Biossegurança: Introdução, conceitos e aspectos históricos Professora: Milena Rubim
Biossegurança: Conjunto de normas para garantir a segurança do trabalhador, dos pacientes e do meio ambiente; Ações; Procedimentos; Técnicas; Metodologia; Dispositivos Contaminação por HIV e Vírus da Hepatite: Proteção do trabalhador.
Biossegurança: Objetivos: “Prevenir, minimizar ou eliminar riscos envolvidos na pesquisa, na produção, no ensino, no desenvolvimento tecnológico e na prestação de serviços, os quais podem comprometer a saúde do ser humano, dos animais e do meio ambiente, bem como a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.” Promoção de saúde: Redução de risco à saúde.
Risco: “Condição de natureza biológica , química ou física que pode apresentar dano ao trabalhador, ao paciente ou ao meio ambiente.”
Histórico: Descoberta de Pasteur (1862): Microorganismos e contaminação; Discussão sobre biossegurança (1970) após o surgimento da engenharia genética: Trabalho de produção de insulina em bactéria E. coli Riscos e segurança dos laboratórios e trabalhadores? Inglaterra e Dinamarca observam aumento do índice de trabalhadores da saúde infectados com tuberculose e hepatite B; Criação de normas e técnicas de biossegurança;
Histórico: 1981: Aparecimento da AIDS e contaminação acidental de trabalhador; 1987: Criação de precauções universais (recomendação da CDC – Center for Disease Control and Prevention ); 1988: Surge a primeira legislação de biossegurança no Brasil; 2003: Protocolo de Cartagena de Biossegurança. Movimentação de organismos vivos modificados, entre fronteiras.
Histórico: 2005: Nova lei brasileira: Instituição de normas de segurança e métodos de fiscalização de atividades com OGMs ; Visando resguardo da saúde humana, animal e vegetal; Proteção ao meio ambiete ; Criação do Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS); Exige-se a criação da Comissão Interna de Biossegurança ( CIBio ) em ambientes de ensino, pesquisa, desenvolvimento e produção na área de engenharia genética ou pesquisas com OGMs .
Histórico: Princípio da precaução: “a falta de comprovação científica não deve ser motivo para adiar medidas preventivas cabíveis no sentido de evitar danos à saúde humana e ao meio ambiente. Assim, as políticas de saúde e ambientais devem ter como objetivo a predição, a prevenção e a mitigação de danos, tendo em mente a menor degradação ambiental.”
Princípios da Biossegurança: Análise de risco; Uso de equipamentos de segurança; Técnicas e práticas de laboratório; Estrutura física de ambientes de trabalho; Descarte apropriado de resíduos; Gestão administrativa dos locais de trabalho em saúde.
Princípios: Análise de risco Primeiro passo = avaliação do ambiente; Tipos de risco: Biológicos (bactérias, fungos); Bioquímicos (fluidos corporais); Químicos (material químico, como produtos de limpeza, ácido); Físicos (exposição à temperaturas, ruídos, radiação); Acidentais (manuseio de equipamentos); Ergonômicos (posição adotada, esforço repetitivo). Só é possível traçar plano de biossegurança após conhecer os riscos do ambiente.
Princípios: Equipamentos de Proteção Barreira de proteção primária; Equipamento de Proteção Individual (EPI); Equipamento de Proteção Coletiva (EPC).
Princípios: Equipamentos de Proteção Equipamento de Proteção Individual (EPI):
Princípios: Equipamentos de Proteção Barreira de proteção primária; Equipamento de Proteção Individual (EPI); Equipamento de Proteção Coletiva (EPC).
Princípios: Equipamentos de Proteção Equipamento de Proteção Coletiva (EPC).
Princípios: Técnicas e práticas de Lab. Treinamentos de equipe: Educação continuada; Formulação de manuais; Formulação de panfletos.
