Princípios da prevenção e controlo da infeção, cadeia epidemiológica e riscos biológicos
pedrovieiramartinscosta
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Mar 12, 2022
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About This Presentation
No âmbito da disciplina de HSCG UFCD 6562
DESIGNAÇÃO DA UFCD: Prevenção e controlo da infeção: princípios básicos a considerar na prestação de cuidados de saúde
Size: 2.53 MB
Language: pt
Added: Mar 12, 2022
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Slide Content
Princípios da prevenção e controlo da infeção, cadeia epidemiológica e riscos biológicos HSCG ESCM_DCP_MOD012 Prof. Pedro Costa
Doença (do latim dolentia , padecimento) designa um distúrbio das funções de um órgão, da mente ou do organismo (como um todo) que está associado a sintomas específicos . Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças ( definição da OMS, promulgado em 1946 ). CONCEITOS DE DOENÇA, INFEÇÃO E DOENÇA INFECIOSA
. Doença Infeciosa é uma doença, clinicamente manifesta, do Homem ou dos animais, resultante de uma infeção. CONCEITOS DE DOENÇA, INFEÇÃO E DOENÇA INFECIOSA Infeção corresponde à entrada e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infecioso no organismo de uma pessoa ou animal.
. Infeção não é sinónimo de doença infeciosa!!! Doença contagiosa: Infeção transmissível de pessoa a pessoa, por via direta. Doença transmissível: Infeção que se transmite por qualquer outra via que não a direta. CONCEITOS DE DOENÇA, INFEÇÃO E DOENÇA INFECIOSA
Classificação das doenças quanto à sua Forma FORMA MANIFESTA: é aquela que apresenta sinais e/ou sintomas clássicos de determinada doença. FORMA INAPARENTE OU SUB-CLÍNICA: é aquela em que o indivíduo não apresenta nenhum sinal ou sintoma (ou que apresenta muito poucos), apesar de estar com a doença presente (revelada às vezes somente através de exames laboratoriais). FORMA FRUSTRA: é aquela que desaparece rapidamente após poucos sinais ou sintomas. FORMA FULMINANTE: é aquela que leva rapidamente ao óbito . CONCEITOS DE DOENÇA, INFEÇÃO E DOENÇA INFECIOSA
Classificação das doenças quanto à sua Distribuição ENDEMIA: É a ocorrência de determinada doença que atinge uma determinada população ou região, que se mantém, mais ou menos, em números constantes e de acordo com o esperado. Pode prolongar-se por vários anos, podendo ser constante ou ter um carácter cíclico. Ex: Bócio endémico Nota: Havendo alterações, uma endemia pode originar uma epidemia EPIDEMIA – É a ocorrência em uma comunidade ou região de casos de natureza semelhante, claramente excessiva em relação ao esperado (num curto espaço de tempo afecta grande parte da população). PANDEMIA - caracterizada por uma epidemia com larga distribuição geográfica, atingindo mais de um país ou de um continente. Um exemplo típico deste evento é a epidemia de SIDA que atinge todos os continentes, e agora o COVID 19 . CONCEITOS DE DOENÇA, INFEÇÃO E DOENÇA INFECIOSA
Classificação das Infeções Infeção Adquirida na Comunidade: corresponde a uma infeção adquirida quando o paciente não esteve recentemente em instituições de saúde ou não esteve em contato com alguém que esteve recentemente em instituições de saúde. Infeção hospitalar ou infeção nosocomial : é qualquer tipo de infeção adquirida após a entrada do paciente num hospital ou após a sua alta quando essa infeção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia. Infeção cruzada: é a infeção ocasionada pela transmissão de um microrganismo de um paciente para outro , geralmente pelo pessoal, ambiente ou um instrumento contaminado.
EPIDEMIOLOGIA DA INFEÇÃO https://bioemfoco.com.br/noticia/infeccao-hospitalar-brasil /
Cadeia epidemiológica HSCG
HSCG Epidemiologia da infeção- cadeia epidemiológica Epidemiologia É a ciência que estuda a ocorrência de doenças nas populações, analisando a sua distribuição e factores determinantes e visando a sua prevenção. Definição de Epidemiologia O nome EPIDEMIOLOGIA tem origem em três vocábulos gregos : epí + demós + logos (sobre/ acerca) (povo) (ciência/ estudo)
HSCG Cadeia epidemiológica Corresponde a um conjunto de elementos (elos) encadeados de tal forma que, para a existência de um elo é necessário que exista o elo anterior, e assim sucessivamente, de forma a permitir a propagação do agente patogénico. Os elementos da cadeia epidemiológica são: agente patogénico; reservatório e fonte de infeção; porta de saída (do agente) do reservatório; via de transmissão; porta de entrada no hospedeiro; hospedeiro.
