Mudança linguística

13,102 views 35 slides Dec 11, 2014
Slide 1
Slide 1 of 35
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35

About This Presentation

Sobre Mudança Linguística


Slide Content

Mudança Mudança
LinguísticaLinguística

oContato com pessoas de outras faixas
etárias? Como?
Como as mudanças da língua no tempo
podem ser percebidas?

oContato entre pessoas de o faixas etárias diferentes

oContato com textos escritos? Como?
Como as mudanças da língua no tempo
podem ser percebidas?

oContato com textos escritos em épocas diferentes.

oContato com textos falados? Como?
Em qual dessas formas é possível verificar as mudanças de
uma língua num período mais distante do atual?
Qual língua é mais conservadora: a falada ou a escrita?
Como as mudanças da língua no tempo
podem ser percebidas?

oouro = oro

obeijo = bejo
ocadeira = cadera
oqueijo = qejo
o queixo = qexo
omadeira = madera
ocaixa = caxa
opulseira =pulsera
Não é mais ditongo
Através da forma como a escrita registra as
grafias e os sons das palavras é possível perceber
como várias palavras tiveram suas pronúncias
alteradas
opaz = paiz
oluz = luiz
onós = nois
ovez = veiz
ofez = feiz
ovoz = voiz
Agora é ditongo

Discrepâncias entre grafia e pronúncia nas
línguas
INGLÊS
oKnow
oPsychology
oBomb
São mudas
FRANCÊS
oHaie (sebe, cerca-viva)
oEst (é, está)
Grafias diferentes
São homófonas [E]
Três ou quatro letras
para representar um som
PORTUGUÊS BRASILEIRO
oCaçar = procurar
oCassar = anular
Grafias diferentes
São homófonas
/s/ no PB é um caso
extremo: som, nosso,
centro, preço, exceto,
sintaxe, voz, crescer,
cresça.
A língua escrita não tem por objetivo representar de forma diferente o que soa diferente,
nem de forma igual o que soa igual, pois se assim fosse não teria os homófonos.

É possível se perguntar
oMudança linguística é o mesmo
que Mudança ortográfica?

É possível se perguntar
oO que muda nas línguas?
oPor que as línguas mudam?
oComo as línguas mudam?

O que muda nas línguas?
oFonética e Fonologia
•atormentaado (PA) > atormentado (PBA) (ocorre em silaba tônica e
reflete a duração das vogais tônicas)
•perigoo (PA) > perigo (PBA) (não ocorre em sílaba tônica e reflete uma
pronúncia existente na época)
•per (mostra o porquê de termos pelo = per+o)
•rezão (PA) > razão (PBA) (pode tanto indicar alteração de pronúncia
quanto maneiras de grafar a vogal átona)
•pera (PA) > para (PBA) (pode tanto indicar alteração de pronúncia
quanto maneiras de grafar a vogal átona)

O que muda nas línguas?
oMorfologia
•filharom e perderom (PA) > tomaram e perderam (PBA) (formas
do perfeito)
•filharam e perderam (PBA) (mais-que-perfeito)
oLexical
•acaeçer (PA) > acontecer (PBA)
•britamento (PA) > naufrágio (PBA)
•filhar (PA) > tomar (PBA)

O que muda nas línguas?
oSintaxe
•Sujeito posposto ao verbo, mesmo com verbo transitivo
“Ainda que sabia o Gouernador Matthias de Albuquerque,
quam bem prouido estaua”
oSemântica
•homem (sentido de quantificador existencial – alguém -, ou
genérico – as pessoas em geral -. No PBA se perdeu, porém no
alemão ainda se vê – “man spricht Deutsch” = fala-se alemão)
)

Mudanças em operação no Português Brasileiro Atual
oSistema pronominal
tu, nós, vós > você, a gente, vocês
vós: praticamente eliminada do PB e do PE
tu: perdida em muitas regiões do Brasil
nós: forte concorrência com a gente
te e teu: muito preservada
oParticípio passado
Formação com o acréscimo do –o
“já tinha chego” em vez de “já tinha chegado”, talvez por
influência do particípio irregular “pego” de “pegar”.

