Geografia na educação infantil

41,965 views 39 slides May 07, 2015
Slide 1
Slide 1 of 39
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39

About This Presentation

Geografia na educação infantil, a concepção do espaço da criança desde o seu nascimento


Slide Content

Geografia na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental Éderson Dias de Oliveira ALMEIDA, Rosângela Doin de. PASSINI, Elza Yasuko . O espaço geográfico: ensino e representação. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2002.

A  Geografia  é a ciência que estuda o conjunto de fenômenos naturais e humanos, os quais são aspectos da superfície da Terra, considerada na sua distribuição e relações recíprocas . A Criança e as Relações Espaciais Evolução da noção de espaço: desde o nascimento a criança delineia impressões e percepções referentes ao espaço, as quais desenvolvem-se através de sua interação com o meio. Ou seja, a noção de espaço desenvolve-se antes mesmo da escolarização;

A psicogênese da noção de espaço passa por níveis próprios da evolução geral da criança na construção do conhecimento : vivido  ao  percebido  e deste ao   concebido . ESPAÇO VIVIDO (até cerca de 2 anos) refere-se ao espaço físico, vivenciando através do  movimento  e do deslocamento .  É apreendido pela criança através de brincadeiras, ao percorrer, delimitar e organizar o espaço segundo seus interesses. Nesse há a necessidade de experimentar fisicamente; Daí a importância de exercícios rítmicos e psicomotores para que explore com o corpo as dimensões e relações espaciais.

Inicialmente, o espaço é quase incompreensível ocorrendo a sua conquista de forma gradativa, à medida que a percepção espacial avança qualitativamente – esquecimento da memória ; Até os 2 anos, o espaço é entendido como o espaço vivido, da ação, construído, a partir do contato com ele, pelo caminhar, engatinhar, pelas relações de proximidade e distância . Sendo assim, a consciência do corpo, dada a partir da comunicação consigo mesmo, é a base cognitiva que se dá a exploração do espaço. Trabalhos com recortes texturais ;

Em seguida, a criança apreende o ESPAÇO PERCEBIDO , onde já não precisa experimentá-lo fisicamente. Essa (após os 6 anos) é capaz de lembrar-se do percurso da casa à escola , o que não se dava antes, pois era necessário percorrê-lo para identificar o trajeto. Ao observar uma foto, já é capaz de distinguir as distâncias e a localização dos objetos. Antes só era capaz de perceber o “aqui”; depois atinge também o “acolá”. Há a ampliação do campo empírico quanto a análise do espaço.

“Pode-se dizer que neste momento inicia-se para ela o estudo da Geografia. Por isso, nas séries iniciais, deve-se preocupar em propor atividades que potencialize o desenvolvimento de conceitos e noções, mais do que um conteúdo sistemático;

Por fim, a criança começa a compreender o ESPAÇO CONCEBIDO (11 a 12 anos), isto é, torna-se capaz de raciocinar sobre uma área retratada em um mapa, sem tê-la visto antes. Nisso, é importante que o professor proponha atividades que auxiliem no desenvolvimento das noções espaciais . Daí a importância da escola não trabalhar com a representação do espaço de modo abstrato ou como um conhecimento pronto e acabado . Ex ; caça-tesouro;

A Tomada de Consciência do Espaço Corporal A exploração do espaço ocorre a partir do nascimento, nas experiência do entorno; Ao ser tocada, segurada no colo, ao sugar o leite, se inicia o processo de aprendizagem do espaço; Em sua memória são registrado os referenciais de lado e das partes do corpo, que serão a base das referencia espaciais; Na conscientização do espaço ocupado pelo corpo há dois aspectos essenciais: o esquema corporal e a lateralidade ;

O ESQUEMA CORPORAL é a base cognitiva sobre a qual se delineia a exploração do espaço; Este depende das funções motoras e da percepção do espaço imediato; A consciência do corpo , seus movimentos e posturas amplia-se lentamente, obtendo maior domínio do espaço; Quando consegue sentar, o bebê aumento o campo de visão e a percepção da posição de objetos e deslocamento ;

Num processo contínuo, o bebê conquista cada vez maior domínio sobre o espaço: rolar, engatinha até andar; Pode-se virar numa amplitude de 180º e pegar objetos próximo; Por isso, não é ideal colocar a criança em chiqueirinhos ou andadores; Deve-se propiciar um ambiente seguro e estimulador, com possibilidades de agir e descobrir seu ambiente;

Ao ingressar na Educação Infantil, a criança deve apropriar-se do espaço por meio das vivências estabelecidas. Andar, correr, pular, saltar, escorregar, subir, descer, empurrar, puxar, deitar, sentar, cair, dançar..., tudo isso é fundamental para o seu desenvolvimento. A vida nas instituições de Educação Infantil é marcada pelo movimento, que possibilita a interação com o mundo; É uma forma de linguagem, para explorar e conhecer o mundo e o próprio corpo, seus limites e possibilidades.

