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d) Observação do tipo livre;
e) Entrevistas individuais;
f) Observação sistemática às situações próprias do trabalho executado;
g) Tratamento de dados coletados;
h) Criação de relatório final, o qual elenque as principais mudanças e recomendações que
precisam ser promovidas e consideradas na tomada de decisão.
A análise dos fatores estruturantes das representações de bem-estar e mal-estar no
trabalho é fundamental na exegese psicológica dos trabalhadores na AET. Tais fatores
estruturantes se encontram dispostos no Quadro 1.
Fonte: Elaboração própria, com base em Ferreira (2015).
2.5.1 As atribuições do ergonomista na AET
No contexto da ergonomia centrada na atividade, transformar o trabalho é a finalidade
primeira da ação ergonômica, e o que o ergonomista deve realizar de forma a contribuir com:
a) A concepção de situações de trabalho que não alterem a saúde dos trabalhadores e nas
quais estes possam exercer suas competências;
Quadro 1 - Fatores estruturantes das representações de bem-estar e mal-estar no trabalho
Condições de
trabalho
Equipamentos arquitetônicos (piso, paredes, teto, portas, janelas, decoração, arranjos
físicos, layout); ambiente físico (espaços de trabalho, iluminação, temperatura,
ventilação, acústica); instrumental (ferramentas, máquinas, aparelhos, dispositivos
informacionais, documentação, postos de trabalho, mobiliário complementar); matéria-
prima (materiais, bases informacionais); suporte organizacional (informações,
suprimentos, tecnologias, políticas de remuneração, de capacitação e de benefícios).
Organização do
trabalho
Missão, objetivo e metas organizacionais (qualidade e quantidade, parametragens);
divisão do trabalho (hierárquica, técnica, social); processo de trabalho (ciclos, etapas,
ritmos, tipos de pressão); padrão de conduta (conhecimento, atitudes, habilidades
previstas, higiene, trajes/vestimentas); trabalho prescrito (planejamento tarefas, natureza
e conteúdo das tarefas, regras formais e informais, procedimentos técnicos, prazos);
tempo de trabalho (jornada, duração, turnos, pausas, férias, flexibilidade); gestão do
trabalho (controles, supervisão, fiscalização, disciplina, relação entre o constrangimento
e o esforço promovido pelo trabalhador).
Relações
socioprofissionais
Relações hierárquicas (chefia imediata, chefias superiores); relação inter-pares (colegas
de trabalho, membros de equipes); relações externas (cidadãos-usuários dos serviços
públicos, clientes e parceiros de canal, fornecedores de produtos e serviços, auditores,
fiscais).
Reconhecimento e
crescimento
profissional
Reconhecimento (do trabalho realizado, do empenho, da dedicação, da hierarquia com
chefia imediata e superiores, da instituição, dos cidadãos-usuários, da sociedade);
crescimento profissional (uso da criatividade, desenvolvimento de competências,
capacitações, oportunidades, incentivos, qualificação do trabalho, equidade, plano de
carreira).
Elo Trabalho e Vida
Social
Sentido do trabalho (prazer, bem-estar, valorização do tempo vivenciado na
organização, sentimento de utilidade social, produtividade saudável); importância da
instituição empregadora (significados pessoal, profissional, familiar e social); vida social
(relação trabalho-casa, relação trabalho-família, relação trabalho-amigos).