Princípios: Estrutura Física Deve contar com profissionais especialistas; Recomendação da ANVISA para diversas áreas; Instalação elétrica; Instalação sanitária; Diversos ambientes; Outros.
Princípios: Descarte de resíduos Produtos químicos e materiais biológicos que oferecem risco ao Meio Ambiente; Descarte com bases científicas, técnicas, normativas e legais; Evitar contaminação e Minimizar produção de resíduos.
Princípios: Gestão administrativa Garantia de cumprimento dos demais princípios; Levantamento de agentes manipulados; Levantamento de rotinas e técnicas; Gerenciamento de resíduos e infraestrutura; Criação de estratégias preventivas e corretivas.
Graus de risco: Categorização do agente biológico quanto ao risco à saúde: Classe 1 (baixo risco individual ou coletivo): Ag. biológico não causador de doenças em pessoas ou animais sadios. Classe 2 (moderado risco individual e baixo risco coletivo): Ag. biológico infectante com baixa capacidade de disseminação, com medidas terapêuticas e profiláticas eficazes.
Graus de risco: Classe 3 (alto risco individual e moderado risco coletivo): Ag. biológicos infectantes, com capacidade de disseminação aérea, potencialmente letal, com medidas terapêuticas e profiláticas. Classe 4 (alto risco individual e coletivo): Ag. biológico infectante, com transmissão aérea ou desconhecida, potencialmente letais, sem tratamento terapêutico ou profilático conhecido. Classe especial (alto risco de doença animal): Não envolve o homem, mas tem impacto econômico e alimentício.
Níveis de Biossegurança: Medidas adequadas para cada classe de risco: Classe 1 => NB-1 (proteção básica): Necessário uso de EPI’s : jaleco, óculos e luva. Classe 2 => NB-2 (biossegurança básica): Uso de autoclave; Cabine de segurança biológica; Restringir acesso ao laboratório durante procedimento operacional; EPI’s : proteção facial, aventais e luvas.
Níveis de Biossegurança: Classe 3 => NB-3 (biossegurança de contenção): Contenção para impedir transmissão aérea; Cabine de segurança para manipulações; Resíduos e materiais devem ser descontaminados ou autoclavados antes de saírem do laboratório; Acesso controlado; Sistema de ventilação.
Níveis de Biossegurança: Classe 4 => NB-4 (biossegurança de contenção máxima): Nível máximo de segurança; Instalação em prédio separado ou zona isolada; Cabine de segurança biológica; Macacão individual com pressão positiva; Controle rigoroso do acesso ao local.
Elementos de contenção: Ambiente laboratorial: Evitar exposições de equipes, demais pessoas e meio ambiente. Contenção primária: Treinamento sobre técnicas de biossegurança; Manual de biossegurança para cada unidades: Identificação dos riscos; Procedimentos operacionais; Disponível para todos que acessam a unidade. EPIs e EPCs ;
Elementos de contenção: Contenção secundária: Planejamento e construção das instalações do laboratório; Evitam o escape acidental de ag. infecciosos; Ex : Sistema de ventilação unidirecional; Tratamento de ar; zona de acesso controlado; Isolamento do laboratório; Câmaras pressurizadas.
Manual de boas práticas: Comportamento x Sucesso no procedimento; Permanecer no laboratório somente com uso de avental branco devidamente abotoado, sapatos fechados e calça comprida; Não levar nada à boca, nariz ou olhos; Não inspirar (cheirar) nenhuma substância ou material exposto; Ter um comportamento adequado para evitar danos e/ou acidentes dentro do laboratório;
Manual de boas práticas: Manter os cabelos longos presos durante os trabalhos; Manter as unhas limpas e curtas, não ultrapassando a ponta dos dedos; Usar o mínimo possível de joias e adereços. Não são usados anéis que contenham reentrâncias, incrustações de pedras, assim como não se usa pulseiras e colares que possam tocar as superfícies de trabalho, vidrarias ou pacientes;
Manual de boas práticas: Não fumar, não comer e não beber no local de trabalho onde há qualquer agente patogênico; Não estocar comida ou bebida no laboratório; Ao sair do laboratório, verificar se tudo está em ordem. Caso for o último a sair, desligar os equipamentos e as luzes, exceto quando indicado pelas normas do laboratório;
Manual de boas práticas: Retirar o jaleco ou avental antes de sair do laboratório. Aventais devem ter seu uso restrito ao laboratório; Usar óculos de segurança, visores ou outros equipamentos de proteção facial sempre que houver risco de espirrar material infectante ou de contusão com algum objeto.
