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9 maio 2012
PNEUMONIAS “COMUNITÁRIAS”, HOSPITALARES E
COMUNICAÇÕES SOBRE ANTIBIÓTICOTERAPIA
Dr. Andrea Angheben
Centro para doenças Tropicais
Ospedale Sacro Cuore –Don Calabria -Negrar
http://www.tropicalmed.eu/
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PNEUMONIA
Processo inflamatório agudo do
trato terminal das vias
aéreas, dos espaços alveolares
e do intersticio, com evidência
de imagens radiológicas, não
encontradas em Rx precedentes
ou de estertores importantes
na ausculta.
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Outros agentes etiológicos de
pneumonias extrahospitalares
Pseudomonasaeruginosa:presentequandoexistemcondições
como:BPCO,insuficiênciarespiratória,traqueostomia.Em
pacientesdeUTI.
Staphilococcusaureus:pneumoniasapósgripe.Papel
importantesobretudonainfânciaenosestadosde
imunodepressão.
Origempolimicrobiana:possívelnapresençaaspiração(ab-
ingestisoudonariz)
Coxiellaburnetii:focosendêmicos
Histoplasmose/Coccidioidomicosi:esposiçãoderisco
(cavernas/canyon),aspectosepidemiológicos.
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STEP DIAGNOSTICOS PARA C.A.P. E ESTRATÉGIA ASSISTENCIAL
•Suspeito clínico
•Quadro clínico radiográfico
•Andamento epidemiológico local
•Exame bacterioscópico da secreção bronquial
•Sintomas e sinais clínicos febre, expectoração, etc.
±derrame pleural
•Rx de tórax P.A. Infiltrações ativas
•Rx de tórax em P.
Tratamento
ambulatorial
Candidatos
A internação
Hospitalizados
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GESTÃO DOMICILIAR
Avaliar o quadro clínico
Saber os fatores prognósticos negativos
Orientar-se sobre o provável agente patogênico
Instaurar a terapia no mais rápido possível
Estabelecer a eventual hospitalização
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CRITÉRIOS DE HOSPITALIZAÇÃO
Frequência respiratória > 30/minuto
PA diastólica < 60 ou PA sistólica <90 mmHg
Coesistência de doenças crônicas debilitantes
Distúrbios sensoriais
Comprometimento radiológico multilobar
Suspeita de patógenos aspirativos
Evidencia de infecção extra pulmonar
Leucócitos < 4.000 o > 30.000 /mmc
Diminuição da diurese
Considerações sociais (mod. Da M.J. Fine, 1997)
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CAP Severa
Confronto entre A.T.S e BTS
ATS
Presença de 2 critérios
minores ou 1 maior
MAIORES: Choque séptico
vent. mecânica.
MENORES: Doenças
multilobares
PA sist < 90 mm
Hg, PA diast<60
Pao2/Fio2<250
BTS
Presença de 1 critério
“central” ou de um centr.
+ 1 adicional
“centrais”: confusão
mental recente
f.r.>30/min
Azot.>7 mmol/L
PA sist < 90, PA
diast<60
“adizional”: doença
multi-lobar, Pao2<60
mmHg, Sao2 < 92%
Niederman MS et Al 2001
B.T.S. 2001
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22
Pneumonia comunitária.
Terapia
A terapia é essencialmente empírica
A terapia empírica deve levar em conta os ag.
“atípicos” e as cepas multiresistentes para
garantir uma redução da mortalidade devido a
doença.
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Pneumonia comunitária
Terapia
A terapia empírica baseia-se em:
-considerações clínicas: (condições gerais do
paciente, gravidade da doença, idade, fatores de
risco, etc.)
-parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos dos
fármacos disponíveis
-provável etiologia
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Fatores que aumentam o risco de infecção
de pneumococo antibiótico-resistente
Idade > 65 anos
Terapia com beta-lactâmicos nos 3 meses
precedentes
Alcoolismo
Imunodeprimidos
Comorbidades
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Situação italiana
26
Situação Brasileira
Penicillino-R do Pneumococo: de 2 a 28%
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Fatores que aumentam o risco de infecção por
Enterobatteriacee
Residência em estruturas comunitárias
Patologias cardio-pulmonares
erapia antibiótica recente
Comorbidade
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Fatores que aumentam o risco de infecção
por Pseudomonas aeruginosa
Doenças estruturais do pulmão (bronquiectasia;
mucoviscidose, etc.)
