Exercícios com questões de vestibulares e Enem sobre Quinhentismo, Barroco e Arcadismo.
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Added: Jun 05, 2014
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Exercícios
(UFPE ) " É bom, minha Marília, é bom ser dono De um rebanho, que cubra monte e prado; Porém, gentil Pastora, o teu agrado; Vale mais que um rebanho, e mais que um trono Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela." Tomas A. Gonzaga No poema acima, as marcas do Arcadismo são. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. ( ) Tema da vida pastoril no contato com a natureza idealizada. ( ) Ideal de vida simples retratado através de uma linguagem despojada. Inversões e paradoxos, próprios do Barroco, caem em desuso. ( ) Percepção do mundo terreno como efêmero e vão, o que resulta no sentimento de nulidade diante do poder divino. ( ) Descrição de um episódio pastoril num ambiente de harmonia, onde inexistem conflitos. ( ) Tom épico, relatando grandes feitos heroicos.
Triste Bahia, oh, quão dessemelhante estás E estou do nosso antigo estado Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado Rico te vejo eu, já tu a mim abundante Triste Bahia, oh, quão dessemelhante A ti tocou-te a máquina mercante Quem tua larga barra tem entrado A mim vem me trocando e tem trocado Tanto negócio e tanto negociante O trecho acima é da música de Caetano Veloso que se refere ao poema de Gregório de Matos. A respeito de Gregório de Matos, assinale a alternativa, incorreta: Na poesia sacra, o homem não busca o perdão de Deus; não existe o sentimento de culpa, ignorando-se a busca do perdão divino. Alguns de seus sonetos sacros e líricos transpõem, com brilho esquemas de Gôngora e de Quevedo. As suas farpas dirigiam-se de preferência contra os fidalgos caramurus. A melhor produção literária do autor é constituída de poesias líricas, em que desenvolve temas constantes de estática barroca, como a transitoriedade da vida e das coisas. Alma maligna, caráter rancoroso, relaxado por temperamento e costumes, verte fiel em todas as suas sátiras.
Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados / nos pajés não crendo mais, / nem suas danças rituais, / nem seus mágicos cuidados. ( ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço) Assinale a afirmativa verdadeira , considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão: A) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus. B) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa. C) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés. D) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista. E) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível.
“Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem ”. (Carta a El-Rei D.Manuel – Pero Vaz Caminha) No texto acima notamos: A) que Pero Vaz Caminha assume a atitude de um observador frio. B) que Caminha se empolga pelas coisas da terra. C) que o escritor descobriu águas-marinhas. D) Caminha apenas está atento ao que vê, desprezando o entusiasmo tão comum da época. E) nenhuma das anteriores.
Texto I “É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida.” Texto II “Depois que nos ferir a mão da morte, ou seja neste monte, ou noutra serra, nossos corpos terão, terão a sorte de consumir os dous a mesma terra.” O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, é possível afirmar que os árcades optaram por uma expressão: a) impessoal e, portanto, diferenciada do sentimentalismo barroco, em que o mundo exterior era projeção do caos interior do poeta. b ) despojada das ousadias sintáticas da estética anterior, com predomínio da ordem direta e de vocábulos de uso corrente. c ) que aprofunda o naturalismo da expressão barroca, fazendo que o poeta assuma posição eminentemente impessoal. d ) em que predominam, diferentemente do Barroco, a antítese, a hipérbole, a conotação poderosa. e ) em que a quantidade de metáforas e de torneios de linguagem supera a tendência denotativa do Barroco.
“Alguém há de cuidar que é frase inchada Daquela que lá se usa entre essa gente Que julga, que diz muito, e não diz nada. O nosso humilde gênio não consente, Que outra coisa se diga mais, que aquilo Que só convém ao espírito inocente.” Os versos de Cláudio Manuel da Costa lembram o fato de que: a ) a expressão exata, contida, que busca os limites do essencial, é traço da literatura colonial brasileira e dos primeiros movimentos estéticos pós-Independência. b ) o Barroco se esforçou por alcançar uma expressão rigorosa e comedida, a fim de espelhar os grandes conflitos do homem. c ) o Arcadismo, buscando simplicidade, se opôs à expressão intrincada a aos excessos do cultismo do Barroco. d ) o Romantismo, embora tenha refugado os rigores do formalismo neo-clássico , tomou por base o sentimentalismo originário desse movimento estético. e ) o Romantismo negou os rigores da expressão clássica e lusitana, mas incorporou a tradição literária da poesia colonial.
Leia o texto a seguir e faça o que se pede: Ornemos nossas testas com as flores E façamos de feno um brando leito; Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre, E para nós o tempo, que se passa, Também, Marília, morre. (TAG, MD, Lira XIV) Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO: a) Ideal de ÁUREA MEDIOCITAS, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média. b ) Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade. c) Ideal de uma existência tranquila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza. d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria. e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do "eu" lírico.
Leia o fragmento de texto a seguir e faça o que se pede: Sobre o fragmento de texto de Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, assinale a alternativa FALSA: a ) a interferência do mito na tessitura dos poemas, mantendo o poeta dentro dos padrões poéticos clássicos, impede-o de abordar problemas pessoais. b ) a interpelação feita a Marília muitas vezes é pretexto para o poeta celebrar sua inocência e seu destemor diante das acusações feitas contra ele. c) a revelação sincera de si próprio e a confissão do padecimento que o inquieta levam o poeta a romper com o decálogo arcádico, prenunciando a poética romântica. d) a desesperança, o abatimento e a solidão, presentes nas liras escritas depois da prisão do autor, revelam contraste com as primeiras, concentradas na conquista galante da mulher amada. e) embora tenha a estrutura de um diálogo, o texto é um monólogo - só Gonzaga fala e raciocina.
