente. Irôco estava feliz. Embalando a criança, seu pequeno menino de pau, 
batia ritmadamente com os pés no solo e cantava animadamente. Tendo sido paga, enfim, a antiga 
promessa, Irôco devolveu a Olurombi a forma de mulh er. Aliviada e feliz, ela voltou para casa, voltou 
para o marido artesão e para o filho, já crescido e enfim libertado da promessa. Alguns dias depois, os 
três levaram para Irôco muitas oferendas. Levaram ebós de milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros, 
laços de tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da árvore. Eram presentes oferecidos por 
todos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi. Até hoje todos levam 
oferendas a Irôco. Porque Irôco dá o que as pessoas pedem. E todos dão para Irôco o prometido.  
 
Iroko Ajuda A Feiticeira A Vingar O Filho Morto   
 Irôco era um homem bonito e forte e tinha duas irmãs. Uma delas era Ajé, a feiticeira, a outra 
era Ogboí, que era uma mulher normal. Irôco e suas irmãs vieram juntos do Orun para  habitar no Aiê. 
Irôco foi morar numa frondosa árvore e suas irmãs em casas comuns. Ogboí teve dez filhos e Ajé teve 
só um, um passarinho.  
Um dia, quando Ogboí teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob a guarda de Ajé. Ela 
cuidou bem das crianças até a volta da irmã. Mais tarde, quando Ajé teve também que viajar, deixou o 
filho pássaro com Ogboí. Foi então que  os filhos de Ogbói pediram à mãe que queriam comer um 
passarinho. Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no primo, recusaram. Gritavam de fome, 

queriam comer, mas tinha que ser um pássaro. A mãe  foi então foi a floresta caçar passarinhos, que 
seus filhos insistiam em comer. Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí mataram, cozinharam e 
comeram o filho de Ajé. Quando Ajé voltou e se deu por conta da tragédia, partiu desesperada a 
procura de Irôco. Irôco a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje. E de lá, Irôco vingou Ajé, 
lançando golpes sobre os filhos de Ogboí. Desesperada com a perda de metade de seus filhos e para 
evitar a morte dos demais, Ogoí ofereceu sacrifícios para o irmão Irôco. Deu-lhe um cabrito e outras 
coisas e mais um cabrito para Exú. Irôco aceitou o sacrifício e poupou os demais filhos.  
 
Irôco Engole A Devota Que Não Cumpre A Interdição Se xual  
Era uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava dese speradamente por um herdeiro.  Ela foi 
consultar o babalaô e o babalaô lhe disse como proceder: Ela deveria ir à árvore de Irôco e a oferecer 
um sacrifício, comidas e bebidas. Com panos vistosos ela fez laços e enfeitou o pé de Irôco. Aos seus 
pés depositou o seu ebó. Fez tudo como mandara o ad ivinho, mas de importante preceito ela se 
esqueceu. Ela deu tudo a Irôco, ou, quase tudo. Ela esqueceu que o babalaô mandara que nós três dias 
antes do ebó ela deixasse de ter relações sexuais. Só então, assim, com o corpo limpo, deveria 
entregar o ebó aos pés da árvore sagrada. 
Irôco irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grosso tronco e engoliu quase  
totalmente a mulher, deixando de fora só os ombros e a cabeça. A mulher gritava feito louca por ajuda 
e toda a aldeia correu para o velho Irôco. Todos assistiam o desespero da mulher. O babalaô foi 
também até a árvore e fez seu jogo, e o jogo revelou sua ofensa, sua oferta com o corpo sujo. Mas a 
mulher estava arrependida e a grande árvore deixou que ela fosse libertada. Toda a aldeia ali reunida 
regozijou-se pela mulher. Todos cantaram e dançaram  de alegria. Todos deram vivas a Irôco. Tempos 
depois a mulher percebeu que estava grávida e preparou novos laços de vistosos panos e enfeitou  
agradecida a planta imensa. Tudo ofereceu-lhe do melhor, antes resguardando-se para ter o corpo 
limpo. Quando nasceu o filho tão esperado, ela foi ao babalaô e ele leu o futuro da criança: deveria ser 
iniciada para Irôco. Assim foi feito e Irôco teve muitos devotos. E seu tronco está sempre enfeitado e 
aos seus pés não lhe faltam oferendas. 
 
 
 
 
OXALÁ: 
 
 
  Criador do Universo, responsável pelos seres (anim ais, vegetais e o homem). 
 
  Este Orixá rege o destino do Homem. 
 
  Oxalá participa de todos os orikis. Sendo o Orixá  que originou quase todos os outros Orixás, 
através das uniões com Iemonjá e Nanã. Dentro do cu lto é tratado com muita reverência. 
 
PERSONALIDADE: Fortes, lutadores, prepotentes, algu mas de suas qualidades são bondosas, 
agressivas, reclamões, irritantes gostam do perigo. 
 
PAÓ: Comum, de forma lenta e compassada. Seguindo d o adobale. 
 
COR: Branco e azul. 
 
SÍMBOLO: Oxoguian (pilão, escudo e a espada), Oxalu fan (cajado). 
 
METAL: Chumbo 
 
FILIAÇÃO: A própria criação 
 
QUALIDADES: 
 
Oxoguian 
 
Oxalufan 
 
Lissaça 
 
Obatalá * 
 
Oxaluzí * 
 
Amadiocilé * 
 
Oduduwá * 
 

QUALIDADES DE OXALÁ:  
 
1. Oxalá -o sol  
2. Oxaguian - o nascer do sol  
3. Oxanyin - Oxalá moço  
4. Oxadinhan - Oxalá moço  
5. Oxagiriyan - Oxalá feminino  
6. Oulissa - Oxalá no gege  
7. Oxalufan - Oxalá velho  
8. Oxá olokun - Oxalá do mar  
9. Orixalá - Oxalá do meio dia  
10. Obi-am - esposa de orixalá  
11. Orixá okô - Oxalá da agricultura  
12. Obá-okê - Oxalá da montanha  
13. Ora minhan - filho de odudua e obatalá  
14. Orixanlá - rei dos orixás  
15. Ifá - o espírito santo  
16. Canaburá - o nascer do dia  
17. Obatalá  
18. Odudua  
19. Okin  
20. Lulu  
21. Ko  
22. Oluiá  
23. Babá Roko  
24. Babá Epe  
25. Babá Lejugba  
26. Akanjapriku  
27. Ifuru  
28. Kere  
29. Babá Igbo  
30. Ajaguna 
 
ORI 
Ori é o deus portador da individualidade de cada ser humano. Representa o mais íntimo de cada um, o 
inconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Ori mora dentro das 
cabeças humanas, tornando cada um aquilo que é.  
Como ao morrer, a cabeça de uma pessoa não é separa da para o enterro, Ori é conhecido como aquele 
q pode fazer a grande viagem sem retorno, pois os outros orixás, mesmo quando morrem seus filhos, 
sao libertados da cabeça (Ori) e retornam ao Orun (céu, ou mundo exterior).  
Durante o processo iniciático a primeira entidade a ser equilibrada é justamente o ori, a individualidade 
pessoal, para que a pessoa não se transforme em um  mero espelho do orixá. À cerimônia de equilíbrio 
do Ori dá-se o nome de Bori (bo = comer, ori = cabeça => dar comida para a cabeça, fortalece-la). 
Um dos mitos sobre Ori diz que ele pode depois de enterrado voltar ao orum, levado por Nanã ou Ewá. 
Diz este mito q um dia Ori percebeu q era o momento de nascer outra vez e foi falar com Olorum, o 
Universo, solicitando permissão para nascer na mesma família em que havia nascido antes. Olorum 
permitiu, com a condição de q apenas ele, Olorum, pudesse conhecer o dia de sua morte, sem que Ori 
pudesse opinar sobre esta questão. E que o destino de Ori só pudesse ser mudado quando Ifá fosse 
consultado" . 
Este orixá não tem características estéticas pois não incorpora. Apenas é cultuado juntamente com os 
orixás, possuindo um número no jogo de búzios onde "fala". 
A quizila de Ori é a mentira 
 
 
 
 
AJALÁ 
Ajalá é o oleiro primordial. A parte de Oxalá responsável pela criação física dos homens, por seu corpo, 
sua cabeça (onde vive Ori). Ele representa o aspecto mais orgânico do ser humano; o tipo de barro, de 
maior ou menor qualidade, mais ou menos cozido (o q ue implica maior ou menor numero de 
problemas), mais claro ou escuro. Ajalá mistura ao barro folhas, frutas, minérios, sangues e uma série 
de materiais que determinam como será aquela pessoa , como Ori poderá agir nela. Estes ingredientes, 
com o tempo perdem o axé (energia) e precisam ser, de vez em quando, repostos, o que é feito nos 
rituais do candomblé, entre eles a iniciação. 
Diz um dos mitos que Ajalá foi incumbido de moldar as cabeças dos homens com a lama do fundo dos 
rios e outros elementos da natureza. Ele moldava as cabeças e as punha para assar em seu forno. 
Ajalá tinha, contudo, o hábito de embriagar-se enquanto cozia o barro e criou muitas cabeças 
defeituosas, queimando algumas e deixando outras co m o barro cru. A causa dos problemas que 
muitas pessoas apresentam antes de serem iniciadas viria exatamente de um ori cru, ou queimado, ou 
mal proporcionado feito durante alguma bebedeira de Ajalá. Como os orixás não gostam de cabeças 
ruins, a pessoa ficaria desprotegida, sem a energia do orixá.  Depois que Ajalá terminava de fazer os 
oris (cabeças) Obatalá soprava nelas e lhes dava eni, a vida.  
Ajalá é considerado avatar de Oxalá, mantendo as mesmas características. Não é cultuado. Apenas 
louvado. 
 
