9
Ciclo de Vida
A transformação da frequentemente feia e bizarra lagarta em uma elegante
borboleta é realmente um dos milagres executados pela Natureza.
No ciclo de vida, as borboletas processam uma metamorfose completa em quatro
fases bem definidas e bastante distintas como ovos, larvas, crisálidas e adultas.
Ovos - após o acasalamento, que pode durar até cerca de uma hora, a fêmea
procura as plantas adequadas para a postura dos ovos. Nesta tarefa, conta com uma
peculiar habilidade das patas, que pode sentir o sabor das folhas das plantas, a
adequação nutritiva e a ausência de fitotoxinas, pois essas folhas serão parte do cardápio
exclusivo das larvas. Não se sabe o número exato de ovos que uma fêmea pode
depositar na parte superior das folhas das plantas escolhidas, mas a postura pode
decorrer em algumas horas ou em muitos dias, e os ovos variam em tamanho, forma e
coloração de acordo com a espécie.
Larvas – ao chegar o momento de saírem dos ovos, os lepidópteros assumem
uma forma larval, as conhecidas lagartas. Estas abrem caminho, comendo as cascas dos
ovos em que estavam contidas, preparam uma espécie de ninho na parte inferior de
alguma folha e de imediato começam a comer as partes vegetais da planta em que se
encontram, cortando-as e mastigando-as com suas poderosas mandíbulas. Devido a um
determinado hormônio que segregam as lagartas não param de comer, algumas comem
durante o dia inteiro, outras o fazem durante toda a noite. No período destinado ao
descanso, digestão e absorção dos nutrientes, voltam para esse ninho construído, sob a
folha que, curiosamente, evitam comer. São comedoras vorazes, quase que insaciáveis,
pois precisam se alimentar dos nutrientes necessários para o período de hibernação de
sua próxima fase de vida e para isso necessitam armazenar bastante energia. À medida
que a produção desse hormônio diminui, as lagartas consomem cada vez menos folhas.
Quando param de comer por completo, estão preparadas para a nova fase.
Crisálidas – também denominadas pupas, é o estágio seguinte, quando a larva
procura a parte inferior de uma folha ou um galho mais resistente onde possa se
enrolar em uma espécie de capa protetora e se transformar por completo. Algumas
mariposas, a partir de uma glândula próxima da boca, produzem uma teia de material
salivar que em contato com o ar adquire consistência de fios muito resistentes. Tecidos
em torno da pupa ou crisálida, para aumentar sua proteção, essa capa é denominada
casulo. Algumas espécies são cultivadas para que esses fios sejam utilizados na