Pontes Ferroviárias

dfcampos 781 views 140 slides Jan 07, 2013
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Slide Content


 
 
ÍNDICE 
 
1.INTRODUÇÃO....................................................................1
1.1. Generalidades.................................................................................................................... 1
1.2. Objectivos .......................................................................................................................... 2
1.3. Organização da Dissertação ............................................................................................... 3
1.4. Breve introdução histórica .................................................................................................. 4
1.5. A modernização do caminho de ferro na Região Norte........................................................ 5
1.6. As obras de arte construídas no contexto da modernização operada ................................. 10
1.7. Classificação das Linhas em função das cargas máximas admissíveis, segundo a Ficha UIC 
700-0...................................................................................................................................... 11
2. A CONSTRUÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS...................14
2.1. O Projecto........................................................................................................................ 14 
2.1.1. Condicionamentos ferroviários, topográficos, geotécnicos e hidráulicos...................... 14 
2.1.2. A Normalização na Construção de Pontes Ferroviárias...............................................15 
2.1.2.1. Antecedentes históricos das Normas da REFER.................................................. 15 
2.2.2.2. As Normas de obras de arte da REFER............................................................... 16 
2.1.2.3. Outras Normas REFER aplicáveis às obras de arte.............................................. 21 
2.1.3. O Projecto de Suspensão de Via................................................................................ 25 
2.1.4. Caracterização das obras de arte estudadas.............................................................. 25 
2.1.4.1. Tipo de obras e soluções estruturais .................................................................. 25 
2.1.4.2.  Estruturas de betão. Materiais e  recobrimento das armaduras.......................... 35 
2.2. CONSTRUÇÃO ................................................................................................................. 35 
2.2.1. A construção de passagens Inferiores por lançamento incrementado......................... 35 
2.2.1.1. Introdução......................................................................................................... 35 
2.2.1.2. – Método “Keller”.............................................................................................. 36 
2.2.1.3. O Método da “Tecnimpulso”.............................................................................. 37 
2.2.1.4. Método da “ATROS” .......................................................................................... 40 
2.2.2. A construção de passagens inferiores por escavação mineira..................................... 40 
2.2.3. A construção de passagens Inferiores por estacas tangentes ..................................... 41 
2.2.4. As Fundações das obras de arte................................................................................ 44 
2.2.5. O Pré-esforço nas obras de arte ................................................................................ 46 
2.2.6. Tipos de aparelhos de apoio mais utilizados .............................................................. 46 
2.2.6.1 Apoios elastoméricos .......................................................................................... 47 
2.2.6.2. Apoios de neoprene em caixa fixa ...................................................................... 47 
2.2.7. Tipos de juntas de dilatação mais utilizadas............................................................... 50 
2.2.8. A pré - fabricação de obras de arte ferroviárias .......................................................... 54 
2.2.8.1. Problemas e patologias em passagens superiores de peões ............................... 54 
2.2.8.2. Passagem Superior Rodoviária. Erros de construção e soluções de reparação..... 58 
2.2.7. Construção de Passagens Superiores de Peões tipo “Ponte Catenária”.................. 72 
2.2.7.1. Concepção Estrutural......................................................................................... 72 


2.2.7.2. O Processo Construtivo...................................................................................... 73 
2.2.8. Ensaios de carga em pontes e viadutos..................................................................... 75 
2.2.8.1. Ensaios da Ponte de Caniços ............................................................................. 77 
2.2.8.2.  Sistema de medição instalado........................................................................... 78 
2.2.8.3. Condução do Ensaio de carga............................................................................ 79 
2.2.8.4. Resultados e Conclusões ................................................................................... 80 
2.2.8.5. Ensaio de Vibração Ambiental............................................................................ 82 
2.2.9. – A fiscalização das obras de arte ............................................................................. 83 
2.2.10. Telas Finais e a Compilação Técnica ....................................................................... 85 
3. A INSPECÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS ......................88
3.1. Antecedentes históricos.................................................................................................... 88 
3.2. A Inspecção de obras de arte pela REFER......................................................................... 90 
3.2.1. Inspecção das obras de arte no troço Valongo/Cete da Linha do Douro................. 92 
3.3. A Inspecção de Pontes nos Estados Unidos ...................................................................... 96 
3.3.1. Compilação Técnica.............................................................................................. 98 
3.3.2. Inspecções Periódicas........................................................................................... 98 
3.3.3. Inspecções sub - aquáticas ................................................................................... 99 
3.3.4. Inspecções Especiais ............................................................................................ 99 
3.3.5. Relatórios das Inspecções..................................................................................... 99 
3.3.6. Inspectores e Engenheiros .................................................................................. 100 
3.4. A inspecção de pontes pelos caminhos de ferro britânicos .............................................. 100 
3.4.1. Frequência e preparação das inspecções ................................................................ 100 
3.4.1.1. Inspecções Detalhadas .................................................................................... 100 
3.4.1.2. Inspecções Visuais........................................................................................... 102 
3.4.2. Inspecções Detalhadas............................................................................................ 103 
3.4.2.1. Objectivo ......................................................................................................... 103 
3.4.2.2. A Inspecção..................................................................................................... 103 
3.4.3.  Inspecções Visuais................................................................................................. 107 
3.4.4. Inspecções Adicionais ............................................................................................. 107 
3.4.5. Relatórios de Inspecção .......................................................................................... 108 
3.4.6. Índice do Estado de Conservação das Obras de Arte................................................ 108 
3.4.6.1. Visão geral do Sistema..................................................................................... 109 
4. A CONSERVAÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS...............111
4.1. A manutenção preventiva ............................................................................................... 111
4.2. Trabalhos de Reparação................................................................................................. 113
4.2.1. A reparação das pontes em alvenaria...................................................................... 114
4.2.1.1. As causas das infiltrações................................................................................ 114 
4.2.1.2. A reparação do sistema de recolha de águas.................................................... 115 
4.2.2. A reparação de pontes metálicas............................................................................. 115
4.2.3. A reparação de pontes em betão armado pré - esforçado......................................... 116
4.2.4. O reposicionamento de aparelhos de apoio num pilar da Ponte Ferroviária de S. João
......................................................................................................................................... 117
4.2.4.1. Sistema de Execução....................................................................................... 119 
4.2.4.2. Metodologia de Execução adoptada.................................................................. 120 
4.3. A Reabilitação e Reforço de pontes................................................................................. 123
4.3.1. O Alargamento da Ponte sobre o rio Ferreira ........................................................... 124


4.3.1.1. Concepção das estruturas................................................................................ 125 
4.3.1.2. Critérios de dimensionamento.......................................................................... 126 
4.3.1.3. Impermeabilização e drenagem ....................................................................... 127 
4.3.2. Estabilização e Recuperação de duas Passagens Superiores Rodoviárias ................. 127
4.3.3 - Beneficiação do Viaduto do Rego Lameiro............................................................... 132
5. ANÁLISE DE CUSTOS AO LONGO DO CICLO DE VIDA.....140
5.1. Introdução ..................................................................................................................... 140
5.2. Aspectos que condicionam a análise de custos ao longo do ciclo de vida da ponte.......... 142
5.3 – Os custos das obras objecto de estudo......................................................................... 143
5.4. Comparação de custos do mesmo tipo de obra, a preços actuais.................................... 145
5.4.1. Passagens Inferiores............................................................................................... 145
5.4.2. Passagens superiores ............................................................................................. 148
5.4.3. Pontes e Viadutos ................................................................................................... 150
5.5. Acções necessárias ao prolongamento do ciclo de vida................................................... 153
5.6. A utilização da análise de custos de ciclo de vida, na escolha da solução de projecto ...... 155
6. CONCLUSÕES...............................................................157
6.1 – Considerações finais .................................................................................................... 157
6.2 – Conclusões gerais........................................................................................................ 159
6.3 – Desenvolvimentos futuros............................................................................................. 161
BIBIOGRAFIA E REFERÊNCIAS...............................................163
PÁGINAS DA INTERNET.........................................................170
 
 


ÍNDICE DE FIGURAS 
 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 
 
Figura 1.1 - Traçado da Rede Ferroviária da Região Norte

Figura 1.2 - Ponte Maria Pia em construção - "Pont du Douro à Porto 2 por G. Eiffel-Clichy, 1879
Figura 1.3 – Construção da Ponte S. João
Figura 1.4 - Traçado da Linha do Douro (Ermesinde – Caíde)

Figura 1.5 -Traçado da Linha do Minho (Porto - S. Romão)
Figura 1.6 - Traçado da Linha do Minho (S. Romão - Nine)
Figura 1.7 - Traçado da Linha de Guimarães
Figura 1.8 -Traçado do Ramal de Braga
Figura 1.9 – Mapa de cargas máximas admissíveis na rede ferroviária nacional (Instrução de 
Exploração Técnica n.º50)

CAPÍTULO 2 - A CONSTRUÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS 
Figura 2.1 – Viadutos de Cabeda

Figura 2.2 - Pormenor de impermeabilização do tabuleiro

Figura 2.3 - Modelo de carga 71 da UIC

Figura 2.4 - Modelo de carga SW/O da UIC

Figura 2.5 - Modelo de carga 2000 da UIC

Figura 2.6 – Distribuição por ano de construção das obras analisadas
Figura 2.7 - Passagem Inferior Rodoviária PI 3 ao km 44,894 do Ramal de Braga
Figura 2.8 - Passagem Agrícola - PA 2 ao km 22,415 da  Linha do Douro
Figura 2.9 - Passagem Inferior de Peões – PIP 3 ao km 35,172 da Linha do Douro (Estação de 
Paredes)

Figura 2.10 -   Passagem Inferior Rodoviária - PI 2 ao km 44.256 do Ramal de Braga (Exemplo de 
tabuleiro com aparelhos de apoio)

Figura 2.11 - Passagens Inferiores Rodoviárias - Tipo de Estrutura

Figura 2.12 - Passagens Inferiores Agrícolas - Tipos de Estrutura

Figura 2.13 – Passagem Superior Rodoviária ao km 32,730 da Linha do Minho

Figura 2.14 - Passagens Superiores Rodoviárias - Tipo de Estrutura

Figura 2.15 - Passagens Superiores Rodoviárias. Distribuição por número de vãos

Figura 2.16 - Passagens Superiores Rodoviárias - Tipos estruturais em obras de um único vão

Figura 2.17 - Passagens Superiores Rodoviárias - Tipos estruturais em obras de três tramos

Figura 2.18 –Passagem superior de peões (metálica) ao km 29,971 da Linha do Douro (Estação de 
Caíde)

Figura 2.19 – Passagem superior de peões (betão

Figura 2.20 – Distribuição das passagens superiores de peões segundo o material de construção

Figura 2.21 – Distribuição das passagens superiores de peões segundo as acessibilidades

Figura 2.22 – Viaduto Ferroviário ao km 35.740 da Linha do Minho, com 426 m de extensão

Figura 2.23 - Pontes e Viadutos Ferroviários - Tipos de estrutura

Figura 2.24 - Sistema de Suspensão de Via "Keller"

Figura 2.25  -  Sistema "Keller" - Apoio no quadro de   betão armado


Figura 2.26 - Sistema "Keller".Prolongas
Figura 2.27  - Sistema "Keller". Macacos hidráulicos    e prolongas
Figura 2.28 -  Quadro deslizante de passagem inferior de peões no troço Caíde- Livração da Linha 
do Douro

Figura 2.29 -Sistema de lançamento hidráulico  (macacos hidráulicos e prolongas)

Figura 2.30 - Sistema de suspensão de via

Figura 2.31 -  Sistema de Suspensão de via . Apoio das vigas mestras no quadro de betão armado

Figura 2.32 - Esquema de Suspensão de via

Figura 2.33 - Laje e muretes de guiamento
Figura 2.34 - Quadro de betão armado. Bisel de ataque
Figura 2.35 - Aterro de reforço da zona de suspensão de via
Figura 2.36 - Passagem inferior rodoviária 6, ao km 44.006 do troço Penafiel – Caíde
Figura 2.37 – Fase I
Figura 2.38 - Fase II
Figura 2.39 - Fase III
Figura 2.40 - Fase IV

Figura 2.41 – Fase V

Figura 2.42 - Aparelho de Apoio Elastométrico refª "Lemitrony"
Figura 2.43 - Aparelho de Apoio tipo "Panela" -  Unidireccional (Encontro da Ponte de Caniços)
Figura 2.44 - Aparelho de Apoio tipo "Panela" - refª  Letrony - Unidireccional
Figura 2.45 - Aparelho de apoio tipo "Panela" - refª Letrony - Fixo





Figura 2.47 – Desenho esquemático de junta de dilatação elastomérica de compressão
Figura 2.48 – Pormenor esquemático de junta de dilatação elástica expansível nucleada estrutural 
(Tipo Jeene)

Figura 2.49 – Desenho esquemático de junta de dilatação em monobloco de elastómero e aço
Figura 2.50 – Desenho de junta de dilatação metálica
Figura - 2.51 – Desenho esquemático de junta elastomérica modelar
Figura 2.52 – Tipos de juntas de dilatação em pontes e viadutos ferroviários
Figura - 2.53 – Desenho esquemático de junta de dilatação em neoprene armado
Figura 2.54 -  Betão destacado na zona de fixação da   chapa do guarda-corpos
Figura 2.55 - Idem, já com oxidação num dos parafusos
Figura 2.56.–Destaque do betão na zona da chapa inferior de fixação do guarda - corpos
Figura 2.57 - Idem
Figura 2.58 - Posicionamento de parafusos de chapa de fixação de guarda corpos em junta de 
dilatação

Figura 2.59 - Idem

Figura 2.60 -   Laje de escada de acesso a passagem superior de peões, com fissuras na face 
inferior.

Figura 2.61 -   Fissuras na face inferior da laje de escada, após reparação

Figura 2.62 –  Rampa na zona de ligação ao viaduto rodoviário, podendo-se ver o depósito de terras 
soltas e pedras

Figura 2.63 – Vista, de outro ângulo, do depósito de  terras e pedras.
Figura 2.64 -   Deslocamento da rampa em resultado de assentamento diferencial da fundação
Figura 2.65 -   Aumento da largura da junta em cerca de 3 cm
Figura 2.66 - Passagem Superior Rodoviária - km 26,177 da Linha do Douro


Figura 2.67 - Projecto inicial
Figura 2.68 -  Encontro em cofre.Falta de juntas de dilatação
Figura 2.69 - Encontro Perdido. Falta de juntas de dilatação

Figura 2.70 - Aparelho de apoio no Encontro Perdido

Figura 2.71 -  Rotura das ligações do passeio ao muro avenida

Figura 2.72 - Fracturação dos passeios

Figura 2.73 - Fractura no banzo inferior da "Viga longarina"

Figura 2.74 -  Fissuras e mau acabamento do betão (Encontro em cofre)

Figura 2.75 - Fissura (Encontro em cofre)

Figura 2.76 -  Passeio em falso, por falta de aterro no encontro perdido
Figura 2.77 – Falta de aterro no encontro perdido
Figura 2.78 – Rotação do passeio relativamente ao muro avenida
Figura 2.79 - Parafusos de fixação da chapa do guarda corpos em junta

Figura 2.80 - Erosão do talude do Encontro em cofre

Figura 2.81 – Falta de Caleiras de drenagem

Figura 2.82 - Caleiras de drenagem deslocadas ou partidas

Figura 2.83 - Betão aparente no encontro com  irregularidades

Figura 2.84 –  Betão aparente no tabuleiro com irregularidades

Figura 2.85 - Reposição da ligação do passeio ao muro avenida. Caleira de drenagem 
complementar

Figura 2.86 – Caleira da drenagem complementar
Figura 2.87 - Pormenor do muro de gabiões contendo   o muro de betão armado
Figura 2.88 - Muros de gabiões norte e nascente
Figura 2.89 -  Passagem inferior de peões ao km 30,780 da Linha do Douro
Figura 2.90 –  Vista inferior do tabuleiro da passagem    inferior de peões

Figura 2.91 - Execução do Encontro E1

Figura 2.92 - Aplicação de pré-esforço no Encontro E2

Figura 2.93 -   Instalação dos cabos de pré-esforço do tabuleiro

Figura 2.94 – Pré - laje do tabuleiro
Figura 2.95 -  Colocação de pré-lajes suspensas dos cabos de pré-esforço
Figura 2.96 – Vão entre o encontro esquerdo e o pilar com todas as pré-lajes já instaladas
Figura 2.97 - Montagem de pré – lajes na zona sobre a plataforma ferroviária em período de 
interdição nocturna de via e corte de tensão

Figura 2.98 - Armaduras de aço já colocadas no tabuleiro, para início da betonagem do tabuleiro, 
em período nocturno

Figura 2.99 -   Ponte de Caniços ao km 35,364 da Linha de Guimarães
Figura 2.100 – Vista da via férrea da Ponte de Caniços
Figura 2.101 - A ponte antiga de via estreita, transformada em atravessamento pedonal e a nova 
Ponte de Caniços

Figura 2.102  -  Sensor de deslocamento, LVDT (Costa et al, 2004)
Figura 2.103 - Comparador eléctrico (Costa et al, 2004)
Figura 2.104  - Instalação de inclinómetro. (Costa et al, 2004 )
Figura 2.105 - LVDT instalado no Encontro E1, para medir a abertura da junta de dilatação( Costa et 
al, 2004
)
Figura 2.106 - Laboratório móvel de estruturas sob o  terceiro tramo, durante a realização do 
ensaio. (
Costa et al, 2004)


Figura 2.107 -  Locomotiva utilizada no ensaio.(Costa et al, 2004 )
Figura 2.108 - Posicionamento do veículo na Posição 1, durante o ensaio. ( Costa et al, 2004 )
CAPÍTULO 3 - A INSPECÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS 
Figura  3.1- Silver Bridge, Point Pleasant, West Virginia, 1967

Figura 3.2 – Passagem Inferior Rodoviária ao km 31,786 da Linha do Douro

Figura 3.3 – Fissuras na face inferior com abertura máxima de 2 mm. Extensão total das fissuras 
15 m.

Figura 3.4 –  Tampa de caleira técnica partida na Ponte em betão armado pré - esforçado sobre o 
Rio Ferreira (via ascendente)

Figura 3.5 – Falta de tampas na caleira técnica no passeio do tabuleiro metálico da ponte antiga 
sobre o Rio Ferreira (via descendente)

Figura 3.6 –   Após a inspecção, instalação de cantoneira, na zona em alvenaria e betão, da ponte 
antiga, para evitar o roubo das tampas

Figura 3.7–   Após a inspecção, instalação de chapa de aço sobre a zona de passeio e da caleira , 
na zona do tabuleiro metálico, para evitar o roubo de tampas.

Figura 3.8  –     Juntas entre pedras da alvenaria, abertas no sentido vertical
Figura 3.9 – Juntas abertas e fissuras com 3 mm de abertura. Escorrências da drenagem, por 
inexistência de tubos de queda

Figura 3.10 – Classificação em termos de índice de gravidade por tipo de obra

CAPÍTULO 4 - A CONSERVAÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS 
Figura 4.1 - Aparelhos de apoio do Pilar E7 da Ponte S João (Janeiro 2007)

Figura 4.2 - Aparelho de apoio móvel do pilar E7 – Alçado lateral

Figura 4.3 – Estrutura de apoio para levantamento do tabuleiro. Macacos laterais

Figura 4.4 - Sistema de segurança e controle de movimentação dos pêndulos
Figura 4.5 - Ponte antiga sobre o Rio Ferreira, após o alargamento (Via Descendente

Figura 4.6 - Projecto de alagamento da Ponte sobre o rio Ferreira

Figura 4.7 -  Corte esquemático do novo tabuleiro em betão armado na zona dos arcos de alvenaria

Figura 4.8 - Alargamento dos passeios no tabuleiro metálico

Figura 4.9 –   Passagem Superior ao km 9,078 da Linha de Leixões, antes da recuperação.

Figura 4.10 -   Passagem Superior ao km 14,300 da Linha de Leixões, antes da recuperação

Figura 4.11 -  P.S. km 9.300 da Linha de Leixões Armaduras a descoberto, com corrosão em viga e 
pilar.

Figura 4.12 – Idem, num pilar.
Figura 4.13  –    P.S. ao km 14,300 da Linha de Leixões. Armaduras de viga com corrosão.
Figura 4.14 – Idem
Figura 4.15 -   P.S. ao km 9,078 da Linha de Leixões, durante os trabalhos de reabilitação
Figura 4.16 – Idem

Figura 4.17 – Passagem superior rodoviária ao km 14,300 da Linha de Leixões, durante os 
trabalhos de reabilitação

Figura 4.18 -   Passagem superior rodoviária ao km 14,300 da Linha de Leixões – 2 ª fase dos 
trabalhos de reabilitação


Figura 4.19 – Desenho de pormenor da Protecção das sapatas das Passagens Superiores (Projecto 
do Gabinete de Estudos e Geotecnia, Lda.)

Figura 4.20 – P.S. ao km 9.078 da Linha de Leixões. Obra já reabilitada
Figura 4.21 – P.S. ao km 14.300.Obra já reabilitada.
Figura 4.22 – Corte Longitudinal do Antigo Viaduto Rego Lameiro, ao km 0,489 da Linha do Minho 
(Desenho elaborado com base no projecto original)

Figura 4.23 – Alçado Sul do Viaduto do Rego Lameiro já com o novo viaduto em betão armado 
(Projecto do Professor Edgar Cardoso)

Figura 4.24 – Construção do novo viaduto em betão armado pré-esforçado

Figura 4.25– Andaime de inspecção ao viaduto do Rego Lameiro. Inicio da construção do novo 
viaduto

Figura 4.26–   Aspecto do viaduto do Rego Lameiro,  antes dos trabalhos de beneficiação
Figura 4.27 –  Desenho de levantamento das patologias existentes nos viadutos. A junta entre as 
duas obras, neste pilar atingia no fecho 4 cm de abertura

Figura 4.28 –   Aspecto das alvenarias dos viadutos antes das obras de beneficiação.
Figura 4.29 – Execução dos trabalhos de embasamento dos pilares dos viadutos
Figura 4.30 – Pilar do viaduto após a execução  dos trabalhos de reforço
Figura 4.31 – Desenho de pormenor do tratamento das juntas da alvenaria
Figura 4.32 – Desenho de pormenor de tratamento da juntas entre os tímpano e a abóbada

Figura 4.33 – Pormenor da ligação do novo viaduto de betão armado, ao viaduto de alvenaria
CAPÍTULO 5 - ANÁLISE DE CUSTOS AO LONGO DO CICLO DE VIDA 
Figura 5.1 – Comparação de custos de passagens inferiores rodoviárias, a preços actuais

Figura 5.2 – Comparação de custos de passagens superiores rodoviárias, a preços actuais
Figura 5.3 –    Comparação de custos de pontes ou viadutos construídos com duas ou mais vias 
ferroviárias, a preços  actuais

Figura 5.4 – Comparação de custos de pontes e viadutos, a preços actuais


ÍNDICE DE TABELAS 
CAPÍTULO 2 – CONSTRUÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS 
 
Tabela 2.1 – Comparação entre frequências naturais calculadas e frequências identificadas nos 
ensaios ....................................................................................................................................... 83 
 
CAPÍTULO 3 - A INSPECÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS 
Tabela 3.1 – Índice de classificação de avarias em pontes, utilizado pela REFER.......................... 91 
 
CAPÍTULO 5 - ANÁLISE DE CUSTOS AO LONGO DO CICLO DE VIDA 
 
Tabela 5.1 - Custos à data da conclusão, das Passagens Inferiores Rodoviárias construídas no ramal 
de Braga ................................................................................................................................... 145 
Tabela 5.2 – Custos, à data da conclusão, das Passagens Inferiores Agrícolas construídas no ramal 
de Braga ................................................................................................................................... 146 
Tabela 5.3 –   Custos, à data da conclusão, das Passagens inferiores rodoviárias construídas no 
troço Valongo – Cete  Linha do Douro........................................................................................ 146 
Tabela 5.4 –   Custos, à data da conclusão, das passagens inferiores agrícolas no troço Valongo – 
Cete da Linha do Douro............................................................................................................. 147 
Tabela 5.5 –   Custos, à data da conclusão, de algumas das passagens inferiores rodoviárias 
construídas nos troços  Cete – Penafiel e Penafiel – Caíde da Linha do Douro............................ 147 
Tabela 5.6 –  Custos, à data da conclusão, de algumas das passagens superiores rodoviárias 
construídas no troço Penafiel – Caíde da Linha do Douro........................................................... 149 
Tabela 5.7 – Custos, à data da conclusão, das passagens superiores rodoviárias construídas no 
ramal de Braga.......................................................................................................................... 149 
Tabela 5.8 – Custos das pontes ou viadutos construídas para duas ou mais vias, a preços actuais
................................................................................................................................................. 150 
Tabela 5.9 – Custos de algumas pontes ou viadutos, construídas para uma única via, a preços 
actuais ...................................................................................................................................... 151 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

1. INTRODUÇÃO 
1.1. Generalidades 
 
A modernização do caminho de ferro, na Região Norte, considerando que esta região é balizada a 
sul  por  Vila  Nova  de  Gaia,  é  um  processo  já  longo,  que  teve  início  em  1985  e  ainda  decorre, 
prevendo-se que não fique concluída antes do final da primeira década do século XXI. 
 
Nesta Região Norte considera-se como eixos ferroviários principais o troço final da Linha do Norte, 
entre a cidade de Vila Nova de Gaia e o Porto, a Linha do Minho entre o Porto e Valença, a Linha de 
Guimarães entre Lousado, (estação da Linha do Minho onde tem início a Linha de Guimarães) e 
Guimarães, o Ramal de Braga, entre Nine, (estação da Linha do Minho, onde tem início o ramal de 
Braga) e Braga, a Linha do Douro entre o Porto e Pocinho e a Linha de Leixões entre a cidade do 
Porto e o porto de Leixões. 
 
Até meados da década de 80 a construção de obras de arte, nesta rede ferroviária, era pontual, 
pertencendo  normalmente  a  iniciativa  da  sua  execução  a  outras  entidades,  nomeadamente 
autarquias e entidades gestoras de estradas e auto-estradas e destinando-se as mesmas a executar 
novos atravessamentos ao caminho de ferro, ou a eliminar passagens de nível existentes.   
 
Com  a  construção  de  um  novo  atravessamento  ferroviário  sobre  o  Rio  Douro,  teve  início  a 
construção,  pela  entidade  gestora  da  infra-estrutura  ferroviária,  de  novas  pontes,  viadutos, 
passagens  superiores  e  inferiores  rodoviárias,  passagens  inferiores  e  superiores  de  peões  e 
passagens hidráulicas, obras necessárias para a modernização das linhas de caminho de ferro atrás 
referidos. 
 
É sobretudo na década de 1990 do século XX, e nos primeiros anos do século XXI, que no âmbito 
da modernização das vias ferroviárias, ocorre a construção de um número apreciável e variado de 
obras de arte, com o objectivo de aumentar não só a velocidade de circulação, mas também a  
capacidade de circulação e a sua segurança.  
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

São construídas várias obras de atravessamento das vias férreas não só nos locais onde existiam 
passagens de nível que são totalmente eliminadas, mas também em locais onde entretanto, em 
face  da  expansão  urbanística,  se  verifica  a  necessidade  sentida  pelas  populações  e  pelos 
responsáveis  autárquicos  de  criar  novos  atravessamentos  ao  caminho  de  ferro,  com  novos 
restabelecimentos rodoviários e melhoria da própria rede viária envolvente aos mesmos. 
 
Aproveitando a oportunidade de num espaço de tempo relativamente curto, terem sido construídas 
mais de três centenas de obras de arte, procedeu-se a um levantamento e a uma análise das obras 
de arte construídas nas Linhas do Minho, Linha de Guimarães, Linha do Douro e Ramal de Braga, 
num total de duzentas e cinquenta e quatro obras, bem como de cinco obras já existentes que 
foram reabilitadas e alargadas. 
 
No sentido de ilustrar o desenvolvimento da dissertação, são também apresentados alguns casos 
práticos,  de  obras  de  arte  ferroviárias  que  não  fazem  parte  do  grupo  atrás  referido,  e  cuja 
construção decorreu antes desse período, ou estão ainda em construção.  
1.2. Objectivos 
Pretende-se fazer uma abordagem de todas as fases do ciclo de vida das obras de arte construídas 
no  âmbito  da  modernização  do  caminho  de  ferro,  do  seu  projecto,  da  sua  construção,  da 
fiscalização, da sua inspecção e manutenção, não só do ponto de vista técnico mas também dos 
respectivos custos. 
 
A partir da análise de um conjunto de obras de arte construídas na Rede Ferroviária da Região 
Norte,  pretende-se  mostrar  a  própria  evolução  do  projecto  das  obras  de  arte,  desde  os 
condicionamentos específicos dos projectos para caminho de ferro, materiais utilizados e processos 
construtivos específicos desta área.  
 
Tendo  por  base  o  conhecimento  dos  custos  das  obras  analisadas,  nas  suas  componentes  de 
projecto,  fiscalização  e  construção,  pretende-se  comparar  custos  de  obras  do  mesmo  tipo 
relacionando com as condições de execução. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

1.3. Organização da Dissertação 
A Dissertação está organizada em seis capítulos.  
 
No  capítulo  1,  faz-se  uma  introdução  ao  tema,  enquadrando  historicamente  a  modernização 
operada no caminho de ferro na Região Norte. 
 
No Capítulo 2, são introduzidas as normas de projecto para a construção de pontes ferroviárias, 
bem  como  do  projecto  de  suspensão  de  via,  necessário  para  a  construção  de  atravessamentos 
inferiores  ao  caminho  de  ferro  em  vias  férreas  que se  mantêm  em  exploração.  Faz-se  uma 
caracterização das obras estudadas, do ponto de vista estrutural. Em relação às obras em betão 
estrutural, é apresentada uma análise dos materiais e recobrimentos das armaduras propostos nos 
projectos. No sub - capítulo referente à construção, apresentam-se os processos construtivos mais 
utilizados na construção de obras de arte inferiores ao caminho de ferro. 
 
No Capítulo 3, é dado conhecimento de como é realizada a inspecção de pontes ferroviárias em 
Portugal, pela REFER , sendo apresentados os resultados das inspecções de rotina efectuadas no 
troço  entre  Valongo  e  Cete  da  Linha  do  Douro.  É  dada  uma  panorâmica  geral  das  práticas  de 
inspecções de pontes nos Estados Unidos da América e nos Caminhos de Ferro Britânicos.  
 
O  Capítulo  4,  trata  de  conservação  de  pontes,  sendo  referida  a  manutenção  preventiva  e  os 
trabalhos de reparação mais frequentes em pontes de alvenaria, metálicas e de betão armado pré-
esforçado. É apresentado o caso da substituição de aparelhos de apoio num pilar da Ponte S. João, 
pouco tempo após a sua entrada em serviço. São apresentados casos de reabilitação e reforço de 
obras de arte: o alargamento da ponte metálica sobre o rio Ferreira, a estabilização e recuperação 
de  duas  passagens  superiores  rodoviárias  na  Linha  de Leixões  e  a  beneficiação  do  viaduto  de 
alvenaria do Rego Lameiro. 
 
No capítulo 5, sobre análise de custos de ciclo de vida de pontes ferroviárias, faz-se uma introdução 
a esta temática, situando-a historicamente e apresentando a forma como esses custos podem ser 
quantificados.  Refere-se  os  aspectos  que  condicionam os  custos  das  obras.  Apresentam-se  os 
custos  de  projecto,  custos  previstos  de  construção,  custos  reais  de  construção,  custos  de 
fiscalização  e  custos  totais  de  execução,  para  passagens  inferiores  rodoviárias,  passagens 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

superiores rodoviárias, pontes e viadutos, em diferentes troços e linhas ferroviárias. Comparam-se a 
preços actuais obras de natureza semelhante. Faz-se referência a algumas acções que podem ser 
levadas a efeito para prolongar o ciclo de vida das obras de arte. Aborda-se a análise de custos de 
ciclo de vida na perspectiva de escolha da solução de projecto. 
 
No  capítulo  6  são  apresentadas  as  conclusões  gerais  da  dissertação,  resumindo  as  principais 
características  da  análise  efectuada  e  dos  factores  que  influenciam  o  custo  das  obras  de  arte 
ferroviárias. São sugeridos alguns pontos que se considera poderem ser investigados nesta área. 
 
1.4. Breve introdução histórica  
Quando em 1867, nove anos após a inauguração do primeiro troço de via férrea, entre Lisboa e o 
Carregado, o Governo propôs às Câmaras a construção da Linha do Minho entre o Porto e Valença 
com  ligação  a  Braga  e  da  Linha  do  Douro  entre  o  Porto  e  o  Pinhão,  tinha  sido  definitivamente 
adoptada a bitola da via de 1,667 m, facto para o qual contribuiu decisivamente a sua adopção pela 
Espanha. 
 
No entanto só em Julho de 1872, tiveram início os trabalhos de construção da Linha do Minho, 
tendo-se verificado a sua entrada em serviço por troços intermédios. A abertura à exploração até 
Braga ocorreu em 1875. 
 
Na Linha do Douro, cuja construção enfrentou maiores dificuldades, sobretudo à medida que os 
trabalhos avançavam para montante do rio, os trabalhos iniciaram-se apenas em 1873, tendo sido 
aberto  à  exploração  o  troço  Ermesinde  –  Penafiel  em  1875  e,  estabelecida  a  ligação  à  Régua 
apenas em 1879. 
 
A ligação do Caminho de Ferro a Guimarães, teve origem na concessão feita em 11 de Julho de 
1871 a Simão Gattai, para a construção dum caminho de ferro do tipo americano sobre estrada, 
ligando Porto e Braga, passando por Santo Tirso e Guimarães, com uma bitola de 1,00 m.  
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Em Outubro de 1874 a concessão foi trespassada a uma companhia inglesa, tendo-se a construção 
arrastado  morosamente,  sendo  de  notar  que  em  1879, apenas  tinham  sido  construídos  seis 
quilómetros de via férrea.  
 
Em 1897, após a rescisão deste contrato devido a falência dessa empresa, foi concessionada a 
construção de uma via larga entre Bougado e Guimarães a uma empresa portuguesa. Contudo em 
1880, foi satisfeito o pedido da empresa para que a construção se fizesse em bitola de 1.00 m, 
como tinha sido estabelecido inicialmente. Foi aberto à exploração até Guimarães em 1884. 
 
1.5. A modernização do caminho de ferro na Região Norte 
A  rede  ferroviária  atrás  referida,  construída  no  fim  do século  XIX  e  princípios  do  século  XX,  foi 
durante muito tempo o principal sistema de comunicações e a base do desenvolvimento agrícola, 
sendo responsável pela expansão do comércio em locais que antes da chegada do comboio eram 
completamente isolados. 
 
