Aula Modernismo1: Semana de Arte Moderna, Primeira Fase (fase eufórica).
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Added: Jul 17, 2017
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O MODERNISMO NO BRASIL Profª Míriam Zelmikaitis
A SEMANA DA ARTE MODERNA Ocorreu em São Paulo de 13 a 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal.
A SEMANA DA ARTE MODERNA 1822 – INDEPENDÊNCIA POLÍTICA DO BRASIL. 1922 – INDEPENDÊNCIA CULTURA DO BRASIL
Industrialização, Greves e turbulências sociais; Surgimento da Burguesia Industrial, principalmente em São Paulo; Aumento do número de imigrantes europeus (notadamente italianos); Descontentamento da burguesia industrial com a política voltada para a produção e a exportação do café; 1ª Guerra Mundial e Revolução Russa; A Primeira Guerra Mundial trouxe instabilidade na economia mundial. Em 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque causou falência a milhares de burgueses no mundo todo, inclusive no Brasil. A burguesia brasileira encontrava-se envolta nas tradições culturais francesas, na “Belle Époque”, todo produto francês era bom e refinado. CONTEXTO HISTÓRICO A SEMANA DA ARTE MODERNA
VANGUARDA : Movimento formado por grupos de pessoas que, por seus conhecimentos ou por sua tendência natural, exercem papel de precursoras ou de pioneiras em determinado movimento cultural, artístico ou científico. Vanguardas europeias – conceitos importados ! (Cubismo, futurismo, expressionismo, dadaísmo, surrealismo) = ironia. Renovação, nova visão de arte. Brasilidade – pré-modernidade INFLUÊNCIA A SEMANA DA ARTE MODERNA
1912 – Chegada de OSWALD DE ANDRADE da Europa trazendo as ideias cubistas e futuristas. Ele afirmou: “ Estamos atrasados cinquenta anos em cultura, chafurdados em pleno Parnasianismo.” 1913 – Exposição de pintura EXPRESSIONISTA de Lasar Segall Mario de Andrade falou a respeito: “ A primeira exposição de pintura não acadêmica em nosso país.” ANTECEDENTES A SEMANA DA ARTE MODERNA
PERFIL DE ZULMIRA INDIGENTES
1917 – Exposição de ANITA MALFATTI – primeiro confronto aberto entre o velho (Monteiro Lobato com o artigo “ Paranoia ou Mistificação ”) e o novo (jovens artistas de São Paulo). ANTECEDENTES A SEMANA DA ARTE MODERNA Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas. (...) A outra espécie é a formada pelos que veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...)” Monteiro Lobato A BOBA
1920 – Exibição, em São Paulo, da Maquete da obra MONUMENTO ÀS BANDEIRAS”, de Victor Brecheret. Menotti del Picchia falou a respeito: “Foi sua arte magnífica que abriu os nossos cérebros.” ANTECEDENTES A SEMANA DA ARTE MODERNA
A SEMANA DA ARTE MODERNA ANTECEDENTES GRAÇA ARANHA Embora autor pré-moderno, aderiu ao movimento artístico dos jovens paulistas. Abriu a semana, na primeira noite com o texto “ A emoção estética na arte moderna”.
