Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Educação
Disciplina – Sociologia e História da Educação: a teorização de Norbert Elias
Professora – Cynthia Greive Veiga
Grupo – Álida, Ana Beatriz, Andréia Zica, Eliane, Fernanda, Helen, Liliana, Maria , Zenaide, Neilton, Solange, S...
Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Educação
Disciplina – Sociologia e História da Educação: a teorização de Norbert Elias
Professora – Cynthia Greive Veiga
Grupo – Álida, Ana Beatriz, Andréia Zica, Eliane, Fernanda, Helen, Liliana, Maria , Zenaide, Neilton, Solange, Stefânia
Setembro de 2009
Seminário sobre a obra “Os Estabelecidos e os Outsiders”
Referência da obra: ELIAS, Norbert & SCOTSON, John L. 2000. Os Estabelecidos e os Outsiders: Sociologia das Relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Tradução, Vera Ribeiro; Tradução do posfácio à edição alemã, Pedro Süssekind; apresentação e revisão técnica, Federico Neiburg - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000, 224 p.
Size: 1.25 MB
Language: pt
Added: Aug 24, 2017
Slides: 76 pages
Slide Content
Disciplina – Sociologia e História da Educação: a teorização de
Norbert Elias
Professora – Cynthia Greive Veiga
Grupo – Álida, Ana Beatriz, Andréia Zica, Eliane, Fernanda, Helen,
Liliana, Maria , Zenaide, Neilton, Solange, Stefânia
Setembro de 2009
Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Educação
Seminário sobre a obra
“Os Estabelecidos e os Outsiders”
Referência da obra: ELIAS, Norbert & SCOTSON, John L. 2000. Os
Estabelecidos e os Outsiders: Sociologia das Relações de poder a
partir de uma pequena comunidade. Tradução, Vera Ribeiro;
Tradução do posfácio à edição alemã, Pedro Süssekind;
apresentação e revisão técnica, Federico Neiburg - Rio de Janeiro :
Jorge Zahar Ed., 2000, 224 p.
A obra na vida de Elias e nos entremeios de suas demais obras
Livro Manuscrito e/ou
época de produção
Alemão Francês Inglês Português
(Brasil)
A sociedade da corte 1933 1969 1974 1983 2001
O processo civilizador, volume 1: Uma
história dos costumes
O processo civilizador, volume 2:
Formação do Estado e Civilização.
1935
1939
(Suíça)
1969
(Alemanha)
1973
1975
1978 1990
1993
O que é sociologia 1970 1981 1986
Sobre o tempo Anos de 1970 1984 1997 1991 1998
A sociedade dos indivíduos 1987 1991 1991 1994
Os alemães 1989 1996 1997
Os estabelecidos e os outsidersAnos de 1950 1994 1965 2000
Norbert Elias por ele mesmo 1984 1990 1991 1994 2001
Fonte: VEIGA, Cynthia Greive. Aula 1, Cronologia Norbert Elias
Estrutura do livro
SUB-TÍTULOS PÁGINAS
Apresentação à Edição brasileira por Federico Neiburg 07 a 11
Nota introdutória 13
Prefácio 15 a 17
Introdução: Ensaio teórico sobre as relações estabelecidos-
outsiders
19 a 50
Considerações sobre o método 51 a 60
A formação das relações de vizinhança 61 a 69
Visão geral da Zona 1 e da Zona 2 70 a 84
As famílias matrifocais da Zona 2 85 a 91
SUB-TÍTULOS PÁGINAS
As associações locais e a “rede de famílias antigas”92 a 106
Visão geral da Zona 3 107 a 120
Observações sobre a fofoca 121 a 133
Os jovens de Wiston Parva 134 a 164
Conclusão 165 a 186
Apêndice 1 – Aspectos sociológicos da identificação187 a 189
Apêndice 2 – Nota sobre os conceitos de “estrutura social”
e “anomia”
190 a 193
Apêndice 3 – Da relação entre “família” e “comunidade” 194 a 197
Posfácio à edição alemã – outras facetas da relação
estabelecidos-outsiders – O modelo Maycomb
199 a 213
Introdução
- O livro foi publicado pela primeira vez em 1965 e é fruto de um estudo
realizado na comunidade de Winston Parva (nome fictício), perto de
Leicester, Inglaterra, no fim da década de 50 e início dos anos 60, por
Norbert Elias e John Scotson, professor local, cujo interesse inicial era a
investigar a delinqüência juvenil.
- Esta edição brasileira traz, na apresentação, um texto que foi ditado por
Elias, dez anos depois da publicação, para a introdução da edição holandesa
da obra. Traz ainda outro texto ditado por Elias, pouco antes de sua morte,
para a edição alemã do livro.
- As palavras establishment e established referem-se a indivíduos que
ocupam posições de prestígio e poder; o grupo da boa sociedade. Os
outsiders, ao contrário, são os não membros da boa sociedade.
Introdução
- A obra ocupa um lugar singular na história da teoria social do período
do pós-guerra, quando a sociologia estava dominada pelo modelo
estrutural-funcionalista.
- Trata-se do único livro propriamente etnográfico de Elias, cuja obra é
mais associada à sociologia histórica, centrada na interpretação de fontes
escritas.
- Os habitantes da comunidade de Winston Parva, identificados por
estabelecidos e outsiders, não diferiam em termos de nacionalidade,
ascendência étnica, cor ou raça ou mesmo quanto ao tipo de ocupação,
renda ou nível educacional. O que os diferenciava era apenas o tempo de
residência na comunidade.
Considerações sobre o método
- Análise microssociológica da comunidade de Winston Parva, buscando
mostrar empiricamente as propriedades gerais das relações de poder em
uma sociedade.
- Deslocamento do interesse inicial da pesquisa: passa-se do estudo da
delinquência às relações entre diferentes zonas de uma comunidade.
