nelsonpereira9022662
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No meio político, constantemente vemos manchetes de REVELAÇÕES bombásticas que podem ser fakenews = mentiras, falsidades ou não. Fica a expectativa de acontecer ou não! Deus, no entanto, já fez uma REVELAÇÃO = “αποκάλυψη” (“apokálypsi”) = “APOCALIPSE” = “DESVENDAMEN...
No meio político, constantemente vemos manchetes de REVELAÇÕES bombásticas que podem ser fakenews = mentiras, falsidades ou não. Fica a expectativa de acontecer ou não! Deus, no entanto, já fez uma REVELAÇÃO = “αποκάλυψη” (“apokálypsi”) = “APOCALIPSE” = “DESVENDAMENTO”. Para uns, a gloriosa revelação do Plano de Salvação em Seu Filho Unigênito Jesus Cristo enviado para todo aquele que n’Ele crer como seu Único Mestre, Senhor e Salvador pessoal. Para outros, notícias terríveis para todo aquele que recusar ou substituir esse Plano de Salvação e também renegar o livro de Apocalipse, que é o desvendamento passo a passo ao longo de milênios do que está por vir a se completar em futuro próximo.
Eu não posso criticar ninguém aqui a respeito do Apocalipse, porque antes eu também fui muito ignorante a respeito. Apesar das deturpações interpretativas do Apocalipse que grassa = difunde-se, inclusive, no meio evangélico, há anos tenho ido ao campo da pesquisa escatológica a respeito e continuo ainda aprendendo. Há mais de trinta anos atrás, eu evangelizava um amigo que durante três anos recusara o convite de participar de um Acampamento Bíblico realizado todos os anos no feriadão de Carnaval até que, no quarto eu o convidei e fiz-lhe um desafio: “Olha! Para você ser coerente em suas críticas a respeito do Acampamento, precisa primeiro participar de um. Então, depois de ver in loco este trabalho espiritual, você poderá tecer suas críticas honestamente. Topou a parada! Foi! E voltou com a vida entregue a Jesus como seu Único Salvador e, hoje, é um pastor!
O mesmo desafio te faço aqui: Antes de criticar o Apocalipse, seja honesto contigo mesmo e leia o seguinte artigo, uma resenha do Apocalipse, quase um livro, do autor Norbert Lieth, que reside na Suíça, o qual conheço pessoalmente e do mesmo já ouvi mais de dúzia de palestras em Congressos sobre Escatologia ao longo dos últimos quinze anos, inclusive em Jerusalém. Portanto, um autor, que posso afirmar, de confiança.
Apocalipse é o ápice de uma realidade mais decisiva da história humana revelada nas Escrituras. Foi permitido ao discípulo amado de Jesus, João, ter acesso à presença de Deus com o privilégio de ter o céu aberto diante de si e, se formos sinceros, também gostaríamos de, pessoalmente, ter assistido a toda aquela gloriosa visão celestial. Não é coisa de imaginação, fantasia ou qualquer outra afirmação incrédula ou duvidosa. Foi real para o Ap. João e continua sendo real até agora.
Apocalipse descreve a pessoa de Jesus, o qual todo crente, salvo em Cristo O verá em toda Sua Glória e NÃO NO SOFRIMENTO. Apocalipse descreve-O como é visto hoje no céu. Queres tu uma visão magnífica e mais gloriosa do que esta?! Se quiseres ter esta visão, entregue tua vida a Jesus hoje porque amanhã poderá ser tarde!
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Language: pt
Added: Nov 07, 2019
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No período pré-natalino na escola, o professor pergunta a um garoto:
— "0 que você mais gostaria de ganhar no Natal?
O garoto pensa num retrato emoldurado do pai dele, Ele não está mais
presente e o garoto sente sua falta. Ele responde baixinho: — "Gostaria que
meu pai saísse da moldura e voltasse a estar conosco". Jesus Cristo
retirou-se de nós e retornou ao céu. Na Bíblia temos sua imagem diante de nós,
mas virá o dia em que ele sairá da moldura do céu e retornará a nós. Até lá,
sentiremos saudades dele como o garoto por seu pai. O livro de Apocalipse
nos mostra como Jesus sai da moldura para entrar novamente em nosso
mundo.
