Florestan Fernandes foi um sociólogo e político brasileiro. Foi deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, tendo participado da Assembleia Nacional Constituinte.
Nascimento: 22 de julho de 1920, São Paulo, São Paulo
Falecimento: 10 de agosto de 1995, São Paulo, São Paulo
Pais: Maria Fern...
Florestan Fernandes foi um sociólogo e político brasileiro. Foi deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, tendo participado da Assembleia Nacional Constituinte.
Nascimento: 22 de julho de 1920, São Paulo, São Paulo
Falecimento: 10 de agosto de 1995, São Paulo, São Paulo
Pais: Maria Fernandes
Formação: Universidade de São Paulo (1951)
Size: 2.93 MB
Language: pt
Added: May 02, 2018
Slides: 13 pages
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Florestan Fernandes
biografia Nascido em 1920 no estado de São Paulo Foi um dos mais importantes sociólogos brasileiros Filho de uma mãe solteira, imigrante portuguesa que exercia o ofício de empregada doméstica na capital paulista Começou a trabalhar aos seis anos de idade. Trabalhou como engraxate, ajudante de barbearia, carregador entre outras atividades. Florestan Fernandes foi obrigado a abandonar os estudos aos nove anos de idade, dedicando seu tempo para o sustento da casa. Porém, os professores com quem Florestan estudou cumpriram seu ofício, ensinando-o ideais de vida e destacando o gosto pela leitura . 1940 na Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em Ciências Sociais.
Alguns anos depois, é nessa mesma instituição que obtém o título de doutor, após ter cursado seu mestrado na Escola Livre de Sociologia e Política. Em ambas etapas acadêmicas, Florestan pesquisou a sociedade indígena dos Tupinambás, gerando um estudo clássico para a etnologia brasileira. Nos anos seguintes se efetivou como professor da USP, onde trabalhou até o período da ditadura militar, quando teve de permanecer um tempo lecionando no exterior. Após a reabertura democrática, Florestan foi eleito deputado federal e, até seu falecimento, em 1995, dedicou sua atuação política à defesa da educação pública para todos.
Tinha um constante esforço para entender a sociedade brasileira como um todo, sua formação marcada por conflitos, seu desenvolvimento único e suas perspectivas futuras, foi caracterizado por uma perspectiva única que questionava não só a forma de ser da realidade social, como o pensamento sociológico em si. É por esse motivo que Florestan é considerado o fundador da Sociologia crítica brasileira.
Ele se permite reler criticamente algumas teses de Silvio Romero, Oliveira Vianna, Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire entre alguns outros. Simultaneamente, retoma e desenvolve teses esboçadas por Euclides da Cunha, Manoel Bonfim, Caio Prado Júnior, entre outros. A partir desse diálogo com uns e outros, a Sociologia de Florestan Fernandes inaugura uma nova interpretação do Brasil, um novo estilo de pensar o passado e o presente.
Em uma formulação muito breve, pode-se afirmar que a interpretação do Brasil formulada por Florestan Fernandes revela a formação, os desenvolvimentos, as lutas e as perspectivas do povo brasileiro. Um povo formado por populações indígenas, conquistadores portugueses, africanos trazidos como escravos, imigrantes europeus, árabes e asiáticos incorporados como trabalhadores livres.
Uma parte importante da sociologia de Florestan Fernandes concentra-se na pesquisa e interpretação das condições e possibilidades das transformações sociais. A revolução social é um dos seus temas mais freqüentes.
Principais Ideias A maior parte da obra de Florestan Fernandes tem como objetivo entender a situação do negro na sociedade brasileira . A partir da teoria marxista, Fernandes analisa a inserção do negro quando este passou de ser propriedade para um ser dotado de liberdade . Do ponto de vista de Fernandes, o negro não teria sido integrado dentro da sociedade capitalista, pois este grupo era o mais desfavorecido se comparado aos brancos.
“O negro vai ser sempre, enquanto não houver democracia no Brasil, o nosso melhor ponto de referência para determinar que o Brasil não é uma sociedade democrática. (...) Uma democracia deve ser um regime político, econômico, cultural, social que permite estabelecer igualdade entre todas as raças.” (Entrevista para o programa Vox Popolli, 1984).
Educação Para Florestan Fernandes, a educação deveria ser laica, gratuita e libertadora. Questionava a autoridade/autoritarismo do professor em sala de aula, sua postura como reprodutor do conhecimento e seu papel na construção de uma sociedade igualitária.
Obras Organização social dos Tupinambá, 1949; A função social da guerra na sociedade Tupinambá, 1952; A etnologia e a sociologia no Brasil, 1958; Fundamentos empíricos da explicação sociológica, 1959; Mudanças sociais no Brasil, 1960; A integração do negro na sociedade de classes, 1964; Corpo e Alma do Brasil, 1964 ; Sociedade de classes e subdesenvolvimento, 1968; Capitalismo dependente e Classes Sociais na América Latina ,1973; A investigação etnológica no Brasil e outros ensaios, 1975; A revolução burguesa no Brasil: Ensaio de Interpretação Sociológica, 1975; Da Guerrilha ao Socialismo: A Revolução Cubana, 1979 ; O que é Revolução, 1981 ; Poder e Contrapoder na América Latina, 1981 ; Significado do Protesto Negro, 1989 . Folclore e mudança social na cidade de São Paulo, 1961;
É importante destacar que Florestan Fernandes não deixou um roteiro, um passo a passo de como fazer para que o cenário educacional atenda às demandas sociais, mas deixou um pensamento para a construção de uma sociedade justa, que priorize ações para as camadas populares, ações estas, que se iniciam com educação pública, gratuita e de qualidade para os mais necessitados. Assim, esta educação, feita na escola, promove a revolução que o povo a fará nas ruas.