ONDE ESTÃO AS MOEDAS? COM COMENTÁRIOS

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About This Presentation

O texto de Garriga celebra a vida sem subtrair seu realismo, diferente de uma psicologia positiva artificial. Oferece novas perspectivas para a alma, tanto para os que sofrem ao pensar em seus pais, quanto para os que fazem com gratidão ou estão em processo de aceitação deles como são. Fala a l...


Slide Content

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 2 ]
CONTRIBUIÇÃO PARA ESTA MISSÃO
Esta versão do meu livro está disponível gratuitamente na
internet. Se você a leu, gostou e lhe edificou, peço que faça uma
doação ao meu ministério fazendo um pix, nem que seja de
um dólar [ou cinco reais BR],
assim continuaremos produzindo livros que edifiquem:
PIX
Valdemir Mota de Menezes,
Banco do Brasil
CPF 069 925 388 88
Este material literário do autor não tem fins lucrativos, nem
lhe gera quaisquer tipos de receita. Sua satisfação consiste em
contribuir para o bem da educação uma melhor qualidade de vida
para todos os homens e seres vivos, e para glorificar o único Deus
Todo-Poderoso.

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 3 ]
FINALIDADE DESTA OBRA
Este livro como os demais por mim publicados tem
o intuito de levar os homens a se tornarem melhores, a
amar a Deus acima de tudo e ao próximo com a si mesmo.
Minhas obras não têm a finalidade de entretenimento, mas
de provocar a reflexão sobre a nossa existência. Em Deus
há resposta para tudo, mas a caminhada para o
conhecimento é gradual e não alcançaremos respostas
para tudo, porque nossa mente não tem espaço livre
suficiente para suportar. Mas neste livro você encontrará
algumas respostas para alguns dos dilemas de nossa
existência.
AUTOR: Escriba de Cristo é licenciado em Ciências
Biológicas e História pela Universidade Metropolitana de Santos;
possui curso superior em Gestão de Empresas pela UNIMONTE de
Santos; é Bacharel em Teologia pela Faculdade das Assembléias de
Deus de Santos; tem formação Técnica em Polícia Judiciária pela USP
e dois diplomas de Harvard University dos EUA sobre Epístolas
Paulinas e Manuscritos da Idade Média. Radialista profissional pelo
SENAC de Santos, reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Nasceu
em Itabaiana/SE, em 1969. Em 1990 fundou o Centro de Evangelismo
Universal; hoje se dedica a escrever livros e ao ministério de
intercessão. Não tendo interesse em dar palestras ou participar de
eventos, evitando convívio social.

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[ 4 ]
CONTATO:
Whatsapp Central de Ensinos Bíblicos com áudios,
palestras e textos do Escriba de Cristo
Grupo de estudo no whatsapp
55 13 996220766 com o Escriba de Cristo
E-MAIL: [email protected]

Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)




M543 Joan Garrida Bacardí e Escriba de Cristo,
Central de Ensinos Bíblicos
1969 –

Onde estão as moedas? [Com comentários]
Pedro de Toledo/SP, Livrorama
Bibliomundi, Amazon.com, 2022, 100 p. ; 21 cm

ISBN: 9798368367149 Edição 1°

1. Teologia 2. Bíblia 3. Psicologia
4. Relações pais e filhos 5. Maldições hereditárias

CDD 150

CDU 159. 9

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 5 ]

Conteúdo
INTRODUÇÃO ...................................................................... 6
DEDICATÓRIA ..................................................................... 8
CAPÍTULO 1 ......................................................................... 12
CAPÍTULO 2 ........................................................................ 23
CAPÍTULO 3 ........................................................................ 32
CAPÍTULO 4 ........................................................................ 42
CAPÍTULO 5 ........................................................................ 58
CAPÍTULO 6 ........................................................................ 72
CAPÍTULO 7 ........................................................................ 78
QUEM É O AUTOR? ........................................................... 85
CONCLUSÃO ....................................................................... 88

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 6 ]
INTRODUÇÃO

O texto de Garriga celebra a vida sem subtrair seu
realismo, diferente de uma psicologia positiva artificial.
Oferece novas perspectivas para a alma, tanto para os que
sofrem ao pensar em seus pais, quanto para os que fazem
com gratidão ou estão em processo de aceitação deles
como são. Fala a linguagem da reconciliação e da paz,
mostrando o poder do amor e o caminho para integrar e
superar as feridas que impedem a plenitude da própria
vida.

Muitas vezes, passamos procurando fora aquilo
que precisamos buscar dentro de nós. Muitas vezes,
achamos que podemos tapar “buracos emocionais” com
tapetes bonitos, borrifando perfume num ambiente velho e
empoeirado. Muitos tendem a querer preencher os seus
vazios internos com coisas, pessoas, trabalho,
relacionamentos, vícios, enfim, tudo para evitar a dor,
evitar olhar para a raiz da verdadeira ferida.


Quando a vida vem e nos torce como um pano
depois de lavado pela tempestade, nos chacoalha como se
fôssemos colocados no liquidificador ou mesmo nos faz
olhar para algo de novo que está logo ali, à nossa frente,
mas insistimos em não querer ver – seja por medo, por
inconsciência ou por autodefesa – somos obrigados a
encarar aquilo que estávamos negando.

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[ 7 ]
A cura geralmente vem em seguida desse
movimento: a paz depois da turbulência, mas vamos
precisar passar pela tempestade, estar conscientes dos
padrões que ainda nos assolam e nos impedem de fluir
com mais leveza em tudo. A cura pressupõe integração –
levar luz àquilo que estava obscurecido, trazer à
consciência o que estava inconsciente. E com isso o novo
está ali, bem perto, já nos chamando ao pé do ouvido.



O que nos resta, então? A não resistência à
mudança, o movimento mesmo em meio à algo que não

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[ 8 ]
podemos mudar – a ação no recolhimento – a entrega com
presença e sem subserviência, mas com o fluir de uma
folha ao vento, rumo à direção certa: o caminho do nosso
coração, o resgate da nossa criança interior.

Mesmo que tenhamos pais difíceis, traumatizados
ou problemáticos, ainda assim continuam sendo aqueles
que nos trouxeram à vida. Essa é a verdadeira gratidão e
a maior herança que podemos receber. O que nos resta é
trabalharmos essa imagem interiormente, não importa o
tempo que leve, curando a nossa criança interior. Nos
compete encontrarmos um ponto de e quilíbrio no
relacionamento em meio a situação como ela é, dentro dos
nossos limites, seja numa convivência próxima, seja
mantendo uma distância saudável.

Onde estiverem as suas moedas, estará também a
sua criança interior e o fluxo sadio do amor que pode ter se
perdido: a cura para as suas feridas. Que essa história
possa inspirar, gerar clareza e ajudar você a resgatá-la,
uma parte de nós que sempre nos chama quando nos
sentimos desconectados da vida, que nos pede por mais
honestidade, cuidado e amor.
DEDICATÓRIA

A meus pais, claro, e a seus pais, e aos pais de
seus pais. A todos aqueles que transferiram intactas, até

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[ 9 ]
chegar a mim, a chama da vida e as moedas justas para
uma vida com alma, alegria e sentido.


EM UMA NOITE QUALQUER, de uma época
qualquer, alguém teve um sonho: sonhou que recebia
algumas moedas das mãos de seus pais. Não sabemos se
eram muitas ou poucas, se eram milhares, centenas, uma
dezena ou apenas um par. Também desconhecemos o
metal de que eram feitas, se ouro, prata, bronze ou talvez
ferro. Enquanto sonhava que seus pais lhe entregavam as
moedas, esse indivíduo teve uma sensação de calor em
seu peito. Foi invadido por uma grande alegria. Estava

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[ 10 ]
contente, encheu-se de ternura e dormiu serenamente o
restante da noite. Na manhã seguinte, quando despertou,
a sensação de serenidade e satisfação persistia. Então,
decidiu caminhar até a casa de seus pais. Quando ali
chegou, olhou-lhes nos olhos e disse: "Na noite passada,
vocês vieram até mim em sonho e depositaram em minhas
mãos algumas moedas. Não me lembro se eram muitas ou
poucas. Também não sei de que metal eram feitas, se
eram de metal precioso ou não. Não importa, porque me
sinto pleno e feliz. E venho lhes dizer: Obrigado, elas são
suficientes. São as moedas de que necessito e as que
mereço. Assim, eu as tomo com gosto, pois vêm de vocês.
Com elas serei capaz de seguir meu próprio caminho." Ao
ouvir isso, os pais, que como todos os pais se
engrandecem por meio do reconhecimento dos filhos,
sentiram-se ainda maiores e generosos. Interiormente
sentiram que podiam seguir dando a seu filho, porque a
capacidade de receber amplia a grandeza e o desejo de
dar. Então, disseram: "Você é um bom filho. Pode ficar com
todas as moedas, pois pertencem a você. Pode gastá-las
como quiser, e não precisa devolvê-las. São seu legado,
único e pessoal, são para você.

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[ 11 ]


Então o filho também se sentiu grande e pleno.
Descobriu- se completo e rico e pôde em paz deixar a casa
dos pais. Na medida em que se afastava, andava com
firmeza, com os pés firmes sobre o solo. Seu corpo
também estava bem situado no solo, e diante de seus olhos
um caminho claro e um horizonte promissor se abriam.
Enquanto percorria o caminho da vida, foi encontrando
pessoas diferentes, que o acompanhavam durante um
trecho, às vezes mais longo, às vezes mais curto. Alguns
o acompanharam pela vida toda. Eram sócios, amigos,
companheiros, vizinhos, colaboradores e inclusive
adversários. Em geral, o caminho se apresentava sereno,
agradável, em sintonia com seu espírito e com sua

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[ 12 ]
natureza pessoal. E, ainda que não estivesse livre dos
pesares naturais impostos pela vida, o sentia como o
caminho de sua vida. De vez em quando, olhava para trás,
para seus pais, e relembrava com gratidão as moedas
recebidas. E, quando observava o transcurso de sua vida
ou olhava para seus filhos ou se recordava de tudo que
conquistou no âmbito pessoal, familiar, profissional, social
ou espiritual, a imagem de seus pais surgia e ele se dava
conta de que tudo aquilo fora possível graças ao que havia
recebido deles, e que com seu êxito e com suas conquistas
os honrava. Dizia a si mesmo: Não há fertilizante melhor
que as próprias origens, e então seu peito voltava a se
encher da mesma sensação abrangente que lhe havia
preenchido na noite em que sonhou que recebia as
moedas.

CAPÍTULO 1

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[ 13 ]

OUTRA NOITE QUALQUER, de outro tempo
qualquer, outra pessoa teve o mesmo sonho, já que, cedo
ou tarde, todos chegamos a ter esse mesmo sonho.
Vinham seus pais e depositavam algumas moedas em
suas mãos. Nesse caso, também não sabemos se eram
muitas ou poucas, se eram milhares, centenas, uma
dezena ou apenas um par. Não sabemos de que metal
eram feitas, se de ouro, prata, bronze, ou ferro...
Ao sonhar que recebia em suas mãos as moedas
de seus pais, a pessoa sentiu certo incômodo. Sentiu-se
invadida por uma amarga inquietude, por uma sensação de

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[ 14 ]
tormento e um dilacerante mal-estar. Dormiu o restante da
noite remexendo-se agitado entre os lençóis. Ao despertar,
o indivíduo, ainda agitado, sentiu um incômodo que parecia
raiva, mas que também tinha algo de queixa e
ressentimento. Sua expressão era de sofrimento e
inconformismo. Revoltado e ligeiramente envergonhado,
decidiu caminhar até a casa de seus pais. Ao chegar,
olhando-os de soslaio disse: "Na noite passada, vocês
vieram a mim em sonhos e me entregaram algumas
moedas. Não sei se eram muitas ou poucas, também
desconheço de que metal eram feitas, se eram de metal
precioso ou não. Não importa, porque me sinto vazio,
prejudicado, ferido. Venho lhes dizer que suas moedas não
são boas nem suficientes. Não são as moedas de que
necessito nem as que mereço, nem a s que me
correspondem. Portanto, não quero e não aceito, ainda que
tenham vindo de vocês e que cheguem a mim por meio de
vocês. Com elas meu caminho seria muito duro ou muito
triste e eu não conseguiria ir longe. Caminharei sem as
suas moedas." E os pais, que como todos os pais se
sentem menores e sofrem quando não têm o
reconhecimento dos filhos, retiraram-se diminuídos e

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[ 15 ]
tristes para o interior da casa. Com desgosto e angústia,
compreenderam que podiam dar ainda menos do que
haviam dado àquele filho, porque, diante da dificuldade de
aceitar e receber, a grandeza e o desejo de dar se fazem
pequenos e definham. Fizeram silêncio, confiando que,
com o passar do tempo e a sabedoria que a vida traz,
talvez chegassem a endireitar os rumos falidos do filho. É
estranho o que aconteceu em seguida. Após ter
pronunciado aquelas palavras perante os pais, o filho se
sentiu impetuosamente forte, mais forte do que nunca.
Tratava-se de uma força extraordinária: a força feroz,
teimosa e gigante que surge da oposição aos feitos e às
pessoas. Não se tratava de uma força genuína, como a que
resulta da aceitação dos acontecimentos e está em
concordância com as transformações da vida, mas de uma
força apaixonada e intensa. Era o tipo de força que
configura a paisagem do sofrimento humano, aquela em
que as pessoas tratam de se apoiar quando precisam de
coragem e de humildade suficientes para aceitar a
realidade tal como ela é e a nossos pais tal como são.
A falsa força que nos concede a oposição das
coisas, o ressentimento para com as pessoas e a postura

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[ 16 ]
de vítimas diante dos fatos vividos. Com o tempo, essa
pessoa aprenderá que nenhum sofrimento concede
direitos, nenhuma postura existencial edificada sobre
feridas concede merecimentos e que o único sentido
desse sofrimento, que não é dor, é fazer sofrer os demais,
já que unicamente a dor genuína desperta a compaixão.