Apocalipse é um livro de esperança. Esperança significa uma expectativa
feliz. O Senhor vitorioso certamente retornará e o reino de Deus com certeza
será estabelecido. Assim, Apocalipse trata do cumprimento do reino messiânico
anunciado no Antigo Testamento, nos evangelhos e nos primeiros capítulos do
livro de Atos dos Apóstolos.
"O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve fortes vozes nos céus, que
diziam: '0 reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo... Graças te
damos, Senhor Deus todo-poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu
grande poder e começaste a reinar" (Ap 11:15-17). "Aleluia! pois reina o
Senhor, o nosso Deus, o Todo-poderoso" (Ap 19.6).
Trata-se da reivindicação de poder do nosso Senhor Jesus Cristo. O
conteúdo do Apocalipse esclarece como Deus leva adiante a série dos profetas
do Antigo Testamento, principalmente em conexão com o livro de Daniel, mas
também com Ezequiel, Zacarias, Isaias e Moisés. O livro revela a trajetória
de Deus com Israel e as nações nos tempos finais. É o livro da
restauração de Israel e de todas as coisas: O cumprimento final das
declarações dos profetas.
"Mas, nos dias em que o sétimo anjo estiver para tocar sua trombeta, vai
cumprir-se o mistério de Deus, como ele o anunciou aos seus servos, os
profetas" (Ap 10:7). "O anjo me disse: 'Estas palavras são dignas de confiança
e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou o seu anjo
para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer. Eis que
venho em breve! Feliz é aquele que guarda as palavras da profecia deste livro"
(Ap 22:6-7). Assim o Apocalipse estabelece a relação com os profetas do Antigo
Testamento. De modo impressionante, ele nos expõe a fidelidade do Deus que
cumpre todas as promessas e chega com Israel ao alvo do reino messiânico.
O profeta Isaías enfatizou em sua época: "Mas Israel será salvo pelo
SENHOR com uma salvação eterna; vocês jamais serão envergonhados ou
constrangidos, por toda a eternidade" (Is 45:17). Clareza maior é impossível. E
essa declaração — bem como muitas outras similares — se cumprirá nos tempos
de Apocalipse. “Aquele que estava assentado no trono disse: 'Estou fazendo
novas todas as coisas!' E acrescentou: `Escreva isto, pois estas palavras são
verdadeiras e dignas de confiança'. Disse-me ainda: 'Está feito. Eu sou o Alfa e o
Omega, o Princípio e o Fim" (Ap 21:5-6a).
Pedro, que era o "apóstolo aos circuncisos [judeus]" (Gl 2:8). confirmou
essa verdade ao chamar o povo de Israel do seu tempo ao arrependimento
dizendo: "Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus
pecados sejam cancelados, para que venham tempos de descanso da parte do
Senhor, e ele mande o Cristo, o qual lhes foi designado, Jesus. É necessário que
ele permaneça no céu até que chegue o tempo em que Deus restaurará todas as
coisas, como falou há muito tempo. por meio dos seus santos profetas" (At
3:19-21).
Os israelitas não se arrependeram nos dias dos apóstolos, por isso, sua
restauração se dará somente quando chegar o tempo do arrependimento, e isso,
por sua vez, ocorrerá quando o Apocalipse começar a se cumprir.
O livro de Apocalipse tem um caráter inequivocamente hebreu. As
muitas visões, imagens, números, objetos e anjos lembram o Antigo
Testamento e Israel, e há inúmeros paralelos com as declarações proféticas da
antiga aliança. Os primeiros versículos do Apocalipse mostram sobre o que o
livro se concentra:
de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus
servos o que em breve há de acontecer. Ele enviou o seu
anjo para torná-la conhecida ao seu servo João" (Ap
1.1; cf. 22:6).
