O alienista

JaquelineDeak 9,570 views 15 slides Oct 19, 2015
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About This Presentation

Trabalho realizado para a disciplina de Literatura Brasileira I, ministrada pelo professor Paulo Konzen.


Slide Content

Resenha da obra o a l i e n i s t a Machado de A ssis Carolina V. Cruz Jaqueline P. S. Deak Marina Jakovacz Talita L. Schweig

Publicada em 1882, O Alienista inaugura a fase realista de Machado de Assis, em que o autor passa a explorar as profundezas da psique e do caráter humano, apregoadas pelos modelos e padrões sociais da época. Sua obra contempla forte crítica social e busca, na desconstrução da imagem do cidadão de bem, apresentar a realidade que permeia as falhas humanas e a má índole transvestida de “conduta moral e bons costumes”.

A obra é classificada como um conto, mas por ser mais extensa que os contos tradicionais alguns críticos afirmam tratar-se de uma novela. No entanto, ela não apresenta as demais características que a classificariam como uma novela, como maior ordenação do enredo, por exemplo. A história é narrada em terceira pessoa, sendo o narrador onisciente capaz de expor as características internas das personagens .

Breve resumo da obra Dr. Simão Bacamarte volta a sua cidade natal para trabalhar e aprofundar as suas pesquisas científicas na área da psiquiatria. Casa-se com a viúva D. Evarista , a qual não era nem bonita e nem simpática, com quem acaba não tendo filhos. O médico decide então construir um manicômio na cidade, onde pretende internar as pessoas que julgar, de acordo com seus estudos, mentalmente desequilibradas.

Aos poucos a casa começa a lotar, pois o alienista, cada vez mais obcecado por seu trabalho, acaba por declarar insanidade a todo comportamento que considerasse estranho e fora de um padrão julgado como “equilibrado”. Com a grande maioria da população internada, a população passa a se rebelar contra os diagnósticos do Dr. Bacamarte. O médico então conclui que, se a maioria possuía desvios de personalidade e não seguia o padrão, era louco então quem possuía firmeza de caráter.

A partir daí, decide que todas as pessoas equilibradas é que deveriam ser internadas, soltando assim, todos os internados anteriormente. Diante de várias reviravoltas, Dr. Bacamarte conclui que mais uma vez a sua pesquisa está incorreta e passa então a analisar o seu próprio estado mental, o que o leva a reclusão total em seu asilo onde morre após 17 meses.

Principais personagens Dr. Simão Bacamarte:  protagonista da história, é um homem que vive para a ciência. D. Evarista :   mulher que não era nem bonita e nem simpática, mas fora escolhida pelo Dr. Bacamarte como esposa. Crispim Soares:   boticário da cidade, muito amigo do Dr. Bacamarte. Padre Lopes:   homem de muitas virtudes, era o vigário local. Porfírio:   o barbeiro, que no conto representa a ambição de poder . Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/alienista-resumo-analise-conto-machado-assis-701990.shtml

Personagens Nos personagem temos “um desfile de tipos humanos: o pródigo, o novo-rico, o orador de sobremesa, o ingrato, tantos outros que o leitor irá descobrindo. A revolta, com sua dose de acasos e quiproquó , propicia a exibição costumeira do adesismo, da covardia moral e das fraquezas que poderiam viver e morrer na sombra, se a comoção social não as tivesse feito desabrochar inesperadamente.” Disponível em: http :// www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_conto

O conto explora as variações do comportamento humano, que diante de determinados padrões, assume a postura do que é aceitável ou não. Questiona a tenuidade entre a razão e loucura, e a fluidez da mente que oscila de um campo ao outro. Também questiona o papel destas linhas sobre o poder: ser racional ou desequilibrado importa para conquistar respeito e soberania.

Neste conto é palpável a crítica à ciência e a forma como ela vê o ser humano: sem considerar a junção entre corpo e alma. Bacamarte considera todos os seres humanos iguais, pois procura estabelecer uma norma geral de conduta. Em nome dessa ciência que tanto defende, Bacamarte acaba por cometer inúmeros equívocos, pois a cada teoria que cria passa a considerá-la absoluta, para posteriormente notar que isso não é verdade e reformular outra teoria, e assim por diante.

Machado de Assis usa da ironia e do humor para apontar os problemas vigentes em nossa sociedade, que é hipócrita e sem valores. No decorrer do conto é analisado o político, que sempre tira vantagem da sua posição, e o povo que o elege, que pode ser classificado como manipulável, pois basta apenas um pouco de conhecimento ou espírito de liderança para tomar o poder.

“Ao fim, a obra de Machado denuncia o vínculo entre ciência e poder, bem como a usurpação pelo homem de ciência, do direito que cada um tem de dizer a sua própria verdade. O que conduz à ironia final: parece haver mais loucura na pretensão de estabelecer com nitidez a linha divisória entre Razão e Loucura do que em perder-se entre seus supostos limites.” Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ts/article/viewFile/84953/87681

A obra apresenta uma crítica ao positivismo, corrente formada no séc. XIX que vinha se firmando na sociedade e defendia a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. O médico sentia-se o único com poder para julgar o equilíbrio mental dos sujeitos. Sobre Bacamarte pode-se dizer que este “não cede à loucura senão para melhor submetê-la ao domínio possível da ciência. Ardil enlouquecido, no entanto: atrai para si o malefício que irá afrontar.” (GOMES, 1994)

conclusão Como toda obra clássica, o conto transcende as barreiras do espaço e do tempo, tratando de temas que se mantém em voga na sociedade atual, que por muitas vezes se mostra caótica e irracional. Em nome da ciência e da imposição de padrões sociais, se critica tudo que é considerado fora do “normal” , classificando características individuais que destoam desses padrões como erradas e passíveis de correção e excluindo, através do preconceito e de diagnósticos médicos equivocados, uma parcela da sociedade que não preenche os requisitos exigidos por um sistema ideologicamente binário.

Sem perceber, os que não compreendem a loucura do próximo é que estão loucos, pois cada ser humano é constituído de características próprias . “Creia em si, mas não duvide sempre dos outros.” Machado de Assis CONCLUSÃO