 
ORUNMILÁ 

Orunmilá, também conhecido como Ifá, é o princípio da intuição, da premonição, os sentidos do 
espírito, o olhar que conhece o futuro. É o deus invocado no jogo de búzios, pois é ele quem conhece 
todos os destinos (odus), cabeças (oris) e caminhos. Ele diz a Exu que movimente suas palavras até os 
búzios, indicando que orixá esta regendo uma pessoa, porque, com q destino. É considerado um avatar 
de Oxalá, pois ele estava no começo do mundo. Olodu mare (o universo) Obatalá (o principio), Oxalá (a 
criação), Oxaguiã (o conflito), Orunmilá (intuição), Oduduwa (o planeta terra), Ajalá (o oleiro q molda 
os oris - cabeças)e Fururu (o sopro de vida) são considerados Oxalá todos eles. O começo de tudo. O 
princípio dividido em oito, o infinito. 
Diz o mito que Obatalá havia reunido todos os materiais necessários à criação do mundo e que mandou 
a Estrela da Manhã convocar todos os orixás a fim de começar o trabalho com sua ajuda. Mas na hora 
marcada, apenas Orunmilá apareceu. Obatalá gostou m uito da atitude de Orunmilá e o recompensou, 
ordenando à Estrela da Manhã que revelasse a Orunmi lá todos os segredos da criação e do porvir. E ela 
entregou a Orunmilá todos os segredos e materiais que compõem a vida humana, e que estavam 
escondidos há muito tempo dentro de uma concha de c aramujo guardada num vaso que ficava entre 
as pernas de Obatalá. Orunmilá tornou-se, desde este dia, o dono dos segredos, das magias, das 
fórmulas dos ebós, dos rituais, de tudo quanto envolvia o conhecimento da alma humana e de seu 
destino. Ele conhece a vontade dos orixás e sabe com que matéria foi feito cada homem. 
Outro mito narra que Orunmilá/Ifá é filho dos dois princípios mágicos. Que nasceu mudo e não disse 
uma só palavra até a adolescência, quando seu pai lhe bateu com um bastão. E neste dia ele disse : 
"Gbê-medji", palavra que ninguém compreendia. Quand o apanhou de novo, tempos depois, disse: 
"Yeku-medji". E assim, em diversas ocasiões, ele foi dizendo palavras, as 16 palavras q compõem o 
opelê-ifá. Depois, disse a seu pai que se apanhasse mais poderia dizer muito mais que uma só palavra. 
O pai então bateu muito em Orunmilá, que disse então que ele não ficaria na terra, mas que entregaria 
a seu pai uma herança que serviria eternamente para todos os deuses de Oxalá. E explicou que os 16 
nomes que havia dito eram os nomes de seus futuros  filhos e que cada um deles tinha um 
conhecimento. Que se transformaria numa palmeira e  que com os caroços de seus frutos (seus filhos) 
se faria o jogo de Ifá, que poderia ser consultado quando se quisesse saber o futuro ou como resolver 
problemas. 
Cor: verde/amarelo 
Comida: banana com sal. 
Número: 16 
Símbolo: iruke (um bastão de madeira, curvo) 
Dia da semana: sexta-feira 
 
 
OXAGUIà
Oxaguiã, também conhecido como Ajagunã, é o conflit o que antecede a paz; a revolução que antecede 
as transformações profundas; a instabilidade necessária ao dinamismo da vida e da sociedade e a 
busca do conhecimento. Por isso é compreendido como  Oxalá moço, enquanto a paz, a tranqüilidade, a 
estabilidade, a sabedoria sao compreendidos como Oxalá velho, Oxalufã. Ele é também guerreiro, e 
sente prazer em destruir para q o novo se estabeleça. 
Um dos mitos diz que Oxaguiã nasceu apenas de Obata lá. Não teve mãe. Nasceu dentro de uma 
concha de caramujo. E quando nasceu, não tinha cabe ça, por isso perambulava pelo mundo, sem 
sentido.  
Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu um a cabeça feita de inhame pilado, branca. Apesar 
de feliz com sua cabeça. ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E 
sofria muito. Foi quando um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do 
medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu. 
Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava 
o tempo todo acompanhando o orixá. Foi então que Og um apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, 
que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cab eça preta de cima da cabeça de inhame, mas 
tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem 
problemas.  
A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito 
de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornec endo os meios para a transformação, seja a 
tecnologia ou a guerra. 
Cor: Branca e azul 
Numero 4 
Comida: Inhame pilado 
Dia da semana: sexta-feira 
Saudação: Exeuê, babá!, Epa Babá! 
 

 
OXALUFà
Oxalufã é o princípio da criação, o vazio, o branco, a luz, o espaço onde tudo pode ser criado, e 
também a paz, a harmonia, a sabedoria que vem depoi s do conflito (Oxaguiã). O fim do círculo e o 
recomeço. Oxalufã é o compasso do terra, Oduduwa. C aminha apoiado em seu cajado cerimonial, que 
é o também o símbolo da ligação que ele estabeleceu entre o Orun (o céu) e o Ayê (a terra). O grande 
pai ioruba, considerado a bondade masculina. 
São muitos os mitos que falam de Oxalá, mas o mais conhecido nos candomblés é o que conta que 
Oxalá sentia muitas saudades de seu filho Xangô, e resolveu visitá-lo.  
Para saber se a longa viagem lhe seria propícia, foi consultar Orunmilá o deus adivinho, seu grande 
amigo. Este jogou os ikins (casca de caroços de dendezeiro) divinatórios e lhe disse que a viagem não 
se encontrava sob bons auspícios. E que se ele desejasse que tudo corresse bem deveria se vestir 
inteiramente de branco e não sujar suas roupas até chegar ao palácio, devendo também manter 
silêncio absoluto até o momento em que encontrasse seu filho.  
E assim fez Oxalá.  
Exu, contudo, que adorava atormentar Oxalá, disfarçou-se de mendigo e apareceu no caminho deste, 
pedindo a ajuda para levantar um pesado saco de carvão que se encontrava no chão. Sem poder 
responder nada e sendo piedoso, Oxalá levanta o saco de carvão para Exu, mas estando este saco com 
o fundo rasgado, abre-se e cai sobre Oxalá sujando sua roupa branca.   Exu ri loucamente e se vai.. 
Prevenido como sempre fora, Oxalá toma banho num ri o e veste roupas brancas novamente. E segue 
seu caminho.  Novamente Exu se disfarça e pede ajuda ao viajante, dessa vez para entornar um barril 
de óleo num tacho.  
Sem poder responder para explicar e tendo boa vontade em ajudar, Oxalá levanta o barril e Exu o 
derrama sobre suas roupas, que desta vez não podiam  mais ser trocadas, pois eram as últimas roupas 
limpas que Oxalá tinha para trocar. 
Sujo e cansado, Oxalá vai seguindo seu caminho quan do vê o exército de Xangô se aproximar dele, 
sinal de que estava bem perto de seu destino. Este, contudo, prende Oxalá, confundindo-o com um 
procurado ladrão. Como não podia falar, Oxalá nada diz e acaba jogado numa prisão durante sete 
anos.  
Neste meio tempo o reino de Xangô entra em decadênc ia: suas terras não produzem alimentos, os 
animais morrem, o povo fica doente.  
Desesperado, Xangô chama um babalaô que ao jogar o  ikin lhe diz que todo o mal do reino advém do 
fato de haver injustiça na terra do senhor da justiça.  
Xangô vai então averiguar pessoalmente todos os presos de seu reino e descobre Oxalá pai na prisão. 
Desolado, coloca o velho pai sobre suas próprias costas e o carrega para o palácio, onde se encarrega 
de banha-lo e vesti-lo com sua alvas roupas, realizando a seguir uma grande festa. 
A cerimônia do candomblé chamada "Águas de Oxalá" r ememora este episódio. 
Cor: branco 
Dia da semana: sexta-feira 
Numero 16 e 8 
Comida: canjica 
Saudação: Epa, Babá! Exeuê, Babá 
 
 OXALÁ  
Oxalá, o mais importante e elevado dos deuses iorubanos, foi o primeiro a ser criado por Olorum, o 
deus supremo. Representa o céu, o princípio de tudo, e foi encarregado de criar o mundo. 
De sua união com Iemanjá resultou o nascimento da m aioria dos orixás e da linha do horizonte, 
dividindo o céu e o mar. É considerado o pai de todos os orixás na cultura iorubana. 
Equilíbrio positivo do universo, é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos 
da terra e do cosmo. É considerado o fim pacífico de todos os seres. Orixá da ventura, da 
compreensão, do entendimento, do fim da confusão. 
Oxalá é orixá que vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano, o fim com a certeza 
do dever cumprido. A morte deve ser encarada com na turalidade como encaramos os demais assuntos 
da nossa vida, pois ela faz parte da natureza e sabemos que tudo tem um início, um meio e um fim. 
Exu inicia, Oxalá termina. É assim nas rodas de Candomblé, nos Xirês, quando louvamos todos os 
orixás. É ele que sempre atuará como mediador para acalmar discórdias em qualquer plano e 
produzindo uma solução, uma definição. 
Oxalá era marido de Nanã, senhora do portal da vida e da morte. E por determinação dela, somente os 
seres femininos tinham acesso ao portal, não permitindo aproximação de seres masculinos em hipótese 
alguma. Determinação que servia também para Oxalá,  que com o passar do tempo não se conformava 
com esta decisão, não só por ser marido de Nanã, como por sua própria importância no panteão dos 
orixás. 

Assim pensou até que encontrou uma forma de burlar  as determinações de sua esposa. Não fugindo de 
sua cor branca, vestiu-se de mulher, colocou o adê (coroa) com os chorões no rosto, próprio das iabás 
e aproximou-se no portal satisfazendo enfim sua curiosidade. Foi pego, porém, por Nanã no exato 
momento em que via o outro lado da dimensão. Nanã a proximou-se e determinou: 
- "Já que tu, meu marido, vestiste-te de mulher para desvendar um segredo tão importante, vou 
compartilhá-lo contigo. Terás, então, a incumbência de ser o princípio do fim, aquele que tocará o 
cajado três vezes ao solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguirás te desfazer das 
vestes femininas e, daqui para frente terás todas as oferendas fêmeas!" 
E Oxalá passou a comer não mais como os demais sant os aborós (homens), mas sim cabras e galinhas 
como as iabás. E jamais se desfez das vestes de mulher. Em compensação, transformou-se no senhor 
do princípio da morte e conheceu todos os seus segredos.  
 
ORIXÁS BALÉS (ligados à morte) 
OGUM - intimamente ligado a causa de acidentes e desastres 
OBALUAIÊ - ligado à doenças letais e contagiosas. Servirá de guia para os espíritos desencarnados; 
OIA-IANSà- regente dos cemitérios e principalmente por também ser guia dos eguns; 
NANà- dona do portal da vida e da morte. Considerada como a própria morte; 
OXALÁ - princípio ativo da morte. A determinação final. A paz. O fim. 
 
OXÀLÚFÓN   
Ele é muito velho, idade avançada, aleijado, lento. Move-se com muita dificuldade, associa-se a idéia 
de repouso, de imobilidade, dança curvado e apoiado no Opáxoro, treme de frio e de velhice. Detesta 
violência, disputas e brigas, evita tudo que é excitante, come sem sal e sem dendê, odeia côres fortes 
e particurlamente o vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas como a prata; no reino 
vegetal o algodão; no animal o caracol, d'angola, martim pescador e o preá. Tem ódio do cavalo, pois, 
por causa deste animal que ficou prêso por sete anos e muito sofreu. 
 