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Figura 1.1 - Traçado da Rede Ferroviária da Região Norte 
Durante  mais  de  um  século,  não  houve,  praticamente, investimento  nesta  rede  ferroviária,  
mantendo-se os traçados e as infra-estrutura quase sem alterações até ao início da modernização, 
que teve lugar  apenas na última década do século XX. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

 
 
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gura 1.2 - Ponte Maria Pia em construção - "Pont du Douro à Porto 2 por G. Eiffel-Clichy, 1879  
 
A modernização da rede ferroviária do norte ocorreu na sequência  da construção da nova Ponte 
ferroviária Sobre o Rio Douro, a Ponte S. João (1985/1991), que integrou um conjunto de vários 
obras de arte, num novo traçado em via dupla, com uma extensão de cerca de 3,4 km.   
 
       
 
 
Figura 1.3 – Construção da Ponte S. João 
 
A Ponte S. João substituiu a centenária Ponte D. Maria Pia, de via única, projectada por Théophile 
Seyrig e Gustave Eiffel, inaugurada em Novembro de 1877 mas, que desde sempre impôs fortes 
restrições de velocidade (máximo de 20 km/h) e de carga (16 toneladas por eixo e 3,8 toneladas 
por  metro),  penalizando  fortemente  o  tráfego  de  passageiros  e  de  mercadorias  entre  as  duas 
principais cidades do País. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

 
A talhe de foice, refira-se que a Casa Eiffel, foi em Portugal responsável pela construção de 33 
pontes metálicas ferroviárias, entre 1875 e 1892, algumas delas nas linhas do Minho e Douro. 
Dessas  pontes  apenas  duas  se  mantêm  em  serviço,  a  Ponte  de  Alviela,  na  Linha  do  Norte, 
reabilitada em 1892 e a Ponte rodo - ferroviária, sobre o rio Lima, em Viana do Castelo, na Linha do 
Minho, com 645 m de comprimento.  
 
Esta ponte inaugurada em Junho de 1878, foi objecto na década de 1960, de trabalhos de reforço 
do  tabuleiro  inferior  ferroviário,  tendo  sido  realizados  em  1986,  trabalhos  de  consolidação  das 
alvenarias dos pilares, através de ancoragens e injecções. O tabuleiro do viaduto de acesso do lado 
norte, foi integralmente substituído, tendo contudo sido mantida a traça original. 
 
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Figura 1.4 - Traçado da Linha do Douro (Ermesinde – Caíde) 
 
Com excepção de um pequeno troço da Linha do Minho, na zona de Contumil, na sequência da 
construção no início de 1991 do complexo oficinal de Contumil, apenas em Novembro de 1993 foi 
consignada a primeira empreitada de duplicação e electrificação do troço Ermesinde – Valongo, da 
Linha do Douro, numa extensão de cerca de 7,6 Km. O último troço objecto de estudo na Linha do 
Douro, entre Penafiel e Caíde, ficou concluído em Outubro de 2002. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

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Figura 1.5 -Traçado da Linha do Minho (Porto - S. Romão)  Figura 1.6 - Traçado da Linha do Minho (S. Romão - Nine)   
A modernização da Linha do Minho teve início com o troço Ermesinde – S. Romão, em Agosto de 
1994, cuja empreitada ficou concluída em Maio de 1997. Prosseguiu com o troço S. Romão – 
Lousado, que ficou concluído em Junho de 2000.  
 
O último troço a ser modernizado na linha do Minho, decorreu entre a Estação de Lousado e a 
Estação de Nine, tendo-se iniciado em Janeiro de 2002 e concluído em Janeiro de 2004.  
 
Neste troço da Linha do Minho, há contudo um pequeno segmento entre o Apeadeiro da Senhora 
das Dores e a Trofa, numa extensão de cerca de 3 km, que não está modernizado, dado que vai ser 
substituído pela chamada “Variante da Trofa” que tem um desenvolvimento de 3,555 m, e da qual 
consta um túnel com uma extensão de 1,404 m, bem como a nova Estação da Trofa, obras que 
serão iniciadas durante o corrente ano de 2007. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

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Figura 1.7 - Traçado da Linha de Guimarães 
 
Na Linha de Guimarães, a primeira intervenção de reconversão da via estreita em via larga, apenas 
teve início em 1997, com o troço entre Lousado e Santo Tirso. Este troço com uma extensão de 6 
km, entrou em exploração em 1998. O troço entre Santo – Tirso e Lordelo, teve início em Dezembro 
de 2001, tendo ficado concluído em Outubro de 2003. A reconversão desta linha ficou concluída 
em Janeiro de 2004, com a abertura à exploração do último troço entre Lordelo e Guimarães. 
 
 
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Figura 1.8 -Traçado do Ramal de Braga 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

O Ramal de Braga da Linha do Minho, entre Nine e Braga, foi duplicado e electrificado, tendo para o 
efeito, sido desenvolvidas duas empreitadas em paralelo, uma entre Nine e Tadim e outra entre 
Tadim e Braga, que tiveram início em Agosto de 2002 e ficaram concluídas em Fevereiro de 2004. 
 
1.6. As obras de arte construídas no contexto da modernização operada 
 
As  obras  de  modernização  nas  Linhas  do  Minho,  Douro,  Guimarães  e  Ramal  de  Braga,  com 
excepção da execução de pequenos troços variante na Linha do Minho e Ramal de Braga, são obras 
de “reabilitação ferroviária” enquadradas em renovações, reabilitações, reconversões e duplicação 
de vias.  
 
São vias, que devido à manutenção do traçado ferroviário do século XIX e ao desenvolvimento que 
se foi gerando na sua proximidade, atravessam zonas densamente urbanizadas, mas também com 
morfologia de terrenos acidentada e de geologia complexa. 
 
No  caso  da  duplicação  das  Linhas  do  Douro  e  do  Minho,  as  obras  foram  executadas  sem 
interromper  as  circulações  da  via  única  existente, para  além  de  períodos  de  interdição  de  via 
nocturnos o que introduziu condicionamentos, ao nível da concepção das obras de arte e dos seus 
processos construtivos, sobretudo no que se refere às passagens superiores e inferiores ao caminho 
de ferro. 
 
Já  em  relação  à  Linha  de  Guimarães  e  ao  Ramal  de  Braga,  estas  vias  foram  completamente 
desactivadas durante a realização das obras, o que facilitou a execução das obras de arte, embora 
nestes casos outros condicionamentos fossem mais significativos. 
 
No caso da Linha de Guimarães, a realização dos trabalhos foi muito condicionada pela existência 
de instalações fabris muito próximas do canal ferroviário, o qual é muito estreito, algumas delas até 
atravessadas pelo próprio canal, bem como pela existência de múltiplos aglomerados populacionais 
muito próximos da linha e pela própria orografia envolvente à mesma. 
 
Na Linha do Minho, no troço entre Lousado e Nine, para melhorar as condições de exploração da 
nova  via  dupla,  permitindo  a  elevação  da  velocidade  de  circulação  para  140  km/h,  foram 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

construídas variantes, uma das quais implicou a construção de um viaduto com uma extensão de 
426 m. 
 
Em relação ao Ramal de Braga, a necessidade também de melhorar as condições de exploração da 
nova linha, para além da eliminação das passagens de nível, com a construção de várias obras de 
arte inferiormente e superiormente à via férrea, implicou a construção de um troço variante que 
obrigou à construção de um viaduto ferroviário com uma extensão de 114 m. 
 
1.7. Classificação das Linhas em função das cargas máximas admissíveis, segundo a 
Ficha UIC 700-0 
 
A classificação das linhas em função das cargas admissíveis, divide-se em categorias de A a D de 
acordo  com  a  I.E.T.  n.º  52  (Instrução  de  Exploração  Técnica  n.º  50)  do  Instituto  Nacional  do 
Transporte Ferroviário, conforme a tabela n.º 1.1 
 
 
Tabela 1.1 – Classificação das linhas em função das cargas máximas admissíveis 
 
Classificação das linhas Toneladas por eixo Toneladas por metro linear 
A  16   5,0  
B1 
B2 
18  
5,0  
6,4  
C2 
C3 
C4 
 
20  
6.4  
7,2  
8,0  
D2 
D3 
D4 
 
22,5  
6,4 
7,2  
8,0  
 
 
Todas os troços de linha que foram objecto de modernização, incluindo as respectivas obras de arte 
são da categoria D, preparadas para cargas de 22, 5 t/eixo e 8,9 t/ ml, com excepção do troço 

 
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Cete – Caíde. Este troço embora já renovado e preparado para estas cargas, por se integrar em 
termos de exploração, num troço mais alargado Cete – Livração, no qual o traçado Caíde – Livração 
ainda não foi modernizado, está classificado como D2, (Figura 1.9) e está ainda a ser objecto de 
eliminação de passagens de nível, através da construção de várias obras de arte. 
 

 
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Figura 1.9 – Mapa de cargas máximas admissíveis na rede ferroviária nacional (Instrução de Exploração Técnica n.º50) 

 
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2.   A CONSTRUÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS 
2.1. O Projecto 
2.1.1. Condicionamentos ferroviários, topográficos, geotécnicos e hidráulicos 
 
As  pontes  que  estavam  em  serviço,  antes  do  início  das obras  de  modernização  ferroviária, 
essencialmente  pontes  em  arco  de  alvenaria,  ou  com  tabuleiro  metálico,  mas  com  pilares  e 
encontros  em  alvenaria,  eram  obras  em  bom  estado  de  conservação,  mercê  dos  programas  de 
manutenção existentes na REFER. 
 
São obras com cerca de um século, de grande interesse arquitectónico e patrimonial, de grande 
nível de qualidade de exigência técnica e de arquitectura, com uma excelente integração ambiental 
e paisagística. Estas obras mantêm-se, continuando a funcionar como atravessamento para uma 
das vias, adaptadas às actuais exigências de tráfego, nomeadamente cargas e velocidade, pelo que 
foram objecto de reabilitação, reforço ou até alargamento. 
 
A inserção de uma segunda via implicou portanto a construção de uma nova ponte, também apenas 
para uma via, mas cuja concepção teve que minimizar o impacto sobre a obra de arte existente. 
Esses condicionamentos reflectem-se na implantação da obra, através da limitação da distância à 
ponte existente, bem como na própria modelação e esbelteza dos pilares.  
 
Figura 2.1 – Viadutos de Cabeda 

 
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A geometria da nova ponte fica deste modo sujeita aos condicionamentos topográficos, que são 
dados  pelo  mínimo  afastamento  ao  traçado  antigo,  minimizando  o  afastamento  da  nova  à  via 
existente, de modo a limitar a ocupação de novos terrenos (Figura 2.1). 
 
A análise do comportamento das obras existentes, necessária para o estudo da sua adaptação às 
novas  condições  de  tráfego,  torna-se,  também,  num  contributo  importante  para  um  primeiro 
conhecimento das condições geotécnicas e hidráulicas do local de implantação da nova ponte. 
 
Esse conhecimento não dispensa, contudo, a realização de prospecção e ensaios geotécnicos e de 
ensaios hidráulicos, no próprio local de implantação da nova ponte. 
 
Contudo, a extensão destas obras e a dificuldade de acessos, bem como a existência de vegetação 
e de outros obstáculos, não permitem uma caracterização geotécnica rigorosa antes da elaboração 
do projecto. Por isso, grande parte da caracterização geotécnica deve ser desenvolvida durante a 
obra. 
 
A execução de escavações na proximidade dos aterros dos encontros dessas pontes antigas, obriga 
a especiais cuidados, recorrendo-se nomeadamente à observação e monitorização das mesmas, 
podendo inclusivamente ser necessário proceder ao reforço desses maciços de aterro, devido à total 
permeabilidade vertical do suporte da via (balastro sob as travessas). 
 
2.1.2. A Normalização na Construção de Pontes Ferroviárias 
 
2.1.2.1. Antecedentes históricos das Normas da REFER 
 
Em Portugal para dimensionamento de obras de arte ferroviárias, recorre-se, ainda, ao Regulamento 
de  Segurança  e  Acções  em  Estruturas  de  Edifícios  e  Pontes,  ao  Regulamento  de  Estruturas  de 
Betão Armado e Pré-esforçado e o Regulamento de Estruturas de Aço para Edifícios e a EN 206 – 
Betão Comportamento, Produção, Colocação e Critérios de Conformidade.  
 
No entanto, tem vindo cada vez mais, a ser utilizada a legislação Europeia, fundamentalmente o 
Eurocódigo 1 – Bases de Projecto e Acções em Estruturas, o Eurocódigo 2 – Projecto de Estruturas 

 
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de Betão, o Eurocódigo 3 – Projecto de Estruturas de Aço, o Eurocódigo 4 – Projecto de Estruturas 
mistas aço – betão e o Eurocódigo 7 – Projecto Geotécnico. 
 
Esta legislação é por demais conhecida pelo meio técnico nacional, pelo que não nos vamos deter 
sobre a mesma, contudo o projecto ferroviário tem condicionamentos específicos, como já foi atrás 
referido, pelo que a própria entidade gestora das infra-estruturas, tem vindo a publicar normas, que 
estabelecem critérios de dimensionamento que permitem a execução de obras adequadas às infra-
estruturas ferroviárias: via, catenária, telecomunicações e sinalização, com exigências de qualidade 
que se prendem sobretudo com a preocupação da durabilidade das mesmas. 
 
Estas Normas têm antecedentes históricos nos chamados “Condicionamentos para a elaboração 
dos projectos de passagens desniveladas”, fornecidos aos projectistas a partir da década de 1980, 
pela CP, empresa que então geria também a infra-estrutura ferroviária.  
 
Neste  documento  constavam  os  condicionamentos  propriamente  ditos  para  elaboração  desses 
projectos  e  do  mesma  faziam  parte  três  capítulos  designados  respectivamente  por 
“Condicionamentos para a Elaboração dos Projectos de Passagens Desniveladas”, “Processamento 
da Aprovação dos Projectos” e “Directiva “JAN 88” da Divisão de Pontes”. Esta Directiva fornecia 
elementos  para  a  “Concepção  e  Dimensionamento  de  Estruturas  ameaçadas  por  choques  de 
veículos ferroviários”, baseada numa proposta dos Caminhos de Ferro Suíços. 
 
Esta  “Directiva”  estabelecia  procedimentos  para  a  “Concepção  de  Construções  ameaçadas  por 
choques de veículos ferroviários”, baseada em proposta dos Caminhos de Ferro da Suiça e cujo 
objectivo era assegurar a segurança de pessoas em caso de choques contra estruturas, bem como 
limitar os danos resultantes desses choques. 
 
2.2.2.2. As Normas de obras de arte da REFER 
 
Em  1997,  foi  publicado  o  documento  “Condicionamentos  para  a  Elaboração  de  projectos  de 
Passagens  Desniveladas”  sub-dividido  em  dois  capítulos,  passagens  inferiores  e  passagens 
superiores. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

No final de 2003, a REFER publicou as Normas IT.OAP.001.01 – “Impermeabilização de Tabuleiros 
em  Pontes  e  Viadutos”,  IT.OAP.002.01  –  “Condicionamentos  para  Projectos  de  Passagens 
Inferiores  Rodoviárias,  ao  Caminho  de  Ferro”,  e  IT.OAP.003.01  –  “Condicionamentos  para 
Projectos de Passagens Superiores Rodoviárias, ao Caminho de Ferro”. 
 
A Norma IT.OAP.001.01 – Impermeabilização de Tabuleiros em Pontes e Viadutos 
 
A norma de impermeabilização de tabuleiros, estabelece uma metodologia para a especificação de 
membranas betuminosas e dos respectivos sistemas de impermeabilização por elas constituídos, 
sendo os seus principais objectivos aumentar a durabilidade e a eficiência das obras de arte. 
 
Esta norma teve por base uma nota técnica elaborada pelo LNEC, no âmbito de um protocolo de 
colaboração LNEC/REFER. 
Nela se recomenda que as membranas betuminosas sejam constituídas com base em betumes 
polímeros, integrando nas respectivas misturas betuminosas resinas de polipropileno atáctico (APP) 
ou de estireno-betadieno-estireno (SBS), em oposição às que utilizam apenas betume oxidado na 
sua mistura (sistema tradicional). 
 
O  sistema  de  impermeabilização  preconizado  (figura 2.29),  deve  ter  uma  camada  primária 
constituída à base de uma emulsão betuminosa a frio, com 5 mm de espessura.  
 
A camada intermédia de impermeabilização pode ser de camada única (uma única membrana) ou 
de dupla camada, com duas membranas totalmente aderentes entre si, aplicadas por acção de 
soldadura por meio de chama.  
 
Nos sistemas com camada única sem auto - protecção em granulado mineral, a membrana deve ter 
uma massa nominal de pelo menos 4 kg/m
2, a que corresponde uma espessura de 4 mm. Quando 
o acabamento da membrana é formado por granulado mineral, a massa por unidade de superfície 
deve ser de pelo menos 5 kg/m
2
. Em sistemas de dupla camada a espessura de cada uma das 
membranas não deve ser inferior a 3 mm. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

A impermeabilização deverá ter uma camada superior de protecção, em betão betuminoso, com 
uma espessura mínima de 30 mm de espessura. 
 
São definidas as características das membranas betuminosas, no que se refere a espessura, massa 
por unidade de superfície, resistência à tracção, alongamento na rotura, resistência ao rasgamento, 
resistência ao punçoamento estático e resistência ao punçoamento dinâmico. 
            
 
 
Figura 2.2 - Pormenor de impermeabilização do tabuleiro 
                                       
 
A Norma IT.OAP.002.01 – Condicionamentos para Projectos de Passagens Inferiores 
Rodoviárias, ao Caminho de Ferro 
 
Esta norma especifica os gabarits ferroviários de via larga (única ou dupla), em recta ou curva.  
 
Estabelece  critérios  para  apresentação  ao  nível  de  projecto  de  um  corte  transversal,  com 
representação dos muretes guarda-balastro do tabuleiro, com altura pelo menos ao nível da face 
superior das travessas, com caleiras para alojamento de cabos de sinalização e telecomunicações, 
incorporadas nos passeios. 
 
A norma também define uma camada de balastro com a espessura mínima de 0,30 m, entre a face 
inferior das travessas da via, passeios no mesmo plano, sem ressaltos, com guardas exteriores de 
1,00 m de altura, com indicação da camada superior de impermeabilização do tabuleiro, e muretes 
guarda-balastro, de acordo com a norma de impermeabilização de tabuleiros, atrás referida. 
1 – Camada primária de preparação (emulsão betuminosa) 
2 – Camada intermédia com utilização de membranas 
3 – Camada superior de protecção (betão betuminoso) 
4 – Betão fino projectado 
5 – Rede  

 
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É exigida uma altura livre mínima de 5,00 m entre a rasante da via rodoviária e o elemento mais 
exposto do tabuleiro. 
 
Em relação ao processo construtivo a norma exige que o mesmo minimize as interferências com as 
circulações ferroviárias, nomeadamente a não interrupção do tráfego ferroviário e a minimização da 
penalização da velocidade, assegurando o nível de segurança existente antes da execução da obra.  
 
Estabelece ainda a necessidade de antes do início da empreitada ser apresentado o projecto de 
suspensão de via, se o mesmo for necessário para a execução da obra. 
 
Quanto a materiais para betão armado a aplicar no tabuleiro, exige-se pelo menos a aplicação de 
betão da classe C30/37 e aço A400 NR. 
 
Em relação ao recobrimento das armaduras e para efeito de aplicação do REBAP, para o tabuleiro 
deve  ser  sempre  considerado,  nas  superfícies  que  estão  impermeabilizadas  e  que  recebem  o 
balastro, que as mesmas estão sujeitas a um ambiente muito agressivo. 
 
Para  evitar  a  utilização  de  aparelhos  de  dilatação  da  via,  a  estrutura  deverá  ter  comprimentos 
dilatáveis inferiores a 90 m. 
 
No tardoz dos encontros das obras de arte deverão ser efectuados aterros de acordo com uma 
Norma  que  será  brevemente  publicada  pela  REFER,  “Execução  de  Blocos  Técnicos  junto  a 
Encontros de Obras de Arte”. “Blocos Técnicos” são estruturas que permitem assegurar a transição 
entre os aterros e as obras de arte, de modo a reduzir os assentamentos diferenciais e, a assegurar 
a variação progressiva do módulo de rigidez, entre as duas estruturas. 
  
Tendo  em  vista  a  manutenção/substituição  dos  aparelhos  de  apoio,  devem  ser  previstos  locais 
próprios para aplicação de macacos hidráulicos. 
 
No caso de serem executadas juntas de dilatação, por forma a protegê-las dos efeitos da acção do 
balastro, a norma refere que as mesmas devem ser preenchidas por um perfil metálico em forma 
de “Tê”, devendo os bordos da laje ser protegidos por cantoneiras metálicas. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Em  relação  à  drenagem  do  tabuleiro  define  que  a  face  superior  do  tabuleiro  deverá  ter  uma 
inclinação longitudinal e/ou transversal de 1.5 % a 3 %. Qualquer órgão de drenagem, não poderá 
ficar situado a uma profundidade inferior a 0,30 m, medida a partir da face inferior da travessa, de 
modo a garantir que as máquinas atacadeiras de via não danificam estes elementos. 
 
Prevendo eventuais alterações do traçado das vias férreas, o projectista deve prever a hipótese de 
alteração da posição das vias sobre o tabuleiro, admitindo esses cenários no cálculo do tabuleiro. 
 
A norma IT.OAP.003.01 - Condicionamentos para Projectos de Passagens Superiores 
Rodoviárias, ao Caminho de Ferro 
 
Em relação ao processo construtivo a norma exige a apresentação do projecto do cimbre, o qual 
deve garantir um espaço livre para a passagem de circulações ferroviárias de pelo menos 2,30 m, 
para ambos os lados dos carris exteriores. O espaço livre entre o plano de rolamento e a estrutura 
do  cimbre  deve  ser  superior  a  5,00  m  em  linhas  não  electrificadas,  enquanto  que  em  linhas 
electrificadas o cimbre terá que estar a uma cota superior à da catenária em pelo menos 0,50 m. 
 
São  impostas  algumas  medidas  no  que  se  refere  à  segurança  no  tabuleiro,  nomeadamente 
contemplar  guarda  rodas  ou  lancis  não  galgáveis,  entre  ao  passeios  e  as  faixas  de  rodagem, 
prolongados para ambos os lados da obra de arte, para evitar a queda de veículos à via férrea. Deve 
também ser considerada a protecção à catenária de acordo com a norma europeia EN-50122-1 e 
pela norma da REFER IT.CAT.34.04 de 2004. 
 
O sistema de drenagem do tabuleiro deverá impedir a queda directa de águas pluviais sobre a via 
férrea, as quais devem ser conduzidas para fora da plataforma ferroviária, não sendo admitido a 
ligação da rede de drenagem da rodovia à drenagem do caminho de ferro. 
 
Os pilares da obra de arte devem ficar localizados a uma distância superior a 5,00 m do eixo da via 
férrea  mais  próxima.  Quando  não  for  possível  cumprir  esta  distância,  os  pilares  terão  que  ser 
dimensionados  de  acordo  com  as  recomendações  da  Ficha  UIC  777-2R,  a  que  nos  referiremos 
mais à frente. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

2.1.2.3. Outras Normas REFER aplicáveis às obras de arte 
 
No caso de passagens superiores rodoviárias e pedonais, a Norma de catenária IT.CAT.034.04, 
Linhas áreas para tracção eléctrica 25 kV-50 Hz. Especificações Técnicas  estabelece que devem 
ser  montados  dispositivos  que  impeçam  contactos  acidentais  com  equipamentos  em  tensão 
eléctrica  da  catenária,  bem  como  o  vandalismo  sobre esses  equipamentos  e  sobre  o  material 
circulante. Sempre que possível esses painéis devem ser verticais. 
 
No sentido de minimizar o efeito de retorno das correntes de tracção da catenária, na aceleração da 
corrosão das armaduras, foi publicada em 2003, a Norma IT.GER.002-7.05 – Retorno da Corrente 
de Tracção, Terras e Protecções. Esta norma define nomeadamente a forma como deve ser feita a 
ligação à terra das estruturas de betão.  
 
É  referido  nesta  norma,  relativamente  a  elementos  estruturais  paralelos  à  via,  que  deve  ser 
adicionada uma armadura de aço de 200 mm ² de secção transversal, em cada secção de um 
elemento estrutural, que será integrada nas armaduras normais da estrutura. No princípio e no fim 
de uma secção e a cada 50 metros, deve ser soldada uma placa de terra à armadura adicional. 
Essas placas de terra são ligadas ao sistema geral de terras. 
 
Em Abril do corrente ano, vai entrar em vigor a Instrução de Exploração Técnica nº 77 – Normas e 
Procedimentos de Segurança em Trabalhos na Infra-Estrutura Ferroviária, Publicada pelo Instituto 
Nacional  do  Transporte  Ferroviário,  que  substitui  anterior  regulamentação  de  segurança  para  a 
execução de trabalhos na via férrea.  
 
Esta Instrução estabelece nomeadamente para os diversos trabalhos de inspecções, manutenção, 
conservação, fundações e substituição de tabuleiros de pontes as medidas de segurança a impor 
em função da velocidade de circulação nessa via.  
 
São definidas duas categorias de risco: a categoria de risco I, para velocidade inferiores a 140 km/h 
e a categoria de risco II, para velocidades de circulação superiores a 140km/h. 
  
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

2.1.2.4. As Fichas da UIC 
 
Nas  normas  da  REFER,  são  mencionadas  como  documentos  de  referência  as  Fichas  da  União 
Internacional dos Caminhos de Ferro, (UIC) quando se revelem de interesse para o assunto em 
causa e não colidam com a regulamentação portuguesa em vigor.  
 
Vamos fazer referência às Fichas UIC, que são mais utilizadas no dimensionamento das obras de 
arte ferroviárias.  
 
A Ficha UIC 702 “Modelos de Carga a adoptar no calculo de obras ferroviárias em 
linhas Internacionais”.   
 
A  Ficha  UIC  702,  “Modelos  de  Carga  a  adoptar  no  cálculo  de  obras  ferroviárias  em  linhas 
Internacionais”, define e estabelece as regras de aplicação dos chamados Modelos de carga 71, 
SW/O e 2000. O modelo de carga 71, (figura 2.3) é igual ao modelo previsto no Regulamento de 
Segurança e Acções em Edifícios e Pontes. 
                      
Figura 2.3 - Modelo de carga 71 da UIC 
Segundo a UIC, no caso de vigas contínuas e estruturas semelhantes, deve ser seguido o modelo 
SW/O, apresentado na figura 2.4, em detrimento do modelo 71. 
 
 
Figura 2.4 - Modelo de carga SW/O da UIC 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

O  modelo  de  carga  2000,  (figura  2.5),  destina-se  a  ter  em  conta  o  crescimento  futuro  das 
sobrecargas  ferroviárias  nos  traçados  internacionais.  Este  modelo  cobre  os  modelos  de  carga 
anteriores. Este diagrama de cargas deve ser colocado na posição mais desfavorável, na estrutura 
em causa. Para as futuras construções na rede de mercadorias ferroviária internacional, em lugar 
da aplicação deste modelo recomenda-se a aplicação do modelo 71, afectado de um coeficiente no 
valor de 1,33. 
 
 
 
                 
Figura 2.5 - Modelo de carga 2000 da UIC 
                                  
A Ficha UIC 776-1R , “ Cargas a considerar no cálculo de pontes ferroviárias” 
 
Esta ficha define combinações de cargas que devem ser tomadas em consideração no cálculo das 
pontes, determinação das próprias cargas, combinações de cargas e factores de carga aplicáveis. 
  
Permite a determinação de coeficientes dinâmicos, em função do comprimento característico dos 
diferentes elementos da ponte, sendo apresentados três tipos de coeficientes, que dependem da 
qualidade de manutenção que é exigida à via e do tipo de esforço a que se aplica, momento flector 
ou esforço transverso.   
 
Através  desta  ficha  é  também  possível  determinar  os  coeficientes  dinâmicos  que  devem  ser 
aplicados,  aos  esforços  em  função  da  velocidade  de circulação  sobre  a  ponte.  Este  cálculo  é 
utilizado sobretudo em situações de construção de pontes, utilizando “estruturas de suspensão de 
via” em que os comboios passam a velocidades baixas, da ordem de 10 a 40 km/h, em que os 
efeitos dinâmicos sobre a estrutura são inferiores às condições de serviço para as quais a ponte é 
dimensionada. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

A determinação de acções de acidente pode também ser efectuada por esta ficha, nomeadamente, 
a verificação às acções de acidente provocadas por um descarrilamento. 
 
A Ficha UIC 777-1R  
 
A Ficha UIC 777-1R, estabelece medidas para prevenir os efeitos do choque de veículos rodoviários 
sobre pontes ferroviárias bem como para impedir a entrada desses veículos na via férrea. 
 
São  definidas  as  cargas  estáticas  equivalentes  que devem  ser  consideradas  para  o  cálculo  dos 
elementos  de  apoio,  quando  não  for  possível  a  aplicação  de  medidas  passivas  de  protecção. 
Definem-se também as cargas estáticas equivalentes que devem ser consideradas no cálculo do 
tabuleiro, quando a altura livre for inferior a 6,00 m. 
 
A Ficha 777-2 R 
 
A  Ficha  777-2  R  faz  recomendações  de  medidas  que  permitam  reduzir  os  efeitos  do  choque 
acidental  de  um  veículo  ferroviário  contra  as  construções  situadas  nas  proximidades  da  via, 
nomeadamente elementos de apoio de obras de arte. 
 
A Ficha 774-3R 
 
A  Ficha  774-3R,  trata  da  interacção  entre  a  via  e  a  ponte,  ou  seja  as  consequências  do 
comportamento de um deles sobre o outro, o qual se manifesta devido às ligações que existem 
entre os dois, quer se trate de uma via balastrada ou de uma via aplicada directamente sobre o 
tabuleiro. 
 
Esta interacção traduz-se pela existência de esforços sobre os carris, bem como sobre o tabuleiro, 
os seus apoios e, claro, por deslocamentos de uns em relação aos outros. 
 
Esta ficha fornece os métodos de cálculo que permitem calcular os esforços e os deslocamentos 
ligados aos fenómenos de interacção. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

2.1.3. O Projecto de Suspensão de Via 
O  chamado  processo  de  suspensão  de  via,  tem  por  objectivo  permitir  a  continuação  do 
funcionamento da via férrea durante a construção de uma obra de arte sob a via ou vias férreas, 
embora com afrouxamento da velocidade de circulação. O projecto do sistema de suspensão de via 
está deste modo, ligado ao próprio processo construtivo, que vai ser adoptado na obra de arte. 
 
Nas obras em análise foram três os principais processos utilizados na construção de passagens 
inferiores com a via férrea em serviço, que serão abordados em detalhe no sub - capítulo referente à 
construção. 
2.1.4. Caracterização das obras de arte estudadas 
2.1.4.1. Tipo de obras e soluções estruturais 
Foram estudadas todas as obras de arte cuja conclusão teve lugar entre 1995 e 2004, entre o km 
8,700 e o km 39,810 da linha do Minho, entre o km 8,700 e o km 46,230 da Linha do Douro e em 
toda a Linha de Guimarães e Ramal de Braga, com a distribuição por ano de construção indicada 
na figura 2.6. 
 
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Figura 2.6 – Distribuição por ano de construção das obras analisadas 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

As Passagens inferiores rodoviárias 
 
 
 
Figura 2.7 - Passagem Inferior Rodoviária PI 3 ao km 44,894 do Ramal de Braga 
 
A modernização das vias ferroviárias passa hoje pela criação de um canal devidamente vedado, 
eliminando os atravessamentos pedonais ou rodoviários de nível, as chamadas passagens de nível, 
de modo a impedir a possibilidade de ocorrência de acidentes por erro humano, com veículos e 
pessoas, que existe mesmo no caso de passagens automatizadas, por não respeito da sinalização.  
 
Deste modo, essas passagens são substituídas, conforme as condições topográficas do local e a 
rede rodoviária existente, por passagens inferiores ou passagens superiores ao caminho de ferro. 
 
Em  relação  às  passagens  inferiores,  distinguem-se  em  caminho  de  ferro  os  seguintes  tipos 
principais: 
 
- Passagens inferiores rodoviárias; 
- Passagens inferiores pedonais; 
- Passagens inferiores agrícolas 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Figura 2.8 - Passagem Agrícola - PA 2 ao km 22,415 da  
Linha do Douro
Figura 2.9 - Passagem Inferior de Peões – PIP 3 ao km 
35,172  da  Linha  do  Douro  (Estação  de 
Paredes) 
 
 
No que diz respeito às passagens inferiores rodoviárias foram analisadas cinquenta e sete, que se 
agregam em quatro grandes grupos estruturais: 
 
- Quadro fechado; 
- Pórtico monolítico; 
- Tabuleiro com vigas de coroamento apoiadas sobre estacas; 
- Tabuleiro apoiado através de aparelhos de apoio sobre muros de encontro 
 
                 
 
 
Figura 2.10 -   Passagem Inferior Rodoviária - PI 2 ao km 44.256 do Ramal de Braga (Exemplo de tabuleiro com 
aparelhos de apoio) 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

A distribuição das obras segundo esses tipos estruturais é a que se apresenta na figura 2.11, sendo 
claramente dominante o “Quadro Fechado”. 
 
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Figura 2.11 - Passagens Inferiores Rodoviárias - Tipo de Estrutura 
 
Passagens inferiores agrícolas 
 
Podemos classificar como passagens inferiores agrícolas, os atravessamentos Inferiores ao caminho 
de  ferro,  cujos  restabelecimentos  são  vias  secundárias  em  zona  rurais  e,  cuja  largura  não 
ultrapassa na generalidade os 6,00 m. Foram construídas na zona em causa vinte destas obras de 
arte, que podemos classificar nos seguintes grupos: 
 
- Quadro fechado; 
- Pórtico monolítico; 
- Tabuleiro com vigas de coroamento apoiadas sobre estacas; 
 
No caso destas obras, devido às suas dimensões, não há qualquer estrutura, com tabuleiro com 
aparelhos de apoio, sendo a existência de estruturas do tipo “Quadro Fechado” ligeiramente inferior 
às chamadas passagens inferiores rodoviárias. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

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Figura 2.12 - Passagens Inferiores Agrícolas - Tipos de Estrutura 
 
Passagens Inferiores de Peões 
 
São cinquenta e nove as obras que podem ser classificadas como passagens inferiores de peões. 
Trata-se de estruturas em betão armado, normalmente em quadro fechado e na sua grande maioria 
foram construídas em estações ou apeadeiros de caminho de ferro. 
 
Passagens Superiores Rodoviárias 
 
 
Figura 2.13 – Passagem Superior Rodoviária ao km 32,730 da Linha do Minho 
As  passagens  superiores  rodoviárias,  construídas  no  período  em  causa,  por  eliminação  de 
passagens  de  nível,  são  obras  de  arte  que  podem  ter entre  um  e  nove  vãos.  Segundo  alguns 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

autores, a partir de cinco vãos deve ser adoptada a designação de viaduto. No nosso caso dado o 
pequeno número de obras nessas condições, classificamos neste mesmo grupo. 
 
