RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a realização do estudo foram selecionados 215 pacientes, sendo 173 mulheres (80,5%)
e 42 homens (19,5). Quanto à idade, 15 (7%) pacientes tinham menos de 20 anos, e 29 (13,5%)
mais de 60 anos. Esses dados estão de acordo com a literatura uma vez que segundo Canadas,
doença de Graves pode se manifestar em qualquer faixa etária, sendo incomum abaixo dos cinco
anos de idade e apresentando pico de prevalência da doença entre a segunda e quarta décadas de
vida. Além disso, como nos demais estudos, todos os pacientes demonstraram um baixo nível de
TSH e um nível elevado de T4 livre (tiroxina) e T3 (triiodotironina), ou ambos,
Do total 187 (87%) realizaram tratamento prévio. As modalidades utilizadas foram cirurgia
em 6 pacientes (3,2%), radioiodoterapia (RIT) em 16 (8,6%) e 165 (88,2%) utilizaram drogas
antitireoideanas (DAT). Destes 116 (70,3%) utilizaram apenas tiamazol, 40 (24,2%) propiltiuracil e
9 (4,2%) ambas as drogas. Os resultados mostram que mais de uma terapia pode ser empregada a
fim de obter-se a remissão da doença, uma vez que nenhum tratamento isolado tem se mostrado
100% benéfico. A escolha do tratamento adequado dependerá da avaliação médica, respeitando as
indicações para a realização de cada intervenção.
Tais sintomas foram relatados antes do tratamento com o iodo radioativo: nervosismo
(18,8%), exoftalmia (14,4%), perda de peso (24,2%), palpitações (14,9%), tremor de extremidades
(14%), ansiedade (2,3%), alteração do hábito intestinal (1,8%) e outros (9,6%). Tais resultados são
compatíveis com os relatos das manifestações clínicas da tireotoxicose encontrados nas fontes
utilizadas na revisão bibliográfica.
Na radioiodoterapia, a dose preconizada varia de acordo com a gravidade da tireotoxicose, o
tamanho do bócio e a captação do iodo-131 em 24 horas (quanto maior a captação,menor será a
dose necessária). Em nosso estudo houve aumento glandular de 0,5 vez em 7 (3,2%) pacientes; 1
vez em 28 (13%); 1,5 vezes em 17 (7,9%); 2 vezes em 49 (22,8%); 2,5 vezes em 1 (0,5%); 3 vezes
em 37 (17,2%) e 76 (35,4%) não tinham informação no prontuário. A captação de I 131 em 24
horas foi normal em 69 (32,1%) pacientes, hipercaptante em 107 (49,7%), hipocaptante em 12
(5,6%) e 27 (12,6%) não tinham registro.
A dose utilizada foi 15 mCi em 22 (10,2%) pacientes, 20 mCi em 113 (52,5%), 25 mCi em
23 (10,7%) e maiores que 30 mCi em 28 (13%), sendo 29 (13,6%) sem registro. A utilização de tais
valores encontra respaldo na literatura, pois estudos comprovaram que as doses mais altas de
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