Artigo apresentado na Jornada Antropologia Ação - PPGA UFF 2013
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Added: Nov 01, 2013
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DO ADVENTO DA INTERNET À CATALAXIA DO
CIBERESPAÇO:
como a técnicas digitais aproximam negócios,
consumo e pessoas
TATIANA CIONI COUTO – PPGMC UFF
O artigo
O presente artigo tem como objetivo abordar o comércio virtual e suas
extensões nas práticas cotidianas do sujeito cartesiano em rede (BAUMAN,
2008). Para tal estudo, irá ser feito um retrato da evolução da Internet
(CASTELLS, 1999) até a formação da catalaxia (SODRÉ, 2002), nesse espaço onde
o ordenamento mercadológico cria diversas maneiras de promover o consumo,
aproveitando-se do potencial de colaboração dos usuários na Web 2.0
(ANTOUN, 2008) para aproximar negócios e pessoas. Para tanto será feita uma
análise netnográfica de modelos de comércio on-line diversos.
INTERNET
Ligação de computadores em rede;
Conexão entre pessoas e empresas;
Surgimento comércio eletrônico alavancado pelo fluxo
de negócios em rede (CASTELLS,1999, p.233) ,
Empresas virtuais e construção da esfera de negócios: a
catalaxia (SODRÉ, 2013).
O QUARTO BIOS
Formação do quarto bios , o bios midiático (SODRE,
2002): Modos tradicionais de sociabilização mudando
com a tecnologia e as interações;
Tecnocultura – constituída por mercado e meios de
comunicação (SODRE, 2002);
Novas maneiras de promover o consumo por meio das
interações e participações dos usuários,
Empresas que utilizam das interações on-line para
vender produtos e serviços na internet (SIBILIA, 2008,
p.21).
E-commerce
Segundo números da pesquisa do IAB Brasil (Interactive
Adversing Bureau) de 2013: 84% dos usuários
brasileiros de internet já compraram on-line, seja a
partir do computador ou de celulares. Os números
mostram como os negócios virtuais se diversificam para
atingir o maior número possível de internautas.
Tipos de e-commerce
Shoppings eletrônicos - E-Tayler, ou seja, um varejista eletrônico (FIORE, 2001,
p.10), onde o cliente não precisa sair de casa e encontre todo tipo de produto
disponível .
Compras coletivas - Permitem juntar um, dois, três cupons de desconto para
adquirir mercadorias, estimulando o ter pelo ter, como explica Lindstrom (2009,
p.95) .
Leilões virtuais - Estabelecem preços on-line em verdadeiras “disputas” pelas
mercadorias. No ambiente, uma pessoa cadastrada pode vender ou comprar
mercadorias estabelecendo o preço.
Comércio e Cultura da participação
Sites para comparar preços e serviços. São os “buscadores de mercadoria”
(COUTO, 2013): detalhes do produto, avaliações dos consumidores com
comentários.
Sistemas de agendamento de serviços on-line. Há a honesta recomendação
crítica dos usuários (ANTOUN, 2008, p.19). O usuário não é mais um internauta
e sim um consumidor que pode participar pelos comentários e colaborar com a
construção de um ranking das melhores empresas. Exemplo: e-destinos.
Site para fazer uma “vaquinha on-line” - A pessoa escolhe uma mercadoria e
vira “pedinte virtual” (COUTO, 2013), ao compartilhar com os amigos e querer
colaborações em dinheiro para comprar o objeto.
A conversa e a compra
O comércio on-line para atrair mais compradores integra as opiniões e
avaliações para conseguir vender mais;
Tudo é estipulado no mercado on-line, desde preços até o processo final da
compra;
O “capital informação” também é o da conversa que gira na Internet: dados,
estatísticas, comentários, avaliações, interações são usados a cada clique ,
É possível comprar, acumular e desfazer-se de mercadorias; comparar preços;
pesquisar produtos; conversar com outros compradores e decidir como realizar
e efetuar a compra.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os usuários das redes são promotores das mercadorias e o mercado se
remodela diante das novas experiências de consumo, para obter mais exposição
e atrair novos clientes;
A conversa fornece um mapa para “pensar” o consumo,
O poder integrador da Web 2.0 permite que os usuários circulem suas opiniões
,partilhem atividades e realizem interações por meio das recomendações
(ANTOUN, 2008, p.11), mas que principalmente expandam a esfera dos
negócios.
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