- Pesquisa etnográfica, derivada de 3 anos de trabalho de campo e
realizada no final dos anos 1950, época em que a sociologia (inglesa)
estava marcada pela oposição entre trabalhos teóricos e empíricos, típica
do modelo estrutural-funcionalista.
- Vantagens da análise microssociológica: exploração minuciosa de
problemas encontrados em unidades sociais mais diferenciadas e
construção de um modelo explicativo que pode ser testado e ampliado. São
trazidos diversos exemplos de outros contextos sociais e busca-se um
equilíbrio entre exposição dos fatos e considerações teóricas.
Considerações sobre o método
- “Abordagem figuracional”: investigação da estrutura global e da
sociodinâmica das interações entre estabelecidos e outsiders.
- Pressuposto: a ausência de análises dos processos grupais de longo
prazo tendem a distorcer as características destas relações. Os diferenciais
de poder se devem, sobretudo, a diferenças no grau de organização dos
grupos e à natureza de sua interdependência. Há um equilíbrio instável de
poder, devido às tensões.
- Constatação: habitantes da Zona 1 (área residencial de classe média) e da
Zona 2 (área operária) consideram-se superiores aos habitantes da Zona 3.
- Hipótese: presença recente do grupo 3 como fator de desprestígio; ele é
estigmatizado a partir da imagem da “minoria dos piores”.
Considerações sobre o método
- Instrumentos utilizados: estatísticas oficiais, relatórios governamentais,
documentos jurídicos e jornalísticos, entrevistas e observação participante.
O ecletismo metodológico propicia a compreensão do conjunto de pontos
de vista que formam uma figuração social e dos laços de interdependência.
- Problema metodológico: os dados quantitativos e a formulação de tabelas
estatísticas não explicavam as diferenças de status entre os grupos
investigados.
- Reafirma-se a necessidade de um método de “análise e sinopse das
configurações”: movimento dialético entre as informações coletadas, visto
que os fenômenos sociais não consistem em uma combinação de variáveis
isoladas, mas resultam das interações entre os diversos elementos de uma
configuração.
Organização da apresentação
Elias indica que há algumas CONSTANTES
ESTRUTURAIS nas relações de poder existentes na
figuração estabelecidos e outsiders.
O autor destaca que os leitores, ao avançarem na
leitura da obra, têm a possibilidade de descobrirem
outras por si mesmos.
Organização da apresentação
Relações de poder
Estigma Fofoca Anomia
Coesão grupal Nós-eles
Ideal de nós
Auto-imagem
Carisma e desonra
grupal
Relações com Marx Processo grupal de
certa duração
Diferença anomia-
nomia como fator de
irritação
Relações de poder
- EQUILÍBRIO INSTÁVEL DE PODER , com as tensões que lhe são
inerentes: peça central na figuração estabelecidos e outsiders.
- Grupos outsiders (enquanto estão em situação de permanente
intimidação) exercem pressões tácitas ou agem abertamente a fim de
reduzir os diferenciais de poder responsáveis por sua situação inferior.
- Grupos estabelecidos fazem a mesma coisa em prol da preservação ou
aumento desses diferenciais.
Relações de poder
ESTABELECIDOS
Moradores já havia três
gerações e, devido a
esse fator, se julgavam
senhores de direitos
especiais
OUTSIDERS
Moradores do loteamento
novo que eram vistos pelos
membros do outro grupo
como inferiores, somente
pelo fato de serem
moradores há menos tempo.
Devido a esse fator, eram
tratados como outsiders.
ESTABELECIDOS
Vêem-se como pessoas
melhores, dotadas de uma
relação grupal sólida, de
uma virtude específica que é
compartilhada por todos os
seus membros.
OUTSIDERS
Enquanto que o grupo de
moradores do loteamento
não tinham esse tipo de
relação grupal e isso os
tornavam isolados e
inferiores com relação ao
outro grupo. O único contato
que havia entre eles era o
exigido por suas atividades
profissionais.
Relações de poder
- O fator tempo de residência é o determinante de
poder entre os mais antigos perante aos mais novos
moradores, e essa relação de tempo é fator gerador
para a estigmatização dos moradores mais novos
da comunidade, e aqueles indivíduos que não
faziam parte desse grupo eram simplesmente
excluídos.
Relações de poder
- Os motivos destacados pelo grupo estabelecido para não aceitar a
infiltração dos recém chegados (outsiders), eram baseados em suma pela
AMEAÇA DO MONOPÓLIO DAS FONTES DE PODER , AMEAÇA
CONTRA O CARISMA DA COLETIVIDADE construído durante três
gerações e pelo MEDO DE SEREM ROMPIDAS AS NORMAS GRUPAIS
CONSTRUÍDAS.
Relações de poder
- As categorias, estabelecidos e outsiders, se definem na relação que as
nega e que as constitui como identidades sociais.
- Os indivíduos que fazem parte dessas comunidades estão ao mesmo
tempo unidos, mas também separados por uma RELAÇÃO DE
INTERDEPENDÊNCIA GRUPAL .
- Pode-se constatar que a superioridade social e moral, o
PERTENCIMENTO e a EXCLUSÃO são elementos da sociedade dos
indivíduos e que entre os estabelecidos e os outsiders, na esfera
social, exemplificam as relações de poder.
- O poder, como tantos outros conceitos, apresenta-se
freqüentemente ligado a um lugar, a um atributo específico de quem o
detêm – pelo controle material de objetos, de coisas e pessoas. Elias
destaca a necessidade de pensarmos nos “aspectos figuracionais dos
diferenciais de poder que se devem puramente a diferenciais no grau
de organização dos seres humanos implicados”(p. 21).
- O poder ocorre no interior das figurações em que “os grupos
estabelecidos vêem seu poder superior como um sinal de valor
humano mais elevado; os grupos outsiders, quando o diferencial de
poder é grande e a submissão inelutável, vivenciam afetivamente sua
inferioridade de poder como um sinal de inferioridade humana” (p.28).