Por que as línguas mudam?
oA língua para o Estruturalismo (Saussure)
É possível analisar a língua sob aspectos momentâneos e sob
aspectos que duram no tempo. (Sincronia = estático e Diacronia =
dinâmico)
Era possível descrever uma língua sem que fosse necessário
considerar elementos em variação ou mudança, nem o papel que a
sociedade teria nesses dois fenômenos. Língua é homogênea.
Para Jakobson, Saussure estava equivocado, pois é possível
combinar sincrônico, diacrônico, estático e dinâmico:
•Fatos sincrônicos e dinâmicos = fatos de num determinado
momento apresentam indicação de estarem mudando. Ex: nós > a
gente.
•Fatos diacrônicos e estáticos. Ex: sempre houve três conjugações
verbais no português.

Por que as línguas mudam?
oA língua para o Gerativismo (Chomsky)
Para Chomsky os falantes de uma língua são criativos no uso
que fazem dela, por isso não precisam se restringir a uma
simples imitação do que já ouviram.
A concepção de Chomsky tem se centrado no conhecimento
linguístico armazenado na mente do falante, i.e., interno ao
falante.
Seu interesse é pelo conhecimento individual a respeito da
língua, na relação língua e mente, por isso abstrai
considerações sociais.
Língua é homogênea.

Por que as línguas mudam?
oA língua para a Sociolinguística Variacionista (Labov)
Para Labov, toda língua apresenta variação, que é um
desencadeador de mudança.
A mudança é gradual, ou seja, primeiro passa por um período de
transição em que há variação, para em seguida ocorrer a mudança.
Mudança e Variação estão estreitamente ligadas, é muito difícil
estudar uma sem estudar a outra.
Labov diferentemente de Saussure, afirma que é preciso considerar
fatores sociais, ou seja, a heterogeneidade das classes sociais e das
populações de regiões diferentes, ao estudar a língua. Só com essas
considerações, é possível explicar porque alguns falantes utilizam o
/r/ retroflexo (ponta da língua voltada para trás), o chamado
caipira.
A língua é heterogênea.

Por que as línguas mudam?
oPara o estruturalista Coseriu (1979):
A língua muda porque nunca está pronta. Ela é sempre algo
por refazer. A cada geração, ou mesmo em cada situação de
fala, cada falante recria a língua. Dessa forma está sujeita a
alterações.
Como a língua está sempre sendo recriada, ela comporta o
surgimento de inovações. O problema é que nem toda
inovação vinga, ou é adotada pelos falantes de uma
comunidades linguística.
As línguas não são sistemas perfeitos, elas são heterogêneas.

Heterogeneidade de origem externa e origem interna
Origem interna no PBA
Perda dos pronomes átonos ou clíticos de 3ª pessoa
•Eu o vi > Eu vi ele
Substituição de um clítico por outro
•Nós nos encontramos > Nós se encontramos
Os únicos clíticos que parecem estar sendo usados no PBA
são os que apresentam a forma CV (consoante seguida de
vogal): me, te, e se. O que leva ao uso do se.

Heterogeneidade de origem externa e origem interna
Origem externa no PBA
Pronomes pessoais
•tu (único pronome pessoal de 2ª pessoa do singular, herdado do
latim)
•Vossa Mercê, Vossa Majestade, Vossa Reverência (formas de 2ª
pessoa que conviviam ao lado de tu, eram utilizadas como formas
de tratamento, para expressar uma hierarquia)
Essas últimas formas são formadas por um possessivo de 2ª pessoa e
um substantivo feminino. Eram SN de 3ª pessoa como qualquer
outro SN singular.
Vossa casa é muito bonita / Vossa Mercê é muito importante
*Vossa Mercê és muito importante / *Vossa Mercê sois importante