Mas, naquele dia, o indivíduo abandonou a casa
dos pais dizendo a si mesmo: Nunca mais. Sentia-se forte,
mas também vazio e vulnerável. Ainda que desejasse, não

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[ 17 ]
conseguia ficar em paz. Na medida em que se afastava da
casa de seus pais, sentiu seus pés se elevarem alguns
centímetros do solo e seu corpo, um tanto flutuante, não
podia se aperceber de seu peso real. E sentiu algo ainda
mais surpreendente: cada vez que abria os olhos, tinha a
impressão de que via a mesma coisa, um horizonte fixo e
estático. O indivíduo foi desenvolvendo uma sensibilidade
especial. Assim, quando encontrava alguém ao longo do
caminho, o contemplava com uma enorme esperança e,
inconscientemente, se perguntava: "Será essa a pessoa
que tem as moedas que mereço, das quais necessito e que
me correspondem, as moedas que não aceitei de meus
pais porque eles não souberam me concedê -las de
maneira justa e conveniente? Será essa a pessoa que tem
o que mereço?" Em certa ocasião, a resposta foi afirmativa,
e tudo pareceu fantástico. O indivíduo se apaixonou e
sentiu que tudo à sua volta era maravilhoso. E, sem se dar
conta, começou a esperar que o outro tivesse e lhe desse
aquilo que não aceitara de seus pais. Contudo, ainda que
a esperança de encontrar as moedas lhe resultara a
princípio inebriante, quando a paixão acabou se
convertendo em uma relação e a relação durou tempo

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 18 ]
suficiente, o indivíduo descobriu que o outro não tinha o
que lhe faltava, ou seja, aquelas moedas que não havia
aceitado de seus pais. "Que pena!", disse. E então se
queixou amargamente de sua má sorte, culpando o
destino.

Ele se sentiu desenganado, submetido a um
tormento emocional que tomou forma de desespero,
desgosto, crise, turbulência, enfado, frustração. É que,
embora ainda não soubesse, o outro só podia lhe dar
aquilo que tinha e aquilo que lhe correspondia por sua
posição, ainda que queira lhe dar tudo e o ame
plenamente, pois um casal é uma relação entre adultos
fundamentada na igualdade de classe, na troca equilibrada

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[ 19 ]
e na sexualidade. Em certo momento de sua vida, esta
pessoa teve um filho, e seu desgosto se tornou mais doce
e esperançoso, mais moderado. Então, tornou a se
perguntar:
"Será que este filho tão amado que espero tem as
moedas que mereço, das quais necessito e que me
correspondem, aquelas que não aceitei de meus pais
porque não souberam me dar de maneira justa e
conveniente? Será este o ser que tem aquilo que mereço?"
Quando respondeu novamente que sim, foi maravilhoso,
formidável, e o indivíduo começou a sentir um vínculo
especial com aquele filho, um vínculo assombroso, muito
estreito, cheio de expectativas e anseios. De maneira
inconsciente, a pessoa estava convencida de que o filho
tinha as moedas de que necessitava e não tardaria em lhe
dar.
Mas passou o tempo, e o filho, como a maioria dos
filhos, desejou ter vida própria e pôr em prática seus
propósitos de vida independentes. Amava a seus pais e
desejava fazer o melhor por eles, mas a pressão de ter uma
vida própria lhe resultam exigente, imperiosa e
avassaladora como a sexualidade. Assim, o indivíduo um

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[ 20 ]
dia compreendeu que tampouco o filho tinha as moedas de
que necessitava, que merecia e lhe correspondiam.
Sentindo-se mais vazio, órfão e desorientado que
nunca, entrou em crise. Adoeceu. Estava na fase média da
vida e se encontrava de uma forma que nenhum
argumento já o sustentava, nenhuma razão o acalmava.
Sentiu seu interior se quebrar e gritou:
"SOCORRO!" Havia tanta urgência em seu tom de voz!
Seu rosto estava tão desfigurado! Nada o acalmava, nada
podia confortá-lo. E o que ele fez? Foi a um terapeuta. O
terapeuta prontamente o recebeu. Olhou profunda e
pausadamente para o indivíduo e disse: "Eu não tenho as
moedas." O terapeuta viu nos olhos de seu paciente que
ele continuava buscando as moedas no lugar errado e que,
no fundo, desejava se equivocar mais uma vez. Ele sabia
que as pessoas desejam mudar, mas também que lhes
custa dar o braço a torcer, não tanto por dignidade, mas
por teimosia e costume. Mas o terapeuta, que sabia que
não tinha as moedas em mãos, pensou: Amo e respeito
melhor meus pacientes quando também posso fazer o
mesmo com seus pais e com sua realidade tal como é.

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 21 ]


Ajudo quando sou amigo das moedas que lhes
cabem, quaisquer que sejam. Na realidade, aquele
terapeuta já vira muitas pessoas em situações similares e
sabia que o paciente, e o menino que segue vivendo em
seu interior, continua amando profundamente seus pais e
lhes guarda lealdade, ainda que o ardor das feridas e
outras causas lhe impeçam de aceitar suas moedas. É que,
nas profundezas da alma, ainda que o filho reprove seus
pais, também se identifica com eles.
E, quando não pode acolhê -los e amá-los,
tampouco consegue amar a si mesmo. Por isso, seu
enfoque é o amor a tudo e a todos. Naquela primeira visita,

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 22 ]
o terapeuta acrescentou: "Eu não tenho as moedas, mas
sei onde estão e podemos trabalhar juntos para que
também você descubra onde estão e como pegá -las".
Então, o terapeuta trabalhou com esse indivíduo e lhe
mostrou que durante muitos anos ele tivera um problema
de visão, um problema óptico, um problema de
perspectiva. Tivera dificuldades para ver claramente. Só
isso. O terapeuta o ajudou a ajustar o foco e a regular seu
olhar, a perceber a realidade de outra maneira, a partir de
uma perspectiva mais clara, mais centrada e mais aberta
aos propósitos da vida. Uma maneira menos dependente
dos desejos pessoais do pequeno eu que sempre tenta nos
governar.
Um dia, enquanto esperava pelo paciente, o
terapeuta pensou que havia chegado o momento de dizer,
por fim e claramente, onde estavam as moedas. E, nesse
mesmo dia, como que por encanto, o paciente chegou com
outra coloração de pele. As feições de seu rosto haviam se
suavizado. E disse: "Sei onde estão as moedas. Continuam
com meus pais." Primeiro soluçou, em seguida chorou
abertamente. Depois veio o alívio, a paz e a sensação de
calor no peito. Por fim! Então, dirigiu-se novamente, como

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[ 23 ]
anos atrás, à casa de seus pais. Quando ali chegou, olhou-
lhes nos olhos e disse: "Durante todos estes anos tive um
problema de visão, uma perspectiva ilusória. Não via
claramente. Sinto muito. Agora posso ver e venho dizer-
lhes que aquelas moedas que recebi de vocês em sonhos
são as melhores moedas possíveis para mim. São
suficientes e me correspondem. São as moedas que
mereço e são adequadas para que eu possa seguir
adiante. Venho lhes agradecer. As aceito com gosto,
porque vêm de vocês, e com elas posso seguir trilhando
meu próprio caminho."

CAPÍTULO 2

Neste livro, o autor nos encoraja a “aceitar as
moedas” de nossos pais, co mo um processo de
reconciliação profunda com a vida e com a gente mesmo.

[Há uma razão poderosa que pode nos levar a
iniciar a tarefa de restaurar o amor por nossos pais: só
conseguiremos nos amar quando os amarmos e os

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[ 24 ]
honrarmos. No mais profundo de cada um de nós, por mais
graves que sejam as feridas, os filhos seguem sendo leais
a seus pais e inevitavelmente os tomam como modelos e
os interiorizam. De algum modo, conectam-se com uma
força que os faz ser como eles. Por isso, quando são
capazes de amá-los, honrá-los, dignificá-los e respeitá-los,
podem fazer a mesma coisa consigo mesmos e ser livres…
Muito simples: o que reprovamos nos aprisiona, e só o que
amamos nos liberta.]
Então os pais, que como todos os pais se
engrandecem pelo reconhecimento dos filhos, voltaram a
florescer, e o amor e a generosidade fluíram novamente
com facilidade. O filho voltava a ser filho plenamente
porque era capaz de aceitá-los. Os pais, sorridentes, o
olharam com ternura e responderam: "É um bom filho.
Pode ficar com todas as moedas, pois lhe pertencem. Pode
gastá-las como quiser e não é preciso devolvê-las. São seu
legado, único e pessoal, para você. Pode ter uma vida
plena.” Então, o filho também sentiu grande e pleno.
Percebeu-se completo e rico e pôde por fim deixar em paz
a casa dos pais. A medida que se afastava, sentiu os pés
firmes pisando intensamente no solo, seu corpo também

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[ 25 ]
assentado na terra e os olhos voltados para um caminho
claro e um horizonte promissor. Também sentiu algo
estranho: perdera a força impetuosa que se alimentava do
ressentimento, do vitimismo e do excesso de conformismo,
mas agora tinha uma força simples e tranquila, uma força
natural. Percorrendo o caminho que restava de sua vida,
encontrou outras pessoas com as quais caminhou lado a
lado, como acompanhante, durante um trecho, às vezes
longo, às vezes curto, outras, para sempre. Sócios,
amigos, casais, vizinhos, companheiros, colaboradores,
inclusive adversários. Em geral, seu caminho foi sereno,
prazeroso, em sintonia com seu espírito e com sua
natureza pessoal. Tampouco esteve isento dos pesares
naturais impostos pela vida, mas sentia que aquele sim era
o caminho de sua vida. Um dia se aproximou da pessoa
pela qual havia se apaixonado crendo que ela tinha as
moedas e disse: "Durante muito tempo tive um problema
de visão, e agora que enxergo claramente lhe digo: Sinto
muito, esperei demais dessa relação. Foram demasiadas
as minhas expectativas, e sei que isso foi uma carga muito
pesada para você e agora a assumo. Tomo consciência e
a libero. Assim, o amor que tivemos pode seguir fluindo.

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[ 26 ]
Agradeço. Agora tenho minhas próprias moedas." Em
outro momento foi até seu filho e disse: "Você pode aceitar
todas as minhas moedas, porque eu sou uma pessoa rica
e completa. Agora já peguei as minhas de meus pais."


Sim, é uma parábola com o filho pródigo...na
verdade é neste sentido que Bert Hellinger fala do dar e
receber, da troca entre pais e filhos. Joan Garriga soube de
forma sutil e clara colocar isto em um conto e depois
debater o assunto em seu livro. Bert Hellinger fala das
Ordens do Amor, e entre estas, pertencimento, hierarquia
e equilíbrio entre dar e tomar.

