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O INFORMATIVO OFICIAL DA FAMÍLIA DE MARICÁ ANO 10 - Julho 2014
www.culturarteen.com (9) ELEIÇÕES 2014 culturarteen.com
SOMENTE 25% DOS JOVENS COM 16 E 17 ANOS TIRARAM TÍTULO DE ELEITOR
Adolescentes abrem mão do voto um ano depois dos protestos de rua
Um ano após as manifestações de rua que
sacudiram o país, apenas 25% dos brasileiros
com 16 e 17 anos exerceram seu direito e tiraram
o título de eleitor para votar em outubro. Desde
2006, esse índice registra quedas sucessivas.
Naquele ano, o grupo de eleitores facultativos
(com menos de 18 anos) representava 39% da
população nessa faixa etária. Nas eleições de
2010, ele encolheu para 32%. Agora, segundo
cruzamento de dados do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) com informações do IBGE, o total
de jovens adolescentes com título representa
apenas um quarto da população nessa faixa
etária.
Para demógrafos e cientistas políticos, a queda
na quantidade desses registros facultativos indica
a indiferença da juventude brasileira em relação
às urnas. Ao que parece, aqueles que agora
teriam o direito de eleger seus representantes
demonstram não acreditar no sufrágio como meio
de transformação de seu país.
Além disso, acompanhando o envelhecimento
da população brasileira, nas eleições de outubro,
o Brasil viverá um cenário totalmente novo. Pela
primeira vez em sua História, o país terá mais
eleitores idosos, com mais de 60 anos, do que
com idades entre 16 e 24 anos. E isso pode
influenciar os rumos das políticas públicas.
— Se houver uma disputa de recursos entre
a Previdência Social e a Educação infantil, por
exemplo, o peso dos idosos pode acabar
conduzindo os recursos para a Previdência. E
isso pode gerar um conflito entre as gerações —
alerta o demógrafo José Eustáquio Diniz, autor
do artigo “O envelhecimento do eleitorado
brasileiro”.
Ao analisar a queda no número de títulos
eleitorais tirados pelos adolescentes de 16 e 17
anos, ele aponta ainda o que acredita ser a
principal causa disso:
— No ano passado, discuti com amigos,
espalhei ideias e as reivindicações pela internet.
Fui atuante. Ainda assim, não quis votar agora
porque não acredito em candidatos que não
venham do povo, que não passem pelo suplício
de depender do sistema de saúde e do transporte
públicos.
Seu colega Gabriel Felix, que também
protestou nas redes em 2013, tem posição
contrária. Aos 17 anos se orgulha de ter tirado o
título e diz estar pronto para votar.
— Não há outra forma de mudar o país sem
ser através do voto. Qual seria a outra alternativa?
A anarquia não é a resposta — dispara ele.
Outros especialistas enxergam outras
motivações para a retração. Segundo o professor
de Ética e Política da Unicamp Roberto Romano,
“nada mais próximo dos partidos brasileiros do
que a cartolagem no futebol”.
— Os cartolas têm o dinheiro. Eles decidem.
O torcedor não tem espaço nenhum. É conduzido
a uma posição passiva. Os partidos fazem o
mesmo. Acabaram com a prática da militância,
assim como o fizeram as organizações estudantis.
Desde que a UNE se transformou em um
organismo semioficial, os jovens sumiram dela.
Romano argumenta também que a
despolitização vem passando de geração em
geração e chega agora aos jovens com voto
facultativo. Ele lembra que um dos métodos de
aprendizado do ser humano é a imitação e que,
se não há inserção na política tradicional a ser
imitada, ela não se perpetua.
— Se seu pai é desiludido e fala ‘eu tentei
participar, não consegui’, se seu irmão mais velho
ou seu primo não participou dos movimentos
estudantis, é claro que você não vai ter um
modelo. Assim, não terá nenhum desejo de
participar da vida política.
DESCRENÇA NA POLÍTICA TRADICIONAL
Marcus Figueiredo, doutor em Ciência Política
pela USP, aponta mais uma causa para o
afastamento dos jovens das urnas. Para ele, a
descrença na política tradicional é fruto da
“campanha de oposição” feita pelos movimentos
sociais aos partidos nos últimos meses.
— Todas as lideranças sociais passaram o
ano inteiro dizendo que a política não vale nada.
Houve um ano de campanha contra os partidos e
contra as instituições representativas. O que se
pode esperar? Só podemos lamentar que (esses
movimentos) passem esse tipo de mensagem aos
jovens.
Num cenário oposto ao dos jovens, estão os
idosos, com mais de 60 anos. Pela primeira vez
na História, a fatia desses eleitores ultrapassou a
dos que têm entre 16 a 24 anos. Em 2006, os
idosos detinham 14% dos títulos e somavam 17
milhões de eleitores. Agora, representam 17%,
com um grupo de 24 milhões de pessoas.
Rozália Neves Barboza é um desses eleitores
de cabelos brancos que não se abstêm do direito
de votar. Com 72 anos, moradora de Campo
Grande, na Zona Oeste do Rio, ela não é obrigada
a ir às urnas, mas o fará em outubro.