VOSSA MERCÊ deixa de indicar hierarquia, passando a indicar
respeito
oO uso comum de Vossa Mercê levou à sua redução:
•Vosmecê
•Vossuncê
•Suncê
•Você ~ Ocê ~ Cê = semanticamente de 2ª pessoa (tu), e
sintaticamente de 3ª pessoa (vocês)

Como as línguas mudam?
oPara a Teoria Sociolinguística, as línguas mudam de forma
gradual.
oHá dois fatores que favorecem ou dificultam a mudança:
1.Fatores linguísticos: se relacionam à forma como a língua
está organizada, como funciona o seu sistema, quais são seus
elementos e suas regras.
2.Fatores extralinguísticos: relacionam-se à forma como a
língua está inserida na sociedade.

Como se origina uma mudança linguística?
o1º. Através da ação de um ou mais elementos externos ligados à língua e
à sociedade em que a língua se insere. (uma língua em contato com
outra)
•Latim, implantado nas diversas regiões do Império Romano =
modificação de características a depender da língua.
•PE, no Brasil, em contato com variadas línguas = PB
•O fator mais afetado pelo contato entre línguas é o léxico:
Inglês: pendrive Francês: abajur Africano: acarajé
Indígena: Itapuã Árabe: alface
o2º. Através da ação de fatores fatores internos à uma língua e à
comunidade em que é falada.
•Latim: com a perda dos sons finais, passa a ter uma ordem fixa.

A Linguística Histórica descreve a situação de contato
em forma de camadas linguísticas ou estratos
•Línguas A e B convivem durante um certo tempo
•LA é o ponto de referência:
 LB, língua nativa de um povo dominado, desaparece pois este povo
adotou a LA, língua do dominador. (LB é substrato da LA). É o caso dos
índios Tupi?
LA, língua nativa de um povo dominador desaparece, em virtude de este
povo ter adotado a língua do povo dominado. (LB será superstrato da LA).
Teve isso no Brasil, com os alemães, japonese, italianos?
LA e LB convivem em pé de igualdade uma com a outra (situação de
bilinguísmo). LB tem influência sobre LA. (LB é um adstrato da LA). Há
isso nas regiões de fronteiras?

Como a mudança linguística se processa?
oVogais
•Latim = 10 PB = 7
oVerbo causativo fazer seguido de locução conjuntiva com que
•“O temporal fez com que o jogo fosse cancelado”.
Extensão para outros verbos
•“para evitar com que elas se soltem”
•“impedir com que as leis do Alcorão não sejam violadas”
•“provocar com que outras pessoas toquem seus genitais”
•“fatores e incertezas que poderiam causar com que os resultados
atuais sejam diferentes”

Como a mudança linguística se propaga na sociedade
em que é falada?
oAs inovações linguísticas são recebidas, geralmente, com reprovação.
oA mudança não é constante em seu curso, ela normalmente tem uma
velocidade de difusão lenta no início, ganha velocidade na metade e
volta a ficar mais lento no final, ganhando o formato de uma curva
em S .
•Ex:
vocalização do /l/ em final de sílaba - “boçau”, ocorrida no PB no
séc. XX.

Para a Teoria Sociolinguística Variacionista, fatores como sexo,
idade, classe social e o prestígio social podem estar relacionados à
mudanças.

Como a Sociolinguística detecta a existência de uma
mudança linguística?
o1º. Observa falantes de diferentes faixas etárias, para estudar como eles
utilizam determinadas variáveis (plural, concordância de sujeito e verbo,
pronúncias de sequências de sons, significado atribuído a determinadas
construções). Se essa verificação se der em um prazo pequeno, que pode
ser desconsiderado, diz-se que verificou a mudança através de um tempo
aparente.
o2º. Observa amostras de falas de dois falantes com faixas etárias bem
diferentes, para detectar a difusão de alguma inovação linguística,
verificando a porcentagem de pessoas que a utilizam em cada momento,
e a frequência com que cada indivíduo a utiliza. Esse tipo de verificação
da mudança é chamado de mudança em tempo real.