QUALIDADES 
 
BABA NILÀ 
BABA OJOBÈ 
BABA OTUN DUNDUN- Usa uma tira prêta sob ás vestes. Não se raspa. 
BABA OlÓÒKUN- É o responsável pelo fundo do mar.Pai  de Yemonjá. 
BABA ORY 
YJALADÉ 
 
O Òpaxoro,na Africa, é o bastão cerimonial feito de um galho fino de árvore Akoko. No Brasil é feito de 
metal branco  
LENDA 
Oxalufon saudoso de seu filho Xangô resolveu visitá-lo,porém,antes consultou um Babalawó para saber 
se correria tudo bem nessa viagem. O Babalawó disse-lhe que não fosse, pois haveria contra 
tempos.Oxalufón mesmo assim, quis se aventurar-se.  O Babalawó disse-lhe que a viagem seria muito 
perigosa, se realmente quisesse ir, deveria seguir tudo 
o que êle dissese. Oxalofon aceitou e ele disse que leva-se três peças de roupas brancas e sabão e 
aceitasse tudo que lhe acontecesse sem reclamar. Oxalufon fez todas as oferendas que lhe foram 
confiadas e partiu, como era muito velho ia muito lentamente,apoiado em seu cajado. Encontrou logo 
em seu caminho Exú Elepô Pupa, dono do azeite de de ndê, sentado na beira da estrada com um barril 
de azeite de dendê do lado, após trocas de saudações, Exú pediu a ele que ajudasse a colocar o barril 
sobre a sua cabeça, ele concordou e Exú aproveitou para, durante a operação derramar, 
maliciosamente, o conteúdo do barril sobre Oxalufon, pondo-se a zombar dele. Este não reclamou, 
seguindo as recomendações do babalawó, lavando-se n o rio próximo, pôs uma roupa nova e deixou 
aquela como oferenda, continuando a andar e foi vítima, ainda pôr duas vezes, de triste aventuras com 
Exú Eleedu, dono do carvão e Exú Alaady, dono do óleo de palma, Oxalufon sem perder a paciência 
lavou-se e trocou de roupa, após cada uma das experiências, enfim chegou aos arredores de Oyó e foi 
surpreendido pelo tropel de um cavalo que havia fugido, tentando agarra-lo. Os guardas confundindo 
com um ladrão, nessa época o roubo de cavalos era um crime ina fiançável pegaram como de costume 
na época, quebraram-lhe ás pernas, porque assim que  faziam com os ladrões. Preso e impossibilitado 
de comunicar-se com seu filho Xangô, pelos maus tratos,acabou por ficar aleijado.Logo as coisas 
começaram a cair em Oyó, as colheitas secaram,as mu lheres ficaram estéreis, as colheitas não mais 
produziam,os animais começaram a morrer, as calamid ades e doenças invadiram o reino de Oyó. 
Xangô muito preocupado procurou um Oluwo, advinho,  este disse-lhe que tudo estava acontecendo por 
causa de um velho que estava preso em suas masmorra s em seu castelo. Xangô imediatamente se 

dirigiu para as masmorras, pois queria saber quem era esse velho que tanto danos a seu reino causara. 
Chegando ao calabouço, ordenou que abrissem as cela s, para sua surpresa,em uma delas, encontrava-
se seu pai, soltando imediatamente e suplicando, desculpas, sendo perdoado. Então ,como por 
encanto, tudo começou a properar em Oyó. Xangô vest iu seu pai ricamente e banhou-o com as águas 
mais limpas das fontes, sercando com belas mucambas , Oxalufon sentiu-se no paraiso, fartas colheitas 
e fartos banquetes lhe foram servidos, só tinha um porém, ele estava aleijado e não podia andar, seu 
filho então lhe presenteou com uma bengala de prata, ornada com pedras preciosas e pérolas, o 
Opaxoró. 
Quando Oxalufon teve que seguir para Ilé Yfé, cidade sagrada pelo povo Yorubá, devido ao seu estado 
alquebrado, Xangõ pediu a Ayrá que o carregasse nas costas, Ayrá era um Orixá no fundamento de 
xangô, era um de seus servos de confiança. Xangô naquele momento estava reconstruindo Oyó, não 
podia ausentar-se da cidade nem do seu povo, para redimir-se com Oxalufon, pediu a Ayrá que o 
levasse, pois sentia-se indignado com que havia acontecido com seu pai, mesmo sabendo que não 
tinha sido de propósito. 
Ayrá ia ser o preferido de Oxalufon no período de reconhecimento, entretanto, Ayrá percebeu que 
Oxalufon era um Orixá muito especial, um ser de grande sabedoria e sabendo que era da confiança de 
xangô, aproveitou o momento para saber os segredos  de Oxalufon, então usou de má fé e tentou 
convencer a este que Xangô era culpado pelos sete anos que passou na prisão de Oyó.Oxalufon, 
porém, estava ciente de que tudo que passou, pois Olodumare e o Babalawo o havia prevenido. Ayrá 
passou a ter uma grande rivalidade com xangô, por este motivo não se deve colocá-los juntos na 
mesma casa, para xangô se põem pilão e para Ayrá nã o, porque irá criar confusão entre Oxalufon e 
xangõ. Chegando a Yfé, Oxalufon agradecido a Ayrá deu-lhe o título de seu primeiro ministro, fazendo 
dele seu mais fiel amigo, por este motivo Ayrá come diferente dos Xangô, sendo suas oferendas 
levando todos ingredientes que estavam na mesa de O xalufon, foi lhe concedido comer em sua gamela 
o arroz, a canjica e o mingau de acaçá, sendo lhe proibido o dendê, o sal e os caroços do quiabo, que 
quando secos prepara-se certos atins de Exú. 
 
OXAGUIAN 
Filho de Oxalufon, é jovem,guerreiro e não perde uma oportunidade de lutar contra Omolú e xangô. É 
o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com as pedras azuis, chamadas de 
seguy, e suas roupas brancas podem,ás vezes, levar uma franja vermelha. Está ligado ao culto de 
Yroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e ao culto dos inhames. È pai de Oxossi Inlé, come com 
Ogun já, Oxossi Inlé, Ayrá, Exú, Oyá e Onira. Tem fundamento com Oyá, pois é o dono do atori 
fundamento que lhe foi dado por ela, motivo pelo qual as pessoas de Guian devem agradar muito a 
Oyá. Vem pelos caminhos de Onira. Tem ligação com E xú. Seus filhos devem evitar brigas, confusões e 
mentiras, principalmente não devem enganar a Ogún o u a seus filhos, pois será castigado sem dó. Não 
devem comer ovo frito para não esquentar o Orixá, cachaça, sal e dendê. É um Orixá muito perigoso. 
 
QUALIDADES 
ORANDIAN 
OXANDIAN 
OXANDIN 
OXANIN 
OXAMIN  
O QUE É  ORI 
Dentro da cultura yorùbá, orí é explicado com muito teor de sabedoria e complexidade da bagajem tão 
rica que nos foi deixada como herança por esse povo milenar. 
Orí não é somente a cabeça que carregamos sustentad a pelo pescoço. Sua função é mais profunda e 
de suma importância que abrange um conjunto de: <Al ma + Personalidade>. 
O Orí é o que direciona o ser humano, em todas suas ações, seja lá o que for. 
O Orí é como se fosse uma grande bateria que comand a todo nosso corpo. No Orí são gerado energias 
positivas, que trazem muito axé para o ser humano,m as em contra partida quando enfraquecida 
acumula energias negativas trazendo terríves consequências para o ser humano. 
Como tragédias, assassinatos, guerras, loucuras, doenças etc. Tem Orí que é bom e é chamado de orí 
energizado, calibrado as pessoas que tem esse ori são pessoas afortunadas, possuidoras de Olorí-IRE. 
As pessoas que carregam um mal ori, são pessoas infelizes possuidoras de OLORÍ-Buruku. 
  
Por isso eu chamo a atenção de todos que estão lendo  essa explanação, trate de cuidar de seus oris, 
dando comida a cabeça, passando primeiro pelo processo de limpeza como:<Balaio de Eguns, comida a 
bara, comida a terra, comida a Ikú, odus, bori branco a cabeça, com assento de Ibaori.  
  
  

                                                                AXÉ ORÍ   
 
ORUNMILÁ IFÁ  
O Oráculo africano. Deus dos destinos que aparece no Candomblé como qualidade de Oxalá.Teria sido 
o encarregado de estabelecer a ordem no mundo, de s eparar os elementos e instituir a paz entre os 
homens.É o dono das nozes que revelam a vontade dos  deuses, o senhor da adivinhação, que exprime 
a palavra do criador. As mulheres não podem ser sacerdotizas de Ifá. 
Não se manifesta. Dono dos Búzios, Ifá é um orixá muito importante e muito bom, acredita-se que o 
deus todo poderoso mandou Ifá que morava lá no céu  para terra, para que êle consertasse, deu 
sabedoria, conhecimento e muita inteligência que lhe permitiu o poder maior entre os outros Orixás. 
 
 
ESSABAS: 
 
Folha da costa (Oxalufan) 
 
Tapete de Oxalá (Boldo) 
(Oxafufan) 
 
Folha da fortuna – Ori-dum-
dum 
 
Rama de leite - Obô 
 
Colônia 
 
Golfo branco de Monan 
 
Levante (Oxoguian) 
 
Arruda (Oxoguian) 
 
Lingua de vaca (Oxalufan) 
 
Bredo sem espinho – Teté 
 
Alfavaquinha – Orim-rim 
 
Folha de bicho – Ibin 
 
Malva branca – Efin 
 
Folha de vintém – Ilerin 
 
Beldroega – Omim 
 
Golfo branco – Omin-ojú 
 
Jarrinha – Jacomijé 
 
Folha de neve branca, cana 
do brejo – Timim 
 
Folha da Costa branca – 
Pachoró 
 
Parietária – Monam 
 
Parioba – Peculé 
 
Folha de leite – Omim-ibá-
ojú 
 
Taioba – Bala 
 
Cajá – Jamin 
Mutamba – Aferê 
Ò RÌSÀNLÁ  
ÁGUA DE LEVANTE; AKÓKÓ; VENCE DEMANDA; TAPETE DE OX ALÁ; 
SÁLVIA; PAINEIRA; MANJERICÃO; MAMOEIRO; MALVA BRANC A; 
MACAÇA; JITIRINA; INHAME; GUACO; FUNCHO; FOLHA VINT ÉM; EWEBI; 
ERVA PRATA; COLONIA; BOLDO; BETE CHEIROSO; ALGODÃO;  
BELDROEGA; DENDEZEIRO; FOLHA DE BICHO; FOLHA DA FOR TUNA; 
LOURO; MANJERONA; SANGOLOVO ( CANA DO BREJO ); UMBU ; 
MANACÁ; ARRUDA; LINGUA DE VACA; MILAGRE DE SÃO JOAQ UIM; 
ALFAVACA; ERVA DOCE.  
 