Porém, há escolas que não permite que as crianças se movimentem, sendo estas “engessados” nas cadeiras, o que dificulta a apropriação do espaço por meio do seu corpo. Essa postura desconsidera que o sistema sensório-motor exerce uma grande importância na organização psicológica do espaço . A consciência do corpo e de seus movimentos se desenvolve de maneira lenta, perdurando até a adolescência. Nesse sentido, a escola tem o dever de possibilitar que o aluno desenvolva essa consciência.

Para Piaget, a criança constrói seu conhecimento tendo experiências com os objetos sem formar conceitos sobre estes, que ocorrerão mais tarde. Na experiência física, a criança conhece propriedades materiais que podem ser notadas através da observação e do tato. O primeiro espaço que a criança vivencia é “postural e orgânico”, ou seja, o corpo é o seu movimento. As crianças preferem brincadeira que limitam parte do pátio da escola, pois não conseguem ocupar um espaço tão grande;

Assim as relações topológicas vêm em primeiro lugar, seguidas das relações projetivas e euclidianas, e progressivamente admitindo ações com grau de complexidade cada vez maior. O mesmo acontece quando recebe uma folha, limitando-se a usar apenas uma de suas partes ; Na verdade, não conseguem concebê-lo para poderem organizá-lo, sendo o espaço um mundo quase impenetrável, ocorrendo sua conquista aos poucos .

Outro aspecto importante na organização espacial refere-se ao predomínio de um lado do corpo, que é a base do espaço percebido – LATERIZAÇÃO ; A análise do espaço, deve ser iniciada primeiramente com o corpo, em seguida apenas com os olhos e finalmente com a mente; Nessa , ela consegue transferir para outros objetos as posições ligadas à lateralidade ( esquerda e direita);

A partir dos 5 anos a criança toma gradativamente consciência do seu corpo com suas distintas partes, identificando-as; Nisso, é preciso , que o professor ajude na tomada de consciência de seu predomínio para direita/esquerda ; Assim emerge a possibilidade de projetar para os objetos e outras pessoas o que já havia comprovado em si mesma . Nisso se potencializa de trabalhos futuros com referenciais de orientação como os movimentos terrestres e as direções cardeais.

Relações Espaciais Topológicas Elementares São as relações espaciais estabelecidas no espaço próximo, que usam referenciais elementares como: dentro, fora, ao lado, na frente, atrás, perto, longe, etc. As relações topológicas começam no nascimento e são a base para as relações espaciais mais complexas posteriores, partindo dela para o seu entorno. Daí é possível abordar questões mais amplas envolvendo a classe, os ambientes da escola e o bairro. Tais relações estão presentes nas tarefas mais simples do dia-a-dia como, no deslocamento de um local a outro ou mesmo quando se busca a localização de objetos.

No plano perceptivo ( espaço percebido ), as relações espaciais se processam na seguinte ordem: de vizinhança ; separação ; ordem ; envolvimento ; continuidade ; A relação de VIZINHANÇA corresponde aquela em que os objetos são percebidos no mesmo plano, próximos, contíguos; Ex ; o quadro ao lado da porta – sala ao lado do pátio; Ao considerar a vizinhança, a criança percebe que os objetos vizinhos tem SEPARAÇÃO , isto é, não são unidos. Nisso nota que os objetos próximos em um mesmo plano estão separados ; Ex. a porta e o quadro podem estar na mesma parede, porém são separadas, há uma parte entre elas ;

Ex. em 2 dimensões podemos elencar a sequência de cartazes, desenhos e trabalhos posto na parede da sala; Ex . em três dimensões podemos elencar a sequência das carteiras da sala de aula; A ideia anterior implica a relação de ORDEM ou de sucessão, onde há, primeiro o quadro , no meio a parede e depois a porta; A percepção de cada elemento e sua relação com os demais leva à relação de ENVOLVIMENTO , que pode ser percebida em uma, duas ou três dimensões ;