Foram construídas cinquenta e duas obras, que podemos classificar nos seguintes tipos estruturais: 
 
- Pórtico monolítico; 
- Pórtico com laje de uma nervura, apoiada nos encontros; 
- Pórtico com laje de duas nervuras, apoiada nos encontros; 
- Quadro fechado 
- Laje com vigas pré-fabricadas I,; 
- Laje com vigas pré-fabricadas U; 
- Laje de uma nervura apoiada em encontros; 
- Laje em caixão unicelular, apoiada em pilares e encontros; 
- Laje com uma nervura apoiada nalguns pilares e encontros; 
 
 
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Figura 2.14 - Passagens Superiores Rodoviárias - Tipo de Estrutura 
 
 Como  se  verifica  pela  figura  2.14  o  tipo  estrutural  mais  corrente  é  o  Pórtico  Monolítico  (27%) 
seguido pelas obras com tabuleiro com vigas pré-fabricadas I. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               









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Figura 2.15 - Passagens Superiores Rodoviárias. Distribuição por número de vãos 
Considerando apenas as obras com um único tramo, verifica-se a distribuição por tipos estruturais 
que se representa na figura 2.16. 
 
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Figura 2.16 - Passagens Superiores Rodoviárias - Tipos estruturais em obras de um único vão 
 
Considerando apenas as obras de três tramos, constata-se a distribuição por tipos estruturais que 
se representa na figura 2.17. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

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O L P Q N
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Figura 2.17 - Passagens Superiores Rodoviárias - Tipos estruturais em obras de três tramos 
Passagens Superiores de Peões 
 
 
   
 
    Figura  2.18  –Passagem  superior  de  peões  (metálica) 
ao  km  29,971  da  Linha  do  Douro 
(Estação de Caíde) 
 
 
Figura 2.19 – Passagem superior de peões (betão  
                      pré-fabricado), ao km 39,450 da Linha do 
Douro 
 
Foram construídas trinta e sete obras que podem ser classificadas como passagens superiores de 
peões. Na sua maioria são estruturas em betão pré-fabricado, com tabuleiro constituído por vigas 
pré-fabricadas  e,  com  acessos  por  rampas,  conforme se  pode  concluir  a  partir  dos  gráficos 
representados nas figuras 2.20 e 2.21. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

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Figura 2.20 – Distribuição das passagens superiores de peões segundo o material de construção 
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Figura 2.21 – Distribuição das passagens superiores de peões segundo as acessibilidades 
 
Conforme se pode observar na figura 2.21 as passagens superiores com acessos por rampas e 
escadas  foram  na  sua  totalidade  construídas  em  betão  pré-fabricado.  A  solução  em  estrutura 
metálica é na sua maioria utilizada, quando a acessibilidade se faz apenas por escadas. Importa 
referir que nos dois casos em que foram construídas passagens superiores metálicas, com acesso 
apenas por rampas, estes acessos foram construídas em betão. 
 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Pontes e Viadutos Ferroviários 
 
 
 
 
Figura 2.22 – Viaduto Ferroviário ao km 35.740 da Linha do Minho, com 426 m de extensão 
 
 
Foram construídas quinze pontes ou viadutos ferroviários, cujo critério de classificação escolhido foi 
o tipo estrutural do tabuleiro, verificando-se de acordo com a figura 2.24, que a maioria tem o seu 
tabuleiro em laje maciça ou de uma nervura com vazamento. 
 
Em relação a estas obras de arte, apenas quatro recebem via dupla, caracterizando-se duas destas 
por serem em laje maciça e as outras em laje de duas nervuras com vazamento. 
 
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Figura 2.23 - Pontes e Viadutos Ferroviários - Tipos de estrutura 

 
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2.1.4.2.  Estruturas de betão. Materiais e  recobrimento das armaduras  
 
Em relação às passagens inferiores ou superiores ao caminho de ferro, não há grande variação 
quanto  às  classes  de  betões,  que  foram  utilizadas  nas várias  obras  que  foram  construídas, 
independentemente do ano, do projectista ou da sua localização. Já quanto aos aços utilizados nas 
estruturas de betão estrutural, verifica-se que em relação às que foram projectadas na década de 
90, em todas foi considerado o aço A 400 NR. A partir de 2000, a maior parte destas estruturas já 
são projectadas com aço A 500 NR. 
 
Em relação às estruturas de grande porte, pontes e viadutos ferroviários, constata-se, igualmente 
que as que foram projectadas na década de 90, foram construídas com o aço A 400 NR, enquanto 
que as mais recentes são sobretudo projectadas com o aço A 500 NR.  
 
Há casos em que na mesma obra de arte se utilizam os dois tipos de aço: o A 400 NR em estacas 
e pilares e o A 500 NR nos restantes elementos estruturais (Viaduto IX, km 20,970 da Linha de 
Guimarães, 1998, e viaduto ferroviário ao km 35,742 da Linha do Minho, 2001). Quanto às classes 
de betões, constata-se que nestas obras de maior envergadura construídas recentemente, foram 
utilizados  betões  de  classes  mais  elevadas,  verificando-se  casos  de  aplicação  no  tabuleiro,  de 
betões da classe C40/50.
2.2. CONSTRUÇÃO 
2.2.1. A construção de passagens Inferiores por lançamento incrementado. 
2.2.1.1. Introdução 
 
O lançamento incrementado é um processo que permite a realização da obra sem interrupção das 
circulações  ferroviárias,  com  perturbação  controlada  desse  tráfego.  Tem  grandes  vantagens 
relativamente a outros métodos construtivos, por se melhorar a segurança dos trabalhos, permitir a 
continuidade das circulações ferroviárias, reduzindo-se os prazos e optimizando-se os custos. 
 
Nos  Estados  Unidos  da  América  há  registos  de  realização  de  obras  com  utilização  de  cravação 
horizontal de tubos nos finais do século XIX, sendo apenas nos finais da década de 1950 que esta 
técnica se desenvolve na Europa. Em paralelo com a evolução da técnica de cravação de tubos 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

horizontais  desenvolveu-se  a  construção  de  passagens  inferiores  com  utilização  de  deslize  de 
quadros pré-fabricados de betão armado com o auxílio de macacos hidráulicos. 
2.2.1.2. – Método “Keller” 
 
A primeira obra de introdução de um quadro sob a via férrea teve lugar na Alemanha, em 1957, 
pela empresa Keller. Nessa altura o equipamento de cravação e o processo de escavação utilizados 
na cravação de tubos e no deslize eram praticamente idênticos. 
 
Enquanto que no caso de tubos, são os mesmos justapostos e vão sendo introduzidos à medida 
que  se  avança,  no  caso  das  passagens  inferiores  há um  único  elemento,  o  quadro  de  betão 
armado, que é introduzido directamente sob a estrutura de suspensão da via. 
                           
   
       Figura 2.24 - Sistema de Suspensão de Via "Keller" 
 
    Figura 2.25  -  Sistema "Keller" - Apoio no quadro de   
betão armado 
 
   Figura 2.26 - Sistema "Keller".Prolongas       Figura 2.27  - Sistema "Keller". Macacos hidráulicos    
e prolongas 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Em 1957, para um quadro de 3,20 x 3,20 m ², a velocidade de avanço era de apenas 16 cm/hora, 
sendo possível actualmente atingir velocidades de avanço da ordem de 120 cm/hora. Em relação a 
secções, a construção de quadros bi-celulares horizontais iniciou-se em 1977, enquanto que a partir 
de 1980 passou a ser corrente a construção de quadros bi-celulares verticais . 
 
2.2.1.3. O Método da “Tecnimpulso”      
                                                     
   
Figura 2.28 -  Quadro deslizante de passagem inferior de 
peões no troço Caíde- Livração da Linha do 
Douro 
Figura  2.29  -Sistema  de  lançamento  hidráulico  
(macacos hidráulicos e prolongas) 
 
 
O “quadro deslizante” é construído ao lado do aterro da via férrea (figura nº 2.28) e é colocado na 
posição  final  através  de  deslize  provocado  por  um  ou  dois  conjuntos  de  macacos  hidráulicos 
consoante se trate de uma passagem inferior de peões, como é o caso das figuras nº 2.28 e 2.29, 
ou de uma passagem inferior rodoviária. 
 
Os  macacos  hidráulicos  apoiam  em  “muros  de  reacção”,  que  mobilizam  o  impulso  passivo  do 
aterro que é construído no tardoz desses muros. Para cada conjunto de macacos é utilizada uma 
estrutura metálica constituída por várias peças denominadas “prolongas”, que são colocadas entre 
o sistema hidráulico e o quadro deslizante. A progressão do quadro é efectuada por avanços de 
1,00 m. 
 
O  “quadro  deslizante”  é  concebido  de  forma  a  permitir  o  seu  avanço  sem  comprometer  a 
estabilidade da via férrea, permitindo a consolidação do solo de fundação na sua dianteira.  

Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias



Figura 2.30 - Sistema de suspensão de via

Figura 2.31 - Sistema de Suspensão de via . Apoio das
vigas mestras no quadro de betão
armado

O sistema de suspensão de via utilizado pela Tecnimpulso é constituído por um conjunto de vigas
metálicas ortogonais, com capacidade resistente para suportar a passagem dos comboios a
velocidade reduzida, e com a rigidez horizontal necessária para evitar a deslocação lateral da via,
durante a introdução, debaixo desta, do quadro deslizante. O sistema de fixação entre carlingas e
longarinas é realizado através de parafusos de alta resistência, aplicados através de furação
adequada nos banzos dos respectivos elementos.



Figura 2.32 - Esquema de Suspensão de via


O conjunto de vigas apoia-se no próprio quadro deslizante, que terá elementos complementares de
apoio, se necessário, tais como cabos com tensores. Do lado oposto apoia-se na própria plataforma
da via férrea que disporá, se necessário, também de estruturas provisórias de reforço.

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               


    Figura 2.33 - Laje e muretes de guiamento     Figura 2.34 - Quadro de betão armado. Bisel de ataque 
 
Antes da realização do quadro é construída uma laje com muretes de guiamento, que vai servir de 
guia  base,  para  a  progressão  do  quadro  deslizante,  de  modo  a  evitar  a  ocorrência  de 
assentamentos. Entre essa laje e o quadro é interposto um material que impede a aderência entre 
ambos. No caso ilustrado na figura 2.33, foi colocado uma placa de contraplacado tipo “platex”.  
 
A frente do quadro (figura 2.34) tem duas lâminas de ataque, chamadas “bisel de ataque”, que 
facilitam o deslizamento do quadro, cortando e contendo o solo subjacente à via férrea. 
 
 
 
 
 
             
 
 
                          
                 
Figura 2.35 - Aterro de reforço da zona de suspensão de via 
Do lado da frente de ataque, quando o aterro da plataforma ferroviária é de fraca qualidade, recorre-
se à colocação de um aterro ao lado da zona de suspensão da via e numa extensão de alguns 
metros  de  comprimento  a  montante  e  a  jusante  dessa  zona,  para  evitar  a  instabilização  da 
plataforma e, consequentemente, da própria via, (figura 2.35).                 

 
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2.2.1.4. Método da “ATROS” 
 
Este método utiliza roletes entre o quadro e as vigas mestras, para diminuir o atrito entre estes 
elementos, facilitando o deslize. A progressão do quadro deslizante faz-se de forma não uniforme, 
ou seja, a distância dos avanços nem sempre tem o mesmo valor, uma vez que o prolongamento 
do sistema de apoio é feito entre o muro de reacção e o sistema hidráulico. 
 
O sistema de fixação das carlingas às longarinas é efectuado através de uma estrutura metálica, na 
qual a carlinga fica solidária com a longarina, sem se recorrer ao aparafusamento e portanto à 
furação de ambas. 
 
2.2.2. A construção de passagens inferiores por escavação mineira 
 
Quando  o  terreno  onde  vai  ser  construída  a  passagem  inferior  tem  características  rochosas  é 
possível utilizar um método construtivo baseado na escavação do tipo mineira, que é também um 
processo construtivo que não impede a circulação ferroviária. 
 
Foi  o  caso  da  passagem  inferior  ao  km  24,298  da  Linha  do  Minho
Éconstruída  no  âmbito  da 
empreitada de modernização do troço entre S. Romão e Lousado, concluída em 1999. 
 
 Foi  construída  a  partir  da  execução  prévia  de  dois  pequenos  túneis  paralelos,  de  avanços 
perpendiculares à linha, mas, deixando sempre pilares centrais de rocha por desmontar. A estrutura 
final de suporte foi betonada por pequenos troços.  
 
Neste caso, por se tratar de um maciço em xisto foi necessário proceder ao reforço das paredes de 
escavação  com  pregagens  provisórias.  Foi  deixado  um  pilar  central  que  também  foi  necessário 
reforçar com pregagens provisórias. 

 
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2.2.3. A construção de passagens Inferiores por estacas tangentes 
Figura 2.36 - Passagem inferior rodoviária 6, ao km 44.006 do troço Penafiel – Caíde 
A construção de passagens inferiores ao caminho de ferro, por estacas tangentes é um processo 
construtivo que foi bastante utilizado na execução destas obras na Linha do Douro. É exemplo de 
aplicação deste processo construtivo a obra da passagem inferior ao km 44,006 da Linha do Douro 
(troço Penafiel – Caíde), figura 2.36, que foi construída em cinco fases.  
Figura 2.37 – Fase I 

 
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Na fase I, (figura 2.37), enquanto os comboios continuam a circular na via existente, na zona da 
plataforma destinada à nova via são executadas oito estacas. Neste caso foram executadas quatro 
estacas na zona de implantação de cada uma das paredes da futura passagem. Sobre cada um 
desses conjuntos de estacas foram executadas as respectivas vigas de coroamento do tabuleiro, 
que foram betonadas contra o terreno.  
Após  a  execução  do  tabuleiro  sobre  estas  vigas  de  coroamento,  são  construídos  os  muros  de 
suporte de terras dos aterros.  
 
 
 
Figura 2.38 - Fase II 
Na fase II,(figura 2.38), os comboios passam a circular sobre a zona do tabuleiro já construído, 

 
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Figura 2.39 - Fase III 
 
Na fase III, (figura 2.39) são executados na zona da via existente (via ascendente), os trabalhos 
indicados na primeira fase,  
 
 
Figura 2.40 - Fase IV 
 
Na fase IV (figura 2.40) é realizada a escavação sob o tabuleiro. 

 
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Figura 2.41 – Fase V 
 
 Na fase V (figura 2.41), é executada a drenagem vertical e o capeamento das estacas. 
2.2.4. As Fundações das obras de arte 
A elaboração de qualquer projecto de uma obra de arte é precedida do respectivo reconhecimento 
geotécnico. Numa primeira fase deve ser feito um reconhecimento preliminar em que é efectuada 
uma pesquisa, recolha e organização de toda a informação existente sobre as condições do terreno 
de  implantação  da  obra.  No  caso  de  existirem  estruturas  na  vizinhança  da  obra  é  também 
necessário obter informações sobre o comportamento das mesmas. 
 
Este  reconhecimento  preliminar  permite  reduzir  nomeadamente  o  número  de  sondagens  com 
recolha  de  amostras  inalteradas  e  ensaios  de  penetração  normalizados  (SPT)  e  consequente 
redução dos custos de projecto. 
 
A  prospecção  geotécnica  é  normalmente  realizada  através  de  furos  de  sondagem,  poços  e  da 
utilização de métodos geofísicos. Segundo a 
Especificação LNEC E 217 – 1968, a disposição e 
espaçamento  das  sondagens  devem  ser  tais  que  permitam  conhecer  qualquer  modificação  da 
espessura, profundidade, estrutura ou propriedades das formações interessadas. 

 
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Segundo Teng W. C. citado por (Silvério Coelho, 1996), pode-se indicar como ordem de grandeza 
grosseira, como espaçamento entre sondagens, para fundações de pilares e encontros de pontes o 
seguinte: 
 
xEstratificação horizontal média – 30 m; 
xEstratificação horizontal errática – 7 m; 
xUma a duas sondagens por cada fundação isolada. 
 
A maior parte das obras de arte objecto da nossa  análise,  estavam  integradas  num  traçado  de 
remodelação de via, o qual foi objecto de um estudo geral geológico e de geotecnia, dando origem a 
relatório geral.  
 
A título de exemplo podemos referir o caso da obra de reconversão em via larga e electrificação do 
troço entre Lordelo e Guimarães, da Linha de Guimarães, numa extensão de 12,8 km, em que na 
fase de projecto foram executados os seguintes trabalhos de reconhecimento geotécnico: 
 
x20 trados de reconhecimento; 
x12 poços de reconhecimento; 
x10 auscultações de plataforma (poços de prospecção/ensaios de penetrómetro ligeiro) 
x34 ensaios com penetrómetro dinâmico ligeiro; 
x20 ensaios com penetrómetro dinâmico pesado; 
x26 sondagens mecânicas 
x10 perfis sísmicos de refracção; 
xEnsaios laboratoriais 
 
Tendo por base essa caracterização geológica e geotécnica foi efectuada uma análise específica 
para cada local de implantação das obras, sendo definida a solução de fundação. Nessa análise 
referem-se nomeadamente as tensões de contacto que podem ser praticadas para as disposições 
geométricas previstas para a obra.  
 
Nalguns  casos,  face  à  natureza,  ao  desenvolvimento  da obra  de  arte,  ou  ao  carácter  irregular 
associado à alteração das formações atravessadas por sondagens, é recomendado no projecto, que 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

em  fase  de  obra  se  proceda  à  verificação  das  condições  geotécnicas  através  da  realização  de 
sondagens mecânicas complementares, em locais definidos em plantas de projecto. 
 
Quando estão previstas fundações indirectas, por exemplo por estacas, são indicados comprimentos 
expectáveis, mas recomenda-se também a execução de sondagens complementares para fazer um 
ajustamento em obra dos comprimentos das estacas previstos em projecto. 
2.2.5. O Pré-esforço nas obras de arte 
Nos  projectos  das  obras  de  arte,  normalmente  no  desenho  de  apresentação  do  faseamento 
construtivo,  são  indicados  o  traçado  genérico  e  os valores  de  pré-esforço  inicial  ao  longo  do 
tabuleiro, com a localização das juntas de betonagem e do início e do fim dos cabos. 
 
O caderno de encargos, destas obras estabelece que o adjudicatário da empreitada deve submeter 
à aprovação da Fiscalização o sistema de pré-esforço que se propõe utilizar, bem como o respectivo 
projecto de aplicação de pré-esforço.  
 
Nesse  projecto  de  aplicação  de  pré-esforço,  para  além  da  respectiva  memória  descritiva,  dos 
cálculos, da descrição do sistema de pré-esforço, do plano de tensão, devem também constar os 
certificados de controle de qualidade dos seus componentes, dos aços de pré-esforço, bem como os 
desenhos com os traçados dos cabos em perfil e em planta, os pormenores das ancoragens, as 
bainhas, a localização das respectivas purgas e as armaduras de reforço. O projecto deve também 
incluir  a  verificação  das  tensões  locais  de  compressão  do  betão,  bem  como  a  resistência 
característica mínima do betão à data de aplicação do pré-esforço. 
 
2.2.6. Tipos de aparelhos de apoio mais utilizados 
 
Os aparelhos de apoio têm como função, controlar as deformações que o tabuleiro transmite aos 
pilares  ou  aos  encontros,  bem  como  as  deformações  que  também  podem  ser  transmitidas  por 
estes órgãos ao tabuleiro, de modo a eliminar ou atenuar determinados esforços que têm origem na 
compatibilidade das deformações entre os vários elementos constituintes da obra de arte (
Manterola 
e Cruz, 2004
). 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

As obras em estudo têm sobretudo  aparelhos de apoio que podem ser integrados em dois grandes 
grupos: apoios  elastoméricos e apoios de neoprene em caixa fixa. 
 
2.2.6.1 Apoios elastoméricos 
 
Podem  ser  constituídos  por  um  conjunto  de  placas  de  neoprene,  associadas  a  um  conjunto  de 
placas de aço, por meio de adesivos, e nesse caso são chamados aparelhos de neoprene cintados. 
Podem  não  ter  placas  de  aço  e  nesse  caso  são  chamados  aparelhos  de  apoio  simples  em 
neoprene, que têm reduzida utilização em obras de arte. 
 
Os  blocos  elastométricos  podem  ser  cintados  com  uma  estrutura  metálica,  como  no  caso  dos 
aparelhos 
Letrony, cujo objectivo é restringir movimentos ou permitir deslocamentos superiores aos 
elásticos , através da introdução de guias metálicas para travamento, ou de superfície de deslize em 
teflon/aço inoxidável. 
 
 
 
1 – Coxim superior em aço 
2 – Goussets  em aço 
3 – Coxim inferior em aço 
4 – Parafusos de fixação em aço 
5 – P.T.F.E. (Teflon) 
6 – Bloco de neoprene cintado 
7 – Chapa de deslizamento em aço inox 
8 – Aro de retenção 
9 – Barra em bronze 
10 – Varão de ancoragem em aço 
Figura 2.42 - Aparelho de Apoio Elastométrico refª "Lemitrony" 
2.2.6.2. Apoios de neoprene em caixa fixa 
 
Os blocos elastoméricos sem qualquer cintagem encontram-se dentro de uma caixa de aço, na qual 
entre  a  tampa  e  o  neoprene  existe  uma  junta,  ficando  este  completamente  constrangido, 
comportando-se como um fluído viscoso. São conhecidos por “
pot bearings”, aparelhos tipo panela 
ou marmita. Estes aparelhos podem ser fixos, unidireccionais ou multidireccionais. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

 
 
Figura 2.43 - Aparelho de Apoio tipo "Panela" -  Unidireccional (Encontro da Ponte de Caniços) 
 
 
 
1 – Chapa superior em aço 
2 – Pistão em aço 
3 – Panela em aço 
4 – Barra guia em aço 
5 – Varão de ancoragem  em  aço 
6 – Parafusos de fixação da barra guia guia em aço 
7 – Parafusos de fixação em  aço 
8 – Chapa de deslizamento em aço inox 
9 – Barra em bronze 
10 – P.T.F.E. Puro 
11 – Disco elastómero 
12 – Anel de selagem 
13 – Vedante em borracha microcelular 
 
Figura 2.44 - Aparelho de Apoio tipo "Panela" - refª  Letrony - Unidireccional 
 
 
 
1 – Chapa superior em aço 
2 – Pistão em aço 
3 – Panela em aço 
4 – Disco elastomérico 
5 – Varão de ancoragem em aço 
6 – P.T.F.E. Puro 
7 – Parafusos de fixação em aço 
8 – Anel de selagem 
9 – Vedante em borracha microcelular
 
Figura 2.45 - Aparelho de apoio tipo "Panela" - refª Letrony - Fixo 
 

 
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Distribuição de aparelhos de apoio por tipo de obra 
 
Nas obras de arte em causa podemos encontrar os seguintes tipos de aparelhos de apoio : 
 
- Aparelhos de apoio de neoprene simples; 
- Aparelhos de apoio de neoprene cintado: 
- Aparelhos de apoio de neoprene cintado e ancorado; 
- Aparelhos de apoio tipo Panela; 
- Aparelhos de apoio tipo Panela e aparelhos em neoprene cintado no mesmo encontro da obra; 
 - Aparelhos de apoio tipo Panela (pilares) e aparelhos de apoio em neoprene cintado e ancorado 
(encontros); 
- Aparelhos de apoio em neoprene cintado (encontros) e aparelhos de apoio em neoprene cintado e 
ancorado (pilares); 
 
Na Figura 2.46 apresenta-se a incidência dos vários tipos de aparelhos de apoio, por tipo de obra.  
 
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Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

2.2.7. Tipos de juntas de dilatação mais utilizadas 
 
As juntas de dilatação nas obras de arte são dispositivos que permitem, movimentos relativos entre 
duas partes da estrutura, normalmente entre o tabuleiro e o encontro ou entre tabuleiros em obras 
extensas de estruturas múltiplas, em condições de segurança, comodidade e durabilidade.  
 
Estes  movimentos  são  sobretudo  motivados  por  efeitos  térmicos  e  de  retracção,  mas  também 
podem ter origem na frenagem dos comboios ou ser consequência de um sismo. Nas obras objecto 
de análise não temos juntas abertas, apenas juntas fechadas que impedem o seu atravessamento 
por água ou detritos. 
 
São os seguintes os tipos de juntas mais frequentes nestas obras: 
 
xJuntas elastoméricas de compressão; 
 
 
Figura 2.47 – Desenho esquemático de junta de dilatação elastomérica de compressão 
 
São  constituídas  (figura  2.47),  por  um  bloco  rectangular  de  neoprene,  com  aberturas 
alveolares. As aberturas permitem que o bloco de neoprene, inserido sob compressão e 
trabalhando  sempre  comprimido,  possa  acompanhar  os  movimentos  de  expansão  e 
contracção da obra de arte. A junta de compressão deve ser posicionada entre cantoneiras 
de aço ou zonas especiais de betão armado. 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

 
xJuntas tipo “JEENE” – Junta elástica expansível nucleada estrutural 
 
Figura 2.48 – Pormenor esquemático de junta de dilatação elástica expansível nucleada estrutural (Tipo Jeene) 
É um tipo especial de junta elastomérica de compressão. É constituída (figura 2.48), por 
três  elementos,  uma  câmara  elástica,  geralmente  de  elastómero,  policloropreno  ou 
neoprene,  com  uma  ou  mais  cavidades,  conforme  os  deslocamentos  permitidos,  um 
adesivo de natureza epoxídica e por um núcleo isobárico. Este núcleo por pressurização e 
nucleação obriga a junta a dilatar-se contra as paredes de betão, comprimindo o adesivo. 
 
xJuntas em monobloco de elastómero e aço 
 
Figura 2.49 – Desenho esquemático de junta de dilatação em monobloco de elastómero e aço 
 
São fabricadas em monobloco de elastómero e aço, (figura 2.49), com grande flexibilidade 
e resiliência. A flexão no sentido longitudinal é devida às sub - divisões das chapas de aço 
que  estão  embutidas  no  bloco  de  elastómero.  São  juntas  de  expansão  e  vedação  para 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

grandes movimentos estruturais. São conhecidas pelos nomes comerciais que tomaram, 
Transflex. e juntaflex. 
 
xJuntas em placas de aço deslizantes; 
Figura 2.50 – Desenho de junta de dilatação metálica 
 
Estas  juntas  (figura  2.50),  são  compostas  por  duas placas  sobrepostas,  em  que  uma 
desliza sobre a outra. Permitem movimentos até cerca de 10 cm. O vedante em neoprene  
é que permite que a junta seja classificada com uma junta fechada. 
 
xJuntas elastoméricas modulares 
 
 
Figura - 2.51 – Desenho esquemático de junta elastomérica modelar 
São constituídas (figura 2.51), por blocos vazados de neoprene, interligados por peças de 
aço e suportados por um sistema estrutural próprio. São das mais indicadas para suportar 
as cargas das rodas dos veículos. Normalmente permitem deslocamentos entre 10 cm e 60 
cm. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               







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Figura 2.52 – Tipos de juntas de dilatação em pontes e viadutos ferroviários 
 
Na maioria das pontes e viadutos objecto de análise, foram aplicadas juntas de dilatação metálicas. 
Apenas se identificou a aplicação de juntas armadas de neoprene na Ponte sobre o Rio Este, ao km          
38,659  da  Linha  do  Minho.  Nesse  caso  foram  aplicadas  juntas  do  tipo  Algaflex,  indicadas  para 
pontes ferroviárias. 
 
 
Figura - 2.53 – Desenho esquemático de junta de dilatação em neoprene armado 
 
O único caso de aplicação de juntas de dilatação metálicas e juntas elastoméricas de compressão 
teve lugar na obra de alargamento da ponte sobre o rio Leça, ao km 9,215 da Linha do Minho, em 
que foi construída uma nova ponte em betão armado pré-esforçado ao lado de uma ponte existente 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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em alvenaria de pedra. As juntas elastoméricas de compressão foram aplicadas no encontro móvel 
da nova ponte e longitudinalmente entre os dois tabuleiros. 
 
No caso das passagens inferiores, quando o tabuleiro apoia em aparelhos de apoio, verifica-se que 
as respectivas juntas de dilatação são também metálicas. 
 
Em  relação  às  passagens  superiores,  nas  obras  que  dispõem  de  juntas  de  dilatação,  foram  
aplicadas  juntas  de  elastómero  e  aço,  concretamente  juntas  em  neoprene  armado,  de  vários 
fabricantes e tipos, nomeadamente juntas tipo “Transflex”, tipo “Monoflex 20 ou 100”, “Uniblok  75 
“ e “VSL tipo 40”. 
 
Apenas no caso da Ponte Rodoviária de Santo Tirso, que é um atravessamento sobre a Linha de 
Guimarães,  na  Estação  de  Santo  Tirso  e  sobre  o  Rio Ave,  e  que  foi  construída  no  âmbito  da 
remodelação do troço entre Lousado e Santo Tirso, na Linha de Guimarães, identificamos juntas 
elásticas de compressão no encontro fixo e juntas elásticas modelares no encontro móvel.  
 
2.2.8. A pré - fabricação de obras de arte ferroviárias 
 
2.2.8.1. Problemas e patologias em passagens superiores de peões 
 
 
Com  base  na  experiência  de  acompanhamento  de  algumas  destas  obras,  sobretudo  após  a 
construção,  enumeram-se  algumas  das  patologias  mais  correntes,  cujas  causas  são  sobretudo 
resultado de erros de construção e em menor incidência de erros de projecto: 
 
i) Nas zonas de fixação das chapas dos guarda-corpos, o betão das vigas de bordadura  
apresenta-se fissurado e por vezes mesmo esmagado (figuras 2.54 e 2.55); 
 
 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

             
         
    Figura 2.54 -  Betão destacado na zona de fixação da   
chapa do guarda-corpos 
   Figura 2.55 - Idem, já com oxidação num dos parafusos 
 
 
ii)         Em  vigas  de  bordadura  de  secção  transversal,  muito  reduzida,  por  exemplo,  com  a 
largura  de  135  mm,  em  que  mesmo  com  a  utilização  de  uma  chapa  inferior,  os 
parafusos do lado exterior da viga, têm um recobrimento muito reduzido, verificando-se 
o destaque do betão inferior da zona externa, (figuras 2.56 e 2.57).  
                 
 
 
Figura  2.56.–Destaque  do  betão  na  zona  da  chapa 
inferior de fixação do guarda - corpos 
Figura 2.57 - Idem 
 
 
iii) Aplicação de parafusos de chapas de fixação de guarda - corpos, na proximidade ou 
mesmo nas próprias juntas de dilatação das peças pré-fabricadas. Nessas situações 
verifica-se, nomeadamente, chapas não niveladas, oxidação dos respectivos parafusos, 
esmagamento e/ou destacamento de betão, (figuras 2.58 e 2.59). 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
   
Figura 2.58 - Posicionamento de parafusos de chapa de 
fixação  de  guarda  corpos  em  junta  de 
dilatação 
Figura 2.59 - Idem 
 
 
iv) Falta de juntas de dilatação em guarda-corpos. 
 
v)  Fissuras  estruturais  na  face  inferior  de  lajes  pré-fabricadas  de  escadas,  por  manuseamento 
indevido em fase de desmoldagem e volteio (figuras 2.60 e 2.61); 
           
 
 
Figura  2.60  -      Laje  de  escada  de  acesso  a  passagem 
superior de peões, com fissuras na face 
inferior. 
   
Figura 2.61 -   Fissuras na face inferior da laje de escada, 
após reparação 
 
                                     
vi) Acabamento irregular e não homogéneo do piso de uma laje, em forma de U ; 
 
Mas,  também  podem  ocorrer  patologias  em  estruturas pré-fabricadas,  com  origem  em  factores 
externos. É o caso das anomalias verificadas numa passagem pedonal, que faz a ligação entre um 
caminho  pedonal  paralelo  à  via  e  uma  passagem  superior  rodoviária.  Esta  obra  pré-fabricada  é 
constituída por lajes em rampas e patamares, apoiadas sobre pilares, com fundação por sapatas 
isoladas, em solos compressíveis, (figuras 2.62 e 2.63); 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
&
 
          
Figura  2.62  –    Rampa  na  zona  de  ligação  ao  viaduto 
rodoviário, podendo-se ver o depósito de 
terras soltas e pedras  
    Figura  2.63  –  Vista,  de  outro  ângulo,  do  depósito  de  
terras e pedras. 
 
 
Neste caso, um proprietário confinante executou um depósito de terras soltas e pedras, com uma 
altura máxima de cerca de 5,00 m na proximidade do viaduto, atingindo uma altura entre 1,00 m e 
2,30  m  na  zona  das  sapatas  dos  dois  pilares  mais  altos  da  rampa  (figuras  2.62  e  2.63).  Esta 
situação provocou as seguintes anomalias: 
 
i) A abertura da junta de dilatação, entre o patamar da estrutura de acesso pedonal e a 
passagem superior, aumentou de 2 cm para 5 cm, em consequência do afastamento 
lateral da laje de patamar (figuras 2.64 e 2.65); 
                                          
 
 
Figura 2.64 -   Deslocamento da rampa em resultado de 
assentamento diferencial da fundação 
Figura 2.65 -   Aumento da largura da junta em cerca de 
3 cm 
ii) Assentamento da laje de patamar, em cerca de 5 cm;  
iii) Assentamento do topo do pilar de apoio dessa laje, em cerca de 1 cm, na extremidade 
do lado do depósito de terras e pedras.  

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
O  encosto  das  terras  de  uma  forma  não  simétrica  em relação  ao  eixo  das  sapatas,  que  são 
fundadas  sobre  solos  muito  compressíveis,  introduziu  acções  não  consideradas  no 
dimensionamento das sapatas, agravando significativamente as tensões de contacto entre a sapata 
e o solo e introduzindo necessariamente assentamentos diferenciais nas sapatas. 
 
Neste  tipo  de  estruturas,  constituídas  por  peças  isostáticas,  a  introdução  de  pequenos 
assentamentos diferenciais não prejudica o seu funcionamento, no entanto a continuidade desta 
nova situação pode agravar com o tempo os danos já existentes nas rampas. 
 
Face ao atrás referido foram adoptadas as seguintes medidas: 
 
i) Retirada imediata do aterro sobre as sapatas, afastando-o pelo menos de 6,5 m, dos respectivos 
eixos, de modo a deixarem de ter influência sobre a fundação das estruturas. Após a limpeza do 
terreno deve ser feita a monitorização da obra, para verificar se os assentamentos estabilizaram; 
 
ii)  Eliminação  do  degrau  e  da  abertura  da  junta,  existentes    entre o  patamar  da  rampa  e  a 
passagem  superior,  através  da  realização  de  um  enchimento  do  patamar  ou,  em  alternativa 
instalação  de  uma  peça  metálica,  fixa  unicamente  à passagem  superior,  de  modo  a  garantir  a 
concordância entre o patamar e o passeio. 
2.2.8.2. Passagem superior rodoviária. Erros de construção e soluções de reparação 
 
 
 
 
Figura 2.66 - Passagem Superior Rodoviária - km 26,177 da Linha do Douro 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
O Projecto 
 
Na sequência da supressão de uma passagem de nível existente ao km 25.995 da Linha do Douro, 
inserida no troço entre Valongo e Cete, foi posta a concurso a execução de uma passagem superior 
rodoviária ao km 26,177.   
 
