finalmente//Eu me identificar”; “Chega no morro”. Tais trechos nos mostram que essa mãe mora na
periferia, ao utilizar a palavra ‘morro’, e que ela sequer tinha documentos, embora já mais madura. Além
disso, quando ela diz: “E eu não tinha nem nome//Pra lhe dar”, o ‘nem’ revela que havia outras coisas,
além do nome, que ela também não podia dar ao filho, como, por exemplo, comida, escola, qualidade de
vida.
4) Os trechos “como fui levando” e “fui assim levando” denotam que a mãe foi criando o filho sem ter boas
condições financeiras. Nessas expressões, o verbo ‘levar’ se relaciona à criação do filho, ao modo como
ela ia sobrevivendo. Já no trecho “Ele a me levar”, o verbo ‘levar’ apresenta outros sentidos, o sentido de
que o filho ajudava a mãe em casa e também no sentido de que ele a enganava, ato ao que, popularmente,
referimo-nos por meio de expressões como: “levar no bico/no papo/na lábia”.
5) A expressão “Chegar lá”, muito comum na nossa sociedade, significa ascender socialmente,
financeiramente e, talvez, intelectualmente, ou seja, chegar em um patamar que nos permite ter boa
qualidade de vida. Além disso, pessoas que ‘chegam lá’, pessoas bem sucedidas costumam aparecer no
jornal. Na letra d’O meu guri, a expressão diz respeito a uma ascensão social, entretanto, para ascender
socialmente, o guri se valia de meios ilícitos, que vão contra as regras sociais, ou seja, ele queria ter
qualidade de vida sem esforço, queria ganhar dinheiro facilmente.
6) Não. Ora ela aprece com o sentido de “Olha bem”, “Preste atenção”, ora com o sentido de “Olhe na
fotografia”.
7) A mãe enxerga de forma inocente o “trabalho” do filho. Ao vê-lo sair de casa sempre muito cedo, chegar
sempre cansado, suado e com muitas coisas para a casa, ela imaginava que ele era um rapaz cujo trabalho
era honesto, o que, na verdade, não era
8) Aparentemente, sim. Uma vez que ele sempre sai de casa cedo, o que é comum na vida de muitos
trabalhadores, e sempre chega cansado e suado, uma característica muito associada, nos dias de hoje, a
pessoas que trabalham muito, arduamente. Por outro lado, é possível desconfiar do “trabalho” desse guri,
uma vez que, em momento algum se fala onde ele trabalha, com o que ele trabalha, e , ainda assim, ele
sempre chega com artigos de valor em casa.
9) Nessa questão, o professor deve levar os alunos a problematizarem a postura dessa mãe, ou seja, julgarem
se ela agia corretamente, se ela sabia, de fato, ou não das coisas que o filho fazia e se, hoje, é possível
existir uma mãe assim, com essa postura.
10) A princípio, pode se imaginar que o guri chega suado por ter trabalhado muito, isso porque a palavra
‘batente’ é associada a trabalho. Entretanto, quando se diz que ele chegava suado e veloz, isso pode
significar que ele estava fugindo, ou da polícia ou de outras pessoas, já que roubava. Mas, para a mãe, ele
vinha do ‘batente’, e, como a história da música é contada sob a perspectiva da mãe, utilizou-se a palavra
‘batente’ para se referir ao “trabalho” pesado que o guri desempenhava.
11) A palavra mostra que a mãe, dada sua situação socioeconômica, ainda não tinha documentos. O
‘finalmente’ nos mostra que essa identificação vem de forma tardia, já que o natural é termos essa
identificação desde crianças.
12) Trata-se de uma cena em que a mãe vê o filho morto no jornal. Provavelmente em uma tentativa de fuga, o
filho não escapara e fora morto. Por isso, o nome dele e a manchete noticiando o fato no jornal.
13) Porque o guri era menor de idade. Quando se é menor de idade, em casos policiais, não se podem divulgar
o nome da pessoa nem a imagem nítida de seu rosto em meios de comunicação.