— Nunca deixei de votar. Não vejo porquê
deixar de fazê-lo. E, mesmo que não concorde
com nenhum candidato, votar nulo ou em branco
está fora de cogitação.
A expectativa é de que o grupo de Rozália
cresça mais. Estudos demográficos e eleitorais
indicam que, até 2030, os eleitores com mais de
60 anos representarão o dobro do total de jovens
com título. Se a tendência se confirmar, o Brasil
poderá vir a ser um país de jovens nas ruas e de
idosos nas urnas.
— Essa queda reflete um certo desinteresse
deles pela política. A política nacional não está
conseguindo atingir os jovens adolescentes.
A juventude confirma essa teoria. Diz que não
quer ir às urnas em outubro por conta da
descrença nos candidatos, que se soma à
desilusão com os partidos.
— Não vejo nenhum nome ou legenda que
me represente na política. Não tenho em quem
confiar meu voto — argumenta a estudante Victoria
Soares Carneiro Silva, de 16 anos. — Por isso,
optei por não tirar meu título agora. Resolvi ganhar
tempo para estudar cada um dos que se
apresentam como a solução.
‘PROTESTO É A FORMA DE SERMOS
OUVIDOS’
A adolescente que mora com os pais em Vila
Isabel, na Zona Norte do Rio, foi às ruas nas
manifestações de junho do ano passado e, agora,
acredita mais na ocupação do espaço público do
que no voto como forma de mudar o cenário
político.
— O protesto é a forma que temos de sermos
ouvidos. Além disso, tenho a esperança de que
essas pessoas que pediram por mais Saúde e
Educação ingressem na política para que comece
a haver renovação — acrescenta a menina que
pretende cursar Direito.
Victor Antônio Pena tem 17 anos mora no
Humaitá, na Zona Sul do Rio, e pretende ser
militar. Em junho de 2013, optou por protestar nas
redes. Foi um ciberativista. Ele também não tirou
título de eleitor.
ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE VOTOS BRANCO E NULO
Lei Eleitoral prevê que as duas formas de votação são
consideradas inválidas
VOTO EM BRANCO
Desde a introdução do voto proporcional
no Brasil - utilizado para eleger, deputados
federais e estaduais e vereadores - o voto
em branco era considerado, pelo Código
Eleitoral de 1932, como incluído no calculo
do quociente eleitoral.
Muitas discussões aconteceram por conta
dessa determinação, principalmente porque a
Constituição e a Lei Eleitoral eram contraditórias
nesse tópico, já que a primeira estabelecia que
votos brancos e nulos não seriam computados
para a verificação da maioria absoluta.
Para resolver a questão, a nova Lei Eleitoral
– Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 –
determinou que “nas Eleições proporcionais,
contam-se como válidos apenas os votos dados
a candidatos regularmente inscritos e às legendas
partidárias.” Ou seja, votos brancos não seriam
mais incluídos no calculo do quociente eleitoral e
portanto têm a mesma validade que o nulo.
O voto é considerado branco quando o eleitor
pressiona a tecla branco na urna eleitoral e
confirma.
Muito se fala sobre votos brancos e nulos e
quais seriam suas utilidades para o quadro geral
das Eleições. Para entender melhor essas duas
opções dos eleitores é também preciso desvendar
o sistema eleitoral brasileiro.
VOTO NULO
O voto nulo é considerado, no sistema de
urnas eletrônicas, quando o eleitor digita e confirma
um número que não corresponde a nenhum
candidato ou partido político oficialmente
registrados. Esses votos representam a vontade
do eleitor de anular seu voto.
Segundo informações do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) votos nulos são como se não
existissem: não são válidos para fim algum e não
determinam o quociente eleitoral.
Este voto só é registrado para fins de
estatísticas e não é considerado um voto
válido.
A
A Viação Nossa Senhora do
Amparo que comemorou 64 anos
de vida servindo a população de
Maricá, São Gonçalo e Niterói
com qualidade inigualável de
atendimento, com índices de
aprovação de mais de 85%, está
renovando quase 50% de sua
frota (que hoje tem um das
menores idade média de serviço
dos seus ônibus - apenas 3 anos,
quando a lei obriga 7 anos), ou
seja, tem hoje quase 300 ônibus
todos praticamente novos.
E está crescendo e com esse
crescimento, está abrindo suas portas para novas contratações conforme listagem abaixo:
- Despachantes (experiência mínima de 1 ano)
- Manobreiros (experiência mínima de seis meses, ensino fundamental, carteira D ou E e
que resida próximoas garagens de Rio do Ouro ou Maricá)
- Motoristas (experiência em ônibus, caminhão, táxi ou van, habilitação D ou E e que resida
próximo as garagens)
- Motoristas de Micro ônibus (ensino fundamental completo e carteira D)
Os currículos podem ser entregues nas portarias das garagens de Rio do Ouro ou Maricá
ou poderão também ser enviados por e-mail para
[email protected]
A empresa além de dar toda a assistência e preparaçãoao profissional, dá também planos
de saúde, cesta básica e outros benefícios.
A Viação Nossa Senhora do Amparo é a maior empregadora privada de Maricá.
VIAÇÃO NOSSA SENHORA DO
AMPARO ESTÁ CONTRATANDO