A solução de projecto era constituída por uma estrutura em betão armado pré-esforçado, tipo laje 
com  duas  nervuras,  ligadas  monolíticamente  a  pilares  de  secção  rectângular  de  três  tramos, 
apoiada nos encontros através de aparelhos de apoio em neoprene cintado, (figura 2.67). 
 
 
Figura 2.67 - Projecto inicial 
A empresa responsável pela sua construção apresentou proposta de projecto variante, em solução 
pré-fabricada  pesada.  Esta  solução  previa  um  tabuleiro  apoiada  em  pilares,  que  submetida  à 
aprovação da entidade gestora da infra-estrutura ferroviária, impôs algumas alterações, que foram 
no  sentido  de  garantir  a  segurança  da  estrutura  ao  impacto  de  um  comboio,  no  caso  de  um 
descarrilamento. 
 
Deste modo, na solução aprovada, os pilares constituíam um conjunto monolítico, com as sapatas e 
a  viga  de  encabeçamento,  tendo  os  pilares  sido  dimensionados  para  a  acção  de  acidente 
correspondente ao choque. 
 

 
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%
A Construção 
 
No decorrer da execução da obra, o projectista da solução variante, em visita de rotina, detectou 
diferenças entre o que estava a ser executado e o projecto, a saber: 
 
Nos Encontros 
 
- As carlingas tinham sido betonadas contra as  pré – lajes do muro de testa, tendo sido eliminada a 
junta que estava prevista entre a carlinga e esse muro; 
 
- As carlingas foram betonadas contra a face superior da viga de encabeçamento do encontro sem 
espaço entre a face inferior da carlinga e a face superior da viga de encabeçamento do encontro; 
 
Nos Pilares 
 
-  As  carlingas  dos  apoios  intermédios  (pilares)  foram  betonadas  contra  as  respectivas  vigas  de 
encabeçamento  
 
- Existia um “painel de corticite” entre as carlingas intermédias, não tendo contudo sido possível 
confirmar se o mesmo acompanhava toda altura das carlingas; 
 
- As carlingas não passam para o exterior das longarinas, embora estas últimas apresentem furação 
para a passagem da armadura longitudinal da carlinga. 
 
Para resolução destas anomalias o projectista propunha duas soluções alternativas, a demolição 
das  carlingas  ou  o  estabelecimento  de  continuidade  do  tabuleiro  com  os  encontros  e  pilares, 
aumentando a armadura negativa sobre os apoios centrais, retirando as pré - lajes duplas previstas 
para  as  vigas  de  testa  e  execução  das  novas  vigas  de testa  afastadas  5  cm,  em  cada  um  dos 
encontros para permitir a dilatação do tabuleiro. 
 
Na sequência da adopção da segunda solução, a obra de arte foi concluída em Março de 2002, 
sem contudo terem sido executados os acessos, da responsabilidade da autarquia, pelo que a obra 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
não foi colocada em serviço. O facto de não terem sido realizados os acessos contribuiu para a 
rápida alteração e degradação dos cofres dos aterros e dos próprios taludes. 
 
As Inspecções 
 
Decorridos  cerca  de  15  meses,  em  Julho  de  2003,  numa  vistoria  de  rotina  foram  detectadas 
diversas anomalias na obra de arte, que embora sem acessos era utilizada por camiões, pelo que 
numa primeira fase foram instaladas peças pré-fabricadas de grande porte, para impedir o acesso 
de viaturas a esta estrutura. 
 
Em Novembro de 2003, foi realizada por um especialista e projectista com larga experiência (
Reis, 
Beirão, 2004)
 uma inspecção de carácter genérico e sumário, para detectar eventuais deficiências 
que  pudessem  pôr  em  causa  a  segurança  da  circulação  ferroviária,  tendo  sido  elaborado  um 
relatório preliminar, que concluiu pela existência de diversos defeitos mas, que não punham em 
causa a sua resistência e estabilidade. 
 
Tendo sido proposto a realização de inspecções mais minuciosas, estas foram levadas a efeito pelo

Eng.º Beirão Reis, tendo sido realizadas três inspecções, em Fevereiro de 2004, a segunda das 
quais  foi  efectuada  em  período  nocturno  de  interdição  de  circulação  e  corte  de  tensão,  com 
utilização de um veículo ferroviário, “dresine” com plataforma elevatória. 
 
As Deficiências de Construção 
 
Foi  adoptada  uma  classificação  que  estabelece  dois  tipos  de deficiências  de  construção 
(Reis, 
Beirão, 2004)
:  
 
Tipo  1  –  Deficiências  causadas  pelo  incumprimento  dos  pormenores  de  projecto  e  que  são 
impossíveis de reparar ou reverter.  
 
Pode  ser  possível  tomar  medidas  para  diminuir  os  seus  efeitos  negativos  ou  aplicar  soluções 
alternativas  às  previstas  no  projecto  que  foram  deficientemente  construídas,  desde  que  sejam 
compatíveis com o existente. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
Tipo 2 – Deficiências causadas por má execução dos trabalhos, as quais na generalidade podem 
ser reparadas. 
 
Deficiências Tipo 1 
 
1 - Falta das juntas de dilatação, previstas em projecto, entre o tabuleiro e as estruturas de apoio, 
ou seja entre o tabuleiro e os encontros e entre o tabuleiro e os pilares intermédios (figuras 2.68 e 
2.69). 
 
   
Figura 2.68 -  Encontro em cofre.Falta de juntas 
de dilatação 
Figura 2.69 - Encontro Perdido. Falta de juntas de dilatação 
 
Estas anomalias foram devidas à betonagem das carlingas directamente contra o coroamento das 
“vigas de encabeçamento”, encontros e pilares intermédios, sem a interposição prévia de qualquer 
material separador (corticite ou semelhante), que fizesse a protecção dos aparelhos de apoio, que 
estavam instalados sobre essas vigas de coroamento (figura 2.70). 
 
 
Figura 2.70 - Aparelho de apoio no Encontro Perdido 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
2 - Roturas das ligações dos “passeios” aos “muros de avenida” do “encontro em cofre”, devida à 
não  aplicação  das  armaduras  de  ligação  previstas  no  projecto.  Esta  anomalia  provocou  o 
abatimento, deslocação e fracturação múltipla dos passeios (figuras 2.71 e 2.72). 
 
 
 
Figura 2.71 -  Rotura das ligações do passeio 
ao muro avenida 
Figura 2.72 - Fracturação dos passeios 
 
 
Deficiências Tipo 2 
 
1 – Fractura no banzo inferior de uma “viga longarina” do tabuleiro, do lado do “encontro perdido” 
com destacamento de betão (figura 2.73); 
 
 
Figura 2.73 - Fractura no banzo inferior da "Viga longarina" 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
% $
2 – Fissuras, em diversos pontos, nas paredes do “encontro em cofre” (figuras 2.74 e 2.75) ; 
                                          
 
 
Figura  2.74  -    Fissuras  e  mau  acabamento  do  betão 
(Encontro em cofre) 
Figura 2.75 - Fissura (Encontro em cofre) 
 
 
3 – Aterros no interior do “encontro perdido”, desagregados e arrastados pelas águas pluviais, não 
dando continuidade e deixando em falso o passeio do lado nascente (figuras 2.76 e 2.77); 
        
 
 
Figura 2.76 -  Passeio em falso, por falta de aterro no 
encontro perdido 
Figura 2.77 – Falta de aterro no encontro perdido 
 
 
4 – Aterros no interior do “encontro em cofre” com assentamentos elevados, retirando apoio aos 
passeios; 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
 
Figura 2.78 – Rotação do passeio relativamente ao muro avenida 
5  –  Passeios,  (figura  2.78),  sobre  o  “encontro  em  cofre”  abatidos,  deslocados  lateralmente  e 
rodados em relação aos “muros de avenida”, com diversas fracturas em diagonal, ao longo do seu 
comprimento.  Situação  que  é  consequência  da  rotura da  ligação  aos  “muros  de  avenida”  e  de 
assentamento dos aterros que lhes poderiam ainda dar apoio; 
 
6 – Fixação do “Guarda - corpos” às vigas de bordadura, pelo lado do passeio, ao longo do muro de 
avenida, do lado poente do “encontro em cofre”, não garantindo a necessária solidez (figura 2.79); 
 
 
Figura 2.79 - Parafusos de fixação da chapa do guarda corpos em junta 
7 – Taludes nos encontros mal executados e mal regularizados, com pendentes mal definidas ou 
excessivas, com reduzida estabilidade, permitindo que detritos erodidos ou arrastados pelas águas 
pluviais atinjam a plataforma da via férrea (figura 2.80); 
 

 
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% %
 
Figura 2.80 - Erosão do talude do Encontro em cofre 
 
8 – “Caleiras de drenagem” das águas pluviais abatidas, deslocadas ou partidas, em consequência 
da deficiente execução dos aterros e da falta de fundação capaz (figuras 2.81 e 2.82); 
                                                                                                                                           
 
 
Figura 2.81 – Falta de Caleiras de drenagem          Figura 2.82 - Caleiras de drenagem deslocadas ou 
partidas 
 
9  –  “Betonilhas  esquarteladas”  de  acabamento  dos  passeios  em  mau  estado,  com  fissuras  e 
destacamentos de argamassas; 
 
10  –  “Betão  aparente”  de  muito  má  qualidade,  com  superfícies  mal  acabadas,  com  buracos  e 
arestas quebradas, nomeadamente nas “carlingas” do tabuleiro e nos “acrotérios”. Existência de 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
% &
diversas peças de betão pré-fabricadas, com irregularidades por corrigir e furações por colmatar e 
disfarçar, nomeadamente em muros e vigas de bordadura (figuras 2.83 e 2.84). 
 
 
 
Figura  2.83  -  Betão  aparente  no  encontro  com  
irregularidades 
 
      Figura 2.84 –  Betão aparente no tabuleiro com 
irregularidades 
 
                               
A Correcção das Deficiências de Construção 
 
Deficiências do tipo 1 
 
Juntas de dilatação 
-  Segundo  o  REBAP,  (artigos  31º  e  32º)  as  estruturas  de  betão  armado,  devem  ter  juntas  de 
dilatação, afastadas em planta não mais de 30 m, quando se pretende não ter em consideração, na 
análise da estabilidade dessa estrutura os efeitos conjugados das acções das “variações uniformes 
de temperatura” e da “retracção do betão” na sua conjugação mais desfavorável. 
 
A conjugação mais desfavorável destas acções ocorrerá no Inverno após a conclusão do processo 
da retracção, com um valor de ( - 15 º C) 
 
Dado que o valor da variação da temperatura é metade do valor teórico, é perfeitamente justificável 
que a distância máxima entre juntas de dilatação possa ser o dobro de 30 m, ou seja 60 m. 
 Como o comprimento total deste tabuleiro não ultrapassa os 38 m, conclui-se que não existem 
efeitos gravosos para as estruturas desta obra, decorrentes da falta de juntas de dilatação. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
% '
Nas inspecções efectuadas, ocorridas mais de dois anos após a betonagem do tabuleiro, não são 
visíveis  sinais  que  demonstrem  que  a  falta  das  juntas  de  dilatação  tenham  ocasionado  roturas, 
fragilizações ou deteriorações da obra de arte. 
 
As  ligações  das  carlingas  às  vigas  de  encabeçamento é  realizada  por  ferrolhos  em  aço.  Estes 
ferrolhos vêm previamente embebidos no betão das vigas de encabeçamento, encontram-se soltos 
no interior de tubos de diâmetro folgado, em todos os apoios, com excepção do apoio sobre o muro 
de  testa  do  encontro  perdido,  em  que  estão  envolvidos  e  fixados  pelo  betão  da  carlinga.  Há, 
portanto, aderência, sem continuidade estrutural, entre o betão das carlingas e o betão das vigas de 
encabeçamento. 
 
As ligações das vigas de encabeçamento aos apoios é também materializada por ferrolhos em aço, 
que  vindos  previamente  embebidos  no  betão  dos  apoios,  encontram-se  fixados  em  furações 
tubulares, previamente deixadas nas vigas de encabeçamento, posteriormente preenchidas, após a 
colocação destas, com argamassa de alta resistência. 
 
Dado que os apoios do tabuleiro, tanto nos muros como nos pilares estão dotados de armaduras 
longitudinais  bastante  superiores  aos  referidos  ferrolhos,  é  razoável  admitir  que  os  esforços 
horizontais  que  possam  surgir  nos  extremos  superiores dos  apoios  devido  às  variações  de 
comprimento em consequência das acções das “variações uniformes de temperatura” e “retracção 
do betão”, se diluam pela ligeira rotação, das vigas de encabeçamento, permitida pelos ferrolhos. 
 
Este fenómeno designado por “efeito pendular nas ligações do tabuleiro aos apoios” tem um efeito 
dissipador nos esforços, sendo benéfico para os apoios do tabuleiro.  
 
Foi deste modo concluído que a inexistência de juntas de dilatação entre o tabuleiro e as estruturas 
de apoio, que estavam previstas em projecto não tem consequências que possam pôr em risco a 
estabilidade da obra de arte, pelo que não foram adoptadas medidas específicas. 
 
Rotura das ligações dos passeios aos muros de avenida 
Os  passeios  devem  ser  integralmente  demolidos,  reconstruídos  em  betão  armado  e  dotados  de 
maciços de fundação nos extremos adjacentes às abas dos muros de avenida. Os passeios devem 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
% (
ser ligados aos muros de avenida através da inclusão de armaduras de ligação que vão rodear os 
varões  das  armaduras  destes  muros,  que  devem  ser  colocadas  a  descoberto,  por  picagem  do 
betão. 
 
Deficiências do tipo 2 
 
Fractura numa viga longarina e fissuras em paredes 
Quer a fractura existente na banzo inferior de uma viga longarina do tabuleiro, quer as diversas 
fissuras existentes nas paredes do encontro em cofre devem ser tratadas e colmatadas por meio de 
injecções de “resina epoxy”. 
 
Aterros no Encontro Perdido e no Encontro em Cofre 
Os  aterros  no  interior  dos  dois  encontros  deverão  ser  convenientemente  refeitos.  No  caso  do 
encontro  perdido,  deve  ser  dada  a  necessária  continuidade  ao  passeio  do  lado  nascente, 
preenchendo-se o espaço em falso sob este com betão. 
 
Passeios no Encontro em Cofre 
Devem ser demolidos e reconstruídos de acordo com o ponto “Rotura das ligações dos passeios aos 
muros de avenida”. 
 
Fixação do Guarda – Corpos  
As  fixações  do  “guarda  –  corpos”  às  vigas  de  bordadura  na  zona  do  muro  de  avenida  do  lado 
poente  do  encontro  em  cofre,  devem  ser  substituídas  por  novas  fixações  adequadamente 
posicionadas  e  executadas.  Os  vazios  das  fixações  abandonadas  devem  ser  preenchidos  com 
material de soldadura e pintura. 
 
Taludes nos Encontros 
Os taludes devem ser convenientemente arranjados, com acerto das pendentes para valores que 
garantam a sua estabilidade, regularizando-se as superfícies de modo a torná-las o mais possível 
planas. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
&
Como  medida  de  melhoria,  quer  da  estabilidade  global,  quer  da  resistência  à  erosão,  quer  do 
próprio aspecto visual, foi sugerido o revestimento dos taludes com pendente mais acentuada ou 
com maior proximidade à via férrea com “grelhas de enrelvamento”. 
 
Caleiras de Drenagem de Águas Pluviais 
Estas caleiras devem ser reconstruídas na íntegra, mas em betão ligeiramente armado, com caixas 
nas mudanças de direcção. 
 
Betonilhas Esquarteladas em Passeios 
As  betonilhas  esquarteladas  de  acabamento  dos  passeios  deverão  ser  integralmente  refeitas, 
devendo ser utilizado para o efeito argamassas de qualidade. 
 
Betão Aparente 
Todas as superfícies visíveis do betão da obra, devem ser convenientemente tratadas e reparadas 
de modo a ficarem com aspecto aceitável, com base no seguinte esquema: 
- rebarbar excrescências e escorrências 
- preencher cavidades com “argamassas de reparação” não retráctil á base de resinas epoxídicas. 
 
Como medida de melhoria da durabilidade e do aspecto visual, foi proposto a pintura do betão 
aparente com tinta à base de resinas acrílicas ou epoxídicas. 
 
Drenagem Complementar 
 
Tendo por base o diagnóstico formulado com base nas inspecções à obra de arte e zona envolvente, 
o  dono  de  obra  contratou  um  projecto  de  drenagem  complementar, 
(Baptista,  2004)  e  em 
consequência a realização desses trabalhos. 
 
Face ao cenário de existência de erosão hídrica acelerada e prematura dos taludes de escavação 
junto a esta obra de arte, causada por caudais de ponta de elevada velocidade média, de regime 
torrencial, provocados pela alteração da morfologia a montante da área em questão, foi beneficiado 
o sistema de drenagem (figuras 2.85 e 2.86), e de estabilização de taludes, tendo sido criadas 

 
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&
condições  de  franca  captação,  encaminhamento  e  evacuação  desses  caudais  para  a  boca  de 
entrada de uma passagem hidráulica existente.
Em termos gerais foi executado um canal na crista do talude, do lado Encontro Norte, de captação e 
condução das águas pluviais para a passagem hidráulica existente, tendo sido reconstruída a valeta 
em  meia  cana  (figura  2.86),  existente  sensivelmente  a  meia  altura  do  talude,  que  foi  também 
estabilizado.  
 
Essa estabilização foi conseguida através da “criação de uma caixa”, por escavação manual, tendo 
sido  estendida  uma  manta  de  geotêxtil  de  características  essencialmente  hidráulicas  com  forte 
permeabilidade segundo a vertical ao plano do geotêxtil, sobre o qual foi espalhada uma camada de 
pedra com espessura média de 0,40m, arrumada à mão e assente com argamassa de cimento e 
areia.  
 
De modo a que este revestimento não se tornasse impermeável, foram deixados vazios da ordem de 
5 a 10%, relativamente à superfície de talude intervencionada.    
   
 
 
Figura  2.85  -  Reposição  da  ligação  do  passeio  ao  muro 
avenida.  Caleira  de  drenagem 
complementar 
Figura 2.86 – Caleira da drenagem complementar 
 
 
Muros de Contenção de Taludes do Encontro Sul (Encontro Perdido) 
 
Para  estabilizar  o  talude  do  encontro  Sul,  foi  construído  um  muro  em  gabiões,  que  teve  em 
consideração a existência já de um muro de pé de talude em betão armado e a necessidade de 

 
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&
fazer  desaparecer  um  caminho  de  acesso  à  passagem  de  nível  existente  no  local  antes  da 
construção da passagem superior. 
 
Este muro de gabiões foi construído quer do lado norte, quer do lado nascente, neste caso contendo 
no seu interior esse muro de pé de talude em betão armado já existente (figuras 2.85 e 2.86). 
 
   
Figura 2.87 - Pormenor do muro de gabiões contendo   
o muro de betão armado 
 
Figura 2.88 - Muros de gabiões norte e nascente 
 
 
2.2.7. Construção de Passagens Superiores de Peões tipo “Ponte Catenária” 
   
Figura 2.89 -  Passagem inferior de peões ao km 30,780 da 
Linha do Douro 
 
    Figura 2.90 –  Vista inferior do tabuleiro da passagem   
inferior de peões 
 
2.2.7.1. Concepção Estrutural 
Esta passagem superior de peões (figuras 2.89 e 2.90), situada ao km 30,780 da Linha do Douro, 
junto à Estação Ferroviária de Paredes, estabelece uma nova ligação entre o Centro e o Sul da 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
&
Cidade, vencendo um desnível natural de 5,00 m existente entre os arruamentos a que dá acesso. 
Tem um desenvolvimento entre paramentos de encontros de 53 m, sendo os acessos à obra de 
arte realizados por rampas em aterro, pelo que a obra tem um desenvolvimento total de 95 m. 
 
O  tabuleiro  desta  obra  de  arte  tem  dois  tramos  de  26,5  m  cada,  apoiados  num  pilar  metálico 
intermédio e em dois encontros extremos e tem uma altura máxima de 7,50 m, em relação ao carril 
mais elevado, em consequência da altura a que se situam as instalações fixas de tracção eléctrica, 
“catenária”. 
 
A base da concepção estrutural, 
(Fonseca, 2002), é de uma banda esticada, ou seja uma estrutura 
laminar, de pequena espessura, 0,15 m, em betão armado com cabos de pré-esforço, tracionados 
entre os dois apoios. 
 A forma côncava apresentada pelo tabuleiro, resulta do equilíbrio estático das forças gravíticas e 
dos  esforços  nos  cabos,  durante  a  construção.  A  espessura  da  laje  foi  condicionada  pelo 
comportamento estrutural na direcção transversal e resulta também das características dinâmicas 
pretendidas para a passagem, isto é das cargas permanentes indispensáveis para conseguir uma 
frequência própria fundamental relativamente baixa. 
Os  encontros  são  de  betão  armado,  em  forma  de  “cofre”,  realizando  as  rampas  de  acesso, 
contendo uma “viga” horizontal superior para ancoragem dos cabos do tabuleiro e transmissão dos 
respectivos esforços às ancoragens e ao solo. 
O pilar central é metálico e constituído por um tubo vertical de 0,22 m de diâmetro que se bifurca a 
certa altura da base, em quatro ramos mais delgados, com 0,17m de diâmetro. A sela superior é 
realizada com chapas de aço, formando uma grelha de perfis compostos alinhados sob os cabos 
longitudinais. 
2.2.7.2. O Processo Construtivo 
 
Dada  as  características  geotécnicas  dos  solos,  baseadas  num  reconhecimento  geotécnico  das 
condições  locais,  que  identificava  um  estrato  de  solo  residual  granítico  e  o  afloramento  de  um 
maciço  de  rocha  granítica  em  certas  zonas,  foram  previstas  fundações  directas  no  pilar  e  nos 
encontros. No entanto estes são dotados de ancoragens ao solo, para uma carga global de cerca de 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
& $
4800 kN, do lado de Encontro E1 e de cerca de 7200 kN do lado de Encontro E2, sendo inclinadas 
relativamente á vertical de 30º no primeiro caso e de 45 º no segundo caso.  
 
 
Figura 2.91 - Execução do Encontro E1  
 
  Figura 2.92 - Aplicação de pré-esforço no Encontro E2 
Reveste particular interesse o processo de execução do tabuleiro, que compreendeu as seguintes 
fases: 
i) Pré - fabricação de pré - lajes com as dimensões de 3,3 x 1,0 m2 e espessura de 0,04 m (figura 
2.94); 
ii) Instalação  e esticamento de cabos até 750 KN cada um (figura 2.93); 
iii) Colocação das pré - lajes por suspensão aos cabos (figuras 2.95, 2.96 e 2.97); 
iv) Colocação de armaduras sobre as pré – lajes (figura 2.98); 
v) Betonagem da laje; 
vi) Selagem das juntas das pré - lajes; 
vii) Segunda fase de esticamento dos cabos e respectiva injecção. 
      
   
Figura 2.93 -   Instalação dos cabos de pré-esforço do 
tabuleiro 
Figura 2.94 – Pré - laje do tabuleiro 
 

 
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&
 
             
 
 
Figura  2.95  -    Colocação  de  pré-lajes  suspensas  dos 
cabos de pré-esforço 
Figura  2.96  –  Vão  entre  o  encontro  esquerdo  e  o  pilar 
com todas as pré-lajes já instaladas 
 
   
Figura 2.97 - Montagem de pré – lajes na zona sobre a 
plataforma  ferroviária  em  período  de 
interdição  nocturna  de  via  e  corte  de 
tensão 
 
Figura  2.98  -  Armaduras  de  aço  já  colocadas  no 
tabuleiro,  para  início  da  betonagem 
do tabuleiro, em período nocturno 
 
 
2.2.8. Ensaios de carga em pontes e viadutos 
Os ensaios de carga destinam-se a verificar a efectiva conformidade da estrutura com o previsto em 
projecto, mediante a caracterização do seu comportamento. 
 
As  provas  de  carga  clássicas,  em  geral  apenas  contemplam  a  circulação  de  um  comboio  a 
velocidade reduzida para obter as linhas de influência das grandezas interessadas. 
 
Contudo, no caso das obras de arte, o valor das cargas envolvidas nos testes não permite muitas 
vezes aferir sobre o real comportamento global da estrutura e das componentes que a integram, 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
& %
sendo muito útil a obtenção de linhas de influência experimentais, que confrontadas com as que 
são  obtidas  da  análise  numérica,  permitem  avaliar  correctamente  a  resposta  da  obra  ensaiada, 
 
(Costa et al, 2004)

 
Face  ao  atrás  referido  tornou-se  necessário  levar  a  efeito  outros  ensaios,  pelo  que  o  LABEST  - 
Laboratório de Tecnologia do Betão e do Comportamento Estrutural, da Faculdade de Engenharia 
da Universidade do Porto, nos ensaios de carga que levou a efeito, em 2003 nos viadutos e pontes 
construídos nas Linhas do Minho de Guimarães, adoptou na generalidade a seguinte metodologia : 
 
a) Sequência de posições estáticas dos veículos, por forma a obter os valores mais elevados 
das grandezas medidas; 
 
b) Circulação de um comboio de carga com velocidade reduzida, para obtenção das linhas de 
influência das grandezas interessadas; 
 
c) Frenagem dos veículos sobre o tabuleiro após aceleração até uma velocidade pré-definida. 
Este  ensaio  permite  avaliar  o  desempenho  dos  aparelhos  de  apoio  e  das  juntas  de 
dilatação, através da quantificação aproximada das forças envolvidas e da própria influência 
do conjunto carris - balastro na sua transmissão ao tabuleiro; 
 
d) Monitorização durante um período não inferior a 48 horas. Através desta monitorização é 
possível verificar o funcionamento dos elementos de ligação da super à infra-estrutura. Por 
outro  lado  através  da  medição  das  grandezas  que  caracterizam  o  comportamento  local, 
nomeadamente deformações e abertura de fendas, é possível avaliar a importância relativa 
das várias acções que actuam sobre a estrutura. 
 
 
 
 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
& &
2.2.8.1. Ensaios da Ponte de Caniços 
 
 
   
Figura 2.99 -   Ponte de Caniços ao km 35,364 da Linha 
de Guimarães 
Figura 2.100 – Vista da via férrea da Ponte de Caniços 
 
 
A Ponte de Caniços, (figuras 2.99 e 2.100) construída no âmbito da empreitada de reconversão 
para via larga do troço entre Santo Tirso e Lordelo, é constituída por um tabuleiro contínuo, em 
betão armado pré-esforçado, com um comprimento de 176 m entre eixos dos aparelhos de apoio 
nos encontros e tem 7 tramos, que entre eixos de pilares medem respectivamente 17m, 22 m, 30 
m, 38 m, 30 m, 22 m e 17 m. 
 
 
Figura 2.101 - A ponte antiga de via estreita, transformada em atravessamento pedonal e a nova Ponte de Caniços 
 
A secção transversal do tabuleiro é em viga caixão, (figura 2.101), com altura constante de 2,20 m, 
cujas almas têm uma espessura de 0,45 m sobre os apoios e de 0,30 m no vão.  
 

 
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& '
2.2.8.2. Sistema de medição instalado 
 
O  ensaio  de  carga  estático  realizou-se  durante  um  período  aproximado  de  seis  dias,  tendo  sido 
medidas cinco tipos de grandezas, conforme 
Relatório de Observação, Dezembro 2004: 
 
a) Extensão superficial do betão em dez pontos representativos de seis secções do tabuleiro; 
) *
Deslocamentos verticais a meio vão dos 7 tramos do tabuleiro;
+
*
Rotações em duas secções de extremidade de um vão;
, *
Abertura  das  juntas  de  dilatação  do  tabuleiro  nas  suas  extremidades  e  deslocamentos 
relativos entre este e o apoio do Pilar P2;
-
*
Temperatura.
 
Foi utilizado um sistema de aquisição e registo integrado, que permitia a medição automática e 
simultânea  dessas  grandezas.  Todos  os  sensores  utilizados  eram  eléctricos,  alimentados 
directamente  a  partir  do  sistema  de  aquisição,  no  caso  dos  inclinómetros,  clip-gages  e 
comparadores e com alimentação própria no caso dos LVDT’s (transdutores indutivos). 
 
A medição das extensões do betão nas superfícies inferior e superior do tabuleiro, foi obtida por 
transdutores resistivos (clip-gages) e indutivos (LVDT’s), em seis secções do tabuleiro, localizadas a 
meio vão dos tramos 2, 3, 4 e 5, (nos tramos 3 e 5 centradas nos vãos de 24 m) e sobre os dois 
nós  de  apoio  do  pilar  P3,  em  dez  pontos  distintos.  Deste  modo  foram  obtidas  distribuições 
transversais dos esforços no intradorso e extradorso e nas secções mais solicitadas a meio vão e 
apoios. 
 
Para medir os deslocamentos verticais foram utilizados transdutores indutivos em tensão (LVDT’s), 
semelhantes aos empregues nas medições das deformações no tabuleiro, bem como comparadores 
eléctricos e sensores de pressão (figuras 2.102 e 2.103). 
Figura 2.102  -  Sensor de deslocamento, LVDT (Costa et 
al, 2004
)
Figura 2.103 - Comparador eléctrico (
Costa et al, 2004) 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
& (
Baseado no sistema de nivelamento hidrostático, foi instalado um circuito hidráulico constituído por 
um reservatório, fixo ao guarda-balastro de intradorso na zona de apoio do tramo 4 do tabuleiro no 
pilar P3 (foi desprezado inicialmente o deslocamento vertical) e um conjunto de condutores e outros 
acessórios que conduziam o fluído entre o reservatório e os pontos onde se pretendia medir os 
deslocamentos verticais. 
 
Foram  também  medidas  as  rotações  das  secções  de  apoio  do  tramo  3,  com  utilização  de 
inclinómetros  eléctricos.  Os  inclinómetros  foram  instalados  na  face  exterior  da  alma  do  caixão, 
apoiados em cantoneiras de aço (figura 2.104). 
 
                           
Figura  2.104    -  Instalação  de  inclinómetro. (Costa et al, 
2004
 )                                                    
Figura  2.105  -  LVDT  instalado  no  Encontro  E1,  para 
medir  a  abertura  da  junta  de 
dilatação(
Costa et al, 2004) 
A  abertura  das  juntas  de  dilatação  foi  medida  com  recurso  a  dois  transdutores  indutivos  de 
deslocamento (LVDT’s), (figura 2.105), com instalação de um em cada encontro. 
 
2.2.8.3. Condução do Ensaio de carga 
 
Na  realização  do  ensaio  de  carga  foi  utilizada  uma locomotiva,  (figuras  2.106  e  2.107),  que  é 
normalmente  utilizada  pelo  sub-empreiteiro  de  via  para  rebocar  os  vagões  balastreiros,  que 
transportam os inertes (balastro) que serve de apoio à via férrea. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
   
Figura  2.106  -  Laboratório  móvel  de  estruturas  sob o  
terceiro  tramo,  durante  a  realização  do 
ensaio. (
Costa et al, 2004) 
Figura 2.107 -  Locomotiva utilizada no ensaio.(
Costa et 
al, 2004
 ) 
           
Foram consideradas nove casos de carga, (figura 2.108), escolhidos por induzirem os valores mais 
elevados das grandezas a medir mas secções instrumentadas, a que correspondiam igual número 
de posições do veículo imobilizado sobre o tabuleiro.  
 
 
Figura 2.108 - Posicionamento do veículo na Posição 1, durante o ensaio. ( Costa et al, 2004 ) 
 
 
Além do ensaio de carga estático, fez-se circular a locomotiva a velocidade baixa, para obter as 
linhas de influência das várias grandezas medidas associadas a este sistema de cargas. Procedeu--
se  também  à  frenagem  da  locomotiva  sobre  o  tabuleiro  após  aceleração  até  uma  velocidade 
estabelecida previamente. 
 
2.2.8.4. Resultados e Conclusões 
 
O  registo  das  medições  quando  a  estrutura  estava  descarregada  (situação  de  vazio)  permitiu 
observar  o  efeito  da  variação  da  temperatura  sobre  a  estrutura  e  sobre o  próprio  sistema  de 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
medição  e  detectar  eventuais  deformações  residuais  devidas  a  comportamento  não  elástico  da 
ponte. 
 
Face às medições apresentadas, nos vários transdutores instalados e durante o ensaio de carga 
estático, reconhece-se o efeito que a temperatura tem no comportamento da estrutura embora não 
se manifeste de uma forma preponderante.  
 
Verifica-se que o efeito provocado pelas acções ambientais nas juntas de dilatação e aparelhos de 
apoio é bastante superior ao registado para os carregamentos estáticos mais desfavoráveis. Há uma 
boa  concordância  entre  a  ocorrência  dos  valores  extremos  de  temperatura  e  os  deslocamentos 
máximos, que devido à inércia térmica da ponte são desfasados no tempo. 
 
Apesar  da  simetria  do  sistema  de  cargas,  da  geometria  da  estrutura  e  condições  de  apoio 
relativamente  aos  deslocamentos  horizontais,  o  comportamento  diferenciado  das  juntas  pode 
indiciar uma deficiência nas juntas de dilatação ou respectivos aparelhos de apoio. 
 
O ensaio de carga gerou esforços máximos no tabuleiro ligeiramente superiores aos obtidos a partir 
de um modelo numérico, com elementos finitos de casca, para a combinação quase permanente da 
sobrecarga  regulamentar  e  que  corresponde  a  cerca  de  50  %  do  esforço  máximo  no  vão  para 
combinações raras da referida sobrecarga regulamentar. 
 
Da comparação dos resultados das medições efectuadas  na  obra  com  os  valores  das  flechas  e 
rotações  obtidos  com  recurso  ao  modelo  de  cálculo  simplificado,  constata-se  que  a  estrutura 
construída apresenta ligeiramente mais rigidez e integridade global do que a fornecida pelo modelo 
de cálculo, dado que os valores são em geral semelhantes.  
 
As  deformações  medidas  nas  fibras  inferiores  do  tabuleiro  a  meio-vão  dos  dois  tramos 
instrumentados  também  apresentam  valores  iguais  ou  inferiores  aos  calculados,  pelo  que  não 
induziram, em princípio, fendilhação nas secções mais esforçadas do tabuleiro. 
 
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Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
 
2.2.8.5. Ensaio de Vibração Ambiental 
Além  dos  ensaios  atrás  referidos,  o  Laboratório  de  Vibrações  e  Monitorização  de  Estruturas, 
também da FEUP, efectuou um ensaio de vibração ambiental, com o objectivo de determinar de 
forma experimental os parâmetros mais representativos do comportamento dinâmico da Ponte. 
 