Relações de poder
- Devido a uma relação sólida, o grupo dos estabelecidos
reservava para as pessoas de sua relação grupal, cargos
importantes como o conselho, a escola ou ao clube e deles
excluíam os moradores da outra área.
- Assim, a EXCLUSÃO e a ESTIGMATIZAÇÃO dos outsiders pelo
grupo estabelecido afirmava sua superioridade e sua relação de
poder, pois havia uma acentuada COESÃO e INTEGRAÇÃO no
grupo o que não se via no grupo dos moradores do loteamento.
Relações de poder
Estigma
- Características estruturais da comunidade em desenvolvimento de
Winston Parva ligavam dois grupos de tal maneira que os membros de um
deles sentiam-se impelidos a tratar os de outro, coletivamente, com certo
desprezo, como pessoas de valor humano inferior, se comparadas com
eles.
- Ervin Goffman (1975, p.13): “O termo estigma, portanto, será usado em
referência a um atributo profundamente depreciativo, mas o que é preciso,
na realidade, é uma linguagem de RELAÇÕES e não de atributos”.
(GOFFMAN, Ervin. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1975 – 1ª Ed.: 1963)
Estigma
SOCIODINÂMICA DA ESTIGMATIZAÇÃO : são as condições em que um
grupo consegue lançar um estigma sobre outro. (p.23)
Winston Parva como um microcosmo social possibilitava que a tendência de
um grupo a estigmatizar outro, que desempenha um papel tão importante
nas relações entre grupos no mundo inteiro, pudesse parecer mais
manejável.
ABORDAGEM FIGURACIONAL (na pesquisa entendida como figuração
específica que os dois grupos formavam entre si) contrapondo a tendência
atual de discutir o problema da estigmatização social apenas no plano
individual (uma simples questão de pessoas que demonstram
individualmente um desapreço acentuado por outras pessoas como
indivíduos).
Estigma
Problema da Estigmatização social e a
Natureza de sua interdependência
Grupo estabelecido
estar bem instalado
em posições de poder
Grupo outsider estar
excluído das posições
de poder
PEÇA CENTRAL:
Equilíbrio instável de poder
Precondição decisiva
para Estigmatização
Eficaz
PREVALECE
(estabelecidos):
• Desprezo absoluto e
estigmatização unilateral do
outro grupo
•Rotulação do outro grupo
(arma para manutenção da
superioridade)
PREVALECE (outsiders):
• estigma de desonra coletiva
•Rótulo de valor humano
inferior
•Estigma social que penetra
na auto-imagem
Estigma
CONTRA-ESTIGMATIZAÇÃO: tendência a retaliação dos antigos grupos
outsiders tão logo diminuem as disparidades de força ou, em outras palavras,
a desigualdade do equilíbrio de poder.
ESTIGMATIZAÇÃO ENTENDIDA COMO “PRECONCEITO” INTERGRUPAL
requer uma investigação da estrutura global da relação vigente entre os
grupos.
MECÂNICA DA ESTIGMATIZAÇÃO: exige o exame mais rigoroso do papel
desempenhado pela imagem que cada pessoa faz da posição do seu grupo e
de seu próprio status como membro desse grupo (participação, submissão,
satisfação).
Estigma
A ESTIGMATIZAÇÃO PODE SURTIR UM EFEITO PARALISANTE nos
grupos de menor poder e manter a capacidade de estigmatizar é uma arma
nada insignificante nas tensões e conflitos ligados ao equilíbrio de poder.
(p.27)
A estigmatização como um aspecto da relação entre estabelecidos e
outsiders, associa-se, muitas vezes, a UM TIPO ESPECÍFICO DE
FANTASIA COLETIVA criada pelo grupo estabelecido: o estigma social
que seus membros atribuem ao grupo dos outsiders transforma-se em sua
imaginação em estigma material – é coisificado, surge como uma coisa
objetiva. (p.35)
Anomia
- Grupo estabelecido tende a atribuir ao conjunto do grupo outsider as
características “ruins” de sua porção pior – de sua MINORIA ANÔMICA.
Auto imagem do grupo estabelecido tende a se modelar em seu setor
exemplar, mais “nômico” ou normativo – na minoria de seus “melhores”
membros, a MINORIA “NÔMICA”.
- Grupos outsiders vistos como anômicos. Contatos sociais mais estreitos
com membros de grupos outsiders tem características emocionais que
podem ser chamadas de “MEDO DA POLUIÇÃO ” ou ameaça de uma
“INFECÇÃO ANÔMICA ” – inserido ameaçado de ter seu status rebaixado
dentro do grupo estabelecido.
- Somente situação global permite avaliar até que ponto o ato de revidar
do grupo outsider se transforma em apatia paralisante a vergonha
produzida pela estigmatização inescapável de um grupo estabelecido ou
se transforma em normas agressivas ou em anarquia.
Fofoca
- Circulação de fofocas depreciativas e a auto-imagem maculada dos
outsiders podem ser consideradas traços constantes na figuração
estabelecidos-outsiders.
- O grupo estabelecido atribuía a seus membros características humanas
superiores; excluía todos os membros do outro grupo do contato social não
mantido através de meios de controle social como fofoca elogiosa no caso
dos que o observavam, e a ameaça de fofocas depreciativas contra os
suspeitos de transgressão.
Fofoca
- Definição – Informação mais ou menos depreciativa sobre terceiros,
transmitida por duas ou mais pessoas (p.121).
Aspectos gerais:
- Os grupos despertam temores uns nos outros permanentemente (no
plano individual e coletivo). Eles temem ser escravizados, espoliados,
despojados ou destruídos pelos outros (p.212-213).
- A atribuição de falhas - e também de qualidades - a indivíduos que
pessoalmente nada fizeram, é um fenômeno universal (p.131).
- A promoção da autoestima coletiva fortalece a integração de um
grupo, melhorando suas chances de sobrevivência (p.210).
- As calúnias que acionam os sentimentos de vergonha ou culpa do
grupo socialmente inferior pelo grupo socialmente dominante, mantêm
a superioridade do último sobre o primeiro (131).