Terapia com corticóide por via sistêmica
Antibióticoterapia precedente
Desnutrido
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IDSA/ATS linhas guia tx CAP do adulto 2007
(CID 2007:44 Suppl 2)
Tx ambulatorial:
-Não comorbidades, sem antibiótico nos últimos 3 meses →
macrólide, doxiciclina
-Comorbiddade ou antibiótico nos últimos 3 meses: FQ III
geração ou beta-lactâmicos + macrólides
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IDSA/ATS linha guia tx CAP do adulto 2007
(CID 2007:44 Suppl 2)
Tx para paciente hospitalizado, que não está na UTI:
FQ III geração ou beta-lactâmicos + macrólides
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IDSA/ATS linha guia tx CAP do adulto 2007
(CID 2007:44 Suppl 2)
Tx para paciente hospitalizado, em UTI:
beta-lactamicos + macrlide´s o FQ III geração
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IDSA/ATS linha guia tx CAP do adulto 2007
(CID 2007:44 Suppl 2)
Situações particulares: risco Pseudomonas
-“beta-latamina” ativa no pneumococo e Pseudomonas
(pip/taz, cefepime, imipenem, meropenem) + cipro ou levo
também
-“Beta-lattamina” como acima + aminoglicosideo+ azitro
também
-“Beta-lattamina “ como acima + aminoglicosideo + FQ III
geração
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IDSA/ATS linha guia tx CAP do adulto 2007
(CID 2007:44 Suppl 2)
Situações particulares: risco S. aureus met-R (gripe, Fumante,
antibióticoterapia anterior, proveniente da RSA)
Acrescentar ao regime vancomicina ou linezolid
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PNEUMONIAS NOSOCOMIAIS
Apneumonianosocomialéumainfecçãodoparenquima
pulmonarquenãoapresentaclínicanomomentoda
internaçãoequeaparecedepoisde48
(1)horasdainternação
ouentre48–72horasdadimissão.
Definição
(1)American Thoracic Society. Am. J. Crit. Care Med. 1995; 153: 1711-1725
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PNEUMONIAS NOSOCOMIAIS
Critériosdeclassificaçãodaspneumonias
nosocomiaissegundostandardCDC.
(1)
Critérios maiores Critérios menores
Aparecimento dentro de 72
horas
Presença de sinais objetivos:
•opacidade torácica
•rancos
•macicez à percussão
Expectoração purulenta
Isolamento do microorganismo
Elevado título deanticorpos
Prova histo-patológica
(1) Center of Disease Control. Am. Rev. Resp. Disease 1989; 139: 1058-59
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NHAP (nursing home acquired pneumonia)
É uma CAP, mas mais grave e com patógenos diversos
Em qualquer momento o 2% dos residentes de RSA ou asilos
tem uma pneumonia
Mortalidade 1/3
Etiologia: Gram-/MRSA
Terapia:
-Pac. estável, doença leve-moderada beta-lac+macrólide ou
FQ sozinho
-Doença grave: beta-lac+FQ+glicopeptideo ou linezolid
Duração: de 10 a 21 dias
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Legionellose
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
Procalcitonina
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Proteinas da fase aguda
utilizadasnapráticaclínicacomomarcadoresdereaçãoinflamatória
sistemica(SIRS),sepse,sepseseveraoudechoqueseptico
PCR (Proteina C reattiva)
PCT (Procalcitonina)
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Andamento das concentrações plasmáticas de procalcitonina,
proteina C-reativa e citoquímica depois do trauma cirúrgico.
Representação esquemática (Meissner M, 1999).
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PROCALCITONINA
Em caso de sepse severa, a concentração
plasmática de procalcitonina é
diretamente proporcionala gravidade do
quadro clínico
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Proteina C Reattiva (PCR)
Historicamente a mais
utilizada
muito sensível
Procalcitonina (PCT)
Mais específica confrontando
com a PCR no diagnóstico de
sepsi
Correlacionada
significativamente com a
gravidade do quadro clínico
Luzzani A et al.. Crit Care Med 2003;31:1737-41
74
Effect of procalcitonin-guided treatment on
antibiotic use and outcome in lower respiratory
tract infections: cluster-randomised single-
blinded intervention trial
The Lancet, Vol 363, 2004
75
76
Results
Mortality rate = 3% of both groups
AB costs reduced by 52%
77
Anotações sobre antibiótico-terapia
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Conseqência de uma inadequada terapia
antibiótica
•Aumento das bactérias resistentes
Bactérias sensíveis
Bactérias resistentes
Terapia antibiótica
inadequada
Bactérias resistentes
persistem e se multiplicam
•Risco de falencia terapeutica
•Retardo da resposta clínica
•Aumento do risco de complicações
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Antibiótico não ativo “vs” organismo infectante in vitro
Inadequada defesa do hospedeiro
Duração do tratamento insuficiente
Desenvolvimento de resistência
Superinfecção
Falta “compliance”
Impossibilidade de atingir o local da infecção em quantidade
adequada
oPobre difusão ?
oPosologia inadequada ?
oExposição insuficiente ?
oAnomalias cinéticas ?
