“A implantação geminada de duas igrejas constitui uma raridade no panorama urbano nacional, constituindo uma cenografia de grande impacto visual na zona nobre do Porto setecentista, marcado pelo espírito do urbanismo iluminista”. Cadeira de História da Cidade e dos Monumentos Portuenses da U...
“A implantação geminada de duas igrejas constitui uma raridade no panorama urbano nacional, constituindo uma cenografia de grande impacto visual na zona nobre do Porto setecentista, marcado pelo espírito do urbanismo iluminista”. Cadeira de História da Cidade e dos Monumentos Portuenses da Universidade Sénior Contemporânea do Porto, lecionada pelo Professor Doutor Artur Filipe dos Santos.
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Language: pt
Added: Sep 23, 2014
Slides: 56 pages
Slide Content
Cadeira de
HISTÓRIA DO PORTO
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
Professor Doutor
Artur Filipe dos Santos
1
Artur Filipe dos Santos -
artursantos.no.sapo.pt
Igreja do Carmo
(Nossa Senhora do Monte)
~
Igreja dos Carmelitas (Descalços)
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Igreja de Nossa Senhora
do Monte do Carmo
•A Igreja do Carmo ou
Igreja da Venerável
Ordem Terceira de Nossa
Senhora do Carmo,
localiza-se no cruzamento
entre a Praça de Carlos
Alberto e a Rua do
Carmo, nas proximidades
da Igreja e Torre dos
Clérigos, na freguesia
portuguesa da Vitória,
cidade do Porto.
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A Venerável Ordem Terceira do Carmo
•A Venerável Ordem Terceira
do Carmo (ou chamada
Ordem dos Terceiros
Carmelitas) é um ramo da
Ordem do Carmo composto
pelo grupo de membros
leigos dos Carmelitas da
Antiga Observância, os
quais encontram-se sempre
unidos em comunhão
espiritual e fraterna com os
frades contemplativos e
com as freiras de clausura
da sua ordem religiosa.
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•Este ramo baseia-se,
por norma, no carisma
carmelita primitivo da
Antiga Observância,
ainda que partilhe a
riqueza espiritual do
ramo reformado por
Santa Teresa de Ávila e
São João da Cruz.
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Ordem do Carmo
•A Ordem do Carmo (ou
Ordem dos Carmelitas),
originalmente chamada
Ordem dos Irmãos da Bem-
Aventurada Virgem Maria
do Monte Carmelo, é uma
ordem religiosa católica que
surgiu no final do século XI,
na região do Monte
Carmelo (uma cadeia de
colinas, próxima à actual
cidade de Haifa, antiga
Porfíria, no actual Estado de
Israel).
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•A palavra "Carmelo" significa jardim.
Conta a tradição que o Profeta Elias se
estabeleceu numa gruta, em pleno
Monte Carmelo, seguindo uma vida
eremítica de oração e silêncio. Nele, e
no seu modo de vida, se inspiraram os
primeiros religiosos da Ordem. Mais
tarde, uma Regra para a Ordem do
Carmo foi sistematizada e proposta por
Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, e
aprovada pelo Papa Honório III em
1226. No século XIII os religiosos
acabaram por migrar para os países do
Ocidente, fugindo das invasões
sarracenas.
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Honório II I foi o Papa que
concedeu a Afonso II a bula
Manifestis Propatum, em
1218
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•No século XVI, na
Espanha, Santa Teresa de
Ávila e São João da Cruz
conduziram um processo
de renovação (ou
reforma) do carisma da
Ordem do Carmo. Deste
processo histórico e
místico surgiu um novo
ramo: o ramo dos
Carmelitas Descalços.
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Igreja do Carmo
•De estilo
barroco/rococó, foi
construída na segunda
metade do século XVIII,
entre 1756 e 1768, pela
Ordem Terceira do
Carmo, sendo o
projecto do arquitecto
José Figueiredo Seixas
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Igreja do Carmo
•A construção do
hospital começou mais
tarde, ficando concluído
em 1801.
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Igreja do Carmo
•Esta igreja está
geminada com a Igreja
dos Carmelitas, do lado
oeste, constituindo um
volume único, embora
se diferenciem as duas
igrejas.