A palavra grega para revelação utilizada no texto original significa
"remover o véu" ou "descobrir" ([“apokalypsis”]=apocalipse). "Revelação" é
a primeira palavra neste livro. Revela-se o futuro, porque o Apocalipse todo é
profético. Ele nos mostra os planos de Deus para os últimos dias.
As "palavras desta profecia" (Ap 1.3; 22:7) são a "revelação de Jesus
Cristo" (Ap 1:1). Deus deu ao seu Filho glorificado a revelação de todos os
eventos finais. É sua revelação. A ele o Pai instituiu [Jesus] como Juiz e Rei (At
17:31). Deus Pai entregou todo o juízo a Deus Filho (Jo 5:22). O Apocalipse e
todos os eventos nele descritos não pertencem a nenhum outro senão a Jesus
Cristo. O fim está em Suas Mãos!
A IGREJA=[“ekklesia”] é o Corpo do Senhor Jesus Cristo. Por ocasião do
Apocalipse [quando os juízos de Deus se abaterem sobre o mundo dos ímpios] ,
ela estará arrebatada ao céu (1 Ts 4:13 — 5:9) e participará a partir do céu
dos eventos apocalípticos (cf. 1Co 6:2-3; Ap 1:16,20). "Quando Cristo, que é a
sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em
glória" [“E quando Cristo... for revelado ao mundo inteiro, vocês participarão
de sua glória” (NVT)] (Cl 3:4).
Deus Pai deu a revelação ao Filho para "mostrar aos seus servos", ou seja,
a revelação destina-se a mostrar aos servos de Deus nas igrejas "o que em breve
há de acontecer" (Ap 1:1,4; 22:6,16). A igreja deverá estar informada sobre o
plano de Deus (Ap 22:16). No entanto, trata-se também daqueles que viverão
como servos de Deus nos tempos apocalípticos. Para estes, esse registro será
infinitamente importante.
Na Antiga Aliança, Israel é chamado de "servo": "Cantem de alegria, ó
nações, como povo dele, pois ele vingará o sangue dos seus servos; retribuirá
com vingança aos seus adversários e fará propiciação por sua terra e por seu
povo" (Dt 32:43). E o Apocalipse diz: "Pois verdadeiros e justos são os seus
juízos. Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com a sua
prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos seus servos" (Ap 19.2; cf. Lv
25:42,55; Lc 1:54,69; Is 65:8-16). Foram principalmente os profetas e aqueles
que serviam dedicadamente a Deus no povo judeu que receberam o título de
"servo" (Ne 1:6; Lc 2:29; Ap 10:7; 11:18; 15:3). Os apóstolos também
chamavam a si mesmos de "servos" do Senhor (Fl 1:1; 2 Pe 1:1).
Nos discursos de Jesus sobre o fim dos tempos é frequente o termo "servo"
referindo-se a Israel (Mt 21:34-36; 22:3-4; 24:45-50; 25:14,19,21; Lc 12:38).
Já Apocalipse chama os 144.000 israelitas das doze tribos de "servos do nosso
Deus" (Ap 7:3). Também os mártires no céu recebem este título (Ap 6:11). Todo
o livro de Apocalipse dirige-se constantemente aos servos de Deus.
Pelo estilo do seu enunciado, Apocalipse 1:1 nos remete aos livros do
Antigo Testamento, como por exemplo, ao profeta Amós, que escreve:
"Certamente o SENHOR, o Soberano, não faz coisa alguma sem revelar o seu
plano aos seus servos, os profetas" (Am 3:7). É exatamente disso que o
Apocalipse trata.
O Apocalipse mostra aquilo "que em breve há de acontecer" (Ap 1:1), ou
seja, o que acontecerá "com brevidade". Trata-se de eventos em rápida
sequência, de um período compacto que, uma vez iniciado, se desenrolará
rapidamente. "Eu sou o SENHOR; na hora certa farei que isso aconteça
depressa" (Is 60:22).
Deus precisa julgar este mundo, e ele o fará por meio de Jesus Cristo.