Manual de boas práticas: Uso de luvas sempre que houver contato com: Toxinas; Sangue; Materiais infecciosos; Animais infectados.
Manual de boas práticas: Cuidados com as luvas: Não formar aerossóis ao retirá-las; Trocar de luvas ao trocar de material; Não tocar o rosto com as luvas de trabalho; Não tocar com as luvas de trabalho em nada que possa ser manipulado sem proteção, tais como maçanetas, interruptores, etc.; Não descartar luvas em lixeiras de áreas administrativas, banheiros, etc.
Manual de boas práticas: Higienização das mãos: Antissepsia; Utilização de agente antimicrobiano; Remover sujidades; Remover flora transitória; Prevenção de contaminação cruzada. Não substituível pelo uso de luvas.
Manual de boas práticas:
Manual de boas práticas:
Gerenciamento de resíduos: Minimizar produção de resíduos; Encaminhamento adequado dos resíduos; Proteção de saúde pública, dos trabalhadores e do ambiente.
Grupo A – infectantes: Resíduos biológicos com possível capacidade de infecção. Saco branco, identificado; Luvas, toucas, gases, lençóis descartáveis contaminados. Gerenciamento de resíduos:
Grupo B – químicos: Resíduos químicos com possível capacidade de dano por inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade. Ácidos esfoliantes; acetona; Resíduos químicos líquidos não perigosos podem ser descartados em rede de esgoto; Gerenciamento de resíduos:
Grupo C – radioativos: Resultante de atividades humanas que contenham radionuclídeos; Sólido: Deve ser acondicionado em recipiente rígido, com saco plástico interno e com identificação internacional de material radioativo; Líquido: Frascos de 2l ou Bombona específica; Rejeitos de serviço de medicina nuclear ou radioterapia. Gerenciamento de resíduos:
Grupo D – comuns: Não apresentam risco algum; Papeis, papelão, plásticos, embalagens, desde que não estejam contaminados com material biológico, químico ou radioativo; Identificado como resíduo comum; Comumente armazenado em sacos pretos. Gerenciamento de resíduos:
Grupo E – perfurocortantes: Lâminas, agulhas, ampolas de vidro, ponta diamantada etc ; Caixas próprias para descarte; Gerenciamento de resíduos:
Limpeza; Desinfecção; Esterilização. Higienização de materiais:
Limpeza: Remoção de sujidade com água e detergente + aplicação mecânica; Prévia à desinfecção e à esterilização. Desinfecção; Esterilização. Higienização de materiais:
Limpeza; Desinfecção: Destruição da maioria dos microrganismos (esporos bacterianos resistentes); Fricção de hipoclorito, álcool 70%, formaldeído ou fenóis. Esterilização. Higienização de materiais:
Limpeza; Desinfecção; Esterilização: Destruição de todos os microrganismos; Utilização de agentes químicos ou físicos; Autoclave (alta temperatura). Higienização de materiais:
Limpar no sentido da área mais limpa para a mais suja; Limpar da área menos contaminada para a mais contaminada; Limpar de cima para baixo (ação da gravidade); Remover as sujidades sempre no mesmo sentido e direção. Higienização de materiais:
Registro adequado; Manutenção preventiva e corretiva; Registros de manutenção atualizados; Observação dos fabricantes. Equipamentos: