Os movimentos sociais do campo são aqueles que envolvem o campesinato, isto é, os trabalhadores rurais. Entre as suas principais bandeiras de luta estão a reforma agrária, a melhoria das condições de trabalho e o combate ao processo de substituição do homem pela máquina no meio agropecuá...
Os movimentos sociais do campo são aqueles que envolvem o campesinato, isto é, os trabalhadores rurais. Entre as suas principais bandeiras de luta estão a reforma agrária, a melhoria das condições de trabalho e o combate ao processo de substituição do homem pela máquina no meio agropecuário.
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Language: pt
Added: Mar 29, 2015
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OS MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO NO CAMPO Orientadora : Marisela Pi Rocha Discentes: Daniela Cintia, Jairo Bonfim, Marcos Paulo, Patryck Hued e Tania Santos
o que são movimentos sociais?
Para Gohn (2008), “São ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam formas distintas de a população se organizar e expressar suas demandas ”. Fazem parte dos movimentos sociais, os movimentos populares,sindicais,e as organizações não governamentais(ONGs).
Os movimentos sociais do campo são aqueles que envolvem o campesinato, isto é, os trabalhadores rurais. Entre as suas principais bandeiras de luta estão a reforma agrária, a melhoria das condições de trabalho e o combate ao processo de substituição do homem pela máquina no meio agropecuário . Apesar de haver as mais variadas siglas, os movimentos sociais do campo constituíram-se, historicamente, a partir de duas principais frentes: as Ligas Camponesas, entre as décadas de 1940 e 1960, e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criado na década de 1980.
A partir de 64, pode-se dizer que foi institucionalizada a reforma agrária no Brasil, com o ato surpreendente dos militares de reconhecerem, através do Estatuto da Terra, a forte concentração fundiária nas mãos dos fazendeiros e latifundiários e a imensa maioria de brasileiros vivendo no campo, sem terra e trabalho.
É um movimento de massa que luta, basicamente, por terra, pela reforma agrária e por mudanças na sociedade. De 21 a 24 de janeiro de 1984, realizou-se o primeiro Encontro Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que contou com a participação de representantes de doze estados. O Movimento Sem Terra está organizado em 24 estados nas cinco regiões do país. No total, são cerca de 350 mil famílias que conquistaram a terra por meio da luta e da organização dos trabalhadores rurais . Estas famílias permanecem organizadas no MST, pois a conquista da terra é apenas o primeiro passo para a realização da Reforma Agrária. MOVIMENTO SOCIAL DOS RURAIS SEM TERRA-MST
Lutar pela terra; Lutar por reforma agrária; Lutar por uma sociedade mais justa e fraterna. Objetivos do MST:
A luta do povo campo brasileiro VERSUS Seus oponentes
Movimentos sociais e políticas públicas A discussão do campesinato brasileiro é antiga; Divergentes leituras; Processo de transformação social do capitalismo,socialismo; “revolução democrática” dos movimentos sociais do campo, a luta se processa na conquista do acesso a terra, na reivindicação de melhorias nas políticas públicas e ações afirmativas do governo, que estão contempladas dentro de um projeto específico para os habitantes do campo brasileiro. Marlene Ribeiro (2007).
EDUCAÇÃO ESCOLAR DO CAMPO
A Educação do Campo, construída num espaço de lutas dos movimentos sociais e sindicais do campo, é traduzida como uma “concepção político pedagógica, voltada para dinamizar a ligação dos seres humanos com a produção das condições de existência social, na relação com a terra e o meio ambiente, incorporando os povos e o espaço da floresta, da pecuária, das minas, da agricultura, os pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos, quilombolas, indígenas e extrativistas” (CNE/MEC, 2002). O que é educação no campo?
Com marcas históricas de desigualdade e exclusão no âmbito das políticas sociais e econômicas, esse segmento da população ainda vive em desvantagem em relação à população urbana, especialmente na oferta da educação básica. A Educação do Campo traduz o resultado da construção coletiva de um projeto educativo que revela os princípios, as lutas, os anseios e as experiências dos diversos movimentos sociais do campo, transformados em uma política que reconhece e valoriza a diversidade dos diferentes povos, afirmando que os sujeitos do campo têm direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com a sua participação, atrelada à sua cultura e às suas necessidades humanas e sociais.