Nosso Senhor punirá este mundo em tempo breve e rapidamente para então
estabelecer uma bênção longa e permanente. As dores de parto sobrevêm
subitamente, de forma muito violenta e, uma vez iniciadas, cada vez mais rápidas
[1]. No entanto, em comparação com uma vida humana, são breves. Assim
também se diz a respeito do sofrimento que os cristãos suportam: "Pois os
nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória
eterna que pesa mais do que todos eles" (2 Co 4:17).
Foi um anjo que "tornou conhecida" para João a revelação (Ap 1:1; cf.
22:16). Esse anjo é um mensageiro pessoal do Senhor que acompanha João no
decurso das suas visões e vai passando instruções. Mais tarde, João quer
adorá-Lo, o que, porém, o anjo recusa (Ap 19:9-10; 22:8-9,16).
Ou seja: Deus Pai confiou a revelação ao seu Filho. Jesus Cristo a
transmite ao seu anjo. Esse anjo a mostra a João. E João a registra para nós.
Por isso, ele diz de si mesmo que "dá testemunho de tudo o que viu, isto é, a
palavra de Deus [o Pai] e o testemunho de Jesus Cristo [o Filho]" (Ap 1:2).
João pode ter escrito a introdução de Apocalipse por último, já que está
redigida em tempo passado. Ou seja: primeiro João registrou as visões que o
anjo lhe transmitia da parte do Pai e do Filho e depois redigiu a introdução do
texto, antepondo-a a ele.
Anjos são espíritos serviçais para os eleitos, ou seja, para a igreja (Hb
1:14). Porém, com muita frequência apresentam-se anjos como servos e
portadores de mensagens para Israel (At 7:53; Gl 3:19; Hb 2:2). Hoje, na época
da graça, a igreja não é instruída por anjos, mas pelo Espírito Santo. Ocorre
até o contrário: não é a igreja que aprende com os anjos, mas anjos aprendem
da igreja: "A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a
multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades
nas regiões celestiais" (Ef 3:10; cf. 1 Pe 1:12).
O apóstolo Paulo até adverte a igreja a não seguir anjos: "Não
permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração
de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente
suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa" (Cl 2:18). Até hoje
continuam a surgir pessoas afirmando que algum anjo apareceu e transmitiu
mensagens ou visões para elas. Muitas vezes se gabam afirmando que Deus
teria enviado o anjo, mas isso é muito perigoso, porque "o próprio Satanás se
disfarça de anjo de luz" (2 Co 11:14).
Deus chama de "feliz" aquele que atenta para a revelação: "Feliz aquele
que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que
nela está escrito, porque o tempo está próximo” (Ap 1:3). A mesma mensagem
é repetida perto do final de Apocalipse: "Feliz é aquele que guarda as palavras
da profecia deste livro" (Ap 22:7b).
Não são poucos os cristãos e as igrejas que praticamente
rejeitam esta preciosa promessa ao não se ocuparem com Apocalipse. Pode
até parecer que muitos crentes não sabem ler direito e por isso entendem as
palavras do Senhor assim: "Feliz é aquele que não lê as palavras da profecia
e não as guarda, porque afinal aquilo ainda está longe”.
A doutrina da volta de Jesus Cristo e do estabelecimento do seu reino é um dos
principais temas da Bíblia. A Palavra de Deus fala cerca de três vezes mais sobre
sua volta do que sobre sua primeira vinda. Os apóstolos esperavam que o
Senhor Jesus retornasse ainda durante o seu período de vida. Por isso o
professor bíblico William MacDonald nos adverte: "Não basta nos apegarmos
à verdade sobre o retorno dele — é preciso que essa verdade se apegue a
nós": Deveríamos nos orientar com grande expectativa para a volta de Jesus!
