batalha. Merlin no seu papel de mentor do jovem Arthur exercia a
característica de estrategista, pois com sua visão ampliada e conhecimento
superior não permitia que o jovem rei se envolvesse em encrencas, vez por
outra, saía em pequenas incursões ou missões para duelar com feiticeiros,
negociar acordos e fazer aquilo que precisava ser feito, mas não pelas mãos
de Arthur.
O estudo de Arthur e Merlin daria um livro exclusivo e quem sabe um dia
me dedicarei a esta empreitada, hoje quero realmente ampliar a sua
experiência como leitor e oferecer mais alguns exemplos.
Continuando no campo da literatura, temos a obra prima de Alexandre
Dumas, O conde de Montecristo. Caso você não conheça a história, trata-se
de um clássico do tipo mocinho-pobre-injustiçado-fica-rico-volta-e-se-vinga,
porém, existe um personagem que vale a nossa atenção e quem sabe até
uma releitura desta obra fantástica. O personagem chama -se Jackopo,
pronuncia-se Iacopô, é o pirata com o qual Edmond Dantes duela logo após
ter fugido do castelo-prisão onde esteve preso e torturado por treze anos.
Durante o tal duelo, que é disputado com facas no melhor estilo pirata em
uma praia deserta, simplesmente porque o capitão do navio queria um pouco
de diversão Edmond vence Jackopo, porém , decide não matá -lo,
contrariando a ordem do capitão de fazer um embate até a morte.
Os motivos de Edmond são claros e convencem o capitão: primeiro, se
matasse, seria um marinheiro experiente a menos. Segundo o próprio Edmond
não teria lugar na tripulação, pois afinal de contas era um estranho que matou
um membro da tripulação e terceiro, o capitão poderia contar com dois bons
lutadores de faca caso ambos vivessem e Edmond ganh asse o direito de
integrar-se na tripulação.
Neste momento, Jackopo, agradecido pela vida, jura ser fiel ao
estranho e acompanhar-lhe até sua morte. Lindo, não? No tempo que se
segue, Edmond vira o conde de Montecristo após encontrar o tesouro de
Espada e Jackopo assume a identidade de seu escudeiro -cocheiro-e-
mordomo. A relação de ambos começa a se fortalecer e podemos identificar
uma série de características que enquadram Jackopo como um bom arcanjo:
a fidelidade conquistada no duelo. A capacidade de org anizar eventos e
situações de acordo com os objetivos traçados pelo conde e até uma certa
repetição de comportamentos de outros personagens de obras anteriores.
Não nos esqueçamos que estamos falando de obras literárias e que
certamente as mais recentes são influenciadas pelas anteriores.
O fato relevante na história de Jackopo está numa passagem do texto
onde após reencontrar sua amada, agora casada e mãe, Dantes na figura do
conde de Montecristo, mesmo sendo reconhecido pela ex -viúva (se é que isto
existe) insiste em negar sua identidade, pois uma vez revelada, poria em risco
seu plano de vingança. Jackopo, fazendo o que deve ser feito, forja uma
situação para que Dantes e a bela dama se encontrem na carruagem e por
conta disto, é fortemente repreendido por Dantes dizendo que passara dos
limites, que não poderia se intrometer nos assuntos pessoais e blá, blá, blá...
com direito a faca no pescoço e tudo o mais. Em resposta , nosso Arcanjo