Apesar de não proporcionar uma localização exata, as noções topológicas são usadas para a localização relativa que tem o corpo como referencial . Esses sistemas simples de localização fazem parte do esquema de localização cotidiano de qualquer cidadão. A localização geográfica constrói-se à medida que o sujeito se torna capaz de estabelecer relações: Nesses espaços exemplificados, se nota a sequência de pontos, ou seja, em CONTINUIDADE , pois o espaço é contínuo, sendo impossível a ausência de espaço ; As localizações são, portanto, contínuas, e o espaço forma um todo ;

de vizinhança (o que está ao lado); separação (fronteira); ordem (o que vem antes e depois); envolvimento (o espaço que está em torno) e; continuidade (a que recorte do espaço a área considerada corresponde) entre os elementos a serem localizados. Por isso é difícil, realizar um estudo geográfico de áreas isoladas, descontextualizadas;

Relações espaciais topológicas: o rientação e localização A ideia de que a localização está relacionada com os pontos cardeais (N; S; L; O) é um equívoco, pois outras noções prévias estão envolvidas no processo de localização . As noções iniciais de localização vêm com a construção das noções topológicas elementares, que não são muitas vezes levadas em conta no sentido da localização. Inicialmente, o corpo é usado como meio para orientar-se no espaço, sendo este determinante para os referenciais de localização.

O corpo atua sobre o meio permitindo um certo domínio espacial pela ação e pelo movimento . Vencendo a etapa das construções topológicas, a localização começa a basear-se em esquemas projetivos. O principal esquema é o da lateralidade, no qual os sujeitos trabalham com referências do corpo, para estabelecer a localização . Muitas vezes na construção de mapas mentais utilizamos a lateralidade como referência, que potencializa os estudos da rosa-dos-ventos e seus pontos.

DESCENTRALIZAÇÃO ESPACIAL Para Piaget, o pensamento intuito, característico da criança entre 4 e 7 anos, assenta-se sobre aquilo que ela percebe; Na construção da noção do espaço é através desse processo que começa a dar conta que o juízo que faz da localização dos objetos pela sua referência não condiz com a realidade; A criança que partia do uso do corpo como referência espacial, começa a perceber que outros referenciais podem ser usados; Ex. percebe que a mesa pode estar perto de si e ao mesmo tempo longe de seu colega;

Passa então a situar objetos a partir das relações espaciais entre eles, sendo esse processo chamado de DESCENTRALIZAÇÃO; Esse consiste na passagem do egocentrismo infantil para um objetivo mais realista; A partir de um centro no espaço ( Hannoun , 1977), usa conceitos na descentralização d a organização espacial que são: Lateralidade , Profundidade e Anterioridade; Lateralidade : corresponde à noção e direita e esquerda que uma pessoa desenvolver para orientar-se (a direita de, à esquerda de ).

Anterioridade : corresponde à noção de ordem e sucessão de objetos no espaço, a partir de um determinado ponto de vista (antes de, depois de, entre, a frente de). Profundidade : corresponde à noção de posição com relação à variação na vertical (em cima, no alto, em cima de, sobre; abaixo de, o fundo de, debaixo de ).

As relações espaciais organizam-se a partir do esquema corporal com base em um eixo bipolar e tridimensional; No processo de descentralização, se projeta esse eixo nos objetos para localizá-los, assumindo a postura de observador; Essa passagem é feita gradativamente, à medida que percebe que os objetos possuem partes e lados, os quais servem como referenciais ;

Etapas da representação espacial infantil Para Matias (2006), no processo de representação espacial pela criança observa-se quatro fases: garatujas , incapacidade sintética , realismo intelectual e realismo visual . As GARATUJAS (0 à 3 anos) constituem um tipo de desenho baseado em rabiscos. Para entendê-las é necessário perguntar à criança que desenhou, o que ela deseja expressar através deste. Ela não consegue fechar uma linha para construir uma figura, pois não possui a noção de limite e fronteira .

A INCAPACIDADE SINTÉTICA (3-4 anos) é uma fase da representação em que percebemos o início do estabelecimento, das relações topológicas mais elementares, como vizinhança e separação, mas às vezes nem isso acontece. Nessa etapa a representação do espaço negligencia as relações euclidianas (proporções e distâncias) e as projetivas (perspectivas com projeções e secções).