A SEMANA DA ARTE MODERNA CONFERÊNCIAS RECITAIS EXPOSIÇÕES LEITURAS CONVENÇÕES APRESENTAR O PROJETO: NOVA VISÃO DE ARTE. O EVENTO
A SEMANA DA ARTE MODERNA Artistas plásticos : Vitor Brecheret, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente de Rego Monteiro. Escritores : Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Graça Aranha, Menotti del Picchia. Músicos : Villa-Lobos, Guiomar Novaes, Ernâni Braga, Frutuoso Viana. Arquitetos : Antônio Garcia Moya, Georg Pryzrembel . PARTICIPANTES
A SEMANA DA ARTE MODERNA DESINTEGRAÇAO DO PASSADO ATUALIZAÇÃO INTELECTUAL PESQUISA CRIAÇÃO ESTÉTICA (renovação, miscelânea) CONSCIÊNCIA CRIADORA NACIONAL. (Mário de Andrade) CARACTERÍSTICAS/IMPORTÂNCIA
A SEMANA DA ARTE MODERNA Foi o marco da modernidade e da renovação da linguagem ; Marcou uma revolução no modo de ver e pensar o Brasil. A ideia era por fim a maneira de falar difícil e não dizer nada, ou seja, eliminar o velho da vida intelectual brasileira. Ocorreu em um período de turbulências políticas, sociais e econômicas e culturais; A Semana foi um acontecimento cultural da maior significação, e abriu para o país perspectivas que, extrapolando do campo puramente cultural, teriam repercussões na área política . (José Roberto Teixeira-Arte no Brasil,vol.2.) CARACTERÍSTICAS/IMPORTÂNCIA
A SEMANA DA ARTE MODERNA A Semana , organizada por intelectuais das duas cidades, Graça Aranha à frente, tinha por objetivo dar ao público de São Paulo “ a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual .”(...) Como diversos participantes da Semana ocupavam cargos de destaque na redação de prestigiosos jornais da época, o evento teve desde o início grande divulgação, embora também não faltasse quem se opusesse à sua concretização. O objetivo da Semana foi renovar o estagnado ambiente artístico e cultural de São Paulo e do país e descobrir o Brasil, repensando-o de modo a desvinculá-lo, esteticamente, das amarras que ainda o prendiam à Europa. Não foi bem aceita e nem entendida quando passada. CARACTERÍSTICAS/IMPORTÂNCIA
MODERNISMO NO BRASIL O Modernismo não parou na Semana de 22. Nas décadas de 30 e 40 surgiram muitos outros artistas mostrando suas novidades. Preocupados em relatar mudanças sócio-políticas e incentivando o nacionalismo ou criando novas tendências, eles serão responsáveis pela nova visão artística brasileira. O Modernismo foi dividido em três fases: 1ª fase – 1922 a 1930 (heroica) - mais radical e fortemente oposta a tudo que foi anterior, cheia de irreverência e escândalo; 2ª fase – 1930 a 1945 - mais amena, que formou grandes romancistas e poetas; 3ª fase – 1945 a 1960(?) - também chamada Pós-Modernismo por vários autores, que se opunha de certo modo a primeira fase e era por isso ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo .
A LINGUAGEM DO MODERNISMO Nacionalismo ; Revisão crítica do passado ; Valorização de temas do cotidiano ; Subjetivismo ; Urbanismo ; Versos livres; Pontuação relativa . PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MODERNISMO Mark Hamaford/Getty Images
1ª FASE DO MODERNISMO: DESTRUIÇÃO (1922-1930)
1ª FASE DO MODERNISMO - 1922 a 1930 CRISE ECONÔMICA REVOLTA TENENTISTA FUNDAÇÃO DO PARTIDO COMUNISTA SÃO PAULO COMO CENTRO ECONÔMICO E CULTURAL SEMANA DE ARTE MODERNA CONTEXTO HISTÓRICO
1ª FASE DO MODERNISMO - 1922 a 1930 FASE HEROICA – 1922 a 1930; EXPERIMENTALISMO PESQUISA ESTÉTICA : aprofundamento das questões estéticas da Semana ; ROMPIMENTO ACADÊMICO : liberdade formal ROMPIMENTO COM ESTRUTURAS DO PASSADO, tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras; BUSCA DO MODERNO , original e polêmico, a fase mais radical , assumindo um caráter anárquico e destruidor CARACTERÍSTICAS
1ª FASE DO MODERNISMO - 1922 a 1930 BUSCA DE UMA LÍNGUA BRASILEIRA , falada pelo povo nas ruas; NACIONALISMO: - Crítico: consciente de denúncia da realidade e identificado politicamente pelas esquerdas; - Ufanista : utópico, exagerado, identificado com as correntes de extrema direita; VOLTA ÀS ORIGENS: valorização do índio verdadeiramente brasileiro; redescobrimento da s tradições, as lendas, o folclore; libertou o Brasil do fascínio pela Europa - reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais ; PARÓDIAS/HUMOR . COTIDIANO / ESPAÇO URBANO REVISÃO CRÍTICA DO PASSADO : e liminação do complexo de colonizado ; CARACTERÍSTICAS
O MODERNISMO NO BRASIL O MODERNISMO BRASILEIRO foi um amplo movimento cultural, uma verdadeira revolução, que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do séc. XX, sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas. Envolvidos por um espírito demolidor, os escritores se voltaram contra o academicismo e romperam com os padrões estéticos vigentes. Avessos às regras, os modernistas propuseram as “palavras em liberdade”. Comparado a outros movimentos modernistas, o brasileiro foi desencadeado tardiamente, na década de 20. Foi resultado, em grande parte, da assimilação de tendências culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias Refletiu na procura da abolição de todas as regras anteriores e a procura da novidade e da velocidade.