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Igreja do Carmo
•Foi classificada como
Monumento Nacional
a 3 de Maio de 2013,
em conjunto com a
Igreja dos Carmelitas
adjacente.
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Igreja do Carmo
•A fachada de cantaria,
ricamente trabalhada, possui
um portal retangular,
ladeado de duas esculturas
religiosas dos profetas Elias e
Eliseu executadas em Itália,
rematado por um amplo
frontão e no corpo superior
da frontaria, coruchéus e
esculturas das figuras dos
quatro Evangelistas (Mateus,
Marcos, Lucas e João),
revelando influências do
estilo “barroco Italiano”
criado por Nicolau Nasoni.
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Igreja do Carmo
•A fachada lateral da Igreja
do Carmo está revestida por
um grandioso painel de
azulejos, representando
cenas alusivas à fundação
da Ordem Carmelita e ao
Monte Carmelo. A
composição foi desenhada
por Silvestre Silvestri,
pintada por Carlos Branco e
executada nas fábricas do
Senhor do Além e da
Torrinha, em Vila Nova de
Gaia, e datados de 1912.
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Igreja do Carmo
•No interior da Igreja do
Carmo, destaca-se a
excelente talha dourada
nas capelas laterais e no
altar-mor, a estatuária e
diversas pinturas a óleo.
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Igreja do Carmo
•Uma das igrejas mais
importantes e
significativas da
arquitectura religiosa
do Porto é a Igreja do
Carmo. Encontra-se na
mesma zona que a
Torre dos Clérigos e o
Jardim da Cordoaria.
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Igreja do Carmo
•Pertence à Ordem
Terceira de Nossa
Senhora do Carmo e
encontra-se encostada ao
Convento e Hospital das
Carmelitas. É de estilo
rococó e foi construída
em granito a meados do
século XVIII, segundo um
projecto de José
Figueiredo Seixas.
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Igreja do Carmo
•A igreja tem duas fachadas:
a principal de três alturas
com uma grande decoração,
tanto de elementos
vegetais, como com janelas
e nichos (nos que se vêem
as imagens de São Elias e
São Eliseu), está coroada
por uma cruz e pelas
estátuas dos Evangelistas; a
fachada lateral está toda
coberta de azulejos de tons
azulados que representam a
imposição do escapulário
no Monte Carmelo.
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Igreja do Carmo
•A igreja tem uma só nave. No interior existem vários
retábulos rococós de talha dourada, realizados por
Francisco Pereira Campanhã no século XVIII. Neles se
representam temas da Paixão: O Senhor dos Passos, o
Ecce Homo, o Senhor Coroado, o Senhor Preso e o
Senhor Morto.
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IGREJA CARMELITAS DESCALÇOS
•A Igreja dos Carmelitas
ou Igreja dos Carmelitas
Descalços localiza-se na
freguesia da Vitória, na
cidade do Porto, em
Portugal.
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IGREJA CARMELITAS DESCALÇOS
•Começou a ser
construída em
1616 e ficou
concluída em
1628. A decoração
do interior só viria
a ficar pronta em
1650.
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IGREJA CARMELITAS DESCALÇOS
•A igreja pertencia ao
extinto convento, hoje
ocupado pela Guarda
Nacional Republicana.
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IGREJA CARMELITAS DESCALÇOS
•Foi classificada
como
Monumento
Nacional a 3 de
Maio de 2013, em
conjunto com a
Igreja do Carmo
adjacente.
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A Ordem dos Carmelitas Descalços
•A Ordem dos Carmelitas
Descalços (ou,
simplesmente, Carmelitas
Descalços, O.C.D.) é um
ramo da Ordem do
Carmo, formado em
1593, que resulta de uma
reforma feita ao carisma
carmelita elaborada por
Santa Teresa de Ávila e
São João da Cruz.
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IGREJA CARMELITAS DESCALÇOS
•Este ramo divide-se
em três diferentes
tipos de família
carmelita: os padres
ou frades, as freiras
contemplativas de
clausura monástica e
os leigos consagrados.
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ou Leitura Orante
•No caso particular dos
leigos Carmelitas
Descalços, dá-se-lhes o
nome de Carmelitas
Descalços Seculares.