Resultados de estudos de mudança em tempo aparente e
tempo real
oMudança em tempo aparente
•Verificou-se que os mais velhos tendem a preencher a posição do
sujeito e os mais jovens deixar a posição vazia. O sujeito na fala dos
mais jovens é nulo.
oMudança em tempo real
•A análise do preenchimento do sujeito em tempo real, mostrou que os
mais jovens não preenchem o sujeito em suas falas.
•Os resultados do tempo real servem, geralmente, para confirmar os
resultados obtidos na análise em tempo aparente.

Outros tratamentos teóricos da mudança linguística
oGramaticalização: não explica fenômenos diacrônicos e exclui os
fenômenos fonológicos. Foca no processo pelo qual elementos
linguísticos podem passar por uma mudança gradual.
•O substantivo mente passou a significar um sufixo formador de
advérbio de modo. (apressadamente, vagamente, etc)
•Verbos ir, vir e ter passaram de verbos plenos a verbos auxiliares dos
tempos perfeitos. (tem chovido, eu já tinha saído)
•Verbo ir como auxiliar de futuro. (vou viajar, vou fazer, vou dizer,
etc)

Outros tratamentos teóricos da mudança linguística
oParamétrica: se desenvolve dentro da teoria gerativa.
•Chomsky explicava as características universais das línguas com base na
noções de Princípios e Parâmetros.
•Princípios são características universais invariáveis que todas as línguas
têm. Essa concepção afirma que não há universais violáveis.
Ex: Todos os sintagmas de uma língua têm o complemento na mesma
posição com relação ao núcleo. No PB, todo complemento segue seu
núcleo.
SN: a leitura do texto.
SP: com calma.
SV: ouvir música.
SAdj.: contente com o resultado.

Os complementos de um núcleo podem assumir dois valores:
oAntes do núcleo: japonês
oDepois do núcleo: português
Essas variação é o que se chama de Parâmetro.
Parâmetros é a parte da teoria Gerativa que estuda a mudança
linguística.
Para o gerativista Lightfoot, a mudança linguística se dá no período
de aquisição da língua.
•Como as crianças, na fase de aquisição da linguagem, não tem acesso
direto à gramática dos seus pais ou de outro adultos dos quais ela
adquire o domínio de sua língua materna, pode ocorrer de a gramática
das crianças apresentar certas diferenças com relação à gramática dos
pais.

Outros tratamentos teóricos da mudança linguística
oOtimalidade: se desenvolve dentro da Teoria da Otimalidade,
iniciada por Prince e Smolensky (1993), com foco na Fonologia.
A Teoria da Otimalidade considera que em toda língua há restrições
dos universais linguísticos.
Marcação de plural dos substantivos e adjetivos em português
•Acréscimo do –s no final da palavra, ou –es quando a palavra termina
com /r/ e /s/, esse último caso leva ao aumento de sílabas. (vida/vidas e
mar/mares)
•O plural de palavras proparoxítonas terminadas em vogal, não
aumenta o número de sílabas (ótimo/ótimos, lâmpada/lâmpadas)

Plural de proparoxítonas terminadas em consoantes
levam à duas violações:
1ª. Violação da restrição que faz com que a sílaba tônica seja a mesma
no singular e no plural. (ônibus ficaria com plural inexistente *onibuses,
com bu como a sílaba tônica, ou *ônibuses, com também plural
inexistente, sendo ô a sílaba tônica)
2ª. Violação da restrição que faz com que a sílaba tônica tenha de estar
localizada na chamada janela de três sílabas.

Alteração na formação do plural na história do
português
oNo PA:
•Paroxítonas terminadas em sibilantes, apresentavam plural regular.
Simples = símpleses
Ourives = ouríveses
Alferes = alféreses

Referências
CHAGAS, P. A mudança linguística. FIORIN, J. L. Introdução à
Linguística: I objetos teóricos. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 141-
163.