O conceito de “doença única”, onde um único problema pode explicar todos os sinais e sintomas, não se aplica às pessoas idosas, pois, essas costumam apresentar uma somatória de sinais e sintomas, resultado de várias doenças concomitantes, onde a insuficiência de um sistema pode levar à...
O conceito de “doença única”, onde um único problema pode explicar todos os sinais e sintomas, não se aplica às pessoas idosas, pois, essas costumam apresentar uma somatória de sinais e sintomas, resultado de várias doenças concomitantes, onde a insuficiência de um sistema pode levar à insuficiência de outro, o que costuma ser denominado “efeito cascata”.
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Language: pt
Added: Sep 30, 2025
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Avaliação Global da Pessoa
Idosa
•O conceito de “doença única”, onde um único
problema pode explicar todos os sinais e
sintomas, não se aplica às pessoas idosas,
pois, essas costumam apresentar uma
somatória de sinais e sintomas, resultado de
várias doenças concomitantes, onde a
insuficiência de um sistema pode levar à
insuficiência de outro, o que costuma ser
denominado “efeito cascata”.
Alimentação e Nutrição
•Nos procedimentos de diagnóstico e
acompanhamento do estado nutricional de
idosos, o Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional (SISVAN), utilizará como critério
prioritário a classificação do Índice de Massa
Corporal (IMC), recomendado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS),
considerando os pontos de corte diferentes
daqueles utilizados para adultos. Essa
diferença deve-se às alterações fisiológicas
nos idosos:
•O declínio da altura é observado com o
avançar da idade, em decorrência da
compressão vertebral, mudanças nos discos
intervertebrais, perda do tônus muscular e
alterações posturais;
•o peso pode diminuir com a idade, porém,
com variações segundo o sexo. Essa
diminuição está relacionada à redução do
conteúdo da água corporal e da massa
muscular, sendo mais evidente no sexo
masculino;
•Alterações ósseas em decorrência da
osteoporose;
•mudança na quantidade e distribuição do
tecido adiposo subcutâneo.
•redução da massa muscular devida à sua
transformação em gordura intramuscular, o
que leva à alteração na elasticidade e na
capacidade de compressão dos tecidos.
•IMC: Peso em KG/ altura ao quadrado em M.
•22 – baixo peso
•22 -27 – adequado
•Acima de 27 - sobrepeso
Depressão
•No Brasil, a prevalência de depressão entre
as pessoas idosas varia de 4,7% a 6,8%,
dependendo fundamentalmente do
instrumento utilizado, dos pontos de corte e
da gravidade dos sintomas.
•Evidências sugerem que é necessário
instituir precocemente o tratamento. É
fundamental a construção de um projeto
terapêutico singular (PTS)2, a partir do
Acolhimento e da Avaliação, incluindo
diferentes estratégias que possam atender às
necessidades dos usuários.
Mobilidade
•As alterações na mobilidade e quedas podem
ocorrer por disfunções motoras, de
sensopercepção, equilíbrio ou déficit cognitivo. A
dinâmica do aparelho locomotor sofre alterações
com uma redução na amplitude dos movimentos,
tendendo a modificar a marcha, passos mais curtos
e mais lentos com tendência a arrastar os pés. A
amplitude de movimentos dos braços também
diminui, tendendo a ficar mais próxima do corpo. A
base de sustentação se amplia e o centro de
gravidade corporal tende a se adiantar, em busca
de maior equilíbrio.
Quedas
•O ambiente residencial pode aumentar
o risco de quedas e deve ser incluído na
programação de avaliação da pessoa
idosa. Presença de escadas, ausência
de diferenciação de degraus e
corrimãos, iluminação inadequada,
tapetes soltos, obstáculos (fios elétricos,
pisos mal conservados etc) no local de
circulação, são alguns dos riscos
comuns observados.
Avaliação Funcional
•Didaticamente essas atividades são subdivididas
em:
•a) Atividades de Vida Diária (AVD) que são as
relacionadas ao autocuidado e que, no caso de
limitação de desempenho, normalmente requerem a
presença de um cuidador para auxiliar a pessoa
idosa a desempenhá-las. São elas:
•Alimentar-se Mobilizar-se
• Ir ao banheiro Deambular
•• Manter controle sobre suas necessidades
fisiológicas.
•Banhar-se Vestir-se
Atividades Instrumentais da Vida
Diária (AIVD)
•que são as relacionadas à participação do idoso em
seu entorno social e indicam a capacidade de um
indivíduo em levar uma vida independente dentro
da comunidade. São elas:
•Utilizar meios de transporte
•Manipular medicamentos
•Realizar compras
•Realizar tarefas domésticas leves e pesadas
•Utilizar o telefone
•Preparar refeições
•Cuidar das próprias finanças
•Três conceitos apresentam-se interligados e
interdependentes quando se discute o
processo incapacitante. São eles: autonomia,
independência e dependência.
•Autonomia – pode ser definida como auto-
governo e se expressa na liberdade para agir
e para tomar decisões.
•Independência – significa ser capaz de
realizar as atividades sem ajuda de outra
pessoa.