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[ 27 ]

Então o filho se tranquilizou, se fez pequeno em
respeito a ele e se sentiu livre para seguir seu próprio
caminho e aceitar suas próprias moedas. Ao fim de seu
longo caminho, o indivíduo se deteve a repassar a vida
vivida, o amado e o sofrido, o construído e o danificado. A
tudo e a todos conseguiu dar um bom lugar em sua alma.
Acolheu a todos com doçura e pensou: Tudo tem sua hora
na vida: a hora de chegar, a hora de permanecer e de
partir. Uma metade da vida é para subir a montanha e gritar
aos quatro ventos "Eu existo!" E a outra metade é para o
declínio até o vazio, onde tudo é desprender-se, alegrar-se
e celebrar. A vida tem seus assuntos e seus ritmos sem
deixar de ser o sonho que sonhamos.
[O autor fala muito das heranças que recebemos
dos pais. De pegar o que eles nos oferecem porque
certamente era tudo que eles podiam nos oferecer. Ser
gratos a essa oferta e nos preparar para fazer com elas o
que é melhor para nós, investir de maneira que a colheita
seja proveitosa, e sempre lembrar que teremos que dar a
parte de nossos filhos.]

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 28 ]


Breve ensaio sobre o conto das moedas ESPERO
QUE ESSA BREVE HISTÓRIA, como acontece com a
maioria dos contos, lhe tenha sido provocadora. Suas
várias linhas de significado podem ter tocado alguma fibra
de seu ser e ter lhe causado tristeza ou alegria, raiva ou,
pelo contrário, paz interior. Cada pessoa terá suas próprias
reflexões ou sentimentos, tirará inclusive suas próprias
conclusões. Visto que o conto mais evoca que explica,
proponho-lhe que continue lendo para entender melhor,
para descobrir coisas que talvez lhe tenham escapado ou
confirmar que suas emoções tinham pleno sentido. Ainda
que este breve ensaio não seja fundamental para desfrutar
e aprender o que diz "Onde estão as moedas?" (o conto
funciona por si só), me atrevo a dizer que nesse tipo de

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 29 ]
anexo explicativo o leitor encontrará clareza e
desenvolvimento das mensagens, dos principais
ensinamentos, de sua moral, enfim, ainda que se trate de
uma moral desprovida de moral (valha o paradoxo), pois
não se trata de adestrar ninguém de acordo com um ou
outro comportamento, mas oferecer caminhos de reflexão
e entendimento que promovam maior felicidade em nossas
relações. Estruturei este breve ensaio à minha imagem e
semelhança, ou seja, ele não conta com uma estrutura
clássica de teses, antíteses e sínteses, senão uma mais
caprichosa e menos sistemática, mais intuitiva e pessoal,
por assim dizer. Minha abordagem é simples: é como se
eu estivesse agora mesmo em uma sala diante de você e
de outras pessoas e, depois de minha explicação sobre o
conto, todos começassem a me perguntar sobre seu
significado. Então, o que eu diria seria mais ou menos o
que segue.

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[ 30 ]

[O livro é uma explicação de que somos frutos das
gerações anteriores, assim árvore genealógica afeta quem
nós somos. Nossos pais tiveram suas alegrais e suas
dores e passaram isso para nós quando eramos criança.
Pois, a criança ela não vê maldade, aceita tudo. Quando
crescemos reproduzimos comportamento deles, porque
assim como crianças temos respeito a eles, mesmo não
tendo na prática. A lei da criação mostra que temos um
ligação por ter nos gerado. Impregnamos isso ao nosso ser
e reproduzimos comportamentos que não são seus, mas
sim deles e das gerações anteriores.]
O que representam as moedas que recebem os
protagonistas da mão de seus pais? As moedas
representam o abundante caudal de experiências que

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 31 ]
tivemos com eles, tanto agradáveis quanto alegres ou
tristes, afortunadas ou malsucedidas... Todas, sem
exceção. A concepção, o nascimento, a infância, a
adolescência etc. Tudo o que, como filhos, vivemos em
relação a nossos pais em todos os períodos da vida, mas
sobretudo quando crianças, quando éramos mais frágeis e
dependentes. As moedas simbolizam, portanto, tudo que
recebemos deles, incluindo, é claro, o presente maior que
é a vida. Além disso, podemos acrescentar seu passado e
sua história, ou seja, sucessos e vivências anteriores à
nossa concepção ou nascimento, já que mesmo antes de
nascer pertencemos ao desejo e ao pensamento de
nossos pais. E, em sentido transgeracional, por nossas
veias corre o sangue e a experiência de muitos
antecessores, concretizadas nas respectivas famílias de
origem de nossos pais, com todas as vicissitudes que lhes
tocou viver. Cada família é uma matriz de força e também
de dor, visitada pelos grandes poderes do viver,
essencialmente a sexualidade e a morte. Em resumo, as
moedas são tudo que recebemos em nossas raízes e a que
pertencemos e tudo que vivemos de concreto da vida com
nossos pais. O que significa aceitar as moedas? Aceitar as

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 32 ]
moedas significa aceitar tudo exatamente como foi, sem
pôr nem tirar, incluindo o doce e o cruel, o alegre e o triste,
o leve e o pesado. Tudo. Pela simples razão de que essa
é a nossa herança e o conjunto de experiências vividas que
nos constitui. As moedas também podem incluir abusos,
ações dolorosas ou terríveis e brutais. Aceitar as moedas
nos leva a aceitar também aquilo que nos feriu, que
prejudicou a inocência e a beleza natural da criança. É
possível, ainda que difícil, dizer sim a tudo que nos chega
por meio de nossos pais, sem pôr nem tirar. Podemos
aceitar tal e como nos chegou, com todas as suas
consequências, sem deixar de seguir nosso próprio
caminho, cumprindo o trajeto pessoal e tendo a coragem
de transformar os pesares em recursos. Se nos resulta tão
difícil aceitar as moedas é porque não sabemos o que fazer
com a dor, não sabemos como manipular nossos
sentimentos feridos nem nossas turbulências emocionais.

CAPÍTULO 3

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 33 ]


Assim, fechamos os olhos e o coração e
inventamos para nós mesmos um mundo suportável que
nos permite seguir adiante. Muitas tradições, e
concretamente as tábuas de Moisés, impõem o
mandamento de "honrar aos pais", conscientes de seu
poder libertador e do bem-estar que aporta às pessoas.
Mas chega-se a esse lugar depois de um árduo processo
interior. Na realidade, não se pode fabricar como um
mandamento, nem erigir-se em imposição fictícia. As
tradições assinalam com o dedo sábio a rota adequada
para alcançar esse lugar, e, se tem sentido para nós,
devemos percorrê-la. Se assim decidirmos, todo um

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 34 ]
processo tem início. Por isso, muitas abordagens
psicoterapêuticas, enquanto buscam soluções para os
problemas dos indivíduos, traçam um objetivo integrador,
algumas vezes explícito, e outras, implícito: restaurar o
amor em relação a nossos pais, recuperar o movimento
amoroso natural e espontâneo que sentia a criança por
seus progenitores. As pessoas que avançam nesse
processo costumam se sentir mais íntegras, congruentes e
amorosas. Aprimoram suas relações pessoais e afetivas,
alcançam maturidade, serenidade e, sobretudo,
autoestima. Alinham-se de modo mais sólido com o
misterioso fluir da vida. Mas, se não gostamos de algo em
nossos pais, porque devemos aceitá-lo? Trata-se de um
clássico na psicoterapia o caso de pacientes que juraram,
quando criança, não se parecer com seus pais para, em
seguida, descobrir, na fase média da vida, que são e agem
como eles... A resposta a essa pergunta é muito simples:
o que reprovamos nos aprisiona, e só o que amamos nos
liberta. Por isso, é importante tomar consciência do que
reprovamos, para investigar a fundo em nosso interior e dar
espaço a todos os componentes emocionais que
sobrevenham até que o processo para a paz se complete.

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 35 ]
É certo que muitos problemas se originam de feridas de
amor, de traumas e do terror do que foi vivido. Isso
configuraria uma primeira linha de argumentos. Porém,
adentrando em uma segunda linha, é importante não
esquecer algo ainda mais profundo: temos problemas
porque amamos mal. Se olharmos sem preconceitos a
alma familiar e as dinâmicas da criança, perceberemos que
esta se insere em seu sistema familiar de tal forma, que
ama incondicionalmente, aconteça o que acontecer. Trata-
se apenas de um programa biológico que ativa toda uma
rede de emoções.

É uma leitura essencial para quem está no
processo de busca e autoconhecimento e precisa
ressignificar e compreender melhor sua relação com seus
pais e o reflexo que essa relação tem no desenrolar de toda
a sua vida e de todos os seus relacionamentos afetivos.
[A história ensina que quando negamos nossos
pais e o amor que eles puderam nos dar dentro de suas
limitações, passamos a vida insatisfeitos, incompletos, com
raiva, sentido a falta de algo que tentamos encontrar fora
de nós, seja em relacionamentos ou em vícios (álcool,

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 36 ]
comida, drogas, etc). Por outro lado, a partir do momento
em que conseguimos fazer as pazes com o que nossos
pais nos deram e aceitar o que recebemos, mesmo sendo
diferente do que consideramos ideal, conseguimos nos
sentir plenos e completos, e estamos prontos para seguir
nossas vidas e criar relacionamentos mais saudáveis, sem
projetar no outro a ausência dos nossos pais. É um livro
essencial para instigar a reflexão e o autoconhecimento!]


E vemos que, por amar cegamente, trata de
assumir sacrifícios, cargas e culpas que correspondem a
seus pais, irmãos, avós ou à família toda. Pode tentar

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 37 ]
morrer ou adoecer no lugar de seus pais, prisioneira de um
pensamento mágico que a faz crer que dessa maneira
conseguirá salvá-los. Pode segui-los até a doença, a
morte, ao vício ou outros destinos, pensando também que
assim, como num passe de mágica, seu coração ou o
coração dos que ama encontrará calor e conforto. Inclusive
em casos de abusos, chegamos a ver que um filho ou filha
pode consolar o desespero ou a solidão de um dos pais,
envolvendo-se ou tomando o lugar do outro progenitor. São
dinâmicas que mostram o poder dos vínculos e a dignidade
do amor entre as pessoas. O enfoque sistêmico nos mostra
que, além de possuir identidade individual, fazemos parte
de um coletivo maior. Estamos todos inseridos em uma
mente comum maior: uma "alma familiar", como se
denomina no trabalho de Constelações Familiares. E essa
alma tem suas regras. Uma delas é amar nossos pais e
combater a fraqueza de nos sacrificar por nossos idosos,
acreditando falsamente que assim os ajudamos. Cumprir
essa norma é o princípio de contínuas ondas de bem-estar
e genuíno sustento da vida. Como ensina Bert Hellinger,
criador das Constelações Familiares, o Amor cresce com a
Ordem. O necessita para fluir com alegria. E a Ordem

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[ 38 ]
sugere sua geometria e sua hierarquia: • Que os pais sejam
pais e grandes e que deem principalmente a vida. E que os
filhos sejam filhos e a aceitem. • Que os filhos não
interfiram nos assuntos dos mais velhos. • Que os filhos
honrem seus pais fazendo principalmente algo de bom com
sua vida, renunciando, portanto, às implicações trágicas
dos que sofreram antes ou que foram banidos do amor
familiar. Devem abandonar a tendência de repetir os
destinos fatais presentes em todas as famílias. Temos que
reconhecer que o amor bom, aquele que ajuda de verdade,
é o amor que olha, que vê os demais e é capaz de respeitar
suas dificuldades. É, sobretudo, o amor que pode enxergar
nos olhos dos seres que ama, especialmente nos dos pais,
o desejo de que seu filho esteja bem e cresça livre e feliz.
Nenhum problema dos filhos ajuda os pais. Apenas desse
modo a Ordem é respeitada e o Amor que liberta pode fluir.
[Dentro da constelação familiar, a relação com os
pais é determinante para a forma como vivemos a vida e o
sucesso que podemos (ou não) obter nessa caminhada.
Este livro simples e rápido de ler ilustra, com um conto logo
no início, a importância da aceitação nesta relação,
complementando em seguida com explicações da autora

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[ 39 ]
do motivo da necessidade dessa dinâmica. Livro especial
para que leigos no assunto compreendam a aplicação do
tema. Dentro dessa simplicidade, este livro mudou o meu
olhar e a minha vida!]