O Apocalipse descreve o fim e o objetivo de Deus com sua Criação. Ela é o
ponto culminante do plano de Deus com o mundo por meio de Jesus Cristo. O
Apocalipse é o triunfo final dos efeitos da primeira vinda de Jesus, de sua morte e
ressurreição. Por isso se diz que ele é o primogênito dentre os mortos, tendo
dado o seu sangue para a redenção (Ap 1:5), que Ele é aquele que é, que era e
que virá (v. 4,8), que esteve morto mas vive, e possui a chave da morte (v.18).
"João às sete igrejas da província da Ásia: A vocês, graça e paz da parte
daquele que é, que era e que há de vir, dos sete espíritos que estão diante do seu
trono e de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e
o soberano dos reis da terra. Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por
meio do seu sangue, e nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e
Pai. A ele sejam glória e poder para todo o sempre! Amém" (Ap 1:4-6).
As sete igrejas são aquelas às quais se dirigem as sete cartas. Como o
número sete é um número da perfeição, ele aponta para a igreja inteira
de todos os tempos. Os sete espíritos são uma imagem da plenitude do
Espírito Santo, do seu sétuplo ministério (Is 11.2), também representado no
candelabro de sete braços, a Menorá (Zc 4:2-6). "O Espírito do SENHOR
repousará sobre ele, o Espírito que dá sabedoria e entendimento, o Espírito que
traz conselho e poder, o Espírito que dá conhecimento e temor do SENHOR" (Is
11:2).
Há quem defenda a idéia de que esses sete espíritos seriam sete seres
angelicais, já que as Escrituras também descrevem os anjos como espíritos (Hb
1:14), e, por se encontrarem diante do trono, parecem ocupar uma posição
subalterna. Isto não se pode afirmar do Espírito Santo, que, afinal, é Deus. (Ao
mesmo tempo, porém, também se poderia dizer que os sete espíritos diante do
trono realmente são equiparados a Deus, já que João transmite às igrejas "graça"
e "paz" igualmente do Pai, do Filho e dos sete espíritos.) Se, de acordo com o v.
20, as sete estrelas representam os anjos das sete igrejas e os sete candelabros,
as sete igrejas, os sete espíritos poderiam por isso talvez também indicar sete
anjos especiais enviados a todo o mundo (Ap 5:6). Ambas as interpretações —
plenitude do Espírito Santo ou sete príncipes angelicais — parecem razoáveis.
De qualquer forma, logo no primeiro capítulo, o Apocalipse deixa clara a
primazia e a natureza única do Senhor Jesus: Ele é o que é, era e há de vir. Ele é
Deus desde a eternidade. Ele esteve neste mundo e retornará (Ap 1:8). Quando ele
se intitula "o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Principio e o Fim" (Ap
22:13), ele mesmo se declara Deus, pois este é um título divino: "Eu sou o
primeiro e eu sou o último, além de mim não há Deus" (Is 44:6; cf. 41:4;
48:12). Deus se revelou em Cristo Jesus (Ap 4:9; 11:17).
Jesus é a testemunha fiel que nesta terra serviu como homem submisso a
Deus Pai (Is 55:4; Jo 4:34; Lc 22:42). Como tal, ele é o primogênito dentre os
mortos, que nunca mais morrerá (Cl 1:18). Ele é o soberano dos reis da terra, o
futuro soberano da terra. Por meio dele recebemos "graça", um favor
divino sem mérito nosso. Por meio dessa graça alcançamos "paz" com
Deus. Assim ele nos concede o seu amor por ter se entregado por nós e
derramado o seu sangue para o nosso perdão. E esse Jesus, nosso Senhor e
Redentor, voltará: "Eis que ele vem com as nuvens e todo olho o verá, até
mesmo aqueles que otraspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão
por causa dele. Assim será! Amém" (Ap 1:7).
Já no Antigo Testamento o profeta Daniel escreve que o Senhor voltará
com as nuvens (Dn 7:13). Cristo mesmo também testifica que retornará sobre
as nuvens do céu com poder e glória (Mt 24:30; 26:64). Uma nuvem o
recebeu quando subiu ao céu a partir do monte das Oliveiras (At 1.9-11), e da
mesma forma ele também retornará à terra (Zc 14:4). TODOS O VERÃO —
também e especialmente Israel, a saber: "todos os povos da terra" (Ap 1:7).
