Metodos de Pesquisa em Psicologia

Métodos de pesquisa em ciências sociais
Métodos de pesquisa em saúde
Métodos de pesquisa em psicologia
A importância da pergunta de pesquisa para definir o método
Métodos Primários ou principais
Métodos Secundários ou auxiliares.

1. A PESQUISA EM PSICOLOGIA

Profa. Dra. Hilma Khoury
Universidade Federal do Para (UFPA)/IFCH/Faculdade de Psicologia
E-mail: [email protected]
Fones: 98112-4808/ 98800-5762/ 3201-8057

2. A atividade física programada é
capaz de melhorar a memória
de idosos?

Como obter respostas?

Perguntas

Qual a atitude dos universitários
com relaçäo à diminuiçäo da
idade para a maioridade penal?

Respostas

3. DOIS CAMINHOS PARA DESCOBRIR RESPOSTAS

4. C. EXATAS E NATURAIS C. HUMANAS E SOCIAIS

Observam-se e medem-se fenómenos.

Exemplos: Exemplos:

- Freqüência de - Frequéncia de figuras

batimentos cardíacos lembradas, em um teste de

por minuto. memoria, imediatamente
após a exibicáo e 5

minutos depois.

- Freqüência de chuvas

em uma semana. 4111 | À!
- Frequência de interacöes

sociais amistosas que uma
pessoa dirige a outra em

PAP ASEOS uma reuniáo de trabalho.

presentes na mama.

Estes fendmenos podem ser observados diretamente,
algumas vezes com ajuda de tecnologias.

5. C. EXATAS E NATURAIS C. HUMANAS E SOCIAIS

Alguns fenómenos náo podem ser observados diretamente

Exemplos:

- A idade de uma rocha ou volara ON

de um fossil. idade para a maioridade
- Elétrons (onda e partícula) penal;
- As intencóes de voto dos
Algumas vezes utilizam-se relatos eleitores de uma cidade;
que, em geral, sáo submetidos a -As percepçôes de um grupo
exames para comprovacao.
j Wid de trabalhadores sobre sua
Exemplos: vida após a aposentadoria.
- Os prévios diagnósticos médicos

baseados no relato dos sintomas
pelo paciente

Exemplos:

Säo inferidos a partir de certas características
observáveis ou de relato verbal.

6. OBSERVACAO &

AUTO RELATO OG

7. Vocé é contra ou a favor da diminuiçäo da idade para a
maioridade penal?

A Favor

8. Xi! Se disser que
sou a favor

Vocé é contra
ou a favor da

diminuiçäo da idade para
maioridade penal?

9. inzawvi
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aliaoudv,

nos 0a #94
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ivanaa y

10. AUTO-RELATO

Correm-se riscos que podem afetar a
objetividade ou veracidade das informacdes

As pessoas podem mentir;

Dar respostas socialmente aceitáveis, ou
seja, que supöem que o investigador
concordará ou que náo pensará mal delas;

Podem responder de forma incorreta, ou
seja, entendendo algo diferente do que o
pesquisador quis perguntar.

11. OBSERVACAO

x Estaria livre de erros?

x Seria sempre precisa para apreender o
comportamento humano ou o fenómeno
social?

12. Comportamentos sociais amistosos - sorrisos,
elogios - durante uma reuniao de trabalho.

colega que os emitiu?

OU
Seriam expressöes de submissäo, de medo?

13. Um menino estudando disciplinadamente
todas as tardes, durante uma semana.

Posso julgar que é estudioso, que gosta de estudar?

E se estiver estudando para ganhar uma recompensa
prometida pelo pai?

Estaria estudando por gosto ou apenas por obrigaçäo?

14. Em Ciéncias Humanas e Sociais, pode ser
muito util e esclarecedor COMBINAR
OBSERVACAO E AUTO-RELATO quando possivel.

Atualmente se trabalha muito com combinagao
de varios métodos de pesquisa:
MULTIMETODOS.

Além disso...

15. x Em geral, nao se tem certeza absoluta de
nada, nem mesmo nas ciéncias exatas e
naturais.

x Temos que confiar na probabilidade.

» Um exame de DNA tem 99% de chance de
ser confiável.

x O determinismo da ciéncia é probabilístico.

17. Portanto, quer os dados sejam obtidos por
meio de observacáo ou de auto relato, ha
sempre uma probabilidade maior ou menor de
serem confiáveis.

Tudo vai depender de como a pesquisa é
planejada e da qualidade das medidas ou
instrumentos de medicáo.