•Dependência – significa não ser capaz de
realizar as atividades cotidianas sem a ajuda
de outra pessoa.
OSTEOPOROSE
•É uma doença sistêmica progressiva que
leva à uma desordem esquelética,
caracterizada por força óssea comprometida,
predispondo a um aumento do risco de
fratura. Força óssea, primariamente, reflete
integração entre densidade e qualidade
óssea.
•Os fatores de risco para osteoporose e
fraturas ósseas podem ser divididos em
maiores e menores.
•Maiores
•fratura anterior causada por pequeno trauma;
•sexo feminino;
•baixa massa óssea;
•raça branca ou asiática;
•idade avançada em ambos os sexos;
•história familiar de osteoporose ou fratura do
colo do fêmur;
•menopausa precoce (antes dos 40 anos) não
tratada;
•uso de corticóides
•Menores
•doenças que induzam à perda de massa óssea;
•amenorréia primária ou secundária;
•menarca tardia, nuliparidade;
•hipogonadismo primário ou secundário;
•baixa estatura e peso (IMC <19kg/m²);
•perda importante de peso após os 25 anos;
•baixa ingestão de cálcio, alta ingestão de sódio;
•alta ingestão de proteína animal;
•pouca exposição ao sol, imobilização prolongada,
quedas freqüentes;
•sedentarismo, tabagismo e alcoolismo;
•medicamentos (como heparina, ciclosporina,
hormônios tireoidianos, anticonvulsivantes e lítio);
•alto consumo de xantinas (café, refrigerantes à
base de cola, chá preto).
Diagnostico
•Exame físico
•Os seguintes itens são de fundamental importância
na avaliação de pessoas com osteoporose:
•Estatura.
•Peso corporal.
•Hipercifose dorsal.
•Abdômen protuso.
•Outras deformidades esqueléticas.
•Sinais físicos de doenças associadas à osteoporose
como, por exemplo, exoftalmia
•(hipertireoidismo), deformidades e edema articular
(artrite reumatóide), fáscies cushingóide etc. Exame
físico
Avaliação laboratorial e por
imagem
•Hemograma completo, dosagem de TSH, VHS,
dosagens de cálcio e fósforo, uréia e creatinina
plasmática, fosfatase alcalina total (serve para
avaliar a presença de defeitos na mineralização ou
osteomalácia, especialmente nos idosos), e análise
urinária.
•Em todos os homens com osteoporose, deve-se
avaliar as possibilidades de hipogonadismo, com
as dosagens de testosterona e de gonatrofinas, e
de alcoolismo como causas secundárias.
•No diagnóstico por imagens, são utilizadas
radiografias e a densitometria óssea.
Prevenção e Tratamento da
Osteoporose
•A prevenção deve começar na infância com a
realização de exercícios com freqüência regular,
associada à uma dieta rica em cálcio e exposição
regular ao sol (vitamina D), além da melhoria das
condições de equilíbrio e visão.
•O tratamento da osteoporose também inclui dieta,
atividade física, exposição solar, além das medidas
preventivas de quedas e uso de medicamentos
(Bisfosfonados, Calcitonina, Carbonato de Cálcio,
Vitamina D, Estrógenos e Raloxifeno).
QUEDAS
•A queda representa um grande problema para as
pessoas idosas dadas as suas conseqüências
(injúria, incapacidade, institucionalização e morte)
que são resultado da combinação de alta incidência
com alta suscetibilidade à lesões.
•Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada
ano. Essa taxa aumenta para 40% entre os idosos
com mais de 80 anos e 50% entre os que residem
em ILPI. As mulheres tendem a cair mais que os
homens até os 75 anos de idade, a partir dessa
idade as freqüências se igualam. Dos que caem,
cerca de 2,5% requerem hospitalização e desses,
apenas metade sobreviverá após um ano.
Causas e Fatores de Risco
•As causas mais comuns relacionadas às
quedas de pessoas idosas na comunidade
são:
•Relacionadas ao ambiente.
•Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha.
•Tontura/vertigem.
•Alteração postural/hipotensão ortostática.
•Lesão no SNC.
•Síncope.
•Redução da visão.
Fatores intrínsecos:
•idosos com mais de 80 anos;
•sexo feminino;
•imobilidade;
•quedas precedentes;
•equilíbrio diminuído;
•marcha lenta e com passos curtos;
•baixa aptidão física;
•fraqueza muscular de MMII e MMSS (hand
grip);
•alterações cognitivas;
•doença de Parkinson;
•polifarmácia;
•uso de sedativos, hipnóticos e
ansioliticos.
•Fatores extrínsecos: relacionados aos
comportamentos e atividades das
pessoas idosas e ao meio ambiente.
Ambientes inseguros e mal iluminados,
mal planejados e mal construídos, com
barreiras arquitetônicas representam os
principais fatores de risco para quedas.
Fatores que agravam a ocorrência
de lesão na queda:
•Presença de tapetes pequenos e capachos em
superfícies lisas.
•Carpetes soltos ou com dobras.