Esse enunciado deriva da profecia de Zacarias 12:10-12: "E derramarei sobre
a família de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de ação de
graças e de súplicas. Olharão para mim, aquele a quem traspassaram, e chorarão
por ele como quem chora a perda de um filho único e se lamentarão
amargamente por ele como quem lamenta a perda do filho mais velho. Naquele
dia, muitos chorarão em Jerusalém, como os que choraram em Hadade-Rimom no
vale de Megido. Todo o país chorará, separadamente cada família com suas
mulheres chorará: a família de Davi com suas mulheres, a família de Natã com
suas mulheres...”.
É por isso que Ap 1:7 aponta principalmente para Israel, o povo dos
judeus "que o traspassaram”: Deus derramará sobre eles um espírito de graça
e súplica, e eles se lamentarão sobre aquele Senhor (Zc 12.10; Mt 24:30) que
desprezaram tão completamente ao longo de dois milênios.
João recebe as visões de Apocalipse no "Dia Do Senhor": "No dia do
Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de
trombeta, que dizia: `Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete
igrejas: Éfeso, Es-mirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia"' (Ap
1.10-11).
Muitos enxergam nesse "Dia do Senhor" uma indicação para o domingo
como dia da ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, é mais provável que
João se refira aqui ao dia do juízo do Senhor, várias vezes citado nas
Escrituras Sagradas, o qual ele vivencia no espírito e no qual medita como
profeta. Esse dia ele viu (cf. Ap 4:2) Por isso, também Ap 1:11 instrui João a
escrever o que vê "no Espírito". O "Dia Do Senhor" é anunciado várias vezes no
Antigo e Novo Testamento como dia do juízo (Jl 1:15; 2:31; Is 13:6,9; Ml
4:5; 1 Ts 5:2; 2 Pe 3:10). Em Apocalipse esse dia se cumpre.
No Novo Testamento, o dia da ressurreição sempre é chamado de
"primeiro dia da semana" (Mt 28:1; At 20:7 etc.). Se João estivesse fazendo
referência ao dia da ressurreição, seria mais provável que usasse esse enunciado,
tal como consta no evangelho de João e como era prática dos outros autores
bíblicos da época (cf. Jo 20:1,19). Foi só mais tarde na história da igreja que o
termo "Dia Do Senhor" foi identificado com o dia da ressurreição e o domingo.
O contexto bíblico é sempre a chave para a interpretação.
Literalmente deveria ser dito: "Eu me encontrava no Espírito no dia
pertencente ao Senhor", ou "Encontrava-me no Espírito no dia do Senhor".
Trata-se do dia que pertence ao Senhor e que Deus transferiu ao seu Filho:
"Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu" (Ap 1:1). A revelação é o dia do
Senhor e pertence integralmente ao Senhor Jesus.
"... o Pai a ninguém julga, mas confiou todo julgamento ao
Filho. E deu-lhe autoridade para julgar, porque é o Filho do
homem" (Jo 5.22,27). É justamente como "Filho do homem"
que o Senhor é apresentado também em Ap 1:13 em
conexão com o "Dia Do Senhor". Cristo mesmo confirma
que esse dia futuro lhe pertence: "Pois o Filho do homem
no seu dia será como o relâmpago cujo brilho vai de uma
extremidade à outra do céu" (Lc 17:24).
Assim, o "Dia Do Senhor" é o dia que lhe pertence, e João vivencia esse
dia "no Espírito" como profeta. A expressão "no Espírito" remete ao profeta
Ezequiel, que teve a mesma experiência: "Então o Espírito de Deus ergueu-me
e em visão levou-me aos que estavam exilados na Babilônia. Findou-se então a
visão que eu havia tido" (Ez 11:24). E: "A mão do SENHOR estava sobre mim, e
por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos" (Ez 37:1).