Fatores responsáveis do insucesso de uma terapia antibiótica
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Effetto
Concentrazione (log)
Farmacodinamica (PD)
Conc vs effetto
Concentrazione
Tempo
Farmacocinetica (PK)
Conc vs tempo
Terapia antibiótica: como ?
Antibiótico
Eficácia
Farmacocinética
Absorvimento
Distribuição
Metabolismo
Excreção
Farmacodinâmica
Espectro de ação
Tipo de atividade
bactericida
Tempo-dependente
–Concentração-dependente
Effetto
Tempo
PK -PD
Effetto vs tempo
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O confrontoentre o perfildaC
sdo antibióticoe daMIC é
indicativodaeficáciain vivo*
Conc. Sérica do antibiótico
Tempo (horas)
MIC
*Aconcentraçãoséricarepresentaa
mielhorcompensaçãodaconcentraçãoem
ambitotecidual
Craig W. Clin Infect Dis 1998;26:1–12
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Curva de concentração plasmática-
tempo
AUC
Concentração
fármaco (µg/mL)
Tempo (horas)
C
max
C
min
Dose
CL
AUC =
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Principais determinantes da eficácia
antibiótica in vivo
AUC
•AUC/MIC
•t > MIC
t > MIC
Concentração
antibiótica (µg/mL)
Intervalo da dosagem (horas)
MIC
(µg/mL)
C
max
•C
max / MIC
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Antibióticos e atividade concentração-dependente e eficácia
Intervalo da dosagem (horas)
Concentração antibiótica (µg/mL)
MIC
(µg/mL)
Aminoglicosideos
Fluoroquinolonicos
Determinantes da eficácia
:
•C
max / MIC
•AUC/MIC
C
max
AUC
Situação otimal:
C
max/MIC > 10
AUC/MIC > 125
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Antibióticos em atividades tempo-dependentes e eficácia
Determinante da eficácia :
t > MIC
Concentraçãone antibiotico
(µg/mL)
MIC
(µg/mL)
Intervalo de dosagem (horas)
t > MIC
Situação otimal:
C
min> MIC
Beta-lactamicos
Glicopeptideos
Macrolides
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Farmacocinética
Absorção
Distribuição
Metabolismo
Excreção
Farmacodinâmica
Spectro de ação
Tipo de atividae
bactericida
–Tempo-dependente
–Concentração-dependente
Terapia antibiótica: como ?
Antibiótico
Eficácia
Concentrazione
Tempo
Farmacocinetica (PK)
Conc vs tempo
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Baixo volume de distribuição
Incapacidade de atravesar m. plasmática
Inativos nos patógenos intracelulares
Eliminação prevalentemente renal
Antibióticos hidrofilcos
Antibiotici lipofili
Beta-lactamicos
Penicilinas
Cefalosporinas
Carbapenem
Monobactamicos
Glicopeptideos
Aminoglicosideos
Macrólides
Fluoroquinolonas
Tetraciclina
Cloranfenicol
Rifampicina
Alto volume de distribuição
Atravessa a m. plasmática
Ativos nos patógenos intracelulares
Eliminação depois metabolismo hepatico
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Quale schema posologico scegliere ?
Correlação PK-PD antibióticos
•Attività battericida tempo-dipendente
•PAE solo sui Gram-positivi
•t
1/2= 1h (PenG, Ampi, Amoxi, Oxa); 6h (Vanco); 8h (CTX); 70h
(Teico)
•Concentrazioni oltre 5 volte la MIC non aumentano efficacia
•Obiettivo: mantenere concentrazioni sopra la MIC
Necessidade plurifracionamento da dose
t > MIC
Beta-lactamicos,glicopeptideos,macrólides
PenG, Ampi, Naf, Oxa
6 doses/dia
Vancomicina, beta-lactamica
3-4 dose/dia
Claritromicina
2 doses/dia
CTX, Teico
1-2 doses/dia
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FATORES QUE INFLUENCIAM A PENETRAÇÃO
DO ANTIBIÓTICO NO ELF (EPITHELIAL LINING
FLUID)
A concentração do antimicrobiano na ELF é um
parâmetro útil para prever a atividade d oantibiótico
nos pulmões
barreira da membrana alvéolo-capilar
passagem por difusão passiva é o mecanismo
principal, influenciado pela:
-ligação proteica
-lipofilia
-pH
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PENETRAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS NA ELF
(EPITHELIAL LINING FLUID)
AMINOSIDEOS, BETA-LACTAMICOS e GLICOPEPTIDEOS
tendem ter uma relação na concentração plasma/ELF
< o = a 1
FLUOROQUINOLONAS, MACROLIDES, KETOLIDEOS e
LINEZOLID >1