1
DINÂMICA DOS FLUIDOS
O presente Volume II apresenta o estudo da dinâmica dos fluidos, ou seja, o estudo do
movimento e de suas causas.
Ênfase é dada ao estudo da equação da conservação da energia em escoamentos, a famosa
Equação de Bernoulli. Através desta equação e das informações básicas para determinação da perda
de carga em escoamentos, serão apresentados métodos de dimensionamento de dutos. Por fim,
noções gerais de ventilação serão apresentados.
Mais informações sobre o assunto podem ser facilmente encontradas em catálogos, páginas
de Internet, livros e no portal do WIKI – (www.sj.ifsc.edu.br/wiki).
1. Viscosidade de fluidos
A viscosidade é uma propriedade que expressa as consequências das interações entre as
moléculas do fluido. Em outras palavras, permite medir de maneira macrosópica as consequências
destas interações.
Nas substâncias no estado líquido, as moléculas encontram-se relativamente próximas, e
existe uma força de coesão entre elas. Assim, quando o fluido se movimenta, esta força de coesão
dificulta a movimentação. Macroscopicamente, isto pode ser interpretado como se existisse um
atrito interno. Quando a temperatura do líquido aumenta, as moléculas aumentam seu grau de
agitação e, desta forma, a distância entre as moléculas aumenta, diminuíndo a força de coesão.
Então, em líquidos, o aumento de temperatura provoca uma redução da viscosidade.
Já no estado gasoso, as moléculas possuem elevado grau de agitação, e por isso encontram-
se “livres”, não existindo uma força de coesão entre elas. Entretanto, as moléculas chocam-se
continuamento.
Já nos gases, a viscosidade é originada pelo choque entre as moléculas. Desta maneira,
enquanto que nos gases a viscosidade cresce com o aumento da temperatura, nos líquidos ocorre o
oposto. Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética média das moléculas, aumenta a
distância média entre elas, e menos efetivas se tornam as forças intermoleculares, diminuíndo assim
a viscosidade.
Para entender a natureza da viscosidade, suponhamos duas placas sólidas planas, uma sobre
a outra, com um fluido contínuo entre elas (figura ao lado).
Aplicando uma força constante a uma das placas, a
experiência mostra que ela se moverá, sendo acelerada até
atingir uma velocidade constante. Se a intensidade da força
aplicada for duplicada, por exemplo, a velocidade também
duplica. Ou seja, a velocidade é proporcional à força
aplicada. Imaginando que o líquido entre as placas se separa
em lâminas paralelas, o efeito da força aplicada é o de
produzir diferenças de velocidade entre lâminas de fluido
adjacentes. A lâmina adjacente à placa móvel se move solidária com ela, ou seja, com velocidade, e
a lâmina adjacente à placa imóvel está solidária com esta, ou seja, tem velocidade nula. O
escorregamento de uma lâmina em relação à outra gera “atrito” entre as lâminas adjacentes,
causando dissipação de energia mecânica, e esta dissipação permite determinar a viscosidade do