“Voltei-me para ver quem falava comigo. Voltando-me, vi sete
candelabros de ouro e entre os candelabros alguém “semelhante a um
filho de homem’..:” (Ap 1:12-13).
Não encontramos nenhuma vez a expressão "Filho do homem" nas
cartas do apóstolo Paulo às igrejas; no entanto, a encontramos em Dn 7:13,
repetidamente nos evangelhos (quando o Senhor fala ao povo de Israel) e uma
vez em At 7:56 (nas últimas palavras de Estêvão ao povo judeu, quando estava
à morte). Hebreus 2:6 também menciona o "Filho do homem", mas ali se trata
de uma citação do Salmo 8 e se refere ao homem em geral.
O título "Filho do homem" refere-se ao REINADO TERRENO DO SENHOR. O
Apocalipse dirige-se à igreja, mas seu grande tema é o juízo sobre o mundo e
Israel (Ap 1:7).
Esse Filho do homem usa "uma veste que chegava aos seus pés e um
cinturão de ouro ao redor do peito. Sua cabeça e seus cabelos eram brancos
como a lã, tão brancos quanto a neve, e seus olhos eram como chama de fogo.
Seus pés eram como o bronze numa fornalha ardente e sua voz como o som de
muitas águas. Tinha em sua mão direita sete estrelas, e da sua boca saía uma
espada afiada de dois gumes. Sua face era como o sol quando brilha em todo o
seu fulgor" (Ap 1:13-16).
Essa descrição do Senhor Jesus reflete a imagem do Senhor no Antigo
Testamento (p. ex., em Sl 93; Dn 7:9; 10:5-6,9; Ez 1:1-2:2 etc.). 0 Apocalipse
é a continuação e o definitivo cumprimento de todas as
declarações dos profetas do Antigo Testamento. 0 teólogo Robert
Haldane disse certa vez a respeito disso: "Não se pode subtrair do povo de
Israel aquilo com que Ele [Deus] se comprometeu diante deles".
João vê símbolos daquilo que o Senhor é; de sua majestade, seus
ministérios e suas características. A longa veste expressa dignidade. 0
cinturão de ouro em torno do seu peito aponta para o sumo sacerdócio celeste,
divino e eterno. Sua cabeça branca e os cabelos brancos são como a luz
branca que apareceu na Shekinah, a nuvem da glória de Deus no
Tabernáculo. Além disso, a cor branca aponta para sua justiça incorruptível —
assim como o trono branco do juízo (Ap 20:11). Seus olhos como chama de
fogo indicam que seu olhar penetra e julga tudo. Só o que for "à prova
de fogo" poderá prevalecer diante dele: ouro, prata e pedras preciosas. "Sua
obra será mostrada, porque o Dia a trará à luz; pois será revelada pelo fogo,
que provará a qualidade da obra de cada um" (1 Co 3:13). "Nada, em toda a
criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante
dos olhos daquele a quem haveremos de prestar contas" (Hb 4:13).
Seus pés semelhantes ao bronze resplandecente como numa fornalha
ardente lembram o altar dos holocaustos. Deus mesmo é um fogo consumidor que
consome tudo que é anti-divino. Sua voz como a de muitas águas significa
que sua palavra preenche e domina tudo. Quando Cristo fala, tudo o mais
emudece.
As sete estrelas em sua mão direita simbolizam as sete igrejas destinatárias
da mensagem de Apocalipse (Ap 1:20). 0 que o Senhor segura em sua mão
direita pertence a ele e é somente ele que decide a respeito. Jesus é o braço
direito do Senhor, o braço da salvação e da redenção eterna. "Quem creu em
nossa mensagem? E a quem foi revelado o braço do SENHOR?" (Is 53:1).
Ninguém pode arrancar sua propriedade da sua mão (Jo 10:28-29).