Foram determinadas as frequências naturais e modos de vibração, através da medição da resposta 
dinâmica da estrutura à acção do vento.  
 
Segundo o 
Relatório do Ensaio de Vibração Ambiental da Ponte de Caniços, Dezembro de 2004 , 
foram  considerados  27  pontos  de  medida  sobre  o  tabuleiro,  tendo-se  recorrido  a  quatro 
sismógrafos, munidos de acelerómetros triaxiais do tipo “force-balance” e conversores analógico-
digitais de 18 bit. 
Em cada “set up”, um dos sismógrafos foi posicionado de forma fixa sobre o ponto 8, como sensor 
de referência, enquanto os outros três funcionaram como sensores móveis, sendo sucessivamente 
colocados ao longo dos restantes 26 pontos de medida.  
 
A aquisição de dados foi efectuada com uma frequência de amostragem de 100 Hz e por períodos 
suficientemente  prolongados,  por  forma  a  obter  estimativas  espectrais  com  resolução  em 
frequência adequada, face à gama de frequências de maior interesse. 
 
Para  analisar  o  grau  de  correlação  verificado  entre  os  parâmetros  modais,  identificados 
experimentalmente, e os calculados numericamente, foi utilizado o modelo numérico atrás referido 
desenvolvido pelo LABEST, para realizar uma análise modal de modo a extrair frequências naturais 
e modos de vibração. 
 
 
 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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Tabela 2.1 – Comparação entre frequências naturais calculadas e frequências identificadas nos ensaios 
 
Frequência Calculada (Hz) Frequência Identificada (Hz) Tipo de Modo 
6.55  7.1  1º vertical 
7.77  8.57  2º vertical 
8.25  9.45  3º vertical 
1.63  2.34  1º transversal 
1.93  2.59  2º transversal 
2.98  3.78  3º transversal 
 
Conforme  demonstra  a  tabela  2.1,  verifica-se  que  as  frequências  medidas  são  ligeiramente 
superiores  às  obtidas  numericamente,  havendo  contudo uma  evolução  coerente  entre  valores 
identificados e calculados. 
 
Apesar  das  diferenças  ao  nível  de  frequências  naturais,  regista-se  no  referido  relatório,  uma 
excelente correspondência entre configurações modais identificadas e calculadas, principalmente as 
que estão relacionadas com os modos de flexão vertical do tabuleiro. 
 
2.2.9. – A fiscalização das obras de arte 
A  maioria  destas  obras  de  arte  foram  construídas  integradas  em  grandes  empreitadas,  de 
renovação de troços de linha de caminho de Ferro, cuja fiscalização foi assegurada na sequência de 
concurso púbico, por empresas especializadas em fiscalização de grandes empreitadas públicas. 
 
As equipas de fiscalização, dimensionadas pelo dono de obra, REFER, de acordo com a dimensão 
da  obra,  suas  especialidades  e  duração,  eram  constituídas  por  elementos  com  habilitações  e 
experiência, exigida em caderno de encargos, em fiscalização de obras semelhantes. 
 
No que se relaciona com as obras de arte, podemos referir que a sua fiscalização era assegurada 
para além do chefe de equipa, engenheiro – chefe da fiscalização, (engenheiro civil com pelo menos 
10  anos  de  experiência  profissional),  pelo  chefe  da construção  civil,  (engenheiro  civil,  com  pelo 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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menos cinco anos de experiência), por fiscais de construção civil, técnicos com formação média em 
construção civil e com experiência de pelo menos dez anos. 
 
Esta fiscalização era ainda enquadrada pelo chefe de controlo de custos (engenheiro civil) e por 
orçamentistas, pelo chefe de planeamento, (engenheiro civil), com especialização e experiência na 
área do planeamento, pelo chefe de controle de qualidade (engenheiro civil, com especialização e 
experiência na área da qualidade), que assegurava o cumprimento dos vários procedimentos de 
qualidade, nomeadamente a realização dos ensaios previstos contratualmente. Fazia parte ainda 
desta  equipa  um  coordenador  de  segurança  e  saúde  no trabalho,  (engenheiro  civil,  com 
especialização e experiência na área da segurança no trabalho), auxiliado por técnicos de segurança 
no trabalho. 
 
Estas equipas, que no início da década de 1990, com algumas excepções, caso nomeadamente de 
pessoas  que  trabalharam  na  fiscalização  da  Ponte  Ferroviária  de  S.  João,  tinham  apenas  a 
experiência  de  construção  de  obras  rodoviárias,  dada  a  pouca  tradição  até  essa  altura  na 
construção de obras ferroviárias, foram adquirindo experiência na área específica das obras de arte 
ferroviárias, à medida que se iam desenvolvendo os trabalhos das várias empreitadas.  
 
Pode-se deste modo dizer que a eficiência da fiscalização foi melhorando, à medida que as obras 
iam avançando no tempo, devido não só à maior experiência ferroviária das equipas mas, também 
com  a  importância  que  a  qualidade  e  a  segurança  da obra  iam  adquirindo,  na  sequência  da 
implementação de legislação na área da segurança e da qualidade, que ia sendo reflectida nas 
exigências dos cadernos de encargos das obras. As próprias empresas de fiscalização foram sendo 
objecto de certificação de qualidade. 
 
 Os procedimentos da fiscalização com o preenchimento de registos normalizados, que foram sendo 
introduzidos,  permitem  um  mais  eficaz  controlo  de  qualidade,  sendo  a  “qualidade”  interpretada 
num sentido global de toda a obra, contemplando nomeadamente o próprio planeamento e controlo 
de custos.  
 
A  qualidade  não  se  mede  só  pela  realização  de  uma  obra,  no  cumprimento  do  projecto,  das 
especificações técnicas do caderno de encargos e das normas de construção, mas também pelo 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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cumprimento dos prazos constantes do planeamento geral da obra e dos custos previstos no mapa 
de trabalhos e quantidades. 
 
No  sentido  da  melhoria  da  qualidade  de  execução  das obras,  há  hoje  uma  maior  exigência  na 
escolha  das  empresas  de  fiscalização,  procurando  admitir  equipas  com  pessoas  experientes  na 
execução  de  obras  de  natureza  semelhante,  nas  várias  especialidades  presentes  na  construção 
deste tipo de obras. 
 
É hoje, atribuída maior relevância à coordenação de segurança e saúde, quer na fase de projecto 
com  o  estudo  das  soluções  de  menores  riscos,  quer  ao  nível  da  fiscalização  da  obra,  com  a 
contratação  de  um  coordenador  de  segurança  e  saúde e  de  um  técnico  de  segurança,  para 
acompanhamento permanente da execução dos trabalhos, no sentido do cumprimento do plano de 
segurança e saúde aprovado pelo dono de obra.  
 
Deste  modo,  minimizam-se  os  riscos  não  só  para  os  trabalhadores,  como  para  a  própria  infra-
estrutura ferroviária e para os próprios utentes do caminho de ferro, com a execução de obras em 
coexistência com a circulação dos comboios. 
  
Os registos tomados pela Fiscalização são muito importantes para a chamada compilação técnica 
da obra, devendo ser consultados sempre que necessário durante a vida da obra de arte, pelos 
inspectores das obras e pelos responsáveis pela sua manutenção e conservação. 
 
2.2.10. Telas Finais e a Compilação Técnica 
As telas finais devem retratar com fidelidade a obra que foi executada, pelo que são considerados 
elementos fundamentais na caracterização da infra-estrutura. 
 
Na REFER, há uma Norma que define procedimentos que devem ser considerados relativamente à 
recepção e distribuição de telas finais. 
 
A responsabilidade pela elaboração das telas finais é do empreiteiro, que deve entregá-las ao órgão 
adjudicante no prazo estabelecido no caderno de Encargos. Actualmente as telas finais devem ser 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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entregues no final da obra, sendo condição necessária para a realização da respectiva recepção 
provisória. 
 
O Órgão da REFER responsável pela obra, deve fazer a sua verificação. No caso da existência de 
fiscalização  externa  a  verificação  das  telas  finais  é  feita  por  essa  entidade,  sendo  no  entanto  a 
validação das mesmas efectuada pelo referido órgão da REFER. 
 
O órgão técnico da engenharia da empresa, da especialidade respectiva, analisa a coerência das 
telas finais, aprovando-as para divulgação. Este órgão envia as telas finais para o órgão de cadastro 
e arquivo técnico para arquivo e divulgação. No caso das obras de arte é enviado pelo órgão de 
cadastro um exemplar em suporte digital ao órgão responsável pela respectiva conservação. 
 
A chamada “Compilação Técnica” tem início já na fase de projecto. É uma peça do projecto, que 
será  completada  no  final  da  obra,  onde  é  feita  a  identificação  do  empreendimento,  dos 
intervenientes  e  onde  é  dada  uma  caracterização  descritiva  das  obras  do  projecto,  incluindo  os 
respectivos materiais e produtos que vão ser aplicados.  
 
Faz  ainda  parte  da  compilação  técnica  a  “Informação  técnica”  a  disponibilizar,  onde  é  feita 
referência  às  fichas  técnicas  dos  materiais  e  equipamentos  instalados  na  obra,  que  devem  ser 
anexados  à  Compilação  Técnica  pelo  Coordenador  de  Segurança  e  Saúde  da  Obra,  como  por 
exemplo a ficha técnica do aço utilizado na armadura, a ficha técnica dos betões aplicados em obra 
ou a ficha técnica dos aparelhos de apoio aplicados em obra. 
Consta também da Compilação Técnica a “Análise de riscos para a fase de exploração”, matriz de 
avaliação  onde  se  discriminam  as  operações  de  manutenção  e  conservação,  os  materiais  e 
equipamentos a utilizar, caracterizando-se os respectivos riscos e técnicas de prevenção. 
 
Por  último,  importa  referir  que  o  Coordenador  de  Segurança  e  Saúde  da  Obra  deve  juntar  um 
exemplar completo das Telas Finais à Compilação.  
 
Actualmente está a funcionar o “Sistema de Gestão Integrada de Documentação Técnica”, com 
utilização  do  software  do  SAP-DMS,  na  rede  Intranet da  empresa,  que  permite  fazer  o 
acompanhamento “on line”, desde a criação das peças do projecto, até à validação das telas Finais, 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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e  à  introdução  da  compilação  técnica,  encontrando-se  a  qualquer  momento  acessíveis  aos 
interessados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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3. A INSPECÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS 
3.1. Antecedentes históricos 
Em 1918, a Associação Americana de Engenharia Ferroviária, publicou um artigo editorial, “Estudo 
de colapsos de estruturas de betão” com o sub-título “ A compilação dos colapsos de estruturas de 
betão e o que deve ser feito no futuro”. Este estudo cobriu um período de 25 anos e concluiu com a 
seguinte mensagem, 
(Feld and Carper, 1997), que se traduz do seguinte modo:  
 
“  Uma  coisa  se  pode  concluir  a  partir  do  conhecimento  destes  colapsos,  é  que  toda  a  boa 
construção em betão deve ser sujeita a uma inspecção rígida. Deve-se insistir em que o Inspector 
obrigue o empreiteiro a cumprir as especificações até ao mínimo detalhe. Ele deverá certificar-se 
que  os  materiais  utilizados  são  adequados,  correctamente  misturados  e  colocados,  que  as 
cofragens são suficientemente resistentes e que não são retiradas antes do betão estar endurecido. 
Acredita-se que só através deste tipo de inspecção é possível prevenir o colapso das estruturas de 
betão”. 
 
É claro, que não se tratava ainda de realizar inspecções durante a vida da estrutura mas, face aos 
inúmeros  colapsos  já  ocorridos,  já  tinha  sido  interiorizada  a  necessidade  de  realizar  inspecções 
rigorosas durante a sua construção para evitar o colapso das estruturas de betão durante a sua vida 
útil. 
 
Após a Segunda Guerra Mundial o Estado do Texas, nos Estados Unidos da América, levou a efeito 
um extenso programa de construção de novas estradas, pelo que durante quase duas décadas a 
maior  parte  dos  departamentos  que  geriam  as  infra-estruturas  rodoviárias  reduziram  os  seus 
esforços quer na inspecção das pontes quer na própria manutenção preventiva. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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Figura  3.1- Silver Bridge, Point Pleasant, West Virginia, 1967 
Em 1967, ocorreu o colapso súbito da “Silver Bridge”, ponte suspensa, com cerca de 40 anos, 
sobre  o  rio  Ohio  em  Point  Pleasant,  West  Virgínia,  no qual  perderam  a  vida  46  pessoas.  Em 
consequência  deste  acidente,  em  1968  uma  lei  federal,  deu  início  a  um  programa  nacional  de 
inspecção  de  pontes,  que  reconhecia  a  necessidade  de  serem  realizadas  inspecções  periódicas 
consistentes.  Em  1971  são  publicadas  as  primeiras  normas  nacionais  de  inspecção  de  pontes. 
(NBIS – National Bridge Inspection Standard). 
 
Mais  tarde,  em  1983,  o  colapso  da  “Mianus  River  Bridge”  in  Connecticut,  levantou  maiores 
preocupações  no  que  se  refere  à  existência  de  fadiga  e  fracturas  criticas  para  as  pontes.  Na 
sequência  deste  colapso  foi  desenvolvida  investigação  e  estabelecida  a  obrigatoriedade  de 
realização de inspecções tendo em vista detectar  fracturas criticas.  
 
Em Abril de 1987, a “Schoharie Creek Bridge”, em Nova York colapsou em consequência da erosão 
dos solos sob a base das fundações dos pilares. A partir dessa altura foram lançados programas de 
inspecções sub-aquáticas. 
 
As normas NBIS, atrás referidas estabeleciam a obrigatoriedade de serem efectuadas inspecções 
com intervalos de dois anos. No entanto, a autoridade responsável pelas obras de arte do Estado de 
Nova  York,  seguia  um  programa  mais  rigoroso,  com  inspecções  anuais  de  todas  as  pontes  e 
inspecções sub-aquáticas, de cinco em cinco anos.  
 
Contudo a “Schoharie Creek Bridge”, ainda não tinha sido objecto de qualquer inspecção sub -
aquática, embora estivesse agendada a primeira para o ano em que ocorreu o colapso.  
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
Em Abril de 1985, a inspecção então realizada tinha concluído que a mesma se encontrava em 
“boas  condições”.  As  fundações  não  foram  nessa  altura  inspeccionados  porque  os  inspectores 
consideraram  que  o  nível  da  água  estava  bastante  elevado  para  realizar  uma  inspecção  sub  -
aquática. 
 
As pontes são vulneráveis a vários riscos, contudo a erosão tem sido responsável por maior número 
de  colapsos  do  que  todos  os  outros  riscos  naturais.  Só  na  Primavera  de  1987,  17  pontes 
colapsaram devido a fenómenos de erosão, nos estados americanos do nordeste, quantificando-se 
em 500 o número de colapsos, desde 1950, nos Estados Unidos. 
 
 
Em  Portugal,  em  Março  de  2001,  o  trágico  acidente  da  Ponte  Hintze  Ribeiro,  em  Entre–Rios, 
também em consequência da erosão da fundação de um dos pilares, lançou na altura o debate no 
sentido de definir novas estratégias no domínio da investigação, do projecto e da execução, a fim de 
serem evitadas no futuro estas infelizes ocorrências. 
 
3.2. A Inspecção de obras de arte pela REFER 
 
As  inspecções  nas  pontes  ferroviárias,  levadas  a  efeito  pela  entidade  gestora  da  infra-estrutura 
ferroviária, destinam-se a conhecer o estado real das obras, através da detecção das anomalias 
manifestadas e identificando as causas dessas anomalias. O estado real da obra é comparado com 
o estado de referência. 
 
Actualmente, segundo
 (Clemente, 2001), são realizados os seguintes tipos de inspecções: 
 
xInspecção  de  rotina  –  Inspecção  anual  a  toda  a  estrutura  para  detecção  de  anomalias 
evidentes.  Esta  inspecção  é  realizada  conjuntamente  com  as  acções  de  manutenção 
preventiva corrente; 
 
xInspecções  Principais  –  Inspecção  realizada  de  cinco  em  cinco  anos  que  inclui 
reconhecimento detalhado de toda a estrutura, nivelamento topográfico se a dimensão e o 
tipo  de  estrutura  o  justificar,  nivelamento  batimétrico  no  caso  de  rios  caudalosos, 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
mapeamento e medição de fendas. É elaborado um relatório final com classificação em 
índice de estado por componente e global da estrutura; 
 
xInspecções  Especiais  –  Inspecções  realizadas  com  periodicidade  curta  (3  meses,  seis 
meses,  um  ano)  ou  de  carácter  ocasional,  em  pontes  com  avarias,  comportamentos 
anómalos ou após condições climatéricas adversas, sendo envolvidos meios de observação 
complementares,  residentes  ou  pontuais.  É  também  elaborado um  relatório  final  e  feita 
uma classificação em índice de estado por componente e global da estrutura. 
 
Toda a informação produzida nas inspecções alimenta o módulo de inspecção do sistema de gestão 
de obras de arte da REFER, ficando ligado aos módulos técnico e administrativo, que constituem a 
base de dados cadastral de todas as pontes da rede ferroviária. 
 
O índice de classificação de avarias em pontes que está em vigor na REFER, foi estabelecido com 
base nos trabalhos desenvolvidos pela UIC, conforme consta da sua publicação, 
Défauts des ponts 
ferroviaires et mesures à prendre em vue de l`entretien et du renforcement de ces ouvrages, 1989 

tendo sido segundo
 Clemente, 2001 , adoptada a seguinte tabela: 
 
Tabela 3.1 – Índice de classificação de avarias em pontes, utilizado pela REFER 
 
ÍNDICE  DEFINIÇÃO  ACÇÕES DE SEGUIMENTO 
0  Estado Normal   
1  Existência  de  avarias  sem  importância  cujo 
tratamento  pode  ser  feito  mais  tarde,  sem 
inconveniente 
Registo  para  comparação  com 
futuras  informações  da  mesma 
obra. 
2  Avarias  sem  repercussão  a  curto  prazo  na 
estabilidade da estrutura, mas implicando a médio 
prazo  custos  de  manutenção  cada  vez  mais 
elevados,  carecendo  de  intervenção  quando 
possível. 
Realização  de  inspecções  de 
acompanhamento  frequentes, 
podendo  incluir  a  colocação  de 
meios permanentes de medição 
3  Avarias  importantes,  susceptíveis  de  provocar,  a 
curto  prazo,  restrições  às  circulações,  carecendo 
de intervenção, logo que possível. 
Inspecção  detalhada  imediata, 
seguida  de  vigilância  permanente 
e de trabalhos de reparação 
4  Avarias que impõem actuação imediata.  Trabalhos  de  repar ação 
imediatos. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
3.2.1. Inspecção das obras de arte no troço Valongo/Cete da Linha do Douro 
 
Analisou-se  os  resultados  das  inspecções  anuais  realizadas  em  2006,  com  enfoque  no  troço 
Valongo – Cete da Linha do Douro, mas abrangendo também uma obra localizada a montante deste 
troço na própria Estação de Valongo, e sete obras já no troço entre Cete e Penafiel, num total de 
15,858 km de via dupla e 50 obras de arte. 
 
Foram as seguintes as anomalias encontradas por tipo de obras: 
 
Passagens Inferiores Rodoviárias 
 
xDescasque de betão na zona inferior do tabuleiro, devido à passagem de cargas elevadas; 
xFissuras na zona inferior do tabuleiro, com abertura máxima de 2 mm; 
     
   
Figura 3.2 – Passagem Inferior Rodoviária ao km 31,786 da 
Linha do Douro 
Figura 3.3 – Fissuras na face inferior com abertura 
máxima de 2 mm. Extensão total das fissuras 15 m. 
 
Passagens Inferiores Agrícolas 
 
xTampas de caleira de telecomunicações e sinalização partidas ; 
xFalta de tampas de caleira de telecomunicações e sinalização ; 
 
Pontes 
xFalta de tampas de caleira de telecomunicações e sinalização (figura 3.4); 
xTampas de caleira de telecomunicações e sinalização partidas (figura 3.5); 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
xJuntas entre pedras de alvenaria aparelhada abertas no sentido vertical (figura 3.8); 
xFissuras em pedras de alvenaria aparelhada, com a largura de 3 mm de espessura (figura 
3.9); 
xEscada de acesso a passeio de visita de tabuleiro metálico, solta; 
xRebites de fixação, de corrimão a prumos do guarda – corpos, ocos; 
xFalta de cabeça de rebite de ligação de prumos a guarda – corpos. 
 
   
Figura 3.4 –  Tampa de caleira técnica partida na Ponte 
em betão armado pré - esforçado sobre o 
Rio Ferreira (via ascendente)  
Figura  3.5  –  Falta  de  tampas  na  caleira  técnica  no 
passeio  do  tabuleiro  metálico  da  ponte 
antiga  sobre  o  Rio  Ferreira  (via 
descendente)  
                                                                           
      
   
Figura 3.6 –   Após a inspecção, instalação de cantoneira, 
na  zona  em  alvenaria  e  betão,  da  ponte 
antiga, para evitar o roubo das tampas
Figura 3.7–   Após a inspecção, instalação de chapa de 
aço sobre a zona de passeio e da caleira , 
na zona do tabuleiro metálico, para evitar 
o roubo de tampas. 
      

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
( $
 
 
Figura 3.8  –     Juntas entre pedras da alvenaria, abertas 
no sentido vertical 
 
Figura  3.9  –  Juntas  abertas  e  fissuras  com  3  mm  de 
abertura.  Escorrências  da  drenagem,  por 
inexistência de tubos de queda 
 
Pontões 
 
xEflorescências nas alvenarias; 
xQuebra – águas partido. 
 
Passagens Hidráulicas 
 
xManilha fissurada; 
xDensa vegetação sobre o parapeito 
 
Na figura 3.10, apresenta-se a distribuição em termos de índice de gravidade por tipo de obra. 
 
B C D
E F F
B B
G
G
G
G G
C
G
H
E
D
B C
B G
I J K L M N
B
I J K L M N
C
Figura 3.10 – Classificação em termos de índice de gravidade por tipo de obra 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
No caso das inspecções atrás referidas, o inspector no final de cada vistoria atribuiu um índice de 
gravidade de anomalias para a globalidade da estrutura.  
 
Desde o segundo semestre de 2006, está em vigor um novo sistema em que o inspector atribui 
uma classificação também entre 0 e 4 a cada um dos quinze ou dezasseis componentes da obra de 
arte, consoante seja uma obra de alvenaria ou uma obra metálica ou de betão estrutural. 
 
No caso de obras de alvenaria, temos os seguintes componentes de obra: 
 
x01 – Obra de arte; 
x02 – Muros; 
x03 – Taludes; 
x04 - Hasteais; 
x05 – Tímpanos; 
x06 – Pilares; 
x07 – Abóbada; 
x08 – Moldura; 
x09 – Via; 
x10 – Murete guarda – balastro 
x11 – Passeios; 
x12 – Guarda Corpos; 
x13 – Drenagem; 
x14 – Juntas de dilatação; 
x15 – Outro componente. 
 
Em obras metálicas e de betão estrutural, são os seguintes os componentes de obra: 
 
x01 – Obra de arte; 
x02 – Muros; 
x03 – Taludes; 
x04 – Encontros; 
x05 – Aparelhos de apoio; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
( %
x06 – Pilares; 
x07 – Tabuleiro; 
x08 – Estrutura de suporte do tabuleiro; 
x09 – Via; 
x10 – Muro Guarda – balastro; 
x11 – Passeios; 
x12 – Guarda – Corpos; 
x13 – Drenagem; 
x14 – Juntas de dilatação; 
x15 – Protecção de superfície; 
x16 – Outros componentes. 
 
Posteriormente o engenheiro responsável pelo núcleo das inspecções, verifica os relatórios, no caso 
de subsistirem dúvidas vai ao local, e faz a validação final das inspecções com a atribuição de uma 
classificação final da Ponte, com um índice variando entre 0 e 4. 
 
A informação recolhida nas inspecções alimenta o módulo de inspecção do sistema de gestão de 
pontes, (GOA), ficando agregada aos dados existentes nos módulos técnico e administrativo, que 
constituem a base de dados cadastral de todas as obras de arte da rede. 
 
Através  de  um  módulo  de  apoio  à  decisão,  com  base  nos  índices  obtidos  nas  inspecções,  são 
relacionadas  as  intervenções  necessárias,  de  acordo  com  sua  gravidade,  sendo  definida  a  sua 
prioridade, gerando a partir de um “catálogo de anomalias tipo” e respectivos custos unitários de 
reparação, um programa de intervenções que serve de apoio à elaboração dos orçamentos anuais 
dos trabalhos. 
 
3.3. A Inspecção de Pontes nos Estados Unidos 
 
A rede ferroviária nos Estados Unidos da América, com cerca de 220.000 quilómetros, dispõe de 
cerca de 100.000 pontes. A segurança de um parque de pontes com esta dimensão é assegurada 
pela FRA, Federal Railroad Administration (Administração federal de caminho de ferro), através do 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
( &
cumprimento  de  um  programa  de  que  protege  os  utilizadores  dos  riscos  que  podiam  advir  da 
ocorrência de deficiências nas pontes.  
 
O objectivo deste programa é assegurar que as pontes mantenham a sua integridade estrutural, que 
não sofram roturas catastróficas, ou qualquer falha que possa causar danos em pessoas, acidentes 
com comboios ou danos ambientais. 
 
As autoridades federais americanas utilizam os seguintes métodos, para garantir essa segurança: 
 
i) As pontes são classificadas em vários níveis. Mantém-se ao corrente das práticas de 
gestão  das  redes  estaduais  de  caminho  de  ferro.  Grande  parte  dessa  informação  é 
obtida pela pessoal operacional das FRA através de contactos regulares com o pessoal 
do caminho de ferro que faz a gestão, inspecção e manutenção das pontes; 
 
ii) Os inspectores de via férrea das FRA, têm oportunidade de observar regulamente as 
pontes  ferroviárias,  no  decorrer  das  inspecções  regulares  à  via  férrea.  Uma 
irregularidade na via férrea de uma ponte é sinal do desenvolvimento de um problema 
estrutural  na  ponte,  que  deve  ser  comunicado  aos  responsáveis  da  ponte,  os  quais 
poderão encontrar outros problemas na ponte a necessitar de correcção; 
 
iii) Os  Inspectores  de  via,  vistoriam  a  via  das  pontes  no  decurso  de  inquéritos  de 
conformidade ou de acidentes. Nesses casos os inspectores são requisitados para fazer 
uma rápida avaliação da gravidade das condições relatadas numa reclamação ou até 
sobre o possível envolvimento das condições da ponte nas causas de um acidente. 
 
A FRA mantém um registo público dos processos de gestão e manutenção utilizados nas pontes 
ferroviárias. 
 
Os elementos que devem ser obtidos e guardados pelos responsáveis do programa de gestão de 
pontes ferroviárias são os seguintes: 
 
xFrequência de inspecções dos vários tipos de estruturas; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
( '
xNomeação e qualificação dos inspectores; 
xO modo como é efectuado o “inventário de pontes”, o seu nível de detalhe e a política de 
actualizações; 
xOs tipos de relatórios que são elaborados para os vários tipos de inspecção; 
xA  utilização  de  processamento  de  informação  automática,  na  inspecção  e  no  inventário 
dessa informação; 
xO processo de distribuição, revisão e avaliação dos relatórios de inspecção; 
xO modo como é assumida a responsabilidade pelas decisões que afectam a integridade das 
estruturas: inspecção, avaliação, classificação, reparações e modificações. 
 
Tendo presente o anexo C  “Track Safety Standards”, que estabelece regras para a segurança das 
pontes, destacamos o seguinte relativamente a esta temática: 
3.3.1. Compilação Técnica 
 
A organização responsável pela segurança da ponte deve guardar registos do projecto, construção, 
manutenção e registos de reparação sempre acessíveis, de modo a permitir o cálculo das cargas de 
segurança. 
 
A  organização  responsável  pela  rede  ferroviária  deverá  ter  disponível  cópias  dos  desenhos  e  de 
todos os registos escritos, e proteger e ter conhecimento da localização dos respectivos originais. 
3.3.2. Inspecções Periódicas 
 
As  inspecções  periódicas  são  efectuadas  por  inspectores  qualificados  para  determinar  se  a 
estrutura está em conformidade com o projecto, e a sua classificação em termos de estado de 
conservação, ou no caso de não estar para indicar o seu grau de não conformidade. 
 
A prática existente nas empresas de caminho de ferro é proceder a inspecções pelo menos anuais. 
Dependendo da natureza da obra, do seu estado de conservação ou da própria intensidade dos 
níveis de tráfego pode ser conveniente efectuar inspecções com maior frequência. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
( (
3.3.3. Inspecções sub - aquáticas  
 
Estas inspecções devem efectuar medidas e registos do estado das infra-estruturas de fundação que 
estejam sujeitas a erosão devido às correntes do rio. 
 
O  fundo  do  rio  muitas  vezes  não  é  visível  a  não  ser através  de  ensaios  de  ressonância  ou 
sondagens.  Registos  frequentes  do  perfil  do  fundo,  são  a  melhor  informação  para  detectar 
alterações  repentinas.  Se  através  desses  métodos  não  for  possível  aferir  da  integridade  das 
fundações, devem ser feitas inspecções recorrendo a mergulhadores. 
3.3.4. Inspecções Especiais 
 
Devem ser conduzidas após qualquer ocorrência que possa ter reduzido a capacidade da ponte, 
como por exemplo uma cheia, um sismo ou um descarrilamento, ou uma acção de choque sobre a 
obra de arte. 
 
É claro que, quando uma obra de arte sofre danos, são logo de imediato impostas restrições, por 
exemplo de velocidade, até que seja feita uma inspecção e avaliação das condições de segurança 
da ponte. 
3.3.5. Relatórios das Inspecções  
 
A informação obtida no relatório de inspecção deve alimentar o programa de gestão das obras de 
arte.  Os  vários  relatórios,  realizados  em  diferentes  alturas,  sobre  a  mesma  obra,  devem  ser 
mantidos,  dado  que  permitem  verificar  as  tendências  e  as  taxas  de  degradação  dos  vários 
componentes da ponte.  
 
O relatório deve ser o mais claro e compreensível, de modo a estabelecer a comunicação entre o 
inspector  e  o  engenheiro,  que  vai  fazer  a  análise  final  da  ponte,  sem  ser  necessário  recorrer  à 
interpretação do inspector. 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

3.3.6. Inspectores e Engenheiros 
 
As  inspecções  devem  ser  levadas  a  efeito  por  técnicos  com  experiência  em  detectar  e  registar 
indicações de problemas em pontes. 
 
 Os inspectores devem fazer medidas exactas e recolha de toda a informação que seja importante 
para  determinar  o  estado  de  conservação  da  ponte,  com  o  detalhe  necessário,  que  permita  ao 
engenheiro de estruturas, o qual tem a capacidade necessária para avaliar a resistência da ponte, 
possa proceder à avaliação da sua segurança estrutural. A qualidade desta avaliação depende muito 
da comunicação existente entre os dois técnicos. 
 
3.4. A inspecção de pontes pelos caminhos de ferro britânicos 
 
A  inspecção  de  pontes  nos  Caminhos  de  Ferro  Britânicos  obedece  a  especificações  próprias, 
nomeadamente  a  Especificação 
“Examination  of  Structures  -  RT/CE/S/017”  e  “Structures 
Condition Marking Índex Handbook, 2002”
.  
 
A especificação “
Examination of Structures” define os requisitos necessários para a realização de 
inspecções de estruturas, os registos e relatos das conclusões das inspecções e o fornecimento de 
informação para o relatório regular. 
 
3.4.1. Frequência e preparação das inspecções 
3.4.1.1. Inspecções Detalhadas 
 
Antes da realização de inspecções detalhadas deve ser verificada toda a informação considerada 
pertinente,  incluindo  relatórios  de  inspecções  visuais,  inspecções  detalhadas,  manuais  de 
manutenção, no sentido de identificar qualquer defeito, anomalia ou requisito que seja necessário 
inspeccionar. 
 
Deverá ser realizada uma visita prévia de reconhecimento, para verificar o seguinte: 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

xRegistar  a  existência  de  vegetação,  detritos,  lixos  vários,  ou  qualquer  obstrução,  na 
estruturas ou proximidade, para informar o responsável pela obra no sentido de remover 
esses elementos para facilitar a inspecção; 
xIdentificar  a  dificuldade  ou  falta  de  acessos,  a  eventual  necessidade  de  autorizações  de 
acesso; 
xIdentificar os riscos inerentes à realização da inspecção; 
xObter tabela de marés, no caso de obras em cursos de água, para evitar ser apanhado pelo 
fluxo da maré; 
xLocalizar  a  eventual  existência  de  câmaras  de  acesso  a  galerias ou  outras  estruturas 
enterradas; 
xIdentificar  tampas  de  acesso,  portas  ou  grelhas  que  seja  necessário  remover  antes  da 
inspecção; 
xIdentificar a presença de atravessamentos estruturais ao longo da ponte em madeira, caso 
em que o responsável da obra deve ser avisado; 
xIdentificar e informar o responsável da estrutura, sobre a ocultação (vegetação, reduzida 
iluminação),  de  partes  de  estrutura  e  obter  confirmação  desse  responsável  quanto  à 
necessidade de as expor para a inspecção; 
xInformar o responsável da estrutura quanto à necessidade de remover protecções contra o 
fogo,  de  modo  a  programar  a  sua  remoção  e  reinstalação,  e  se  necessário  estabelecer 
medidas para minimizar os riscos durante a inspecção. 
xInformar sobre a necessidade de efectuar ensaios ou retirar amostras, e da realização de 
pequenas  reparações,  no  sentido  de  conjugar  esses  trabalhos  com  a  realização  da 
inspecção; 
xIdentificar as necessidades quanto à utilização de ferramentas, outros equipamentos, ou 
qualquer tipo de assistência durante as inspecções; 
xIdentificar zonas onde o acesso está restringido por questões de segurança, protecção ou 
operacionais, tendo em vista efectuar acordos com o responsável da estrutura ou da infra-
estrutura ferroviária; 
xIdentificar  galerias  de  acesso  que  estejam  bloqueadas,  ou  cujo  depósito  de  sedimentos 
impeça uma inspecção detalhada; 
xIdentificar  os  constrangimentos  existentes  do  ponto de  vista  ambiental,  científico  ou  de 
património histórico, que possam condicionar as inspecções; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

xFazer a demarcação das estruturas adjacentes, procurando a sua clarificação da parte do 
responsável pela estrutura; 
xIdentificar qualquer informação necessária levar para a inspecção, nomeadamente registos, 
relatórios, desenhos, registos de observações monitorizadas; 
xNo caso de se aplicar o Índice do estado de conservação da obra, verificar a exactidão do 
esboço ou da lista definitiva dos elementos da estrutura, ou, caso não existam, preparar 
esse esboço ou lista definitiva 
xElaborar  um  registo  da  visita  de  reconhecimento  e  de  qualquer  informação  que  seja 
considerada relevante para a inspecção. 
 