  OXALÁ 
Locais de maior vibração dos 
orixás 
colina descampada 
As cores e flores que são 
regidas pelos orixás: 
Branca ( Palmas e Rosas) 
As bebidas que são regidas 
pelos orixás: 
Vinho tinto doce 
Frutos e Frutas  Uva Branca. 
Algumas das comidas mais 
comuns oferecidas aos 
Orixás: 
Canjica branca cozida, regada com mel e noz moscada  em pó, coberta 
com algodão. 
Mencionaremos aqui as ervas 
mais conhecidas no Rio de 
Janeiro: 
Tapete de Oxalá (Boldo), Manjericão branco, Puejo, Cinco Chagas, Saião, 
Alecrim, Barba de Velho, Canela de Velho. 
Os Orixás normalmente 
trazem em seus filhos suas 
características físicas e de 
caráter. Assim podemos dizer 
que os filhos de:   

Os Orixás têm suas 
preferências também quanto 
aos metais.  A prata e o chumbo. 
Calendário Festivo da 
Umbanda   
 
 
LENDA DE OXALUFAN - OXALÁ (A CRIAÇÃO DA TERRA)  
 
Olorun, Deus supremo, criou um ser, a partir do ar (que havia no início dos tempos) e das 
primeiras águas. Esse ser encantado, que era todo branco e muito poderoso, foi chamado Oxalá. Logo 
em seguida, criou um outro orixá que possuía o mesm o poder do primeiro, dando-lhe o nome de 
Nanan. Os dois nasceram da vontade de Olorun de criar o universo. 
Oxalá passou a representar a essência masculina de todos os seres, tornando-se o lado direito 
de Olorun. Nanan, por sua vez, teria a essência feminina, e representaria o lado esquerdo. Outros 
orixás também foram criados, formando-se um verdade iro exército a serviço de Olorun, cada um com 
uma função determinada para executar os planos divinos. 
Exú foi o terceiro elemento criado, para ser o elo de ligação entre todos os orixás, e deles com 
Olorun. Tornou-se costume prestar-lhe homenagens an tes de qualquer outro, pois é ele quem leva as 
mensagens e carrega os ebós. 
Olorun confiou à Oxalá a missão de criar a Terra, investindo-o de toda a sabedoria e poderes 
necessários para o sucesso dessa importante tarefa. Deu a ele uma cabaça contendo todo axé que 
seria utilizado. 
Oxalá, orgulhoso por ter recebido tamanha honraria, achou desnecessário fazer as oferendas a 
Exú. 
Exú, vendo que Oxalá partira sem lhe fazer as oferendas, previu que a missão não seria 
cumprida, pois, mesmo com a cabaça e toda a força do mundo, sem a sua ajuda não conseguiria 
chegar ao local indicado por Olorun. 
A caminhada era longa e difícil, e Oxalá começou a sentir sede, mas, devido à importância de 
sua missão, não podia se dar ao luxo de parar para beber água. Não aceitou nada do que lhe foi 
oferecido, nem mesmo quando passou perto de um rio  interrompeu a sua jornada. Mais à frente, 
encontrou uma aldeia, onde lhe ofereceram leite de cabra para saciar sua sede, que também foi 
recusado. 
Todos os caminhos pareciam iguais e, depois de andar por muito tempo, sentiu-se perdido. De 
repente, ele avistou uma palmeira muito frondosa, logo à sua frente, Oxalá, já delirando de tanta sede, 
atingiu o tronco da palmeira com seu cajado, sorvendo todo o líquido que saía de suas entranhas (era 
vinho de palma). Embriagado pela bebida, desmaiou a li mesmo, ficando desacordado por muito tempo. 
Exú avisou Nanan que Oxalá não havia feito as oferendas propiciatórias, por isso não terminaria 
sua tarefa. Ela, agindo por contra própria, resolveu consultar um babalawô para realizar devidamente 
as oferendas. O sacerdote enumerou uma série de coisas que ela deveria oferecer, entre elas um 
camaleão, uma pomba, uma galinha com cinco dedos e  uma corrente com nove elos. Exú aceitou tudo, 
mas só ficou com a corrente, devolvendo o restante à Nanan, pois ela iria precisar mais tarde. Outros 
sacrifícios foram realizados, até que Olorun a chamou para procurar Oxalá, que havia esquecido o saco 
da criação com o qual criaria a Terra. Nanan, após terminar suas oferendas, foi atrás de Oxalá, 
encontrando-o desacordado próximo ao local onde dev eria chegar. 
Ao saber que Oxalá havia falhado em sua missão, Olorun ordenou que a própria Nanan 
prosseguisse naquela tarefa com a ajuda de todos os orixás. E assim foi feito. Nanan pegou o saco da 
criação e o entregou à pomba, para que voasse em círculo. A galinha com cinco dedos foi solta, para 
espalhar aquela imensa quantidade de terra, e, finalmente, o camaleão arrastou-se vagarosamente, 
para compactá-la e torná-la firme. 
Quando Oxalá acordou, viu que a Terra já havia sido criada, e não o fora por ele. Desesperado, 
correu até Olorun, que o advertiu duramente por não ter reverenciado Exú antes de partir, julgando-se 
superior a ele. Oxalá, arrependido, implorou perdão. Olorun, sempre magnânimo, deu-lhe uma nova e 
importantíssima tarefa, que seria a de criar todos os seres que habitariam a Terra. Desta vez ele não 
poderia falhar! 
Usando a mesma lama que criou a Terra, Oxalá modelo u todos os seres, e, insuflando-lhes seu 
hálito sagrado, deu-lhes a vida. 

Desta forma, Nanan e Oxalá desempenharam tarefas ig ualmente importantes, juntamente com a 
valiosa ajuda de todos os orixás, que possibilitaram o surgimento deste novo e maravilhoso mundo em 
que vivemos. 
 
 
O Orixá e sua relação com os Santos Católicos:  
 
Oxalá - N.S.Jesus Cristo, N.S. do Bonfim 
Xangô  - São Jerônimo, São Pedro 
Ogun - São Sebastião (Bahia), São Jorge (RJ) 
Oxossi  - São Sebastião(RJ), São Jorge (Bahia) 
Obaluaiê - São Lazaro, São Roque 
Oxumare - São Bartolomeu 
Logun edé - Santo Expedito 
Ibeji - São Cosme e São Damião 
Exu - Santo Antônio, e erroneamente Diabo 
Nanã - N.S.Santana 
Iemanjá - N.S. da Glória, N.S. dos Navegantes 
Oxum  - N.S.Conceição (RJ), N.S. das Candeias (Bahia) 
Iansã - Santa Bárbara 
Oba -  Santa Catarina 
 
ORIXÁS  SINCRETISMOS 
OXALÁ 
Oxaguiã 
Oxalufã 
Oxalá 
Menino Jesus de Praga 
Jesus com 33 anos, Pregador 
Cristo, o Nazareno, crucificado -  Senhor do Bonfim 
(Bahia) 
SENHORAS  
Oxum 
Iemanjá 
Iansã 
Nanã 
Nossa Senhora da Conceição 
Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos 
Navegantes (Bahia) 
Santa Bárbara, Santa Luzia, Santa Joana D'Arc 
Rainha Santana, Santa Teresinha, Santa Edwiges 
IBEJI 
Cosme 
Damião 
Doum 
Crispim 
Crispiniano 
Congêneres na Religião Católica 
XANGÔ 
Xangô Agodô 
Xangô Alufam 
Xangô Agojô 
Xangô Kaô 
Xangô Alafim 
Xangô Aganju 
Xangô Abomi 
São João Batista 
São Pedro 
São Paulo 
São Jerônimo 
São Tiago Maior 
São José 
Santo Antônio e São Benedito 
OGUM 
Ogum de Malê 
Ogum Beira Mar  
Ogum Dilê 
Ogum de Nagô 
Ogum Guerreiro 
Ogum Rompe 
Mato 
Ogum Megê 
São Jorge (São Sebastião na Bahia) 
OXÓSSI  São Sebastião (São Jorge, na Bahia) 
ALMAS  Representada pelo Cruzeiro das Almas (cemitério)  
NEGATIVOS  

OXALÁ 
Omolu 
Obaluaê 
Iatôtô 
São Lázaro 
São Judas Tadeu 
Judas Iscariotes 
OS DOZE ORIXÁS MAIS CULTUADOS *  
OMOLOCÔ  NAGÔ  CONGO 
Zâmbi  Olorum  Nazamb 
Oxalá  Oxalá  Lembá Di Lê 
Oxum  Oxum  Kissimbi 
Iemanjá  Iemanjá  Danda Lunga 
Iansã  Iansã  Kaiongo 
Nanã  Iansã  Rodialonga 
Ogum  Ogum  Roximucumbí 
Oxóssi  Oxóssi  Kibuco Motolombo 
Ibeji  Ossanyn  Katende 
Xangô  Xangô  Zaze 
Omolu  Omolu  Kingongo 
Exu  Exu  Bombogira (masculino) 
Pomba-gira  Exu  Panjira (feminino) 
* Orixás ou Voduns do culto Mina-Gêge 
OS SETE ORIXÁS PRINCIPAIS  
NAGÔ  GÊGE 
Oxalá  Olissara ou Lissa 
Oxum  Aziri 
Xangô  Sobô ou Badê 
Ogum  Gú ou Gou 
Oxóssi  Aguê ou Aghé 
Omolu  Azoani ou Sakpate ou Sakpata 
Exu  Legba 
 
Na Umbanda o sincretismo ficou assim estabelecido: 
 
OXALÁ- Nosso Senhor Jesus Cristo 
IEMANJÁ- Nossa Senhora da Glória 
OXUM- Nossa Senhora da Conceição 
OBALUAIÊ- São Lázaro e São Roque 
NANÃ- Nossa Senhora de Sant´Anna 
OGUM- São Jorge 
OXÓSSI- São Sebastião 
XANGÔ- São Jerônimo 
IANSÃ- Santa Bárbara 
 
 
DIFERENÇA  ENTRE  CANDOMBLÉ  E  UMBANDA   
  É necessário elucidar a diferença entre Candomblé  e Umbanda, pois a frase mais comum que 
ouvimos de pessoas leigas no assunto é: eu achava que tudo era a mesma "coisa". O primeiro ponto 
sobre a diferença entre Candomblé e Umbanda, é que:  não há semelhança entre os dois. A começar 

pelas origens, o Candomblé é uma religião africana que existe desde os tempos mais remotos daquele 
continente, que é o berço da terra.               De uma f orma 
básica, no Candomblé não existem "incorporações" de espíritos, pois os orixás de quem sentimos força 
e vibrações, são energias puras da natureza, que não passaram pela vida, ou seja, não são 
"entidades", mas elementais puros da natureza, criados por Olorún. No Candomblé a consulta é feita 
através da leitura esotérico/divinatória do jogo de búzios (no Brasil) - forma de leitura exclusiva do 
povo candomblecista - e o tratamento para cada caso, é feito com elementos da natureza, oriundos 
dos reinos vegetal, animal e mineral, através de ebós (oferendas), Orôs (rezas) e rituais africanos. 
          A Umbanda por sua vez - sem qualquer demérito  a quem a pratica, 
pois se levada de uma forma séria e consciente tem seu mérito, valor e aplicação -, é uma religião 
brasileira, que advém do sincretismo católico-fetichista, necessário em uma época de grande repressão 
das religiões africanas, em que era proibido o culto dos orixás na sua forma de origem. A partir desta 
premissa, a Umbanda começou a tomar corpo, com algu m conhecimento de alguns africanos no trato 
com seus ancestrais, onde se fazia a "incorporação" de algum ente falecido, por um elégún por motivos 
familiares. Na Umbanda por sua vez, a consulta é feita através de um médium "incorporado" , e os 
"trabalhos" pelo espírito ali incorporado com seus elementos rituais. A umbanda é deste século, e 
utiliza os orixás do Candomblé, sob outra forma e outro aspecto. Qualquer incorporação, deste gênero, 
que se fale com as pessoas, beba ou fume em público, não é Candomblé, é umbanda; a única 
manifestação "semelhante" no Candomblé é a figura d o Erè, que, assim como o orixá, é um elemental 
da natureza, com uma conduta infantilizada, e que nunca passou pela vida, portanto não é um egun 
(espírito de morto). Ele tem função específica, e uma delas é se comunicar pelo orixá, justamente pelo 
fato de que ele não fala. Assim, nos referimos como "estado de erê". 
 
