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19) Com a estratégia da intersetorialidade, almeja-se superar a fragmentação presente
no setor público, buscando compartilhar responsabilidades e ações concretas de forma
integrada e complementar em áreas diversas, como educação, assistência social,
trabalho e renda, cultura, saúde, habitação etc. A articulação intersetorial favorece o
acesso a serviços, troca de experiências, a constituição e o fortalecimento de uma rede
de proteção social.
20) A interinstitucionalidade se estabelece a partir da compreensão de que um conjunto
de instituições, principalmente dos Poderes Executivo e Judiciário, se interagem no
processo de garantia dos direitos. Nesse caso, o Sistema de Justiça, que é composto
pelo Judiciário, Ministério Público, Delegacias, Polícia Militar e Conselhos de Defesa de
Direitos, inclusive os Conselhos Tutelares, são atores fundamentais nos processos de
violação de direitos. É importante identificar os limites de atuação dos serviços,
extrapolando ou contrapondo-se às atribuições definidas nas Legislações que definem
a criação e os objetivos dos mesmos, bem como as normativas que regulamentam as
profissões que neles atuam. Igualmente, são considerados como transborde, as
demandas que impedem a continuidade dos atendimentos, contrapondo-se inclusive
aos direitos das pessoas e ou famílias atendidas, impedindo a efetividade das políticas
públicas. A relação entre as instituições deve se basear no reconhecimento das
competências e responsabilidades de cada instituição e no estabelecimento de fluxos e
protocolos entre elas. As relações bem estabelecidas e transparentes colaboram para a
completude das coberturas necessárias às situações das famílias e sujeitos que
ingressam no SUAS.
21) Este documento está organizado em sete seções. Após a Introdução, se discute as
Orientações Gerais, levando em conta a atuação em equipe multiprofissional, a
interdisciplinaridade; a elaboração de documentos; a importância da adesão aos
documentos orientadores, bem como o compromisso ético-político da psicóloga e do
psicólogo no SUAS. Ou seja, conteúdo independente do ‘lugar’ onde o profissional atua
no SUAS. Em seguida, se aborda os níveis de Proteção Social de Assistência Social,
em que se apresenta parâmetros específicos por serviços e equipamentos da Proteção
Social Básica e Especial (de média e alta complexidade). Na seção seguinte, a
Concessão de Benefícios é discutida, sobretudo em relação à integração serviços e
benefícios. Em seguida, trata-se a Gestão do SUAS, com itens como planejamento,
Vigilância Socioassistencial, gestão do trabalho e gestão das relações e articulações.
E, posteriormente, o Controle e a Participação Social, abordando a representação de
psicólogas e psicólogos nas instâncias de controle social da Assistência Social, e do
posicionamento político necessário nesse campo de tensões e contradições desta
política pública.