A Bíblia foi dividida em capítulos por Stephen Langton, um professor da Universidade de Paris e, posteriormente, arcebispo de Cantuária no ano de 1227. Em versículo teve uma finalidade prática, facilitar o encontro de determinadas passagens. Este já tinha sido o mesmo objetivo da divisão em c...
A Bíblia foi dividida em capítulos por Stephen Langton, um professor da Universidade de Paris e, posteriormente, arcebispo de Cantuária no ano de 1227. Em versículo teve uma finalidade prática, facilitar o encontro de determinadas passagens. Este já tinha sido o mesmo objetivo da divisão em capítulos. Em 1240 Hugo de Saint-Cheir subdividiu os capítulos em sete partes designadas por letras.
A divisão em versículos numerados foi feita por Roberto Estéfano, famoso impressor francês, no Velho Testamento em 1548 (Vulgata) e em o Novo Testamento grego em 1551.
Roberto Estéfano se aproveitou de trabalhos anteriores. Lefevre, 1509 havia numerado em versículos os Salmos e Panini em 1528 numerou toda a Bíblia.
A divisão de Estéfano é muito falha em algumas passagens, por estar em total desacordo com o sentido do texto.
Este mesmo autor, publicou em 1555 uma concordância Bíblica, onde as citações seguiam essa numeração. Esta obra muito contribuiu para que sua classificação fosse aceita.
Novo Testamento
Bibliográficos/evangelhos
Mateus
Marcos –Lucas -João
Histórico
Atos dos Apóstolos
Epístolas Paulina
Romanos
I Coríntios
II Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
I Tessalonicenses
II Tessalonicenses
I Timóteo
II Timóteo
Tito
Filemom
Epístolas Gerais
Hebreus
Tiago
I Pedro II Pedro
I João
II João III João
Judas
Revelação
Apocalípse
•Velho Testamento
•Pentateuco
•Gênesis
Êxodo Levítico
Números Deuteronômio
•Históricos
•Josué
Juízes
Rute
I Samuel II Samuel
I Reis
II Reis
I Crônicas II Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
•Poéticos
•Jó
Salmos Provérbios
Eclesiastes Cantares
•Profetas Maiores
•Isaías
Jeremias Lamentações
Ezequiel Daniel
•Profetas Menores
•Oséias
Joel
Amós
ObadiasJonas
Miquéias
Naum
Habacuque Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
•Essa divisão do Antigo Testamento segue a versão da
Septuaginta, iniciada a partir do século III a.C. A Bíblia
hebraica não segue essa divisão exatamente, embora sejam
os mesmo livros que o da Bíblia Protestante.
•Inicialmente essa classificação se dava em duas sessões –a
Lei de Moisés e os profetas já era comum antes mesmo do
exílio (VI a.C.) (Dn 9.2,6,11; Zc 7.12 e várias outras passagens
no NT –Mt 22.40; Lc 16.16,29,31).
•Depois passou a ser: a Lei de Moisés (Tora); Os profetas
(Nebhim–Profetas anteriores: Josué –Juízes –Samuel –
Reis e Profetas posteriores –Isaías –Jeremias –Ezequiel e os
Doze) e Os escritos (Kethubhim): o Talmude apresentou
essa última divisão (séc. V d.C.)–escritos que apesar de
terem o dom de profecia, não eram profetas oficiais:Livros
poéticos –Salmos, Provérbio e Jó; Cinco Rolos (Megilloth) –
Cânticos, Rute, Lamentações, Ester e Eclesiastes e Livros
Históricos: Daniel, Esdras/Neemias e Crônicas.
•Sobre a Inspiração: II Tim 3.16–o que Paulo estava querendo dizer é que o texto sagrado foi
“soprado por Deus” (theopneutos) e, por isso, dotado da autoridade divina para o
pensamento e para a vida do crente. Uma correlação está em I Cor 2.13.
•2°Pe 1.21 –em outras palavras, os profetas eram homens cujas mensagens não se
originaram de seus próprios impulsos, mas foram “soprados pelo Espírito”. Deus falou de
muitas maneiras (Hb 1.1).
•Definição de inspiração –é a forma pela qual Deus falou aos homens mediante os
profetas, movidos pelo Espírito. É o processo mediante o qual as Escrituras, a saber, os
escritos sagrados, foram revestidos de autoridade divina no que concerne à doutrina e a
prática.
•Teorias acerca da inspiração:
•a) Teoria da intuição: os autores nasceram com um alto grau de percepção das coisas
religiosas, como um dom especial para escrever as Escrituras; (um certo modernismo)
•b) Teoria da iluminação: é a teoria que considera a inspiração como uma elevação e
intensificação das percepções religiosas dos cristãos sob a influência do Espírito Santo os
tiveram suas percepções religiosas aumentadas e há uma “iluminação” em todos aqueles que
lêem, na realidade, o escrito em si não é inspirado; (modernismo)
•c) Teoria do ditado: O Espírito Santo utilizou os autores como meros instrumentos passivos,
onde Deus dita o que devia ser escrito e os homens só reproduziam;(Ortodoxia). A não ser os
Dez mandamentos (Dt 4.10).
•d) Teoria verbal: Além da direção dos pensamentos dos autores, o Espírito Santo selecionou
até mesmo as palavras;
•e) Teoria dinâmica/plenária/sobrenatural: Destaca elementos humanos e divinos no
processo de inspiração. O trabalho do Espírito de Deus foi o de dirigir o escritor aos
pensamentos ou conceitos que ele devia ter, deixando que a própria personalidade
característica do autor participasse da escolha das palavras e expressões. É plenária por
entender que toda a Bíblia é inspirada e não parcialmente. (Ortodoxia)
•f) A neo-ortodoxa, explicada a seguir;
•Ortodoxia–A Bíblia é a Palavra de Deus; essa crença se perpetuou por cerca de 18 séculos.