O RITUAL DE ENTRADA 
 
O ritual de iniciação no candomblé é uma cerimônia secreta. Antes de ser iniciada, a noviço (a) fica 
quase um mês trancada na camarina, um quartinho mui to simples que tem uma portinha, a palha do 
dendezeiro e para entrar é necessário tirar os sapatos. O teto é de amianto e a camarina tem uma 
janelinha, para ventilar o ar. No chão, uma esteira e atrás uma mesinha, um prato, uma caneca e a 
noviço (a) só pode comer com colher.  
  Durante o período de clausura, o futuro filho de s anto passa por um processo de 
entorpecimento, tendo a cabeça raspada, bebendo san gue de animais sacrificados e fazendo o 
juramento ao candomblé. No dia da festa, o terreiro fica cheio de convidados. O barracão canta com os 
atabaques. O iniciado (a) é finalmente apresentado ao público.  
 
ENCORPORAÇÃO E POSSESSÃO 
 
Assunto polêmico até mesmo entre os adeptos, o qual  dá margem, a interpretações e atitudes, 
erradas, exageradas e equivocadas, dentro e fora da comunidade. 
Duas situações de extrema seriedade, normatizam e d efinem na sua essência a "incorporação" pelo 
orixá do seu "filho", lista na categoria dos adoxús, aqueles que "sentem" o orixá: 
 
1º - A Lei de Deus não permite, em momento ou insta nte algum, que o ser humano, não esteja sempre 
em condições de exercer seu livre arbítrio, ou seja, comandar a si mesmo. 
 
2º - Este mesmo livre arbítrio está presente em todas as horas e situações no Candomblé, e, como 
dissemos, o orixá, é uma energia pura da natureza. 
Portanto, o que sentem os adoxúns quando "incorpora dos", é uma forte vibração dessa energia, que no 
primeiro impacto, é muito forte e com o decorrer do tempo de "incorporação", vai enfraquecendo, para 
explicar melhor ao leigo, é como uma forma de "encanto", motivo pelo qual a atitude, de quando ainda 
a pessoa é iniciada, não abre os olhos ou fala, pois se o fizer, some o "encanto", com o passar dos 
anos, este orixá "incorporado" assume algumas atitudes independentes, pelo seu próprio 
amadurecimento e compreensão desta forma de energia  . O que varia bastante de pessoa para pessoa, 
é a intensidade dessa energia, e, como se sente, quando está sob esse efeito. A única possibilidade, 
fora disso, para uma perda de consciência, é de que, na África, conforme consta em alguns livros, 
eram ministrados aos iniciados (mas somente nesta fase) um tipo de beberagem. Composta de plantas 
que teriam este poder, da pessoa ficar num estado de letargia ou sub-consciência. 
A RELIGIÃO 
O Candomblé é uma religião dinâmica, ao contrário da imaginação de muitos, pela sua variedade de 
deuses, é essencialmente monoteísta, crê em um únic o Deus e criador, Olorún (olo=dono, senhor ; 
orun= céu, espaço celeste sagrado), que criou o céu e a terra, os orixás e o homem. O Orún sua 
moradia e dos Araorún, todos os ancestres e elementais divinizados; o Aiyé, moradia dos Araiyé, os 

seres humanos, os animais, vegetais, minerais e toda forma da natureza; os orixás, elementais da 
natureza por excelência, guardiões e fiscais da mesma energia indispensável para toda sobrevivência, 
com função dupla: reger e cuidar da natureza em si e da natureza humana; o homem, objeto maior da 
sua criação, para de tudo usufruir dentro dos critérios do seu Criador.         A 
teologia yorubana, crê no  Orún e Aiyé, e em momento algum cita as palavras inferno e pecado. As 
leis, a lógica, o bom senso e os ensinamentos permeiam a conduta das pessoas. No candomblé nada se 
inventa, tudo se aprende, o saber e o conhecimento só vem com o tempo, ensinamento, humildade, 
axé, merecimento e compreensão; a sua prática tende  a se adaptar, pelo crescimento e modernidade 
do mundo, professando a sua religião através dos seus ritos, cada vez mais, confinados no Ilê.  
AS REGRAS 
Para existir um Ilê (casa de candomblé), é necessário um Babalorixá ou Yialorixá, competente, iniciado 
dentro da lei, seguindo rigidamente ao longo dos seus anos de iniciação suas normas e preceitos, pois 
somente assim terá o aval, o consentimento, o axé necessário para desenvolvimento das suas 
atribuições, atributos esses consignados por seu iniciador no nosso plano material, e seu conseqüente 
desempenho com resultados positivos junto à sua com unidade, que só serão obtidos com a 
aquiescência dos orixás que os monitoram de forma permanente, permitindo ou até mesmo 
interrompendo uma situação de resultados realmente  significativos, quer seja na sua leitura esotérica 
ou no trato com o povo.   Um Ilê com axé, é estruturado com estudo, aprendizado, dedicação, 
humildade, respeito e principalmente, conduta ritual. A medida que o ilê vai "merecendo" os orixás vão 
lhe "dando” valores ao ponto de se obter uma estrutura suficiente, para o início das atividades de um 
novo Ilê. As pessoas que freqüentam uma casa de can domblé, basicamente são: praticantes, 
simpatizantes e usuários. A procura por esta religião tanto para prática como consulta, é muito em 
virtude de um atendimento pessoal e individualizado, em que as pessoas têm uma participação ativa. 
Naquele instante a pessoa não é uma a mais na multidão, mas o centro das atenções, de uma forma 
que possa canalizar toda sua fé, para obtenção do seu objetivo. 
 
O AXÉ          
Energia mágica, universal e sagrada do orixá. É uma energia muito forte, mas que por si só é neutra. 
Deve ser anipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos. O axé dos 
iniciados está ligado, e diretamente proporcional a sua conduta ritual - relacionamento com seu orixá; 
sua comunidade; suas obrigações e seu babalorixá.                                                                                                                   
O axé é o elemento mais precioso do Ilê, é a força que assegura a existência dinâmica. É transmitido, 
deve ser mantido e desenvolvido, e como toda força pode aumentar ou diminuir e essa variação está 
relacionada com a atividade e conduta ritual. A conduta é determinada pela escrupulosa observação 
dos deveres e obrigações, de cada detentor de axé, para consigo, seu orixá e para com seu ilê. O 
desenvolvimento do axé individual e do grupo impulsionam o axé do ilê. A força do axé é contida e 
transmitida através de certos elementos e substâncias materiais, e é transmitido aos seres e objetos, 
que mantém e renovam os poderes de realização. O ax é está contido numa grande variedade de 
elementos representativos dos reinos: animal, vegetal e mineral. Quer sejam da água (doce ou 
salgada), da terra, da floresta, mato ou espaço urbano. Está contido nas substâncias naturais e 
essenciais de cada um dos seres animados ou não, simples ou complexos, que compõem o universo.  
Os elementos portadores de axé podem ser agrupados  em três categorias: 
1 – sangue vermelho (ex: sangue, óleo de dendê, cobre e bronze etc) 
2 – sangue branco (ex: sêmen, álcool e sais etc)   
3 – sangue preto (ex: cinzas de animais, carvão e ferro etc) 
Toda oferenda e ato ritualístico implicam na transmissão e revitalização do axé. Para que seja 
verdadeiramente ativo, deve provir da combinação daqueles elementos que permitem uma realização 
determinada. Receber axé significa incorporar os elementos simbólicos que representam os princípios 
vitais e essenciais de tudo o que existe. Trata-se de incorporar o aiyé e o orún, o nosso mundo e o 
além, no sentido de outro plano. O axé de um ilê é um poder de realização transmitido através de uma 
combinação que contém representações materiais e simbólicas do "branco", "vermelho" e "preto", do 
aiyé e orún. O axé é uma energia que se recebe, compartilha e distribui, através da prática ritual. É 
durante a iniciação que o axé do ilê e dos orixás é "plantado" e transmitido aos iniciados.  
 
O JOGO DE BÚZIOS 
 
O jogo de búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, utilizado como consulta para 
identificar nosso orixá (ori= cabeça + ixá=guardião), que é a mesma figura do anjo de guarda como 
também a situação material, astral e espiritual de uma pessoa. 
A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada à Òrúnmìlà, cujos babalorixás, são seus porta-
vozes, outras lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com Exú, Oxum e Oxalá. O jogo 
de búzios é exclusivo dos candomblecistas praticantes e reconhecidamente iniciados.  

Os búzios são jogados em número de dezesseis, que c orrespondem aos dezesseis odús principais: 
okaran (exú), megioko (ogum), etaogunda (obaluayiê) , iorosun (yemanjá), oxê (oxum), obara (oxossi 
e logunedé, na África é um odú de xangô), odí (omolu e oxalá), egionile (oxaguian), ossá (oyá e 
yemanjá), ofum (oxalufan), owarim (oyá), egilexebora (xangô), egioligibam (nanã), iká (ossain e 
oxumare), obeogundá (ewá e obá) e alafia (orixalá).  
Duas formas são as mais utilizadas, sobre a urupema (peneira), ou sobre erindilogun (fio de contas), 
que em alguns casos constam os dezesseis orixás cultuados atualmente no Brasil; igualmente constam 
desta parafernália: uma otá, uma vela branca, um adjá (espécie de sineta) usado para saudar os 
orixás, abrir o jogo e convocar o eledá do consulente para que permita uma boa leitura; água; 
indispensável os fios de Oxalá e Oxum; um côco de ifá; moedas; favas; obi; orobô; um imã; uma fava 
(semente) especial que represente no jogo o eledá consultado, aforante a isso um preparo do 
babalorixá, e os orôs (rezas) necessários. 
 