Fofoca
- Os mexericos depreciativos e a discriminação são reforçados a
cada geração, aprofundando o efeito de rejeição, aumentando a
rigidez das crenças e impermeabilizando as últimas aos argumentos
contrários (p.127).
- A fofoca não promove a integração entre indivíduos. Um grupo bem
integrado é que tende a fofocar mais livremente. A fofoca reforça a
coesão entre as pessoas de um grupo (p.129) devido à censura
grupal (p.124).
- Em todas as suas formas, as fofocas tinham um valor considerável
como entretenimento (p.122).
- Quanto maior é a segurança de um grupo quanto à sua
superioridade, menor tende a ser as distorções, a discrepância entre
a imagem e a realidade. E quanto mais ameaçado e inseguro este
grupo se sente, maior a probabilidade de pressão interna, a qual leva
as crenças coletivas a extremos de ilusão (p.125-126).
ESTABELECIDOS OUTSIDERS
- O nível organizacional relativamente
alto facilitava a transmissão dos
mexericos (p.121).
- Se referiam aos outros moradores
como se referiam às celebridades
(p.122-123).
- Se mostravam compassivos e
solidários ao infortúnio alheio (p.123).
- As fofocas elogiosas eram um dos
meios de mobilização da ajuda
comunitária (p.124).
- O senso de superioridade era uma
arma de defesa e de ataque ao mesmo
tempo (p.132).
- As famílias se comunicavam com
menos freqüência (p.122), tornando a
circulação dos boatos mais difusos
(p.125) e impedindo uma coesão maior
do grupo (p.128).
- Não falavam das pessoas de seu grupo
com a mesma liberdade dos
estabelecidos, porque sua vida pessoal e
status eram diretamente afetados (129).
- Não tinham como retaliar as fofocas
porque não eram coesos e não tinham
poder (p. 130).
- Em alguns casos concordavam com os
estabelecidos quanto a alguns
comentários (p.130).
- A estigmatização surtia um efeito
paralisante nos outsiders (p.27).
Fofoca
Fofoca
- Conceitos utilizados pelo grupo estabelecido como meio de estigmatização
varia conforme as características sociais e tradições de cada grupo, tendo
sentido em contextos específicos.
- Enquanto equilíbrio é desigual a favor dos estabelecidos, termos
estigmatizantes não têm significado para eles. Quando os conceitos
começam a ser insultosos para os estabelecidos, é sinal de que a
relação de forças está mudando.
Redes de sociabilidade - coesão
- Diferenciais do grau de COESÃO INTERNA e de controle comunitário
podem desempenhar um papel decisivo no EQUILÍBRIO INSTÁVEL DE
PODER entre os grupos.
- Diferenciais de coesão e integração como uma faceta dos diferenciais de
poder.
Redes de sociabilidade - Coesão
Coesão grupal – identificação coletiva.
Exemplo da pesquisa: Coesão de famílias – Naquela pequena comunidade, a
superioridade de forças do grupo estabelecido baseava-se no alto grau de
coesão de famílias que se conheciam havia duas ou três gerações, em
contraste com os recém-chegados, que eram estranhos não apenas para os
antigos residentes como também entre si (p.22).
Era graças a seu maior potencial de coesão, assim como à ativação deste
pelo controle social, que os antigos residentes conseguiam reservar para as
pessoas de seu tipo os cargos importantes das organizações locais, e excluir
firmemente os moradores da outra área, aos quais como grupo, faltava
coesão (p.22).
Redes de sociabilidade - coesão
Se um grupo possui índice de coesão mais alto do que o outro, essa
integração diferencial contribui para seu excedente de poder. Maior coesão
permite ao grupo estabelecido reserva de posições sociais com potencial
de poder mais elevado e que reforça coesão (p.22).
Diferenciais do grau de COESÃO INTERNA e de controle comunitário
podem desempenhar um papel decisivo na relação de forças entre um
grupo e outro (p. 21 e 22).
A principal diferença entre os dois grupos era exatamente esta: um deles
era um grupo de antigos residentes, estabelecido naquela área havia duas
ou três gerações, o outro era composto de recém-chegados. A expressão
sociológica desse fato era uma diferença acentuada na coesão dos dois
grupos. Um era estreitamente integrado, o outro, não (p.24).
Nós-eles
- Grupos ligados entre si sob a forma de uma configuração estabelecidos-
outsiders são compostos de seres humanos individuais. O problema é saber
como e por que os indivíduos percebem uns aos outros como pertencentes a
um mesmo grupo e se incluem mutuamente dentro das fronteiras grupais que
estabelecem ao dizer “nós”, enquanto, ao mesmo tempo, excluem outros
seres humanos a quem percebem como pertencentes a outro grupo e a quem
se referem coletivamente como “eles”.
NÓS
· PARA OS ESTABELECIDOS, O PASSADO
COMUM ERA O FIO INVISÍVEL QUE
LIGAVA ESSES SERES HUMANOS
INDIVIDUAIS FAZENDO COM QUE ELES
SE SENTISSEM COMO PARTE DE UM
GRUPO. AO ATRAVESSAREM JUNTOS
UM PROCESSO GRUPAL – DO PASSADO
PARA O FUTURO ATRAVÉS DO
PRESENTE – ELES ESTOCAVAM
LEMBRANÇAS, APEGOS E AVERSÕES. (p.
38)
· LIGAVAM-SE PELA INTIMIDADE
COMPETITIVA E AMBIVALENTE QUE
CARACTERIZA OS CÍRCULOS DE
“FAMÍLIAS ANTIGAS”. (p. 38)
ELES
· OS OUTSIDERS NÃO POSSUÍAM UM
PASSADO COMUM . NADA TINHAM EM
COMUM QUE OS FIZESSE SENTIR
LIGADOS UNS AOS OUTROS.
