Desenvolvimento Humano II Explorando a adolescência e suas complexas transformações.
Sumário •Teorias Psicodinâmicas (Freud, Anna Freud, Rank) •Aberastury, Knobel, Mead e Erikson •Abordagens Fenomenológicas e Existenciais •Teorias Comportamentais e Cognitivas •Perspectiva Psicossocial Integrada
Desenvolvimento Humano II Esta disciplina aprofunda o estudo do desenvolvimento humano, com foco primordial na adolescência. Exploraremos as complexas transformações físicas, cognitivas, emocionais e sociais que marcam este período crucial. Compreenderemos como essas mudanças moldam a identidade e o futuro dos indivíduos.
Roteiro e Objetivos • Analisar teorias psicodinâmicas (Freud, Anna Freud, Rank). • Explorar Aberastury, Knobel, Mead e Erikson. • Compreender abordagens fenomenológicas e existenciais. • Debater teorias comportamentais, cognitivas e psicossociais.
Teorias Psicodinâmicas As teorias psicodinâmicas exploram os conflitos inconscientes e o desenvolvimento da personalidade, essenciais na adolescência. Freud destacou a reativação edípica, enquanto Anna Freud e Otto Rank abordaram a busca por identidade e a separação parental. Por exemplo, a rebeldia adolescente pode ser vista como uma manifestação da luta por autonomia e individuação. Puberdade: conflitos inconscientes e a busca por identidade na adolescência.
Freud: Reorganização Pulsional • Reativação pulsional: pulsões infantis (oral, anal, fálica) ressurgem. • Primazia genital: organização sexual adulta, busca por objeto externo. • Conflitos edípicos reativados, exigindo desinvestimento parental. • Desequilíbrio psíquico: Ego e Superego desafiados pela intensidade.
Anna Freud: Mecanismos de Defesa Anna Freud enfatizou o ascetismo e a intelectualização como defesas cruciais na adolescência. O ascetismo envolve a renúncia a prazeres, como um jovem que se abstém de redes sociais ou festas para focar nos estudos. A intelectualização utiliza a razão para gerenciar emoções intensas, como um adolescente que discute teorias filosóficas para lidar com a ansiedade existencial. Ascetismo e intelectualização: defesas adolescentes na interpretação de textos.
Otto Rank: Vontade e Separação Otto Rank enfatizou a 'vontade' como uma força criativa e autônoma, essencial para a individuação. Na adolescência, isso se manifesta na busca por identidade própria e na afirmação de escolhas pessoais, como a carreira ou estilo de vida, desafiando a dependência parental. O processo de separação-individuação, crucial para a autonomia, envolve o conflito entre o desejo de independência e o medo da solidão. Rank: Vontade, escolhas e a busca pela autonomia na adolescência.
Aberastury: Os Três Lutos Essenciais Knobel: As Dez Características da Síndrome Arminda Aberastury destacou que a adolescência envolve três lutos fundamentais: pelo corpo infantil perdido, pelo papel e identidade infantis, e pelos pais da infância. Essas perdas são cruciais para a construção de uma nova identidade adulta. Por exemplo, a dificuldade de aceitar as mudanças corporais ou a necessidade de se desvincular da imagem idealizada dos pais são manifestações desses lutos. Maurício Knobel sistematizou as manifestações da 'Síndrome Normal da Adolescência', enfatizando a normalidade da crise e da instabilidade. Suas dez características incluem a busca de identidade, a tendência grupal e a atitude social reivindicatória. Atualmente, vemos isso na adesão a tribos urbanas ou movimentos sociais, como o ativismo climático, buscando pertencimento e voz.
Margaret Mead: Impacto Cultural Margaret Mead, em sua obra seminal "Coming of Age in Samoa" (1928), demonstrou que a turbulência adolescente não é universalmente biológica, mas profundamente influenciada pelo contexto cultural. Ela observou que, em Samoa, a transição para a vida adulta era mais suave, sem o estresse e a rebeldia frequentemente associados à adolescência ocidental. Isso ressalta como o ambiente social e as práticas culturais moldam significativamente a experiência e os desafios do desenvolvimento nesta fase. Naturalista pioneiro: cultura molda desenvolvimento, como Mead em Samoa. Vida na aldeia: contexto cultural molda a transição para a vida adulta.
Erikson: Crise de Identidade Erik Erikson descreveu a crise psicossocial da adolescência como "Identidade versus Confusão de Papéis", onde o jovem busca um senso coeso de si. Esta fase crucial envolve a exploração de valores, crenças e vocações para formar uma identidade pessoal e social. Um exemplo atual é a busca por pertencimento em grupos online ou a experimentação de diferentes estilos em redes sociais. Adolescentes exploram identidade em labirinto digital de redes sociais.
Erikson: Desafios Atuais da Identidade • Redes sociais: experimentação e construção de identidades digitais. • Escolhas de carreira: pressão e busca por propósito profissional. • Moratória psicossocial: "gap years" e exploração acadêmica/profissional. • Ativismo jovem: identidade via engajamento em causas sociais.
Fenomenologia Existencial: Sentido A fenomenologia existencial, com pensadores como Viktor Frankl, destaca a busca de sentido como central na adolescência. Jovens confrontam a liberdade e a responsabilidade de suas escolhas, como na decisão de uma carreira ou propósito de vida. Essa fase é crucial para construir uma existência autêntica. Adolescência: escolhas, sentido e a busca por autenticidade.
Comportamental e Cognitivo-Comportamental • Comportamental: Foco em comportamentos aprendidos e ambientais. • Adolescência: Reforço social, modelagem (Bandura) influenciam condutas. • Cognitivo-Comportamental (TCC): Pensamentos distorcidos afetam emoções/ações. • Aplicação prática: TCC para ansiedade, depressão, uso de substâncias.
Olhar Psicossocial Integrado A adolescência é compreendida holisticamente, integrando fatores biológicos, psicológicos e sociais em seu desenvolvimento. Por exemplo, a maturação cerebral interage com a busca por identidade e o ambiente familiar/escolar. Essa visão complexa é crucial para intervenções eficazes, como programas de saúde mental juvenil. Mente: biologia, identidade e ambiente na adolescência.
Adolescência Atual: As Teorias Respondem? Como as teorias de desenvolvimento estudadas (Freud, Erikson, Mead, etc.) dialogam com os desafios da adolescência contemporânea, como a identidade digital, pressões sociais online e saúde mental?
Conclusão • A adolescência é um período de intensas transformações físicas, cognitivas, emocionais e sociais, crucial para a formação da identidade. • Teorias psicodinâmicas (Freud, Anna Freud, Rank) destacam conflitos inconscientes, mecanismos de defesa e a busca por individuação. • Aberastury e Knobel descrevem os lutos essenciais e a normalidade da crise adolescente, enquanto Mead ressalta a influência cultural. • Erikson enfatiza a crise de identidade, e a fenomenologia existencial foca na busca de sentido e autenticidade. • A compreensão integrada (biopsicossocial) é fundamental para abordar os desafios contemporâneos da adolescência, como a identidade digital e a saúde mental.