Que obstáculos posso encontrar nesse processo
de recuperação do amor por meus pais? Existem dois
discursos que explicam os principais obstáculos que esse
movimento amoroso natural e espontâneo encontra para
fluir até nossos antecessores.
O primeiro deles nos revela que temos problemas
porque não fomos bem (ou suficientemente) queridos

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[ 40 ]
como filhos. Em contraste, e complementarmente, o
segundo defende que o conflito está em amar de maneira
infantil, cega e mágica, algo que nos leva a nos envolver
de maneira trágica com o destino e as dificuldades
daqueles que formam parte de nossa rede de vínculos,
sejam os pais ou a família em sentido mais amplo. Em
relação ao primeiro, gosto de dizer, em meus cursos e
workshops, que o importante não é tanto o fato de que não
nos tenham desejado ou não nos tenham querido
suficientemente bem (a percepção de ser amado ou não é
muito variável e subjetiva), mas se seguimos amando ou
não. O mal-estar, a angústia, o inferno, a queda, ou como
queira chamar isso, não se refere tanto ao fato de não
termos recebido o amor de fora, mas à falta de amor em
relação aos outros que temos dentro de nós. Já Sêneca
relata em suas cartas para Lucilo que "não se pode ser feliz
quando se vive só para si mesmo, quando tudo se faz em
interesse próprio. Na verdade, só se vive para si quando se
vive para os demais". O que nos cura é abraçar em nosso
coração nossos pais, e não tanto ser abraçados por eles.
Isso é bom, claro, mas não é o objetivo. O essencial é que
abracemos, e que neste abraço acolhamos os demais, a

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[ 41 ]
vida tal como ela é, os feitos e nós mesmos. Abraçar é um
movimento espiritual. É dizer "sim!" para a existência, para
o que ela traz e requer em cada momento. Porque os pais
são os representantes da existência. Por meio deles a vida
se manifestou, e nós podemos cuidar dela. A senha para
as portas do paraíso é composta de uma simples sílaba:
"Sim". Um dos ensinamentos fundamentais das tradições
de sabedoria é que sofremos quando nos opomos, que o
mal estar se nutre de resistências. Gostaria de explicar
uma curiosidade. Em muitos grupos fiz uma pesquisa
improvisada, perguntando quem não se sentiu
suficientemente (ou bem) amado por seus pais. Você pode
imaginar o resultado? Sim, muitos costumam levantar a
mão. Em seguida, pergunto sobre quantos dos que são
pais diriam que não amam suficientemente (ou
suficientemente bem) seus filhos. Quase ninguém levanta
a mão. Não são necessários grandes conhecimentos de
cálculo para deduzir que os números não batem. No meu
ponto de vista, há apenas uma explicação para isso, e ela
é de ordem cultural: tem-se privilegiado o questionamento
dos pais, dando asas talvez a um movimento necessário
para transitar de uma cultura excessivamente patriarcal

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[ 42 ]
para outra de caráter filial. Entretanto, todos os extremos
precisam se corrigir, e a atual ditadura moderna de caráter
filial debilita tanto os filhos como os pais. Confunde ambos.
Além disso, ao se acentuar a encenação acusatória contra
os pais, perpetua-se a tendência vitimista e irresponsável
dos filhos, enquanto os pais sofrem desnecessariamente
em um amargo acúmulo de culpas.

CAPÍTULO 4

[O ensaio propõe a análise de um conto que trata
de moedas que são dadas aos filhos em sonho e como o
modo que estes filhos recepcionam o presente influencia
as relações destes indivíduos com a vida, com os pais, com
os outros e consigo mesmo. Aqueles que têm capacidade
de dizer SIM e recebem, de bom grado, o que seus
antepassados lhes oferecem conseguem ampliar o desejo
de dar, se dar, e assim promover felicidade e plenitude em
vida. Por sua vez, os que se vitimizam, por se acharem
merecedores de mais, e recusam as moedas, se mantêm
aprisionados em ciclos viciosos e repetitivos de padrões

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[ 43 ]
nocivos anteriormente experimentados por seus familiares.
De maneira simbólica o autor faz a analogia das moedas
com todas e quaisquer experiências que tivemos com os
pais na infância, sejam elas boas ou ruins, para a partir
desse ponto aprofundar a reflexão sobre constelações
familiares, como elas podem determinar nossos caminhos
e escolhas e de que maneira podemos libertar nossos
antepassados do ideal de perfeição - inatingível - o qual
julgamos que eles deveriam alcançar e passar a amá-los e
aceitá-los, ainda que imperfeitos, eis que não há perfeição
na humanidade. Essa obra me revelou que somente
quando eu tiver humildade suficiente para assentir
genuinamente as moedas que me foram dadas serei feliz
e alcançarei a paz que espero encontrar um dia.]

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[ 44 ]


Os pais por sua vez também entraram em um
código cultural imperante, autoperseguidor, de que
deveriam ser melhores, mais perfeitos. Há outra razão
poderosa que pode nos levar a dar início à tarefa de
restaurar o amor por nossos pais: só conseguimos amar a
nós mesmos quando amamos e honramos nossos pais. No
mais profundo de cada um de nós, por mais graves que
sejam as feridas, nós, filhos, seguimos sendo leais a
nossos pais, e inevitavelmente os tomamos como modelo
e os interiorizamos. De algum modo nos conectamos a
uma força que nos faz ser como eles. Por isso, quando
somos capazes de amá-los, honrá-los, dignificá-los e

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[ 45 ]
respeitá-los, podemos fazer o mesmo com a gente mesmo
e ser livres.

Como podemos saber o que aceitamos e o que
recusamos? É possível reconhecer o que não aceitamos
de nossos pais por algumas poucas (seis, oito ou no
máximo doze) recordações, por meio de imagens
dolorosas de nossa infância que, vez ou outra, assaltam
nossos pensamentos, nos tensionando e nos fazendo
novamente nos sentirmos indefesos ou raivosos,

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[ 46 ]
penalizados, abandonados, ou o que quer que seja,
gerando mal-estar para o corpo. Muitas pessoas
conservam imagens muito vivas de acontecimentos difíceis
e, em contrapartida, esquecem centenas de momentos em
que foram estimados, cuidados, alimentados, amados,
abraçados etc. E sem cuidados não há vida, não é possível
sobreviver. Em geral, acredito que está em baixa a crença
popular de que os pais causam, por sua negatividade, o
mal nos filhos. Ainda que de fato nada os exima quando
têm comportamentos destrutivos, se dermos uma olhada
no cotidiano dos pais, vemos a quantidade de dedicação e
ocupações que requer criar um filho. Além disso, o mais
comum é que os pais desejem espontaneamente que os
filhos estejam felizes.
A questão é como aceitar as moedas difíceis,
porque incluem o sofrimento. Boris Cyrulnik, criador do
conceito de resiliência, tão em voga ultimamente, nos
mostra o poder de algumas pessoas de se recuperar de
graves feridas e traumas emocionais. Ainda que sejamos
mamíferos sensíveis que sofrem diante da falta de amor e
de respeito, ou pelos fatos e reveses terríveis da vida
(mortes, perdas, desgraças etc.), também estamos

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[ 47 ]
amparados pela força da vida e por um amor eterno,
presente em cada um de nós, seja qual for o rumo e a
forma que escolhemos para viver. Confúcio também afirma
que uma ofensa não é grande coisa, exceto pelo fato de
que nos empenhamos em recordá-la.



[Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no
Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe,
que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te
vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. E vós, pais, não
provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e
admoestação do Senhor. Efésios 6:1-4]

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[ 48 ]


Entretanto, é comum construirmos nossa vida em
função de recordações, algumas traumáticas, que resultam
em meras transformações daquilo que vivemos antes.
Recordações que ficam muito longe da realidade ou que
em partes a distorcem e que nos distanciam de nosso
presente, nosso único apoio. É que o único lugar possível
onde podemos viver é o presente, e essas imagens e
sensações ocorreram no passado. Portanto, pertencem a
outro tempo e momento. De modo que uma ferida não é

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[ 49 ]
grande coisa, exceto se nos empenharmos em recordá-la.
Isso é, ao mesmo tempo, verdadeiro e falso. Ainda que
conseguíssemos, com a mente, esquecer algumas
imagens, no corpo ficam registradas todas as nossas
vivências, e isso funciona como uma espécie de
receptáculo e de regulador emocional, que procura
sobreviver e minimizar os danos ao preço de tensionar-se,
congelar-se, inibir-se, camuflar alguns sentimentos, ocultar
outros, modificar padrões respiratórios etc. Somos seres
que se nutrem de experiências e que funcionam em
diferentes níveis: de um lado está o pensamento verbal e
racional, e, de outro, a imaginação, as emoções, as
sensações físicas, a postura, padrões corporais etc. O
corpo recorda e registra, e em cada pessoa convivem os
corpos do que foi ontem, antes de ontem e do que foi aos
15 e aos 2 anos. Em nosso corpo está presente a memória
de tudo que vivemos. O que perdemos ou conseguimos ao
recusar ou aceitar as moedas? Entre as vivências que
temos com nossos pais se encontram as doces, que nos
fazem sorrir e nos sentir bem, e as amargas que nos doem
e nos contraem. As primeiras parecem nos impulsionar
para a vida, e as outras parecem nos entorpecer. A

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[ 50 ]
tentação para muitos consiste em querer aceitar apenas o
positivo e expulsar o negativo, e isso tem uma lógica
esmagadora: queremos nos afastar daquilo que nos
causou, ou ainda causa, dor. Assim, alguns recusam os
pais e o que vêm deles.

[Do ponto de vista biológico: hoje, você que está
aqui, lendo este artigo, teve origem de um óvulo e um
espermatozoide, certo? Então, biologicamente, você tem
metade do material genético do seu pai e metade do
material genético da sua mãe, independentemente se você
os conhece ou não.
De acordo com a epigenética, além do material
conhecido como DNA que formata suas características
físicas, há uma outra parte não codificante em que estão
presentes as memórias de ambos. Em cada emoção que
seus pais sentiram ou vivenciaram, houve um print no
material genético deles e, esse print e memórias, vieram
com você — mesmo que você nunca tenha os conhecido.
Quando você nega um dos dois, a característica de um ou
do outro que você mais recrimina será revelada a você,

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[ 51 ]
psicologicamente e comportamentalmente, para que você
se “lembre” de onde você veio.
Do ponto de vista energético: precisamos lembrar
que, no exato momento em que somos concebidos, há
uma fusão, uma explosão de luz, a qual até hoje a ciência
não sabe explicar. Nesse momento, acredito eu, estamos
em contato com a criação divina da alma. Quando você
nega seu pai ou sua mãe é como se você quisesse quebrar
algo que foi energeticamente fundido e, assim, você se
machuca. Do ponto de vista emocional: você está ligado
emocionalmente aos seus pais, mesmo que
inconscientemente, por gratidão. Não que essa gratidão
seja consciente, mas é pelo fato de você estar vivo até este
momento. Você, em gratidão, tomou a vida que lhe foi dada
e deu continuidade a ela. Você está vivo, afinal.
Quando você tenta negar um de seus pais é como
se você desse as costas para a vida e, internamente, você
morre, apresentando cognitivamente sintomas de tristeza
profunda ou sintomas de depressão.
Honrar pai e mãe significa que você olha para os
seus pais sem filtros de julgamentos, apenas olha como
quem concedeu-lhes a vida e a grande experiência de

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[ 52 ]
estar vivo. Honrar pai e mãe significa tomar a vida tal como
ela lhe foi dada. Não significa dizer “sim” a tudo que eles
ditam, pois isso é uma postura infantil. Você, como adulto,
deve se posicionar. Porém, caso queira mudar algo em
seus pais, sugiro que mude isso em você. Afinal, você tem
mais recursos e muito mais tempo do que eles aqui na
Terra para isso.]


