de velador de tal conhecimento.
Enquanto tais fenômenos se demoram sem explica ção definitiva, a
sobrevivência do Espírito após a morte do corpo não encontra aceitação pelas
Academias; distúrbios mentais de vária ordem aprisionam multidões em cárceres
estreitos e sombrios, povoados pelos fantasmas da loucura, reduzindo o homem à
condição primitiva do passado...
Muito embora os desvarios da razão estejam presentes nos fastos de todos os
tempos, jamais, como na atualidade, o homem se sentiu tão perturbado.
Tratadistas estudiosos dos problemas psico-sociológicos do presente atribuem
grande parte dos distúrbios mentais à “tensão” das horas em que se vive, elevando,
cada dia, o número dos desarranjados psiquicamente e aturdidos da emoção.
Naturalmente que, além desses, afirmam os de procedência fisiológica, da
hereditariedade, de vírus e germens, as sequelas da epilepsia, da tuberculose, das
febres reumáticas, da sífilis, os traumatismos e choques que se encarregam de
contribuir larga e amplamente para a loucura. Fatores outros predisponentes a que
também se referem não podem ser relegados a plano secundário. Todavia, além
desses, que dão origem a psicoses e neuroses lamentáveis, outros há que somente
podem ser explicados pela Doutrina Espírita, no Capítulo das Obsessões estudadas
carinhosamente por Allan Kardec.
Fazendo-se ligeiro levantamento através da História — e os acontecimentos têm
sido registrados em todas as épocas do pensamento, mesmo nas mais recuadas —,
surpreendemos, ao lado dos alienados de qualquer procedência, magos e
sacerdotes manipulando exorcismos e orações com que pretendiam afastar os
Espíritos atormentadores, que se comprazem em vampirizar ou exaltar suas vítimas
em infeliz comércio entre os dois planos da vida: o corporal e o espiritual.
Os livros sagrados de todos os povos, desde a mais remota antigüidade oriental,
em se referindo às leis morais, reportam-se à vida extraterrena. às consolações e às
penalidades impostas aos Espíritos — tal como se a informação tivesse sido haurida
na mesma fonte, tendo como única procedência a inspiração dos desencarnados —
estudando, igualmente, as aflições e perturbações de origem espiritual, que
remontam às vidas pregressas...
Considerados inicialmente como anjos maus ou demônios, ao tempo de Jesus,
foram por Ele classificados de (espíritos Imundos», com os quais se defrontou,
reiteradas vezes, durante a jornada vivida na Terra.
Todos os grandes pensadores, artistas, escritores, filósofos do passado, “psi” de
religiões», “doutores da Igreja», são unânimes em atestar as realidades da vida
além da carne, pelos testemunhos inconfundíveis da imortalidade.
Aos Espíritos dos ditos mortos se referem Anaxágora, Plutarco, Sócrates,
Heródoto, Aristóteles, Cícera, Horácio, Plínio, Ovídio, Lucano, Flávio José, Virgílio,
Dionisio de Halicarnasso, Valério Máximo... que, em seus relatos, apresentam farta
documentação comprobatória do intercâmbio espiritual, citando outras não menos
célebres personagens do seu tempo.
Ricos são os comentários sobre as aparições, as casas (assombradas», os
(avisos) e as consultas nos santuários de todas as grandes Civilizações.
Mais tarde Lactâncio, Orígenes, Ambrósio, Basílio e Arnóbio dão farto e
eloquente testemunho das comunicações com os desencarnados.
A Escola Neoplatônica de Alexandria, através dos seus mais expressivos vultos,
pregando a multiplicidade das existências (reencarnação), afirma, por intermédio de
Plotino, Porfírio, Jâmblico, Próclus, a continuidade da vida concedida ao princípio
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