A LINGUAGEM DO MODERNISMO Contra o academicismo ; Ruptura com os padrões estéticos vigentes ; “ Palavras em liberdade ”; Simultaneidade de imagens; Fragmentação da realidade ; Urbanismo e modernidade como tema ; Noção de progresso ; Elementos-surpresa ; Humor, sarcasmo , irreverência . Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ
A LINGUAGEM DO MODERNISMO OBSERVE A DIFERENÇA ENTRE ACADÊMICOS E MODERNISTAS: Vista do Cavalão – George Grimm Gado na Montanha – Lasar Segall Paisagem acadêmica Paisagem modernista
A LINGUAGEM DO MODERNISMO OBSERVE A DIFERENÇA ENTRE ACADÊMICOS E MODERNISTAS: Moisés e Jocabed – Pedro Américo Maternidade – Lasar Segall Figura Humana Acadêmica Figura Humana Modernista
Antropofagia – Tarsila do Amaral
Abaporu – Tarsila do Amaral
A boba – Anita Malfaltti
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - 1922 a 1930 Principais Manifestos e Revistas Revistas Revista Klaxon - Mensário de Arte Moderna (1922-1923) – São Paulo A Revista (1925-1926) – Belo Horizonte A Festa – Rio de Janeiro Revista Antropofagia (1928-1929) - Surgida como consequência do Manifesto Antropófago - escrito por Oswald de Andrade Manifestos – mostram os ideais dos artistas, mostrando o Brasil. Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925) Antropófago Verde-Amarelismo (1926-1929) Manifesto Regionalista de 1926 Anta
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - 1922 a 1930 A repercussão das ideias modernistas de SP e RJ contribuiu para animar os grupos de vanguarda que começavam a surgir em vários pontos do país. Esses grupos tiveram duração efêmera, mas são um sinal de inquietação artística e cultural que marcou a época. Movimento Pau-Brasil Lançado em 1924 por Oswald de Andrade, esse movimento apresenta uma posição primitivista, buscando uma poesia ingênua, de redescoberta do Brasil. Exalta o progresso e era presente, ao mesmo tempo em que combate a linguagem retórica e vazia. Movimento Verde-Amarelo e Grupo da Anta Recusando todo e qualquer contágio com ideias europeias, este movimento foi uma reação às intenções primitivas do Movimento Pau-Brasil. Liderado por Cassiano Ricardo, Menotti Del Picchia e outros, o grupo acabou caindo num nacionalismo ufanista, escolhendo como símbolo de suas ideias a anta, animal uma função mítica na cultura tupi. Em 1926, esse movimento converteu-se no chamado Grupo da Anta, que seguiu uma linha de orientação política nitidamente de direita. GRUPOS E MOVIMENTOS MODERNISTAS
Movimento Antropofágico O Movimento Antropofágico, de 1928, liderado por Oswald de Andrade. Seu nome origina-se da tela Abaporu (O que come) de Tarsila do Amaral Para ele, a renovação da arte nasceria a partir da retomada dos valores indígenas, da liberação do instinto e da valorização da inocência. Coleção Marília de Andrade, Campinas, São Paulo O objetivo : atitude brasileira de devorar os valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico. O manifesto antropofágico colocou em questão o capitalismo do terceiro mundo: a dependência. Denunciou o bacharelismo das camadas cultas que copiavam os países capitalistas hegemônicos. A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - 1922 a 1930 GRUPOS E MOVIMENTOS MODERNISTAS
Principais OBRAS Poesia: Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917); Paulicéia Desvairada (1922); Losango Cáqui (1926); Pau-Brasil (1926) Clã do Jaboti (1927); Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade (1927) Remate de Males (1930); Prosa: Os Condenados (trilogia) (1922-1934); Memórias Sentimentais de João Miramar (1924); Primeiro Andar (1926); Amar, Verbo Intransitivo: idílio (1927); Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928); Serafim Ponte Grande (1933); Belazarte (1934); A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - 1922 a 1930
AGITADOR POLÊMICO NACIONALISTA CONTRA CONVEÇÕES SATÍRICO / IRÔNICO OBRAS: - Prosa: MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE JOÃO MIRAMAR SERAFIM PONTE GRANTE A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES OSWALD DE ANDRADE (1890-1853) Obras polêmicas, diferentes: muito criticadas, mistura de gêneros, recortes, imagens.