No entanto, temos de compreender que a lógica
emocional dos afetos funciona de maneira precisamente
pouco lógica. E mais paradoxal e independente de nossa

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[ 53 ]
vontade, motivo pelo qual frequentemente, como já citei, o
repúdio nos prende com mais força ao que recusamos ou
àqueles que recusamos. Para o bem ou para o mal, não
governamos os afetos com nossa mera vontade; a
linguagem do coração se escreve em outro ritmo, sutil,
decisivo e apaixonado, dificilmente quadriculado. Desse
modo, muitos que não aceitam suas moedas e
permanecem na queixa ou no ressentimento se
comportam, quando mais velhos, como seus pais ou
reproduzem comportamentos daninhos iguais aos
recebidos. O que de fato ajuda é realizar o processo de
aceitar também o que foi difícil, e com isso talvez nos
tornarmos mais fortes ou mais sábios. Ou seja, também o
que parece negativo está a serviço da vida, e podemos
aproveitá-lo a nosso favor. O sofrimento também é capaz
de nos fazer mais plenamente humanos. Algumas pessoas
que sofreram graves perdas ou traumas com seus pais, por
exemplo, se superam e constroem uma vida com alegria e
muito sentido. Em contrapartida, há pessoas que,
amparando-se em pequenas frustrações com seus pais, se
acham no direito de ter uma vida escassa ou penitencial e
culpam os pais para justificar seus erros ou fracassos.

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[ 54 ]
Devemos saber que nada nos impede de nos
desenvolvermos bem, e que do passado conservamos
apenas as cinzas em forma de imagens guardadas na
mente. Que podemos transformá-las e ficar em paz com o
que passou, ao menos com o que recordamos dele. E
assim nos abrirmos ao presente, o lugar e o tempo do
verdadeiro fogo do viver. Em geral, as pessoas que
realizam o processo interior de aceitar suas moedas e ficar
em paz com seus pais e com sua história se sentem melhor
consigo mesmas, estabelecem relações adultas e
espontâneas mais facilmente e retribuem à vida com o que
possuem. O que acontece quando recusamos nossos pais
e aquilo que nos deram, ou seja, suas moedas? As
pessoas que recusam suas moedas se sentem mais vazias
e esperam que outros, ou alguma coisa, as preencham: às
vezes o cônjuge, os filhos ou o trabalho, ou ainda a riqueza,
a justiça, a religião, ou o que quer que seja; e resistem a
dar o que têm para dar à vida. Muitas são as cenouras que
perseguimos de maneira vã ao longo da vida, quando a
solução é descer do burro (ou literalmente deixar de ser
burros) e mudar nosso ponto de vista, deixando assim de
sofrer e fazer sofrer inutilmente.

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[ 55 ]


Se nos recusamos a isso, nos debilitamos e, como
digo, costumamos procurar nos demais o que nos falta. De
certo modo, permanecemos como crianças tirânicas que
dizemos à vida e a nossos pais como eles deveriam ser,
em vez de aprender o que é e aceitá-los como são ou
foram. A realidade, sem dúvida, está aí para ser modificada
e aprimorada, e assim o fazemos todos os dias: tratamos
de mudar o que é possível. Mas, do que já passou, é
melhor nos fazermos discípulos e tratar de aprender algo
que nos sirva agora.

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[ 56 ]

Ouça o seu pai, que o gerou; não despreze sua
mãe quando ela envelhecer. Provérbios 23:22

Quando não aceitamos a realidade do que nos
tocou, de certo modo também negamos a nós mesmos.
Quem nega suas origens apaga sua identidade. Quem
amputa uma parte de sua trajetória se encontra
eternamente em fuga, inquieto. Sartre dizia: "Não importa
tanto o que me fizeram, mas o que eu faço com o que me
fizeram". Afinal, é melhor e mais útil que a responsabilidade
esteja em nosso telhado e trabalhar com a nossa história
para convertê-la em aliada, abrindo nosso coração a ela
apesar das feridas, ou justamente nos abrindo a elas.

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[ 57 ]
Apenas conseguimos transcender o que aceitamos. Mas
às vezes a recusa parece nos dar uma força especial, não
é mesmo? Sim, é certo. E podemos cometer o erro de
pensar que essa força é a verdadeira força da vida, pois
aparentemente é de tal magnitude, que é fácil crer que nos
bastará para avançar rumo a uma vida plena. Na realidade,
ainda que se trate de uma força impetuosa, apaixonada e
intensa, pode ter muitos rostos, e se nutre de seu próprio
combustível emocional: vitimismo, queixa, ressentimento,
sede de justiça, rancor, vingança, hedonismo,
perfeccionismo, vaidade, orgulho etc. Trata-se de uma
força enorme que "configura a paisagem do sofrimento
humano", como se diz no conto. Representa uma imensa
galeria de personagens e posturas existenciais sobre os
quais tratamos de nos sustentar quando carecemos da
coragem e da humildade suficientes para assumir nossas
feridas, nossas bênçãos, para nos apoiarmos na realidade
tal como é e em nossos pais tal como são. Essa força é
intensa, cega e impetuosa porque é falsa. E é falsa porque
não procede da realidade, senão de sua oposição e de sua
negação. Trata-se de uma força que nos faz crer que
devem compensar nossas carências e que, por nosso

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[ 58 ]
sofrimento, somos merecedores de certos direitos. Mas há
algo que devemos aprender: nenhum sofrimento concede
direitos, nenhuma postura existencial edificada sobre
feridas concede merecimentos. Como se afirma no relato,
"o único sentido desse sofrimento, que não é dor, é fazer
sofrer os demais, já que apenas a dor genuína desperta a
compaixão". Por que não é adequado buscar nos outros
aquilo que não obtivemos no seio familiar, ou seja, cobrir
com outros nossas carências afetivas?

CAPÍTULO 5

Mas, se uma viúva tem filhos ou netos, que estes
aprendam primeiramente a pôr a sua religião em prática,
cuidando de sua própria família e retribuindo o bem
recebido de seus pais e avós, pois isso agrada a Deus. 1
Timóteo 5:4

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[ 59 ]


Porque seria como tentar abrir uma porta com um
martelo no lugar da chave. Com o martelo, possivelmente
conseguiremos abri-la, mas a quebraremos, e ela não mais
voltará a servir como porta. E também por uma outra razão,
que aprendi por meio dos muitos casos que vi como
terapeuta: porque esses afetos, ainda sendo muito
sentidos, nunca podem substituir realmente outros afetos.
Um afeto não substitui outro, como uma pessoa não pode
substituir outra em nosso coração. Por exemplo, uma
versão clássica e comum do encantamento consiste em
esperar que o outro tenha e nos ofereça aquilo que não
aceitamos de nossos pais. Quando aquilo que esperamos

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[ 60 ]
é pouco, talvez possa funcionar. Entretanto, quando é
muita coisa, resulta demasiado e impossível. Reconheço
que é formidável quando alguém recupera a esperança de
em algum lugar poder alcançar as tão apreciadas moedas,
mas trata-se de uma esperança vã. Porque, de fato, o outro
só pode dar aquilo que possui e lhe corresponde por sua
posição, mesmo querendo dar tudo e amando plenamente.
Um casal é um casal, ou, como dito no conto, "uma relação
entre adultos, fundamentada na igualdade de classe, na
troca equilibrada e na sexualidade". Trata-se de uma
relação contratual, e não incondicional. Faz com que as
pessoas se despeçam da infância. Como acontece com os
filhos: não podemos esperar deles o que eles não podem
nos dar. Entretanto, alguns pais esperam sim que seus
filhos supram suas carências e inconscientemente
exercem sobre eles chantagem emocional, o que torna
muito difícil aos filhos se tornar independentes e livrar-se
desse laço insano. Criam vínculos especiais com seus
filhos, quando a eles lhes basta um vínculo normal: é
suficiente para eles sentir-se cuidados, queridos,
pertencentes e livres, nada mais. Um filho ou filha especial
se distingue porque inconscientemente seu pai ou sua mãe

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[ 61 ]
estão convencidos de que tem as moedas que necessitam.
Então se relacionam com esse filho de modo especial,
cheio de expectativas. De maneira não muito consciente,
buscam nos filhos o que lhes falta, anseiam preencher
seus vazios ou o que não aceitaram de seus pais ou
cônjuges, e isso é um peso notável para os filhos. Alguns
deles o assumem por amor aos pais e sacrificam sua vida
se envolvendo com intensidade. Outros encontram
oportunidades, e a pressão de sua autonomia e
desenvolvimento os empurra com afinco. É preciso saber
que no fundo os filhos amam cegamente seus pais e sua
família e se envolvem com o que o sistema e os pais
requerem, com o que ficou inacabado, por meio de suas
cargas e sofrimentos. Isso não ajuda ninguém,
obviamente.
O amor cego traz muita enfermidade. Torço para
que se cumpra a ordem das relações humanas nas famílias
para que as pessoas sejam mais felizes e torço, em
especial, para dois pontos importantes: que todos sejam
iguais e que os posteriores não carreguem os assuntos dos
anteriores. É difícil, claro. Como um filho pode ignorar
quando vê sua mãe ou seu pai triste ou infeliz, ou não

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[ 62 ]
confia que estejam bem sustentados na vida? Ajuda o fato
de o filho poder esclarecer as confusões e respeitar o
destino dos pais e ter consciência de que não lhe
corresponde ter as moedas que faltam aos pais nem ser
pai ou mãe de seus pais, muito menos responsáveis pela
felicidade ou pela vida dos pais etc. Quando um filho se
desenvolve e sai do lugar de apoio de um dos pais, por
exemplo, um equilíbrio estabelecido no sistema se quebra,
e esse pai tem uma nova oportunidade de encontrar o que
lhe falta ou resolver o que não está resolvido. Às vezes, os
pais perderam seus pais muito cedo, por exemplo, ou têm
penas não esclarecidas. Tudo isso tem de ficar com eles
para que possam se integrar e assim se respeitar e se
aceitar tal como são, incluindo suas dificuldades.

Se alguém não cuida de seus parentes, e
especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é
pior que um descrente. 1 Timóteo 5:8

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[ 63 ]


Voltando à pergunta, a resposta é que ninguém
pode dar algo que não tem e que não lhe corresponde. Por
isso, quando se está buscando no lugar equivocado, o
casal pode seguir ou não, mas não segue o bem-estar; as
parcerias, as amizades e os relacionamentos próximos
podem seguir ou não, mas não segue o crescimento e o
sorriso compartilhado. Para muitos, trata-se de uma
oportunidade de mudança, para mais uma vez se
questionar. Para outros, não. Às vezes inclusive atualiza-
se com redobrado impulso o rosto míope do filho quando
deixa a casa dos pais. Isso pode levá-lo a aumentar sua
obstinação, a reativar suas razões, rancores e argumentos,
por mais que lhe façam ainda mais infeliz. Mas às vezes
sofremos de verdade... Sabemos que qualquer sofrimento

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[ 64 ]
se sustenta sobre boas razões e vem envolvido em
argumentos brilhantes. Isso o faz mais vendável, mais
justificável. Entretanto, o único sentido do sofrimento, que
não é dor, é fazer sofrer os demais. A solução para o
sofrimento é muito simples. Se sabemos que buscamos no
lugar inadequado e que isso nos deixa insatisfeitos, talvez
possamos corrigir e, finalmente, buscar no lugar adequado,
que sempre é com nossos pais e com a integração de
nossa história pessoal, ou seja, aprendendo a apreciá-la
por mais dolorosa que seja. Na prática, as dinâmicas
familiares e afetivas são muito complexas e sutis e, com
frequência, uma crise, a separação, problema com os filhos
ou qualquer outro infortúnio costuma ser uma oportunidade
para trazer à tona e rever o que é preciso ser recolocado
na relação com os pais ou com a família de origem e, com
eles, enfrentar os assuntos pendentes.