A espada de dois gumes que sai da boca do Senhor simboliza o
quanto sua palavra é cortante. Ela separa e corta: "Pois a palavra de Deus é
viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até
o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e
as intenções do coração" (Hb 4:12). Sua palavra também julgará as nações
(Ap 19:15). E sua face, que brilha como o sol em seu poder, lembra-nos a
transfiguração do Senhor Jesus: "Ali ele foi transfigurado diante deles. Sua face
brilhou como o sol, e suas roupas se tornaram brancas como a luz" (Mt 17:2; cf.
2 Pe 1:16-21).
Essa linguagem figurada inspirada do Antigo Testamento também
nos mostra que o Apocalipse tem a ver com a redenção de Israel e o
retorno em glória do seu Messias Jesus.
"Quando o vi, caía aos seus pés como morto. Então ele colocou sua mão
direita sobre mim e disse: 'Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último. Sou
Aquele que Vive. Estive morto, mas agora estou vivo para todo o sempre! E
tenho as chaves da morte e do Hades" (Ap 1:17-18).
Você já viu alguma vez alguém tombando ao chão ao sofrer um infarto
cardíaco ou um ataque epiléptico? Foi mais ou menos o que aconteceu com
João — e, por sinal, da mesma maneira reagiram também Ezequiel e Daniel
diante da glória celeste (Ez 1:28-2:2; Dn 10:9). Homem nenhum pode prevalecer
diante do Deus vivo. Ninguém poderá permanecer ereto diante dele. Ninguém
poderá justificar-se. Ninguém poderá se impor. Desde a ressurreição do Senhor
Jesus, a morte precisa temê-lo.
Agora, porém, vemos a reação do Senhor diante daquele que crê nele e é
seu servo: "Então ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: 'Não tenha
medo" (Ap 1:17). Todos os salvos por Jesus Cristo podem considerar-se felizes.
Esses não precisam ter medo de Deus. Eles são erguidos e consolados.
Ele, o Primeiro e o Último e de natureza divina (Ap 1:8) — que ressuscitou
dos mortos, que vive de eternidade a eternidade, que tem nas mãos o poder
sobre a morte, a quem pertence a revelação e que tem autoridade sobre todos
os eventos futuros — guarda e consola todos os que lhe pertencem. Eles
não precisam temer. A vida e a morte deles estão em suas mãos. Eles não
estão abandonados ao destino. Pertencem a Ele e ao seu mundo.
Para o crente em Jesus Cristo, isso significa que, aconteça o que acontecer,
sejam quais forem suas experiências, não há o que temer! Assim, João recebe a
seguinte ordem: "Escreva, pois, as coisas que você viu, tanto as presentes como
as que acontecerão. Este é o mistério das sete estrelas que você viu em minha
mão direita e dos sete candelabros: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas,
e os sete candelabros são as sete igrejas" (Ap 1:19-20).
O v. 19 marca como o Apocalipse divide a si mesmo: "as coisas que você
viu" abrangem o capítulo 1; "as presentes", os capítulos 2-3; e "as que
acontecerão", os capítulos 4-22. Isto nos mostra que somos chamados e
vocacionados a anunciar tudo o que Deus determinou — Seu evangelho e a
palavra bíblico-profética do seu retorno, até que ele venha: "Aquele
que dá testemunho destas coisas diz: 'Sim, venho em breve!' Amém. Vem,
Senhor Jesus!" (Ap 22: 20).
[1] “Não tivessem aqueles dias [os três anos e meio últimos do período de sete
anos da Grande Tribulação, período de tão intenso sofrimento criado pela ira de
Deus que se torna insuportável. Será um tempo de catastrofes como nunca
houvera antes (Ap 6:15-17] sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por
causa dos escolhidos [os salvos durante o período da Grande Tribulação], tais
dias serão abreviados” (Mt 24:22/ARA) — (Observação por P. Nelson Pereira).
(Norbert Lieth, Quais São As Ênfases do Apocalipse, Agosto/ 2018, Ano 49, Nº 08, Revista
Chamada da Meia Noite).
LEITURA SUPLEMENTAR
No endereço (Url) a seguir, você pode ler um artigo resumido do
Apocalipse: https://bit.ly/33dYsrI