Esta visita deve ser feita com a necessária antecedência relativamente à inspecção detalhada, de 
modo a permitir nomeadamente o desenvolvimento e aprovação do método de inspecção, a retirada 
de vegetação ou outro tipo de obstáculos, obter autorização de acessos, estabelecer acessibilidades 
e obter registos ou informação necessária à inspecção. 
3.4.1.2. Inspecções Visuais 
 
O  objectivo  das  inspecções  visuais  é  detectar  e  registar  qualquer  alteração  visível  que  possa 
provocar alterações ou indícios de alterações iminentes, no estado geral da estrutura. 
 
O  intervalo  entre  inspecções  visuais  deve  ser  proporcional  ao  estado  de  deterioração  ou 
vulnerabilidade da estrutura a danos acidentais ou por má utilização. 
 
O intervalo máximo entre inspecções para as obras de arte deve ser de 12 meses, não devendo em 
qualquer caso ultrapassar os 15 meses. 
 
De qualquer modo a primeira inspecção visual deverá ocorrer doze meses após a sua entrada em 
serviço. 
 
Mesmo no caso de estruturas que estão fora de serviço, não existindo observações de rotina, são 
também efectuadas inspecções com um intervalo de pelo menos doze meses. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

3.4.2. Inspecções Detalhadas 
3.4.2.1. Objectivo 
Trata-se de efectuar uma inspecção detalhada de todas as partes da obra acessíveis, incluindo 
elementos submersos, tendo em vista obter o seguinte: 
 
xEstabelecer o índice do estado geral de conservação; 
xIdentificar a natureza, severidade e extensão dos defeitos; 
xVerificar a taxa de deterioração relativamente às inspecções anteriores; 
xIdentificar a envergadura, extensão, urgência e custos estimados das acções de reparação 
que se tornem necessárias. 
3.4.2.2. A Inspecção  
 
Qualquer inspecção deve identificar o seguinte: 
 
xQualquer deformação da estrutura; 
xPartes  da  estrutura  com  falta  de  verticalidade,  inclinação,  curvatura,  desalinhamento, 
deformação, ou qualquer distorção; 
xFissuras, fendas ou rasgos em elementos da estrutura; 
xElementos da estrutura em falta; 
xMovimento, distorção e estado das ligações da estrutura; 
xEstado de conservação da pintura, galvanização e de outros tratamentos de protecção; 
xCorrosão das chapas dos aparelhos de apoio e dos parafusos, segurança das fixações e 
existência de fissuras nas soldaduras; 
xEstado  de  conservação  das  zonas  inferiores  das  fundações  ou  estacas  que  não  estão 
enterradas; 
xSinais de movimentos da fundação, deslizamento ou assentamento que possam afectar a 
estrutura; 
xSinais de abaixamento, elevação, alinhamento deficiente, fendas ou movimentos do solo, da 
via ou de estruturas adjacentes; 
xIndicação de defeitos nos sistemas de impermeabilização; 
xMovimentos nas juntas de construção; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
$
xDeterioração do betão, madeira ou outros materiais; 
xExcessiva degradação devido à acção do tempo ou do uso; 
xSinais de perda, deslocamento, ou falta de balastro, outros materiais ou equipamentos, 
xDefeitos na ligação dos equipamentos à estrutura; 
xAcesso de manutenção perigoso ou facilidade de quedas; 
xDanos acidentais significativos incluindo os devido a colisões na ponte; 
xPresença de vegetação que afecta a estrutura; 
xPresença de cheias ou sinais das mesmas; 
xSinais de excesso de carga devido ao armazenamento de materiais sobre a estrutura; 
xRisco para a estrutura da acumulação de entulhos, armazenamento de combustíveis, ou 
resíduos perigosos; 
xObstrução de zonas de abrigo; 
xFalta ou anomalias nos sinais de indicação de necessidade de ter espaço livre nos acessos 
e refúgios; 
xExistência de vandalismo, graffitis e entrada sem autorização; 
xExistência de qualquer reparação, renovação de pintura, ou trabalho de reabilitação, desde 
a última inspecção detalhada ou qualquer trabalho em curso, ou alteração da construção, 
que não estava previamente registado; 
xAlterações  na  natureza  ou  extensão  do  uso  da  estrutura  ou  evidência  de  construção  ou 
desenvolvimento de trabalhos em zonas adjacentes; 
xAlterações  ambientais  que  possam  conduzir  a  uma  rápida  deterioração  da  estrutura  ou 
afectar a sua segurança; 
xQualquer alteração significativa na taxa de deterioração ou de evolução de defeitos; 
xQualquer trabalho pedido antes da próxima inspecção; 
xQuaisquer outros factores que possam colocar em risco a segurança da estrutura, tráfego 
na  via  férrea,  na  estrada  ou  no  rio,  equipamento,  pessoas  ou  propriedade,  antes  da 
realização da próxima inspecção; 
xLeitura  de  equipamentos  de  monitorização  e  alterações  significativas  relativamente  a 
registos anteriores. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Todas  as  partes  acessíveis  das  estruturas  devem  ser  observadas  e  o  seu  estado  identificado  e 
registado.  Todos  os  defeitos  significativos  devem  ser quantificados  e  fotografados.  Devem  ser 
elaborados desenhos esquemáticos para ampliar e descrever os defeitos existentes.  
 
As estruturas devem ser observadas sob a acção do tráfego normal, conforme o caso, ferroviário, 
automóvel ou pedestre no sentido de observar e registar o seguinte: 
 
xQualquer  movimento  anormal  ou  evidência  de  assentamento  na  camada  de  balastro, 
aparelhos de apoio, ou outros suportes; 
xFlexão excessiva, torção, folga ou vibração; 
xQualquer movimento diferencial ou de separação de partes da estrutura; 
xQualquer viga que se eleve em relação aos aparelhos de apoio; 
xQuais os elementos da estrutura que foram observados; 
xQualquer outra observação relevante. 
 
Elementos susceptíveis à fadiga 
 
Os  elementos  susceptíveis  à  fadiga  devem  ser  examinados,  especialmente  no  que  se  refere  às 
fendas visíveis. Deve ser registada a extensão das fendas, através de um desenho esquemático com 
identificação das medições e fotografias que mostrem a sua relação com os elementos adjacentes.  
 
Deve ser dada particular atenção às estruturas compósitas, onde a presença de excessiva flexão 
vertical  ou  movimentos  de  corte  longitudinais  sob  o  as  cargas  estáticas  e  móveis  ou  sinais  de 
infiltração de água, podem indicar defeitos de fadiga. 
Juntas de Dilatação e Aparelhos de Apoio 
 
Deve ser verificado e registado o seguinte: 
 
xQualquer sinal de deterioração, distorção, ou inadequado funcionamento das juntas de 
dilatação e aparelhos de apoio; 
xDeslocamento para fora do seu alinhamento, ou perda de óleo por bombagem; 
xCurso insuficiente dos aparelhos de apoio para os respectivos movimentos admissíveis; 
xDeterioração do estado de conservação das juntas de dilatação e dos aparelhos de apoio; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
xMau funcionamento, qualquer assentamento local ou problema nos suportes; 
xEvidência de espaço insuficiente para a junta de dilatação funcionar; 
xFolga ou deslocamento vertical de uma parte relativamente à outra na junta; 
xPercolação de água; 
xPerda de enchimento ou de selante. 
 
Observação da obra sob a acção das cargas móveis 
 
O comportamento da estrutura sob a acção do tráfego corrente, deve ser observado, e registado o 
seguinte: 
xQualquer evidência de assentamento em bases de apoios, aparelhos de apoio, treliças, etc; 
xExcessiva deflecção, torção, folgas e vibrações; 
xQualquer  separação  ou  movimentos  diferenciais  de  partes  da  estrutura,  verticais  ou 
horizontais; 
xQualquer viga que saia fora dos seus apoios; 
xAs peças da estrutura observadas sob a acção das cargas; 
xQuaisquer outras observações relevantes. 
 
Observação da via férrea 
 
Na  vistoria  deve  ser  observado  qual  o  tipo  de  via  que  está  aplicado  sobre  a  o  tabuleiro,  se  é 
balastrada, não balastrada em laje, ou não balastrada mas fixa por exemplo através de travessas a 
vigas longitudinais. Deve ser observado se existem juntas nos carris, aparelhos de mudança de via, 
aparelhos  de  dilatação,  carris  soldados  (barra  longa  soldada)  ou  se  há  qualquer  alteração  na 
drenagem da via. 
 
Deve ser observada a posição vertical e horizontal dos carris através de medição e de fotografia. 
Qualquer  alteração  na  posição  da  via  férrea,  alteração  de  velocidade,  ou  de  cargas  permitidas, 
desde a última inspecção, deve ser registada. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
&
3.4.3. Inspecções Visuais 
 
As  inspecções  visuais  devem  ser  realizadas  a  partir  de  locais  seguros,  utilizando  escadas  ou 
passadiços  existentes.  A  estrutura  deve  também  ser  examinada  a  partir  do  solo  adjacente  à 
estrutura e observada de todos os lados em que for possível, com a luz do dia, com a ajuda de 
binóculos, outros equipamentos ópticos, câmara fotográfica e lanternas de iluminação. 
 
Em  estruturas,  como  é  o  caso  das  obras  de  arte,  que  são  sujeitas  a  inspecções  detalhadas, 
qualquer defeito observável que não tenha sido identificado nas vistorias das inspecções detalhadas, 
ou subsequente relatórios de inspecções visuais, deve ser registado na inspecção visual. 
 
As inspecções visuais devem identificar e registar: 
 
xO desenvolvimento de novos defeitos ou o agravamento de defeitos já existentes, dando 
particular  atenção  a  defeitos  já  conhecidos,  para  avaliar  se  a  taxa  de  deterioração  se 
alterou; 
xQualquer  acção  ou  trabalho  que  possa  ser  necessário levar  a  efeito  antes  da  próxima 
inspecção, mesmos que essa acção ou trabalho tenham sido identificados em relatórios 
anteriores; 
xQualquer alteração significativa nas leituras de equipamentos de monitorização; 
xQuaisquer factores que possam alterar ou colocar em risco a segurança da ponte, caminho 
de ferro, as pessoas ou equipamentos . 
3.4.4. Inspecções Adicionais 
Devem  ser  levadas  a  efeito  inspecções  adicionais  quando  se  verificarem  as  seguintes 
circunstâncias: 
 
xQuando  a  inspecção  detalhada  efectuada  em  conjugação  com  a  avaliação,  onde  seja 
necessário, seja insuficiente para avaliar a segurança da estrutura; 
xQuando  o  relatório  de  inspecção  e  a  avaliação  posterior  tenham  identificado  elementos 
críticos que requeiram uma inspecção específica ou a monitorização da estrutura; 
xApós a ocorrência de um incidente que possa ter afectado a segurança da estrutura; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
xApós a ocorrência acidental ou deliberada de danos na estrutura ou em partes da estrutura; 
xQuando um relatório recebido pelo responsável da estrutura indique que a segurança ou a 
integridade da estrutura tenham sido comprometidas; 
xQuando  o  conhecimento  sobre  a  segurança  da  estrutura tenha  sido  alterado  em 
consequência do avanço tecnológico da engenharia. 
 
3.4.5. Relatórios de Inspecção 
Todas as páginas do relatório de inspecção devem conter a seguinte informação: 
 
xO Órgão da empresa de empresa de infra-estrutura ferroviária responsável pela estrutura; 
xUma identificação própria da estrutura; 
xA data e o tipo de inspecção; 
xA identificação da organização responsável pela inspecção 
 
3.4.6. Índice do Estado de Conservação das Obras de Arte 
A especificação 
“The Structures Condition Marquing Índex Handbook, 2001”  ,  permite estabelecer  
para qualquer obra de arte, inferior ou superior ao caminho de ferro, um índice que reflecte o seu 
estado  geral  de  conservação,  o  chamado  SCMI,  (Structures  Condition  Marking  Índex).  Pode  ser 
aplicado a todas as obras que são sujeitas a inspecções detalhadas.  
 
Através do SCMI uma obra de arte pode ser classificada numa escala que varia entre 0 e 100, (o 
valor  100  corresponde  a  uma  estrutura  em  perfeitas  condições),  em  função  do  estado  de 
conservação das partes visíveis da estrutura, com base numa inspecção detalhada. Não de trata de 
um  índice  de  segurança,  dado  que  não  reflecte  a  suficiência  estrutural  da  obra.  Substituiu  um 
sistema que apenas classificava as estruturas em três classes, mau, razoável ou bom. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
3.4.6.1. Visão geral do Sistema 
 
A obra de arte é sub - dividida nos seus elementos principais, por exemplo tabuleiro, encontros e 
pilares. Por sua vez estes elementos são sub – divididos em elementos secundários, por exemplo 
aparelhos de apoio e vigas transversais. 
 
Os  elementos  principais  e  secundários  são  identificados  e  registados  usando  tabelas  de 
classificação  existentes  na  referida  especificação.  Os  elementos  secundários  podem  ser 
identificados individualmente ou em grupos de elementos do mesmo tipo.  
 
Os elementos principais considerados são: 
xTabuleiro 
xApoios extremos 
xApoios intermédios 
 
Como elementos secundários, considerados individualmente, temos: encontros, muros ala, pilares 
com travamentos, pilares simples, arcos, vigas longitudinais exteriores, vigas longitudinais interiores, 
face dos tímpanos e face de paredes, em estruturas de alvenaria, parapeitos (guardas). 
 
Como elementos secundários, considerados colectivamente, temos pedras de apoio, aparelhos de 
apoio, elementos longitudinais secundários exteriores (sem carga rolante), elementos secundários 
interiores,  vigas  transversais  de  extremidade,  vigas  transversais  interiores,  treliças,  tabuleiros 
suportados por vigas, elementos de reforço. 
 
Quanto  aos  materiais,  o  sistema  limita  a  quatro  tipos:  metal,  alvenaria,  betão  armado  ou  pré  -
esforçado e madeira. 
 
Todos os elementos são catalogados e registados, bem como os seus materiais constituintes. São 
classificados  de  acordo  com  a  severidade  e  extensão dos  seus  piores  defeitos  visíveis,  segundo 
tabelas que atribuem por um lado a classificação em função da severidade do defeito e tabelas que 
atribuem a classificação em função da extensão do defeito. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

O estado de conservação de cada elemento é registado através de um código alfa/numérico no 
relatório detalhado do SCMI. A empresa de gestão de infra-estruturas recepciona este relatório em 
formato electrónico, sendo os códigos carregados numa base de dados, onde um algoritmo calcula 
o SCMI da estrutura, tendo em consideração o número e tipos de elementos, bem como a sua 
importância na estrutura. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

4.  A CONSERVAÇÃO DE PONTES FERROVIÁRIAS 
4.1. A manutenção preventiva 
A manutenção compreende todas as actividades necessárias para manter a ponte nas condições 
inerentes  ao  estado  de  serviço,  estabelecido  em  projecto  e  também  destinadas  a  controlar  a 
potencial futura deterioração.  
 
Inclui trabalhos que devem ser realizados para prevenir danos ou a rápida deterioração da ponte, 
que no caso de não serem realizados, torna necessário dispor mais tarde, de verbas mais elevados, 
para repor a ponte nas condições iniciais. 
 
Implica a reparação de pequenos ou potenciais problemas, para evitar  proceder a substituições de 
elementos da ponte, que envolvem maiores custos. 
 
A manutenção preventiva pode ser dividida em dois grupos: 
 
xManutenção realizada em intervalos específicos; 
xManutenção  realizada  quando  necessário,  para  prevenir  a  futura  deterioração  ou  o 
desenvolvimento dos defeitos. 
 
No primeiro grupo os intervalos de manutenção variam de acordo com os trabalhos ou actividade. 
Estão neste caso por exemplo a limpeza dos sistemas de drenagem, das juntas de dilatação ou das 
peças constituintes dos aparelhos de apoio. 
 
No segundo grupo, estão por exemplo a selagem de fissuras no tabuleiro de betão, a pintura de 
elementos metálicos ou a retirada de gelo. 
 
Podemos referir como trabalhos mais correntes de manutenção, os seguintes 
(UIC, 1989): 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

xTrabalhos que não estão ligados directamente à estabilidade da obra, como a retirada 
de vegetação sobre os paramentos de alvenaria, substituição de pedras ou tijolos no 
caso de danos pontuais, reparação de irregularidades no betão; 
xNas  estruturas  de  alvenaria,  o  preenchimento  de  juntas,  injecções,  aplicação  de 
camadas de revestimento, no caso de avarias superficiais generalizadas; 
xA limpeza de zonas das estruturas metálicas que constituem pontos de acumulação de 
detritos  que  favorecem  a  oxidação  do  aço  (excrementos,  ninhos  de  pássaros,  terra, 
areia, etc.) 
xNo  caso  de  tabuleiros  metálicos  a  substituição  parcial  ou  total  da  pintura  após  a 
eliminação  da  ferrugem,  de  acordo  com  uma  periodicidade  que  é  função  da 
agressividade  do  meio  ambiente,  a  substituição  de  rebites  que  se  encontrem 
fragilizados, o  aperto de parafusos, 
xA manutenção da eficácia dos dispositivos de drenagem das alvenarias afim de evitar 
infiltrações ou esforços prejudiciais; 
xA manutenção corrente dos dispositivos de recolha e evacuação das águas; 
xA manutenção dos aparelhos de apoio. 
 
A maioria dos países europeus utiliza sistemas de gestão de pontes, (BMS) que incluem bases de 
dados informatizados. No entanto segundo o relatório 
Decision on repair/replacement – Deliverable-
D7, 2000)
, e estamos a fazer referência às pontes integradas nas redes de estradas,  apenas dois 
países europeus, Dinamarca e Finlândia e os Estados Unidos da América utilizam um sistema de 
manutenção de pontes (BMS), totalmente automático, de decisão entre reparação e substituição. A 
Dinamarca utiliza um programa que estabelece prioridades de intervenção e a Finlândia um sistema 
baseado num índice de reparações. 
 
No Estados Unidos utilizam-se vários programas automáticos de gestão de pontes, sendo os mais 
conhecidos e usados o “PONTIS” e o 
“BRIDGIT”. 
 
O “PONTIS” é o sistema mais evoluído e é utilizado na maior parte dos estados americanos. 
 
O  PONTIS,  suporta  o  ciclo  completo  de  gestão  de  pontes,  incluindo  as  inspecções,  dados  de 
inventário e respectiva análise, modelo de previsão de deterioração futura e módulo de optimização 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

da  manutenção,  prevendo  a  necessidade  de  intervenções  e  desenvolvendo  projectos,  que  são 
incluídos no respectivo plano de investimentos. 
 
Neste sistema de gestão as pontes são avaliadas em função dos resultados das inspecções visuais 
dos  seus  elementos,  sendo  estabelecida  uma  classificação  discreta  em  termos  de  índice  de 
condição. A taxa de deterioração da ponte é determinada usando processos de Markov. 
 
O BRIDGIT, tem como objectivo minimizar os custos do ciclo de vida esperado de uma ponte para 
um plano com um horizonte de 20 anos. São consideradas as sequências óptimas de acções e o 
período óptimo para cada acção. São desencadeadas acções de melhoria ou de substituição, para 
alterar  estados  de  condição  inaceitáveis.  Neste  sistema  são  também  determinados  benefícios  e 
custos de uso. 
 
4.2. Trabalhos de Reparação 
 
Ainda segundo 
(UIC,1989), podemos referir como trabalhos de reparação : 
 
xEm obras metálicas a substituição de peças metálicas avariadas, fecho de fissuras, através 
da  instalação  de  cobre  -  juntas  com  a  utilização  de  rebites  ou  de  parafusos  de  alta 
resistência; 
xReposição de paramentos através da colocação em obra de betão, argamassas projectadas, 
ou betão colado; 
xSubstituição da camada de impermeabilização, execução de novos sistemas de evacuação 
de água; 
xReposição de juntas de dilatação; 
xTratamento de fissuras por injecções, calafetagem, cobre – juntas, pregagens e grampos; 
xInjecções e colocação em obra de tirantes passivos e activos; 
xA substituição ou regeneração de materiais cujas características já sejam insuficientes para 
o desempenho esperado dos mesmos; 
xA substituição de aparelhos de apoio completos ou de elementos constituintes de aparelhos 
de apoio; a injecção de resina sintética sob as placas de apoio, substituição ou reparação 
de plintos de aparelhos de aparelhos de apoio; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
$
xParagem de movimentos de rotação de muros, através de escoramento. 
 
4.2.1. A reparação das pontes em alvenaria 
 
Estas obras são muito antigas, normalmente com mais de 100 anos e não dispõem de dispositivos 
de estanquidade, quanto muito têm um dispositivo sumário aplicado no extradorso das abóbadas.  
 
As  águas  das  chuvas,  que  são  cada  vez  mais  agressivas,  penetram  no balastro  e  nos  aterros 
permeáveis  chegando  ao  extradorso  das  abóbadas  e  aos  aterros  dos  encontros.  Estas  águas 
penetram nas juntas da alvenaria lavando as argamassas de preenchimento. A acção das águas das 
chuvas manifesta-se pela existência de depósitos, de marcas de humidade, de infiltrações, sinais 
que são visíveis nas abóbadas, nos encontros ou nos pilares. 
 
Este fenómeno é ampliado quer pelos ciclos de gelo – degelo, quer pelas grandes variações de 
temperatura. 
4.2.1.1. As causas das infiltrações 
 
As causas destas infiltrações residem sobretudo no seguinte: 
 
xDefeitos na impermeabilização ou inexistência da mesma; 
xFissuração,  deformação  ou  assentamentos  da  obra  que  provocam  anomalias  na  própria 
impermeabilização. Esta instabilidade da infra-estrutura tem origem na insuficiente ou falta 
de caracterização geotécnica, com base em sondagens ou ensaios de penetração do solo. 
As  fissuras  são  devidas  sobretudo  aos  abatimentos  diferenciais  das  extremidades  das 
abóbadas relativamente ao seu eixo; 
xDefeitos no sistema de recolha e evacuação de águas, devido à existência de obstruções no 
mesmo; 
 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

4.2.1.2. A reparação do sistema de recolha de águas 
 
A  realização  de  trabalhos  de  reparação,  ou  de  execução  de  novo,  de  um  sistema  de 
impermeabilização da plataforma, deve ser acompanhado da execução de um sistema de recolha e 
evacuação de águas pluviais. 
 
A camada de impermeabilização deve ser executada de modo a que as águas se concentrem nos 
pontos mais baixos, onde se devem localizar esses dispositivos de drenagem, os quais devem ter 
uma grande permeabilidade, impedindo que sejam colmatados pelas partículas do aterro, através 
da utilização de geotêxtil envolvendo o dreno. 
 
4.2.2. A reparação de pontes metálicas 
 
No  caso  das  pontes  metálicas,  é  ainda  mais  pertinente a realização de uma análise prévia das 
causas e da natureza das anomalias, antes de se decidir sobre a reparação ou substituição do 
elementos que estão avariados, podendo nalguns casos colocar-se até a questão da substituição da 
própria ponte. 
 
Em pontes com elementos fixos por rebites, em que os materiais não estejam convenientemente 
identificados será necessário proceder à determinação  prévia  das  características  dos  metais  por 
meio  de  ensaios  de  laboratório.  No  caso  de  metais  com  reduzida  ductilidade  terá  que  haver 
cuidados especiais ao retirar os rebites. 
 
Quando aparecem fissuras, as mesmas só devem ser reparadas, com utilização de chapa cobre-
juntas,  após  ter  a  garantia  de  que  as  fissuras  estão estabilizadas,  procedendo-se  à  abertura  de 
furos, que devem ter um diâmetro de pelos menos 20 mm. Essas chapas podem ser ligadas por 
rebites ou por parafusos de alta resistência   
 
 

 
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%
4.2.3. A reparação de pontes em betão armado pré - esforçado 
As causas das anomalias neste tipo de pontes têm origem sobretudo em erros de concepção e 
defeitos de execução, utilização de materiais de construção não adequados ou a combinação de 
vários destes factores. 
 
A maior parte dos defeitos têm origem na má execução dos trabalhos ou na deficiente fiscalização 
dos mesmos. Mas, também há casos de defeitos com origem em erros de concepção.  
 
Podemos  considerar  como  causa  secundária  de  deterioração  a  utilização  de  materiais  de 
construção não apropriados.  
 
No sentido de assegurar uma melhoria da qualidade destas obras devem ser seguidas as seguintes 
recomendações: 
 
xDimensionamento das obras com elevada percentagem de pré-esforço;
 
xExecução cuidadosa das ancoragens e dos acoplamentos;  
xVerificação do recobrimento das armaduras, utilizando métodos apropriados, antes e depois 
das betonagens;
 
xControle de qualidade, com registos das operações de tensionamento dos cabos de pré-
esforço, das caldas de injecção e da injecção das bainhas;
 
xFiscalização dos trabalhos por pessoal com formação e experiência adequada;  
xFormação  contínua  dos  engenheiros  projectistas  e  dos  engenheiros  das  empresas  que 
aplicam o pré-esforço.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
&
4.2.4. O reposicionamento de aparelhos de apoio num pilar da Ponte Ferroviária de S. 
João 
 
 
Figura 4.1 - Aparelhos de apoio do Pilar E7 da Ponte S João (Janeiro 2007)   
 
O  apoio  do  pilar  PE  7,  do  viaduto  da  margem  esquerda  da  Ponte  S.  João,  o  último  antes  do 
Encontro  Esquerdo  é  realizado  através  de  três  aparelhos  de  apoio  do  tipo  “pêndulo”,  o  qual  é 
constituído por dois sectores circulares opostos ligados por um troço rectangular (figuras 4.1 e 4.2)  
 
 
Figura 4.2 - Aparelho de apoio móvel do pilar E7 – Alçado lateral 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
Cerca de um ano e meio após a última betonagem do tabuleiro da ponte, correspondente ao fecho 
central, ou seja apenas seis meses após a entrada em serviço da Ponte, no Inverno de 1991, estes 
“pêndulos”  apresentavam  inclinações  muito  acentuadas, atingindo  já  grande  parte  da  sua 
capacidade de deslocamento, no sentido do encurtamento do tabuleiro.  
 
O valor máximo admitido de deslocamento é de 
O17,4 cm, tendo-se medido na altura um valor de 
– 12,2 cm e estimando-se que o mesmo tivesse mesmo atingido o valor de – 13,2 cm, para uma 
temperatura média no betão de 3,5 º C. 
 
A ocorrência de temperaturas uniformes mínimas de 0 º C, associada ao comportamento reológico 
do betão, devido aos fenómenos da fluência e da retracção do betão, que iria continuar nos anos 
seguintes,  ampliando  significativamente  os  deslocamentos  no  sentido  do  encurtamento,  foi  um 
alerta para o facto de ser previsível atingir a breve prazo o deslocamento máximo admissível dos 
“pêndulos”. 
 
Face  a  esta  situação,  tornava-se  necessário  proceder  a curto  prazo  ao  reposicionamento  do 
“pêndulo”,  tendo  sido  estudado  pelo  LNEC,  esse  novo  reposicionamento,  (
Castanheta,  Mário, 
1992
). 
  
Esse estudo estimou, que os efeitos diferidos, ainda pudessem provocar, por encurtamento a muito 
longo prazo, um deslocamento da secção de apoio entre 6 e 10 cm, considerando-se contudo como 
mais provável um deslocamento de 8 cm, sendo na altura previsível, que 60 % desse deslocamento 
ocorresse nos 10 anos seguintes. 
 
Foi feita uma previsão sobre a evolução dos deslocamentos deste apoio, a partir das observações 
da posição do pêndulo e da correspondente temperatura média do tabuleiro, registada num dia em 
que foi atingida a posição de 6,5 cm, para uma temperatura média de 18 º C. De referir, que esta 
temperatura foi obtida com base nas medições efectuadas em 73 pares termoeléctricos, que foram 
instalados no interior de quatro secções do tabuleiro, durante a sua construção. 
 
O LNEC considerou conveniente efectuar um reposicionamento do pilar deslocando-o cerca de 10 a 
12 cm. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
4.2.4.1. Sistema de Execução  
 
O objectivo foi levantar ligeiramente o tabuleiro sobre o pilar E7, cerca de 1.00 cm, de modo a 
possibilitar  a  retirada  da  peça  intermédia  do  aparelho  de  apoio  (pêndulo  propriamente  dito)  e 
reposicionar a platina superior do aparelho. 
 
O levantamento do tabuleiro, foi efectuado aproveitando as consolas de betão existentes no pilar, 
que  foram  utilizadas  para  apoio  do  cimbre  móvel  aquando  da  construção.  No  entanto,  dada  a 
necessidade  de  actuar  com  os  macacos  apenas  na  zona  imediatamente  sob  as  três  almas  do 
tabuleiro, foi utilizada uma estrutura metálica auxiliar, (figura 4.3), que vencendo o vão entre as 
duas consolas permitiu posicionar os macacos directamente sob a alma central. 
 
O sistema consistiu na utilização de duas baterias de 10 macacos hidráulicos de 140 toneladas, 
cada, uma de cada lado do pilar. Estas baterias, colocadas sobre uma estrutura metálica auxiliar, 
foram sub-divididas em dois grupos de três macacos e um grupo de quatro, que ficou sob a alma 
central. Entre os êmbolos dos macacos e o tabuleiro, foi instalado um perfil metálico que funcionou 
como elemento de rigidez adicional e auxiliar de degradação da carga, de modo a baixar as tensões 
directamente transmitidas ao betão do tabuleiro. 
 
Chegou a ser admitida a hipótese de efectuar as operações de reposicionamento em simultâneo 
com a circulação dos comboios. Essa hipótese foi abandonada, dado que implicava um aumento da 
reacção no apoio de cerca de 26 %, mesmo admitindo a circulação apenas numa das vias. Para 
além do aumento da reacção, verificava-se a impossibilidade de calçar provisoriamente o viaduto, 
dado que a zona directamente sob as almas estava ocupada pelos aparelhos de apoio e a carlinga 
não tem capacidade de carga suficiente para permitir um apoio no seu meio vão. Foi necessário 
executar o trabalho em período de interdição nocturna de circulação, com faseamento das várias 
operações. 
 
Na determinação da reacção de apoio do tabuleiro sobre o pilar E7, foi considerado o peso próprio 
das secções de betão armado pré-esforçado, o peso do betão poroso (ocupa o espaço entre a face 
superior  do  banzo  e  as  vigas  -  longarinas  que  suportam  os  carris)  e  o  efeito  hiperstático 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

correspondente ao levantamento em 1 cm do tabuleiro. A reacção máxima calculada foi de 23.284 
kN.  
 
Embora  o  tabuleiro  apresente  uma  rigidez  transversal  bastante  elevada,  garantindo  uma 
transmissão uniforme da carga sobre cada macaco, dado que era previsível, pela sua localização, 
um ligeiro acréscimo de reacção nos macacos centrais, foi admitido do lado da segurança que o 
mesmo era da ordem dos 10 %. Foi admitida uma força em cada macaco lateral de 1230 KN e nos 
macacos centrais de 1070 KN. 
 
A estrutura de apoio era constituída por um perfil HEB 400 directamente apoiado sobre as consolas 
de  betão,  mas  na  parte  central  entre  consolas  formava  uma  asna  metálica,  com  1,50  m  de 
distância entre as cordas. Todas as barras da asna são também em perfil HEB 400. Nas zonas 
junto dos apoios, onde existiam problemas de esforço transverso, o perfil base foi reforçado com 
chapas de alma. 
 
 
Figura 4.3 – Estrutura de apoio para levantamento do tabuleiro. Macacos laterais 
  
4.2.4.2. Metodologia de Execução adoptada 
 
Face à elevada densidade de armaduras do tabuleiro, a furacão para a nova platina superior, teve 
que ser realizada antes da operação de levantamento do tabuleiro, de modo a retirar esta tarefa do 
caminho  crítico  da  intervenção.  De  modo  a  aproveitar uma  das  fiadas  de  pernos  já  existentes, 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

tornou-se  aconselhável  optar  por  um  valor  de  deslocamento  tão  elevado  quanto  possível,  nunca 
menor que 11 cm, tendo-se optado, por um deslocamento de 12 cm, o valor máximo sugerido no 
parecer do LNEC. 
 
No  sentido  de  efectuar  a  operação  principal  num  único  período  de  interdição,  foram  fabricadas 
previamente as três platinas superiores, de maiores dimensões para aproveitar umas das fiadas de 
furacões existentes. O aproveitamento das platinas existentes, implicava uma interdição estimada 
de  24  horas  seguidas,  que  não  era  compatível  com  as interdições  que  podiam  na  altura  ser 
concedidas em período de interdição nocturna, que eram de 7 horas num sábado. 
 
Foi a seguinte a sequência de operações:  
 
i) Antes da Interdição 
 
1 – Montagem de um andaime na zona do pilar, para acesso de pessoal e equipamento; 
2 – Marcação da nova furacão exterior à platina existente; 
3 – Furacão para as novas fixações do lado do encontro; 
4 – Ligação dos pêndulos entre si através de perfilados metálicos transversais aparafusados aos 
mesmos; 
5 – Posicionamento das vigas metálicas de apoio aos macacos hidráulicos em cima das consolas 
de betão existentes; 
6 – Colocação dos perfis de rigidez em cima de uns calços previamente colocados sobre as vigas 
metálicas; 
7–  Elevação,  através  de  dois  macacos  hidráulicos,  dos  perfis  de  rigidez  até  à  face  inferior  do 
tabuleiro; 
8 – Colocação dos cilindros metálicos de 140 toneladas em cima das vigas e ajuste dos mesmos; 
9 – Montagem de um sistema de segurança e controle da rotação dos pêndulos para a posição 
horizontal (figura 4.4); 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

 
Figura 4.4 - Sistema de segurança e controle de movimentação dos pêndulos 
ii) Durante o período de interdição nocturna 
 
1 – Elevação do tabuleiro cerca de 10 mm e rotação dos pêndulos para a posição horizontal; 
2 – Colocação de um sistema de apoio às platinas superiores. 
3 – Desaperto das fixações das platinas superiores; 
4 – Abaixamento das platinas superiores até ficarem apoiadas no sistema referido em 2; 
5 – Movimentação das platinas para fora da zona de actuação; 
6 – Corte dos pernos sobrantes; 
7 – Colocação das novas fixações; 
8 – Elevação das novas platinas e aperto das mesmas na sua posição definitiva; 
9 – Rotação dos pêndulos para a posição quase vertical e posicionamento dos mesmos de acordo 
com o definido; 
10 – Transferência de carga dos cilindros para os pêndulos; 
 
iii) Após o período de interdição 
 
1 - Desmontagem de todo o sistema 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

4.3. A Reabilitação e Reforço de pontes 
 
Os trabalhos de reforço destinam-se essencialmente ao aumento sobre as linhas existentes de: 
 
xCargas por eixo no tráfego de mercadorias; 
xVelocidade tanto no tráfego de mercadorias como no tráfego de passageiros. 
 