Se alguém amaldiçoar seu pai ou sua mãe, a luz
de sua vida se extinguirá na mais profunda escuridão.
Provérbios 20:20

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[ 65 ]

Quando o caminho com o qual pretendíamos nos
encher falha, quando uma crise nos assola, quando um
trecho de nosso caminho se esgota, talvez se abra uma
oportunidade, sobretudo se somos capazes de
permanecer em nossa fragilidade e abrir o coração. Como
todas as pessoas, os pais são mais reais que perfeitos, e
é suficiente que sejam assim... Quem exige perfeição fica
sozinho, nem sequer tem a si próprio, porque também se
acha imperfeito. As ideias de perfeição pertencem ao reino

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[ 66 ]
de nossas imagens mentais, mas não à realidade, que
seguramente anda pouco preocupada com si mesma e
com sua melhoria. É que talvez a realidade seja perfeita
por si mesma, tal como é "neste momento", incluindo
nossos desejos de mudá-la, que também são tão reais. O
que ajuda não é muito popular, mas tem efeito e consiste
em estar de acordo com a mente, o corpo e a alma,
inclusive com a dor que se sente. É estar de acordo no
coração com o fato de que as coisas são como são e se
abrir emocionalmente a isso. A maioria das pessoas ama
profundamente seus pais e, quando param de se fechar em
seus argumentos defensivos, reabrem o coração e
superam a dor, voltando a sentir o amor e a ternura que
tinham por eles. Também descobrem que um dia os pais
foram crianças e que o coração deles também foi frágil e
aprendeu a se defender, que viveram da mesma forma
suas carências e mágoas. Bastaria que aceitássemos a dor
da mesma forma que outras experiências da vida para
estarmos mais perto da serenidade e do amor, que é o que
nos faz sentir plenos. O mal-estar interior certamente não
se baseia em não ser querido, mas em sermos nós
mesmos quem nos rejeita. Por fim, o que ajuda é cada um

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[ 67 ]
estar no lugar que lhe corresponde na cadeia da vida e
tomar de seus antecessores a força e a chama vital, em
vez de buscar encontrá-la nos posteriores ou nas ilusões
mais comuns da vida: a riqueza, o poder ou o afã da
notoriedade. Como podemos aceitar nossos pais e suas
moedas na prática diária? Por meio da humildade e
amparados em um desejo verdadeiramente real de ser
livres e felizes. Na realidade, nós mais tememos a plena
liberdade do que a desejamos, porque ela nos deixa
despidos diante de nossas mais profundas verdades e da
responsabilidade de nossa vida. Acabaram -se as
desculpas e as acusações.

Respondeu Jesus: "E por que vocês transgridem o
mandamento de Deus por causa da tradição de vocês?
Pois Deus disse: 'Honra teu pai e tua mãe' e 'Quem
amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado'.
Mateus 15:3-4

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[ 68 ]

O mesmo ocorre com a felicidade: é mais cômodo
procurá-la que vivê-la agora. Muitas pessoas preferem
sofrer e reclamar que agir e tomar a vida em suas mãos,
gozando de sua parcela de bem - -estar e se
desenvolvendo em direção a seu interior feliz. Além disso,
a pretensão de não aceitar os pais é isto, pretensão.
Porque quem somos nós para não aceitar algo que a vida
determinou? A vida impõe sua realidade e nós podemos,
no máximo, nos esgoelar em vão, gritando que deveria ter
sido diferente, mas só perdemos nossa energia com isso.
Há uma máxima de certas tradições de sabedoria que diz
o seguinte: "Consentimento é libertação". Ou ao contrário:
"Oposição é sofrimento". Aceitar nossos pais e honrá-los
tal como são tem consequências, a principal delas é nos
comprometermos com a vida que temos. No fundo, honrar

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[ 69 ]
os pais significa fazer algo de bom com a vida que nos
deram e exercer nossos dons e talentos. Algumas pessoas
preferem não aceitar seus pais para se poupar do trabalho
de levar a vida a sério e preferem sofrer, e com isso fazem
sofrer os demais. Tenho repetido frequentemente que o
sentido da maior parte do sofrimento é fazer sofrer os
demais, porque em geral o que vemos é que o sofrimento
exige algo dos demais, é manipulador. Refiro-me ao
sofrimento como posição na vida: vítima, queixoso,
perseguidor, culpado etc., não ao sofrimento real que
experimentamos com fatalidades dolorosas ou perdas.
Muitas vezes, conseguimos aceitar os pais por meio da
rendição que nos atinge ao compreender que eles também
tiveram problemas e, sobretudo, que o que vivemos foi
exatamente o que necessitávamos para edificar a vida que
temos hoje. Desse modo, nos colocamos em paz conosco
e com nossa história. Para aceitar os pais, muitas pessoas
devem superar o desamor recebido durante anos ou por
toda a vida, aceitando inclusive o dano físico e psicológico.
Como podemos ver essa dor como uma contribuição a
nosso caminho de crescimento pessoal? Há uma frase que
aprecio muito que diz o seguinte: "A desgraça abre a alma

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[ 70 ]
para uma luz que a prosperidade lhe nega". Claro que
voluntariamente não buscaremos nenhuma desgraça, mas
devemos saber que podemos encarar as dificuldades
como oportunidades. Quantas pessoas já não sentiram
que uma enfermidade lhes despertou e lhes pôs em
sintonia com horizontes de sabedoria desconhecidos! O
sofrimento assumido torna as pessoas mais reais. É certo
que algumas pessoas foram criadas com pais perigosos,
terríveis, e é natural que se separem deles para sobreviver
e se desenvolver, mas em sua vivência interna podem
chegar a aceitar seu destino doloroso, e isso é uma viagem
às vezes heroica.

Ouça, meu filho, a instrução de seu pai e não
despreze o ensino de sua mãe. Eles serão um enfeite para
a sua cabeça, um adorno para o seu pescoço. Provérbios
1:8-9

Em contrapartida, que valor têm as pessoas que se
queixam o tempo todo de seus pais? As pessoas prudentes
se separam deles porque sabem que serão as próximas a
desapontá-los. Nós precisamos confirmar nossas

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[ 71 ]
hipóteses vitais, e aqueles que põem o disfarce de vítima,
por exemplo, precisam confirmá-lo gerando relações que
lhes desapontem para poder seguir se queixando. Enfim, é
o grande teatro das paixões humanas. O que
essencialmente nos iguala a todos os demais é o amor,
mas também a dor. Victor Hugo recomendava que
ficássemos tristes ao menos um dia no ano, para sentir o
aroma de nossa humanidade. É preciso dizer também que
a maioria dos pais querem bem seus filhos, mesmo que em
algumas ocasiões não consigam, devido à própria dor,
expressá-lo e vivê-lo de maneira que o filho se sinta bem.
Tomara que esses filhos possam se desenvolver bem e
dessa maneira dar algo bom à própria história familiar. Na
prática budista de "tocar a terra", descrita pelo monge
vietnamita Thich Nhat Hanh, há uma reverência em
agradecimento aos antepassados que diz o seguinte: "Vejo
que a origem de minhas raízes procede de meu pai, de
minha mãe, de meus avôs, de minhas avós e de todos os
meus antepassados. Sei que sou apenas a continuação
dessa linhagem ancestral. Por favor, me apoiem, me
protejam e me transmitam vossa energia. Sei que onde
quer que os filhos e netos estejam, os antepassados

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[ 72 ]
também estão ali. Sei que os pais amam sempre e apoiam
seus filhos e netos, ainda que nem sempre sejam capazes
de expressá-lo de modo eficaz por culpa das dificuldades
que tiveram. Vejo que meus antepassados tentaram
construir um modo de vida baseado na gratidão, na alegria,
na confiança, no respeito e no amor compassivo. Como
continuação de meus antepassados, me prostro
profundamente e permito que suas energias fluam através
de mim".

CAPÍTULO 6

[A Bíblia fala de maldições hereditárias as quais os
teólogos tradicionais desdenham, presos ainda as bases
do protestantismo, acham que certas descobertas

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[ 73 ]
teológicas do pentecostalismo é superstição. Mas não é.
As Escrituras estão repletas de indicações que estamos
ligados espiritualmente com nossos antepassados para o
bem ou para o mal. A própria herança que recebemos de
Adão é o pecado original. Mas eu declaro meu amor por
Adão e Eva, e que se eles erraram, eu também tenho
errado todos os dias e não posso acusa-los sendo que eu
sou pior do que eles. Eu perdoou Adão e Eva!!!! Meus
amados pai e mãe!!!!!]

O protagonista da história, em dado momento,
pede ajuda ao terapeuta. É uma boa ajuda? Qualquer
ajuda real e positiva é boa. Contudo, os terapeutas que
creem ter as moedas criam vínculos estreitos e
prolongados com seus pacientes, enquanto os que sabem
que não as possuem sentem que estão apenas de
passagem, só por um tempo nada mais, e ajudam com
respeito e decisão. São humildes. Ambos tratam de fazer
o melhor e ajudam à sua maneira, mas os que pensam que
têm as moedas se relacionam com seus pacientes contra
seus pais e tratam entre os dois de ser melhores que os
pais. Ao excluir os pais do coração dos pacientes e apontar

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[ 74 ]
com o dedo acusador, alimentam a falsa força do paciente
e o ferem. Porque sabemos que o paciente (e a criança
que segue vivendo em seu interior) continua amando
profundamente seus pais e lhes guarda lealdade, ainda
que em outro nível não consiga aceitar suas moedas por
causa da ardência das feridas e de outras causas. Nas
profundezas da alma, ainda que o filho recuse seus pais,
também se identifica com eles. E, quando não pode aceitá-
los e amá-los, tampouco consegue querer a si mesmo. No
fundo, é difícil dedicarmos um amor genuíno para conosco
mesmos se ao mesmo tempo não fizermos o processo de
amá-los e respeitá-los. Mais profundamente há uma
estranha e oculta lealdade para com os pais, de maneira
que o filho os interioriza, ainda que não queira. Mas pode
se libertar deles por meio da aceitação ("ame e seja livre").
E podemos amar a nós mesmos tal como somos,
imperfeitos, e não tal como deveríamos ser em nossas
imagens ideais. As imagens ideais atuam como faróis para
guiar o caminho que desejamos seguir, para chegar a ser
o que queremos ser. Ou seja, fabricamos imagens boas de
como gostaríamos de viver para atrair a possibilidade de
que aconteça. Em contrapartida, assumimos a cada

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[ 75 ]
momento nossas limitações e possibilidades. Os
terapeutas que sabem que não possuem as moedas
pensam que nada se consegue quando há "maus", quando
há pessoas que são apontadas com o dedo indicador como
más, como os pais. Como se explica no relato, "seu foco é
o amor a tudo e a todos". O que ajuda profundamente a
deixar padrões nocivos para trás consiste em conseguir
apreciar e dignificar os que foram "maus" ou se
comportaram "mal" ou tiveram destinos desgraçados etc.
Ainda que a tendência lógica e racional seja seguir
recusando-os, o coração e a saúde funcionam de outra
maneira. Os sistemas familiares atuam como um todo,
como uma mente coletiva, e tendem a atrair ou repetir o
que ocorreu antes, especialmente quando não foi resolvido
pelo amor e pela aceitação. Alguns filhos, por exemplo,
pensam que têm de querer bem um de seus pais, ao que
classificam como bom, e devem desprezar o outro, que
denominam mal. Ou seja, dividem seu coração entre o bem
e o mal e se colocam como juízes. O paradoxo é que é
muito comum que logo procurem pessoas parecidas ao pai
rejeitado ou eles próprios se pareçam com ele.

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[ 76 ]


"Quem honra o pai intercede pelos pecados, evita
cair neles e é ouvido em sua oração diária" (Eclesiástico 3,
3).

A paz e a felicidade nas famílias vêm quando todos
podem ter um bom lugar e quando cada um pode ocupar o
lugar que lhe corresponde, ou seja, que os pais sejam pais,
os filhos, filhos, o casal, casal. O único remédio é a inclusão
e a abertura do coração, de maneira que o passado possa
ficar como passado. Aceitar as moedas não é um ato
ideológico, algo que alguém possa decidir que aconteça.
Trata-se do resultado de um processo emocional profundo,
de um processo corporal e de uma atitude. Esse processo
exige muito do corpo e dos sentimentos. Obriga-nos a
visitar e mergulhar nesse corpo histórico no qual se alojam

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[ 77 ]
os bons sentimentos e também aqueles que chegam a ser
ameaçadores para nós até que consigamos lhes dar
espaço, permitir que circulem, que a dor se libere, que se
reaprendam recursos e o corpo recupere sua confiança,
sua graça e vitalidade natural. A esse corpo que viveu
tanto, que suportou traumas, feridas e medos podemos
agradecer por sua força e acariciá-lo o suficiente para que
pulse novamente com a força da vida e possa voltar a se
expor a uma relação feliz com os demais. Às vezes,
durante esse processo, as pessoas que sofreram graves
abusos e traumas podem imaginar que tomam nos braços
a criança que foram e recordam sua inocência. Dizer por
exemplo: "Sei que sofreu muito com seus pais em certos
momentos, mas com essas raízes você vai crescer e com
essas cicatrizes você vai ser grande também. De maneira
que agora lhe tomo nos braços e seguimos nosso caminho.
No fim, tudo saiu bem. Respeito o que lhe foi doloroso com
os pais, eles, como adultos, podem levar sua culpa e sua
responsabilidade, e você, como criança, pode continuar os
amando tal e como são e conservar sua inocência". Podem
aprender a não abusar dos próprios abusos e integrá-los
em benefício de sua vida e da vida dos demais: uma

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[ 78 ]
grande realização. Podem inclusive se tornar mais
sensíveis à ajuda que outras pessoas possam necessitar.
Podem renunciar aos benefícios secundários de manter
uma postura de vítima que se sente no direito de ter que
ser recompensada. Portanto, o processo também exige dar
o braço a torcer, renunciar às posturas manipuladoras e à
falsa força que adotamos quando assumimos uma atitude
enraizada na oposição, no ressentimento, no vitimismo etc.