18. DOIS CAMINHOS PARA DESCOBRIR RESPOSTAS

Observar Perguntar

Via Relato de Auto Relato
Diretamente | | Documentos Outrem

19. OBSERVAGAO DIRETA

Assume diferentes formas:

Observacáo de comportamento
em situacáo natural:

Participante
Náo-participante

Observacáo de comportamento
em situacáo planejada
(Sistemática);

Observacáo de desempenho em
testes.

20. OBSERVAGAO DIRETA

Nao-Participante: o observador nem participa,
nem intervém; adota postura discreta e tenta
fundir-se tanto quanto possível com o cenário.

Participante: o observador interage com a pessoa
que está sendo observada, mas náo tenta alterar
a situacáo.

Observar o comportamento social de idosos - cooperacáo,
competicáo, agressáo - em situaçäo de lazer e investigar
possiveis diferencas quanto a sexo.

21. ANALISE DE DOCUMENTOS

Documentos acumulados ou
arquivos de uma Cultura ou
subcultura.

ff populares, cartas de suicidas;
Mh,

Programas de televisáo, filmes,
artigos de revistas e jornais,

«it « Romances, letras de müsicas

N AS anúncios publicitários;

Páginas de internet, prontuários,
leis e programas de governo

Investigar a participagäo de idosos em propagandas de TV nos
últimos 5 anos, observando mudança de papéis sociais.

22. AUTO-RELATO

Por meio de Questionários ou
Entrevistas

Adequado quando as variáveis
envolvidas náo podem ser
observadas.

Seja por impossibilidade real;
questóes éticas ou práticas.

É utilizado geralmente em

Se a eleiçäo fosse hoje, em quem vocé votaria para
Presidente da República?

23. METODOS DE PESQUISA

24. A atividade física programada é capaz
de melhorar a memória de idosos?

A satisfacáo com o curso de
psicologia varia de acordo com o
semestre cursado?

Perguntas Como chegar lá? Respostas

MÉTODO

O alcoolismo dos pais influi no
desenvolvimento cognitivo de criangas
escolares?

Qual a atitude dos universitários com
relaçäo à diminuigáo da idade para a
maioridade penal?

25. PERGUNTA

CAMINHO

RESPOSTA

26. METODOS DE PESQUISA
CIENCIAS SOCIAIS/PSICOLOGIA

27. ARONSON ET AL.
(2015, p.20-31)

RODRIGUES ET
AL. (2015, p. 43-
71)

GUNTHER (2011,
p. 66-73)

GERRIG &
ZIMBARDO
(2005, p. 51-70)

BABBIE (1999,
p.67-75; 94-98)

SALKIND (2012,
p. 185-236)

OBSERVAÇAO
Direta
Anälise de
Documentos

OBSERVACÄO

OBSERVACAO

OBSERVACAO
PARTICIPANTE

ANÂLISE DE
CONTEÜDO (de
Documentos)

ANÂLISE DE
CONTEÚDO
(Documentos)

QUASE
EXPERIMENTAL

LEVANTAMENTO

LEVANTAMENTO

SURVEY

¡SURVEY

CORRELACAO
Levantamentos

CORRELACÄO

CORRELACÄO

CORRELAÇAO

EXPERIMENTO

EXPERIMENTAL
Laboratorio
Campo

EXPERIMENTO

EXPERIMENTAL
Inter Sujeito
Intra Sujeito

EXPERIMENTO

EXPERIMENTAL

28. METODOS DE PESQUISA
CIENCIAS DA SAUDE

29. Haddad (2004)

Fuchs (2013)

1. Estudo Descritivo

Ex. Epidemiologia Descritiva

Conhecimento de determinada
doenga, sua distribuigáo no tempo;
no espago e segundo atributos
individuais

1. Estudos Experimentais
por parte do pesquisador
De Laboratório
Ensaio Clínico
Intervengdes na Comunidade
Estudos Quase Experimentais

2. Estudo Analitico

Experimentais
por parte do

pesquisador
Observacionais

por parte do
pesquisador

2. Estudos Observacionais
Pesquisador limita-
do fator
como

sea

em estudo e
desfecho clinico.
Costuma-se analisar a associagáo de
tratamentos com a ocorréncia de
eventos

30. As classificagdes dos métodos de pesquisa
divergem um pouco de autor para autor e
principalmente de área para área.

Aproveitando cada uma delas e levando-se em
conta a argumentacáo realizada até agora,

Propöe-se o seguinte para a psicologia:

31. PRINCIPAIS ESTRATEGIAS DE PESQUISA

DESCRITIVO

DESCRITIVO

Descrever as
caracteristicas de um
fenómeno. Revelar um
problema (como pintar um
quadro a partir de um
modelo, fazer uma foto)

Qual a natureza do
fenómeno x?