A educação não resolve por si só os problemas, nem promove a inclusão social. Ela não levará ao desenvolvimento do campo se não for combinada com reforma agrária e com transformações profundas na política agrícola do País. Sobre a educação no campo
o movimento social da educação do campo constrói uma proposta de educação que objetiva transformar o homem do campo, o camponês no meio rural brasileiro, experimentando os seus próprios anseios e convicções. A definição da educação como prioridade para os movimentos sociais do campo, e encampados pelo MST, teve sua origem na experiência do trabalho coletivo com a finalidade de enfrentar as dificuldades da produção e o analfabetismo da militância. Objetivo da educação no campo
Na sua visão, a educação é tão importante como a luta pela terra ou a reforma agrária, sendo caracterizada como um projeto alternativo de ensino, inspirado nos estudos de Paulo Freire e do teólogo Leonardo Boff. o MST teve que modificar totalmente sua teoria, ou seja, uma posição “revolucionária” passou para uma posição mais conservadora e reformista, através do PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária A visão do MST:
O PRONERA foi criado em 1998, no governo FHC, como uma das tantas outras estratégias governamentais destinadas a fazer calar os movimentos sociais que lutavam por uma educação do campo.
EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA A Educação Escolar Indígena, como um direito constitucional, está definida no Decreto nº 6.861/2009, que dispõe sobre sua organização em Territórios Etnoeducacionais . Assim, esta oferta se respalda numa concepção de educação como um processo de constituição e fortalecimento de uma educação específica, intercultural e diferenciada. São objetivos da Educação Escolar Indígena: I - valorizar as culturas dos povos indígenas, afirmando suas identidades e manutenção de sua diversidade étnica; II - fortalecer as práticas socioculturais da língua materna de cada comunidade; III - formular e executar programas de formação de pessoal especializado, destinados à educação escolar; IV - desenvolver currículos e programas específicos, incluindo os conhecimentos correspondentes às respectivas comunidades; V - elaborar e publicar material didático específico e diferenciado; VI - considerar os projetos societários definidos de forma autônoma por cada povo indígena.
EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA A Educação Escolar Quilombola objetiva construir um currículo com os quilombolas e para os quilombolas, baseando-se nos saberes, conhecimentos e respeito às suas matrizes culturais no contexto específico das comunidades remanescentes de quilombos, sem deixar de considerar essa realidade nas escolas que atendem a esses sujeitos. Trata-se de uma educação diferenciada e que deve ser contextualizada para educar a partir da história de luta e de resistência desses povos , dos costumes das comunidades quilombolas, do respeito aos mais velhos, além de educar a partir dos saberes e conhecimentos científicos acumulados na vivência e organização coletiva. O decreto no 4887/03, além de garantir às comunidades quilombolas a posse de terra, garante também o acesso a serviços como saúde, educação e saneamento básico. Formação continuada de professores para área de remanescente de Quilombos. Ampliação e melhoria da rede física escolar. Produção e aquisição de material didático. Capacitação de professores de ensino médio para atenderem alunos quilombolas. Principais ações do MEC:
Para GOHN, 2011 : “... a participação social em movimentos e ações coletivas, geram aprendizados e saberes.” Participação em MOVIMENTOS SOCIAIS Gera SABERES Mediante NEGOCIAÇÕES DIÁLOGOS CONFRONTOS APRENDIZADOS
Vídeo:
Devemos pensar numa escola que respeite a diversidade cultural e as realidades de todos os sujeitos que fazem parte de cada comunidade, suas dificuldades e potencialidades, seus processos de organização, anseios e necessidades, reeducando os olhares em relação ao percurso formativo de cada criança, jovem e adulto, com uma matriz pedagógica que valorize os diferentes saberes, espaços e experiências.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos Sociais e Educação. 6.ed.revista. São Paulo: Cortez, 2005. GOHN, M. G. Movimentos Sociais Urbanos no Brasil: Manifestações concretas. In: Movimentos Sociais e Luta pela Moradia . São Paulo: Loyolo,1991. p. 53-68. LISBOA, T.K. Referencial Teórico. In: A Luta dos Sem-Terra no Oeste Catarinense . Florianópolis: Editora da UFSC, 1988, p. 17-37.146. MARTINS, Fernando José.; MEDEIROS, Dalva Helena de. Os Movimentos Sociais e suas Perspectivas Educativas . Paraná: Fecilcam,2005. PAULA , J. Inclusão: mais que um desafio escolar, um desafio social. São Paulo: Jairo de Paula, 2004. Outras referências: Disponível em: < www.acordacultura.org.br> Acessado em : 27 de Fevereiro de 2015. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf> Acessado em : 27 de Fevereiro de 2015. Disponível em: < http://www.anai.org.br/noticias006.asp> Acessado em : 27 de Fevereiro de 2015. BIBLIOGRAFIA