· NÃO SE SENTIAM PARTE DE UM
CÍRCULO DE “FAMÍLIAS ANTIGAS”,
LOGO NÃO SE LIGAVAM PELA
INTIMIDADE COMPETITIVA E
AMBIVALENTE.
NÓS
· LIGAVAM-SE ENTRE SI POR LAÇOS DE
INTIMIDADE EMOCIONAL QUE
INCLUÍAM ANTIGAS AMIZADES E
VELHAS AVERSÕES. (p. 39)
· HAVIA UMA HIERARQUIA INTERNA E
UMA ORDEM DE PRECEDÊNCIA. A
ORDEM HIERÁRQUICA ERA CONHECIDA
POR TODOS OS MEMBROS NO NÍVEL DA
PRÁTICA SOCIAL – OU SEJA – EM UM
BAIXO NÍVEL DE ABSTRAÇÃO. (p. 38)
ELES
· COMO NÃO SE CONFIGURAVAM UM
GRUPO, NÃO CONHECIAM NENHUMA
ORDEM HIERÁRQUICA.
· ELES – OS OUTSIDERS – NÃO
CONSEGUIAM COMPREENDER AS
RAZÕES DA EXCLUSÃO E DA
ESTIGMATIZAÇÃO PORQUE OS LAÇOS
MÚTUOS QUE UNIAM OS
ESTABELECIDOS NÃO PODIAM SER
VISTOS: ERAM RESULTADOS DO
PROCESSO GRUPAL VIVIDO POR ELES.
(p.39)
NÓS
· OS ESTABELECIDOS NÃO
CONSEGUIAM EXPLICAR AS RAZÕES
QUE JUSTIFICASSEM O
PERTENCIMENTO A ESSE GRUPO.
SOMENTE CONSEGUIAM EXPLICÁ-LAS
POR RAZÕES PRÁTICAS. (p. 39)
· A OPINIÃO INTERNA DO GRUPO DOS
ESTABELECIDOS ATUAVA COMO
FORÇA REGULADORA DOS
SENTIMENTOS E DA CONDUTA DOS
MEMBROS. (p. 39)
ELES
· NÃO HAVIA COMPETIÇÃO INTERNA,
NÃO HAVIA NORMAS A SEREM
OBSERVADAS NEM STATUS A SER
ALCANÇADO.
· DEVIDO A FALTA DE ACESSO AOS
CARGOS DE MAIOR PRESTÍGIO NA
COMUNIDADE, OS OUTSIDERS NÃO
ERAM RECOMPENSADOS AO AGIR
DESSA OU DAQUELA MANEIRA.
NÓS
· MEMBROS DO GRUPO ERAM
RECOMPENSADOS VIA ACESSO AOS
INSTRUMENTOS DE PODER E AO
CARISMA COLETIVO. (p.39)
· SENTIMENTOS E COMPORTAMENTOS
CONTRÁRIOS A OPINIÃO GRUPAL
ESTAVAM SUJEITOS A REBAIXAMENTO
DA POSIÇÃO DO MEMBRO DENTRO DA
ORDEM HIERÁRQUICA. (p. 39)
ELES
· OS OUTSIDERS NÃO CONHECIAM AS
OPINIÕES DOS OUTROS, LOGO NÃO SE
SENTIAM COAGIDOS A AGIR DE CERTA
MANEIRA.
Imagem / ideal do nós
- Ideal do nós: entendido afetivamente como um sinal de seu valor humano
superior em relação ao valor inferior de outros.
- Embora hoje esteja perdido, o sonho do carisma especial mantém-se
vivo. Membros do grupo estabelecido podem saber da mudança na
balança de poder como um fato, mas a crença no carisma especial de seu
grupo mantém-se inalterada, um escudo imaginário que impede de sentir a
mudança e de conseguir ajustar-se às novas condições de sua imagem e
estratégia grupais. Negação emotiva da mudança e preservação tácita da
imagem carismática do grupo estabelecido revela-se autodestrutiva.
Existência de outsiders interpendendentes que não partilham passado
comum nem as mesmas normas de respeitabilidade do grupo estabelecido
age como fator de irritação, é percebido como ataque à sua imagem e ideal
de nós. Rejeição e estigmatização constituem contra-ataque dos outsiders.
Construção da auto-imagem baseada na visão do outro e na própria
visão do grupo
- Sujeição da conduta a padrões específicos de controle dos afetos.
Constrangimento rígido. Equação afetiva do indivíduo, relacionada ao
orgulho e à satisfação de pertencimento grupal, funcionalmente ligada à
disposição dos membros de se submeterem às obrigações que lhes são
impostas pelo fato de pertencerem ao grupo.
- Papel desempenhado pela imagem que cada pessoa faz da posição de
seu grupo entre outros e de seu próprio status como membro desse grupo.
- No grupo estabelecido, a participação na superioridade de seu carisma
grupal singular é recompensa da submissão às normas específicas do
grupo (grupo nômico). Satisfação que cada um retira da participação do
carisma grupal compensa sacrifício pessoal de submissão às normas do
grupo.
- Elasticidade dos vínculos que unem a auto-regulação da pessoa às
pressões reguladoras do “nós”. A auto-regulação dos membros de um
grupo estabelecido muito coeso está ligada à opinião interna que esse
grupo faz de si. Opinião interna de qualquer grupo com alto grau de coesão
tem uma profunda influência em seus membros, como força reguladora de
seus sentimentos e de sua conduta e função e o caráter de consciência da
própria pessoa.
- Constante: quando o diferencial de poder é suficientemente grande, um
membro de um grupo estabelecido pode ser indiferente ao que outsiders
pensam dele, mas raramente ou nunca é indiferente à opinião de seus
pares.
Construção da auto-imagem baseada na visão do outro e na própria
visão do grupo
- Diferencial de poder de um membro do grupo coeso diminui quando seu
comportamento e seus sentimentos contrariam a opinião grupal, fazendo-a
voltar-se contra ele.