Como se apresenta o
fenómeno Y?

ANALÍTICO
ou

EXPLICATIVO

EXPERIMENTAL
E

QUASE
EXPERIMENTAL

Examinar relaçôes entre
duas ou mais variáveis,
buscando o efeito de uma
sobre a outra: Relagáo de
Causalidade.

Pode-se atribuir a
causa de X a Y?

CORRELACIONAL

Examinar relaçôes entre
duas ou mais variáveis,
buscando associaçäo
entre elas: Relagáo de
Prediçäo.

Conhecendo-se Y,
pode-se predizer a
ocorrência de X?

32. COMO SABER QUAL METODO USAR?

DEPENDE DA PERGUNTA!

33. A atividade física programada é capaz
de melhorar a memória de idosos?

EXPERIMENTAL

A satisfacáo com o curso de CORRELACIONAL

psicologia varia de acordo com o
semestre cursado?

Pergunta MÉTODO

O alcoolismo dos pais influi no
desenvolvimento cognitivo de criangas

escolares? QUASE EXPERIMENTAL

Qual a atitude dos universitários com
relaçäo à diminuigáo da idade para a DESCRITIVO
maioridade penal?

34. Qual o grau de satisfacáo dos alunos
de psicologia com o curso?

O grau de satisfaçäo dos alunos de
psicologia com o curso varia de

acordo com o semestre que estáo
cursando?

O estilo de ensinar do professor afeta
o grau de satisfacáo dos alunos de
psicologia com o curso?

DESCRITIVO

CORRELACIONAL

EXPERIMENTAL
OU
QUASE EXPERIMENTAL

35. PERGUNTA

Como se apresenta o fenómeno X?

Qual o grau de satisfaçäo dos
alunos de psicologia com o curso?

DESCRICAO
|

MÉTODO DESCRITIVO

36. PERGUNTA

Qual a relacáo entre X e Y?

O grau de satisfaçäo dos alunos O estilo de ensinar do

de psicologia com o curso varia professor afeta o grau de
de acordo com o semestre que satisfaçäo dos alunos de
estáo cursando? psicologia com o curso?

EXPLICAÇAO

MÉTODO MÉTODO
CORRELACIONAL EXPERIMENTAL

37. OBSERVACAO?

AUTO RELATO?

38. MÉTODOS DE PESQUISA: uso de observacáo e auto-relato

Métodos

Exemplos

1. Auto Relato

2. Observagáo

1.Conhecer o grau de satisfagáo dos alunos de
psicologia para com o curso.

2. Conhecer a taxa de comportamentos sociais
amistosos de idosos durante atividade recreativa em
um grupo de 3* Idade

1. Auto Relato

2. Observagáo

1. Determinar o quanto de satisfaçäo pode ser previsto
com base no semestre cursado por alunos de
psicologia

2. Verificar se a frequéncia de comportamentos sociais
amistosos, durante atividade recreativa, varia com o
tempo de participagáo no grupo de 3? idade.

1. Auto Relato

2. Observagáo

1.Efeito da informagáo acerca das formas de
transmissáo do vírus HIV sobre a atitude de
estudantes em relaçäo ao uso do preservativo

2.Efeito da atividade física programada sobre o
desempenho de idosos em testes de memoria.

39. Verifica-se que tanto a OSERVACAO, quanto o
AUTO RELATO, podem ser utilizados em
delineamentos DESCRITIVOS, CORRELACIONAIS
OU EXPERIMENTAIS.

A pergunta de pesquisa nao aponta
necessariamente para observaçäo ou auto relato.

A pergunta de pesquisa conduz a descriçäo ou a
explicagao de relaçäo entre variaveis.

Desta forma, propôe-se a seguinte classificacáo:

40. METODOS PRIMARIOS E SECUNDARIOS

Tipos de Estudo

Métodos Primários

Pergunta

Métodos
Secundários

DESCRITIVO

DESCRITIVO

Qual a natureza do
fenómeno x?

Como se apresenta
o fenómeno Y?

OBSERVACÄO E/OU
AUTO-RELATO

LEVANTAMENTOS
ESTUDO DE CASOS

ANALÍTICO
ou

EXPLICATIVO

EXPERIMENTAL
E

QUASE EXPERIMENTAL

Pode-se atribuir a
causa de X a Y?

OBSERVAGAO E/OU
AUTO-RELATO

LEVANTAMENTOS

CORRELACIONAL

Conhecendo-se Y,
pode-se predizer a
ocorréncia de X?

