O Erro de Descartes - António Damásio

pfanor 2,923 views 29 slides Aug 24, 2010
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Slide Content

O Erro de Descartes
Emo
ção, razão e o cérebro humano
Ant
ónio Damásio

O C
ÉREBRO
Dam
ásio defende que o cérebro tem uma parte 
dominante. O c
érebro está dividido em dois 
hemisf
érios: o hemisfério esquerdo e o hemisfério 
direito. Segundo Dam
ásio caso estes algumas vez se 
encontrassem em discord
ância era necessário que um 
toma­se comando em rela
ção ao que fazer.  Neste 
sentido, existe ent
ão um hemisfério que tem um papel 
dominante sob o controlo dos processos 
comportamentais e cognitivos, enquanto o outro 
hemisf
ério participa de forma menos significativa.

Especializa
ção do Cérebro:
É
 possível estabelecer relações gerais entre os quatro 
lobos do c
érebro e as suas funções. Esta possibilidade 
n
ão deve no entanto sustentar a ideia de 
funcionamento isolado de cada um dos lobos ou das 
fun
ções. A comunidade científica está hoje de acordo 
quanto ao funcionamento unificado, coordenado e 
complementar das 
áreas corticais.
 Esta especializa
ção não é no entanto simétrica para os 
dois hemisf
érios do cérebro havendo uma lateralização 
das fun
ções.

NEUR
ÓNIOS
Os Neur
ónios são as unidades básicas do sistema 
nervoso, s
ão responsáveis:
Pelo processamento da informa
ção, estando envolvidos 
tanto na aquisi
ção como na transmissão
Pela codifica
ção da memória, dos pensamentos e das 
emo
ções.
Pela regula
ção de todos os processos que mantêm a 
vida do ser humano (batimento card
íaco, respiração, 
temperatura corporal)

SISTEMA L
ÍMBICO
O sistema l
ímbico é a unidade responsável pelas 
emo
ções e é uma região constituída por 
neur
ónios. Entre outros são componentes do 
sistema l
ímbico:
Am
ígdala: a lesão da amígdala faz com que o 
indiv
íduo perca o sentido afectivo da percepção de 
uma informa
ção vinda de fora, como a visão de 
uma pessoa conhecida. Ele sabe quem est
á a ver 
mas n
ão sabe se gosta ou não dessa pessoa.

Hipo campo: est
á relacionado com a memória 
de longa dura
ção permite comparar as 
condi
ções de uma ameaça actual com 
experi
ências passadas semelhantes, 
permitindo­lhe, assim, escolher qual a melhor 
op
ção a ser tomada de forma a garantir a 
seguran
ça.
Hipo t
álamo: Tem um importante papel no 
controlo do comportamento, controla v
árias 
condi
ções internas do corpo, como a 
temperatura, o impulso para comer e beber. 
Mant
ém vias de comunicação com todos níveis 
do sistema l
ímbico e desempenha ainda um 
papel nas emo
ções

PHINEAS GAGE
Com o seu terr
ível 
acidente, Gage, perdeu 
uma caracter
ística 
humana, a caracter
ística de 
planear o futuro.
O ferro n
ão atingiu as 
regi
ões cerebrais 
necess
árias para as funções 
motoras e lingu
ísticas mas 
destruiu grande parte do 
lobo frontal esquerdo assim 
como a vis
ão do seu olho 
esquerdo.

Gage deixou de ser Gage, ap
ós o acidente a sua 
personalidade alterou­se. Com a les
ão da área de 
ventromediana ouve uma danifica
ção na capacidade 
de Gage de tomar decis
ões.
Sup
õe­se que Gage tenha deixado de ter emoções e que 
isso tenha condicionado o seu comportamento social 
negativamente. Gage deixou de aprender com os seus 
erros e era imcapaz de tomar decis
ões ainda que fosse 
capaz de as planear n
ão passando de planos.