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Igreja dos Carmelitas
•A fachada de cantaria
granítica, possui três
entradas com arcos de
volta perfeita,
encimadas por igual
número de nichos, com
as imagens de São José,
Santa Teresa de Jesus e
de Nossa Senhora do
Carmo ao centro.
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•O corpo superior
contém três janelões,
sendo o central de
forma rectangular e os
dois laterais com a
forma de trapézio
rectangular. A rematar a
fachada um frontão
triangular encimado por
balaústres.
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•Possui uma torre sineira
do lado esquerdo,
revestida a azulejos
monocromáticos da cor
azul, rematada por uma
cúpula em forma de
bolbo.
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•O interior da Igreja dos
Carmelitas é de planta de
cruz latina, com uma única
nave, com seis capelas
laterais e um nártex na
entrada. Destaca-se a
excelente talha dourada, de
estilo barroco e rococó, nas
capelas laterais e no altar-
mor. O desenho do retábulo
principal é da autoria de
Joaquim Teixeira de
Guimarães e a execução de
José Teixeira Guimarães.
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As 2 Igrejas
•Do conjunto formado pelas
igrejas dos Carmelitas e da
Venerável Ordem Terceira
do Carmo é mais antiga a
primeira, que pertencia ao
extinto convento, hoje
ocupado pela Guarda
Nacional Republicana. Data
de 1616 a autorização régia
para a instalação dos
carmelitas no Porto,
remontando a 1619 a
primeira pedra do novo
edifício.
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•As obras prolongaram-se
durante a primeira metade do
século XVII e a igreja, concluída
em 1628, só viu a campanha
decorativa terminada cerca de
1650. A sua arquitectura, de
um "barroco austero"
(QUARESMA, 1995), apresenta
planta de nave única com seis
capelas laterais e fachada de
dois andares, ritmada por
pilastras que se prolongam
sobre o frontão triangular,
terminando em forma de
balaustres.
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•Aos três arcos de volta
perfeita do primeiro
registo, correspondem
outros tantos nichos
com as imagens de São
José e Santa Teresa de
Jesus e, ao centro,
Nossa Senhora do
Carmo.
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•No segundo registo,
abre-se igual número de
janelas e o tímpano
exibe o brasão dos
carmelitas, numa
iconografia que define
um programa de
exaltação da Ordem.
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•No interior do templo predomina a talha dourada, que extravasa os
retábulos das seis capelas e estende-se a determinadas zonas da
abóbada, enquadrando as pintura sobre os arcos das capelas. No
transepto, a capela do lado da Epístola (lado direito), dedicada a
Nossa Senhora do Carmo foi edificada em 1639 por Jerónimo da
Mota Teixeira, e a do lado oposto, da invocação de Nossa Senhora
das Dores, em 1637 por Manuel Tavares.
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•Por fim, a capela-mor
exibe um retábulo de
1767, desenhado pelo
padre Joaquim Teixeira
Guimarães e executado
por José Teixeira
Guimarães.
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•Entre a igreja e o
edifício conventual
encontra-se a torre
sineira, originalmente
do lado oposto, mas
deslocada aquando da
edificação do templo da
Ordem Terceira. É
revestida por azulejos e
termina numa cúpula
em forma de bolbo.
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•Do lado oposto, ergue-
se a igreja da Ordem
Terceira, cuja linguagem
rococó contrasta
vivamente com a
austeridade já referida
da fachada da Igreja dos
Carmelitas.
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•A Irmandade havia sido
instituída em 1736, mas
algumas divergências
internas levaram a que
os estatutos apenas
fossem impressos em
1751, ano em que os
carmelitas cederam os
terrenos para a
edificação do templo.
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•Após novas divergências,
a primeira pedra foi
lançada em 1756,
iniciando-se então a
construção, sob projecto
de José de Figueiredo
Seixas. O templo estava
concluído em 1762,
depois de Nicolau Nasoni
ter sido chamado a
avalizar o traçado
arquitectónico.
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•Contudo, as campanhas
decorativas
prolongaram-se ainda
por longos anos, e os
retábulos das seis
capelas da nave
remontam a 1771,
sendo o da capela-mor
da autoria de Francisco
Pereira Campanhã e de
1773.