OBSERVAÇAO E/OU
AUTO-RELATO

LEVANTAMENTOS

41. QUANTITATIVA?

QUALITATIVA?

42. ABORDAGENS DE PESQUISA

QUALITATIVA QUANTITATIVA

Fenómenos Específicos Apreensáo de Uniformidades
Apreensáo de Significados e Regularidades
ESTUDOS

ESTUDO
DESCRITIVO DESORITINO

AUTO RELATO EXPLICATIVO

(Prioritariamente)

AUTO RELATO
E
OBSERVACAO

43. | Descrigáo

Meticulosa

do
Fenómeno

ESTUDO
DESCRITIVO

Distribuigáo en
Classificagäo peral

Gera Hipóteses

44. Hipóteses

Respostas do
pesquisador ás
perguntas
formuladas.
Elaboradas com
base em
observacóes
e/ou teorias
existentes

ESTUDO
EXPLICATIVO

Medidas
E
Registro

Por meio de
instrumentos
apropriados

Teste de
Hipóteses
Por meio de
Estatística

45. UM MODELO DE INVESTIGAGAO CIENTÍFICA

> Formular a Pergunta

Fazer novas
perguntas

Apoiar ou Questionar a
teoria

Comparar com
estudos anteriores

4, ae

Testar a Hipótese

=.

Identificar fatores
importantes

Formular uma hipötese

Operacionalizar
Conceitos e Medidas

Coletar informagäo relevante

_

46. Hipótese Nula
Ho

YE a hipótese que é

testada;
vHipótese ditada

pelo ceticismo.

Hipótese Alternativa
Ha

VE a hipótese de
pesquisa;

v Respostas as
indagacöes do

pesquisador.

47. Testa-se a hipótese nula

Ex1. Náo existe correlacáo entre X e Y.
Ex2. Náo existe diferenca entre os grupos A e B.

Seleciona-se um nível de significáncia (probabilidade da hipótese
nula ser verdadeira) igual a 0,05 (5%) ou menor:

5/100 = p<0,05
1/100 = ps 0,01
1/1000 = ps 0,001

Isto quer dizer que a probabilidade de erro é de 5% ou menor
assumindo-se Ha

48. REFERENCIAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Aronson, E., Wilson, T. D., & Akert, R. M. (2015). Metodologia: Como os
cientistas sociais fazem pesquisas. Em E. Aronson, T. D. Wilson & R. M.
Akert, Psicologia social (Capitulo 2). Rio de Janeiro/RJ: LTC.

Babbie, E. (1999). Métodos de pesquisas de survey (Capítulos 2 e 4, pp. 57-
76; 95-111). Belo Horizonte/MG: Ed. UFMG

Dancey, C. P., & Reidy, J. (2013). Estatistica sem matemática para psicologia
5* Ed. (Capítulo 1). Porto Alegre/RS: Penso, 606pp.

Field, A. (2009). Descobrindo a estatística usando o SPSS. (Capítulo 1). Porto

Alegre/RS: Artmed.

Fuchs, F. D. (2013). Metodologia do trabalho científico. Em E. V. Freitas, L. Py,
F. A. X. Cangado, J. Doll, & M. L. Gorzoni, Tratado de geriatria e gerontologia
(3°. Ed., pp. 124-132). Rio de Janeiro/RJ: Guanabara Koogan

Gerrig, R. J., & Zimbardo, P. G. (2005). Métodos de pesquisa em psicologia.
Em R. J. Gerrig & P. G. Zimbardo, A psicologia e a vida, 16° Ed, (pp.51-70).
Porto Alegre/RS: Artmed

Gúnther, H. (2006). Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é
a questáo? Psicologia: Teoria e Pesquisa, 22 (2).

49. REFERENCIAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA (CONT.)

Gunther, H. (2011). Métodos de pesquisa em psicologia social. Em C. V. Torres
& E. R. Neiva (Orgs.). Psicologia Social: Principais temas e vertentes (pp. 58-
76). Porto Alegre/RS: Artmed

Haddad, N. (2004). Metodologia de estudos em ciéncias da saúde: como
planejar, analisar e apresentar um trabalho científico. (Capítulos 5 e 6). Sao
Paulo/SP: Roca

Rodrigues, A., Assmar, E. M. L, & Jablonski, B. (2015). Psicologia Social
(Capítulo 2, pp. 43-71). Petrópolis/RJ: Vozes.

Salkind, N. J. (2012). Exploring Research, 8° Ed, (Capítulos 9, 10 e 11). Sao
Paulo: Pearson