Re c e p c i o n i s ta d e h o t e l 1 Arco Ocupacional Tu r i s m o e Ho s p ita l i d a d e 19
Até então, valores da cultura portuguesa eram sinônimo
de prestígio social, e um deles era o dever cristão e a
tradição de receber os hóspedes com regalias nos próprios
domicílios. Inúmeras residências possuíam, assim, quar-
tos de hóspedes, o que tornava a atividade hoteleira
comercialmente pouco rentável. Os pobres e os viajantes
sem contato com moradores, bem como os religiosos
em viagem, eram acolhidos em instituições religiosas.
Com a chegada da corte, a cidade do Rio de Janeiro se
tornou a capital e o centro da vida política e econômica
do Brasil, com grande movimentação de pessoas e mer-
cadorias em seu porto. O consequente incremento co-
mercial, político, científico, artístico etc., além de inves-
timentos financeiros internacionais, induziu à criação de
muitos estabelecimentos voltados para a hospedagem.
A própria instalação da corte de Portugal, que trouxe ao
País cerca de 10 mil pessoas, provocou alterações, ainda
que o príncipe regente tenha expulsado de suas casas os
proprietários das melhores residências, para abrigar mem-
bros de sua comitiva. A porta desses imóveis foi sinalizada
com as iniciais P. R. (de “príncipe regente”), o que, para
o povo, significava “prédio roubado” ou “ponha-se na rua”.
Donos de edifícios, principalmente os franceses, trans-
formaram-nos abrindo lojas, em muitas das quais ins-
talaram cafés, e criando acomodações para hospedagem
nos andares superiores, que conviviam com os albergues
já existentes. Essas estruturas, porém, não ofereciam
as mesmas condições de conforto e hospedagem que
as do exterior.
Mansões, muitas delas antes ocupadas por nobres, foram
transformadas em hotéis de luxo, aproveitando o fato de
estarem, na maioria, afastadas do centro, em regiões
menos ocupadas, com cenário paisagístico atraente, con-
dições que privilegiavam suas características de requinte.
O transporte até essas áreas se fazia por meio de tração
animal com rotas de bondes e diligências.
Para saber um pouco mais sobre a ação
das bandeiras, você poderá retomar o
Caderno do Trabalhador 5 –
Conteúdos Gerais –
“Repassando a história”.
Disponível em:
<http://www.viarapida.sp.gov.br>.
Acesso em: 13 jun. 2013.