Com seu espírito irrequieto e polêmico , foi uma das figuras mais dinâmicas do movimento modernista. Nas suas viagens à Europa, entrou em contato com ideias vanguardistas, que depois divulgou no Brasil. Exerceu inúmeras atividades ligadas à literatura: foi jornalista, poeta, romancista e autor de peças teatrais. Formado em Direito, Oswald era um playboy extravagante: usa luvas xadrez e tinha um Cadillac verde apenas porque este tinha cinzeiro, para citar apenas algumas de suas muitas extravagâncias. Amigo de Mário de Andrade, era seu oposto: milionário, extrovertido, mulherengo (casou-se 5 vezes, como: Tarsila do Amaral e Patrícia " Pagu " Galvão). Fazendeiro de café, perdeu tudo e foi à falência em 1929. Lançou o Movimento Pau-Brasil e a Antropofagia. Militante esquerdista, passou a divulgar o Comunismo junto com Pagu em 1931, mas desligou-se do Partido em 1945. Sua obra é marcada por irreverência , coloquialismo , nacionalismo , exercício de demolição e crítica . Incomodar os acomodados, estimular o leitor através de palavras de coragem eram constantes preocupações desse autor. Destrói a retórica. A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES OSWALD DE ANDRADE (1890-1853)
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES OSWALD DE ANDRADE (1890-1853) CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES OSWALD DE ANDRADE (1890-1853) PRONOMINAIS Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro.
MENTOR INTELECTUAL PESQUISA ESTÉTICA TÉCNICO IMPULSO INCONSCIENTE VALORIZAÇÃO DE SÃO PAULO OBRAS: - PAULICÉIA DESVAIRADA - MACUNAÍMA A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES MARIO DE ANDRADE (1893-1945)
Um dos organizadores do Modernismo e da SAM, foi o que apresentou projeto mais consistente de renovação. Começou escrevendo críticas de arte e poesia (ainda parnasiana) com o pseudônimo de Mário Sobral. Rompeu com o Parnasianismo e o passado com Paulicéia Desvairada e a Semana, da qual participou ativamente. Injetou em tudo que fez um senso de problemático brasileirismo , daí sua investida no folclore. De jeito simples, sua coloquialidade desarticulou o espírito nacional de uma montanha de preconceitos arcaicos . Lutou sempre por uma literatura brasileira e com temas brasileiros . “O passado é lição para se meditar e não para se reproduzir” - afirmava assim a necessidade de um presente novo, inventivo. Acreditava na arte como instrumento de debate e de combate, comportamento evidenciado em Paulicéia Desvairada. Esta obra oferece uma panorâmica da cidade e de sua vida, ao criticar a mania obsessiva de posse, aqui também satiriza a incompetência dos administradores. A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES MARIO DE ANDRADE (1893-1945)
Trecho de Paulicéia Desvairada Prefácio Interessantíssimo Leitor: Está fundado o Desvairismo . Este prefácio, apesar de Interessante, inútel . Alguns dados. Nem todos. Sem conclusões. Para quem me aceita são Inúteis amos. Os curiosos terão prazer em descobrir minhas conclusões, confrontando obra e dados. Para quem Eu rejeito trabalho perdido explicar o que, antes de ler, já Não aceitou. Quando sinto um impulso lírico escrevo sem pensar tudo o que meu Inconsciente me grita. Penso depois : não só para corrigir, como para justificar o Que escrevi. Daí a reason deste Prefácio Interessantíssimo. Aliás muito difícil na prosa sabre onde termina um Blague, onde principia a seriedade. Nem eu Sei. E desculpo-me por estar tão atrasado, dos Movimentos artísticos atuais. Sou passadista, confesso . Ninguém pode se libertar duma só Vez das teorias-avós que bebeu; E O autor deste livro seria hipócrita si Finesse representar orientação moderna que ainda não compreende bem.[...] A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES MARIO DE ANDRADE (1893-1945)
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES MARIO DE ANDRADE (1893-1945) MACUNAÍMA O herói sem nenhum caráter – mostra as verdadeiras facetas do brasileiro. Valorização do anti-herói Síntese étnica.