O NOVO GAGE
Elliot 
é considerado como o Gage da era moderna foi 
o modelo perfeito para se estudar o que se teria 
passado. Com uma les
ão na mesma zona da que 
Gage teria, Elliot desenvolveu um conjunto de 
comportamentos iguais aos de Gage. Havendo neste 
caso a vantagem de Elliot poder ser estudado.
Elliot respondeu a todos os teste de Intelig
ência e de 
personalidade que lhe iam sendo propostos tenho 
resultados normais ou acima do normal n
ão havendo 
quaisquer anormalia.

No entanto ap
ós a visualização de imagens chocantes 
este n
ão se sentiu tocado o que levou a descoberta de 
que este experiencia­se emo
ções.
“Elliot era capaz de relatar trag
édias da sua vida com 
imparcialidade… Agia sempre da mesma forma 
controlada, descrevendo as cenas como um espectador 
pass
ível e desligado. Não havia sinais de sofrimento.”
A frieza do racioc
ínio impedia atribuir diferentes 
valores 
às diferentes opções.
Como todos sabemos Emo
ções perturbam o raciocínio. 
Desde pequenos que ouvimos:”Acalma­te, pensa de 
cabe
ça fria”. O que não se sabia é que esta 
perturba
ção tanto pode ser positiva como negativa.

Tal como Gage era capaz de fazer planos mas nunca os 
chegava a cumprir. Durante os testes que realizou 
criava op
ções a situações mas no fim não sabia por qual 
optar.
Sabia o que era socialmente correcto, n
ão se tinha 
esquecido, no entanto optava por ter ac
ções rudes que o 
deixavam mal visto socialmente, como n
ão tinha 
emo
ções ( Vergonha) isso também não o preocupava.
Sabia o que era sentir mas nunca chegava a faze­lo. 
É 
como se ouv
íssemos a nossa musica favorita e não 
sent
íssemos nada.

ANOSOGNOSIA
É
 a negação da condição da doença. Normalmente 
passa­se em casos onde h
á limitações motoras e 
sensoriais.
Os doentes Reagem sem emo
ção quando são 
confrontados com a doen
ça e têm reacções como “Eu 
costumava ter esses problema mas agora j
á passou” 
quando de facto a doen
ça ainda está lá.
Em alguns casos os doentes possuem tamb
ém 
defici
ência no raciocínio na tomada de decisões e nas 
emo
ções e sentimentos. 

COMPORTAMENTO E A MENTE
Ter uma mente significa que formar 
representa
ções neurais que se podem tornar 
imagens ( imagens n
ão somente visuais, como 
imagens sonoras ou olfactivas) manipul
áveis 
num processo denominado de pensamento, o que 
acaba por influenciar o comportamento em 
virtude do auxilio que confere em termos de 
previs
ão do futuro e do seu planeamento.
A cria
ção destas imagens é feita através de uma 
maquinaria neural complexa de percep
ções, 
mem
ória e raciocínio.  

Sempre que recordamos a imagem de um determinado 
objecto, rosto ou cena, n
ão obtemos uma reprodução 
exacta mas sim uma interpreta
ção, uma nova versão 
reconstru
ída da original. À medida que a idade e a 
experi
ência se modificam, as versões da mesma vão 
constantemente modificando­se.
O pensamento 
é também construído a partir de 
palavras e s
ímbolos sendo estes também imagens. 
Antes de dizermos uma palavra a palavra j
á existe sob 
a forma de imagem auditiva ou visual na nossa 
consci
ência. 

REGULA
ÇÃO BIOLÓGICA E 
SOBREVIV
ÊNCIA
O c
érebro possui circuitos neurais inatos cujos 
padr
ões de actividade controlam de forma segura 
reflexos, impulsos e instintos, garantindo assim que 
a respira
ção e a alimentação ocorram de acordo com 
o necess
ário.
De forma a evitar condi
ções ambientais não 
propicias, ou a destrui
ção por parte de predadores, 
existem circuitos neurais inatos que induzem 
comportamentos de luta ou de fuga, por exemplo.
Ainda outros circuitos controlam os impulsos de 
forma a assegurar a continuidade gen
ética. 