No primeiro caso torna-se necessário aumentar a capacidade resistente da obra, enquanto que no 
segundo caso é muitas vezes necessário um alargamento da obra. 
 
Em  regra  apenas  as  pontes  metálicas  antigas  colocam  problemas  relativamente  às  cargas 
admissíveis, dado que as novas pontes metálicas, as pontes de betão armado e de betão armado 
pré-esforçado,  de  concepção  recente,  já  foram  calculadas  para  os  esquemas  de  carga  que  se 
utilizam actualmente. 
 
Alguns trabalhos de reforço: 
 
xO pavimento das pontes em alvenaria pode ser reforçada através da execução de novas 
lajes em betão e/ou reforço dos muros tímpanos; 
xOs  tabuleiros  pré-esforçados  podem  ser  reforçados  através  da  instalação  de  pré-esforço 
adicional; 
xOs tabuleiros metálicos podem ser reforçados através da substituição dos elementos mais 
fracos da estrutura, aumento da rigidez de partes da estrutura insuficientes do ponto de 
vista da flambeamento e através da aplicação de elementos suplementares; 
xOs muros e encontros podem ser reforçados por ancoragens ao terreno, injecção de solos, 
e transferência de cargas para micro-estacas; 
xExecução de reforços em betão envolvendo as fundações existentes, ou de ensecadeiras, 
para proteger e aumentar o encastramento das fundações em zona aquática; as zonas na 
proximidade  destas  fundações  podem  ser  protegidas  e  estabilizadas  por  enrocamentos, 
gabiões ou colchões drenantes. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
$
4.3.1. O Alargamento da Ponte sobre o rio Ferreira 
 
 
 
Figura 4.5 - Ponte antiga sobre o Rio Ferreira, após o alargamento (Via Descendente

 
Trata-se  de  uma  ponte  situada  ao  km  18,000  da  Linha  do  Douro,  (figura  4.5),  constituída  por 
encontros em alvenaria de pedra, cada um com dois arcos e extensão de 36 m e um tabuleiro 
central metálico, (vão de 30,47 m), tipo “viga rótula” com 3,010 m de altura, construída em 1925, 
tendo sido objecto de reforço estrutural em 1967. Em planta a ponte está inserida num traçado 
curvo, e em perfil contém uma curva côncava (figura 4.6). 
 
 
Figura 4.6 - Projecto de alagamento da Ponte sobre o rio Ferreira 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Em 1999, no âmbito do empreendimento de duplicação e electrificação do troço Valongo – Cete, da 
Linha do Douro, esta ponte foi objecto de alargamento, tendo em vista a sua adaptação ao perfil de 
via regulamentar, com a largura de 4,30 m para a composição ferroviária e passeios laterais de 
1,20 m. 
 
 A partir de 1999, deixou de ser via única, passando a funcionar apenas como via descendente, 
dado que foi construída uma nova ponte para servir a via ascendente. 
 
Foi efectuado um estudo geotécnico na zona da Ponte, tendo sido realizada uma campanha de 
sondagem  à  rotação,  ensaios  de  penetrómetro  dinâmico  ligeiro  (PDL)  e  ainda  de  prospecção 
sísmica.  
 
O ensaio de prospecção sísmica confirmou a existência do maciço de fundação e a inexistência de 
grutas  que  eventualmente  pudessem  ter  resultado  da exploração  da  pedreira  que  existiu  na 
proximidade da zona da obra e que poderiam pôr em causa a segurança dos montantes da obra. 
 
Foi  verificada  a  capacidade  resistente  da  obra  à  nova  velocidade  de  circulação,  tendo  sido 
consideradas as cargas regulamentares preconizadas pelo RSA e algumas das prescrições da UIC. 
 
4.3.1.1. Concepção das estruturas 
 
O alargamento dos passeios na zona dos arcos de alvenaria, foi realizado com um tabuleiro em laje 
vigada, com lajes em consola constituindo passeios.  
 
O novo tabuleiro foi ligado aos tímpanos dos arcos através de ferrolhos (2 diâmetros de 20 mm, 
com 1,00 m espaçados de 0,50 m), selados na com argamassa epoxídica na alvenaria (figura 4.7). 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
 
Figura 4.7 -  Corte esquemático do novo tabuleiro em betão armado na zona dos arcos de alvenaria 
Na zona da treliça metálica, (figura 4.8), foram aproveitados os elementos existentes, tendo sido 
introduzidos novos elementos em aço, Fe 360, para materializar o novos passeios, com a largura de 
1,70 m, em lugar dos antigos estreitos passadiços.   
 
 
Figura 4.8 - Alargamento dos passeios no tabuleiro metálico 
4.3.1.2. Critérios de dimensionamento 
 
As estruturas de betão armado foram verificadas aos Estados Limites Últimos e de Utilização, de 
acordo com o REBAP. 
 
Os novos elementos em aço foram verificados aos Estados Limites Últimos de tracção, compressão 
e encurvadura, de acordo com o Eurocódigo 3. 

 
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&
O tabuleiro metálico existente foi verificado aos Estados Limites Últimos de Tracção, compressão, 
encurvadura,  flexão  e  instabilidade  por  flexão  e  torção  e  à  fadiga  de  acordo  com  Eurocódigo  3. 
Todas as ligações foram verificadas ao corte simples ou múltiplo. As ligações pré-esforçadas foram 
também verificadas ao arrancamento. 
4.3.1.3. Impermeabilização e drenagem 
 
A impermeabilização do tabuleiro foi realizada em três camadas de acordo com seguinte esquema: 
xEmulsão betuminosa; 
xTela asfáltica armada colada a quente; 
xBetuminoso com 30 mm de espessura. 
 
A  drenagem  dos  tabuleiros  de  betão  armado  foi  materializada  por  pendentes  transversais 
adequadas e drenos de manilha furada na direcção longitudinal e na zona de intradorso da curva.  
Esta manilha furada tem tubos de descarga, em PVC de diâmetro de 100 mm, que drenam as 
águas para o exterior. 
 
 As caixas existentes nos passeios têm pendente no fundo e estão ligadas ao dreno longitudinal por 
tubos em PVC de diâmetro 50 mm, espaçadas de 20 m. 
 
4.3.2. Estabilização e Recuperação de duas Passagens Superiores Rodoviárias 
        
 
 
Figura 4.9 –   Passagem superior ao km 9,078 da Linha 
de Leixões, antes da recuperação. 
Figura  4.10  -      Passagem  superior  ao  km  14,300  da 
Linha de Leixões, antes da recuperação 
Uma das passagens superiores situa-se ao km 9,078 da Linha de Leixões, (figura 4.9) que é uma 
via  férrea  dedicada  apenas  a  tráfego  de  mercadorias, que  foi  objecto  entre  1995  e  1997  de 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
trabalhos  de  renovação  integral  da  via  (substituição  de  carris  e  travessas),  e  de  obras  de 
melhoramento de drenagem da plataforma da via, de estabilização de taludes e de electrificação da 
via.   
   
Figura 4.11 -  P.S. km 9.300 da Linha de Leixões 
Armaduras  a  descoberto,  com 
corrosão em viga e pilar. 
 
Figura 4.12 – Idem, num pilar. 
 
 
Trata-se de uma obra de arte de três vãos, em laje vigada, pilares em betão armado e encontros em 
alvenaria  de  granito.  As  vigas  (figura  4.11),  apresentavam  algumas  zonas  com  delaminação  do 
betão, em consequência  da expansão das armaduras, num processo de oxidação antigo, que foi 
agravado pelo escorrimento das águas pluviais e também pelos compostos sulfurosos dos fumos 
das locomotivas de tracção a vapor.      
                    
 
Figura 4.13  –    P.S. ao km 14,300 da Linha de Leixões. 
Armaduras de viga com corrosão.
Figura 4.14 – Idem 
 

 
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(
A outra obra de arte localizada ao km 14,300, (figura 4.10), com um único vão, tem um tabuleiro 
em laje vigada e encontros em alvenaria aparelhada de granito. Algumas das vigas (figuras 4.13 e 
4.14), apresentavam também delaminação do betão e exposição parcial de armaduras. 
 
Na execução do trabalho foi seguida a seguinte metodologia: 
 
xMontagem de andaime; 
xLevantamento da localização e identificação das zonas a reparar; 
xSaneamento dessas zonas através de demolição e posterior remoção, do betão deteriorado; 
xLimpeza das armaduras e da superfície do betão com jacto de areia húmida; 
xSubstituição  das  armaduras  que  apresentem  grau  elevado  de  corrosão.  Os  estribos  a 
substituir serão empalmados nas faces visíveis das vigas; 
xBarramento  das  armaduras  e  da  superfície  de  betão  que  funcionará  como  inibidor  de 
corrosão e como aditivo de colagem do betão. Foi utilizado o “Monotop 610” da SIKA, que 
para além do referido provoca um efeito de barreira contra a penetração da água e dos 
cloretos; 
xProjecção  de  betão  aditivado,  numa  espessura  média  de  6  cm.  O  aditivo  utilizado  foi  o 
Sikacrete  P,  também  da  SIKA.  É  um  aditivo  mineral  que  associa  sílica  de  fumo  a 
superplastificantes e causa menor perda de ligante na projecção do betão, conferindo um 
carácter isolante ao mesmo; 
 
A execução de instalações de tracção fixa nesta linha, em que a maior parte das obras de arte com 
várias  décadas  de  idade,  não  tinham  altura  útil  necessária  para  essa  instalação,  obrigou  ao 
rebaixamento  da  plataforma,  atingindo  um  máximo  de  1,00  m.  Aproveitando  o  facto  dessa 
plataforma ter espaço para duas vias, esses trabalhos de rebaixamento foram realizados em duas 
fases, para não interromper a circulação ferroviária.  
 
Numa primeira fase foi realizada a escavação da zona livre da plataforma. e em sequência instalada 
uma via férrea provisória, por onde se passaram a fazer os movimentos de comboios. Em segunda 
fase procedeu-se à retirada da via existente, escavação e colocação do novo balastro, travessas e 
carris.  
 

 
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Figura  4.15  -      P.S.  ao  km  9,078  da  Linha  de  Leixões, 
durante os trabalhos de reabilitação 
 
Figura 4.16 – Idem 
 
Aproveitando este faseamento dos trabalhos ferroviários, a execução dos trabalhos de reabilitação 
foi também realizada em duas fases, sendo executada em cada fase o tratamento completo de 
metade da obra de arte. A obra foi executada por uma única equipa e teve uma duração global de 
12 semanas, ou seja “cada metade” da obra teve uma duração de 3 semanas. 
Figura 4.17 – Passagem superior rodoviária ao km 14,300 
da Linha de Leixões, durante os trabalhos de 
reabilitação 
Figura  4.18  -      Passagem  superior  rodoviária  ao  km 
14,300 da Linha de Leixões – 2 ª fase 
dos trabalhos de reabilitação 
 
Dado que o rebaixamento da via, implicou a escavação junto à fundação, cerca de 1,00 m abaixo 
do nível existente, dos muros de testa no caso da PSR ao km 14,300, ou da sapata corrida dos 
pilares, no caso da PSR ao km 9,078, foi necessário proceder ao recalçamento dessas fundações. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

 
Figura 4.19 –  Desenho de pormenor da Protecção das sapatas das Passagens Superiores (Projecto do Gabinete de 
Estudos e Geotecnia, Lda.) 
 
Foi executada, uma malha de pregagens, tipo Dywidag R25N, com protecção contra a corrosão, 
com  comprimento  médio  de  3,0  m,  e  inclinação  de  15º,  constituindo  duas  linhas  afastadas  na 
horizontal de 1,5 m, seladas com calda de cimento. Contra esses muros de alvenaria ou de betão, 
foi betonado um murete com cerca de 0,20 m de espessura, que constitui um dos lados da valeta 
de drenagem da plataforma da via, (figura 4.19).  
 
   
Figura 4.20 – P.S. ao km 9.078 da Linha de Leixões. 
Obra já reabilitada

Figura 4.21 – P.S. ao km 14.300.Obra já reabilitada. 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

4.3.3 - Beneficiação do Viaduto do Rego Lameiro  
 
 
Figura 4.22 – Corte Longitudinal do Antigo Viaduto Rego Lameiro, ao km 0,489 da Linha do Minho (Desenho elaborado 
com base no projecto original) 
 
Trata-se de dois viadutos em alvenaria aparelhada de granito, com cinco arcos, encostados um ao 
outro, aparentando ser uma única obra e situação ao km 0,489 da Linha do Minho, na proximidade 
da Estação de Campanha, (figuras 4.22 e 4.23). 
 
 
Figura 4.23 – Alçado Sul do Viaduto do Rego Lameiro já com o novo viaduto em betão armado (Projecto do Professor 
Edgar Cardoso) 
A construção da Ponte S. João, implicou relativamente aos acessos do lado do Porto a construção 
de  um  viaduto  paralelo  e  também  encostado  a  essas  estruturas  antigas,  por  forma  a  permitir 
através de aparelhos de mudança de via, a ligação ferroviária entre a nova via dupla entre Porto e 
Gaia e a Linha do Minho, no troço Estação de S. Bento/Estação de Campanha. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

 
Figura 4.24 – Construção do novo viaduto em betão armado pré-esforçado 
O facto desse viaduto de alvenaria receber no seu alçado sul a estrutura do novo viaduto, (figura 
4.24) ou seja a laje resistente, a cota mais elevada e ainda uma das fiadas de pilares de betão 
armado  que  ficam  encostados  às  nascenças  dos  arcos,  fez  com  que  o  mesmo  tivesse  que  ser 
objecto de obras de reabilitação e beneficiação. 
   
Figura  4.25–  Andaime  de  inspecção  ao  viaduto  do  Rego 
Lameiro.  Inicio  da  construção  do  novo 
viaduto 
 
Figura 4.26–   Aspecto do viaduto do Rego Lameiro,  
antes dos trabalhos de beneficiação 
 
Na  posse  dos  desenhos  existentes  do  projecto  destes  dois  viadutos,  a  fiscalização  do 
empreendimento da Ponte S. João e Acessos, fez um levantamento da geometria destas obras e da 
localização  e  identificação  das  patologias,  (figura  4.27)  tendo  para  o  efeito  sido  montado  um 
andaime para inspecção (figura 4.25). 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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Figura  4.27  –    Desenho  de  levantamento  das  patologias 
existentes  nos  viadutos.  A  junta  entre  as 
duas obras, neste pilar atingia no fecho 4 
cm de abertura

Figura  4.28  –      Aspecto  das  alvenarias  dos  viadutos 
antes das obras de beneficiação. 
 
 
Foram  levadas  a  efeito  também  inspecções  visuais  que  permitiram  verificar  nomeadamente  a 
existência de uma junta entre as duas obras, que cresce de baixo para cima atingindo no fecho 2 a 
4 cm de abertura, confirmando que as duas obras “desencostaram”, sinal de que as fundações 
sofreram pequenos assentamentos.  
 
Verificou-se  também  que  as  juntas  entre  as  pedras  estavam  mal  preenchidas  de  argamassa, 
aparecendo  no  seu  interior  até  lascas  de  lousa.  As  superfícies  dos  tímpanos  das  abóbadas  de 
alvenaria encontravam-se desligadas destas e até levantadas em extensas zonas cerca de 1 cm. 
Esta  patologia  era  uma  consequência  das  forças  geradas  nessas  juntas  ao  longo  do  tempo, 
provocadas pelas raízes de arbustos que aí se foram desenvolvendo. 
 
Tendo por base esse levantamento e as inspecções visuais efectuadas pela equipa projectista, foi 
elaborado o projecto de reforço e beneficiação (
Cardoso, Edgar,1986), que teve em consideração as 
novas condições de utilização do viaduto, devido às maiores cargas permanentes, em consequência 
do aumento da altura da rasante e às novas sobrecargas ferroviárias, superiores às que tinham sido 
consideradas aquando da sua construção, um século atrás. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Este  projecto  contemplou  não  só  o  reforço  das  fundações  mas,  também  a  beneficiação  da 
superestrutura, bem como o alargamento da plataforma através da construção de uma laje sobre os 
mesmos. 
 
Foram desenvolvidos sequencialmente os seguintes trabalhos: 
 
xAbertura de poços para reforço das fundações dos pilares e dos encontros; 
 
xEnchimento de poços de fundação com betão B225, ligeiramente armado, encastrados no 
bed-rock,  em  degraus  no  caso  de  a  rocha  se  apresentar  inclinada  na  zona  de 
encastramento da rocha; 
 
xExecução de cintagens de betão armado (B300) ao nível dos embasamentos dos pilares e 
das  nascenças  das  abóbadas,  bem  como  cintagens  em  U  aos  mesmos  níveis,  nos 
encontros,  de  modo  a  unir  e  travar  as  estruturas  dos  dois  viadutos.  Previamente  à 
betonagem, as superfícies de alvenaria foram limpas e saneadas e as juntas alegradas e 
refechadas (figuras 4.29 e 4.30); 
 
   
Figura  4.29  –    Execução  dos  trabalhos  de  embasamento  dos 
pilares dos viadutos 
Figura 4.30 –   Pilar do viaduto após a execução 
dos trabalhos de reforço 
     
xExecução  de  pilares  de  betão  armado  na  continuação  do  reforço  das  fundações  e  dos 
embasamentos dos pilares e dos encontros, devidamente “pregados” às alvenarias; 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
xExecução de dormentes de betão armado, ao longo do coroamento dos muros tímpano e de 
avenida, para apoio da estrutura do novo viaduto em betão armado e para apoio da consola 
de alargamento do lado oposto; 
 
xExecução de uma consola de betão armado, ao longo do muro de tímpano e dos muros de 
avenida da face norte, para alargamento da plataforma, de modo a conter o canalete de 
infraestruturas de sinalização e telecomunicações e o passeio de serviço; 
 
xAlegramento das juntas de alvenaria aparelhadas, (figura 4.31), na profundidade de 0.10 
m, em todas as superfícies vistas dos pilares e dos encontros e seu refechamento com 
argamassa de 600 kg de cimento, por m³ de areia, com excepção das juntas horizontais de 
intradorso das abóbadas e da junta na ligação dos tímpanos ao extradorso das abóbadas; 
 
 
Figura 4.31 – Desenho de pormenor do tratamento das juntas da alvenaria 
 
xExecução de atirantamento das abóbadas pelo seu intradorso consistindo na introdução em 
cada  junta  horizontal  (equidistantes  cerca  de  0,40  m)  de  3
R12  de  aço  A  400  N. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
&
Previamente  as  juntas  foram  alegradas  na  espessura  de  cerca  de  20  mm  e  na 
profundidade de 0,10 m. As juntas foram alegradas, lavadas parcialmente e refechadas na 
profundidade  de  3  a  5  cm,  sendo  posteriormente  colocados  os  varões,  que  foram 
previamente  pintados  com  resina  epóxica,  sendo  acabadas  de  refechar  e  atacadas  com 
argamassa de 1000 kg de cimento por m³ de areia; 
 
 
Figura 4.32 – Desenho de pormenor de tratamento da juntas entre os tímpano e a abóbada 
 
xAlegramento  da  junta  entre  a  parede  dos  tímpanos  e  o  extradorso  das  abóbadas  na 
profundidade correspondente ao vazio e num mínimo de 0,30 m, seguindo-se a lavagem, 
refechamento e atacamento com argamassa de 1000 kg de cimento por m³ de areia. Os 
alegramentos, refechamentos e atacamentos eram feitos por trechos da ordem de 1,00 m, 
distanciados também no mínimo de 1,00 m. Só se procedia ao trabalho entre os trechos 
executados depois destes já terem a argamssa dura; 
 
xAlegramento,  refechamento  e  atacamento  da  junta  entre  os  dois  viadutos.  A  junta  era 
alegrada na sua maior profundidade possível, não inferior á altura das aduelas, cerca de 
0,65  m.  Após  a  mesma  ser  alegrada  e  saneada  era  pintada com  resina  epóxica, 
imediatamente  antes  do  seu  refechamento  e  atacamento,  executados  por  trechos  em 
altura. Este refechamento era realizado por injecção; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
 
 
Figura 4.33 – Pormenor da ligação do novo viaduto de betão armado, ao viaduto de alvenaria 
xExecução do apoio da laje do novo viaduto no dormente da face sul, (figura 4.33), sobre 
uma chapa de chumbo ao longo de todo o comprimento, com uma espessura de 20 mm 
por 70 m de largura, com aglomerado de cortiça. O apoio foi travado com 5 
R 32 sobre 
cada reforço vertical; 
 
xSuspensão  das  vias  existentes  utilizando  pontaletes de  sustentação  de  betão,  colocados 
entre travessas, com a secção de 0.25 x 0.50 e altura de 0.75 m para ter em consideração 
o alteamento definitivo final. 
 
xExecução  de  laje  tirante  entre  dormentes  dos  viadutos,  em  betão  armado  sobre  um 
massame que serve de molde fundo, executado sobre o próprio balastro.  
 
xCriação de pendentes adequadas sobre a laje – tirante, utilizando argamassa de cimento e 
areia, e introdução de tubagem de drenagem e respectivos  ralos. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
xColocação de novas travessas, de balastro e de novas fixações dos carris; 
 
xLevantamento  das  vias  e  ripagens  necessárias  para  materializar  o  traçado  definitivo  em 
planimetria e altimetria; 
 
xInstalação dos novos postes de catenária e retirada dos existentes; 
 
xInstalação de nova guarda do lado norte, metálica do mesmo tipo da instalada no novo 
viaduto; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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5. ANÁLISE DE CUSTOS AO LONGO DO CICLO DE VIDA 
5.1. Introdução 
Enquanto os princípios básicos da análise de custos ao longo do ciclo de vida foram desenvolvidos 
durante mais de 100 anos, a utilização sistemática de uma abordagem da análise dos custos de 
ciclo de vida de pontes, pavimentos e pontes, apareceu nos Estados Unidos da América apenas nos 
últimos 30 anos. 
 
Nos Estados Unidos, a lei referente à eficiência dos transportes intermodais de superfície, de 1991,  
(Intermodal Surface Transportation Efficiency Act of 1991 (ISTEA)) exige que sejam considerados os 
custos do ciclo de vida na elaboração dos projectos de pontes, túneis e pavimentos. 
 
Embora a análise benefício - custo seja ainda excepção na maioria dos projectos de pontes nos 
USA, o uso da análise de ciclo de vida e de comparação benefício - custo é encorajada, sobretudo 
nos grandes projectos.  
 
Actualmente  a  administração  federal  norte  americana  das  auto estradas,  FHWA,  exige  que  seja 
considerada  a  análise  de  ciclo  de  vida,  no  caso  de estudos  pedidos  pelo  Congresso  dos  USA, 
geralmente quando se pretende definir “corredores” para auto-estradas que têm pontes. 
 
Entende-se  que  vida  útil  é  o  período  de  tempo,  no  qual  a  estrutura  tem  condições  para 
desempenhar as funções para as quais foi projectada. 
 
Nas estruturas de betão estrutural, no caso da deterioração das estruturas por corrosão, podem-se 
distinguir três períodos de tempo: 
 
xA  vida  útil  de  projecto,  que  é  o  período  de  tempo  que  vai  até  à  despassivação  das 
armaduras; 
xA  Vida  útil  de  serviço  ou  de  utilização,  que  é  o  período  de  tempo  que  vai  até  ao 
momento em que aparecem manchas na superfície do betão, ou ocorrem fissuras no betão 
de recobrimento, ou ainda quando há destacamento do betão de recobrimento; 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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xVida útil última ou total, que é o período de tempo que vai até à ruptura e colapso 
parcial ou total da estrutura, correspondendo ao período de tempo em que há uma redução 
significativa  da  secção  resistente  da  armadura  ou  uma  perda  da  aderência 
armadura/betão.  
 
As pontes são investimentos de longo prazo, as obras de arte são dimensionadas para uma vida útil 
de pelo menos 50 anos, sendo cada vez mais frequente a consideração de 75 anos. Em França 
admite-se  que  o  tempo  de  vida  útil  de  uma  ponte  seja  de  100  anos.  Na  Grã-bretanha  fixam-se 
prazos de duração de 120 anos.  
 
No caso de pontes de grande envergadura, é cada mais frequente exigir períodos de vida útil de 
100, 120 ou 150 anos, pelo que os custos da manutenção de rotina e periódica, de reabilitação e 
de substituição adquirem cada vez maior importância no contexto das decisões de investimentos 
nestas infra estruturas. 
 
Segundo 
(NCHRP, 2003), o custo do ciclo de vida pode ser expresso pela seguinte expressão: 
 
CCV = CP + CC + CM + CR + CU + CRS 
 
Em que      
  CCV = Custo de Ciclo de Vida, 
  CP = Custo de Projecto, 
  CM = Custo de Construção, 
  CR = Custo de Reabilitação, 
  CU = Custo de uso  
  CRS= Custo residual 
 
A  análise  de  custos  de  ciclo  de  vida  é  usada  para  optimização  temporal  das  intervenções  nas 
pontes,  e  segundo 
Mohammadi et al. citado  em (NCHRP, 2003)  um  único  parâmetro  pode  ser 
usado para quantificar o respectivo processo de decisão, IV, índice de valor da ponte: 
 
IV = F (a,c,t) 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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Em que  
IV = Índice do valor da ponte, 
F = Função objectivo,  
a = valor da avaliação da ponte em termos de estado de conservação, 
c = custos, 
t = tempo de vida útil esperado para a ponte. 
 
A forma proposta para F é: 
 
IV = a *t/c = A
s /c 
 
Em que A
s = Área sob a curva de deterioração da ponte 
 
5.2. Aspectos que condicionam a análise de custos ao longo do ciclo de vida da ponte 
Para conduzir uma análise de custos ao longo do ciclo de vida, torna-se necessário ter experiência 
profissional  de  utilização  de  princípios  económicos,  estar  familiarizado  com  as  técnicas  de 
reparação de pontes e com os respectivos custos, ter acesso a uma base de dados de preços, 
conhecer  as  alternativas  mais  prováveis  que  podem  ser  seguidas  no  desenvolvimento  das 
reparações e ter um bom conhecimento do comportamento da ponte ao longo do seu tempo de 
vida útil. 
 
Os custos a realizar no futuro são expressos no valor equivalente actual, ou no custo anual uniforme 
equivalente, usando formulas de juros compostos. 
 
O valor do factor do pagamento simples actual (FSPP) para uma taxa de desconto i, referente a um 
pagamento a ocorrer no ano n, é dado pela seguinte expressão: 
                
 
FSPP
n = 1 / (1+i)
n            
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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Este factor aplica-se por exemplo na conversão do capital a investir na reabilitação e substituição de 
uma obra no futuro, mas em valores actuais. 
 
Para ter em atenção a taxa de inflação, a taxa de desconto deve ser calculada utilizando a seguinte 
expressão: 
 
i

= (1+ i)(1 + q)/(1+f) 
 
Em que i
*  = Verdadeira taxa de desconto que incorpora o efeito da inflação, 
  I = Taxa de desconto corrente, 
  q = taxa de crescimento de financiamento, 
  f = taxa esperada de inflação. 
 
Se a taxa esperada de financiamento for igual à taxa de inflação, a taxa de desconto vem igual à 
taxa de desconto corrente. 
 
As metodologias de análise incorporam incertezas, que estão relacionadas com a variação tanto dos 
próprios custos de reparação, como da altura  em que estes vão ocorrer ao longo do tempo de 
análise. Esta incerteza também se verifica quando se aplicam novos materiais, cujo comportamento 
ao longo do tempo ainda não é conhecido, mas que se pode fazer reflectir na análise através da 
admissão  de  um  maior  grau  de  incerteza  tanto  no  seu custo,  como  no  próprio  tempo  de 
durabilidade admitido para esse material. 
 
Os resultados da análise de custos ao longo do ciclo de vida são fortemente influenciados pela taxa 
de  desconto  que  for  considerada  para  o  período  em  análise,  pela  localização  nesse  período  de 
tempo de qualquer acção que vai ter lugar (reparação, reabilitação ou substituição) e pelo respectivo 
custo que lhe está associado. 
5.3 – Os custos das obras objecto de estudo 
 
A  maioria  das  obras  analisadas  faziam  parte  de  projectos  globais  e  de  empreitadas  de 
modernização de troços de via, em que as obras de arte representavam uma pequena parte da 
respectiva empreitada e da qual faziam parte também trabalhos de via, (especialidade com maior 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
$ $
peso no contexto global), de execução de estruturas de suporte de terras, construção de estações e 
apeadeiros e trabalhos de catenária. 
 
Com excepção das empreitadas mais recentes, caso da empreitada entre Lordelo e Guimarães na 
Linha  de  Guimarães  e  o  Ramal  de  Braga,  em  que  a  proposta  do  custo  de  projecto  dessas 
empreitadas, já apresentava o custo de projecto para cada obra de arte prevista, o custo do projecto 
era global, não estava discriminado por obra de arte.   
 
Em relação aos custos da fiscalização, contratadas globalmente para toda a empreitada, também 
não foram apresentados custos isolados para as obras de arte. 
 
Nestes casos o custo que imputamos ao projecto de uma dada obra de arte reflectiu a relação entre 
o custo total da empreitada e o custo total do projecto. O mesmo procedimento utilizamos quanto 
ao custo da fiscalização que reflectiu também a relação entre o custo total da empreitada e o custo 
total da fiscalização de todo o empreendimento.  
 
Em uma das empreitadas, referente ao troço entre Lousado e Nine, na Linha do Minho, o mapa de 
trabalhos  não  contemplava  uma  listagem  de  trabalhos e  quantidades  para  cada  obra  de  arte, 
prevista construir nesse troço. Estavam agrupadas globalmente por natureza de atravessamento, 
enquanto num capítulo estavam considerados todos os trabalhos necessários à construção de todas 
as passagens inferiores e, noutro capítulo foram considerados os respectivos trabalhos necessários 
para a construção das passagens superiores. 
 
Em  relação  a  este  último  caso,  os  custos  imputados a  cada  obra  de  arte,  foram  determinados 
proporcionalmente à área de tabuleiro da respectiva obra de arte. 
 
Há também o caso de algumas obras que foram executadas autonomamente, fora das referidas 
empreitadas gerais, em que a fiscalização não foi contratada no exterior, tendo sido assegurada por 
técnicos do próprio dono de obra. Adoptamos como critério para determinar o respectivo custo da 
fiscalização, a assunção de uma percentagem do custo da empreitada semelhante à que resultou 
da empreitada geral que teve lugar no respectivo troço de via. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
$
5.4. Comparação de custos do mesmo tipo de obra, a preços actuais 
Ao compararmos custos do mesmo tipo de obra temos que ter em atenção não só os parâmetros, 
que  permitem  distinguir  as  obras  entre  si,  nomeadamente,  o  seu  comprimento  e  a  área  de 
tabuleiro, mas também as condições em que a mesma foi construída. Ou seja é diferente se a obra 
foi executada, com a via ou vias totalmente fora de serviço, ou se pelo contrário foi executada com a 
linha em exploração, dado que neste caso, os processos construtivos são outros e os custos são 
superiores. 
 
5.4.1. Passagens Inferiores  
 
Em relação aos custos com as passagens inferiores rodoviárias construídas no ramal de Braga, 
apresentamos a tabela nº 5.1. Estas obras foram construídas no âmbito de duas empreitadas, que 
decorreram  simultaneamente,  com  dois  empreiteiros  diferentes,  tendo  as  sete  primeiras  sido 
construídas no troço entre Nine e Tadim, e a PI 8, no troço entre Tadim e Braga. O projectista da   
PI 8 também não é o mesmo das restantes, o mesmo se passando com a fiscalização, que foi 
assegurada por empresas diferentes. 
 
Tabela 5.1 - Custos à data da conclusão, das Passagens Inferiores Rodoviárias construídas no Ramal de Braga 
S T U V W X Y Z
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[ U S \ ]
W X Y Z
S
[ U ^ _ ]
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W X Y Z
S U ^ V a
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[ c l m ] m n o p q q r l s l ] t o q p q s r u t o ] o l o p q m r m n p s s v l l ] q t s p u n r u w w ] m m m p t u r l m p t q l n t l x ] n s t p u m r l ] t o w p w x r
[ c u m ] m n o p q q r n o q ] m o s p n l r n n n ] x o t p t u r y q p l o v m q ] n n m p m o r o t m ] l s s p n l r l m p s m m w s p m s t ] n q o p u l r u ] q m s p s m r
[ c t m ] m n o p q q r t u x ] o m x p m l r t m s ] s w w p o q r w p x q v l w ] o m s p l x r t s x ] q o l p q x r l t p q w l t o p o u n ] l u o p w n r u ] s u t p o w r
[ c m m ] m n o p q q r l o o ] x s s p m t r u u u ] u x s p w m r l l p u x v l q ] u u m p x u r u t s ] o o q p u s r l t p x x l x x p s l x ] u l q p s u r l ] t t m p l q r
[ c w m ] m n o p q q r m l n ] n t o p t l r t o t ] o s o p q n r y w p o m v l n ] l u u p w n r m l s ] w n q p s s r l s p q q u s q p q q u s ] q t s p u o r l ] s q u p u t r
[ c s m ] m n o p q q r u l w ] n o m p t t r u l x ] n l t p s s r q p n o v l q ] q l o p m t r u t u ] t u u p q o r l l p q q l m q p n q u l ] l u q p l o r l ] s w q p q l r
[ c x m ] m n o p q q r t l t ] o n o p t u r m m w ] l n s p x w r m l p x n v u q ] m x n p w o r m x q ] l w m p t m r l m p w s u l m t u ] u o q p n u r u ] l o s p s x r
[ c n m ] u t o p x n r u l m ] s s l p n l r m w o ] o o o p t n r l l m p u o v u q ] u t o p o x r m n m ] m x o p l t r l m p o l o u p u t u ] w l w p t n r u ] w u q p x q r
z {
b
c V m ] m w x p n w r t m u ] n x t p l o r m q l ] n u s p x l r u x p q s v l n ] t s o p q t r m u m ] s w t p w o r l m p q t u u q p w l u o ] n x l p o u r l ] o u l p u m r
 
Verifica-se que os custos unitários/m de vão, bem como os custos unitários/m ² de tabuleiro, para 
passagens  inferiores  com  vãos  e  áreas  de  tabuleiros  semelhantes,  não  variam  muito  face  aos 
valores médios encontrados. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
$ %
Apresenta-se  na  tabela  5.2,  os  custos  referentes  às  passagens  inferiores  agrícolas,  que  foram 
construídas também no Ramal de Braga. Apenas a que está referenciada como PIA, foi construída 
no âmbito da empreitada de Remodelação da Estação de Nine, enquanto que as três restantes 
foram executadas na empreitada do troço Nine – Tadim, com outro empreiteiro e outra fiscalização.  
 