HSCG 1) Agente patogénico É um organismo vivo capaz de causar uma infeção , ou seja penetrar num organismo e aí se desenvolver e multiplicar. Vírus HIV Bactérias da cólera Fungo da Candidíase Protozoário da malária
HSCG CARACTERÍSTICAS DO AGENTE : Infeciosidade (infectividade) : capacidade do agente em penetrar e se multiplicar no hospedeiro, provocando infeção ; (Ex: alta infectividade do vírus da gripe e a baixa infectividade dos fungos.) Patogenicidade : é a capacidade do agente , uma vez instalado, de produzir sintomas e sinais (doença). (Ex: é alta no vírus do sarampo, onde a maioria dos infectados tem sintomas e a patogenicidade é baixa no vírus da pólio onde poucos ficam doentes). Virulência : grau de patogenicidade produzida por um patogénico . É a capacidade do agente de produzir efeitos graves ou fatais , relaciona-se à capacidade de produzir toxinas, etc. (Exº baixa virulência do vírus da gripe e do sarampo em relação à alta virulência dos vírus da raiva e do HIV ).
HSCG Imunogenicidade ou antigenicidade : capacidade do patogénico induzir no hospedeiro a formação de anticorpos ( resposta imunitária ); (Exº alta nos vírus da rubéola e do sarampo , que imunizam em geral por toda a vida, em relação à baixa imunogenicidade do vírus da gripe, da dengue, e das salmonelas que só conferem imunidade relativa e temporária). Resistência : capacidade do patogénico resistir no meio ambiente em condições naturais e aos produtos químicos (desinfetantes), por determinado período de tempo.
HSCG . Assim, de acordo com a sua patogenicidade , os microrganismos podem ser considerados: patogénicos; não patogênicos . A patogenicidade dos microrganismos depende exclusivamente de determinados atributos da célula microbiana , como por exemplo,: secretar exotoxinas; libertar endotoxinas ou outros produtos tóxicos; formar cápsulas (esporos); etc…
HSCG 2) Reservatório ou fonte de infeção Reservatório: Todo organismo vivo ou matéria inanimada que abriga um bio-agente e lhe oferece condições para sobreviver e reproduzir e do qual ele será transmitido para um hospedeiro.
HSCG 3) Porta de saída do reservatório É o local por onde o bio-agente “deixa” (por onde sai) o reservatório para continuar a cadeia de transmissão. A eliminação pode se dar por: via respiratória (ex: sarampo) via intestinal (ex: cólera) pele e mucosas (ex: micoses) sangue (ex: malária) etc
HSCG 4) Via de transmissão De forma horizontal (entre pessoas) a) Direta: quando o agente é transferido por contacto físico ou gotículas de saliva. b) Indireta: ocorre quando existe um veículo como a água (ex: cólera), alimento (ex: ascaridíase) ou sangue (ex: SIDA, hepatite B) ou hospedeiro intermediário ou quando existe um vetor ( moscas, mosquitos ). De forma vertical (da mãe para o feto, intra-uterino, ou durante o parto)
HSCG VETORES ( exºs moscas e mosquitos): são seres vivos que levam o agente desde o reservatório até o hospedeiro potencial. Vetores mecânicos são os transportadores de agentes, geralmente insectos, que os carregam na patas, asas ou trato gastro-intestinal contaminados e onde não há multiplicação ou modificação do agente. Vetores biológicos são aqueles em que os agentes desenvolvem algum ciclo vital antes de serem disseminados ou inoculados no hospedeiro .
HSCG 5) Porta de entrada no hospedeiro É o local por onde o agente entra quando infecta um novo hospedeiro. A vias de penetração podem ser: via respiratória via digestiva/ intestinal pele e mucosas sangue..
HSCG 6) Hospedeiro O hospedeiro corresponde ao indivíduo ou animal passível de adquirir a infeção. NOTA: O hospedeiro pode apresentar manifestações clínicas decorrentes de uma infeção ou ser apenas um portador , muitas vezes sem nem saber que apresenta a doença. A susceptibilidade a um agente infeccioso depende do grau de resistência do indivíduo. As características que fazem variar a susceptibilidade aos agentes são: o estado nutricional; o sexo a idade etc
HSCG Agente patogénico Vírus ( da família Flaviridae, com 4 sorotipos - DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 ) Reservatório Homem Porta de saída do reservatório Sangue Via de transmissão Horizontal – indireta através da picada de um VETOR BIOLÓGICO da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus (ambos da família dos pernilongos) infetados com o vírus transmissor da doença. Porta de entrada no hospedeiro Sangue Hospedeiro Homem DENGUE – Cadeia epidemiológica :
HSCG Agente patogénico Reservatório ou fonte de infeção Porta de saída do reservatório Via de transmissão Porta de entrada no hospedeiro Hospedeiro COVID 19– exercício. Completa a tabela Cadeia epidemiológica :
Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos
Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos ENQUADRAMENTO LEGAL Decreto-Lei 84/97- regulamentação actividades profissionais que envolvem exposição a agentes biológicos Portaria nº 1036/98 – Classificação dos agentes biológicos Os riscos biológicos para a saúde estão relacionados com a exposição a bactérias , vírus , parasitas , fungos e outros micro-organismos e toxinas associadas. Estes micro-organismos estão presentes um pouco por toda a parte no meio natural e representam um perigo potencial para a saúde pública . 25
Classificação dos Riscos Biológicos Bactérias Vírus Parasitas Fungos Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 26