Praticamente todos os comportamentos que resultam 
de impulsos e instintos contribuem para a 
sobreviv
ência, quer em termos directos pela execução 
de ac
ções de sobrevivência, quer em termos indirectos 
pela cria
ção de condições vantajosas para a 
sobreviv
ência ou pela diminuição da influência de 
condi
ções potencialmente adversas.

EMO
ÇÕES
Desempenham uma fun
ção na comunicação de significados 
a terceiros e podem ter tamb
ém um papel de orientação 
cognitiva.
As emo
ções
:
T
êm origem numa causa, num objecto
S
ão reacções corporais específicas, observáveis
S
ão públicas e voltadas para o exterior
S
ão automáticas e inconscientes
Polaridade: podem ser negativas ou positivas
S
ão versáteis: variam em intensidade e são de breve duração
Relacionam­se com o tempo: as emo
ções têm principio e fim

Emoções primárias
Partilhadas por indivíduos
de todas as culturas e
ligadas a processos neurais e
fisiológicos específicos.
Alegria;
Tristeza;
Medo;
Ira;
Espanto;
Nojo.
Emoções secundárias
Emoções associadas a
relações sociais nas quais os
aspectos socioculturais
apreendidos são muito
significativos

SENTIMENTOS
Os Sentimentos s
ão por sua vez um processo cognitivo ou mental resultante 
da emo
ção,  ao contrario das emoções, estes são relativamente estáveis. 
S
ão uma experiência subjectiva dos afectos e das emoções; este processo 
distingue­se da emo
ção pelo seu carácter subjectivo e cognitivo e é 
insepar
ável dos valores. Um sentimento é privado (não observável pelos 
outros), ao contr
ário das emoções.
O Ser Humano enquanto ser dotado de consci
ência, analisa, interpreta, 
organiza e reflecte sobre os seus pr
óprios sentimentos, isto é, constrói 
sentimentos a partir dos mesmos.

“Nem todos os Sentimentos prov
ém das Emoções”
Existem para al
ém dos sentimentos resultantes 
das emo
ções, os sentimentos de fundo. Este não 
resultam das emo
ções mas sim de estados de 
fundo. (Ex: Tens
ão, mal­estar, bem­estar, 
relaxamento, …)
Estes s
ão também os sentimentos mais frequentes 
ao longo da nossa vida.

DIFEREN
ÇAS ENTRE EMO ÇÕES E 
SENTIMENTOS
Emoções e sentimentos constituem, respectivamente, o começo e o fim
de um processo contínuo;
As emoções são públicas enquanto que os sentimentos são privados;
Os mecanismos subjacentes às emoções e aos sentimentos são distintos;
Os mecanismos básicos da emoção não requerem, necessariamente
consciência;
Emoções geram sentimentos e estes, por sua vez, geram emoções num
ciclo contínuo;
Os sentimentos possuem uma relação privilegiadas com a consciência.
O ser Humano é capaz de racionalizar emoções e obter sentimentos.
Sentimentos podem também ser racionalizados e partir destes serem
criados novas emoções como resposta, o que produziria um novo
sentimento e por ai adiante criando um ciclo continuo.

A HIP
ÓTESE DO MARCADOR 
SOM
ÁTICO
Faz convergir a aten
ção para o resultado negativo a 
que a ac
ção pode conduzir e actua como um sinal de 
alarme autom
ático que diz: atenção há um perigo 
proveniente da ac
ção que terá X resultado.
Este sinal de alarme poder
á fazer com que se rejeite 
de imediato o rumo da ac
ção negativa, levando a 
escolher uma outra alternativa. 
O sinal protege­nos de preju
ízos futuros, sem 
hesita
ções e permite escolher entre um número 
menor de alternativas.

