Diálogos socráticos: qual a aplicação prática na Terapia Cognitivo-Comportamental?

Apresentação de vídeo aula sobre qual a aplicação prática dos diálogos socráticos na Terapia Cognitivo-Comportamental de Dr. Hewdy Lobo.

1. Diálogos Socráticos: Aplicação Prática na Terapia Cognitivo-Comportamental Hewdy Lobo Ribeiro Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta ABP/AMB CREMESP 114681 Diretor Vida Mental Coordenador Pós-Graduação VM/UNIP

2. Diálogo Socrático Simples questionamentos – perguntas com respostas abertas Como era o método de ensino do filósofo Sócrates O terapeuta conduz paciente para que ele entenda seu problema, explore soluções e desenvolva um plano de manejo Beck e colaboradores (1979): “A maior premissa na TC é conversar sobre os dados objetivos, e não convencer o paciente através da força dos argumentos

3. Diálogo Socrático Avaliação imparcial – evita que terapeuta imponha próprias ideias e conceitos Paciente deve aprender a aplicar em si mesmo e ter postura proativa Postura gentil e curiosa Não é uma inquisição Exemplo: construção de um quebra cabeça Evite perguntas que você certamente sabe a resposta, postura “sabe tudo” Jamais levar o paciente a achar que deve responder o que quer ouvir Promover o conhecimento das origens das crenças

4. Diálogo Socrático Objetivos: Examinar o Pensamento Automático (PA) Explorar outros pontos de vista, interpretações alternativas Descatastrofizar a situação Reconhecer o impacto de acreditar no PA (vantagens e desvantagens) Obter distanciamento do PA Dar passos necessários para resolução do problema

5. Diálogo Socrático Orientado para a descoberta Estimula exame, ponderação , avaliação e síntese de diversas fontes de informação O objetivo é a avaliação independente e racional dos problemas e de suas soluções ( raciocínio autônomo ) É utilizado para trazer informações à consciência do paciente (insight) Não corrige respostas, pois não há "certo" ou "errado“ Se realizado corretamente, tem forte impacto sobre a organização cognitiva do paciente Toma tempo e requer paciência Ensina o paciente sobre "como aprender a aprender" Converte o sofrimento psíquico do paciente em autoexploração inquisitiva Progride do questionamento orientado para o insight para um questionamento orientado para a mudança (KNAPP, 2004)

6. Diálogo Socrático Importante: Você não sabe até que ponto o PA está distorcido Contestação direta pode levar o paciente a não se sentir legitimado Colaborativo: examinar junto o PA, testam validade, desenvolvem resposta adaptativa

7. Diálogo Socrático Ser estratégico ao aplicar: Avaliar nível de sofrimento Alto nível – evitar análise racional profunda Tolerância à frustração Perguntas simples e concretas e abertas e gradualmente mais abstratas Modificações culturais Imaturidade Métodos comportamentais, metáforas até diálogos mais profundos Reatividade Mais ritmado e aberto

8. Diálogo Socrático Processo: Evocar e identificar o PA Associar o PA ao sentimento e ao comportamento Encadear a sequência PA – Sentimento – Comportamento com resposta empática Obter concordância em ir em frente Testar crença

9. Exemplo Quais são as evidências que apoiam esta ideia? Quais são as evidências contrárias a esta ideia? Existe uma explicação ou ponto de vista alternativo? Qual é a pior coisa que poderia acontecer (se é que eu ja ́ não estou pensando o pior)? E, se isso acontecesse, como eu poderia enfrentar? Qual é a melhor coisa que poderia acontecer? Qual é o resultado mais realista? Qual é o efeito de eu acreditar no pensamento automático ? Qual poderia ser o efeito de mudar o meu pensamento? O que eu diria a __________ [um amigo específico ou familiar] se ele estivesse na mesma situação ? O que eu devo fazer? Fonte: Beck, 2013

10. Referências BECK, Judith S.. Terapia Cognitivo-Comportamental , 2nd Edition . ArtMed , 01/01/2013. KNAPP, Paulo colaboradores. Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica . ArtMed , 01/2004

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