Para uma boa leitura de búzios, três situações são fundamentais: 
1) Conhecimento e aprendizado. 
2) Autorização, através de ritual próprio, o qual é ministrado por sacerdote responsável, tendo o 
iniciado passado por completo, com seriedade e merecimento, seu período de iniciação, que são no 
mínimo 7 anos. 
3) Seriedade do consultor e do consulente. 
 
Quem "responde" no jogo de búzios é o orixá do consulente, ele é quem determina a formação dos 
búzios para serem analisados, é uma espécie de permissão, do orixá, para que a situação do seu filho 
seja exposta. 
 
 
O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS 
 
Os animais comumente utilizados são, em via de regra: galos, cabritos, carneiros, pombos e galinhas 
da angola; machos e fêmeas. Sua forma de abate, é cortado o pescoço com faca bem afiada. Após o 
sacrifício do animal, cujo sangue é derramado, em local determinado, são retirados os "axés", que são 
as vísceras principais (moela, rim, pulmão, coração...) que serão cozidas ou fritas, colocados num 
oberó (prato de barro) e oferecidas como complement o. A carne, será consumida normalmente pelas 
pessoas, como se estivesse sido comprada em um supe rmercado. 
No Candomblé, utilizar o sangue e demais vísceras dos animais dessa forma tem uma causa e objetivo 
nobre: o de produzir uma energia, o axé, que irá cumprir uma função: o sangue como forte elemento 
portador de energia. 
 
AS ERVAS DOS ORIXÁS 
As ervas contém grande quantidade de axé – energia mágico-universal e sagrada, que bem 
combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva. Um banho de 
ervas do orixá do candomblé age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo boas 
energias. Um banho de ervas deve reunir as ervas adequadas a cada caso a fim de agir diretamente 
sobre  distúrbios, eliminando sintomas provocados por más energias. Algumas das ervas largamente 
utilizadas pelo candonblé são: 
Babosa, Aloe Vera, Erva de Santa Luzia, Sete Sangrias, Goiabeira, Mamona Vermelha, Melissa, 
Alfavaca, Patchouli, Alecrim, Alfazema,  Algas Marinhas - Saião Amoreira. 
 
 
AS FOLHAS SAGRADAS DOS DEUSES AFROS  
 
ACÁCIA-JUREMA 
Ligada ao Deus (Orixá) Oxossi. Usada nos banhos de descarrego, sacudimentos, lavagem de contas. 
Obs.: ESTA FOLHA NUNCA DEVE SER QUEIMADA. Nos culto s de Catimbó, os indígenas fazem uma 
bebida, extraída da raiz desta planta, que chamam de Cauim ou Ajucá. Da infusão ou decocção obtida 
da casca, dizem os índios que, depois de bebê-la, se sentem leves, transportados para o Céu. Na 
medicina caseira é utilizada externamente, em banhos ou compressas sobre ulceras, cancros, e na 
erisipela, em razão de um princípio orgânico nela contida. 
 
ALECRIM DO MATO OU DE CABOCLO 
Ligada aos Deuses ( Orixás ) Oxalá e Oxossi e vários Orixás. A única diferença do alecrim do mato é 
que esta espécie chega a uma altura de dois a três metros. Usada para banhos, amacis de Ori Banho 
de cabeça ), lavagem de contas, e defumações pessoa is e de ambientes, banhos de Abô 

(indispensável), pois afugenta os Éguns ( espíritos desencarnados ) e Exu ( Orixá das encrizilhadas, 
que muitas vezes confundem o bem com o mal ). Na me dicina caseira é usada como remédio eficaz 
para tosses (catarros), bronquites, usando-a como chá. 
 
ALFAVACA DO CAMPO 
Planta conhecida na Bahia como Quioiô e no Nordeste como remédio de xaqueiro. Usada para 
obrigações de amaci de Orí. Descarrego, banho de Abô ( limpeza espiritual ), lavagem de contas. Do 
cozimento das folhas, usa-se fazer o chá e um xarope para coqueluche e principalmente para combater 
tosses rebeldes, bronquites e asma. 
 
ALFAZEMA DE CABOCLO OU ACÁCIA OU JUREMINHA 
Ligada aos Espítos dos Caboblos. Usada para o Abô, amaci de Ori, lavagem de contas e nas defu-
maçôes pessoais e de ambientes. Na medicina caseira é usada para fazer essências aromáticas  
(perfumes) ou  são colocados em ramos em saquinhos  perfiunados (sachê). para as gaveta. 
 O chá éusado contra tosses rebeldes e bronquites. 
 
ARACÁ DO CAMPO 
Ligada ao Deus Oxossi . Usada para lavagem de conta s. Na medicina caseira, é usada como chás para 
diarréias e para alterações das vias urinárias. 
 
ARRUDA MACHO 
Usada em todos os rituais e principalmente em banhos para cortar inveja, olho-grande, benzimentos, 
lavagem de contas. Esta planta na Bahia é usada para se fazer amuletos, patuás, figas e cruzes. Na 
medicina caseira, usada contra vermes e reumatismo. O sumo macerado é utilizado para fechar feridas 
( excelente sicatrizante ). 
ALAMANDA 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Oxun. É muito usada pa ra banhos de descarrego. Na medicina caseira é 
muito usada nos tratamentos das doenças de pele, sarna (coceiras), eczemas e furunculose.Usa-se 
uma loção feita com as folhas cozidas. 
 
ÁLFAVACA-ROXA 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Xangô. Na medicina tem  as mesmas aplicações descritas antes. 
 
ALOÉS OU BABOSA AZEVRE OU AZEBRE — ALOÉ 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Ogun. Da gosma contida  no interior da folha, faz-se aplicações para 
queimaduras, tônico capilar, cristel para hemorróidas. Tendo grande eficácia como emoliente, é muito 
usada para abscessos e tumores. Como esta planta cu sta muito a secar é substituida pela piteira (folha 
de Ossayn), que oferece sempre folhas secas pam uso  imediato e que, do mesmo modo, é um Aloés. 
 
ANDA-AÇU OU INDAIAÇU OU COTIEIRA 
— Ligada ao Deuse Obaluayê ou Omólu. Na medicina ca seira é tida e havida como eficaz, aplicados os 
frutos socados, para descarregar o intestino, pois age como laxante e purgativo. No campo da 
veterinária, também é usada em doses muito fortes. Do cozimento das folhas é feita uma mistura para 
o tratamento do reumatismo, em demoradas compressas  ou em banhos quentes demorados. Também 
é usada como regulador do fluxo menstrual das senhoras. 
 
ARATICUM –DE-AREIA OU BIRIBÁ OU MALÔLO 
Ligada aos Deuses Obaluayê, Oxun e Yemaujá. Planta  africana muito usada pelos povos Bantus, 
principalmente no Congo e na Angola, onde toma os n omes de Yôlo, Maylo ou Malólo. Liturgicamente 
muito usada, sem mistura de outra erva, para banhos de descarrego. Na medicina caseira, a polpa dos 
frutos é usada para vazar tumores, e do cozimento das folhas para o tratamento de reumatismo ( Obs:  
Há outra espécie que pertence à mesma família, que é o araticum-do-mato, aironacea, pertencente aos 
mesmos Orixás e que dá uma fruta gostosa, conhecida  como Biribá) 
 
ARREBENLA-CAVALO 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Exu. Usada como aroeir a, para banhos fortes de descarrego, do pescoço 
pra baixo. Participam do cozimento para banho (sem ir ao fogo), maceradas: O pinhão roxo, são 
gonçalinho e a vassourinha-de-relógio ( Obs.: Esta planta difere bastante da outra que possui o mesmo 
nome. Esta não tem espinhos, as folhas são denteadas, macias e a planta é leitosa, enquanto que a 
outra dá uns frutos arredondados e vermelhos; quando maduros, as folhas e caules sào espinhosos). 
ESTA PLANTA NÃO TEM USO NA MEDICINA CASEIRA. 
 

    ANGELICA 
Ligada aos Deuses Ossaiyn e Oxalá. Ter um ramalhate  em casa afasta a  inveja e os más fluídos. 
Usada serve também para atrair o amor perfeito, quando usada em magias para tal. 
 
ANTÚRIO OU  ZANGA 
      Ligada aos Deuses Tempo ou Ossaiyn. Dentro da me dicina caseira, é usada como 
tônico capilar. 
 
ALFACE 
Contam as lendas que Vênus - Afrodite quis um dia esconder Adonis, e para isso acomodou-o num de 
pé de laface, cobrindo-o com as folhas da referida planta. Deste modo protegeu o filho da ira dos 
outros deuses por longos anos. A alface para os gregos era tida como planta sagrada. Nos cultos afro-
brasileiros é folha de Éguns ( mortos ). Toma-se chá das folhas para retirar influências de espíritos 
desencarnados. 
 
AROEIRA  
Ligada aos Deuses Exu, Ogum e Logun-Éde. O banho fo rte serve para descarregar energias negativas e 
lavar instrumentos e latares , visando sua purificação das larvas astrais danosas. 
 
ARREBENTA CAVALO 
Ligada aos Deuses Exú e Obaluayê. O Banho é usado p ara descrrego de larvas astraias danosas ( do 
pescoço para baixo ). 
 
AVELÓS OU FIGUEIRA DO DIABO OU GAIOLINHA 
Trazida da África por um missionário e plantada em Caruaru, estado de Pernambuco, em 1892. Usa-se 
socada para purificaçâo dos instrumentos mágicos e altares. Obs.: O LEITE DESTA  ÁRVORES , CASO 
CAIA NOS OLHOS, CEGA. 
 
BAMBÚ 
Ligada aos Deuses Ogum e Iansâ. Usado as folhas sec as com bagaços de cana para defumações  e o 
banho do pescoço para baixo, contra as influências danosas de energias de espírtos negativos,. 
 
BRINCO DE PRINCESA 
Para (Eligbará – Rei dos Exús). Empregada em banhos  fortes de descarga contra energias negativas, 
preferencialmente numa encrizilhada, tendo-se o cuidado, de deixar um vela acessa e um copo 
d´água, em caso, num local mais lato que a cabeça e fazendo-se uma presce ao seu guia espiritual ( 
firmar o guia ). 
 
BRIO  DE ESTUDANTE 
Ligada aos Deuses Ossaiyn e Ogun. Na medicina casei ra é usada em chá, contra a insônia. 
 
BARBA-DE-VELHO OU MUSGO 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Oxalá. Aplicada nas defumações após os banhos de descarrego. Na me-
dicina caseira é usada como uso tópico em forma de suco para combater hemorróidas. 
BELDROEGA 
Ligada aos Deuses Obaluayê, Exú e Tempo. Usada para  purificação de altares e isntrumentos. A 
purificação é feita limpando-se os instrumentos e utencílios com sabão da Costa ou de coco. Depois de 
bem limpa com a palha da Costa e o sabão, tudo é lavado e friccionado com a Beldroega. Na medicina 
caseira, usam-se as folhas socadas para apressar a cicatrização das feridas (cortes, ferimentos por bala 
ou faca), colocando-se por cima, o efeito é rápido, em razão do princípio ativo da planta, o ácido sali-
cílico. 
 