•Modernismo–a Bíblia contém a Palavra de Deus –ao surgir o liberalismo germânico e a
crítica da Bíblia, surgiu também uma nova visão evoluída da inspiração Bíblica, a par do
modernismo ou liberalismo teológico. Certas partes dela são divinas, expressam a
verdade, mas outras são obviamente humanas e apresentam erros. Foi vítima de sua
época, incorporando muito das lendas e mitos dos judeus, por isso uma parte deve ser
rejeitada como inspirada. Aqui encontra-se a iluminação e a intuição, no sentido das
pessoas olharem para a Bíblia apenas como um livro qualquer que contém em algumas
passagens elevados ensinos de moral, onde alguns percepções para entender isso, contudo
rejeitam totalmente a divindade das Escrituras.
•Neo-ortodoxia–a Bíblia tornar-se a Palavra de Deus -no início do século XX e sob
influência do existencialismo de Soren Kierkegaard, muitos estudiosos voltaram para as
Escrituras a fim de ouvir Deus novamente, daí passaram a entender que a Bíblia tornar-se a
Palavra de Deus num encontro pessoal entre Deus e o homem. Daí surgiram duas posições:
•A visão demitizante, tem como “pais” Rudolf Bultmann e Shubert Ogden -negam todo e
qualquer conteúdo religioso importante, factual ou histórico, buscando “tirar” os mitos da Bíblia,
as linguagens lendárias e o cristão moderno deve descobrir o conhecimento existencial a ela
subjacente, daí dá para conhecê-la verdadeiramente. A Bíblia nada mais é que um escrito
mitológico e cheio de lendas.
•Encontro pessoal–tem como representante Karl Barth e Emil Brunner –Barth reconhece que
existem algumas imperfeições no registro escrito, mas afirma ser a fonte da revelação de
Deus. Quando Deus surge no registro escrito, de maneira pessoal, a fim de falar ao leitor hoje,
nesse momento ela torna-se a Palavra de Deus para aquele leitor, assim como fora para os
primeiros leitores.
•Sobre a inspiração, então conclui-se:
•Causalidade divina–Deus é a Fonte Primordial da Inspiração
da Bíblia. O elemento divino estimulou o elemento humano.
Primeiro Deus falou aos profetas e, em seguida, aos homens,
mediante esses profetas.
•Mediação profética era verbal–Eram algo mais que meros
secretários, ou amanuenses preparados para anotar o que se
lhes ditava. Escreveram segundo a intenção total do coração,
segundo a consciência que os movia no exercício normal da
tarefa, com seus estilos literários e seus vocábulos individuais.
A Bíblia que eles produziram é a palavra de Deus, mas
também é a palavra do homem. 2°Tim 3.16; Êx 24.4; Is 30.8;
2°Sm 23.2; Jr 26.2; Ap 22.19; Mt 5.18.
•Autoridade escrita–A Bíblia é a última palavra no que
concerne a assuntos doutrinários e éticos. São os escritos e
não os escritores que detém autoridade. Jo 10.35; Mc 11.17;
Mt 4.4,7,10; 15.3-4; 22.29.Lc 16.17; 24.44. 1°Tim 5.16 (cita Lc
10.7).
•É totalmente –“Toda a Escritura” (2°Tim 3.16); Rm 15.4.
•Algumas distinções importantes:
•A inspiração em contraste com a revelação e a iluminação –revelação diz respeito à
exposição da verdade e a iluminação é a devida compreensão dessa verdade
descoberta. A revelação prende-se à origem da verdade e à sua transmissão; a
inspiração relaciona-se com a recepção e o registro da verdade, já a iluminação ocupa-
se da posterior apreensão e compreensão da verdade revelada. Portanto, a revelação é o
fato da comunicação divina; a inspiração é o meio; a iluminação, o dom de compreender essa
comunicação..
•Inspiração dos originais e não das cópias –só os autógrafos (os originais) foram inspirados.
Exemplo: 2°Rs 8.26 –Azarias aparece com 22 anos quando foi coroado rei e em 2°Cr 22.2,
com 42 anos. As cópias encontradas no século XX, não detêm a inspiração original, mas
contêm uma inspiração derivada, uma vez que são cópias fiéis aos autógrafos.
•Inspiração do ensino, mas não de todo o conteúdo da Bíblia –na Bíblia há o relato de
muitos atos maus, pecaminosos, mas de modo algum a Bíblia os elogia, tampouco os
recomenda. Por exemplo, a Bíblia chega a narrar as mentiras de Satanás, a fim de informação
e revelação sobre a pessoa do nosso adversário. É portanto, um registro verdadeiro, e não um
incentivo a tal prática. Portanto, deve-se procurar o verdadeiro ensino da Bíblia e não atribuir
verdade a tudo o que está registrado.
•A Inspiração abarca uma variedade de fontes e de gêneros literários: ela faz uso de
documentos não bíblicos, como o Livro de Jasar (Js 10.13; II Sm 1.18); o livro de Enoque
(Jd 14) e até o poeta Epimênedes (At 17.28).Sem contar os vastos estilos literários contidos
nas Escrituras, evitando um simples ditado monótono.