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•A fachada, profusamente
decorada, é flanqueada por
duplas pilastras, avançadas
em relação ao corpo
principal. Este é aberto por
um portal ladeado pelos
nichos com as imagens dos
Profetas Elias e Eliseu,
correspondendo-lhes, no
segundo registo, e sobre a
balaustrada, duas janelas e
um nicho central,
envidraçado, com a imagem
de santa Ana, em jaspe
(mineral).
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•O tímpano exibe, tal
como a igreja dos
carmelitas, o brasão da
Ordem, e sobre o
frontão, as esculturas
dos quatro Evangelistas,
executadas entre 1764
e 1765.
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•Neste conjunto,
destaca-se a fachada
lateral (aberta por
janelas de
balaustradas), no
prolongamento do
alçado do Hospital, por
ter sido totalmente
revestida por azulejos,
em 1907 e 1912.
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•Estes, a azul e branco,
representam a aparição
da Virgem a São Simão
Stock e uma série de
elementos heráldicos
carmelitas, bem como
alusões ao escapulário
(uma devoção
particular dos
camelitas) (MARTINS,
2001, pp. 89-93).
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Escapulário
•O escapulário (do latim
scapula, escápula) é um
pedaço de pano que
envolve integralmente os
ombros de quem o veste. O
tecido varia em forma, cor,
tamanho e estilo,
dependendo do uso para o
qual foi produzido,
nomeadamente para
atividades monásticas ou de
devoção. A foto mostra a
sua original forma.
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Escapulário
•Hoje em dia o escapulário
é um sacramental usado
principalmente pelos
católicos,ele possui uma
foto do Sagrado Coração
de Jesus na parte de trás
e na frente uma foto de
Nossa Senhora do
Carmo.A sua versão
metálica é usada também
como item de moda.
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• Foram pintados por Carlos
Branco, segundo desenho
de Silvestre Silvestri, nas
fábricas do Senhor do Além
e da Torrinha, em Vila Nova
de Gaia. Trata-se de um dos
mais bem conseguidos
revestimentos figurativos de
alçados exteriores, de cariz
tradicionalista e revivalista,
muito populares na cidade
do Porto no inicio do século
XX.
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•
•O conjunto constituído pela
Igreja dos Carmelitas
Descalços e pela Igreja de
Nossa Senhora do Monte do
Carmo, na Praça de Parada
Leitão (Praça dos Leões), no
Porto, foi classificado como
monumento nacional
através de um decreto
publicado a 3 de Maio de
2013 em Diário da
República.
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•“A implantação geminada
de duas igrejas constitui
uma raridade no
panorama urbano
nacional, constituindo
uma cenografia de grande
impacto visual na zona
nobre do Porto
setecentista, marcado
pelo espírito do
urbanismo iluminista”,
sublinha o diploma.
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•Esta implantação
“permite a
oportunidade de
observar, lado a lado,
dois edifícios de grande
qualidade, ilustrativos
da evolução histórica da
arte em Portugal”,
realça o texto legal,
citado pela Lusa.
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•"À circunstância invulgar, e
de grande impacto urbano,
da implantação de duas
igrejas lado a lado, acresce
o seu valor exemplar como
testemunhos da evolução
da arquitectura portuguesa
entre os séculos XVII e
XVIIII", diz o historiador de
arquitectura Miguel
Soromenho.
•
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•O decreto refere que a Igreja
dos Carmelitas Descalços,
construída entre 1619 e 1628,
representa “um bom exemplo
de fachada maneirista erudita,
encerrando valioso património
retabular barroco e rococó, em
notável estado de conservação
e integridade”, que inclui um
órgão de tubos e um retábulo-
mor de José Teixeira
Guimarães, grande mestre
entalhador da segunda
metade do século XVIII.
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•O historiador, que prefere não usar o termo maneirismo porque nem
sempre se pode falar da superação dos cânones do classicismo pela via
erudita, destaca aqui a sua filiação nos esquemas arquitectónicos
seguidos em Portugal pelos carmelitas (Viana do Castelo, Évora, Cascais,
etc.), que valorizam, por exemplo, fachadas com uma composição que
associa figuras geométricas simples, pórticos tripartidos (com três
portas), não deixando ao mesmo tempo de seguir as tendências da
época para a simplificação e alguma austeridade decorativa.
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