Tabela 5.2 – Custos, à data da conclusão, das Passagens Inferiores Agrícolas construídas no ramal de Braga 
 
OBRA  CUSTO PROJ. 
CUSTO 
PREV.CONST. 
CUSTO REAL 
CONST. 
DESVIO 
CUST.CT 
CUSTO FISC. 
CUST.REAL 
TOTAL 
VÃO 
(m) 
ÁREA 
TAB. 
(m) 
CUST. 
UNIT/m² de 
VÃO 
CUSTO 
UNIT/m² 
TABULEIRO 
[ c V l ] q q m p o x r l q w ] l u u p u u r u l w ] o q l p t s r l q w p t n v l w ] w q l p x u r u t u ] m q n p q w r l u p t q l m n p n l n ] n o m p o s r l ] w s l p w x r
[ c V l t ] o o q p t n r l t x ] w s n p o m r u s l ] u u t p m u r n o p n o v l u ] q l s p u n r u x x ] u t q p q n r n p m l q x p w t t ] q q t p w n r u ] w x n p m q r
[ c V u t ] o o q p t n r l l n ] w t m p u o r m q ] t m t p q m r y s w p o x v l ] n w w p x n r m s ] l n o p u q r n p m l q x p w w ] m o n p x l r m u o p w o r
[ c V t t ] o o q p t n r o l ] s t s p t w r l q s ] l o x p u s r l w p n o v m ] n n w p q x r l l w ] q x u p x l r n p m l q o p u l t ] s o o p l t r l ] q w t p x n r
z {
b
c V t ] u m m p q t r l l t ] u l w p m w r l w w ] o l s p u x r t x p x u v n ] w s m p x l r l s x ] x u w p q l r o p t n l l n p u x l x ] x x m p l q r l ] m q w p n t r
 
Os custos unitários nestas obras variam bastante, em função do tipo de fundações e da extensão 
dos muros ala. A PIA 1 tem muros ala com extensão superior às outras obras e fundações por 
estacas, o que faz elevar bastante os custos unitários.  
Na tabela 5.3 apresenta-se o custo das passagens inferiores construídas na empreitada do troço 
Valongo – Cete, com preços à data de conclusão dessas obras. 
 
Tabela 5.3 –   Custos, à data da conclusão, das Passagens inferiores rodoviárias construídas no troço Valongo – Cete  
Linha do Douro 
S T U V
W X Y Z
S
[ U S \ ]
W X Y Z
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[ U ^ _ ]
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S `
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]
W X Y Z
S U ^ V a
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[ c u s u o p l l r u m w ] q u n p l n r t l t ] w o x p u t r u x p o n v w ] t t l p l w r t l o ] w w x p m o r l t p q q u l l p l u m ] w n l p t w r l ] w l t p s t r
[ c t n m w p t s r l ] q w o ] n s m p o t r l ] q t l ] w x o p u w r y u p s x v l x ] w t s p n w r l ] q m o ] o s l p m s r l u p m q l s l p u n m ] s x m p t l r s ] w l t p m l r
[ c m n m w p t w r l n q ] s m w p x o r m t x ] o o x p n t r l m u p m s v x ] m m w p o s r m m s ] u n o p l m r s p l q l m m p t x t ] l s u p l w r t ] q o u p l m r
[ c s w u x p s q r s s l ] o n w p m x r l ] q u n ] o s q p o q r w w p m m v l x ] m o u p t t r l ] q m s ] o n q p n t r l q p q o l u n p o l q t ] x s m p u l r n ] l u u p m t r
z {
b
c V x t o p n s r m x x ] m o q p x w r s u o ] q u w p o o r t l p x m p v l q ] s o t p m m r s m q ] m w o p t q r l l p l t l s m p t o s u ] q s x p w t r m ] u t t p u x r
 
 
Na tabela 5.4, podem-se verificar os custos de todas as passagens inferiores agrícolas construídas 
no troço entre Valongo e Cete da Linha do Douro.  
 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
$ &
Tabela 5.4 –   Custos, à data da conclusão, das passagens inferiores agrícolas no troço Valongo – Cete da Linha do 
Douro 
 
S T U V
W X Y Z
S
[ U S \ ]
W X Y Z
S
[ U ^ _ ]
W
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W X Y Z
S U ^ V a
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[ c V u s u o p l l r w s ] u t q p x s r w m ] o m m p o w r y u p u o v o t m p q s r w s ] w q n p l u r s p n q n m p t u n ] t l q p q u r s x q p l s r
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[ c V m n m w p t w r m s ] n x s p o s r m s ] q x n p x w r y l p x q v x n t p t m r m x ] x q x p m m r s p n q n m p t u x ] q l w p n q r w s w p x o r
[ c V w w u x p s q r m s ] o q u p t u r m x ] s o w p t w r l p s o v n l q p n u r m o ] q t t p x x r s p u q x s p n n x ] o q n p s x r s t x p n q r
[ c V s u ] q w l p w w r s q ] w w m p q w r l x o ] l x t p m l r l o w p n o v t ] q m w p o w r l n m ] u x q p o l r s p q q x m p m t q ] x l l p n u r u ] m x s p x s r
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b
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Na tabela 5.5 apresenta-se os custos de algumas das passagens inferiores rodoviárias construídas 
nos troços Cete – Penafiel e Caíde – Penafiel da Linha do Douro. 
 
 
Tabela 5.5 –   Custos, à data da conclusão, de algumas das passagens inferiores rodoviárias construídas nos troços  
Cete – Penafiel e Penafiel – Caíde da Linha do Douro 
S T U V
W X Y Z
S
[ U S \ ]
W X Y Z
S
[ U ^ _ ]
W
S `
Y Z
]
W X Y Z
S U ^ V a
W
S `
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b
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W X Y Z
]
W Z
W X Y Z
S d c
Y W
]
W X Y Z
] U ^ V a
Z
S
Z
V a
_ e S
f g h
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U ^ V
Z
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W X Y Z
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X
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W X Y Z
S
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[ c u o ] u w x p m q r l t q ] x q w p o q r t m o ] t t w p o o r l s x p u x v u q ] l w s p s o r t x n ] x w q p q n r s p q m l m o p l s u ] x q s p o x r u ] w t o p x t r
[ c t u w ] q m n p u l r x u x ] m o m p x x r o m w ] u l w p w x r u o p o t v w m ] w t n p o t r l ] q u m ] n q u p x l r l l p q q l o w p m o t ] l s t p n n r w ] u m w p x l r
[ c m u q ] m m t p w x r w w n ] x w o p q q r x x l ] m w w p m u r t n p q x v m t ] o x u p o s r n t w ] n x l p o w r l l p m q l m u p t x t ] t u u p l q r w ] n x w p u w r
[ c s l t ] m t u p o n r l n q ] s m w p x o r w q s ] o q w p q s r l n q p s l v u n ] n o t p w o r w m o ] u t l p s t r l u p q q l m n p n m w ] x s o p t q r t ] s o l p q x r
[ c x l w ] m l l p o w r u t w ] x q l p w l r w n l ] w n t p l w r l m s p x w v t t ] l w q p u m r s t q ] l m w p t m r l u p n q l x u p t m o ] u t q p l q r t ] s w s p m l r
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b
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Comparando a tabela de custos das passagens inferiores rodoviárias construídas no troço Valongo –
Cete, que ficaram concluídas em 1999, com o mesmo tipo de obra, mas nos troços Cete – Penafiel 
e Penafiel – Caíde da mesma linha, concluídos em 2002, verifica-se um aumento nas  parcelas dos 
custos de projecto e da fiscalização, sendo mais evidente esta última.  
 
Dado  que  as  obras  do  Ramal  de  Braga  foram  construídas  com  interrupção  total  da  exploração 
ferroviária, enquanto que as obras da Linha do Douro, foram executadas com a exploração de uma 
via férrea única, considerou-se que teria interesse comparar entre si os custos das obras executadas 
nestas duas linhas. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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Deste  modo  os  custos  das  obras  do  ramal  de  Braga  e  das  obras  da  Linha  do  Douro,  foram 
actualizados  para  2007,  fazendo  reflectir  as  taxas de  inflação  sobre  o  período  que  vai  entre  a 
conclusão das obras e o corrente ano, de modo a poder comparar a preços actualizados os custos 
das respectivas obras. 
 
O gráfico da figura 5.1, demonstra que a execução de uma passagem inferior rodoviária para via 
dupla, com uma das vias em serviço, tem um custo unitário por m², que varia entre cerca de 2,2 a 
2,5 vezes mais o custo de uma obra construída num canal ferroviário sem exploração, como foi o 
caso do ramal de Braga. 
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Figura 5.1 – Comparação de custos de passagens inferiores rodoviárias, a preços actuais ¨
5.4.2. Passagens superiores 
 
Com  a  tabela  5.6,  apresenta-se  os  custos  com  a  construção  de  algumas  passagens  superiores 
rodoviárias no troço Penafiel – Caíde, da Linha do Douro. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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Tabela 5.6 –   Custos, à data da conclusão, de algumas das passagens superiores rodoviárias construídas no troço 
Penafiel – Caíde da Linha do Douro 
 
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Na tabela 5.7 apresenta-se os custos com a construção das passagens superiores rodoviárias do 
Ramal de Braga. 
 
Tabela 5.7 – Custos, à data da conclusão, das passagens superiores rodoviárias construídas no ramal de Braga 
 
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Procedeu-se a uma actualização dos custos das passagens superiores do troço Penafiel – Caíde da 
Linha do Douro e do mesmo tipo de obras do Ramal de Braga, de modo a comparar entre si o custo 
destas obras. 
 
Conforme se observa pela figura 5.2, também em relação às passagens superiores rodoviários, se 
verifica que para as obras do ramal de Braga, os custos unitários por m² de tabuleiro, são mais 
baixos, neste caso são cerca de 2,3 vezes inferiores ao custo de obras do mesmo tipo no troço 
Penafiel – Caíde da Linha do Douro. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

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Figura 5.2 – Comparação de custos de passagens superiores rodoviárias, a preços actuais 
 
5.4.3. Pontes e Viadutos 
 
Na tabela 5.8 apresentam-se os custos de algumas pontes e viadutos construídas para duas ou 
mais vias férreas. Em relação a este tipo de obras, destaca-se os valores reduzidos do desvio de 
custos reais de construção relativamente ao valor previsto, sendo nalguns casos até inferior ao valor 
previsto. 
 
Tabela 5.8 – Custos das pontes ou viadutos construídas para duas ou mais vias, a preços actuais 
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V.L. Minho (Viaduto ao km 35.740 da Linha do Minho), em via dupla 
P.L. Minho (Ponte sobre o Rio Este), situa-se à entrada da Estação de Nine e comporta cinco vias 
V.R. Braga (Viaduto ao km 43,336 do Ramal de Braga), em via dupla 
V.L. Guimarães (Viaduto ao km 55,303 da Linha de Guimarães, á entrada da Estação de Guimarães, com duas/três vias 
 
A ponte sobre o rio Este, na Linha do Minho, é uma ponte, com tabuleiro em laje maciça, embora 
com vãos muito curtos, (8 m, 14 m, 8 m) mas com um secção transversal muito larga (30,50 m), 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

que  comporta  cinco  vias,  o  que  explica  o  seu  custo  unitário  bastante  elevado  relativamente  às 
outras obras, conforme se observa na figura 5.3. 
 
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Figura 5.3 –   Comparação de custos de pontes ou viadutos construídos com duas ou mais vias ferroviárias, a preços  
actuais 
 
Na tabela 5.9 apresenta-se a estrutura de custos de várias viadutos e pontes de via única. Três 
destas obras foram construídas na Linha do Douro, (Viaduto de Cabeda, Ponte sobre o rio Ferreira, 
Ponte sobre o rio Sousa). A Ponte sobre o rio Ave foi construída na Linha do Minho  e a Ponte de 
Caniços e dois viadutos foram construídos na Linha de Guimarães. 
 
Tabela 5.9 – Custos de algumas pontes ou viadutos, construídas para uma única via, a preços actuais 
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Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

Na figura 5.4 comparam-se os custos unitários das pontes e viadutos de via única, atrás referidas. 
Refira-se o facto de em relação ao viaduto e pontes da Linha do Douro, os custos unitários por ml e 
por m² de tabuleiro serem muito semelhantes, embora as três obras tenham soluções estruturais 
diferentes. 
 
O Viaduto de Cabeda tem tabuleiro em laje vigada, (seis vãos que variam entre 24,6 m e 30,7 m).  
A  Ponte sobre o rio Ferreira, tem tabuleiro com uma nervura com vazamento (seis vãos variando 
entre 15 m  e 37 m) e a Ponte sobre o rio Sousa, (três vãos, os extremos com 17.05 m e o central 
com  17,5  m)  tem  tabuleiro  com  vigas  pré-fabricadas.  Estas  obras  foram  construídas  em 
empreitadas diferentes, com projectistas e empreiteiros diferentes. 
 
A  nova  ponte  sobre  o  rio  Ave,  com  tabuleiro  metálico  e  pilares  e  encontros  em  betão  armado 
apresenta os custos unitários mais elevados, destacando-se sobretudo o valor bastante alto do custo 
por metro linear de tabuleiro, o que se explica pelo facto de apresentar um vão central de 55 m, o 
mais elevado de todas os viadutos e pontes analisados. 
Figura 5.4 – Comparação de custos de pontes e viadutos, a preços actuais 
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Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

5.5. Acções necessárias ao prolongamento do ciclo de vida  
Há vários factores sobre os quais é possível intervir, no sentido de prolongar o tempo de vida útil de 
uma ponte, 
(Calgaro et Lacroix, 1997): 
 
xNatureza dos materiais; 
xQualidade dos materiais; 
xAumento da severidade dos Regulamentos de Cálculo; 
xDisposições construtivas; 
xQualidade de execução; 
xVigilância e manutenção. 
 
Em  relação  à  natureza  dos  materiais  as  pontes  em  betão  armado  pré-esforçado  são  as  mais 
vulneráveis, devido à maior sensibilidade do aço de pré-esforço à corrosão. 
 
No  que  respeita  à  qualidade  dos  betões,  a  utilização  de  betões de alto desempenho, permite a 
realização  de  betões  mais  compactos  e  menos  permeáveis,  factor  muito  importante  para  a 
durabilidade dos betões.  
 
A adição de sílica de fumo, no fabrico dos betões, para além do aumento da fluidez do betão na 
fase de aplicação, com razão agua - cimento mais reduzida que nos betões convencionais, permite 
devida à rápida reacção pozolânica, e ao efeito físico das partículas, que se alcancem rapidamente 
resistências mecânicas muito elevadas. Dependendo da percentagem de sílica de fumo, podem-se 
fabricar betões com resistências mecânicas até cerca de 100 Mpa, com muito ligeira redução da 
percentagem  de  cimento,  melhorando  bastante  a  qualidade  global,  embora  com  aumento  de 
custos. 
 
A utilização de cinzas volantes em substituição de cimento, no fabrico dos betões, permite pelo 
contrário  uma  redução  de  custos,  embora  com  o  inconveniente  de  se  obterem  resistências 
mecânicas superiores apenas nas idades mais avançadas, embora inferiores aos betões com sílica 
de fumo. Torna necessário em obra uma cura mais cuidada, havendo que ter cuidados especiais, 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
$
no caso de aplicação de pré-esforço, em que o período de tempo necessário para o betão adquirir 
as resistências mínimas necessárias a essa operação é superior ao de um betão convencional. 
 
Em relação ao aumento da severidade dos regulamentos de cálculo, a aplicação em Portugal dos 
eurocódigos, possibilita uma melhor adequação da obra às suas condições de serviço, embora  seja   
muito  importante  a  adopção  das  disposições  construtivas  que  os  mesmos  preconizam  e  o  bom 
senso recomenda. Especial atenção deve ser dada aos recobrimentos das armaduras, que devem 
ser aplicados em função das peças em causa e das condições ambientais. 
 
A qualidade de execução nas obras de betão estrutural está ligada nomeadamente à qualidade de 
preparação das superfícies das cofragens, da vibração, da cura do betão, da injecção das bainhas 
dos  cabos  de  pré-esforço,  da  aplicação  do  plano  de  pré-esforço,  ou  do  cumprimento  dos 
recobrimentos estabelecidos no projecto. A obrigatoriedade de apresentação de planos de gestão da 
qualidade, que proporcionam um melhor conhecimento e acompanhamento das várias fases de 
intervenção da obra, é uma grande melhoria no sentido do prolongamento da vida útil. 
 
Em relação à fiscalização a mesma deve ser exercida por técnicos habilitados e experientes, que 
sejam intervenientes activos, de uma forma constante e que façam o acompanhamento total da 
empreitada, no sentido do cumprimento, nomeadamente do projecto e do plano geral de qualidade, 
que deve ser uma peça dinâmica, actualizando-se face ao decorrer da obra.  
 
Quanto à manutenção, a mesma deve ter os meios humanos e técnicos necessários para assegurar 
a qualidade da obra ao longo da sua vida útil e poder programadamente levar a efeito acções de 
reparação e de substituição de elementos da obra de arte. Essa manutenção só pode ter lugar nas 
devidas condições se existirem orçamentos de despesas para cada obra, previstos atempadamente 
com o detalhe necessário.  
 
Actualmente a REFER, para qualquer nova construção, prevista no plano de investimentos, exige ao 
órgão gestor interno da mesma, o correspondente plano de investimentos em manutenção para 
essa obra, para os cinco anos sequentes à sua entrada em serviço. Visa-se assegurar a manutenção 
da obra no seu prazo de garantia, uma vez que a mesma só contempla a execução de trabalhos de 
reparação de defeitos de execução. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               

5.6.  A  utilização  da  análise  de  custos  de  ciclo  de  vida,  na  escolha  da  solução  de 
projecto  
 
A análise de custos de ciclo de vida de pontes, ACCVP, é utilizada tradicionalmente para comparar 
na  fase  de  ante-projecto  várias  opções,  no  que  se  refere  a  qualquer  componente  da  ponte,  por 
exemplo tipo de aparelhos de apoio ou juntas de dilatação, ou da própria solução geral de ponte, 
escolhendo por exemplo entre uma estrutura em betão armado pré-esforçado e uma solução em 
estrutura mista aço-betão. 
 
Nos USA, (
NCHRP, 2003), foi desenvolvida uma metodologia de análise do ciclo de custos da vida 
de pontes, para utilização por organismos responsáveis pela gestão de infra-estruturas rodoviárias, 
tendo sido implementado software específico para essa análise, que permite de facto estimar os 
custos de ciclo de vida, ensaiando várias soluções.   
 
É uma ferramenta que é utilizada na fase de ante-projecto de uma ponte, permitindo seleccionar a 
solução que deve ser desenvolvida em fase de projecto, por ser a que apresenta os custos totais 
mais  baixos,  considerando  toda  o  seu  ciclo  de  vida.  Embora  tenha  sido  desenvolvido  por  um 
organismo ligado a infra-estruturas rodoviárias é perfeitamente aplicável a pontes ferroviárias. 
 
Esta análise depende da estimativa de custos, do futuro comportamento das estruturas, da sua 
utilização  e  da  eventual  ocorrência  de  acções  tais  como  sismos,  vento  excepcional,  erosão  das 
fundações ou acções de acidente. 
 
Os custos considerados nesta análise, que são pagos pelas organizações governamentais ou pelos 
utilizadores  são  de  dois  tipos,  custos  de  rotina,  onde  se  incluem  por  exemplo  os  custos  de 
manutenção  e  de  reparação  e  custos  extraordinários.  Nestes  incluem-se  custos  para  cobrir 
reparações de danos provocados por uma explosão, por um sismo ou pela colisão de um veículo 
contra  a  ponte.  Embora  estes  acontecimentos  possam  ser  raros,  os  custos  inerentes  são  tão 
elevados  que  representam  um  factor  significativo  na ACCVP.  Ao  valor  esperado  destes  custos 
chamam-se “custos vulneráveis”, porque resultam da vulnerabilidade da ponte a esses eventos. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
Este modelo reconhece as incertezas da estimativa de custos e da sua ocorrência, pelo que esses 
parâmetros  são  representados  por  distribuições  de  probabilidade.  Este  software  utiliza  uma 
aproximação estocástica. 
 
A relação entre a condição dos componentes da ponte e o tempo são representados por modelos de 
deterioração, que prevêem o estado de conservação de um dado componente em função do seu 
uso ou utilização. O estado de conservação de um elemento ou da ponte é caracterizado como um 
conjunto distinto de possíveis estados e de possíveis transições de um estado para outro estado. 
 
A probabilidade de transição durante um período definido de tempo depende da antecipação das 
cargas, das condições ambientais, das acções de gestão e de outros factores que podem em certos 
casos ser estimados por modelos similares à decomposição convencional, de uso ou de fadiga. Por 
exemplo acções de reparação, podem provocar a transição para um estado de melhor condição. 
 
É  utilizado  o  processo  de  decisão  de  Markov,  na  estimativa  das  probabilidades  de  transição  de 
estado, assumindo que as probabilidades de transição são independentes do estado anterior do 
elemento. 
 
Em geral a ACCVP, pode considerar todos os diferentes elementos de uma ponte, com um nível 
elevado de detalhe, tais como fundações, pilares, vigas, tabuleiro, aparelhos de apoio, pavimento, 
sistemas de drenagem, juntas de dilatação, etc. Na prática este detalhe é dificultado pela falta de 
informação e de compreensão dos processos físicos e químicos associados à degradação desses 
elementos. 
 
Cada elemento considerado nesta análise é representado por um modelo de deterioração, em que a 
condição  do  elemento  é  função  do  tempo,  uso  e  acções  de  manutenção.  Alguns  analistas 
consideram como detalhe adequado, a consideração de apenas três elementos, a sub-estrutura, o 
tabuleiro e a super-estrutura. Geralmente os tipos de acções de manutenção considerados são a 
pintura, o revestimento do pavimento e as inspecções sub-aquáticas para verificação da erosão nas 
fundações. 
 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
&
6. CONCLUSÕES 
6.1 – Considerações finais 
A construção destas obras de arte teve lugar em um dos dois cenários seguintes: 
 
xVia férrea encerrada à exploração, com liberdade total para desenvolver os trabalhos de 
construção; 
 
xVia  férrea  em  exploração,  em  via  única.  Execução  de  trabalhos  para  instalação  de  via 
contígua  com  algumas  limitações  devido  à  proximidade  da  via  férrea  em  exploração. 
Intervenção directa na via em exploração, apenas em períodos de interdição nocturna de 
tráfego ferroviário. Há apenas possibilidade de intervenção na via férrea existente, quando 
há execução de variantes provisórias, ou quando há alteração de traçado. 
 
Com interrupção total de tráfego, ocorreram as obras na Linha de Guimarães em que foi substituída 
a  via  férrea  existente  em  bitola  estreita  pela  bitola  larga  (ibérica),  utilizada  em  Portugal  nos 
principais eixos ferroviários e o ramal de Braga, em que foi duplicada a via férrea existente. 
 
 No segundo caso encontravam-se as Linha do Douro e do Minho, que foram duplicadas, com estas 
vias em exploração. Apenas havia interrupções de tráfego, em período nocturno, para trabalhos que 
interferiam directamente sobre a via férrea em exploração. Com excepção do troço entre Ermesinde 
e  S.  Romão  da  Linha  do  Minho,  que  já  se  encontrava  electrificado,  estas  linhas  não  estavam 
electrificadas, o que a verificar-se se transformaria em mais um condicionamento, que tem reflexo 
acentuado no prazo de execução e nos respectivos custos.  
 
A presença de “Instalações Fixas de Catenária”, também conhecidas por “Catenária”, que na rede 
ferroviária nacional, funciona em corrente alternada de 25 KV, condiciona a execução de trabalhos 
na sua proximidade. É necessário manter uma distância de segurança de pelo menos 3,00 m a 
essas instalações, o que impede a execução com essas instalações em serviço, de alguns trabalhos 
com utilização de máquinas, empurrando-os para a sua execução em período nocturno.  
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
'
A  própria  realização  nocturna  de  trabalhos  em  vias  férreas  electrificadas,  torna  necessário  um 
acompanhamento por técnicos especializados de catenária, que para além de procederem ao corte 
de tensão, têm que estabelecer a ligação à terra dessas instalações, na proximidade da execução 
dos trabalhos.  
 
Por outro lado, estas interdições têm que ser programadas com uma antecedência mínima de três 
semanas, o que implica que o planeamento da obra seja bem controlado no sentido de evitar, que 
os trabalhos não sejam realizados por falta de programação atempada ou que interdições previstas 
tenham que ser anuladas por atrasos ocorridos no desenvolvimento dos trabalhos.  
 
As obras cujos custos foram analisados no capítulo 5, foram realizadas sem a via electrificada. Nas 
obras analisadas, apenas se verificam alguns casos pontuais, de execução de obras nas actuais 
condições de serviço. Foi o caso da construção de uma passagem superior de peões tipo “Ponte 
Catenária”, posteriormente à modernização do troço de via em que está inserida, cujo processo 
construtivo foi abordado no capítulo 2.2.7.1. 
 
Esta  obra  sendo  pré-fabricada  parcialmente,  teve  algumas  dificuldades  de  execução,  que  se 
reflectiram no seu prazo de execução, devido à necessidade de vários trabalhos serem realizados 
em período nocturno. Embora previsto em caderno de encargos, a duração dos períodos nocturnos 
que poderiam ser disponibilizados bem como a natureza dos trabalhos que teriam de ser realizados 
nessas condições, nomeadamente, instalação dos cabos de pré-esforço, das pré – lajes, dos painéis 
de protecção da catenária e a própria betonagem do tabuleiro, ocorreram atrasos 
 
Esses atrasos deveram-se em grande parte, quer à incorrecta estimativa dos trabalhos que podiam 
ser realizados em período diurno, quer à estimativa muito optimista de rendimentos de execução 
nos escassos períodos nocturnos. Implicaram a anulação de interdições programadas praticamente 
na véspera de interdições programadas, o que interferiu com a própria gestão dos meios humanos 
de acompanhamento por parte da REFER destes trabalhos, com os consequentes sobrecustos. 
 
O  planeamento  destas  obras  tem  que  ser  bastante  detalhado  e  actualizado  constantemente,  de 
modo a evitar as situações atrás referidas, o que deve começar no projectista que deve conceber 
soluções que sejam mais adequadas aos condicionamentos ferroviários, passa pela fiscalização que 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
(
deve  adequar  as  ferramentas  de  controlo  e  acompanhamento  a  este  tipo  de  obras  e  pelos 
empreiteiros  que  também  devem  adequar  os  processos  construtivos,  investindo  também  na 
formação de mão de obra especializada para obras ferroviárias. 
 
6.2 – Conclusões gerais 
O caminho de ferro é uma infra-estrutura com especificidades próprias, que se reflectem na própria 
construção das várias obras que lhe estão associadas, como é o caso das obras de arte, pelo que 
se poderá considerar ser legitimo falar numa “Engenharia ferroviária de pontes”. 
 
Essas características peculiares estão presentes em todos os níveis do ciclo de vida da ponte, como 
se  procurou  demonstrar  através  desta  dissertação,  no  projecto  com  normalização  própria,  na 
construção  com  condicionamento  particulares,  na  construção  com  processos  e  tecnologias 
construtivas específicas, com a inspecção com procedimentos adequados à natureza destas obras, 
com a manutenção adequada à responsabilidade desta infra-estrutura pública, com as reparações e 
reabilitações segundo as cargas e a velocidade que se praticam nas vias férreas que são suportadas 
por estas obras.  
 
Mesmo naquelas obras de arte que à partida se poderia considerar não ser muito diferente de uma 
obra puramente “rodoviária”, como é o caso por exemplo da construção de uma passagem superior 
rodoviária, pode dizer-se que assim não o será.  
 
São obras com características distintas das obras rodoviárias, de que destacamos nomeadamente 
as seguintes: 
xO dimensionamento especifico dos pilares para um choque de um comboio; 
x O  dimensionamento de armaduras específicas para ligação à terra das armaduras de aço, 
para protecção das correntes de tracção da catenária; 
xA  execução do cimbre de construção do tabuleiro, condicionado pela distância à catenária,; 
xA  colocação de painéis de protecção das pessoas em relação à catenária; 
xOs  custos de construção, que são grandemente influenciados pelas próprias condições de 
exploração da via férrea. 
  

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
 A  normalização  nacional  a  que  a  REFER  tem  vindo  a  proceder,  bem  como  a  normalização 
internacional ferroviária procura  enquadrar a construção destas obras atendendo nomeadamente à 
natureza  da  sua  utilização,  das  construções  mais  próximas,  do  comportamento  da  própria  via 
férrea, e da garantia da durabilidade da obra. 
 
Na dissertação procurou-se demonstrar que há processos construtivos específicos para as obras de 
arte ferroviárias, sobretudo no caso da construção de passagens inferiores ao caminho de ferro, que 
permitem executar as obras sem paralisar o tráfego ferroviário, com as necessárias condições de 
segurança e custos de construção controlados. 
 
Segurança, é uma palavra fundamental em caminho de ferro, que esteve presente desde o início da 
sua exploração, no século XIX, e não é na verdade de menosprezar o facto de se tratar de um 
transporte público de grande capacidade, que fez com que essa palavra fosse assimilada por todos 
os seus responsáveis e trabalhadores, sendo ainda hoje o transporte mais seguro no nosso planeta. 
 
Face  aos  riscos  elevados  existentes  nos  trabalhos realizados na proximidade das vias férreas, a 
segurança  é  um  factor  primordial  não  só  na  construção,  mas  também  em  relação  a  qualquer 
trabalho de inspecção, manutenção ou conservação. 
 
A obrigação conferida pela legislação, desde 2003, quanto à realização de um plano de segurança e 
saúde de projecto, implica o projectista no sentido de conceber as soluções mais seguras do ponto 
de  vista  da  execução,  o  que  no  caso  das  obras  ferroviárias,  tem  reflexos  importantes  sobre  os 
custos e sobre os prazos. 
 
A análise de custos efectuada permite perceber, que o custo com o projecto e a fiscalização têm 
vindo  a  adquirir  com  o  tempo  um  peso  acrescido  no  custo  final  das  obras.  Esta  alteração  na 
constituição dos custos está ligada à maior exigência por parte do dono de obra na escolha dos 
projectistas, não sendo o preço já o factor primordial mas a qualidade da proposta e da equipa 
projectista. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
Quanto à fiscalização, o dono de obra tem vindo a contratar equipas cada vez mais completas, com 
mobilização de mais meios humanos e materiais de melhor qualidade, assegurando a presença em 
obra de equipas multidisciplinares. 
 
Para além dos condicionamentos ferroviários à execução das obras, com reflexo nos custos, outro 
factor  com  muita  influência  nos  custos,  diz  respeito  ao  tipo  de  fundações  da  obra  de  arte, 
principalmente  no  caso  de  reconhecimentos  geotécnicos  insuficientes  em  fase  de  projecto, 
traduzindo-se deste modo em custos imprevistos. 
 
No caso de pontes e viadutos, considera-se factor de maior relevância nos custos iniciais e futuros, 
a concepção de obras de arte, adaptadas às condições locais, topografia e solos de fundação, com 
uma solução estrutural, que faça um balanço natural entre esbelteza e economia, na escolha dos 
vão mais adequados, que permita o fácil acesso aos órgãos mais sensíveis, aparelhos de apoio e 
juntas  de  dilatação,  que  devem  ser  limitados  em  número,  e  de  características  semelhantes,  na 
medida do possível e seleccionados tendo por base a sua durabilidade e facilidade de substituição.
6.3 – Desenvolvimentos futuros 
Os  troços  de  linhas  que  foram  modernizados,  apresentam  hoje  condições  de  serviço,  muito 
diferentes, maior número de comboios, velocidades mais elevadas, horário de funcionamento das 
vias mais alargado, verificando-se que hoje nalguns troços os período de interdição nocturna que 
podem  ser  disponibilizados  durante  a  semana  são  muito  reduzidos,  3  a  4  horas,  com  ligeiro 
aumento ao fim de semana para 5 a 6 horas. 
 
O projecto de novas obras de arte para estas linhas modernizadas, terá portanto que contemplar os 
condicionamentos que são introduzidos para a realização dos trabalhos, devido aos períodos cada 
vez mais reduzidos que são disponibilizados para a sua realização com a via fora de serviço. 
 
 A  análise  de  custos  referente  à  construção  de  novas  obras  nestas  linhas,  tem  que  contemplar 
esses  custos  directos,  devido  a  menores  rendimentos  de  trabalhos,  por  realização  de  trabalhos 
nesses períodos, que para além de serem em horário nocturno, são muito curtos. 
 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
%
Mas, há também que considerar os custos indirectos devido à necessidade de utilizar os meios 
operacionais  da  empresa  gestora  de  infra-estrutura que  têm  de  ser  envolvidos,  para  garantir  a 
segurança na execução dos trabalhos. Há também, nos casos em que tal se torna necessário, que 
quantificar os custos que afectam a própria infra-estrutura ferroviária, decorrentes da introdução de 
afrouxamentos na velocidade de circulação no local e na proximidade da obra. 
 
As intervenções nestas obras, nomeadamente inspecções principais, em que for necessário utilizar 
o veículo de inspecção de pontes, bem como a realização de alguns trabalhos de reparação, são 
também condicionadas pelos períodos reduzidos em que não há circulação de comboios. 
 
Mas, no futuro, não são só esses factores a influenciar os custos, a sucessiva entrada em vigor de 
novas normas no domínio do projecto e da segurança da construção das obras de arte, vão no 
sentido da melhoria da qualidade final da obra, com reflexo no aumento dos custos iniciais, mas 
cujo objectivo é aumentar a sua vida útil, diminuindo simultaneamente os custos de manutenção e 
conservação ao longo da vida obra. 
 
Trabalhos futuros nesta área podiam abordar os custos previsíveis de manutenção e conservação, 
com  o  parque  de  obras  que  foi  objecto  de  estudo,  tendo  por  base  os  factores  e  custos  atrás 
referidos, e a instalação em obras representativas, de equipamento de monitorização da corrosão, 
bem  como  o  tratamento  adequado  dos  resultados  das  inspecções  de  rotina  e  detalhadas,  que 
permitisse construir os respectivos modelos de deterioração, com o objectivo de determinar a vida 
útil dessas estruturas, as reparações necessárias, a sua ocorrência no tempo e respectivos custos. 
 
Paralelamente  poderiam  ser  simuladas  soluções  de  materiais  e  estruturas  de  reforço  ou  de 
substituição no futuro destas obras, quando atingirem o fim do seu ciclo de vida. 
  
No caso de futuras obras de betão estrutural de maior envergadura, caso das pontes e viadutos, 
deve  ser  encarada  a  obrigatoriedade  de  monitorização  da  corrosão,  através  da  instalação  de 
equipamentos em fase de construção. Este sistema permite conhecer a corrosividade do betão a 
diferentes níveis da camada de recobrimento, saber qual o estado das armaduras e sobre a própria 
velocidade  de  corrosão,  conseguindo-se  deste  modo  programar  atempadamente  as  obras  de 
reparação. 

 
Análise de Custos ao Longo do Ciclo de Vida de Pontes Ferroviárias 
                                                                                                                                                                                                                                                               
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