CAPÍTULO 7

"Filho, ajuda teu pai na velhice, não o entristeças
durante sua vida. E se ele perder a lucidez, sabe desculpar
e não o desprezes em nenhum dia de sua vida. Porque a
bondade com o pai não será esquecida, mas será plantada

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[ 79 ]
em lugar de teus pecados e contada para ti como justiça"
(Eclesiástico 3, 14-17).


O filho também pode aprender a renunciar à
posição de fiscal e juiz de seus pais, a entrar em sintonia
com os propósitos misteriosos da vida, a concordar com
seu próprio destino, já que, como disse Cleantes: "Os
destinos guiam quem os aceita, mas arrastam quem a eles
resiste". Enfim, não se trata de converter o "honrar nossos
pais" em um movimento artificial e meramente positivista

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[ 80 ]
de vestir os fatos da cor que nos convém. Não. Trata-se de
algo mais, algo que requer uma coragem maior e uma
atitude emocional transparente, verdadeira e
comprometida. Trata-se de amar reconhecendo as feridas,
permitindo que nossos pais levem a responsabilidade do
que foi difícil ou equivocado e seguir amando-os com seus
erros e sua realidade tal como é e tal como foi. Trata-se de
aceitá-los com realismo, com respeito e amor. Que lições
nós, os pais, podemos extrair do conto das moedas? Há
tanta grandeza no fato de ser pai! E há tantos pais por trás
de cada pai, raízes tão antigas em cada história familiar...
E todos souberam como exercer esse papel para que a
vida prosperasse, por isso estamos aqui. Eles são os
mestres verdadeiros. Todos os pais possuem a capacidade
de encontrar seu próprio caminho na maneira de sentir,
educar e querer bem seus filhos. Os pais possuem os
recursos suficientes e necessários para criar e educar os
filhos. Às vezes fala-se em Escolas de Pais, e a ideia me
produz certa confusão. A imagem de escolarizar os pais
me parece estranha. Não é verdade que quando
pretendemos escolarizar os pais os convertemos em
menores e os invalidamos, em vez de fazê-los confiantes

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[ 81 ]
e grandes? Cada pai encontra sua grandeza quando é
respeitado como tal e também quando sente o direito de
não ser perfeito e cometer erros.

Acredito que pretendemos regular demais,
exigimos demasiados manuais de instruções, demasiados
cursos. Ser pai e mãe é em primeiro lugar algo biológico, é
o veículo da sexualidade, do instinto e talvez do amor, em
muitos casos. Isso não quer dizer que os pais não tenham
de aprender o que é apropriado a cada momento para o
bom desenvolvimento dos filhos, ou que não busquem
soluções para os problemas ou dificuldades que não

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[ 82 ]
conseguem superar. O que eu sim ensinaria nessas
Escolas de Pais, e ensino, é sobre dinâmicas familiares,
sobre as leis do bem-estar nas famílias, sobre solução de
problemas reais, sobre as ordens do amor que fazem com
que as pessoas fertilizem sua vida em bem-estar e
felicidade. E eu faço isso quando pais, filhos ou, casais,
enfermos ou os que atravessam dificuldades o solicitam, e,
assumindo que seguirão sendo o mestre de sua vida,
trabalho a seu serviço como alguém que aprende todo o
tempo, colocando meu conhecimento e experiência à sua
disposição. De fato, é o que faço em minha profissão,
especialmente ministrando seminários nos quais as
pessoas resolvem seus problemas e, ao mesmo tempo,
aprendem. Qual é para você o sentido último desse
aprendizado? Afinal, se trata de conseguir uma vida plena.
O segredo, creio eu, é aceitar com alegria o que a vida nos
traz e soltá-la com a mesma alegria quando nos tomam.
Por um lado, tratar de alcançar nossos sonhos e, por outro,
aceitar o que a vida sonha e faz para nós. Por tudo mais,
entregar-se o máximo possível a cada instante com o qual
a vida nos presenteia, já que, enquanto perseguimos a
felicidade, ela, a pobre, corre suada para nos alcançar. A

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[ 83 ]
felicidade é nosso estado natural quando não estamos
distraídos procurando por ela. Já disse John Lennon que
"a vida é aquilo que ocorre enquanto estamos ocupados
pensando no que fazer com ela". O sentido da vida é vivê-
la, dar o que temos para dar, receber o que temos para
receber e fazer o que temos de fazer. É estar no que é. As
grandes respostas sobre o sentido que vêm do
pensamento e da análise mais racional nos apartam do
perfume da rosa agora. Assim, não importa tanto que
sentido a vida tem para mim, senão que sentido eu tenho
para a vida. Ou seja, qual a nossa colaboração à beleza e
ao canto da vida. Vivamos sustentados em nossos próprios
pés, em nossos próprios pais e em nossas raízes familiares
e transformemos as moedas que recebemos de nossos
antepassados, muitas ou poucas, alegres ou tristes, em
riqueza para nossa vida e para a vida daqueles que nos
rodeiam. Vivamos confiantes na grande inteligência que
governa as coisas, na força do espírito que a tudo alcança
e que nos iguala como irmãos, e não esqueçamos que,
além das mágoas e temores das paixões humanas, brilha
a batida da vida, sempre alegre e barulhenta.

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[ 84 ]

Aceitar as moedas é uma meta que devemos
alcançar para conquistar a paz e a reconciliação com
nossos pais, com a vida, com os demais e com a gente
mesmo. Finalmente, quando olhamos o fluir da vida com
equidade, as exigências da Alma para alcançar essa tão
desejada meta da paz interior são simples: • Amar o que é,
a realidade tal como se manifesta, ainda que apresente sua
face terrível ou furiosa. Assim ensinam todas as tradições
de sabedoria. • Amar o que somos, não pretendendo ser
diferente, melhor ou pior, respeitando nosso rosto distinto
e os personagens que surgem de acordo com as
mudanças de contexto, respeitando nosso corpo único e

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[ 85 ]
perfeito, nossos tão necessários e valiosos sentimentos,
criados para ser sentidos e vividos, para deixa-los emergir
e desaparecer, fluir, tal como ensina a terapia Gestalt. •
Amar todos os que são, ou seja, todos os companheiros
humanos, mas em especial os que estão ao nosso redor:
que fazem parte de nossa Alma familiar e que constituem
nosso universo de laços interpessoais e afetivos, como é
óbvio no trabalho de Constelações Familiares. Sobre as
exigências da Alma, de viver na Alma, falaremos em
próximo trabalho.

QUEM É O AUTOR?

Joan Garriga Bacardí nasceu em Bellpuig, na
província de Lleida, Espanha, em 1957. Licenciado em

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[ 86 ]
psicologia pela Universidade Central de Barcelona,
especializou-se em terapia Gestalt, PNL, abordagem
Ericksoniana e métodos cênicos e corporais. Em 1986
criou e passou a dirigir o Instituto Gestalt de Barcelona com
Vicens Olivé e Mireia Darder. Aprofundou seus estudos
com Claudio Naranjo, passando a ser seu discípulo e
colaborador nos programas de SAT e psicoterapia
integrativa. Introduziu na Espanha, em 1999, Bert Hellinger
e seu trabalho sobre as Constelações Familiares, sendo
hoje um dos principais expoentes dessa linha terapêutica
em toda a Espanha e América Latina, com participação em
diversos cursos de formação. Autor de inúmeros artigos
sobre psicoterapia, atuou como colaborador de Claudio
Naranjo no livro "Gestalt de vanguardia". Seu segundo
livro, "Viver na Alma: amar o que é, amar o que somos e
amar os que são", foi publicado no Brasil pela Saberes
Editora. www.institutgestalt.com www.joangarriga.com

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[ 87 ]

Confúcio nos ensina que só pode ser sempre feliz
aquele que sabe ser feliz com tudo. Nessa linha, fugindo
dos conformismos passivos e de falsa resignação,
descobrimos que a senha que abre as portas da realização
pessoal é composta de uma simples sílaba: SIM. SIM para
a vida tal como ela é, a nós, tal como somos, e aos demais,
tal como são. A nossos pais, tal como são e como foram,
veículos providenciais de nossa existência e muito mais.
Essa é a mensagem de Joan Garriga Bacardí neste livro,
tão poético como instigador à reflexão e à mudança, sobre
um assunto essencial que preocupa a todos: o processo de
assumir nossa origem, nosso legado familiar e de
encontrar, por meio disso, nosso lugar no mundo. O texto
celebra a vida sem subtrair seu realismo e sua crueza, se

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[ 88 ]
distanciando de uma psicologia positiva artificial. "Onde
estão as moedas?" oferece novas perspectivas para a
alma, tanto para os que sofrem ao pensar em seus pais,
como para os que o fazem com gratidão. Fala a linguagem
da reconciliação e da paz, mostra o poder do amor e o
caminho para integrar e superar as feridas que impedem a
plenitude da própria vida.


CONCLUSÃO

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[ 89 ]

O sistema familiar é, sem dúvida, o mais
importante das nossas vidas. Tanto que a Bíblia, o Torá, as
Constelações e outros ensinamentos são
unânimes: honre seu pai e sua mãe.
Muitas pessoas que não se relacionam bem com
seus pais, vivem uma vida mais ou menos: são infelizes no
que fazem, não são boas em se relacionar com os outros
e não conseguem viver com prosperidade, pois esse
relacionamento ruim acaba afetando sua vida nas áreas
pessoal, profissional e financeira.

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 90 ]


Meu pai e minha mãe se separaram quando eu
tinha 11 anos e a nossa vida mudou por completo.
Chegamos até não ter onde morar. Sei que, igual a mim,
você também tem uma história de superação. Mas mesmo
meu pai deixando-nos viver com muita dificuldade, tendo
que às vezes sermos vestidos e alimentados pela
bondade das pessoas, continuei honrado-o na minha
história. Por que? Os Pais nos deram a vida, se estamos
aqui, eu escrevendo e você lendo, é graças a eles, por
isso temos que ser agradecidos.
Se você tem filhos, você sabe que muitas vezes
abdicou de fazer coisas que queria ou deixou de comprar
algo que estava afim para dar o melhor para eles. Seus

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 91 ]
pais, do jeito deles, fizeram o mesmo por você, deram o
melhor que eles podiam naquele momento.
A Constelação Familiar, segundo Bert Hellinger,
diz que quem tem reservas em relação à mãe, que foi sua
primeira e mais importante experiência de nutrição e
confiança oferecida pela vida, também terá reservas em
relação à realização do sucesso e felicidade.
O Sucesso dos Negócios vem com a Benção da
Mãe.
Quem rejeita a mãe permanece pobre, pois a
abundância e a prosperidade chegam quando nossa mãe
é honrada por nós como mãe, conforme ensina as
constelações familiares e a visão sistêmica.
O Que Você Deve Fazer para Honrar seu Pai e
Mãe e Ter Ainda Mais Prosperidade:
1 – Viva em paz com seus pais – Seja grato pelos
seus pais do jeito que eles são e não do jeito que você
queriam que eles fossem.
2 – Elimine o que pode estar sugando sua
energia – Tire tudo que pode estar te incomodando na
vida, se tiver dívidas, negocie. O móvel de casa está

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 92 ]
quebrado? Conserte. Aquele barulhinho do carro está te
chateando? Acabe com ele. Focar nas energias boas.
3 – Dinheiro é uma energia de troca e
agradecimento – Primar pelo o equilíbrio do trabalho
versus dinheiro. Criar uma relação de troca com equilíbrio
em tudo na vida.
4 – Cuidado com as crenças limitantes e
sabotadoras – O que você ouve sobre ter dinheiro? O que
seus pais falavam sobre dinheiro na sua infância?
Você tem medo de ganhar dinheiro? Observe que
sentimento surge quando o assunto é dinheiro na sua vida.
Transforme isso na sua mente.
5 – Dignifique e dê nobreza a sua profissão –
Foque no benefício que sua profissão ou seu negócio
proporciona para as pessoas. Você serve as pessoas,
agrega valor a elas e o dinheiro é consequência disso.
6 – Valorize seu dinheiro, olhe-o com bons
olhos – Respeite seu dinheiro. Você costuma olhar seu
extrato bancário? Você não sabe o quanto ganha nem o
quanto gasta? Você pode estar, sem querer, excluindo o
dinheiro da sua vida. Seja grato por tudo que você receber,
até pelas contas que foram feitas por você em troca de

Onde estão as moedas? [Com comentários]

[ 93 ]
algum benefício. Se você não respeitar a energia do
dinheiro ele irá embora.
7 – Faça as pazes com a vida – Aceite seu
passado! Viva o presente e dê uma olhadinha no futuro
maravilhoso que você terá.
Hilton Nascimento
Mentor Financeiro e Mestre em Coaching.