- Rebaixamento da posição de um membro no grupo dentro da ordem
hierárquica interna reduz sua capacidade de manter-se firme na competição
interna pode poder e status. Risco de estigmatização tão implacável quanto
àquela realizada contra os outsiders.
- Aprovação da opinião grupal requer obediência às normas grupais
(adequação ao grupo nômico).
Construção da auto-imagem baseada na visão do outro e na própria
visão do grupo
Carisma e desonra grupal
- Outsiders vistos como indignos de confiança, indisciplinados e
desordeiros. Sintomas de inferioridade humana que estabelecidos
identificam nos outsiders costumam ser gerados nos membros do grupo
inferior pelas próprias condições de sua posição de outsiders e pela
humilhação e opressão que lhe são concomitantes. Pobreza – baixo padrão
de vida –, exposição constante aos caprichos e decisões e ordens dos
superiores, humilhação por ser excluído das fileiras daqueles que detém
maior poder são alguns dos aspectos.
- Constante: Quando diferencial de poder é grande, grupo outsider
avalia-se pela bitola dos opressores. Quando isto é somado à
submissão inelutável, inferioridade de poder é vivenciada como sinal
de inferioridade humana.
- Análise: Desonra grupal não tem acompanhado ritmo dos ajustes
jurídicos. Forte onda de contra-estigmatização em uma batalha de poder na
qual o equilíbrio entre os diferenciais de poder vai se reduzindo aos poucos.
- Complementaridade entre valor humano superior – o carisma de grupo –
atribuído a si mesmo pelo grupo já estabelecido, e as características “ruins”
– a desonra grupal – que atribuia aos outsiders. Isto fornece indício de
barreira e inflexibilidade emocional e erguida pelos estabelecidos contra os
outsiders.
- Um dos recursos clássicos dos estabelecidos sob pressão consiste em
reforçar as restrições que seus membros impõem a si mesmos e ao grupo
dominado mais amplo, e a observância dessas restrições pode ser usada
como sinal do carisma do próprio grupo e da desgraça dos outsiders.
Carisma e desonra grupal
- As relações entre grupos estabelecidos e outsiders não devem ser
explicadas apenas como resultado de diferenças raciais, étnicas ou
religiosas, como adquiriu-se o hábito.
- Adjetivos como “racial” ou “étnico” são sintomáticos de um ato ideológico
de evitação. São aspectos periféricos dessas relações, desviam os olhos
daquilo que é central. Exemplo: Emprego da cor da pele desvia o olhar
sobre diferenciais de poder e a exclusão do grupo menos poderoso dos
cargos de maior potencial de influência.
- CONSTANTE: a sociodinâmica da relação entre grupos interligados na
condição de estabelecidos e outsiders é determinada por sua forma de
vinculação (redes de interdependência) e não por qualquer característica
que os grupos tenham, independentemente dela.
Relações com Karl Marx
- Superioridade de poder confere vantagens aos grupos que a possuem.
Algumas são materiais ou econômicas, mas não são as únicas. Supremacia
dos aspectos econômicos têm acentuação máxima quando o equilíbrio de
poder entre os contenedores é mais desigual a favor do grupo estabelecido.
- CONSTANTE: quanto menor a desigualdade no equilíbrio de poder em
termos econômicos, mais reconhecíveis os aspectos não econômicos das
tensões e conflitos.
Relações com Karl Marx
“Karl Marx desvendou uma verdade importante ao apontar para a distribuição
desigual dos meios de produção e, portanto, para a distribuição desigual dos
meios necessários à satisfação das necessidades materiais humanas. Na
maioria dos casos, seu estudo é indispensável à compreensão das relações
estabelecidos-outsiders. Mas foi uma meia verdade . A raiz principal do
confronto foi apresentada como choque em torno de objetivos econômicos. E
QUANDO A PRINCIPAL PRIVAÇÃO NÃO É ECONÔMICA? É PRIVAÇÃO DE
VALOR? É PRIVAÇÃO DE SENTIDO? É PRIVAÇÃO DE AMOR PRÓPRIO E
AUTO-RESPEITO?” (p.34)
Relações com Karl Marx
“Elias aceita que um grande passo no desenvolvimento da teoria
sociológica foi dado com a constatação de Marx de que “os conflitos não
surgem da má vontade ou da fraqueza de caráter de um lado ou do outro,
mas de particularidades estruturais da sociedade em questão” (ELIAS,
2000, p.199-200). O autor que, por um lado, não nega as contribuições de
Karl Marx para a compreensão dos conflitos de grupos, por outro lado, não
aceita que todos os conflitos sejam de classe e que as diferenças no jogo
do poder possam ser explicadas a partir do poder econômico. (...)
Fonte: Padilha, A. e Barbosa, M. , 2005
Relações com Karl Marx
“Segundo Elias, “a possibilidade de um grupo afixar em outro um rótulo
de inferioridade humana e fazê-lo prevalecer era função de uma figuração
específica que os dois grupos formavam entre si” (p. 23 – grifos nossos).
É essa justamente a característica distintiva das análises de Norbert Elias:
as relações interdependentes estabelecidas entre os indivíduos dos
diferentes grupos (ou sociedades) definem diferentes configurações
(quadros) sociais. Tais relações são entendidas como “relações de poder”,
não só no sentido de detenção dos meios de produção (ou poder
econômico), mas sobretudo como “diferenças no grau de organização dos
seres humanos implicados” (p. 21).”
Fonte: Padilha, A. e Barbosa, M. , 2005
Relações com Karl Marx
Processo grupal de certa duração
- Passado comum como uma diferença de grande peso, tanto para a
constituição interna a cada grupo quanto para a relação entre eles. O grupo
estabelecido atravessou junto um processo grupal que envolve um estoque
de lembranças, apegos e aversões comuns. Isso gera, entre os membros do
grupo estabelecido, ligações designadas como “laços de intimidade
emocional” – desenvolvido entre seres humanos que vivenciam juntos um
processo grupal de certa duração.