Na fase do REALISMO INTELECTUAL (5 à 7 anos), a criança desenha aquilo que vê , ou que sabe que existe, seja , “tudo que está ali”. Nessa etapa as relações topológicas já aparecem com mais constância e as projetivas e euclidianas começam a se manifestar. Observa-se que esse é um estágio de representação mais avançado, contudo não se detectam ainda a coordenação perspectiva de conjunto, a compreensão das proporções e os sistemas de coordenadas.

Por sua vez, no REALISMO VISUAL (8-9 anos), as relações projetivas e euclidianas estão sendo consolidadas. Nessa fase, a criança irá desenhar somente aquilo que vê e não aquilo que ela sabe que existe. Ex. na representação de uma cadeira em perspectiva, dependendo do seu ponto de vista, ela irá desenhar dois pés do objeto e não quatro. Nessa fase, a criança começa a trabalhar com o espaço percebido, o qual é mais complexo que o vivido.

Completada a fase do realismo visual, a criança já consegue desenvolver representações mais complexas que fazem parte do seu espaço concebido. Também passam a entender/construir documentos cartográ-ficos , pois possuem estruturas mentais para trabalhar com símbolos, ícones e legendas . Podem , também interpretar uma área cartografada mesmo sem conhecê-la.

Mapeamento do corpo: iniciação cartográfica da criança na educação infantil A finalidade do mapa do corpo é, que por meio da projeção de seu corpo no plano, o aluno obtenha a sua representação em tamanho real, com a identificação de seus lados. Nesta atividade tem início a passagem do espaço perceptivo para o espaço intelectual . O trabalho de ensino e aprendizagem sobre a representação e a localização se inicia no espaço próximo da criança e, dele, parte para o distante.

A criança antes de ser leitora de mapas, deverá agir como mapeadora do seu espaço conhecido (corpo) para compreender e representar o espaço. Para realizar essa atividade, pode-se utilizar - folha de papel madeira, caneta hidrocor e lápis colorido . Com vistas a introduzir a atividade, pode-se realizar o momento da rodinha, no qual se cantam músicas e conversar sobre as atividades a serem realizadas .

eu conheço um jacaré que gosta de comer escondam seus olhinhos senão o jacaré come seus olhinhos e o dedão do pé eu conheço um jacaré que gosta de comer escondam suas orelhas senão o jacaré come suas orelhas e o dedão do pé ... Dentre as músicas, é preferível aquelas que remetam a partes do corpo, onde ao cantá-la, deve-se fazer gestos para acompanhar a letra; Jacaré A letra da música, desperta o autoconhecimento nas crianças dos seus corpos e contribui para a sua iniciação cartográfica.

Tal atividade é essencial para o trabalho com a lateralidade, condição para a descentralização na localização dos objetos no espaço, usando referenciais fora do seu corpo. Exemplo de atividade Com uma criança deitada sobre uma folha de papel, risca-se seu contorno. Nisso as crianças devem ser questionadas sobre o que estava faltando no mapa para que o desenho se torne parecido com o corpo de uma pessoa.

Após alguns momentos de observação, elas notam a ausência do olho, da boca etc., sendo que cada uma preenche o contorno com os detalhes faltantes. Nessa ocasião, pode-se questionar: quantos olhos temos?; onde eles ficam?; e o nariz?; temos quantas bocas?; o que temos sobre nossa cabeça?; o que temos nos dedos?; e o umbigo?.

Também deve-se trabalhar as noções de frente/atrás, esquerda/direita e em cima/em baixo, tomando como ponto de partida o corpo da criança e o mapa confeccionado na aula; No cotidiano a localização dos objetos no espaço é definida a partir do seu próprio referencial (o seu corpo). Para a criança os objetos e o espaço que eles ocupam são indissociáveis, sendo que ela percebe o todo e não cada parte distintamente. Por esse motivo, até aos 6 anos, a localização e o deslocamento de elementos são definidos a partir de referenciais de sua própria posição.

Por fim, o trabalho com o mapa do corpo possibilita que a criança seja inserida no processo de iniciação cartográfica - relações espaciais topológicas. Essa orientação com o mapa do corpo contribui para a compreensão posterior dos pontos cardeais, para a elaboração das noções de distância e o futuro entendimento do mapa . O mapa do corpo pode ficar exposto na sala e sempre que trabalhar com a lateralidade, pode-se explorar o mapa confeccionado pelas crianças . A análise do espaço e sua representação, se inicia primeiro com o corpo, para depois explorar a mente.