Bactérias São organismos simples que conseguem sobreviver e multiplicar-se sem ser necessário um hospedeiro para completar o seu desenvolvimento, desde que o meio ambiente lhes seja favorável. Exemplos de Bactérias. Profissionais Expostos Forma de Contágio Antrax ( Bacilus Antracis ) Veterinários, Carniceiros, Pastores Contacto directo com animais infectados ou os seus produtos. Ingestão ou inalação de esporos. Brucela Veterinários tratadores de animais, pastores, pessoal de laboratório, trabalhadores dos matadouros. Manipulação de animais ou produtos contaminados: tosquias e cardação da lã, manipulação ou ingestão de alimentos contaminados. Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 27
Vírus São as formas de vida mais simples, constituídas unicamente por material genético que precisam sempre de um hospedeiro (ser vivo que é infectado) para se poderem reproduzir. Exemplos de Vírus Profissionais Expostos Forma de Contágio Vírus da Hepatite B Profissionais de saúde, pessoal técnico de laboratório. Contacto com produtos biológicos (sangue) contaminados Vírus da Raiva Veterinários tratadores de animais, pastores, pessoal de laboratório. Mordedura de animais contaminados. Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 28
Parasitas Um parasita é um organismo, como por exemplo um animal unicelular ou um verme, que sobrevive habitando dentro de outro organismo, geralmente maior (o hospedeiro). Exemplos de Parasitas Profissionais Expostos Forma de Contágio Amebíase Protozoários Profissionais de saúde, pessoal técnico de laboratório. Contacto com águas contaminadas . Ingestão de alimentos contaminados Schistossomíase Helmintas Trabalhadores agrícolas de zonas de irrigação como arrozais. Contacto com águas contaminadas . Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 29
Fungos Tratam-se de formas complexas de vida cujo habitat natural é o solo. Podem parasitar tanto o Homem como os outros animais e vegetais. Exemplos de Fungos Profissionais Expostos Forma de Contágio Dermatofitos Tinha (Trichophytnum rubrum) Tratadores de gado, trabalhadores de matadouros. Contacto com animais infectados. Histoplasmose (Histoplasma capsulatum) Trabalhadores de aviários, da construção civil (ex.: demolições) Inalação dos elementos de reprodução do fungo. Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 30
Outras formas de Contágio Solo Ar Pó Pessoas Objectos Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 31
Classificação dos agentes biológicos (portaria n.º 1036/98) Grupo Risco para os Trabalhadores Risco de Propagação na Colectividade Meios de Profilaxia ou Tratamento 1 Baixa probabilidade de causar doença Não Desnecessário 2 Pode causar doença e constituir perigo para os trabalhadores Pouco provável Existem, em regra, estes meios 3 Pode causar doença grave e constituir perigo grave para os trabalhadores Provável Existem estes meios 4 Provocam doença grave e constituem um sério perigo para os trabalhadores Elevado Não existem estes meios Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 32
Portas de entrada no organismo PORTAS DE ENTRADA Aparelho respiratório Por inalação (tuberculose, difteria, gripe, escarlatina, meningite meningocócica, antrax) Aparelho digestivo Através da ingestão de comida ou água contaminadas (disenteria, poliomielite, salmoneloses) Pele e membranas mucosas Através da pele lesada, por implantação ou por inoculação – Hepatite B, febre amarela (picada de mosquito) Placenta Através da circulação da mãe para o feto Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 33
Portas de Saída no organismo Fezes Urina Cutânea Tosse/Espirro Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 34
Grupos de Maiores Riscos * Hospitais, Clínicas, Casa de Saúde, Centro de Enfermagem, Laboratórios, Etc... Pessoas ligadas a indústria ou processos industriais onde são utilizadas agentes biológicos. * Pessoas ligadas ao transporte e tratamento ou manuseamento de resíduos domésticos, limpeza pública, comerciais. Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 35
Medidas Higiénicas A Proibição de comer, beber ou fumar nos locais de trabalho B Fornecimento de vestuário de protecção adequado C Instalações sanitárias e vestiários adequados D Existência de colíricos e antissépticos E Correcta armazenagem, verificação e limpeza dos EPI F Destruição, se necessário, do vestuário de protecção e EPI contaminados G Interdição de levar para casa vestuário de protecção e EPI contaminados Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 36
Medidas Higiénicas A Proibição de comer, beber ou fumar nos locais de trabalho B Fornecimento de vestuário de protecção adequado C Instalações sanitárias e vestiários adequados D Existência de colíricos e antissépticos E Correcta armazenagem, verificação e limpeza dos EPI F Destruição, se necessário, do vestuário de protecção e EPI contaminados G Interdição de levar para casa vestuário de protecção e EPI contaminados Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 37
SIMBOLOGIA Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 38 Sinalização homologada segundo as diretivas da UE
EPI´S Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 39
EPI´S Fundamentos Gerais de Higiene no Trabalho Riscos Biológicos 40 FIM!!!