BERINJELA ROXA 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Tempo. Na medicina cas eira as folhas aquecidas, colocadas por cima 
dos tumores, desinflaman-nos com brevidade. O chá d as folhas é eliminador dos calculos da bexiga e 
rins, sendo um ótimo diurético, aumentando o volume da urina. 
 
CAAPEBA OU PARIPAROBA 
Ligada aos Deuses Xangó e Oxóssi. Usada em Banhos e  lavagem de contas. Na medicina caseira, o 
chás erve para os males do fígado, e do cozimento das raízes em decocção, é usada como diurético e 
para as perturbações uterinas. 
 

CAFERANA OU ALUMà( CAFÉ ) 
Ligada aos Deuses Ossaiyn, Xangô e Ogun. Na Bahia é  conhecida por Alumã. Na medicina caseira é 
usada para fraqueza e debilidade. Poderosos 
 
CABELO  DE MILHO 
Ligada ao Deus Oxóssi . A aplicação na medicina caseira está no cabelo. Nasce das espigas ao fruto e 
às sementes do milho. As espigas são ligadas a Deusa Iansâ. A espiga usada como Yteque (amuleto), 
dependura na porta da cozinha ou copa, sem que lhe retire a palha, fazxendo-se uma alça de palha 
que capeia a espiga e deixando-se a metade, no sentido do comprimento, descoberta, ficando os gãos 
à vista. É um modo de atrair fartura de alimentos.  
Obs.: Quando estiver secando, trocar por outra verdinha. Na medicina caseira é usado como diurético e 
para cáculos renais (toma-se o chá). 
 
CAPIM-LIMÃO 
Na Bahía e Nordeste é conhecido como incenso de cab oclo. Erva sagrada, Axé de Oxóssi, muito usada 
em lavagem de contas e instrumentos mágiscos ritualisticos e nas defumações. Na medicina caseira é 
usado para males do estômago, resfriados, bronquites, tosses. 
 
CIPÓ – CABOCLO 
Usado nos banhos de descarrego e lavagem de contas  e instrumentos mágiscos ritualisticos. Na 
medicina moderna, usado em banhos para combater o l infatismo, inchaços e inflamações das pernas e 
testículos. 
 
CIPÓ CAMARÃO 
Usado em banhos de descamgo e defumações. Na medici na caseira, do cozimento das folhas e do cipó 
para feridas e contusões ( lavagem ou compressas ). 
 
CIPÓ  BRAVO 
Ligado aos Deuses Oxalá e Oxóssi. Na medicina caseira é usado para cmbater o fumo excessivo, 
controlador do sono e calmante. 
 
COCO DE IRI 
Ligado aos Deuses Oxossi e Iemanjá. Das Folhas são feitos banhos de descarrego. Na medicina caseira, 
pelo cozimento das raízes, debela os males do aparelho genital feminino. Usado em banhos e lavagens. 
 
CAROBINHA DO CAMPO OU JACANDÁ PETERÓIDES 
Ligada aos Deuses Obaluayê, Omulú e Tempo. Esta pla nta é de grande Axá ( poder ) nos cultos 
baianos, pelo uso que o povo faz. Não conhecemos em  outras nações, fora do Congo, o emprego 
litúrgico. Na medicina caseira o seu emprego vem dos Cambutas (Grupo Kilongo), negros que a 
trouxeram para a Bahia, como debeladora dos males o u doenças de pele, coceiras, feridas e 
esfoladura. 
 
CEBOLA DO MATO OU CENCÉM 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Exu. Na medicina caseira, usada ralada sobre tumores, é resolutiva 
como emoliente. Do cozimento (folhas), apressa a cicatrização de feridas que não fecham. 
 
CIPÓ-CHUMBO 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Exu. Na medicina caseira muito usado como xarope para tosses e 
bronquites. Do cozimento das folhas é feito o chá para diarréias sanguinolentas e icterícia. Seco e 
reduzido a pó é eficaz para cicatrizar feridas. 
 
COENTRO 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Oxalá. Na medicina cas eira é usado como regularizador das funções 
digestivas e eliminador de gases intestinais. 
 
CELIDÔNIO OU ERVA -DE-ANDORINHA 
Ligada aos Deuses Ossaiyn, Obaluayê e Tempo. Na med icina caseira é utilizada para lavar as vistas 
(cataratas). A lenda conta que as andorinhas apanhavam esta planta para dar vistas aos filhos. Era 
chamada pelos gregos de KLELIDÓN,  que quer dizer a ndorinha, por isto vulgarmente é denominada 
erva-de-andorinha. É usada para banhar o rosto e o corpo e para tirar manchas. 
 
COCO-DE -DENDÊ 

Ligada aos Deuses Ossaiyn, Yfá e Exu. O óleo que se extrai da polpa do referido coco tem um teor 
enorme de vitaminas. A semente do coquinho, desprov ida da polpa fornece um óleo branco e serve 
para substituir a manteiga: é a chamada manteiga de Carité ou Adin. Na medicina caseira é muito 
usado o coco, pera debelar dores de cabeça, anginas e diminuição da vista, em razão de fraqueza dos 
órgãos visuais (cataratas, etc..) inchaços de pernas e cólicas abdominais. 
Cebola-do-Mato ou Mangue-Cebola 
Ligada aos Deuses Exu, Omolú . Usada como a cebola- cecém, cortada em 4 partes iguais e distribuída 
pelos cantos, debaixo dos móveis para afastar falsidade, inveja, etc. 
 
FEDEGOSO OU CÁDIA 
  Ligada ao Deus Exu. Usada para sacudimnentos de am bientes, banhos. Acompnha outas ervas 
que prestam à mesma finalidade. Também empirgada pa ra limpeza do chão. Pode ser  também 
empregada como oferenda para deuses da guerra ( Ogu m, Áries e etc...). 
 
DOURADINHA DO CAMPO 
Ligada ao Deuse Obaluayê. Na medicina caseira é usada no tratamento das doenças da pele ou 
dermatoses. Esta erva cura a sarna e é o ponto final nas coceiras. 
 
ESPINHEIRA SANTA 
Ligada aos Deuses Obaluayê, Oxalá e Tempo. Também c hamada de caucerosa, salva-vidas, espinho-
de-deus. Usada para banhos de descarrego. Na medici na caseira possui bastante aplicação quando 
recebeu de Olorun ( Deus Supremo ), para aliviar as dores humanas. E empregada para debelar as 
afecçôes do estômago, nas gastrites, gastralgias, úlceras e câncer: Põe fim as dores com espantosa 
rapidez. 
 
ESTORAQUE BRASILEIRO 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Oxalá.Usada a resina (goma) que aparece após se aplicar talhos, 
golpes, em volta do pé, do caule. Tirada a resina, esta é reduzida a pó. Emprega-se misturada com 
benjoim e alfazema, em farta defumação pessoal, dep ois do banho de descarrego. Na medicina 
caseira, o pó resultante da resina ou das cascas e folhas é usado para o tratamento de úlceras 
varicosas. Modo de usar: polvilhando as varizes. 
 
 
ERVA CUNALEIRA 
Ligado ao Deus Oxássi. Usada em banhos de descarreg a. Na malicina caseira usada como diuretico e 
sudorífico, muito empregada para o combate da sífilis. Usa-se o cozimento das folhas. 
 
FIGO DO INFERNO OU FIGUEOIRA BRAVA 
Ligada ao Deus Exu. Belíssima arvore que da frutos grandes, de cor marrom-escura. No tronco nascem 
os frutos em grandes quantidades, bem juntos. Interessante é o perfume que chama a atenção de 
qualquer pessoa que se aproxima do trunco. É local de concentração para Exu e de arriada de 
obrigações.Excelente para se deixar presentes para as entidades das ruas e da terra. 
 
 
FOLHA-DA-FORTUNA / FOLHA -DE-OXALÁ  OU FOLHA-DA-COS TA 
Ligada aos Deuses Oxalá e Exu. Usada nos banhos lustrais.  
 
FIGO BENJAMIM 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Exu. Usado em banhos f ortes para pôr fira à perseguição (obsidiação, 
obsessão). Fazer a gangorra — banho dado com o paci ente de costas, sentado sobre uma gangorra 
feita de um paralelepídeso e uma tábua, onde o paciente fica sentado no meio e o banho escorre para 
o ralo. Para melhor efeito, este banho deve ser dado no tempo ( ao ar livre ), junto com três sabugos 
de milho cortados ao meio. 
Obs.: Estes sabugos tem de ser colhidos nos restos das feias-livres  ou no lixo, junto a estes, o pião 
roxo, pau - d’alho, aroeira,  vassourinha-de-relógio 
 
GUACO CHEIROSO 
Ligado aos Deuses Oxalá, Oxóssi, Oxumaré. Também co nhecido como erva das serpentes. Usado para 
banhos de limpeza. Na medicina caseira é usado contra tosses rebeldes, bronquites, como xarope. 
Aplicado contra veneno de cobra (soro antiofidico), com folhas secadas no local e o chá forte ( bebido 
), dosagem de 30 gramas para 1 litro d’água. 
 

GUINÉ PIPI 
Usado em defumações pessoais e de ambientes. Na med icina caseira, o chá é usado para dores de 
cabeça (enxaquecas) e para reumatismo articular (artrite). 
 
GUINÉ CABOCLO 
Muito diferente do Guiné Pipi. pois esta dá em árvores de dois a três medos de aluna. Própria de 
restingas, capoeiras e matas. Encontrada principalmente em Arauama e ao longo do litoral fluminense. 
Na medicina caseira, usada em chá, para os males do intestino, estômago, má digestão. 
 
GAMELEIRA 
 Ligada aos Deuses Tempo, Iroko ou Leôko e Xangô. P lanta de grande poder e tida como intocável 
fetiche do Orixá Irôko, no Ketú, que no Jêjê é chamado de Loôko e no Congo e Angola de Tempo. 
Delas se reco-lhe, por ocasião das desfolhas, as folhas que caem e também aquelas que ficam com a 
parte direita do limbo para cima. É tal como se encontram quando presas ao caule. No Brasil é 
conhecida a gameleira branca, árvore rara e quase extinta, embora existam outros tipos de gameleira. 
POR SER UMA ÁRVORE INTOCÁVEL,  E SAGARADA NÃO TEM U SO NA MEDICINA CASEIRA. 
 
HISSOPO OU ALFAZEMADE CABOCLO 
Usada nos amacis de Ori, lavagem de contas, banhos. Na medicina do povo, usada nas afecções do 
aparelho respiratório e principalmente como xarope expectorante, anticatarral e bronquite. 
 
HORTELàPIMENTA  
 Ligada ao Deus Exu. Usada para  banhos de descarga , do pescoço para baixo, para anular maus 
fluídos e cargas, na purificaçao do altae e instrumentos mágicos. 
 
