GUIA DA REDAÇÃO NO TA 1000
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Deve-se pontu ar, de início, que as novas tecnologias como a internet, as redes sociais e os
“smartphones“ potenc ializar am a divulgação de notícias falsas. O fenômeno das “fake news“ é antigo,
já que, no final do século XVIII, na França, já existiam, por exemplo, jornais chamados “Canar ds“
especializado s em divulgar boatos. O termo em inglês surgiu para caracterizar o moment o atual
quando tais tecnologias aumentar am a velocidade e o alcance da informa ção. Hoje, a internet permite
que qualque r pessoa possa criar, deturpa r ou propagar notícias dificilmente verificadas. Dessa forma ,
tal fenômeno vem trazendo danos, pois manipula pensam entos e influencia as decisões às notícias
falsas. Tem-se obser vado a veiculaç ão de informa ções deturpadas de que as vacinas causam
doenças e, concomitantem ente houve queda na taxa de imunizaç ão. É evidente, portanto, que as
“fake new s“ podem gerar problem as graves.
Vale ressaltar , també m, os interesses políticos e econômicos da mídia na veiculaç ão de notícias
falsas. Muitas vezes, ela usa manchetes estratégicas para chamar a atenç ão do leitor, visando
objetiv os políticos ou monetár ios. Aliado a isso, cabe destac ar o conceito de pós-v erdade, criado por
Hebermas, que sustenta essa postu ra. Segundo ele, a verdade dophat os é colocada em segundo plano
quando uma informa ção recorre à crença das massas, resultando em opiniõ es públic as manipul áveis.
Assim a mídia se aproveita da falta de necessidade do novo e do vínculo das pessoas como factual
para atingir seus objetiv os. Um fato recente decorr ente disso foi o processo de eleição do presidente
Trump que, ainda ho je, é motiv o de estu dos acerca de como notícias falsas o favoreceram.
Entende-se, portanto, que os impactos negativos das “fake news“ derivam das facilidades da era
da informa ção e dos interesses políticos e econômicos da mídia. A fim de atenu ar o problem a, o
Ministér io da Ciênc ia, Tecnologia, Inova cão e Comunic ação deve criar um órgão fiscalizador da
internet, por meio da contratação de profissio nais capacitados na área de informátic a, para que
possa, identif icar sites propagadores de notícias falsas e indiciá-los e retirá-los da rede. Desse modo,
espera-se diminuir os riscos da “fa ke news“ e assegur ar a veracidade do que circula na internet.
COMENT ÁRIO SOBR E A REDAÇÃO 02
Essa redação mostr a um excelente domínio do autor dos conteú dos de gramática e coesão .
Vemos isso pela falta de desvios e pelo ótimo recursos de elementos de
retomada, como,
por exemplo, o uso dos pronomes. Com essa classe de palavra, juntamente com o uso de
sinônimos , o texto não repete termos e ainda deixa claro o sujeitos das frases. Investir nesse
tipo de recurso faz toda a diferença na redação, pois mostr a para o avaliador o conhec imento
do candidat o dos chamados ‘recursos coesiv os’ avaliado s na competênc ia IV.
Outra costu ra do texto que é muito bem feita nessa redação é a costu ra estrutural, que o
ENEM avalia na competênc ia III. Repare que a introdução menciona primeiro o fato de as
‘fake news’ não serem algo recente, mas que atualmente são influenciadas pela velocidade
proposta pela tecnologia: esse é exatam ente o primeiro argument o do texto. Logo em seguida,
na introdução, existe també m a menção às quest ões políticas e econômicas: conteú do esse
do segundo argument o. Assim, a representaç ão exata do que será desenv olvido demonstr a
um bom planejam ento textual. Para consegui r fazer isso na sua redação, segui r a dica de
come çar o planejam ento pelos desenv olvimentos é uma ex celente ideia!
O uso de dados externos nesse texto també m é exemplar . Apesar de termos mais de um
dado dentro de um mesmo parágrafo, os desenv olvimentos consegue m estar voltados
para o mesmo objetiv o: convencer o leitor sobre o argument o em si. Assim, ao opor, por
exemplo, os “Canar ds” e o movimento contra vacinas, o objetiv o do autor é convencer sobre a
atempor alidade das ‘fake news’. Além disso, veja que os dados se concentram nos parágrafos
centrais, pois eles são o importante para a defesa, enquant o a introdução e a conclusão