“Os ladrões jovens, dizia Faucher, começaram roubando frutas e carne;
mais tarde pequenas mercadorias, que revendiam para comprar doces.
Nove entre dez ladrões tornaram-se tais por serem seduzidos pelos mais
velhos com a oferta de frutas ou pão, se fossem miseráveis, e se fossem
ricos, com meretrizes, impulsionando-os ao delito.” (LOMBROSO, 2010,
p. 121)
“Entretanto, esses prazeres do jogo, da gula, do sexo, etc., e até o da
vingança, são intermediários de um máximo, que mais do que todos
predomina o da orgia. Esses seres tão avessos à sociedade têm uma
estranha necessidade de vida social, uma vida de alegria, barulhenta,
agitada, sensual, no meio de seus cúmplices, a verdadeira vida de orgia.”
(LOMBROSO, 2010, p. 123)
Comparação com os dementes
“Por muitas dessas características, aproximam-se os delinquentes dos
alienados, como os quais têm em comum a violência e a instabilidade de
algumas paixões, a frequente insensibilidade dolorífica e mais afetiva, o
senso exagerado do ‘eu’ e algumas vezes a paixão do álcool e a
necessidade de recordar o crime cometido.” (LOMBROSO, 2010, p. 124)
Comparação com os selvagens
“Muito mais que os dementes, o delinquente, em relação à sensibilidade
e às paixões, avizinham-se aos selvagens.
[...] Os selvagens, disse, Schaffausen, em muitos aspectos são como as
crianças; sentem vivamente e pensam pouco; amam o jogo, a dança, os
ornamentos; são curiosos e tímidos. Não têm muita consciência do
perigo.” (LOMBROSO, 2010, p. 125)
A RELIGIÃO DO DELINQUENTE
“Acredita-se há muito tempo que os delinquentes sejam todos irreligiosos
[...]. O fato é, porém, que muitos dos chefes de quadrilha, ou os mais
despudorados delinquentes, [...], encontram um modo de liberar-se
desse último freio ao impulso das grandes paixões.
Casanova observa que todos aqueles que vivem de atividades ilícitas