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Inova Day 2022 | Trend Topics 20-30 |
1 | Introdução
O termo “Educar” tem origem do Latim
“Educare”, que é uma derivação dos termos
EX e DUCERE, que signifi cam:
EX: “fora” ou “exterior” e
DUCERE: “guiar”, “instruir”, “conduzir”.
Educar é, portanto, conduzir, guiar. A
Educação é um “duto”, onde alguém entra
de um lado e sai do outro melhor do que
entrou. Analisar a etimologia de um termo
tão importante como este, especialmente em
uma década tão marcante como a 2020-2030,
é desafi ador e empolgante. Tratar aqui, em
poucas páginas, sobre tendências e insights
para a Educação, é um desafi o e um prazer
inenarráveis.
Se cruzarmos esta defi nição com o que
vemos ainda hoje, tanto na educação básica
quanto na superior, é possível se afi rmar que
a Educação se afastou, em partes, da sua
missão original e se desviou do seu propósito
maior, prestando, em partes, um desserviço
a muitas crianças, adolescentes e adultos.
Currículos pautados prioritariamente no
desenvolvimento de competências técnicas,
excesso de conteúdos, aulas meramente
expositivas, métodos de avaliação e processos
seletivos de entrada nas universidades
pautados pela capacidade de memorizar
grandes quantidades de informação, entre
outros. Isso tudo produziu uma Educação
conteudista e que foi, aos poucos, se
distanciando das necessidades reais da
humanidade e, consequentemente, também
do mundo do trabalho. O abismo entre a
escola e o mercado cresceu tanto que as
empresas começaram a criar, no início deste
século, as próprias universidades corporativas,
visando desenvolver competências que a
escola tradicional ignorou por décadas, em
especial, competências comportamentais.
Inúmeros estudos mostram a enorme
defi ciência dos alunos em habilidades que
são muito necessárias e demandadas em
um mundo do trabalho ávido por inovação,
colaboração, diversidade, sustentabilidade,
entre outras.
Um estudo recente no Brasil, realizado pelo
Grupo Page (uma das maiores empresas
de recrutamento de executivos do Brasil),
mostrou que 91% dos executivos são
contratados por competências técnicas
e demitidos em função de competências
comportamentais. Isso, com o perdão da
palavra, é um tapa na cara de todos os que
trabalham com educação.
A agenda da Educação, desde a primeira
revolução industrial, teve como objetivo
principal fomentar o desenvolvimento
científi co. E não há nada de errado nisso. Aliás,
só duplicamos a expectativa de vida entre os
anos 1.900 e 2.000 graças à ciência. Fomos
à lua, decodifi camos o DNA, realizamos
transplantes de órgãos, construímos prédios
enormes e computadores potentes, entre
outras maravilhas. Este avanço foi, e ainda é,
importante, mas deixou um rastro de mazelas
pelo caminho. Entre elas, não equilibrar o
desenvolvimento de competências técnicas
ao desenvolvimento de competências
comportamentais.
Mas a década 2020-2030 será marcada pelo
retorno da Educação ao seu lugar mais nobre
– o de conduzir e guiar pessoas aos próprios
caminhos e não mais a um trajeto imposto
por paradigmas atrasados, não alinhados às