Kobiyama e Goerl (2011) salientam que: as palavras cheia e enchente têm como origem o verbo encher, do Latim implere , que significa: ocupar o vão, a capacidade ou a superfície de; e tornar cheio ou repleto. Figura 2.07 - Leito de vazante, enchente e inundação Fonte: Adaptado de Fisrwg (1998) Kobiyama e Goerl (2011, p. 48-49) salientam que; As palavras cheia e enchente têm como origem o verbo encher, do Latim implere , que significa: ocupar o vão, a capacidade ou a superfície de; e tornar cheio ou repleto. Quando as águas do rio elevam-se até a altura de suas margens, contudo, sem transbordar nas áreas adjacentes, é correto dizer que ocorre uma enchente. A partir do momento em que as águas transbordam, ocorre uma inundação. As enchentes (ou cheias) referem-se a um fenômeno natural que faz parte da dinâmica natural do curso fluvial. Estas ocorrem em períodos de chuvas mais prolongados, quando há um acréscimo da descarga fluvial, permitindo que o leito de vazante (ocupado pelo rio a maior parte do ano) seja extrapolado. Como decorrência disso o leito menor é todo preenchido pelo débito fluvial, contribuindo para uma elevação temporária do nível d’ água normal (Figura 2.07). Já a inundação em termos gerais, trata-se de um fluxo relativamente alto que ultrapassa a capacidade do canal. Uma das suas características é o extravasamento das águas da seção de margens plenas para as planícies adjacentes, em virtude de o débito ser superior a capacidade de descarga da calha principal (leito menor). A Defesa Civil classifica as inundações em função da sua magnitude (pequena magnitude, regular ou normal, grande magnitude e excepcionais) e do seu padrão evolutivo (inundações graduais, inundações bruscas, alagamentos e inundações litorâneas) (CASTRO, 2003). Contudo, ainda que sejam vários os tipos de inundações, a maior parte das situações de emergência ou estado de calamidade pública é causada pelas inundações graduais e bruscas. Para Castro (2003) as inundações graduais ocorrem quando as águas se elevam de forma paulatina e previsível, mantendo-se em situação de cheia durante algum tempo e, escoa gradualmente a seguir. Aparentemente, esse tipo de inundação não é tão grave, mas sua área de impacto é extensa. No entanto, as inundações bruscas se caracterizam por apresentarem elevações dos caudais rápidas (em tempo próximo ao evento pluviométrico) com o escoamento violento, acarretando maiores fatalidades, apesar da área de impacto ser bem menor do que as inundações graduais. Esse tipo de inundação (brusca) é geralmente provocado por chuvas intensas e concentradas em regiões de relevo acidentado (CASTRO, 2003). A definição do termo inundação não é consenso entre os pesquisadores, inexistindo uma unanimidade no seu conceito. O que se nota é uma grande divergência sobre as definições do termo inundação adotadas, haja vista variadas percepções e terminologias empregadas. Portanto, as inundações se referem a um desastre natural com elevada complexidade exigindo do pesquisador uma significativa fundamentação teórica do conceito, a fim de tornar viável sua aplicabilidade na prática. No presente trabalho as enchentes serão definidas como a elevação do nível de água de um rio, acima do débito de vazante, em períodos de chuvas não muito concentrada, que pode gerar vazões que ocupem todo o leito menor. Por sua vez, inundações se referirão ao excesso do volume de água que não consegue ser drenado pelo canal principal, inundando as áreas ribeirinhas (leito maior). De acordo com a topografia esse avanço muitas das vezes em áreas urbanas atingem vias de circulação e transporte, áreas residenciais, recreativas, comerciais, industriais, entre outras (ECKHARDT, 2008). Enfim, tanto as enchentes como as inundações não são necessariamente sinônimas de desastre, mas se referem a processos hidrológicos dos ambientes lóticos. Esses eventos são por si só, fenômenos naturais que apresentam certa regularidade (período de retorno), com uma área de atuação ao longo dos rios. No entanto, quando esses têm suas áreas adjacentes ocupadas pelo homem, os riscos e desastres as populações aí residentes são potencializados (ENOMOTO, 2004). Tipos de Leitos: vazante, enchente e inundação - Adaptado de Fisrwg (1998)