A obra de Gregório de Matos — autor que se destaca na literatura barroca brasileira — compreende: a) poesia épico-amorosa e obras dramáticas. b) poesia satírica e contos burlescos. c) poesia lírica, de caráter religioso e amoroso, e poesia satírica. d) poesia confessional e autos religiosos. e) poesia lírica e teatro de costumes. Descarto-me da tronga , que me chupa, Corro por um conchego todo o mapa, O ar da feia me arrebata a capa, O gadanho da limpa até a garupa. Busco uma freira, que me desentupa A via, que o desuso às vezes tapa, Topo -a, topando-a todo o bolo rapa, Que as cartas lhe dão sempre com chalupa . Que hei de fazer, se sou de boa cepa, E na hora de ver repleta a tripa, Darei por quem mo vase toda Europa? Amigo, quem se alimpa da carepa, Ou sofre uma muchacha , que o dissipa, Ou faz da sua mão sua cachopa. (Gregório de Matos)
A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO Nasce o Sol, e não durma mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, E, tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegrias, Porém, se acaba o Sol, por que nascias? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto, da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria, sinta-se triste. Começa o Mundo enfim pela ignorância A firmeza somente da inconstância. A ideia central do texto é: a) A duração efêmera de todas as realidades do mundo b) A falsidade das aparências c) A grandeza de Deus e a pequenez humana d) A duração prolongada do sofrimento e) Os contrastes da vida
O soneto transcrito apresenta características recorrentes da poesia de Gregório de Matos e do período literário em que ele o escreveu, o Barroco. Acerca desse soneto, é correto afirmar: a) O poema descreve um labirinto e, de modo semelhante à imagem descrita, utiliza uma linguagem em que a ideia central só se apresenta no fim do texto. b) O poema se apropria de duas imagens, Babel e labirinto, com a intenção de tematizar um sentimento conturbado: a presunção. c) O poema se estrutura como um soneto típico, em que a ideia central está apresentada no primeiro quarteto. d) As figuras de linguagem utilizadas associam ideias contrárias, o que se contrapõe às imagens do labirinto e de Babel. e) O poema apresenta nos quartetos duas imagens concretas, dissociadas das abstrações apresentadas nos tercetos.
A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana, e vinha, Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. (...) Estupendas usuras nos mercados, Todos, os que não furtam, muito pobres, E eis aqui a Cidade da Bahia. (Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”) O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII, a ) representa, de maneira satírica, os governantes e a desonestidade na Bahia colonial. b ) critica a colonização portuguesa e defende, de forma nativista, a independência brasileira. c ) tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de moradia na capital baiana. d ) revela a identidade brasileira, preocupação constante do modernismo literário. e) valoriza os aspectos formais da construção poética parnasiana e aproveita para criticar o governo.
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa: Com sua língua ao nobre o vil decepa: O Velhaco maior sempre tem capa . Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa . A flor baixa se inculca por Tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa: Mais isento se mostra o que mais chupa . Para a tropa do trapo vazo a tripa, E mais não digo, porque a Musa topa. Em apa , epa , ipa , opa, upa. (MATOS, Gregório de. Poemas Satíricos. São Paulo: Martin Claret , 2004, 55-56) Levando em consideração que, em sua produção literária, Gregório de Matos dedicou-se também à sátira irreverente, pode-se afirmar que os versos se marcam : a ) Pelo sentimentalismo, fruto da sintonia do eu lírico com a sociedade. b) Pela indiferença, decorrente da omissão do eu lírico com a sociedade. c) Pelo negativismo, pois o eu lírico condena a sociedade pelo viés da religião. d) Pela indignação, advinda de um ideal moralizante expresso pelo eu lírico. e) Pela ironia, já que o eu lírico supõe que todas as pessoas são desonestas.
Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, exceto: a ) O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma e corpo, morte e vida. b ) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina. c ) O Barroco apresenta, como característica marcante, o espírito de tensão, conflito entre tendências opostas : de um lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o antropocentrismo renascentista. d ) A arte barroca vincula-se à Contra-Reforma . e ) O Barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérboles e de metáforas.
Leia o trecho de um sermão, do Padre António Vieira: Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda parte e a toda a natureza? O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Compara Cristo o pregar e o semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte. O objetivo do autor é: a ) destacar que a naturalidade - propriedade da natureza pode tornar mais claro o estilo das pregações religiosas. b) salientar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado nem dificultoso. c) argumentar que a lição de Cristo é desnecessária para os objetivos da pregação religiosa. d) lamentar o fato de os sermões serem dirigidos dos púlpitos, excluindo da audiência as pessoas que ficavam fora da igreja. e) mostrar que, segundo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque são práticas inconciliáveis.
Faz a imaginação de um bem amado, Que nele se transforme o peito amante; Daqui vem que a minha alma delirante Se não distingue já do meu cuidado. ( Cláudio Manuel da Costa) Depreende-se corretamente do texto que a) a pessoa amada, por meio da imaginação, transforma o peito amante em alma delirante. b) a distância entre amante e pessoa amada é tão grande, que faz do amor algo irremediavelmente perdido. c) nem nos sonhos é possível realizar plenamente o desejo amoroso. d) o amante, no plano do imaginário, transfigura-se no ser amado. e) o bem amado atrai para si o peito amante, graças ao delírio amoroso.