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES MANUEL BANDEIRA (1886-1968) Bandeira – resgate do lirismo poético quase abandonado fase antipassadista ; O autor alcançou seu ponto mais alto como modernista no livro Libertinagem (1930), no qual desenvolve plenamente sua linguagem coloquial e irônica, atingindo grande dramaticidade. É uma das figuras mais importantes da poesia brasileira e um dos iniciadores do Modernismo. A poesia de Bandeira destaca-se pela consciência técnica com que manipulou o verso livre. Participa indiretamente da SAM, quando Ronald de Carvalho declama seu poema Sapos. Sempre pensando que morreria cedo (tuberculoso), acabou vivendo muito e marcando a literatura brasileira. Morte e infância são as molas propulsoras de sua obra. Ironizava o desânimo provocado pela doença, Além de ser um poeta fabuloso, também foi ensaísta, cronista e tradutor. O próprio autor define sua poesia como a do "gosto humilde da tristeza". Possui estilo simples e direto. Aborda temáticas cotidianas e universais, às vezes com uma abordagem de "poema-piada", lidando com formas e inspiração que a tradição acadêmica considera vulgares.
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES MANUEL BANDEIRA (1886-1968) VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcaloide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES MANUEL BANDEIRA (1886-1968) MANUEL BANDEIRA Principais Obras Poesia A cinza das horas , 1917 Carnaval, 1919 O ritmo dissoluto , 1924 Libertinagem, 1930 Estrela da manhã, 1936 Mafuá do malungo , 1948 Estrela da tarde, 1960 Estrela da vida inteira , 1966 Prosa Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936 Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938 Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940 Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940 Apresentação da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946 Gonçalves Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952 Itinerário de Pasárgada - Rio de Janeiro, 1954 De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954 A Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES ALCÂNTARA MACHADO (1901-1935) Alcântara Machado – conciliação de inovações técnicas e linguagem jornalística com a fala coloquial dos ítalo-paulistas . Foi um importante escritor modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da SAM, integrando o grupo somente em 25. Produziu prosa ficcional, renovando sua estrutura para construir histórias curtas e do cotidiano. Privilegia o imigrante, principalmente o italiano, e sua fusão, ampliando o universo cultural de São Paulo. Apesar de não ser tão radical como os outros modernistas contemporâneos seus, usava uma linguagem em seus contos que se aproximava muito do falado. Seus personagens do livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda falavam uma mistura de italiano e português. Retrata uma realidade citadina e realista, num tom divertido, enfatizando a vida difícil dos imigrantes e sua ascensão.
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - AUTORES ALCÂNTARA MACHADO (1901-1935) Pathé -Baby (1926), romance Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), contos Laranja da China (1928), contos Mana Maria (inacabado), romance Cavaquinho e saxofone (1940, póstuma), crônicas e ensaios Contos Avulsos (1961, póstuma), contos
A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO - 1922 a 1930 outros AUTORES Cassiano Ricardo - Vamos caçar papagaio (1926) Plínio Salgado - O Estrangeiro (1926) Raul Bopp - Cobra Norato (1931) Guilherme de Almeida Menotti del Picchia Ronald de Carvalho