•Bordas de tapetes, principalmente, dobradas.
•Pisos escorregadios (encerados, por exemplo).
•Cordas, cordões e fios no chão (elétricos ou
não).
•Ambientes desorganizados com móveis fora do
lugar, móveis
•baixos ou objetos deixados no chão (sapatos,
roupas, brinquedos, etc).
•Móveis instáveis ou deslizantes.
•Degraus da escada com altura ou largura
irregulares.
•Degraus sem sinalização de término.
•Escadas com piso muito desenhado (dificultando a
visualização de cada degrau).
•Uso de chinelos, sapatos desamarrados ou mal
ajustados ou com solado escorregadio.
•Roupas compridas, arrastando pelo chão.
•Má iluminação.
•Cadeira, camas e vasos sanitários muito baixos;
•Cadeiras sem braços;
•Animais, entulhos e lixo em locais inapropriados.
•Objetos estocados em lugares de difícil acesso
•(sobe-se numa cadeira ou banco para alcançá-los).
•Escadas com iluminação frontal.
Avaliação das quedas
•A avaliação da queda visa:
•a) Identificar a causa que levou a queda e tratá-la.
•b) Reconhecer fatores de risco para prevenir futuros
eventos, implementando intervenções adequadas.
•A avaliação da queda envolve aspectos biológicos,
físico-funcionais, cognitivos e psicossociais. Devem
ser levantados dados relacionados:
•Ao contexto e mecanismo das quedas.
•Às condições clínicas da pessoa idosa,
considerando as doenças crônicas e agudas
presentes.
•A medicação em uso (prescritas ou
automedicadas).
•Medidas práticas para minimizar as
quedas e suas conseqüências entre as
pessoas idosas
a) Educação para o autocuidado.
b) Utilização de dispositivos de auxilio à
marcha (quando necessário) como
bengalas, andadores e cadeiras de
rodas.
c) Utilização criteriosa de medicamentos
evitando - se, em especial, as que
podem causar hipotensão postural.
d) Adaptação do meio ambiente (residência e locais
públicos):
•Acomodação de gêneros alimentícios e de outros
objetos de uso cotidiano em locais de fácil acesso,
evitando-se a necessidade de uso de escadas e
banquinhos.
•Orientação para a reorganização do ambiente
interno à residência, com o consentimento da
pessoa idosa e da família.
•Sugerir a colocação de um diferenciador de
degraus nas escadas bem como iluminação
adequada da mesma, corrimãos bilaterais para
apoio e retirada de tapetes no inicio e fim da
escada.
•Colocação de pisos anti-derrapantes e barras de
apoio nos banheiros, evitar o uso de banheiras,
orientar o banho sentado quando da instabilidade
postural e orientar a não trancar o banheiro.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
SISTÊMICA
•É responsável por pelo menos 40% das mortes por
acidente vascular cerebral e por 25% das mortes
por doença arterial coronariana. Acometendo cerca
de 50% a 70% dos idosos e em combinação com o
diabetes, representa 62,1% do diagnostico primário
de pessoas submetidos à diálise.
•Hipertensão Arterial é definida como pressão
arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma
pressão arterial diastólica maior ou igual a 90
mmHg, em indivíduos que não estão fazendo uso
de medicação anti-hipertensiva.
Tratamento
•Basicamente, há duas abordagens
terapêuticas para a hipertensão
arterial: o tratamento baseado em
modificações do estilo de vida (perda
de peso, incentivo às atividades
físicas, alimentação saudável,
redução de uso de álcool e cigarro) e
o tratamento medicamentoso.
Tratamento Farmacológico da
Hipertensão
•Iniciar sempre com doses menores do que as
preconizadas.
•Lembrar que determinadas drogas anti-
hipertensivas demoram de quatro a seis semanas
para atingir seu efeito máximo, devendo-se evitar
modificações do esquema terapêutico, antes do
término desse período.
•Não introduzir nova droga, antes que a dose
terapêutica seja atingida, evitando efeitos
colaterais.
•Investigar a ocorrência de hipotensão postural ou
pós-prandial antes de iniciar o tratamento.
•Estimular a medida da PA no domicílio,
sempre que possível.
•Orientar quanto ao uso do medicamento,
horário mais conveniente, relação com
alimentos, sono, diurese e mecanismos de
ação.
•Antes de aumentar ou modificar a dosagem
de um anti-hipertensivo, monitorar a adesão
da pessoa ao tratamento (medicamento e
não medicamentoso). A principal causa de
Hipertensão Arterial resistente é a
descontinuidade da prescrição estabelecida.
Acompanhamento e cuidado
continuado:
•Participação em grupos de auto-ajuda para a
conhecer a natureza do problema e seu
monitoramento.
•As intervenções educativas que favorecem a
adesão ao tratamento.
•A educação da família, especialmente, tratando-se
de idosos frágeis e dependentes, nos quais a
probabilidade de efeitos secundários é enorme e a
necessidade de supervisão é imperativo.
•O impacto financeiro do tratamento, que é
determinante para a adesão terapêutica.