KITOCO 
Ligada ao Deuses . Na medicina caseira muita utilizado nas doenças de estômago, em chá; e nos 
abscessos e tumores, as folhas são aplicadas socadas. Também para doenças de senhoras (chá), para 
dores uterinas, cólicas mensftuais. etc. 
 
JABORANDI 
Usada Na medicina caseira na lavagem dos cabelos, tomando-os sedosos; tônico dos cabelos 
(policarpica). Serve para suadouro eficaz nas pleuras, bronquites e febres que tragam erupções 
(sarampo). 
 
JENIPOPO 
Ligada aos Deuses Obaluayê, Tempo Iruko, Loôko e Os saiyn. As folhas usadas para banhos de 
descarrego ou limpeza. Esta árvore presta-se para uma simpatia muito útiI e eficaz para exterminar os 
ataques de cólera e epilepsia ou ataques do Tempo, apesar desses males serem considerados 
incuráveis. Coloca-se o doente de pé, encostado na árvore, e ao lado acende-se três velas dos três 
reinos da natureza, sendo uma de cera (animal), uma de carnaúba (getal) e outra de espermacete (mi-
neral) comum, formando um triângulo, e com uma faca  virgem, de aço, reza-se suplicando a Ossayn e 
ao Tempo a extinção do mal, dando golpes no anuredo , dizendo: ASSIM COMO CORTO ESTA ÁRVORE, 
FICARÁ CORTADO DE FULANO, PARA SEMPRE, ESTE MAL. Na  medicina caseira as folhas são cozidas 
juntamente com as cascas e se extrai um sumo, usado  no tratamento das úlceras varicosas. Lavando-
as e o caldo dos frutos é remédio para combate à hidropisia. 
 
JUREMA BRANCA OU MIMOSA VERRUGOSA 
Bastante diferente da jurema preta, principalmente devido aos calombos que existem no caule, pelos 
ramos. È também armada de espinhos. Na medicina cas eira o uso de cascas em decocção (sabor 
amargo) tem aplicação em banhos ou lavagens, como a dstringente para doenças da pele. O chá ë 
empregado como narcótico para insônia e estado nerv oso. 
 
LÁGRIMA DE NOSSO SENHORA 
Ligada aos Deuses a Ossaiyn e Yemanjá. As folhas com as sementes são usadsas para banhar os 
olhosd propiciando o desenvolvimento da clarividencia. A aplicação é feita pela manhã e o banho dos 
olhos deve ficar durante a noite exposto ao sereno, retirando-se antes do Sol nascer.  Obs.:Esta erva 
nâo vai ao fogo. Na medicina caseira e tida como excelente diurético,  chá Os banhos debelam o 
reumatismo e reduzem as inchações. 
 
MALVA DO  CAMPO OU MALVARISCO 

Ligada aos Deuses Oxalá e Oxóssi. Usada nos  banhos para purificação pessola, de altyares e 
instrumentos. Na medicina caseira, é usada como emo liente, empregando-se em bochechos e 
gargarejos. em abscessos nas gengivas, inflamações da garganta e operações da boca. 
 
MANJERICÃO ROXO 
Ligada aos Deuses Obaluayê, Xangô, Tempo, Iansã.  C olhido e posto a secar, é grande preventivo 
contra raios, coriscos, em dias de tempestades, usando-se o defumador. Usa-se em defumaçâo como 
purificador do ambiente. É indispensâvel como banho de descarrego e proteção. Na medicina caseira é 
usalo, como os outros, para males do aparelho digestivo e eliminador de gases. 
 
MANGUE VENNELHO OU MANGUE-SAPATEIRO 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Omólu. Usado na medici na caseira para adstringente no tratamento das 
úlceras varicosas e feridas rebeldes, sendo aplicado em compressas ou banhos nas partes lesada Usado 
também para lavagens ginecolágicas ou banhos de ass ento (moças virgens) para tratamento de leucor-
réia (flores brancas). 
 
MASTRÚÇO  OU MASTRUZ 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Oxalá. Usado na medici na caseira, goza de grande prestígio no 
tratamento das afecçoes puimonares, principalmente nas pleurisias secas ou com derrames. Usa-se o 
sumo, simples ou de mistum com leite quente, quanta s vezes possível. È um excelente antibíotico 
natural. 
 
MALVARIOSCO OU CHAPÉU-DE – TURCO 
Usada para banhos de descarrego. 
 
MANGUEIRA 
Ligada aos Deuses Exu e Ogun. Usada pøm banhos de d escarego com a mistura de arueira, pinhão 
roxo, cajuiero e vassourinha de relogio, do pescoço para baixa As folhas servem também para cobrir o 
chão a fim de afastar   maus fluidos e larvas astrais. 
 
MELÃO-DE -S O-CAETANO OU ERVAS DAS LAVADEIRAS 
Ligada aos Deuses Xangô. O Chá é Anfi-reumático, antifebril, banho de assento (doenças de senhoras, 
corrlinentos, etc). 
 
NÓS DE COLA ( OBI ) 
Ligada aos Deuses Oxalá, Obatalá, Odudwá, Olissassa, e demais divindades da criação. Os africanos 
comem os frutos do Obi, como gerador de energias. N a medicina caseira é usado como tônico do 
coração, regularizando as pulsações e para o sistema nervoso, sendo também muito eficaz contra ane-
mias. 
 
CANA 
Ligada ao Deus Exu . As folhas e os bagaços serve para as defumações. O açücar extraído da cana é 
usado nas defumações destxuir larvas astrais e afugentar Éguns ( desencarnados ). 
 
PIPEREGUM VERDE OU DAMACENA 
Planta originária da Guiné (África). Grande Axé ( força ) de Oxóssi, o Deus da Caça. Usada para 
sacudimentos contra as energias de espítos desencarnados, pessoas ou domicilios. Na medicina case 
ira é usada contra reumatismo, por meio de banhos e compressas. 
 
PIPEREGUM VERDE E AMARELO OU DAMACENA RAJADA 
Ligada aos Deuses Legun-Éde e Oxumarê. Usada da mes ma maneira que o descrito antes, que é de 
Oxóssi. 
 
PITANGUEIRA 
Usada para defumações de ambiente para atrair dinhe iro. Usa-se as folhas secas, misturadas com 
canela em pó, pé de café (virgem), açúcar, cravodaíndia e palha de alho e bagaço de cana-de-açúcar. ( 
Obs.: Esta defumação é feita da porta da rua para dentro da casa, deixando-se na área ou quintal o re-
síduo, para depois despachar-se no dia seguinte, no mato, na praia ou água corrente. Usada na 
medicina moderna para dar fim às lombrigas das crianças, em chá. 
 
PANECÊA OU AZOUGUE DE POBRE 

Ligada aos Deuses Obaluayê e Xangô.  Na Bahia é con hecida por bolsa de pastor ou braço de preguiça. 
Na medicina caseira é tida como poderoso diurético e eficaz no combate a sífilis, usando-se o chá. 
Também é indicada para as doenças de pele, eczemas  e para debelar o reumatismo, em banhos. 
 
PARIETÁRIA- VIDRO 
Ligada aos Deuses Obaluayê e e Oxun. Apesar de faze r parte da família das urtigas, esta qualidade é 
inofensiva ao contato das mãos. Na medicina caseira é usada como diurético, das vias urininárias 
(urina solta). É empregada, em cozimento das folhas, para os males da pele. 
 
PAU - D’ALHO OU GUARAREMA 
Ligada aos Deuses  Obaluayê e Exu. Usado em sacudim entos pessoais e domiciliar, casas, lojas, onde o 
homem exerce funções lucrativas. Também usado para  banhos fortes de descarrego para retirar 
influência negativa. Usado com aroeira, pinhão roxo e branco. Na medicina caseira, as folhas, socadas 
e colocadas em cima de furunculos e tumores, resolvem eficazmente. Também no cozimento das 
folhas, em banhos quentes e demorados, é muito útil para reumatismo e hemorróidas. 
 
PITEIRA IMPERIAL 
Ligada aos Deuses  Ossaiyn, Obaluayê e Tempo. Na me dicina caseira, as folhas verdes e cozidas são o 
usadas para lavar feridas e dermatoses. 
 
RABO DE TATU OU LANCETA 
Ligada aos Deuses Obaluayê e Oxóssi. Na medicina ca seira que é tida como uma preciosidade para 
abrir abscessos e tumores, pôr fim às inflamações, panarícios, unheiras, erisipelas, regenerando o teci-
do cutanêo atacado por inflamações de qualquer origem e fazendo cessar as dores. 
 
SUMARÉ OU BISTURI-DO-MATO 
Ligada aos deuses Obaluayê e Oxóssi. Na medicina caseira os seus efeitos rápidos promovem a 
abertura de tumores de qualquer natureza, expulsando o pus e fazendo cessar dores, para alivio do 
paciente. Extingue os furúnculos, panarícios, erisipelas. Contra a inflamações de qualquer origem, 
abre-se a banana (bulbo) da planta e com uma colher raspa-se a goma nela contida (mucilagem), 
colocando sobre a pale inflamada ou tumorada, cobrindo-se com gaze ou pano limpo. 
 
SABUGUEIRO 
Ligada ao Obaluayê, muito usado na medicina caseira para tratamento de cataporas, sarampo, 
escarlatina. Usado para suadouro, do cozimento das folhas é um grande diaforético e debeladora do 
sarampo. 
 
SAPÊ OU SAPÉ 
Ligada ao Deus Exu.  As raízes são usadas para banhos de descarrego. após o sacudimento. 
Obs.: O banho é do pescoço para baixo. 
 
VASSOURINHA DE IGREJA 
Ligada ao Deus Exu. Usada para sacudimentos de casa s. Juntamente com cipreste e palha-da-costa, 
serve para  espantar energias de desencarnados e todos os males são retirados, 
 
URTIGA  -  MAMÃO 
Ligada ao Deuse Obaluayê. Na medicina caseira, muito usada para cura de erisipela. Usa-se em chu-
maço de algodão embebido no leite da  planta.  Emprega-se o chá das folhas para debelar males dos 
ruins ( O banho, forte, afasta influêrncias energéticas de desencarnados ). 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA:  
 
 
(1) Bastide, Roger. “O Candomblé da Bahia” – Rito Nagô – RJ 
 
(2) Quirino, Manoel; “Raça Africana e seus Costumes“ – Editora Progresso – Salvador BA 
 
(3) Dos Santos, Juana Albein; “Os Nagô e a Morte” – Editora Vozes – RJ, 1975 

 
(4) Dados retirados da internet por um intrometido. 
 
(5) Mitos dos Orixás do Candomblé Paulista - Rita Amaral 
 
(6) Candomblé e os Tipos Psicológicos por Carminha Levy 
 
(7) Orixas Site Silvio de Otolu 
 
(8) Conceitos de vida e morte no ritual do axexê: Tradição e tendências recentes dos ritos 
funerários no candomblé - Reginaldo Prandi