Responsabilidade afetiva na vida acadêmica Psi . José Tadeu Acuna [email protected]
Vida universitária: interações, emoções e responsabilidades As demandas acadêmicas, o contato com colegas e professores, o desenvolvimento de novos relacionamentos afetivos etc., podem ser considerados ora como fatores protetivos ou de risco para a para a saúde mental. Ghizoni, Ramirez- Landaeta e Cruz (2024) e Romanini (2024) apontam dados preocupantes sobre adoecimento psicológico dos acadêmicos, bem como a evasão dos cursos associada a essa condição
Precisamos nos cuidar e cuidar de cada um! Precisamos de contextos e relações sociais adequadas para ter uma boa saúde mental! Mas... como ?
Fatores contextuais e interpessoais ACESSIBILIDADE Conceito que se relaciona às condições das pessoas conseguirem participar dos processos sociais e educacionais, bem como permanecer neles, de tal forma que seus direitos sejam respeitados, suas particularidades e necessidades atendidas.
Suporte Social Disponibilidade de pessoas em quem se pode confiar, pessoas que mostram que se preocupam com o indivíduo, valorizam-no e demonstram apreço por ele ( Sarason et al ., 1983). Fator crucial no que tange a saúde mental das pessoas, haja vista que vivemos em um mundo cada vez mais individualista e competitivo.
RESPONSABILIDADE AFETIVA
Capacidade de reconhecer e assumir as consequências emocionais pelas suas ações, sobre si mesmo e sobre os outros. Também está relacionada ao cuidado pelas expectativas criadas nos outros, de tal forma a não levá-las a terem sentimentos que posteriormente possam machucá-las ( Aguiló , 2019) . Portanto, responsabilidade afetiva requer CONSCIÊNCIA de si próprio, do contexto em que está e das pessoas que estão em interação. Precisamos considerar o que a pessoa pode ou não pode compreender sobre o que estamos falando...
Responsabilidade Afetiva na prática: RESPEITO À IDENTIDADE DO OUTRO Perguntar como a pessoa gosta de ser chamada; reconhecer os limites da intimidade, isso significa compreender em que momentos ela se sente desconfortável ou confortável nas interações sociais.
Responsabilidade Afetiva na prática: INTEGRAÇÃO Ser cordial e gentil, demonstrar estima pela pessoa, por exemplo, convidá-la para participar de um grupo de atividade acadêmica, confraternização
Responsabilidade Afetiva na prática: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA Ser claro na expressão dos sentimentos e não agredir o outro quando os transmitir. Perguntar se o colega compreendeu/emitiu o real significado do que foi apresentado.
Responsabilidade Afetiva na prática: ESCUTA ATIVA E DIÁLOGO Mostrar-se interessado no ponto de vista que a pessoa apresenta, fazendo perguntas ponderadas acerca do que ela falou; ressaltar tópicos importantes da fala do sujeito, dizendo que foi interessante saber sobre o conteúdo abordado.
Responsabilidade Afetiva na prática: AUTOCONTROLE E TOLERÂNCIA Estar ciente que TODOS nós erramos e que em algum momento vamos machucar o outro, principalmente quando estressados. Em situações em que se sentiu prejudicado(a) RESPIRAR FUNDO, dizendo que não se sentiu bem quanto ao fato e tentar NEUTRALIZAR o agravo.
Responsabilidade Afetiva na prática: AUTO-OBSERVAÇÃO Considerar dias em que possa não estar bem, evitando discussões acirradas; procurar ajuda em situações de crise.
Responsabilidade Afetiva na prática O que fazer O que não fazer Respeito a identidade do outro Limitar a pessoa a uma característica ou qualidade pressuposta; piadas ou zoações; avançar “o sinal”; subestimar; tratar a pessoa com pena Integração Excluir, monopolizar conversas e/ou grupinhos Comunicação Assertiva Responder uma ofensa com outra ofensa; colonizar o outro Escuta Ativa e Diálogo Mostrar desinteresse pelo outro; desqualificar e descaracterizar
Consequências da falta de responsabilidade afetiva No coletivo: clima de desavença; desorganização; angústia generalizada; desmotivação para tarefas; perda de objetivos; baixa produtividade. No particular: ansiedade; desconfiança; raiva, frustração; depressão; estresse; padrão evitativo de comportamento; descrença.
Responsabilidade Afetiva, Inclusão e Diversidade: reflexões finais Como refletir e aplicar o que vimos até agora no em situações e relações que divergem dos padrões sociais normativos de uma determinada cultura (local, regional, estadual ou nacional)?
Referências Aguiló , A. (2019). Educar los sentimiento : inteligencia emocional y equilibrio afectivo . Ediciones Palabra . GHIZONI, Liliam Deisy ; RAMIREZ-LANDAETA, Jorge Jose; CRUZ, Roberto Moraes. (2024). Saúde Mental de Estudantes Universitários. Singular. Sociais e Humanidades , v. 1, n. 6, p. 211-236, 2024. Romanini, M. (2024). Psicologia, Educação e Saúde Mental: problematizações sobre/com a universidade. 1.ed. Florianópolis. ABRAPSO Editora. Disponível em: https://site.abrapso.org.br/wp-content/uploads/2024/05/Livro-Psicologia-e-Saude-Mental_v2.pdf#page=113 . Sarason , I. G., Levine, H. M., Basham , R. B. & Sarason , B. R. (1983). Assessing social support : The social support questionnaire . Journal of Personality and Social Psychology , 44, 127-139.