ROMÉNIA E OS ROMENOS A LENDA DO MESTRE MANOLE (Tradução do romeno por Luciano Maia ) Os mestres cuidaram, o sítio aplainaram, linhas esticaram, os fossos cavaram, trabalhando duro, levantando o muro. Mas o que se erguia no claro do dia no escuro da noite tombava de açoite. Dois dias se vão, três dias se vão, quatro dias – Não! – lutavam em vão. O Príncipe ralhava, e os admoestava, sombrio cismava e os ameaçava nos muros prendê-los, defuntos fazê-los! Nove bons obreiros, exímios pedreiros, choravam lidando, lidavam chorando: ao luar do verão faziam serão. Manole hesitava, não mais trabalhava; quando se deitava pra dormir, sonhava. De noite, acordou e o sonho contou: — Nove bons obreiros, exímios pedreiros, sabem o que sonhei quando me deitei? Disse-me uma voz: tudo quanto nós façamos no dia à noite ruiria, se não decidirmos nos muros prendermos a mais estimada, seja esposa amada ou dileta irmã, a que, de manhã primeira surgida nos traga comida. Assim, se quereis erguer de uma vez o santo mosteiro faustoso, cimeiro, lugar de retiro, que nos combinemos, que juntos juremos e todos, sem medo, façamos segredo: esposa ou irmã que venha amanhã, primeira a chegar a este lugar, está sorteada: será emparedada ! 61