- A categoria “TEMPO”: síntese simbólica de nível superior. Relação entre o
movimento das coisas + referente. Reificação da noção de tempo na
linguagem. Disciplinar e aprender o tempo (processo civilizador)
- Há um longo processo coletivo durante o qual a figuração estabelecidos-
outsiders transformou-se no que é. Exemplo: sistemas de castas na Índia.
Tensões e conflitos de grupo podem manter-se:
- LATENTES: quando diferenciais de poder são muito grandes, vínculo
unilateral ou
- APARECER ABERTAMENTE, sob a forma de conflitos contínuos: quando
a desigualdade de dependência, sem desaparecer, diminui, e o equilíbrio
de poder pende um pouco a favor dos outsiders. Ocorre quando grupos
outsiders são necessários de algum modo aos grupos estabelecidos,
vínculo duplo.
Tensões e conflitos em vínculos unilaterais e duplos
Diferença anomia – “nomia” como fator de irritação
- O grupo estabelecido tende a vivenciar as diferenças entre as normas e
padrões de autocontrole como um fator de irritação. Isto deve-se, em parte,
ao fato do cumprimento das normas pelos estabelecidos estar ligado a seu
amor-próprio, às crenças carismáticas de seu grupo, ao seu ideal de nós.
- Violência.
Elias, um estabelecido-outsider?
- Na Alemanha o senhor era alguém estabelecido ou um outsider, para usar
seus próprios termos?
-Visto objetivamente, eu era um outsider. (...) Pode-se considerar que era
uma posição outsider, mesmo sendo capaz de exprimir isso nestes termos
naquela época. Aliás, havia nessa atitude uma espécie de autoproteção. O
cômico da situação era que a sociedade judaica se julgava, em sua maioria,
um dos pilares da cultura alemã. (...) Politicamente os judeus eram
outsiders e, ao mesmo tempo, faziam parte dos pilares da cultura alemã.
(ELIAS, 2001, p.26)
(Entrevista biográfica com Norbert Elias por A.J. Heerma van Voss e A. van
Stolk.)
Elias, um estabelecido-outsider?
- Onde tinham posição econômica e cultural, judeus não se comportavam
como grupos submissos, mas como alemães. Judeus não tinham auto-
imagem de outsiders. Injúrias não atingiam a substância do sentimento que
tinham de seu próprio valor. Viam a estigmatização através de um véu –
instituições judiciárias do Império e segurança física, econômica e cultural
da vida cotidiana. Igualdade legal e econômica impedia visualizar exclusão
no plano social. (ELIAS, 2001)
(Notas biográficas. Parte IV – Notas sobre os judeus como participantes de
uma relação estabelecidos-outsiders)
Artigos
exemplos e temáticas abordadas
Estabelecidos e Outsiders na Torcidas Organizadas. José Carlos
Mosko, Celso Luiz Moletta Jr., Prof. Ms. Miguel A. de Freitas Jr. (Or.) -
Centro Universitário Positivo – UnicenP.
Os estabelecidos e os outsiders: notas sobre inclusão escolar a partir
das contribuições de Norbert Elias. MENDES, Geovana M. Lunardi,
Doutora em Educação PPGE-FAED- UDESC. Congresso Português de
Sociologia.
Construindo identidades: os estabelecidos, os outsiders e os
aspirantes. Cleci Eulália Favaro.
Estabelecidos e outsiders no Colégio Militar do Rio de Janeiro Freire,
Fábio Facchinetti – UNIRIO, GT: Sociologia da Educação.
Relações de gênero e os games: espaço de estabelecidos e de
outsiders. Filomena M ª Gonçalves da Silva Cordeiro Moita – UEPB: DOUTORANDA
DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO- UFPB e PROFESSORA DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - UEPB .
Na Argentina...
Elementos para un debate: la relación insiders/outsiders y la
producción de exclusión según Norbert Elías, Maria Antònia Carbonero
Gamundí. Departamento de Filosofía y Trabajo Social. Universitat de les Illes Balears.
Sociogénesis del proceso de militarización de la frontera chileno-
argentina. El caso de los Outsiders y establecidos riomayenses, Brígida
Baeza. Docente-investigadora en la Facultad de Humanidades y Ciencias Sociales de la
U.N.P.S.J.B., sede Comodoro Rivadavia. Becaria doctoral del CONICET.
Transformaciones urbanas en el setor sur del barrio porteño Parque de
los Patricios: de espacio vacio a recurso. Ana Gretel Thomasz, Universidade de
Buenos Aires.
La experiencia escolar de adolescentes extranjeros en escuelas medias
de Buenos Aires: diferencias y desigualdades. Lic. Mariana Nobile. FLACSO –
Sede Argentina.
Teses e dissertações
exemplos e temáticas abordadas
O difícil são as palavras : representações de / sobre estabelecidos e outsiders
na escolarização de jovens e adultos surdos
Autor(es): Wilma Favorito
Área de concentração: Multiculturalismo, Plurilinguismo e Educação Bilingue
Titulaçao: Doutor em Linguistica Aplicada
Data de Publicação: 2006
Orientador: Marilda do Couto Cavalcanti
Banca: Alice Maria da Fonseca Freire
Maria Elena Pires Santos
Ines Signorini
Terezinha de Jesus Machado Maher
Instituição: Universidade Estadual de Campinas . Instituto de Estudos da
Linguagem
Nível: Tese (doutorado)
Aproximações entre experiências de moradia popular no bairro Belenzinho (SP) :
Mutirão do Casarão e Vila Maria Zélia : memória e segregação
Autor(es): Regina Soares de Oliveira
Área de concentração: Politica, Memoria e Cidade
Titulação: Mestre em Historia
Data de Publicação: 2008
Orientadora: Silvana Barbosa Rubino
Banca: Maria Stella Martins Bresciani
Verônica Sales Pereira
Instituição: Universidade Estadual de Campinas . Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas
Nível: Dissertação (mestrado)
UNICAMP: Programa de Pós-Graduação em História
Filmes - indicações
Documentário – indicação
Babel
PAÍS: EUA / México
ANO: 2006
DIRETOR: Alejandro González Iñárritu
SINOPSE: Um trágico acidente envolvendo um casal norte-americano no
Marrocos é o ponto de partida dessa produção. O filme conta a história de
gente comum, vivendo em um mundo em constante transformação. A trama
se desenvolve em diferentes locais do globo com personagens que em
algum momento se cruzam em situações aparentemente banais, mas que
levam a desfechos inesperados, que afetarão a vida de todos.