ESCRIBA DE CRISTO:
TEOLOGIA
Estudo sobre o dilúvio bíblico
Estudo das dez pragas do Egito
Estudo do voto e Jefté
Vinho na Ceia do Senhor
Pastora é antibíblico
95 teses de Lutero explicadas
Refutando o determinsmo de Lutero
Jesus era chato e antipático
Parapsicologia Bíblica
Dicionário de Parapsicologia
Compêndio teológico sobre o véu
Guia de Estudo Bíblico
Dogmatologia
Javé, o Deus da Bíblia
A Triunidade de Deus
Como fundar uma Igreja
Sexologia cristã
Tratado teológico sobre a barba
Mulher não fala na igreja
Espiritismo X Cristianismo
Ilusão espírita Kardecista
APOCRIFOLOGIA
Livro de Enoque com comentários
Livro dos Segredos de Enoque
analisado
Livros de Adão e Eva
Pseudo-epígrafos de Barnabé com
comentários
Apócrifo Pastor de Hermas com
comentários (25)
BIBLIOLOGIA
Canonicidade Bíblica
Comentário bíblico: Gênesis à
Deuteronômio
Comentário bíblico: Josué a II
Crônicas
Comentário bíblico Esdras a Jó
Comentário bíblico – Salmos
Comentário bíblico – Provérbios a
Cantares
Comentário bíblico – Profeta Isaias
Comentário bíblico – Jeremias e
Lamentações
Comentário bíblico - Ezequiel
Os quatro livros biográficos de
Jesus
Comentário bíblico – Ev. de Mateus
Comentário bíblico – Ev. de Marcos
Atos dos apóstolos Explicado
Atos dos apóstolos Comentado e
Ilustrado
Primeira Carta aos Coríntios
comentada
Primeira epístola de Pedro com
comentários

LISTA DOS MEUS LIVROS PUBLICADOS


[ 95 ]
Epístola de Tiago com comentários
Apocalipse comentado
A Septuaginta
DEMONOLOGIA
O Diabo está ao seu lado
Lugares amaldiçoados
HAMARTIOLOGIA
O pecado da sensualidade
ESCATOLOGIA
Arrebatamento pré-tribulacionista
Juízo Final
O Fim do Mundo 41
ÉTICA
Bebida alcoólica não é pecado
Como se vestem os santos
Você é invejoso, entenda isso
Salto alto faz mal e é pecado
GEOGRAFIA BÍBLICA
O Jardim do Éden na Bíblia
PATROLOGIA
Vida de Antão com comentários
Clemente de Roma
De Trinitate de Agostinho com
comentários
As vestimentas na Igreja Primitiva -
Tertuliano
Hexamerão de Ambrósio
ilustrado e explicado
DEVOCIONÁRIO E SERMÕES
A imitação de Cristo de Tomás de
Kempis com comentários
O peregrino de John Bunyan
ilustrado e explicado
Experimentando Jesus através
da Oração (com comentários) –
Madame Guyon
Pecadores nas mãos de um Deus
irado comentado
Autoridade Espiritual com
comentários
Motivos para agradecer
TANATOLOGIA
O céu é de verdade com
comentários
Uma prova do céu – analisado
Vida após a vida com
comentários
COLEÇÃO DO EX -PADRE
ANIBAL PEREIRA DOS REIS
Senhora Aparecida com
comentários
Essas Bíblias católicas [com
comentários]
A virgem Maria [com
comentários]
CIÊNCIAS ESPACIAIS
Mitologia sobre o planeta Marte
Missões ao planeta Marte

LISTA DOS MEUS LIVROS PUBLICADOS


[ 96 ]
ISS – Estação Espacial
Internacional – Maravilha de Deus
Terra plana dos insensatos
Terra Plana e os satélites
geoestacionários
Terra Plana e os ônibus espaciais
Os astronautas e a terra plana
Ciências X Terra Plana
Globo X Terra Plana – Volume 1
Globo X Terra plana – Volume 3
Globo X Terra plana – Volume 3
Globo X Terra Plana – 100 lições
CIÊNCIAS NATURAIS
Catálogo de mineralogia
Ricardo Felício e o aquecimento
Global
Cactos e suculentas, maravilhas
de Deus
Biologia, O mito da Evolução
Baleias, maravilhas de Deus
A sabedoria das formigas
Formigas, maravilhas de Deus
Pôr do sol, maravilha de Deus
Abelha sem ferrão, maravilha de
Deus
As palmeiras, maravilhas de
Deus
Orquídeas, maravilhas de Deus
101 maravilhas de Deus, Volume
1
101 maravilhas de Deus, Volume
2
101 maravilhas de Deus, Volume
3
101 maravilhas de Deus, Volume
4
101 maravilhas de Deus, Volume
5
101 maravilhas de Deus, Volume
6
101 maravilhas de Deus. Volume
7
101 maravilhas de Deus, Volume
8
Botânica Bíblica
Produção de plantas
GASTRONOMIA
Licores, maravilhas da
humanidade
SAÚDE PÚBLICA
Doenças na Humanidade
História das pandemias
Pestes na Antiguidade
Tratamentos contra a Covid-19
Coronavírus e a histeria coletiva
Coronavírus e a imunidade

LISTA DOS MEUS LIVROS PUBLICADOS


[ 97 ]
Coronavírus e as causas de
morte
Revolta da Vacina e o
Coronavírus
Coronavírus – Isolamento ou
distanciamento?
Coronavírus e os efeitos
econômicos
Virologia do Coronavírus
9 de abril de 2020 – pico do
coronavírus
Coronavírus – Conspiração
Chinesa
Coronavírus e o plano chinês
Coronavírus em cada nação
Coronavírus e suicídio
UFOLOGIA
Eram os deuses astronautas
(Com anotações)
A Bíblia da Ufologia
DIREITA
CONSERVADORA
CRISTÃ
COLEÇÃO: MENTES
BRILHANTES
Guilherme Fiúza, mente brilhante
Rodrigo Constantino, mente
brilhante
Augusto Nunes – mente brilhante
Allan dos Santos – mente
brilhante
Luciano Hang – mente brilhante
Roberto Jefferson – mente
brilhante
Alexandre Garcia, mente
brilhante
Olavo de Carvalho, mente
brilhante
Bernardo Küster, mente brilhante
Caio Coppolla, mente brilhante
Deltan Dallagnol, mente brilhante
Gustavo Gayer, mente brilhante
Adrilles Jorge, mente brilhante
Magno Malta, mente brilhante
ESTADOS UNIDOS
Governo Glorioso de Donald
Trump
CONSERVADORISMO
Deus é Conservador e o Diabo é
progressista
ESQUERDA
Os tentáculos malignos da
Esquerda
JUDICIÁRIO

LISTA DOS MEUS LIVROS PUBLICADOS


[ 98 ]
Ministro Gilmar Mendes, o juiz
iníquo
CORRUPÇÃO
Planilha de propina da Odebrecht
explicada
SERIE: LULA
Os amigos de Lula
Todos os telefones do presidente
Lula
Lula e o caso do triplex 21
Lula X ACM
SÉRIE BOLSONARO
Jair Bolsonaro, presidente do
Brasil
Bolsodória – o perfil de mau
caráter
Bolsonaro X João Dória
Bolsonaro – traidor da Direita
SÉRIE: Presidente Moro 2022
– O caso do triplex
- Sigilo telefônico do Lula
COMUNISMO
Comunismo em Cuba
Genocídio Comunista no
Camboja
U.N.E. – A serviço do comunismo
PARTIDO DOS
TRABALHADORES
[PT]
Memorial criminoso do PT –
Volume I
Memorial criminoso do PT –
Volume II
PT X Cristianismo
NAZISMO
Minha Luta de Adolf Hitler com
comentários
O lado bom do nazismo
DEMOCRACIA
Liberdade e democracia de
Mentira
O fracasso da democracia
39 LIVROS

GEOPOLÍTICA
A China e o Anticristo
OMS à serviço da China
Antissemitismo na Alemanha
pré-nazista
COMUNICAÇÃO
Globolixo em charge
Globovírus

LISTA DOS MEUS LIVROS PUBLICADOS


[ 99 ]
FEMINISMO
Homem é cabeça da mulher
Deus é machista 36
CIÊNCIA MILITAR
Manual do guerrilheiro urbano de
Marighella com comentários
A arte da Guerra com
comentários
DIREITO
Direito Divino ao Trabalho
Direito Divino a Legítima Defesa
O instituto divino da Pena de
Morte 42
ESCRIBA DA
HISTÓRIA
ARTE E LITERATURA
Jesus segundo os artistas
As pinturas de Akiane Kramarik
Pinturas de Caravaggio
As músicas diabólicas de Raul
Seixas
Hamlet de Shakespeare com
comentários
A arte poética de Aristóteles
comentada
Minha Luta de Adolf Hitler com
comentários
O Guarani, ilustrado e comentado
A Revolução dos Bichos
comentada e ilustrada
A Guerra dos Mundos – Livro I
com comentários
A Guerra dos Mundos – Livro II
HISTÓRIA
Código Hamurabi e a Lei de
Moisés
Introdução à Arqueologia
Egiptologia Bíblica
História Eclesiástica de Eusébio
de Cesaréia
História do Universo comentada
História do Cristianismo
comentada
História da cidade de Jerusalém
O anjo de quatro patas
A Epopéia de Gilgamesh
O livro dos Mártires com
comentários
Dragões existiram
Os acidentes aéreos no Brasil
História de Itabaiana
HISTÓRIA ECLESIÁSTICA
O que é Igreja Católica Romana?
Finanças da Igreja Católica
Entenda a CCB – Volume I
Entenda a CCB – Volume II

LISTA DOS MEUS LIVROS PUBLICADOS


[ 100 ]
História da Igreja Deus é Amor
BIOGRAFIA
Jacó em férias de 2022
Maria de Lourdes – Mulher
coragem
Cronologia da Vida do apóstolo
Paulo
Vida de Antão com comentários
Vida de Constantino comentada
capítulo a capítulo
David Ben-Gurion – Herói de
Israel
Galileu Galilei X Igreja Católica
Lutero era antissemita

CIÊNCIAS SOCIAIS
Onde estão as moedas [com
comentários]
Controle Populacional ou o caos
O Estado Judeu de Israel
COLEÇÃO SERVOS DE DEUS
Charles Finney –Vol 1
Charles Finney – Vol 2
FILOSOFIA
Anticristo de Nietzsche
comentado
ACADEMIA DE
POLÍCIA
CIÊNCIAS POLICIAIS
A perigosa vida de travestis
Escrivão de Polícia é cargo
técnico científico
Manual de Necropsia
Plantão policial
Ocorrências Policiais
Sátiras Policiais
Anedotas policiais
HERÓIS DA POLÍCIA
Sargento Tonny Santos – Herói...
Gabriel Monteiro – Herói da p...
EM OUTROS IDIOMAS
Creacionist Biology {inglês}
Diary Christopher Columbus
(Inglês)
Alcoholic drink is not sin (Inglês)
The Dress in the early church (Inglês)
Biology, the myth of Evolution
(Inglês)
The Four-legged Angel (Inglês)
Life of Constantine (Inglês)
Last Judgment (inglês)
ArchéologieBiblique (Francês)
Juicio Final (Espanhol)

LISTA DOS MEUS LIVROS PUBLICADOS


[ 101 ]
Indossare il velo (Italiano)
生物学–進化の神話 (Japonês)
240 livros publicados