Ainda assim o marcador som
ático pode não ser por si só 
suficiente para a tomada de decis
ões humanas, sendo que 
em muitos casos 
é necessário um processo de raciocínio e 
de decis
ão final.
Aumentam provavelmente a precis
ão e a eficiência do 
processo de decis
ão.
Os marcadores som
áticos são um caso especial do uso de 
sentimentos gerados a partir de emo
ções secundárias. 
Essas emo
ções e sentimentos foram ligados pela 
aprendizagem a resultados futuros previstos de 
determinados cen
ários.
Por 
último, quando um marcador somático é negativo em 
rela
ção a um resultado negativo, este funciona como 
campainha de alarme, se no entanto e positivo ent
ão 
funciona como forma de incentivo.

DE ONDE V
ÊM OS MARCADORES 
SOM
ÁTICOS?
Os marcadores s
ão adquiridos por meio da 
experi
ência, sob o controlo de um sistema interno de 
prefer
ência e sob a influência de um sistema 
externo de circunst
âncias que incluem não só 
entidades e fen
ómenos com os quais o individuo 
interage mas tamb
ém convenções sociais e regras 
é
ticas.
No caso de Gage, o dispositivo do marcador som
ático 
deixa de funcionar devidamente, mesmo que at
é ali 
se tenha mostrado normal. Dam
ásio denomina este 
fen
ómeno de sociopatia “adquirida”.

O C
ÉREBRO DE UM CORPO COM 
MENTE
Sem corpo o C
érebro não seria capaz de criar a 
mente.
O C
érebro é estimulado pelo corpo e é a partir dai 
que se d
á a sua aprendizagem. Se o Cérebro 
nunca tivesse sido estimulado seria dif
ícil poder 
afirmar haver de facto mente em algo que para 
al
ém de ligações de neurónios não tem mais nada.
De forma a ser poss
ível compreender a plena 
mente humana 
é necessária a adopção de uma 
perspectiva do organismo ( corpo – c
érebro – 
mente) que se encontra interactivo com um meio 
ambiente f
ísico e social.

O ERRO DE DESCARTES
O erro de Descartes remete para o Dualismo da 
c
élebre frase: “Penso logo existo”
« “Penso logo existo”, a frase ilustra exacta o oposto 
daquilo que pensa ser verdade em rela
ção às origens 
da mente e da rela
ção entre mente e corpo.»
«A afirma
ção sugere que pensar e ter consciência de 
pensar s
ão as verdadeiras bases de existir.»
«Como sabemos que Descartes via o acto de pensar 
como a actividade separada do corpo, esta afirma
ção 
exalta a separa
ção da mente, a “coisa pensante”, do 
corpo n
ão pensante, o qual tem extensão e partes 
mec
ânicas. »

«No entanto, antes do aparecimento da humanidade, 
os seres j
á eram seres.»
«Num dado ponto da evolu
ção, surgiu uma consciência 
elementar. Com essa consci
ência apareceu a mente 
simples; com uma maior complexidade da mente veio a 
possibilidade de pensar e, mais tarde ainda, de usar 
linguagens para comunicar e melhor organizar os 
pensamentos. Para n
ós, portanto, no principio foi a 
exist
ência e só mais tarde chegou o pensamento. E 
para n
ós, no presente, quando vimos ao mundo 
come
çamos por existir e só mais tarde por pensar.
»

Esclarecimento da afirmação por parte
de Descartes de forma inequívoca:
«Por isso eu soube que era uma substância cuja
essência integral é pensar, que não havia necessidade
de um lugar para a existência dessa substância e que
ela não depende de algo material; então, esse “eu”,
quer dizer, a alma por meio da qual sou o que sou,
distingue-se completamente do corpo e é ainda mais
fácil de conhecer do que esse último; e, ainda que não
houvesse corpo, a alma não deixaria de o ser.»

«
É esse o erro de Descartes: a separação 
abissal entre o corpo e a mente, entre a 
subst
ância corporal, infinitamente divisível, 
com volume, com dimens
ões e com um 
funcionamento mec
ânico, de um lado, e a 
subst
ância mental, indivisível, sem volume, 
sem dimens
ões e intangível, de outro; a 
sugest
ão de que o raciocínio, o juízo moral e o 
sofrimento adveniente da dor f
ísica ou 
agita
ção emocional poderiam existir 
independentemente do corpo.»
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