Dois perdidos numa noite suja
PAÍS: Brasil
ANO: 2003
DIRETOR: José Joffily
SINOPSE: Paco (Débora Fallabela) e Tonho (Roberto Bomtempo) são
imigrantes brasileiros ilegais em Nova York. Tonho, tímido, mineiro como
outros milhares de clandestinos, sonha em ser bem-sucedido, mas sente
saudades da família e do Brasil. Procurado pelo serviço de imigração e
preso, vive o desespero de ser deportado. Paco, artista de talento,
indiferente a tudo menos à sua carreira, ambiciona estourar nas paradas de
sucesso. Em meio às esperanças, dificuldades e desencontros, o casal se
apaixona em uma metrópole bela e violenta.
A vila
PAÍS: EUA ANO: 2004
DIRETOR: M. Night Shyamalan
SINOPSE: Passado na Pensilvânia rural de 1897, o filme conta a história da
pequena vila de Covington. O vilarejo de apenas 60 habitantes é cercado por
uma floresta, habitada por uma raça de criaturas imaginárias que assombra o
local. Neste cenário nasce o romance entre Ivy Walker (Bryce Dallas Howard),
filha do líder da vila, e o jovem Lucius (Joaquin Phoenix), que questiona a
política de confinar os habitantes dentro das fronteiras da aldeia.
Era uma vez...
PAÍS: Brasil
ANO: 2008
DIRETOR: Breno Silveira
SINOPSE: Era uma vez... conta a história de amor entre dois jovens de
realidades bem distintas: Dé, que mora na favela, e Nina, moça rica que vive
no asfalto. Os dois se conhecem na Praia de Ipanema e acabam se
apaixonando. Juntos, experimentam as alegrias, emoções e dificuldades de
um amor tão grande quanto improvável.
Mulheres perfeitas
PAÍS: EUA ANO: 2004
DIRETOR: Frank Oz
SINOPSE: Joanna Eberhart é uma bem sucedida executiva de um canal de
TV, até o dia em que um de seus reality shows dá errado. Ela é demitida e
entra em depressão. Tentando ajudá-la, seu marido Walter resolve levar
toda a família para morar em Stepford, uma pequena cidade do interior que
parece o paraíso na Terra. Tudo lá é perfeito: as casas são
computadorizadas, a vizinhança nunca dá problemas, as crianças são
alegres, as mulheres são excelentes donas de casa. Joanna acha o lugar
esquisito. Seria possível toda esta perfeição? Ou Stepford estaria
escondendo um terrível segredo?
Orgulho e preconceito
PAÍS: Inglaterra
ANO: 2005
DIRETOR: Joe Wright
SINOPSE: Londres, século 19. Em um baile, Elizabeth Bennet, jovem
sensível e determinada, conhece Fitzwilliam Darcy, cavalheiro rico,
arrogante e rude. Enquanto seus amigos trocam flertes, os dois entram
numa relação de amor e ódio, e Elizabeth aos poucos descobre que Darcy
não é tão desagradável quanto parece.
Desejo e reparação
PAÍS: Inglaterra / França
ANO: 2007
DIRETOR: Joe Wright
SINOPSE: Aos 13 anos, a jovem Briony (Saoirse Ronan/ Romola Garai) já
demonstra ter um grande talento como escritora, principalmente por sua
intensa criatividade. Um dia, ela pensa ter visto sua irmã mais velha, Cecília
(Keira Knightley), sendo assediada por Robbie (James McAvoy), o filho da
governanta de sua casa. Ela fica em silêncio até o dia em que uma prima é
estuprada. Levada por sua imaginação fértil, Briony tem certeza de que foi o
jovem Robbie e o acusa. O rapaz é preso, mas Cecília está apaixonada por
Robbie e é a única que não acredita na acusação de Briony.
A onda
PAÍS: Alemanha ANO: 2008
DIRETOR: Dennis Gansel
SINOPSE: Professor propõe um experimento que explique na prática os
mecanismos do fascismo. Em pouco tempo, seus alunos começam a propagar
o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, o professor
decide interrompê-lo, mas descobre ser tarde demais
Nascidos em bordéis
PAÍS: Índia/EUA ANO: 2004
DIRETOR: Zana Briski e Ross Kauffman
SINOPSE: Este ganhador do Oscar mostra a vida de crianças do bairro da Luz
Vermelha, em Calcutá. O aparente enriquecimento da Índia deixa de lados os
menos favorecidos. Porém, ainda há esperanças. Os documentaristas Zana
Briski e Ross Kauffman procuram essas crianças e munido de câmeras
fotográficas pede para elas fazerem retratos de tudo que lhes chamam a
atenção. Os resultados são emocionantes E enquanto as crianças vão
descobrindo essa nova forma de expressar, os cineastas lutam para poder dar
mais esperança, para as quais a pobreza é a maior ameaça à realização dos
sonhos.
Bibliografia
ELIAS, Norbert. Norbert Elias por ele mesmo. Tradução: André Teles. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2001.
PADILHA, A. M. L. ; BARBOSA, M. F. Contribuições de norbert elias e lev semionovich
vigotski para pensar a exclusão social. In: IX Simpósio Internacional Processo
Civilizador - Tecnologia e Civilização, 2005, Ponta Grossa - PR. Anais do IX
Simpósio Internacional Processo Civilizador, 2005. p. 29-29.
Sítios eletrônicos - Acessados entre os dias 13 set. e 20 set. 2009